Download - E-book: Agricultura Orgânica - Tecnologia para produção de alimentos saudáveis Volume III
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Agricultura Orgnica
VOLUME III
Jacimar Luis de Souza
Vitria, ES2015
Tecnologias para a produo de alimentos saudveis
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@ 2015 IncaperInstituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural Incaper Rua Afonso Sarlo, 160, Bento Ferreira, Vitria, ES Brasil CEP 29052-010, Caixa Postal: 391 - Telefax: 55 27 3636 9868 [email protected] www.incaper.es.gov.br
Todos os direitos reservados nos termos da Lei n9.610, que resguarda os direitos autorais. proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou forma, sem a expressa autorizao do Incaper.
ISBN: 978-85-89274-24-1Editor: DCM/IncaperTiragem: 500Outubro de 2015
Conselho Editorial
Presidente - Lcio Herzog De MunerChefe de Departamento de Comunicao e Marketing Lilim Maria Ventorim FerroChefe de rea de Pesquisa Jos Aires VenturaChefe de rea de Extenso Izaias dos Santos Bregonci Coordenao Editorial Lilim Maria Ventorim Ferro
Membros:
Adelaide de Ftima Santana da CostaAlessandra Maria da SilvaAndr Guaroni MartinsBevaldo Martins PachecoLus Carlos Santos CaetanoRomrio Gava FerroSebastio Antnio GomesSheila Cristina Rossi
Projeto grfico, editorao eletrnica e arte-finalizao: Aliana Pereira SimesCapa e ilustraes: Cristiane Gianezi da SilveiraReviso textual: Marcos Roberto da CostaFicha catalogrfica: Merielem FrassonFotos: Arquivos dos autores e acervo do Incaper
(Biblioteca Rui Tendinha - Incaper)
(S729)Agricultura orgnica : tecnologias para a produo de alimentos saudveis / organizador, Jacimar Luis de Souza. Vitria, ES : Incaper, 2015.
3v.; 371 p. : il.
ISBN 978-85-89274-24-1
1. Agricultura. 2. Agricultura orgnica. 3. Produo orgnica. 4. SOU-ZA, Jacimar Luis de (org.). I. Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural. II. Srie.
CDD: 630.274
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DEDICATRIA
minha me Elydia Carvalho de Souza (in memoriam), pelos ensinamentos bsicos, e ao meu pai Jacy de Souza, pela sabedoria .... Dedico!
AGRADECIMENTO
Ao nosso criador Jeov Deus por nos dar a sua palavra para orientar e o livre arbtrio para construir ...
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APRESENTAO
com muita satisfao que apresentamos a publicao Agricultura orgnica: tecnologias para a produo de alimentos saudveis, volume III. Trata-se da consolidao do conhecimento produzido h mais de 25 anos pela pesquisa cientfica do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Incaper) na rea de agricultura orgnica, no Estado do Esprito Santo. A obra apresenta tecnologias e inovaes que tm contribudo de forma marcante para o desenvolvimento tecnolgico do setor.
Esta publicao lanada em um contexto de mudanas climticas, que tem ocasionado crises de abastecimento de gua em diversos locais do pas. A busca pela produo com sustentabilidade torna-se um imperativo para os produtores rurais. Por isso, este livro, que procura divulgar as tecnologias para produo orgnica, vem ao encontro dos desafios apontados pela conjuntura atual.
Este volume, organizado pelo pesquisador Jacimar Luis de Souza, composto por 13 captulos, que contaram com a contribuio de 34 autores, que incluem, alm dos profissionais do Incaper, profissionais de outras instituies em mbito estadual e nacional.
Alm de mtodos e tcnicas j consolidados no sistema orgnico, como o sistema de manejo e compostagem orgnica, este volume apresenta diversas inovaes relacionadas ao tema, entre elas, as espcies e variedades adaptadas ao cultivo orgnico, a fertilidade de solos, a dinmica de carbono e o plantio direto.
A viabilidade econmica e energtica dos sistemas orgnicos, que proporcionam s famlias no campo retorno em termos de renda e eficincia no consumo de energia, so pontos de destaque nesta obra. Outra inovao na publicao o captulo referente ao diagnstico de resduos orgnicos, o qual pode se tornar uma referncia para consulta de agricultores e tcnicos que trabalham na rea de agricultura orgnica.
Por fim, esta obra refora o compromisso do Incaper em dar confiabilidade s recomendaes tcnicas preconizadas para os sistemas de produo orgnica e pretende contribuir para o desenvolvimento rural sustentvel do Estado do Esprito Santo, demonstrando a viabilidade econmica e energtica da produo de alimentos saudveis com a preservao dos recursos naturais.
Lcio Herzog De MunerPresidente do Conselho Editorial do Incaper
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PREFCIO
Um dos maiores desafios da sociedade moderna viabilizar a produo de alimentos para sustentar uma populao que dever alcanar a casa dos nove bilhes de pessoas em 2050. Porm, existem condicionantes imperativas: reduzir os impactos ambientais, minimizar a emisso de gases de efeito estufa e ofertar alimentos sadios a essa populao. por isso que a Agricultura Orgnica cresce de forma constante em todo o mundo, e a agricultura convencional evolui para a produo integrada utilizando cada vez mais produtos de menores impactos ambientais e tcnicas de controle biolgico.
Em dezembro de 2011, a primeira verso do Plano Nacional de Agroecologia e Produo Orgnica (PLANAPO) apresentada pelo Ministrio da Agricultura e demais parceiros. O Plano engloba a Agroecologia e a Produo Orgnica, que embora sejam abordagens distintas, convergem na busca da sustentabilidade da produo rural e se baseiam em princpios como: a manuteno da sociobiodiversidade, a solidariedade, a cooperao, o respeito natureza, a cidadania e a participao para viabilizar a produo de alimentos saudveis e a melhoria da renda dos produtores (as) e suas famlias. O Plano tambm cria oportunidades de reflexo crtica sobre a contribuio da agricultura familiar, povos e comunidades tradicionais na busca de alternativas sustentveis lgica da globalizao e padronizao de produtos e processos.
Para ampliar o respaldo tecnolgico desse setor, as aes do Programa de Pesquisa em Agroecologia do Incaper esto esto sob as regimentaes do setor e concatenadas com os amplos e diversificados objetivos da Agricultura Orgnica, conforme se verifica na relao adiante, relatada por Souza (2012). Destacam-se, entre eles, vrios objetivos relacionados s questes cientficas e tecnolgicas enfocadas nesse programa de pesquisa do Instituto no Estado do Esprito Santo:
Desenvolver e adaptar tecnologias s condies sociais, econmicas e ecolgicas de cada regio.
Trabalhar a propriedade rural dentro de um enfoque sistmico, como um organismo agrcola, primando pela interatividade entre todas as atividades desenvolvidas nessa rea.
Fornecer alimentos saudveis populao, sem resduos qumicos e com alto valor biolgico, como forma de contribuir efetivamente para melhorar a sade e a qualidade de vida das pessoas.
Promover a diversificao da flora e da fauna dos agroecossistemas. Reciclar os nutrientes essenciais s plantas tanto por meio de mobilizaes
no sistema solo/planta como pela fixao biolgica. Promover o equilbrio ecolgico das unidades de produo da propriedade e
buscar a sade do organismo agrcola como um todo. Preservar o solo, evitando a eroso e conservando suas propriedades fsicas,
qumicas e biolgicas.
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Manter a qualidade da gua, evitando contaminaes por produtos qumicos ou biolgicos nocivos.
Controlar os desequilbrios ecolgicos pelo manejo fitossanitrio e uso de agentes de controle biolgico.
Buscar a produtividade tima e no a mxima. Promover a autossuficincia econmica e energtica da propriedade rural. Organizar e melhorar a relao entre os produtores rurais e os consumidores. Preservar a sade dos produtores rurais pelo exerccio de uma agricultura
limpa e dinmica. Promover o sequestro de carbono atmosfrico por meio da fotossntese e
do manejo de biomassa e resduos, de forma a manter e/ou elevar o estoque de carbono do agroecossistema.
O leitor poder verificar nos diversos captulos deste livro que muitos desses objetivos esto sendo aprimorados e melhor embasados por conhecimentos, tecnologias e indicadores gerados no Programa de Pesquisa em Agroecologia do Incaper.
Em linhas gerais, a criao da Lei 10.831, de dezembro de 2003, regulamentada pelo Decreto 6.323, de 27 de dezembro de 2007, que orienta definitivamente a atividade no Brasil a partir de janeiro de 2011, aliada regimentao do uso do selo nacional de produtos orgnicos e outros instrumentos normativos do Ministrio da Agricultura, daro um impulso significativo ao setor.
O crescimento do mercado de alimentos orgnicos no Brasil impulsionar ainda mais a demanda por tecnologias e conhecimentos para o setor produtivo. Por isso, este terceiro volume da srie Agricultura orgnica: tecnologias para a produo de alimentos saudveis objetiva apresentar mais um conjunto de trabalhos tcnicos e cientficos a serem agrupados queles publicados nos dois primeiros volumes, alm de contribuir para o desenvolvimento competitivo e sustentvel do setor.
Jacimar Luis de Souza
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LINHA DO TEMPO DA AGRICULTURA
ORGNICA NO INCAPER
1985: A Secretaria de Agricultura do Estado do Esprito Santo realiza o 1 Seminrio de Agricultura Alternativa na Estao Experimental Mendes da Fonseca, Municpio de Domingos Martins, momento em que discutida a situao do movimento por uma agricultura mais sustentvel. Poucos meses depois, a Emcapa e a Emater-ES organizam uma visita de tcnicos e agricultores ao Estado de So Paulo, com objetivo de conhecer experincias de agricultores orgnicos, praticantes dessa chamada Agricultura Alternativa na poca.
1987: Realiza-se o 2 Encontro Capixaba de Olericultura (ECO) e o 2 Seminrio de Agricultura Alternativa, dando continuidade s discusses anteriores e reforando, mais uma vez, a crescente demanda pela Agricultura Alternativa.
1989/1990: Uma equipe de pesquisadores da Emcapa (hoje Incaper) prope o primeiro projeto de pesquisa em agricultura orgnica, com enfoque holstico, realizando investigaes dentro de um sistema produtivo, com bastante nfase em estudos de alta replicabilidade temporal em ambientes controlados.
1990 a 1995: A equipe de tcnicos trabalha na execuo dos diversos subprojetos e experimentos, gerando informaes e conhecendo a dinmica do sistema orgnico de produo.
1996: Iniciam-se as primeiras publicaes de trabalhos cientficos culminando com um reconhecimento pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Vitria, que confere ao projeto, durante a realizao da 7 Feira do Verde, o primeiro lugar no prmio Tio S de incentivo pesquisa ecolgica.
1998: Os trabalhos da Emcapa credenciam a Empresa a coordenar o 1 Encontro Nacional sobre Produo Orgnica de Hortalias, realizado em Vitria/ES. O evento congregou quase 400 pessoas, entre tcnicos e agricultores, do Brasil e do exterior e atingiu plenamente seus objetivos.
1999: Os estudos continuam e o trabalho intitulado Estudo de solos submetidos a manejo orgnico ao longo de 9 anos, um dos cinco publicados no 39 Congresso Brasileiro de Olericultura, recebe distino como um dos dez melhores trabalhos do pas apresentados naquele momento.
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Linha do tempo da agricultura orgnica no Incaper
2000: Um novo milnio se inicia e muito se aprendeu sobre a agricultura orgnica, possibilitando reconhecer os efeitos impressionantes do equilbrio ecolgico sobre a superao da maioria dos problemas fitossanitrios comuns em sistemas convencionais de cultivo, mas tambm permitiu identificar problemas persistentes de pragas e doenas que necessitam manejos especficos e investigao cientfica mais detalhada.
2001: O trabalho intitulado Desenvolvimento de tecnologias para a olericultura orgnica brasileira, apresentado em forma de separata, no 41 Congresso Brasileiro de Olericultura, em Braslia DF, recebe o prmio SOB-2001, outorgado anualmente pela Sociedade de Olericultura do Brasil.
2003: instituda pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (Mapa) a primeira lei brasileira para a rea da agroecologia, a Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003, que dispe sobre a agricultura orgnica e d outras providncias.
2006: Uma tese de doutorado gerada dentro do Programa de Pesquisa em Agroecologia do Incaper, enfocando estudos sobre eficincia energtica em dez culturas, em sistema orgnico, confirma a grande contribuio da agricultura orgnica para o uso eficiente da energia nos sistemas produtivos.
2006: O trabalho intitulado Agricultura orgnica: uma alternativa crise energtica global agraciado com o Prmio Ecologia 2006 - Categoria Pesquisa Cientfica, em 2 lugar, outorgado pela Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado do Esprito Santo.
2007: O trabalho intitulado Sequestro de carbono em solos agrcolas sob
manejo orgnico para reduo da emisso de gases de efeito estufa agraciado com o Prmio Ecologia 2007 - Categoria Pesquisa Cientfica, em 1 lugar, outorgado pela Secretaria de Meio Ambiente do Governo do Estado do Esprito Santo.
2007: A presidncia da repblica lana o Decreto 6.323, de 27 de dezembro de 2007, regulamentando a Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003.
2008: O trabalho intitulado Potencial da agricultura orgnica para o sequestro de carbono atmosfrico e reduo do aquecimento global agraciado com o Prmio Tio S 2008 - Categoria Pesquisa Ambiental, em 3 lugar, outorgado pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Vitria.
2009: O trabalho Balano e anlise da sustentabilidade energtica na produo orgnica de hortalias, publicado na revista Horticultura Brasileira, v. 26, p. 433-440, 2008, recebe o Prmio ABH 2009, outorgado anualmente pela Associao Brasileira de Horticultura, o qual se encontra includo como captulo neste livro.
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2009: A rea Experimental de Agricultura Orgnica do Incaper, ao completar 20 anos de pesquisas, sediou um Dia de Campo Especial, na forma de vitrine tecnolgica, momento em que passa a ser caracterizada como uma Unidade de Referncia em Agroecologia (URA), para o Estado do Esprito Santo.
2010: Dois trabalhos do Programa de Pesquisa em Agroecologia do Incaper, intitulados Desempenho produtivo de hortalias em 20 anos de cultivo orgnico e Monitoramento da fertilidade de solos no cultivo orgnico de hortalias durante 20 anos, recebem a distino como Trabalho Destaque do 50 Congresso Brasileiro de Olericultura, entre os dez melhores do pas, publicados nesse evento em 2010, ambos includos como captulos neste livro.
2010: O trabalho intitulado Viabilidade tecnolgica e ambiental da produo de alimentos orgnicos no Esprito Santo agraciado com o Prmio Tio S 2010 - Categoria Pesquisa Ambiental, em 2 lugar, outorgado pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Vitria.
2011: O Incaper lana o documento Conhecimentos tecnolgicos para o cultivo orgnico de hortalias, milho e feijo no Esprito Santo: 20 anos de investigao cientfica, com os resumos e referncias bibliogrficas de 46 trabalhos, congregando tecnologias e indicadores para a agricultura orgnica capixaba e brasileira.
2011: O Mapa institui a Instruo Normativa n 46, de 6 de outubro de 2011, com base na Lei 10.831 e no Decreto 6.323, estabelecendo os Regulamentos Tcnicos para os sistemas orgnicos de produo animal e vegetal, bem como as listas de substncias permitidas para uso nesses sistemas de produo. Em dezembro de 2011, o Mapa coordena e apresenta a primeira verso do Plano Nacional de Agroecologia e Produo Orgnica.
2012: O Incaper lana a cartilha Agroecologia e agricultura orgnica: princpios tcnicos, mtodos e prticas visando a orientar tcncos e agricultores para o ingresso na cadeia produtiva dos alimentos orgnicos.
2012: A equipe de pesquisadores e bolsista do Incaper publicam mais quatro trabalhos cientficos de grande relevncia no 52 Congresso Brasileiro de Olericultura, intitulados Potencial de uso da biomassa de leucena como adubao em cobertura para o cultivo orgnico de repolho, Avaliao de mquinas e implementos para manejo de palhas e plantio direto na agricultura orgnica, Efeitos da biomassa verde de leucena, associada a doses de composto, sobre as caractersticas do solo em cultivo orgnico em alamedas e Efeitos da poca de incidncia de Altenria porri sobre a produo de alho orgnico.
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Linha do tempo da agricultura orgnica no Incaper
2012: O Governo Federal, por meio do Decreto n 7.794, de 20 de agosto de 2012, institui a Poltica Nacional de Agroecologia e Produo Orgnica (PNAPO) objetivando integrar, articular e adequar polticas, programas e aes indutoras da transio agroecolgica e da produo orgnica e de base agroecolgica, contribuindo para o desenvolvimento sustentvel e a qualidade de vida da populao, por meio do uso sustentvel dos recursos naturais e da oferta e consumo de alimentos saudveis.
2012: Em 20 de novembro de 2012, instalada oficialmente a Comisso Nacional da PNAPO (CNAPO) e a Cmara Interministerial de Agroecologia e Produo Orgnica (CIAPO), envolvendo 7 ministrios e 14 entidades da sociedade civil, para orientar e conduzir a operacionalizao dessa poltica pblica em prol da produo de alimentos orgnicos no Brasil, com vistas criao do Plano Nacional de Apoio Agroecologia e Produo Orgnica (PLANAPO).
2013: Em novembro de 2013, institudo pelo Governo Federal o PLANAPO e estamos na expectativa de sua implementao.
Nos primeiros dez anos do projeto, enfocaram-se predominantemente a gerao de tecnologias de manejo de compostagem, de solos e de cultivos, com a preocupao de contribuir com tcnicas de interferncia positiva para o alcance de melhores desempenhos tcnicos e econmicos nos diversos cultivos orgnicos. Poucos esforos foram despendidos para o entendimento dos fenmenos naturais, que se apresentaram como responsveis pelos maiores benefcios obtidos no sistema produtivo, a exemplo da superao da grande maioria dos problemas com pragas e doenas to comuns em sistemas convencionais da Regio Centro-Serrana.
Do 10 ao 20 ano do projeto, enfocaram-se estudos sobre a planificao de sistemas orgnicos e gerao de tecnologias de manejo de solos de forma duradoura e equilibrada, sem acumular excessos e provocar desbalanos entre os elementos, principalmente atravs dos efeitos acumulados depois de vrios anos de cultivo, de forma a orientar os tcnicos e agricultores a viabilizarem prticas que conduzam a uma maior sustentabilidade e minimizem entradas de insumos externos propriedade. Tambm houve nfase em pesquisas voltadas para a gerao de conhecimentos sobre os indicadores de sustentabilidade em eficincia energtica e sequestro de carbono visando ampliar a compreenso do sistema produtivo em toda sua plenitude de sustentabilidade ambiental.
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AUTORES E COAUTORES
Alberto Luiz Marsaro JniorEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Entomologia, Pesquisador da [email protected]
Alessandro Gis OrrutaEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Cincias do Solo, Professor da [email protected]
Andr Guaroni M.Engenheiro Agrnomo, D.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisador do Incaper [email protected]
Carlos Alberto Simes do CarmoEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Fitotecnia, Pesquisador do Incaper [email protected]
Edegar Antonio FormentiniEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Extensionista Aposentado do [email protected]
Eduardo de S MendonaEngenheiro Agrnomo, Ph.D. Solos e Nutrio de Plantas, Professor do [email protected]
Eduardo Ferreira SalesEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Agroecologia, Pesquisador do Incaper [email protected]
Flavio Antonio LazzariEngenheiro Agrnomo, Ph.D. Fitopatologia, Consultor na rea de Segurana [email protected]
Gabriel Pinto GuimaresEngenheiro Agrnomo, Doutorando em Produo Vegetal no [email protected]
Gustavo Augusto Moreira GuimaresEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Gentica e Melhoramento de Plantas, Professor do IF [email protected]
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Haloysio Miguel de SiqueiraEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Produo Vegetal, Professor do [email protected].
Hlcio CostaEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper [email protected] Iris Maria RibeiroBiloga, Assessora Tcnica na Coordenadoria de Licenciamento Ambiental de [email protected]
Jacimar Luis de SouzaEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador do Incaper [email protected]
Jeane Augusto NicodemosBiloga pela [email protected]
Joo Batista Silva ArajoEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador do Incaper [email protected]
Jos Aires VenturaEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper [email protected]
Jos Mauro de Sousa BalbinoEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fisiologia Vegetal, Pesquisador do Incaper [email protected]
Lilian Lagem RodriguesEngenhaira Agrnoma, Mestranda em Produo Vegetal no [email protected]
Lucas Contarato PilonEngenheiro Agrnomo, Doutorando em Cincia do Solo na [email protected]
Luiz Carlos PrezottiEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisador do Incaper [email protected]
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Lys Mary Bileski CndidoFarmacutica, D.Sc. Engenharia de Alimentos, Professora da [email protected]
Maria Aparecida FernandesEngenheira Agrnoma, Especialista em Agroecologia, Ifes - Campus Alegre [email protected]
Maria da Penha AngelettiEngenheira Agrnoma, M.Sc. Fitotecnia, Pesquisadora do Incaper [email protected]
Maria Elisabete Oliveira AbaurreEngenheira Agrnoma, M.Sc. Fitotecnia, Pesquisadora do Incaper [email protected]
Paula Mauri BernardesEngenheira Agrnoma, Mestranda em Produo Vegetal no [email protected]
Paulo Roberto CeconEngenheiro Agrnomo, Ph.D. Estatstica, Professor da [email protected]
Ricardo Henrique Silva SantosEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Professor da [email protected]
Rogrio Carvalho GuaroniEngenheiro Agrcola, D.Sc. Produo Vegetal, Pesquisador do Incaper [email protected]
Rogrio Dela Costa GarciaAdministrador, Especialista em Administrao Rural, Ifes - Campus Venda [email protected]
Sonia Maria Noemberg LazzariBiloga, Ph.D. Entomologia, Consultora na rea de Segurana [email protected]
Vicente Wagner Dias CasaliEngenheiro Agrnomo, Ph.D. Melhoramento de Plantas, Professor da [email protected]
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Victor Almeida PereiraEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Bolsista CNPq/Fapes/[email protected]
Victor Maurcio da SilvaBilogo, Doutorando em Produo Vegetal no [email protected]
EQUIPE DE APOIO TCNICO
Walter de Oliveira FilhoFernando Antnio Ramos NunesJos Carlos GuarnierAlvim BedasJoo Batista Rboli Vargaszio Martins Eller
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REVISORES TCNICOS
Adolfo Brs SunderhusEngenheiro Agrnomo, Extensionista do Incaper
Agno Tadeu da SilvaEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Extensionista do Incaper
Andr Ferreira SantosEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Solos e Nutrio de Plantas
Andr Guaroni M.Engenheiro Agrnomo, D.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisador do Incaper
Antnio Carlos BenassiEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador Aposentado do Incaper
Csar Jos FantonEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Entomologia, Pesquisador do Incaper
David dos Santos MartinsEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Entomologia, Pesqusiador do Incaper
Edegar Antonio FormentiniEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Extensionista Aposentado do Incaper
Eduardo Ferreira SalesEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Agroecologia, Pesquisador do Incaper
Enilton Nascimento de SantanaEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper
Fabrcio Moreira SobreiraEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador do Incaper
Gustavo Soares de SouzaEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Produo Vegetal, Pesquisador do Incaper
Joo Batista Silva ArajoEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador do Incaper
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Jonas Coutinho LisboaAdministrador, Especialista em Gesto Pblica e Contbil, Analista de Suporte em Desenvolvimento Rural do Incaper
Jos Aires Ventura Engenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitopatologia, Pesquisador do Incaper
Jos Mauro de Sousa BalbinoEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisador do Incaper
Jos Salazar Zanuncio JuniorZootecnista, D.Sc. Entomologia, Pesquisador do Incaper
Jos Srgio SalgadoEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisador Aposentado do Incaper
Karin Tesch KuhlcampEngenheira Agrnoma, M.Sc. Produo Vegetal, Pesquisadora do Incaper
Leandro Reis NovakEngenheiro Agrcola, M.Sc. Engenharia Agrcola, Extensionista do Incaper
Lorena Abdalla de Oliveira Prata GuimaresEngenheira Agrnoma, M.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisadora do Incaper
Lcio de Oliveira ArantesEngenheiro Agrnomo, M.Sc. Gentica e Melhoramento de Plantas, Pesquisador do Incaper
Luciano Macal FazoloEconomista, Especialista em Associativismo e Cooperativismo, Extensionista disposio
Lcio Herzog De MunerEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Recursos Naturais, Extensionista do Incaper
Luiz Carlos PrezottiEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Solos e Nutrio de Plantas, Pesquisador do Incaper
Luiz Carlos Santos CaetanoEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Produo Vegetal, Pesquisador do Incaper
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Marcia Neves Guelber SalesEngenheira Agrnoma, D.Sc. Agroecologia, Pesquisadora do Incaper
Maria Amlia Gava FerroEngenheira Agrnoma, D.Sc. Gentica e Melhoramento de Plantas, Pesquisadora Embrapa Caf/Incaper
Maria da Penha AngelettiEngenheira Agrnoma, M.Sc. Fitotecnia, Pesquisadora do Incaper
Maristela Aparecida DiasEngenheira Agrnoma, D.Sc. Fitotecnia, IF Goiano, Campus Ipor
Maurcio Jos FornazierEngenheiro Agrnomo, Doutorando em Entomologia, Pesquisador do Incaper
Roberta Guimares de Souza Biloga, D.Sc. Ecologia, Ifes, Campus Montanha
Rogrio Carvalho GuaroniEngenheiro Agrcola, D.Sc. Produo Vegetal, Pesquisador do Incaper
Romrio Gava FerroEngenheiro Agrnomo, D.Sc. Gentica e Melhoramento de Plantas, Pesquisador do Incaper
Sara Dousseau ArantesEngenheira Agrnoma, D.Sc. Fisiologia Vegetal, Pesquisadora do Incaper
Sarah Ola MoreiraEngenheira Agrnoma,D.Sc. Gentica e Melhoramento de Plantas, Pesquisadora do Incaper
Scheila Marina BraganaEngenheira Agrnoma, D.Sc. Fitotecnia, Pesquisadora do Incaper
Sheila Cristina Prucoli PosseEngenheira Agrnoma, D.Sc. Produo Vegetal, Pesquisadora do Incaper
Tiago de Oliveira GodinhoEngenheiro Florestal, M.Sc. Cincias Florestais, Pesquisador do Incaper
Vanessa Alves Justino BorgesCientista Social, M.Sc. Sociologia, Pesquisadora do Incaper
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SUMRIO
CAPTULO 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27MTODOS E PRTICAS NORTEADORAS DO PROGRAMA DE PESQUISA COM AGRICULTURA ORGNICA
CAPTULO 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33COMPORTAMENTO DE ESPCIES EM SISTEMA ORGNICO DE PRODUO
1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2 AVALIAES E MANEJO DAS CULTURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
3 DESEMPENHO PRODUTIVO MDIO DAS CULTURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4 DESEMPENHO PRODUTIVO DETALHADO POR CULTURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
CAPTULO 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57ESPCIES E VARIEDADES ADAPTADAS AO CULTIVO ORGNICO
1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
2 PRODUO, MULTIPLICAO E SELEO DE CULTIVARES PARA SISTEMA
ORGNICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
2.1 RESGATE E SELEO DE VARIEDADES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
2.2 CARACTERIZAO E SELEO DAS ESPCIES E VARIEDADES . . . . . . . . . . . . . . . . 61
2.3 DISTRIBUIO DE SEMENTES E PROPGULOS ORGNICOS . . . . . . . . . . . . . . . . 72
3 CONSIDERAES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
CAPTULO 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79FERTILIDADE DE SOLOS E DINMICA DE CARBONO EM SISTEMAS ORGNICOS DE PRODUO
1 EVOLUO DA FERTILIDADE DO SOLO EM 20 ANOS DE CULTIVO ORGNICO DE HORTALIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
1.1 MATRIA ORGNICA (MO) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
1.2 CAPACIDADE DE TROCA DE CTIONS (CTC) E SOMA DE BASES (S) . . . . . . . . . . . . . 82
1.3 POTSSIO (K). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
1.4 FSFORO (P) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
1.5 CLCIO ( ) E MAGNSIO ( ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
1.6 SATURAO POR BASES (V) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Ca Mg
-
1.7 POTENCIAL HIDROGENINICO ( ). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
2 ESTOQUE DE CARBONO (C) E FERTILIDADE DE SOLOS EM SISTEMAS DE ADUBAO ORGNICA E MINERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
2.1 CARACTERIZAO DOS SISTEMAS DE ADUBAO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
2.2 EVOLUO DA MATRIA ORGNICA (MO) E ESTOQUE DE CARBONO (C) . . . . . . . . . 91
2.3 EVOLUO DA FERTILIDADE DOS SOLOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
2.4 DESEMPENHO PRODUTIVO DAS CULTURAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
3 POTENCIAL DE SEQUESTRO DE CARBONO (C) EM SISTEMA ORGNICO DE PRODUO DE HORTALIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
3.1 SEQUESTRO DE CARBONO (C) EM SISTEMAS ORGNICOS . . . . . . . . . . . . . . . . 100
3.2 PRINCPIOS E PRTICAS AGROECOLGICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
3.3 DETERMINAO DE MATRIA ORGNICA (MO), GS CARBNICO (CO2) E CARBONO (C) 104
3.4 EVOLUO DA MATRIA ORGNICA (MO) E ESTOQUE DE CARBONO (C) NO SISTEMA 105
4 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
CAPTULO 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115SISTEMAS DE ADUBAO VERDE E PLANTIO DIRETO EM CULTIVOS ORGNICOS
1 RENDIMENTO DE MASSA DE ADUBOS VERDES E O IMPACTO NA FERTILIDADE DO SOLO EM SUCESSO DE CULTIVOS ORGNICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
2 MANEJO DO FEIJO-GUANDU, ASSOCIADO COM CAFEEIRO EM DIFERENTES POCAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
3 EFICINCIA DA ADUBAO VERDE COM CROTALRIA EM PR-CULTIVO NA PRODUO AGROECOLGICA DE HORTALIAS, NA AMAZNIA MERIDIONAL . . . . 131
4 AVALIAO DE MQUINAS E IMPLEMENTOS PARA MANEJO DE PALHAS E PLANTIO DIRETO NA AGRICULTURA ORGNICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
5 CULTIVO ORGNICO EM ALAMEDAS: EFEITOS DA BIOMASSA VERDE DE LEUCENA, ASSOCIADA A DOSES DE COMPOSTO, SOBRE AS CARACTERSTICAS DO SOLO . . . 140
6 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
CAPTULO 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151DIAGNSTICO DE RESDUOS ORGNICOS
1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
2 ESTERCOS, RESDUOS AGROINDUSTRIAIS E SIMILARES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
2.1 ESTERCOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 153
2.2 RESDUOS AGROINDUSTRIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
3 RESDUOS VEGETAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
3.1 GRAMNEAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
pH
-
3.2 LEGUMINOSAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163
3.3 OUTRAS FONTES VEGETAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164
4 COMPOSTOS ORGNICOS E OUTROS INSUMOS ELABORADOS . . . . . . . . . . . . . . . 172
4.1 COMPOSTO ORGNICO PADRO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172
4.2 COMPOSTOS, VERMICOMPOSTOS E OUTROS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176
5 RESDUOS E BIOFERTILIZANTES LQUIDOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183
6 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185
CAPTULO 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189SISTEMAS DE MANEJO DE COMPOSTAGEM ORGNICA
1 MQUINA COMPOSTADEIRA: UMA TECNOLOGIA DE REVOLVIMENTO DE COMPOSTO AO ALCANCE DOS AGRICULTORES. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 190
1.1 MECANIZAO DA COMPOSTAGEM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192
1.2 PROCESSO DA COMPOSTAGEM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194
1.3 AVALIAO DA MQUINA COMPOSTADEIRA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198
1.4 ANLISE DO COMPOSTO OBTIDO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204
2 COMPOSTAGEM PELO SISTEMA CAPARA: ALTERNATIVA EFICAZ E DE BAIXO CUSTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 204
2.1 CONFECO DOS COMPOSTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
2.2 ANLISE DOS COMPOSTOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
3 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 208
CAPTULO 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213ADUBAO ORGNICA VIA FOLIAR E DE COBERTURA PARA HORTALIAS
1 ADUBAO FOLIAR COM BIOFERTILIZANTE BOVINO NA CULTURA DO ALHO, EM SISTEMA ORGNICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214
2 EFEITO DA ADUBAO SUPLEMENTAR DE COBERTURA SOBRE O DESEMPENHO PRODUTIVO DO PIMENTO EM SISTEMA ORGNICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217
3 PRODUO E INCIDNCIA DE BROCAS-DO-FRUTO DE ACORDO COM DOSES DE BIOFERTILIZANTE ENRIQUECIDO, NO CULTIVO ORGNICO DE TOMATE EM ESTUFA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
4 POTENCIAL DE USO DA BIOMASSA DE LEUCENA COMO ADUBAO DE COBERTURA PARA O CULTIVO ORGNICO DE REPOLHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 224
5 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229
CAPTULO 9. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233TCNICAS CULTURAIS PARA O APRIMORAMENTO DO CULTIVO ORGNICO DE HORTALIAS
1 ADEQUAO DO ESPAAMENTO DE PLANTIO PARA O CULTIVO ORGNICO DO ALHO 234
-
2 EFEITOS DA PODA APICAL DO TOMATEIRO SOBRE A PRODUO E A SANIDADE DA CULTURA EM SISTEMA ORGNICO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 239
3 AVALIAO DO SOMBREAMENTO ARTIFICIAL NA CULTURA DO GENGIBRE, EM SISTEMA ORGNICO DE PRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242
4 IMPORTNCIA MULTIFUNCIONAL DA COBERTURA MORTA DO SOLO EM CANTEIROS DE CENOURA, NO SISTEMA ORGNICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 246
5 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 254
CAPTULO 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257MANEJO E CONTROLE DE DOENAS EM CULTIVO ORGNICO DE HORTALIAS
1 DOSAGEM E INTERVALO DE APLICAO DA CALDA VIOSA NO CONTROLE DA MANCHA-DE-MICOSFERELA DO MORANGUEIRO, EM DOIS SISTEMAS DE PRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258
2 AVALIAO DE FOSFITO NO CONTROLE DA REQUEIMA DO TOMATEIRO . . . . . . . 261
3 IMPORTNCIA DA OCORRNCIA DA MANCHA-PRPURA PARA A PRODUO DE ALHO ORGNICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 264
4 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268
CAPTULO 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273SISTEMAS DE ADUBAO ORGNICA E MINERAL NA PRODUO E QUALIDADE DE GROS DE MILHO
1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274
2 MTODOS ADOTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 274
3 RESULTADOS ALCANADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275
4 CONSIDERAES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 278
5 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 279
CAPTULO 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283DESEMPENHO ECONMICO DE CULTIVOS ORGNICOS
1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284
2 ESTUDOS ECONMICOS E BASE TCNICA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284
3 COEFICIENTES TCNICOS DETALHADOS POR CULTURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 288
3.1 ABBORA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 289
3.2 ALHO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291
3.3 BATATA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294
3.4 BATATA-BAROA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 296
3.5 BATATA-DOCE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 299
3.6 CENOURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 301
3.7 COUVE-FLOR. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 304
-
3.8 FEIJO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 306
3.9 MILHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309
3.10 MORANGO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 311
3.11 PIMENTO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314
3.12 QUIABO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 316
3.13 REPOLHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
3.14 TARO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322
3.15 TOMATE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 324
4 ANLISE GERAL DE CUSTOS E RECEITAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 327
5 CONSIDERAES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 331
6 REFERNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 332
CAPTULO 13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 335EFICINCIA ENERGTICA DE SISTEMAS ORGNICOS DE PRODUO
1 INTRODUO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
2 ANLISES ENERGTICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 337
3 ANLISE E BALANO ENERGTICO DOS SISTEMAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 341
4 PARTICIPAO DOS COMPONENTES NO CUSTO ENERGTICO . . . . . . . . . . . . . . . 343
5 ANLISE DE SUSTENTABILIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 345
6 CONSIDERAES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 348
7 REFERNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 349
ANEXOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
-
27
MTODOS E PRTICAS NORTEADORAS DO PROGRAMA DE PESQUISA COM
AGRICULTURA ORGNICA
CAPTULO 1
Jacimar Luis de Souza
O manejo orgnico adotado na rea Experimental da Unidade de Referncia em Agroecologia (URA) do Incaper compreende tcnicas que proporcionam o uso equilibrado do solo, um balano adequado entre as entradas e as sadas de nutrientes e que mantm uma fertilidade duradoura do sistema. O manejo cultural e fitossanitrio dos campos experimentais so implementados com mtodos e prticas de produo, entre os quais podemos destacar:
MANEJO AGROECOLGICO DO SOLO
Consiste na realizao do manejo e preparo dos solos preservando o mximo possvel a sua estrutura, por meio de tcnicas de cultivo mnimo e plantio direto na palha. No plantio direto, no se prepara o solo com araes e gradagens antes da plantao, mas se utiliza de equipamentos e implementos de manejo de plantas de cobertura de solo, como roadeiras, rolos-faca, trituradores, entre outros. Assim, uma camada de palha sobre o terreno, alm de proteg-lo contra o impacto direto das chuvas intensas, que podem provocar eroses severas, dificulta o nascimento da vegetao espontnea, devido reduo da iluminao e ainda contribui para reduzir o aquecimento excessivo do solo e a emisso de CO
2, gs causador do efeito
estufa.
ADUBAO ORGNICA
Sistemas orgnicos utilizam adubos na forma de estercos de animais, compostos orgnicos ou outras fontes recomendadas pelas normas tcnicas de produo. A produo de composto orgnico na propriedade uma excelente estratgia para obter um adubo orgnico de alta qualidade e baixo custo. O mtodo de produo desse insumo adotado na Unidade de Referncia em Agroecologia (URA) do Incaper o sistema Indore, em pilhas de resduos, em camadas alternadas, com reviramentos peridicos. O composto aplicado a lano ou localizado em sulcos ou covas das diversas culturas orgnicas estudadas. A Figura 1 mostra o ptio de compostagem da URA e a aplicao localizada em covas, em rea preparada para plantio de tomate orgnico.
-
28
Captulo 1 - Mtodos e prticas norteadoras do programa de pesquisa com agricultura orgnica
Figura 1. Ptio de compostagem de resduos orgnicos, com pilhas de composto em vrios estgios (A) e adubao com composto orgnico, em covas para plantio de tomate (B). URA, Domin-gos Martins/ES.
ADUBAO VERDE
Uma das tcnicas essenciais na agricultura orgnica e muito utilizada na URA o emprego de plantas melhoradoras de solo, como as leguminosas para a fixao biolgica de nitrognio e as gramneas para fixao de carbono e melhoria da estrutura fsica do solo. Essas espcies de plantas para adubao verde podem ser utilizadas em cultivos solteiros, consorciados ou por meio de rvores adubadeiras (Figura 2). A tcnica da adubao verde consiste no cultivo de plantas enriquecedoras do sistema de produo, que conferem aumento de produtividade de at 50% e melhoria significativa no padro comercial do produto orgnico.
Figura 2. Pr-cultivo de crotalaria, sendo acamada com rolo-faca (A) e consrcio de tremoo-branco e aveia (B). Cultivo de repolho em alamedas de leucena (C) e cultivo de alfaces em alame-das de gliricdia (D).
D
B
B
C
A
A
-
29
COBERTURA MORTA E PROTEO DO SOLO
O emprego de resduos vegetais sobre a superfcie do solo proporciona sua proteo contra insolao excessiva e eroso, reteno de umidade, economia de gua, ativao biolgica do solo e favorecimento do desenvolvimento das plantas. Essas mltiplas funes da cobertura morta desempenham papel fundamental para a sade do sistema, especialmente daqueles que manejam intensivamente o solo, com culturas de ciclo curto, como na olericultura orgnica.
MANEJO DE ERVAS ESPONTNEAS
O manejo das ervas de forma associada aos cultivos comerciais na agricultura orgnica fundamental para a preservao de habitat, que podem constituir locais para refgio de predadores e, consequentemente, influenciar o equilbrio ecolgico. Essa prtica tambm auxilia na proteo do solo e na ciclagem de nutrientes. O manejo deve ser realizado por meio de corredores de refgio e capina em faixa, de modo a evitar a concorrncia das ervas espontneas com a cultura de interesse comercial e mant-las parcialmente no sistema. Esses pequenos habitat servem para abrigar predadores de pragas agrcolas, como vespas, aranhas, sapos, rs e outros insetos e animais que so fundamentais para a manuteno da cadeia alimentar do ecossistema local.
ADUBAES SUPLEMENTARES COM BIOFERTILIZANTES LQUIDOS
O emprego de biofertilizantes pode ser feito via solo ou via foliar utilizando-se preferencialmente solues preparadas com recursos locais. O uso de biofertilizantes enriquecidos com minerais e de biofertilizantes preparados apenas com esterco bovino fresco e gua so opes bastante eficientes. Alm deles, biofertilizantes lquidos enriquecidos com vegetais e cinzas, e chorumes preparados base de composto orgnico tambm so bastante utilizados.
ADUBAES AUXILIARES COM FERTILIZANTES MINERAIS DE BAIXA SOLUBILIDADE
O uso de minerais de baixa solubilidade, que no alteram o equilbrio do sistema solo/planta, uma prtica importante nos sistemas orgnicos. Utilizam-se ps de rochas de vrias fontes, a exemplo dos fosfatos naturais empregados para a correo de deficincias em fsforo nos sistemas produtivos. A utilizao de ps de rochas tambm tem sido muito til para a remineralizao de solos muito intemperizados repondo microelementos importantes para a nutrio e para o equilbrio fitossanitrio das plantaes orgnicas.
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30
Captulo 1 - Mtodos e prticas norteadoras do programa de pesquisa com agricultura orgnica
PRTICAS DE ROTAO DE CULTURAS, CONSRCIOS E QUEBRA-VENTOS
O emprego de tcnicas de associaes de plantas por meio de policultivos, sistemas de consrcio, quebra-ventos, entre outras, so imprescindveis em sistemas orgnicos. Esse manejo policultural na agricultura orgnica, congregando um conjunto de tcnicas e prticas associativas, fundamental para aumentar a eficincia produtiva e econmica dos sistemas de produo, alm de contribuir significativamente para o manejo preservacionista e ecolgico do solo.
A importncia da rotao de culturas destacada pelo fato de que, ao se plantar a mesma cultura diversas vezes no mesmo lugar, pode-se contaminar o solo com as doenas daquela espcie. A rotao e a diversificao dos plantios em uma determinada rea interrompem o ciclo das doenas e limitam seu crescimento. Vrus, bactrias e fungos com potencial fitopatognico no encontraro apenas um hospedeiro e permanecero em equilbrio com milhares de outros micro-organismos benficos.
O uso de quebra-ventos pode aumentar em at 20% a produtividade de algumas culturas, em locais onde os ventos so intensos, como regies litorneas, plancies e planaltos. Isso porque essa intemprie aumenta a taxa de evapotranspirao do sistema solo/planta, elevando inclusive os gastos com irrigao na propriedade. Para conter essa perda, rvores como sabi, accias e eucaliptos podem ser plantadas em linhas de acordo com a direo do vento, como uma barreira natural na lavoura. Essas rvores serviro ainda como abrigo e ambiente para pouso e nidificao para pssaros, que podem ser predadores de pragas agrcolas. A bananeira, por exemplo, tem sido uma espcie muito utilizada em propriedades familiares, em reas de culturas anuais, assim como na URA do Incaper.
MANEJO E CONTROLE ALTERNATIVO DE PRAGAS E PATGENOS
O manejo ecolgico de pragas e patgenos na agricultura orgnica inicia-se com o emprego de medidas de preveno que comeam no planejamento e na diversificao do sistema. Alm disso, usam-se medidas culturais preventivas apropriadas a cada cultura ou criao, alm de tcnicas e prticas de controle biolgico, caldas, extratos de plantas, leos vegetais, entre outros.
MANEJO DE COLHEITA E PS-COLHEITA
O manejo dos produtos orgnicos na fase de colheita deve adotar medidas preventivas, como colheita no ponto correto de maturao e uso de implementos isentos de patgenos. Na ps-colheita, necessrio empregar procedimentos de higiene e tcnicas de controle de contaminao com produtos autorizados pela legislao para o cultivo orgnico (Figura 3).
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Figura 3. Colheita de cenouras orgnicas (A) e caixas de cenouras orgnicas recm-colhidas na Uni-dade de Referncia em Agroeoclogia (URA) do Incaper, Domingos Martins/ES (B).
No processo de lavagem e limpeza dos produtos, deve-se utilizar gua de boa qualidade. No setor de ps-colheita, mesas e bancadas devem ser limpas e higienizadas para evitar contaminaes. No processamento, tambm no se empregam aditivos, conservantes ou outros mtodos que possam prejudicar a sade humana.
BA
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33
COMPORTAMENTO DE ESPCIES EM SISTEMA ORGNICO DE PRODUO
Neste captulo, o leitor comprovar que existe plena viabilidade tcnica
na produo de hortalias orgnicas, milho e feijo, mas tambm que
existem culturas, como o morango, pimento e tomate que necessitam de
aprimoramento tecnolgico para a melhoria de rendimentos comerciais,
pois esto abaixo do que se obtm nos sistemas convencionais atualmente
em uso na Regio Centro-Serrana. Em geral, as hortalias orgnicas, em
relao aos respectivos sistemas convencionais, podem ser agrupadas em
quatro categorias: espcies com produtividades similares; espcies com
produtividade superior; espcies com produtividades levemente inferiores; e
espcies com produtividades fortemente inferiores, como morango, pimento
e tomate. As culturas do feijo e do milho, no sistema orgnico, confirmaram-
se como atividades de grande viabilidade tcnica, comparadas aos sistemas
convencionais. Este trabalho demonstra tambm que a cultura do feijo
em sistema orgnico tem apresentado um desenvolvimento vegetativo e
aspecto fitossanitrio muito bom, com mdia de produtividade comercial
de 2.169 kg ha-1 de gros secos. A cultura do milho nesse sistema tambm
tem demonstrado desempenho vegetativo e estado fitossanitrio bastante
promissores, com mdia de rendimento de 8.541 kg ha-1 de gros secos.
CAPTULO 2
Jacimar Luis de Souza
Victor Almeida Pereira
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Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
1 INTRODUO
Os problemas de degradao ambiental causados pelo modelo agrcola brasileiro so amplamente conhecidos, motivo pelo qual a viso de produtividade e qualidade na agricultura necessita de enfoque em sistemas sustentveis. Sistemas de produo que se baseiam na reciclagem de matria orgnica, por meio do uso de compostagem e adubao verde, necessitam de mais estudos sob a tica cientfica, visando atestar a plena viabilidade tcnica de sistemas orgnicos de produo, com rendimentos e qualidade de produtos adequados s exigncias de mercado.
Por esse motivo, a investigao sobre o comportamento produtivo de espcies em sistema orgnico tem sido uma necessidade permanente, justificando-se assim este estudo sobre a viabilidade tcnica de sistemas baseados apenas na ciclagem de nutrientes por fontes naturais, que podero servir de referncia para tcnicos e produtores que, por enquanto, no divulgam e praticam a agricultura em bases orgnicas, respectivamente (SOUZA, 2005).
No campo da olericultura, avaliar o desempenho produtivo de hortalias que foram submetidas a sucessivos melhoramentos genticos em sistemas de base agroqumica torna-se uma necessidade ainda maior, por se tratar de culturas de ciclo curto que so submetidas a muitos ciclos de seleo. Variedades e hbridos selecionados em sistemas de adubao mineral de alta solubilidade so um exemplo clssico dessa demanda.
Oliveira (2001) estudou o manejo orgnico da cultura do repolho hbrido Astrus em funo de sistemas de adubao orgnica e adubao verde, obtendo produtividades mdias de 24,64 t ha-1 e 34,71 t ha-1 em cultivo sobre vegetao espontnea e crotalria, respectivamente. Tambm avaliando doses crescentes de cama de avirio, verificou aumento de produtividade de 17 t ha-1 at 40 t ha-1 de cabeas comerciais, comprovando que sistemas mais adequados de adubaes viabilizam produes mais elevadas.
Existem muitos trabalhos de pesquisa que avaliaram o desenvolvimento agronmico e o comportamento produtivo de espcies olercolas em sistema orgnico de produo. Como exemplo, Castro et al. (2003) e Silva et al. (2003) estudaram os comportamentos de variedades de morango e batata, respectivamente, comprovando grande potencial produtivo e viabilidade tcnica de vrias cultivares para acesso ao mercado.
Mesmo para culturas de maior dificuldade tcnica de produo em sistema orgnico, muitas vezes se confirma grande viabilidade, especialmente quando se incorpora a avaliao econmica, considerando o custo de produo e o preo de venda. Luz, Shinzato e Silva (2007), comparando aspectos agronmicos e econmicos da produo orgnica e convencional do tomateiro, concluram que o sistema orgnico apresentou-se agronomicamente vivel, com um custo de produo 17,1% mais baixo que o convencional e lucratividade at 113,6% maior.
Estudos do comportamento produtivo de culturas em sistema orgnico devem ser analisados sob a tica de obteno de produtividades adequadas,
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que permitam bom retorno econmico, mas sem provocar desequilbrios ao agroecossistema. Muitas vezes, a busca por produtividades mximas proporcionam alto retorno econmico custa do esgotamento dos recursos naturais e da poluio ambiental e dos alimentos (SOUZA; RESENDE, 2014).
Portanto, objetivou-se, com este trabalho, estudar o desenvolvimento agronmico de 11 espcies olercolas em sistema orgnico de produo, procedendo-se a uma avaliao comparativa com as respectivas mdias regionais do sistema convencional de cultivo atualmente em uso no Estado do Esprito Santo.
2 AVALIAES E MANEJO DAS CULTURAS
Este estudo foi executado no perodo de 1990 a 2009, na rea Experimental de Agricultura Orgnica do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Incaper), hoje denominada Unidade de Referncia em Agroecologia (URA). Essa unidade encontra-se localizada no Municpio de Domingos Martins/ES, a uma altitude de 950 m, ocupando uma rea de 2,5 ha, dividida em 15 talhes de solo para possibilitar a prtica da rotao cultural. Para auxiliar na anlise tcnica do comportamento produtivo das culturas, a srie histrica de temperaturas e precipitaes mdias mensais dessa rea, nos ltimos 20 anos, est apresentada na Figura 1.
Figura 1. Mdias mensais das temperaturas e precipitaes na Unidade de Referncia em Agroecolo-gia (URA), de 1993 a 2013.
Fonte: www.incaper.es.gov.br
O manejo orgnico dos solos tem sido realizado por meio da reciclagem de biomassa e restos culturais, compostagem orgnica, prtica de cobertura morta, adubao verde, rotao de culturas, aplicaes de biofertilizantes via solo e foliar, alm de outras prticas afetas ao manejo orgnico de hortalias. Todos os
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Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
procedimentos seguem as recomendaes da Instruo Normativa n 46, de 6 de outubro de 2011, do Ministrio da Agricultura, que estabelece os regulamentos tcnicos para os sistemas orgnicos de produo animal e vegetal.
Ao longo de 20 anos, foram cultivadas 11 espcies de hortalias (abbora, alho, batata, cenoura, couve-flor, morango, pimento, quiabo, repolho, taro e tomate) em sistema de rotao com as culturas de milho, feijo utilizando adubos verdes e seguindo as normas tcnicas citadas anteriormente. Para a maioria das culturas, a adubao orgnica com composto foi realizada na base de 10 t ha-1 (peso seco) no plantio e 5 t ha-1 em cobertura, totalizando 15 t ha-1 por cultivo. Na cultura da abbora, utilizou-se a metade dessa dosagem, ou seja, um total de 7,5 t ha-1 de composto orgnico. Dependendo do diagnstico nutricional de cada campo das espcies mais exigentes, como o alho, morango, pimento e tomate, a adubao em cobertura nica foi substituda por aplicaes semanais ou quinzenais de chorume de composto ou biofertilizante lquido, enriquecido com nitrognio (N) e potssio (P), via solo, na base de 300 a 400 mL por m2.
Os mtodos alternativos de controle de pragas e doenas consistiram principalmente no emprego de controle biolgico com Bacillus thuringiensis e Beauveria bassiana, alm de calda sulfoclcica, calda bordalesa, armadilha luminosa, leos vegetais e detergentes, entre outros, dependendo da espcie e da praga ou patgeno.
A caracterizao metodolgica resumida de cada espcie no sistema orgnico, incluindo alguns indicadores, manejo cultural e base de dados, esto apresentados na Tabela 1.
Os parmetros de avaliao aplicados s espcies de hortalias, feijo e milho abrangeram caractersticas agronmicas e de produo de cada uma delas. Os vrios campos de produo de cada espcie, implantados ao longo dos 20 anos, foram utilizados como repeties para a composio da mdia aritmtica de cada varivel.
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Tabela 1. Descrio metodolgica para as espcies olercolas no sistema orgnico. Incaper, Domin-gos Martins/ES, 2010
Cultura Cultivar (es) Espaamento poca Manejo cultural Base de dados
ABBORA Hbrido comercial Tetsukabuto, usando a moranga como polini-zadora.
2,50m x 2,50m
out. a fev.
- Plantio em covas, com manejo de ervas nativas por coroamento das plantas na fase inicial da cultura.
- Adubao em covas, na base de 7,5 t ha-1.
- A polinizao realizada naturalmente por insetos.
- No se realiza controle itossanitrio.
15 plantios entre os anos de 1991 a 2007.
ALHO Gigante roxo e Gigante curi-tibanos.
0,25m x 0,10m at 2009
0,30m x 0,15m 2010 em diante
mar. a abr.
- Cultivo em canteiros de 1,2m de largura na base de 1,0m de largura no topo.
- Adubao a lano antes do levantamento dos canteiros, na base de 15,0 t ha-1.
- Adubao em cobertura com biofertilizante lquido ou chorume de composto semanal, na base de 300 mL m-2, dos 45 aos 120 dias.
- Controle foliar de alternaria com calda bor-dalesa 1% ou sulfoclcia 1%, quinzenal.
31 plantios entre os anos de 1991 a 2009.
A extrapola-o da produ-o para 1 ha considerou uma rea til de 7.000 m2.
BATATA A principal cultivar foi a Itarar, mas alguns plan-tios foram feitos com as cvs. Matilda e Monte bonito.
1,00m x 0,35m
mar. a jun.
- Plantio em sulcos, adubados na base de 15,0 t ha-1.
- Amontoa aos 30 dias.
- Controle de requeima com calda bordalesa 1%, semanal, dos 30 aos 80 dias.
10 plantios entre os anos de 1991 a 2009.
CENOURA - Inverno: grupo Nan-tes.
- Vero: Braslia.
0,25m x 0,07m
o ano todo
- Semeio em iletes contnuos, com desbaste aos 20 dias.
- Adubao a lano antes do levantamento dos canteiros, na base de 15,0 t ha-1.
- Sem adubao em cobertura e controle itossanitrio.
24 cultivos entre os anos de 1990 e 2009.
A produo para 1 ha considera rea til de 7.000 m2.
COUVE-FLOR
Terespolis precoce (inverno).
1,00m x 0,50m
mar. a ago.
Plantio em covas, com manejo de ervas nativas por capina em faixa, preservando as entrelinhas.
- Adubao em covas, na base de 15,0 t ha-1.
- Adubao em cobertura aos 30 dias.
- Sem controle itossanitrio.
14 cultivos entre os anos de 1992 a 2009.
FEIJO Cultivar do grupo preto, EMCAPA-404 Serrano.
0,50m x 0,07m
mar. - Plantio em sulcos, com densidade de se-meadura de 15 sementes por metro linear.
- Adubao a lano, em toda rea, na base de 10 t ha-1 antes do sulcamento.
- Sem controle itossanitrio.
18 cultivos entre os anos de 1992 a 2009.
MILHO Cultivar EMCAPA-201, de mltipla aptido.
1,00m x 0,20m
set. a dez.
- Plantio em sulcos, semeadura de 2 se-mentes a cada 20 cm, desbastando-se para 1 planta aps emergncia, estabelecendo densidade de 5 sementes por metro linear (50.000 pl ha-1).
- Adubao a lano, na base de 10 t ha-1, em toda rea, antes do sulcamento.
- Sem controle itossanitrio.
18 cultivos entre os anos de 1992 a 2009.
continua
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Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
CULTURA Cultivar (es) Espaamento poca Manejo cultural Base de dados
MORANGO Dover at 1999.
Camarosa a partir de 2007.
0,33m x 0,40m
mar. a abr.
Cultivo em canteiros de 1,2m de largura, na base e 1,0m de largura no topo.
- Adubao a lano, antes do levantamento dos canteiros, na base de 15,0 t ha-1.
- Adubao em cobertura, com chorume de composto semanal, na base de 400 mL m-2, dos 30 dias at meados da frutiicao.- Controle biolgico de pulges e caros.
- Controle de doenas com calda bordalesa, at incio da frutiicao.
17 cultivos entre os anos de 1996 a 2007.
A produo para 1 ha con-sidera uma rea til de 7.500 m2/ha.
PIMENTO Agronmi-co 10-G e Magali-R
1,00m x 0,40m
set. a dez.
Plantio em covas, com manejo de ervas nativas por capina em faixa.
- Adubao em covas, na base de 15,0 t ha-1.
- Adubao em cobertura, com composto aos 30 dias ou com biofertilizante semanal, na base de 400 mL m-2.
- Conduo com 2 a 3 hastes.
- Sem controle itossanitrio.
10 cultivos entre os anos de 1999 a 2008.
QUIABO Santa Cruz 47
1,20m x 0,40m
set. a dez.
- Plantio em covas, com manejo de ervas nativas por capina em faixa, preservando as entrelinhas.
- Adubao em covas, na base de 15,0 t ha-1.
- Adubao em cobertura, com composto aos 30 dias.
- Desbrotas laterais.
- Controle de odio com calda bordalesa ou soluo de leite a 20%.
17 cultivos entre os anos de 1993 a 2001.
REPOLHO Kenzan, Shutoku, Fuyutokyo e Shinsei
0,60m x 0,40m
o ano todo
- Plantio em covas, adubadas, na base de 15,0 t ha-1.
- Sem adubao em cobertura.
- Sem controle itossanitrio.
39 cultivos entre os anos de 1991 a 2009.
TARO Clone re-gional, tipo chins
1,00m x 0,40m
set. a nov.
- Plantio em sulcos.
- Adubao em sulcos, na base de 15,0 t ha-1.
- Adubao em cobertura, com composto, antes da amontoa aos 60 dias.
- Sem controle itossanitrio.
11 cultivos entre os anos de 1992 a 2009.
TOMATE Roquesso. 1,00m x 0,40m
set. a dez.
(cam-po)
o ano todo
(estu-fa)
- Plantio em covas, sobre as leiras cobertas com mulching.
- Adubao em sulcos sob as leiras, na base de 15,0 t ha-1.
- Desbrotas laterais e conduo com uma haste e capao aps o 6 cacho.
- Adubao em cobertura, com biofertilizante enriquecido, semanal, na base de 200 mL m-2, dos 30 dias at meados da frutiicao.- Controle biolgico de mosca branca, pul-ges e caros com Beauveria e de brocas com Bacillus.
- Controle de doenas com calda bordalesa, at incio da frutiicao.
16 cultivos entre os anos de 1992 a 2009.
... concluso
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39
O padro de rendimento comercial tomado como referncia para a anlise de viabilidade tcnica do sistema orgnico foram as produtividades mdias relatadas para o sistema convencional dessas culturas no Estado do Esprito Santo, apresentadas na Tabela 2.
Para as culturas do feijo e milho, as produtividades consideradas foram as mdias indicadas dos sistemas tecnificados e irrigados, empregando-se a tecnologia recomendada para a cultura.
Tabela 2. Produtividades mdias referenciais dos sistemas convencionais de produo de hortali-as, feijo e milho, no Estado do Esprito Santo. Incaper, Domingos Martins/ES, 2010
Espcies Produtividades mdias do ES (kg ha-1)
Abbora 8.500
Alho 6.350
Batata 17.411
Cenoura 28.000
Couve-Flor 15.000
Feijo 1.300
Milho 5.000
Morango 36.000
Pimento 30.000
Quiabo 15.000
Repolho 47.102
Taro 25.000
Tomate 68.200
Fontes: Hortalias (Garcia, 2005); Milho e Feijo (Informaes tcnicas pessoais de sistemas convencionais tecni-icados e irrigados).
3 DESEMPENHO PRODUTIVO MDIO DAS CULTURAS
O manejo orgnico do sistema de produo de hortalias tem proporcionado bom desenvolvimento agronmico para a maioria das espcies trabalhadas (Figura 2), permitindo o alcance de nveis competitivos de produtividade e produo de elevado padro comercial. As mdias de produtividades obtidas nos diversos campos experimentais esto apresentadas por cultura, em ordem alfabtica, nas Tabelas 4 a 16, adiante.
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Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
As mdias gerais das produtividades e demais variveis para cada cultura esto apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3. Desenvolvimento agronmico mdio de hortalias, feijo e milho em sistema orgnico, ao longo de 20 anos. Incaper, Domingos Martins/ES, 1990-20091
EspciesN de
cultivos
Produo total
(kg ha-1)
Produo comercial
Ciclo (dias)Produtividade
(kg ha-1)Peso mdio
(g)Compr.
mdio (cm)Dim
mdio (cm)
ABBORA 15 7.508 7.323 2.220 - 18,0 112
ALHO 31 8.247 6.646 37 - 4,1 146
BATATA 10 19.102 17.201 99 8,4 5,5 99
CENOURA 24 26.702 23.547 82 15,3 3,2 108
COUVE-FLOR 14 14.253 12.643 790 - 14,9 111
FEIJO 18 - 2.169 202 - - 104
MILHO 14 - 8.541 - 17,1 5,0 163
MORANGO 17 31.452 26.251 12 - 3,6 202
PIMENTO 10 24.199 22.209 113 12,9 5,6 124
QUIABO 17 15.601 13.282 19 13,5 1,5 132
REPOLHO 39 - 56.553 1.531 - 18,4 129
TARO 11 45.439 24.569 111 9,0 5,3 268
TOMATE 16 49.613 38.518 107 - 5,8 1171 Dados mdios da rea Experimental do Incaper. 2 Peso mdio de 100 sementes.
Os ndices de rendimento e o padro comercial apresentados pelas hortalias indicam plena viabilidade tcnica, especialmente quando os nveis de produtividade comercial no sistema orgnico so comparados s mdias de sistemas convencionais (Tabela 2).
Figura 2. Campos de produo de hortalias orgnicas da rea Experimental Mendes da Fonseca/Unidade de Referncia em Agroecologia (URA): plantas de abbora hbrido Tetsukabuto (A); frutos de abbora Tetsukabuto e moranga exposio recm-colhidos (B); plantas de alho orgnico de elevado vigor (C); cultivo orgnico de tomate em estufa (D); campo e frutos colhidos de morango orgnico (E). Incaper, Domingos Martins/ES, 2010.
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As culturas do alho, batata e taro orgnicos apresentaram rendimentos similares mdia estadual, com diferenas de produtividade de 5% a mais para o alho, 1% a menos para a batata e 2% a menos para o taro, em relao aos respectivos sistemas convencionais.
A cultura do repolho expressou rendimentos mdios superiores s mdias estaduais, em torno de 20%, acima do sistema convencional.
As culturas da abbora, cenoura, couve-flor e quiabo produziram menos que a mdia dos respectivos sistemas convencionais, com ndices de produtividades mdias comerciais inferiores, na ordem de 14%, 16%, 16% e 11%, respectivamente.
As culturas do morango, pimento e tomate revelaram a necessidade de aprimoramento tecnolgico, por apresentarem rendimentos muito inferiores aos respectivos sistemas convencionais, com produtividades 27%, 26% e 44% menores, respectivamente. As limitaes para o cultivo orgnico do pimento tm sido relativas aos aspectos nutricionais, enquanto para o tomate, tm sido no mbito fitossanitrio. Os padres comerciais das hortalias orgnicas, baseados no peso, comprimento e dimetros mdios, podem ser considerados satisfatrios frente s exigncias desse mercado (SOUZA; PEREIRA, 2010).
A cultura do feijo em rotao com as hortalias, em sistema orgnico de produo, utilizando-se a cv. EMCAPA 404 Serrano, apresentou um desenvolvimento vegetativo e aspecto fitossanitrio muito bom, no se justificando a utilizao de produtos fitoprotetores foliares. Verifica-se na Tabela 8, um ciclo mdio de 104 dias e que as produtividades, em 18 cultivos, variaram de 957 kg ha-1 at 3.293 kg ha-1, com mdia de 2.169 kg ha-1 de gros secos aps a bateo. Essa mdia de 20 anos mostrou-se 67% superior mdia de 1.300 kg ha-1 dos sistemas convencionais de cultivos tecnificados e irrigados do Esprito Santo (Tabela 2).
O desempenho vegetativo e o estado fitossanitrio da cv. de milho EMCAPA 201, em cultivo orgnico, tem sido bastante promissora. Na Tabela 9, verificamos que a altura mdia das plantas de 2,9 m pode ser considerada relativamente alta, devido ao fato de ser uma variedade de ampla diversidade gentica. O ciclo mdio foi de 163 dias e as produtividades em 14 cultivos mostraram relativa estabilidade, variando de 5.967 kg ha-1 at 11.732 kg ha-1. A mdia de 8.541 kg ha-1 de gros secos, aps a debulha, pode ser considerada expressiva, pois mostrou-se 71% superior mdia de 5.000 kg ha-1 dos sistemas convencionais tecnificados e irrigados do Esprito Santo (Tabela 2).
Numa avaliao genrica baseada na produtividade comercial, podemos classificar as hortalias orgnicas, em relao aos respectivos sistemas convencionais, em quatro grupos distintos: (A) trs espcies com produtividades similares ao sistema convencional: alho, batata e taro; (B) uma espcie com produtividade superior: repolho; (C) quatro espcies com produtividades levemente inferiores: abbora, cenoura, couve-flor e quiabo; (D) trs espcies com produtividades fortemente inferiores: morango, pimento e tomate. As culturas do feijo e do milho no sistema orgnico confirmaram-se como atividades de grande viabilidade tcnica, comparadas aos sistemas convencionais.
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Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
4 DESEMPENHO PRODUTIVO DETALHADO POR CULTURA
Tabela 4. Desenvolvimento agronmico da cultura da abbora, hbrido Tetsukabuto, em sistema de cultivo orgnico. Incaper, Domingos Martins/ES, 1991 a 2007
Cultivos Talho
AnoProduo
total (kg/ha)
Produo comercialFrutos
brocados (%)
Frutos podres
(%)
Ciclo (dias)
Produti-vidade (kg/ha)
Peso
mdio (kg)
Dimetro
mdio (cm)
Tetsukabuto 1 13 1991/92 6.176 6.118 1,4 16,0 0,9 0,9 87
Moranga 1 2.140 2.064 2,4 20,0 4,4 15,5 107
Tetsukabuto 2 06 1992/93 6.048 5322 1,4 21,0 1,1 - 88
Moranga 2 8.705 8.705 3,0 22,7 13,0 - 103
Tetsukabuto 3 10 1993/94 3.098 2.872 1,2 15,5 1,7 0,0 100
Moranga 3 1.050 1.050 2,2 20,4 5,0 0,0 116
Tetsukabuto 4 14 1993/94 3.203 3.076 1,4 16,6 6,8 - 100
Moranga 4 1.210 1.128 2,4 21,0 22,2 - 101
Tetsukabuto 5 14 1994/95 10.938 10.834 3,2 19,0 1,2 4,8 109
Moranga 5 3.383 3.357 3,4 22,1 6,0 7,3 131
Tetsukabuto 6 11 1995 12.568 12.568 2,7 18,4 1,2 0,9 110
Moranga 6 3.942 3.942 3,3 20,7 19,4 1,0 133
Tetsukabuto 7 06 1995/96 8.360 8.236 3,2 21,2 0,0 0,7 112
Moranga 7 15.272 15.192 3,0 23,2 8,3 1,0 133
Tetsukabuto 8 10 1996 14.598 14.477 2,7 19,1 1,4 2,8 91
Moranga 8 1.904 1.697 3,6 20,9 10,0 35,0 111
Tetsukabuto 9 11 1997 4.450 4.258 2,1 15,7 2,6 13,4 120
Moranga 9 644 578 2,7 22,0 2,9 35,3 104
Tetsukabuto 10 10 1998 5.163 4.696 1,9 17,1 3,0 13,1 120
Moranga 10 971 950 2,9 20,9 25,0 - 131
Tetsukabuto 11 11 1999/00 9.004 8.975 2,4 18,0 0,4 0,1 137
Moranga 11 3.133 3.133 3,2 22,0 13,3 10,0 156
Tetsukabuto 12 14 1999/00 6.770 6.478 2,1 19,4 0,4 4,7 141
Moranga 12 695 695 2,7 21,0 0,0 5,5 160
Tetsukabuto 13 06 2000/01 5.752 5.733 3,8 20,5 8,8 7,0 138
Moranga 13 5.836 5.836 2,4 26,0 7,8 0 117
Tetsukabuto 14 14 2003/04 1.979 1.847 1,4 14,0 - - 108
Moranga 14 - - - - - - -
Tetsukabuto 1506 2007 14.508 14.357 2,4 19,2 - - 127
Moranga 15 3.669 - 2,5 19,4 - - 141
Mdia / Tetsukabuto 7.507,7 7.323,1 2,2 18,0 2,2 4,8 112,5
Mdia /Moranga 3.753,8 2.717,4 2,8 21,6 10,6 13,8 124,5
1 Mdia de 15 cultivos.
-
43
Tabela 5. Desenvolvimento agronmico da cultura do alho em sistema de cultivo orgnico. Incaper, Domingos Martins/ES, 1991 a 2009
Cultivos Talho2 Ano
Produo comercial
Ciclo (dias)
Produtividade (kg/ha)
% Pesos Comerciais
Peso Mdio
(g)
Dim.Mdio (cm)
Alho 1 07 1991 2.328 54 15,5 3,7 136
Alho 2 02 1992 4.172 73 29,4 4,3 132
Alho 3 12 1993 1.450 54 11,1 3,1 148
Alho 4 06 1993 3.527 84 14,6 3,5 152
Alho 5 03 1994 3.151 48 28,0 4,3 137
Alho 6 07 1994 3.185 67 17,7 4,2 132
Alho 7 06 1995 6.323 76 25,0 4,2 144
Alho 8 02 1995 8.764 80 33,0 4,4 154
Alho 9 08 1996 5.686 92 23,9 3,8 152
Alho 10 03 1996 10.455 85 33,6 4,2 153
Alho 11 06 1997 9.450 86 32,0 4,2 153
Alho 12 03 1998 7.430 62 33,7 3,6 147
Alho 13 03 1999 9.910 93 36,2 3,9 147
Alho 14 13 1999 9.600 92 30,0 3,7 148
Alho 15 9/S1 2000 8.870 94 27,0 3,3 145
Alho 16 9/S2 2000 9.000 91 30,1 3,5 145
Alho 17 9/S3 2000 9.600 92 30,1 3,6 145
Alho 18 1/S1 2001 2.517 46 34,3 3,7 146
Alho 19 1/S2 2001 1.483 43 30,7 3,5 146
Alho 20 1/S3 2001 2.117 41 34,3 3,5 146
Alho 21 4/S1 2002 3.726 50 51,0 3,5 153
Alho 22 4/S2 2002 4.067 49 48,3 3,6 153
Alho 23 4/S3 2002 3.815 48 47,4 3,6 153
Alho 24 1/S1 2008 10.634 90 47,0 5,0 143
Alho 25 1/S2 2008 11.581 97 70,4 5,3 143
Alho 26 1/S3 2008 9.662 97 63,0 5,3 143
Alho 27 1/S4 2008 8.985 99 79,7 5,3 143
Alho 28 14/S1 2009 9.600 93 40,0 4,7 150
Alho 29 14/S2 2009 9.757 98 53,0 5,1 150
Alho 30 14/S3 2009 7.967 95 47,0 4,9 150
Alho 31 14/S4 2009 7.209 99 57,0 5,3 150
Mdia 6.646 76 37,0 4,0 146
1 Mdia de 31 cultivos. 2 S = Sistemas de cultivo adotados.
-
44
Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
Tabela 6. Desenvolvimento agronmico da cultura da batata em sistema de cultivo orgnico. Inca-per, Domingos Martins/ES, 1991 a 2009
Cultivos Talho AnoProduo
total (kg/ha)
Produo comercial
(kg/ha)
Peso mdio
(g)
Compr.mdio (cm)
Dimetro mdio (cm)
Ciclo (dias)
Batata 1 13 1991 9.028 7.993 87 7,5 5,9 85
Batata 2 09 1991 13.814 13.161 75 8,5 5,5 83
Batata 3 03 1992 37.492 30.857 104 7,9 5,6 110
Batata 4 03 1993 8.292 7.274 91 7,7 5,4 87
Batata 5 03 1993 17.700 14.497 69 7,2 5,9 100
Batata 6 03 1995 20.829 19.029 139 9,1 5,8 92
Batata 7 09 1996 36.948 35.348 149 9,7 6,2 121
Batata 8 03 1997 28.221 27.450 89 9,9 4,7 101
Batata 9 13 2008 7.835 7.488 80 8,6 5,2 118
Batata 10 3 2009 10.856 8.913 107 8,2 4,6 96
Mdia 19.102 17.201 99 8,0 5,0 991 Mdia de 10 cultivos.
-
45
Tabela 7. Desenvolvimento agronmico da cultura da cenoura em sistema de cultivo orgnico. Incaper, Domingos Martins/ES, 1990 a 2009
Cultivos Talho AnoProduo
total (kg/ha)
Produo comercial
Racha-dura (%)
Podres (%)
Ciclo (dias)
Produti- vidade (kg/ha)
% Peso comer-
ciais (Kg)
Peso mdio
(g)
Compr. mdio (cm)
Dim.Mdio (cm)
Cenoura 1 12 1990/91 23.775 22.725 96 49 13,6 2,6 3,9 - 116
Cenoura 2 04 1992 24.684 21.971 89 81 14,3 3,9 8,8 10,6 95
Cenoura 3 08 1992/93 39.740 36.450 92 92 15,9 3,6 4,0 0,5 110
Cenoura 4 12 1992/93 20.981 14.894 71 84 13,5 3,3 0,1 3,3 104
Cenoura 5 14 1993 24.520 18.480 75 62 13,0 3,1 3,7 5,6 117
Cenoura 6 05 1993 14.335 12.569 88 70 14,0 2,9 4,8 - 112
Cenoura 7 12 1993/94 16.450 15.650 95 49 12,0 3,3 5,6 2,1 99
Cenoura 8 12 1994/95 32.300 27.250 84 89 13,3 2,4 1,9 0,2 103
Cenoura 9 05 1995 53.321 53.064 99 116 16,5 3,8 2,0 - 108
Cenoura 10 08 1995 36.078 30.803 85 65 13,0 2,8 2,9 - 114
Cenoura 11 04 1995 22.994 20.680 90 102 18,7 4,2 3,1 0,0 116
Cenoura 12 11 1996 25.430 24.236 95 76 15,3 2,9 3,3 0,0 114
Cenoura 13 11 1997 18.902 10.145 54 60 13,5 3,2 12,3 0,2 139
Cenoura 14 08 1997 41.620 27.170 65 74 14,5 2,9 21,3 3,8 129
Cenoura 15 11 1998 13.043 9.870 76 67 18,3 3,3 1,3 0,0 110
Cenoura 16 04 1998 13.933 13.400 96 79 14,3 3,0 3,4 1,9 96
Cenoura 17 07 1999 41.762 40.737 97 96 15,6 2,8 2,9 0,0 104
Cenoura 18 03 2007 30.204 28.492 94 102 21 3,3 - - 95
Cenoura 19 04 2008 29.970 29.400 98 75 14,6 2,3 4,9 0 97
Cenoura 20 04 2009 27.258 21.238 78 87 18,9 3,4 1,8 2,2 103
Cenoura 21 14/S1 2009 24.106 23.065 96 92 15,6 3,1 6,0 - 101
Cenoura 22 14/S2 2009 19.792 18.777 95 100 16,3 3,3 12,5 - 101
Cenoura 23 14/S3 2009 23.870 23.327 98 97 15,2 3,4 9,8 - 101
Cenoura 24 14/S4 2009 21.770 20.737 95 99 16,1 3,4 9,5 - 10
Mdia 26.702 23.547 88 82 15 3,0 6,0 2,0 108
1 Mdia de 24 cultivos.
-
46
Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
Tabela 8. Desenvolvimento agronmico da cultura da couve-lor em sistema de cultivo orgnico. Incaper, Domingos Martins/ES, 1992 a 20091
Cultivos Talho AnoN
cabeas (ha)
Produo total
(kg/ha)
N cabeas
(ha)
Produo comercial % de Cabeas comer-
ciais por ha
Ciclo (dias)
Produti-vidade (kg/ha)
Peso mdio
(g)
Dim. mdio (cm)
Compa- cidade
Couve-lor 1 04 1992 14.860 8.955 8.668 7.395 853 12,1 7,6 43 104
Couve-lor 2 07 1992 11.780 7.581 10.820 4.835 445 12,6 8,1 54 130
Couve-lor 3 09 1992 18.120 6.476 11.013 3.987 362 12,1 7,8 55 100
Couve-lor 4 05 1994 19.834 19.736 18.600 19.304 1.038 15,9 9,3 93 131
Couve-lor 5 04 1995 19.600 18.135 18.000 17.346 958 13,1 7,0 90 108
Couve-lor 6 05 1995 19.830 17.790 19.400 15.605 802 16,5 8,5 97 108
Couve-lor 7 07 1995 13.360 11.425 12.400 8.680 696 14,8 5,3 62 109
Couve-lor 8 09 1996 19.714 14.025 18.571 13.691 666 16,0 8,5 94 118
Couve-lor 9 05 1997 20.000 15.260 17.600 14.708 836 14,8 7,0 88 109
Couve-lor 10 05 1998 20.000 18.304 19.600 18.228 930 16,5 7,4 98 105
Couve-lor 11 07 1998 20.000 17.592 18.500 16.944 907 17,0 7,0 92 119
Couve-lor 12 05 1999 19.600 23.796 19.200 23.508 1.245 16,9 7,4 98 117
Couve-lor 13 04 2007 15.741 15.037 5.741 8.074 955 16,6 - 29 99
Couve-lor 14 01 2009 19.059 5.428 12.588 4.697 373 14,1 8,5 63 94
Mdia 17.964 14.253 15.050 12.643 790 15,0 8,0 75 111
1 Mdia de 14 cultivos.
-
47
Tabela 9. Desenvolvimento agronmico da cultura do feijo em sistema de cultivo orgnico. Inca-per, Domingos Martins/ES, 1992 a 20091.
Cultivos Talho Ano Produtividade de gros (kg/ha)
Peso de 100 sementes (g)
Ciclo (dias)
Feijo 1 09 1992 2.263 20.6 112
Feijo 2 04 1993 1.405 17.0 118
Feijo 3 16 1993 1.705 17.4 118
Feijo 4 15 1993/94 1.291 19.7 87
Feijo 5 04 1994 1.305 20.0 109
Feijo 6 11 1994 957 22.4 110
Feijo 7 09 1994/95 2.058 20.1 90
Feijo 8 10 1995 2.500 19.8 106
Feijo 9 16 1995 2.680 22.2 102
Feijo 10 11 1995 2.806 19.0 110
Feijo 11 04 1996 1.875 17.5 96
Feijo 12 11 1996 3.293 18.6 107
Feijo 13 11 1998 2.600 18,8 105
Feijo 14 09 2001 2610 18.8 113
Feijo 15 10 2002 3.167 22,7 104
Feijo 16 09 2003 2.822 - 100
Feijo 17 01 2009 1.411 20,2 96
Feijo 18 15 2009 2.300 19,81 91
Mdia 2.169 20,0 104
1 Mdia de 18 cultivos.
-
48
Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
Tabela 10. Desenvolvimento agronmico da cultura do milho em sistema de cultivo orgnico. Inca-per, Domingos Martins/ES, 1992 a 20091
Cultivos Talho 2 Anos
Altura de
plantas (m)
Dimetro caule (cm)
Produtividade de gros (kg/ha)
Comprimento mdio
espigas (cm)
Dimetro mdio
espigas (cm)
Ciclo (dias)
Milho 1 03/S1 1992/93 2,8 3,5 6.965 15,7 5,0 163
Milho 2 03/S2 1992/93 3,3 3,4 8.203 16,7 5,0 163
Milho 3 04 1994/95 3,0 3,5 8.875 18,5 5,1 131
Milho 4 03/S1 1995/96 3,0 2,2 9.476 18,1 5,1 176
Milho 5 03/S2 1995/96 3,0 2,3 9.831 18,0 5,2 176
Milho 6 04 1996/97 2,9 3,0 5.967 15,4 5,1 168
Milho 7 04 1998/99 - - 7.147 16,7 5,0 169
Milho 8 07/S1 2000/01 2,8 2,5 6.841 19,2 5,2 153
Milho 9 03/S1 2000/01 - - 9.391 16,5 4,8 168
Milho 10 03/S2 2000/01 - - 9.553 16,5 4,9 168
Milho 11 07/S2 2000/01 2,8 2,2 6.764 17,0 4,9 155
Milho 12 9 2003/04 - - 8.355 - - 178
Milho 13 3/S1 2008/09 2,7 - 11.732 - - 157
Milho 14 3/S2 2008/09 2,7 - 10.474 - - 157
Mdia 2,9 2,8 8.541 17,1 5,0 163
1 Mdia de 14 cultivos. 2 S = Sistemas de cultivo adotados.
-
49
Tabela 11. Desenvolvimento agronmico da cultura do morangueiro em sistema de cultivo orgni-co. Incaper, Domingos Martins/ES, 1996 a 20071
Cultivos Talho2 AnoProduo
total (kg/ha)
Comercial
Ciclo (dias)Produtividade
(kg/ha)
Peso mdio
(g)
Dimetro mdio (cm)
Morango 1 04 1996 - 19.584 8,8 - 183
Morango 2 04 1996 - 25.523 8,8 - 183
Morango 3 04 1996 - 25.752 8,5 - 183
Morango 4 15/S1 1997 - 31.091 9,3 - 146
Morango 5 15/S2 1997 - 29.594 14,0 - 149
Morango 6 15/S3 1997 - 22.250 14,7 - 150
Morango 7 5/S1 1999 31.136 24.123 - - 177
Morango 8 5/S2 1999 32.916 26.860 - - 177
Morango 9 5/S3 1999 35.145 28.295 - - 177
Morango 10 1/S1 2007 - 26.727 12,73 3,2 185
Morango 11 1/S2 2007 - 29.651 14,54 4,1 185
Morango 12 1/S1 2007 22.267 19.146 14,09 -257
Morango 13 1/S2 2007 29.616 24.554 14,64 -257
Morango 14 1/S3 2007 29.804 27.839 16,61 -257
Morango 15 1/S4 2007 30.189 24.926 12,61 -257
Morango 16 1/S5 2007 33.637 27.919 14,74 -257
Morango 17 1/S6 2007 38.356 32.428 13,16257
Mdia 31.452 26.251 12,66 3,65 202
1 Mdia de 17 cultivos. 2 S = Sistemas de cultivo adotados.
-
50
Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
Tabela 12. Desenvolvimento agronmico da cultura do pimento em sistema de cultivo orgnico. Incaper, Domingos Martins/ES, 1999 a 20081
Cultivos Talho 2 Ano Produo total
(kg/ha)
Comercial
Fruto brocado
(%)
Fruto podre
(%)
Ciclo (dias)
Produti- vidade (kg/ha)
Peso mdio
(g)
Compr. mdio (cm)
Dim.mdio (cm)
Pimento 1 09 1999/00 22.593 19.189 74,0 12,1 5,6 4,9 3,2 119
Pimento 2 09 1999/00 28.770 22.845 74,0 11,8 5,6 2,8 4,8 119
Pimento 3 09 1999/00 23.323 21.246 75,0 11,8 5,5 5,7 7,3 119
Pimento 4 9/S1 2000 23.881 22.434 191,7 12,3 5,0 10,0 - 122
Pimento 5 9/S2 2000 22.522 21.405 191,1 13,2 5,3 11,0 - 122
Pimento 6 9/S3 2000 25.581 23.896 191,2 12,7 5,1 14,0 - 122
Pimento 7 9/S1 2000/01 23.880 22.435 76,7 12,3 5,0 12,5 - 125
Pimento 8 9/S2 2000/01 22.522 21.405 76,4 12,9 5,2 13,0 - 125
Pimento 9 9/S3 2000/01 25.580 23.895 76,46 12,7 5,1 15,0 - 125
Pimento 10 04 2008 23.340 23.340 103,7 17,1 8,5 - 2,0 141
Mdia 24.199 22.209 113,0 13,0 6,0 10,0 4,0 124
1 Mdia de 10 cultivos.2 S = Sistemas de cultivo adotados.
-
51
Tabela 13. Desenvolvimento agronmico da cultura do quiabo em sistema de cultivo orgnico. Inca-per, Domingos Martins/ES, 1999 a 20021
Cultivos Talho2 Ano Produo total
(kg/ha)
Comercial
Ciclo (dias)
Produti- vidade (kg/ha)
Peso mdio
(g)
Compr. mdio (cm)
Dim. mdio (cm)
Quiabo 1 9/S1 1993 11.865 7.920 19,75 13,0 1,6 140
Quiabo 2 9/S2 1993 14.029 9.939 19,22 13,3 1,6 140
Quiabo 3 9/S3 1993 16.833 11.628 18,69 13,5 1,6 140
Quiabo 4 05 1995/96 11.310 9.609 19,88 15,6 1,7 114
Quiabo 5 9/S1 1995/96 12.600 11.150 15,59 11,2 1,4 124
Quiabo 6 9/S2 1995/96 27.500 25.800 16,25 12,8 1,4 124
Quiabo 7 9/S3 1995/96 29.050 26.500 14,72 12,7 1,4 124
Quiabo 8 4/S1 1997/98 18.625 16.350 23,11 14,8 1,5 130
Quiabo 9 4/S2 1997/98 18.266 16.725 23,07 14,6 1,6 130
Quiabo 10 4/S3 1997/98 19.283 17.433 23,16 14,8 1,5 130
Quiabo 11 4/S4 1997/98 15.750 13.591 22,56 14,6 1,5 130
Quiabo 12 4/S5 1997/98 18.800 16.634 23,93 15,0 1,5 130
Quiabo 13 9/S1 1997 11.950 9.815 15,58 11,24 1,4 124
Quiabo 14 9/S2 1997 13.110 10.705 16,73 11,44 1,4 124
Quiabo 15 9/S3 1997 11.165 8.190 14,00 11,21 1,6 124
Quiabo 16 05 1999/00 4.073 3.787 18,74 14,6 1,7 144
Quiabo 17 05 2001/02 11.013 10.022 20,45 14,9 1,7 178
Mdia 15.601 13.282 19,00 13,0 2,0 132
1 Mdia de 17 cultivos.2 S = Sistemas de cultivo adotados.
-
52
Captulo 2 - Comportamento de espcies em sistema orgnico de produo
Tabela 14. Desenvolvimento agronmico da cultura do repolho em sistema de cultivo orgnico. Incaper, Domingos Martins/ES, 1991 a 20091
Cultivos Talho2 AnoProdutividade
(kg/ha)Peso mdio
(kg)Dimetro mdio
(cm) Compacidade3
Ciclo (dias)
Repolho 1 04 1991 25.760 1,6 14,0 8,7 120
Repolho 2 03/S1 1992 61.826 2,3 21,1 9,6 133
Repolho 3 03/S2 1992 57.204 2,2 20,9 9,6 133
Repolho 4 05 1992 99.508 2,4 21,8 9,1 126
Repolho 5 05 1993 71.598 2,0 21,2 8,0 144
Repolho 6 04 1993 31.525 1,3 16,3 9,0 134
Repolho 7 07 1993 54.089 1,8 19,1 8,3 124
Repolho 8 03/S1 1994 79.819 2,0 17,4 10,0 166
Repolho 9 03/S2 1994 71.285 1,9 16,7 10,0 166
Repolho 10 06 1994 52.027 2,4 22,9 10,0 140
Repolho 11 09 1995 50.656 1,4 16,1 9,1 134
Repolho 12 03/S1 1995 55.973 1,9 18,2 7,3 110
Repolho 13 03/S2 1995 52.355 1,9 18,2 7,2 110
Repolho 14 07 1996 65.670 1,7 17,7 9,0 129
Repolho 15 13 1996 52.886 1,3 17,1 10,0 126
Repolho 16 03/S1 1996 64.857 1,7 16,5 8,5 139
Repolho 17 03/S2 1996 62.657 1,7 16,8 8,9 139
Repolho 18 05 1996 66.778 1,6 19,4 9,1 149
Repolho 19 09 1997 51.545 1,7 18,2 10,0 153
Repolho 20 09 1998 71.928 1,9 17,9 10,0 133
Repolho 21 13 1998 17.447 1,3 16,8 10,0 128
Repolho 22 03/S1 1998 53.981 1,2 16,6 10,0 133
Repolho 23 03/S2 1998 48.731 1,6 17,5 10,0 133
Repolho 24 03/S1 1999 28.412 1,1 19,2 8,8 131
Repolho 25 03/S2 1999 44.008 1,1 16,6 9,0 131
Repolho 26 11 1999 45.924 1,3 19,7 10,0 139
Repolho 27 01/S1 2007 97.137 2,5 19,7 - 98
Repolho 28 01/S2 2007 82.610 2,1 19,6 - 98
Repolh