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Sumrio 4 - DIREITO COMUNITRIO DO AMBIENTE Vamos abordar esta temtica comeando por uma anlise geral j que, como
do vosso conhecimento, as normas do direito comunitrio vigoram directamente na
ordem interna dado o estabelecido no art. 8 da Constituio da Repblica
Portuguesa.
1 - A NECESSIDADE DO DCA
So vrias as razes que justificam o crescente interesse da U.E. pela
proteco ambiental.
Comeando pelas justificaes econmicas e atendendo necessidade de
compatibilizar a proteco do ambiente e o desenvolvimento econmico , hoje,
inevitvel que o custo da poluio no possa ser considerado uma externalidade aos
custos de produo pelo que deve ser englobado nos custos sociais da produo da
empresa.
Neste sentido no de estranhar que uma Organizao que comeou por ter
como objectivo exclusivo a criao de uma Comunidade Econmica tivesse que, com
o passar dos anos, encarar claramente as preocupaes ambientais como uma
componente da economia.
A no ser assim a livre circulao de mercadorias na U.E. possibilitaria a
existncia de graves distores aos requisitos dos diversos produtos pelo que se
tornou necessrio que a U.E. estabelecesse, com fora vinculativa para os Estados
membros, as caractersticas mnimas a que os produtos devem obedecer.
Acresce que a no regulamentao pela U.E. das matrias ambientais poderia
pr em causa a liberdade de concorrncia entre empresas pois os custos de produo
seriam tanto mais baixos quanto menos exigente fosse o Estado relativamente
proteco do ambiente.
Por outro lado a liberdade de estabelecimento de empresas na U.E. faria com
que muitas das empresas, nomeadamente as que maior risco apresentam em termos de
poluio, se deslocassem para os Estados com regulamentao ambiental menos
exigente.
H ainda a considerar que o ambiente no conhece fronteiras e que a poluio
e outros problemas ambientais devem ser objecto de regulamentao supranacional
muito especialmente no quadro de uma Organizao com as caractersticas da U.E..
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Por ltimo de realar a influncia exercida pela opinio pblica europeia
tanto mais que as questes ambientais surgiram em 2 lugar, logo a seguir ao
desemprego, numa sondagem de opinio efectuada em toda a comunidade europeia.
2 - Evoluo Comunitria da Proteco do Ambiente
Antes do Acto nico Europeu
A poltica e o direito do ambiente no figuravam nas matrias a quando da
instituio das Comunidades Europeias.
Tal no de estranhar pois as preocupaes ambientais no tinham ainda
dimenso e a preocupao primordial centrava-se na instituio de um mercado nico
que passava pelas denominadas 4 liberdades: circulao de mercadorias, de pessoas,
de servios e de capitais.
No entanto desde finais da dcada de 60 o ambiente comeou a integrar as
preocupaes comuns dos Estados membros tendo sido publicada a Directiva n
67/548 sobre a classificao, etiquetagem e embalagem de substncias perigosas que
considerada a 1 directiva ambiental da CEE.
Para alm da interveno comunitria com outras organizaes internacionais
como as Naes Unidas, a OCDE e o Conselho da Europa de que se destaca a
Conferncia das Naes Unidas para o Ambiente realizada em 1972 em Estocolmo,
fundamentalmente a Cimeira dos Chefes de Estado e Governo, realizada em Paris de
19 a 21/10/1972, que d uma substantividade prpria proteco do ambiente como
poltica comunitria.
com base nesta Resoluo que o Conselho veio a aprovar, em finais de
1973, o 1 Programa de Aco sobre o Ambiente.
No entanto levantava-se um forte obstculo dado a ausncia nos Tratados de
uma base jurdica que suportasse tal actuao.
Para se superar tal vazio legal procedeu-se a uma interpretao ousada (uma
espcie de interpretao enunciativa a regra est implcita nas fontes) atendendo s
afirmaes contidas no prembulo e sobretudo com base no artigo 100, uma vez que
a matria ambiental pode ter incidncia directa no estabelecimento ou no
funcionamento do mercado comum e ainda no artigo 235 (via expansiva) que
conjugado com uma interpretao ampla do artigo 2 permitiu considerar a aco
relativa ao ambiente como necessria para atingir o objectivo comunitrio de um
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desenvolvimento harmonioso das actividades econmicas no seio da Comunidade e
uma expanso contnua e equilibrada
Acto nico Europeu
O que poderemos denominar como o marco constitucionalizador da poltica
comunitria do ambiente surge com o Acto nico Europeu que, primacialmente
dedicado s questes institucionais, no deixou no seu artigo 25 de aditar um novo
ttulo, com a epgrafe O Ambiente, Parte III do Tratado CEE. No entanto, desde
logo, no artigo 100-A se contemplou a proteco do ambiente como um dos
elementos a Ter em conta na harmonizao das disposies legais.
Mas so, sem dvida, as disposies do novo Ttulo VII da Parte III (artigos
130-R, 130-S, 130-T) que consagram expressamente a aco da Comunidade em
matria do ambiente passando a denominar-se Poltica da Comunidade no Domnio
do Ambiente.
O artigo 130-R definia os principais objectivos e os princpios fundamentais; o
artigo 130-S referia-se ao procedimento de tomada de deciso; o artigo 130-T
consagrava a possibilidade de os Estados membros estabelecerem medidas de
proteco reforadas desde que compatveis com o Tratado.
Saliente-se que algumas decises em matria ambiental passaram a poder ser
adoptadas por maioria e no por unanimidade.
listagem dos princpios foi acrescentado o princpio da precauo.
Refira-se ainda que nas modificaes ao artigo 2 surge como objectivo o crescimento
sustentvel.
A Comisso Mundial do Ambiente e Desenvolvimento define o
desenvolvimento sustentvel como aquele que satisfaz as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade de as geraes futuras satisfazerem as suas prprias
necessidades.
O Tratado da Unio Europeia (Maastricht Fevereiro 1992)
A poltica comunitria do ambiente passou a integrar o novo Ttulo XVI da
Parte III do Tratado sendo vrias as referncias ao longo de todo o articulado.
3 - A aco comunitria
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Em primeiro lugar refiram-se os programas de aco que apesar de no
constiturem uma base legal relevam enquanto vontade do Conselho e dos Estados em
concretizarem os objectivos propostos nos programas.
Em segundo lugar refira-se que os rgos comunitrios se ocuparam de uma
bastante ampla legislao sectorial fundamentalmente base de directivas nos
seguintes domnios: poluio atmosfrica, poluio das guas, eliminao e
tratamento de resduos, substncias qumicas, riscos industriais e biotecnologia,
poluio sonora e proteco da natureza.
Por outro lado a Comunidade comeou a desenvolver medidas de tratamento
geral dos problemas ambientais destacando-se a Directiva n 85/337 sobre AIA.
De referir tambm o Regulamento que institui a AEA Agncia Europeia do
Ambiente (recolha, processamento e distribuio de informao ambiental) e uma
Rede Europeia de Informao e Observao do Ambiente.
Quanto informao destaque-se a Directiva n 90/313/CEE, 7/6/1990, que
tem por objectivo a liberdade e as formas de acesso e de divulgao de informaes
ambientais na posse de autoridades pblicas dado que a Lei n 65/93 de 26/8 Acesso
aos documentos da Administrao estabelece o seguinte no artigo 22 sob a epgrafe
Informao Ambiental: O acesso a documentos em matria de ambiente efectua-
se, nos termos da presente lei, com o mbito e alcance especficos decorrentes da
Directiva n 90/313/CEE, de 7 de Junho.
4 - Importncia nacional do Direito Comunitrio do Ambiente
Esta importncia decorre essencialmente de duas caractersticas do direito
comunitrio:
A sua aplicabilidade directa e a sua primazia sobre o direito nacional.
A aplicabilidade directa significa uma forma de incorporao dos actos
comunitrios no ordenamento interno dispensando qualquer acto de direito interno
pelo que no se torna necessrio qualquer acto de recepo por parte dos Estados
havendo uma vinculao dos sujeitos jurdicos, individuais ou colectivos, presentes
nos Estados membros.
Mas um dos principais problemas do direito comunitrio o efeito directo de
algumas directivas que assumem especial relevncia em matria ambiental j que esta
a fonte privilegiada na proteco do ambiente.
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H pois que distinguir a aplicabilidade directa do efeito directo ainda que na
doutrina haja quem no vislumbre fundamento para a distino.
A aplicabilidade directa reporta-se relao Estado/Comunidade e est em
causa a incorporao de normas comunitrias nas ordens jurdicas internas.
O efeito directo a susceptibilidade de normas comunitrias serem invocadas
pelos particulares nos Estados membros nomeadamente perante os tribunais nacionais
sendo uma relao Comunidade/Particular/Estado.
Assim, em termos de direito derivado, poderemos dividir as regras
vinculativas da Comunidade em 2 grandes grupos:
1 as que produzem efeitos directos
2 as que produzem efeitos indirectos obrigando os Estados e no aptas, por si
mesmas, a produzir efeitos nos ordenamentos internos.
No 1 grupo enquadram-se o regulamento e a deciso que so directamente
aplicveis sendo que a deciso se dirige apenas aos destinatrios por si designados.
No 2 grupo enquadram-se as directivas j que compete s instncias nacionais
a sua regulamentao e adaptao sendo que desta margem de manobra deixada aos
Estados decorre uma larga possibilidade de deformao ou de m interpretao. As
directivas so pois normas tipicamente incompletas que carecem de transposio no
retirando competncia legislativa aos Estados membros.
Neste contexto poder-se- revelar estranho que as directivas fossem encaradas
como fonte de efeito directo.
No entanto o TJCE tem vindo a desenvolver jurisprudncia no sentido de as
directivas poderem produzir efeitos directos nos ordenamentos jurdicos nacionais
quando os Estados membros no tomem medidas para a sua transposio ou que essas
medidas sejam insuficientes.
Mas para que o efeito directo se verifique necessrio que as disposies das
directivas sejam claras, completas, incondicionais e suficientemente precisas de tal
forma que delas resulte a inteno de atribuir um direito ou obrigao e ainda o seu
contedo e alcance.
Esta possibilidade de as directivas possurem eficcia directa nos
ordenamentos jurdicos internos atribui uma maior importncia ao direito comunitrio
do ambiente muito especialmente nos litgios entre particulares e autoridades pblicas
permitindo aos indivduos a invocao de direitos que devem ser reconhecidos pelos
tribunais nacionais dado o efeito directo vertical.
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O efeito directo horizontal que se relaciona com a invocao de normas
comunitrias nas relaes entre particulares tem sido objecto de uma maior resistncia
ao seu reconhecimento ainda que pontualmente o Tribunal j tenha aceite o efeito
directo horizontal de normas de directivas.
5 - Meios comunitrios de controlo
frequente em termos ambientais ouvirmos falar do incumprimento de
legislao comunitria.
Esta uma realidade assente na debilidade do direito comunitrio pois os
instrumentos jurdicos de garantia do seu cumprimento so relativamente imperfeitos
apesar da existncia de mecanismos de controlo quer a nvel da prpria Comunidade
quer a nvel dos Estados membros.
Vejamos esses meios:
- Meios comunitrios de controle
Os meios a nvel comunitrio encontram-se relativamente afastados dos
cidados pelo que se torna difcil o seu accionamento.
Em 1 lugar destaca-se o reenvio prejudicial que apesar de funcionar como
meio indirecto para os cidados no deixa de ser importante em termos de tutela dos
seus direitos e interesses.
Como sabem o reenvio prejudicial possibilita que o Tribunal de Justia decida,
a ttulo prejudicial, entre outras questes, sobre a interpretao do Tratado e sobre a
validade dos actos adoptados pelas instituies comunitrias assegurando assim uma
interpretao e aplicao uniforme do direito comunitrio nos diversos Estados
membros.
De acordo com o previsto para o reenvio prejudicial permitido que os orgos
jurisdicionais dos Estados membros a quem se coloque uma questo deste tipo no
julgamento da causa solicitem ao Tribunal de Justia que se pronuncie sendo esta uma
faculdade que se torna obrigatria sempre que o processo estiver pendente perante um
orgo jurisdicional nacional cujas decises no sejam susceptveis de recurso judicial
no direito interno.
Em 2 lugar, sendo tambm um meio indirecto para os cidados, surge o
recurso por incumprimento (A Comisso se considerar que um Estado membro
no cumpriu qualquer das obrigaes que lhe incumbem formular um parecer
podendo recorrer ao TJCE se o Estado no proceder em conformidade com esse
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parecer).Assim os cidados podero queixar-se Comisso, mas no tm legitimidade
para a interposio do recurso, sendo que se houver sentena (caso o processo avance)
os efeitos so meramente declarativos.
Nos termos do Tratado as funes de vigilncia e controle atribudos
Comisso e ao TJCE levam alguns autores a denominar a Comisso como guardi da
legalidade democrtica e o Tribunal como rbitro.
- Meios nacionais de controlo
Como sabem os tribunais nacionais so os tribunais comunitrios de direito
comum e assim responsveis por assegurar a tutela jurisdicional conferida pela ordem
jurdica comunitria.
Relembre-se que as relaes entre o direito comunitrio e o direito nacional se
caracterizam pela supremacia do direito comunitrio bem como pela aplicabilidade
directa de algumas das suas normas e que o juiz nacional tem o dever de aplicar esse
direito nas suas decises j que ele o juiz-comum do direito comunitrio.
Os tribunais nacionais surgem como tribunais comuns de direito comunitrio
j que os tribunais comunitrios so rgos jurisdicionais com competncia por
atribuio e no com competncia genrica pelo que a sua competncia
expressamente reconhecida nos Tratados e por actos em sua execuo assegurando
assim o respeito pelo direito de interpretao e aplicao dos Tratados.
PPP Princpio do Poluidor Pagador
Princpio fundamental da Poltica Comunitria de Ambiente
A consagrao internacional deste princpio remonta a 1972 com a
Recomendao C(72)128, de 26 de Maio de 1972, da OCDE que, pouco depois,
tambm vem a ser objecto de uma Recomendao do Conselho da Europa.
Em termos comunitrios a sua consagrao surge em 1973 com o primeiro
Programa de aco em matria de ambiente sendo posteriormente consagrado com o
Acto nico.
Tendo sido a OCDE quem deu origem consagrao do PPP que veio a ser
referido no Acto nico importa, para atender ao elemento histrico, conhecer a
respectiva definio originria:
O princpio a ser usado na afectao de custos das medidas de preveno e controle
da poluio visando estimular o uso racional dos recursos ambientais escassos e evitar
distores no comrcio e investimento internacionais designado por Princpio
Poluidor Pagador. Este princpio significa que o poluidor dever suportar os custos
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das medidas acima mencionadas decididas pelas autoridades pblicas para assegurar
que o ambiente esteja num estado aceitvel. Por outras palavras, o custo destas
medidas dever reflectir-se nos custos dos bens e servios que causem poluio na
produo e/ou consumo. Tais medidas no devero ser acompanhadas por subsdios
que possam criar distores significativas no investimento e comrcio internacionais.
Temos pois que as finalidades de estimular a utilizao racional de recursos
ambientais escassos e de evitar distores no comrcio e investimento internacionais
apontam para uma matriz de ordem econmica
O PPP surge no Artigo 130 R/2 a par de outros princpios como os princpios
da precauo, da preveno, da correco na fonte e da integrao.
Atendendo ao valor jurdico dos princpios passemos anlise sob trs
perspectivas: juridicidade, aplicabilidade directa e destinatrios.
No respeitante juridicidade de admitir, em termos gerais, que os actos
adoptados pelas instituies comunitrias sejam susceptveis de controlo jurisdicional
no sentido de aferir a sua compatibilidade com os princpios pelo que o Tribunal de
Justia ser competente para aprecviar da validade das normas podendo inclusive um
acto que no respeite os princpios com o fundamento de violao dos Tratados.
Quanto aplicabilidade directa o PPP no tem densidade normativa suficiente
para ser directamente aplicvel tanto mais que o Tribunal de Justia, em sucessivos
acrdos, tem declarado a necessidade da norma possuir todos os elementos
necessrios no dependendo de medidas concretizadoras a adoptar pelas
Comunidades ou pelos Estados-Membros ou por ambos.
Quanto aos destinatrios a questo prende-se com a delimitao de
competncias entre a Comunidade e os Estados-Membros.
Em termos de interpretao o contedo doutrinal do PPP tem evoludo ainda
que no haja actualmente um contedo considerado pacfico. Houve interpretaes
que o consideravam mais prximo do Direito Penal em que o PPP significava que os
poluidores so culpados e devem ser punidos sendo pois mais um princpio poluidor
punido. Outros reconduziam-no a um princpio de responsabilidade civil j que quem
causa um dano responsvel devendo proceder tomada de medidas para reparao
do dano. Actualmente o PPP est para alm das vertentes enunciadas sendo-lhe
reconhecidas outras vertentes de que se salientam a funo preventiva e a funo
redistributiva.
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Quanto funo preventiva cada vez mais pacfico que o PPP visa sobretudo
prevenir a poluio, mais do que reparar os danos. A preveno, em sentido lato,
comporta duas perspectivas:
- o princpio da preveno, em sentido estrito, na dimenso de controlo da
poluio;
- o princpio da precauo, na dimenso de suspeitas quanto a danos ambientais.
A aplicao do PPP pressupe uma preveno dinmica que passa pela
avaliao dos resultados das medidas tomadas sejam elas de carcter normativo ou de
carcter econmico.
Por outro lado, as receitas obtidas tanto podem ser utilizadas para cobrir custos
de medidas pblicas de preveno da poluio como para custear despesas pblicas de
reparao de danos assumindo-se neste ltimo como um princpio reparador com
funes redistributivas.
Em termos de interpretao importa ainda atender que o PPP contm dois
conceitos indeterminados. poluidor e pagador.
Poluidor: ser um automobilista o poluidor ou o fabricante de automveis?
Em termos comunitrios a Recomendao 75/436 refere como poluidor aquele
que degrada directa ou indirectamente o ambiente ou que cria condies que levam
sua degradao. No sentido de operacionalizar esta definio ampla acresce dois
critrios prticos de imputao de custos: eficincia econmica e administrativa na
imputao de custos e capacidade de internalizao de custos. Assim a Comunidade
no resolve as dvidas quanto a quem poluidor preferindo optar pelo melhor
pagador.
A UNIO EUROPEIA E O AMBIENTE
Tendo vista as questes respeitantes ao direito comunitrio do ambiente importa
proceder a uma anlise sinttica da poltica europeia do ambiente.
O Tratado da Unio Europeia de Maastricht, em 1992, permite constatar que os
dirigentes europeus reconheceram que o ambiente no uma questo isolada, sendo
afectado de forma positiva ou negativa pelas decises tomadas noutros domnios.
Neste sentido declararam que todas as polticas e actividades da UE devem de futuro
ter em conta o ambiente, e que esta abordagem integrada continua a ser o princpio
orientador para a aco futura.
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As iniciativas adoptadas permitiram a obteno de progressos significativos de que
refere, a ttulo exemplificativo, a diminuio das emisses industriais de substncias
txicas como o chumbo e o mercrio, a proibio ou limitao da utilizao de muitos
pesticidas e substncias qumicas perigosas, a diminuio da acidificao de lagos e
florestas resultante das emisses nocivas de dixido de enxofre (SO2) e a reciclagem
de resduos industriais e domsticos bem como o tratamento das guas residuais e dos
esgotos.
Dando seguimento s aces desenvolvidas nestes ltimos 30 anos a UE, em 2001,
lanou o seu sexto programa de aco no domnio do ambiente que fixa prioridades de
aco assim como objectivos prticos e meios para os alcanar at 2010.
Das medidas tomadas ao longo dos anos salientemos:
1967 - Primeira directiva no domnio do ambiente, relativa classificao,
embalagem e rotulagem de substncias perigosas (67/548)
1970 - Directiva que estabelece o quadro para as medidas de combate poluio do ar
pelas emisses dos veculos a motor (70/220)
1973 - Lanamento do primeiro programa de aco europeu no domnio do ambiente
1973-1976
1979 - Directiva Aves, relativa proteco das aves e dos seus habitats (79/409)
1980 - Directiva relativa qualidade das guas destinadas ao consumo humano
(80/778)
1985 - Directiva relativa avaliao do impacto ambiental (85/337)
1990 - Directivas que limitam a utilizao e libertao no ambiente de organismos
geneticamente modificados (OGM) (90/219 e 90/220)
1991 - O Tratado de Maastricht, no seu artigo 6., estabelece que todas as polticas e
actividades da UE polticas devem integrar a proteco do ambiente
1992 - Directiva Habitats, relativa conservao dos habitats naturais e da fauna e
da flora selvagens (92/43)
1994 - Criao da Agncia Europeia do Ambiente
1999 - Lanamento da Semana Verde (conferncias anuais da UE sobre o ambiente)
2000 - Directiva-quadro sobre a poltica europeia da gua (2000/60)
2001 - Lanamento do sexto programa de aco no domnio do ambiente 2001-2010:
Ambiente 2010, o nosso futuro, a nossa escolha
2002 - Ratificao do Protocolo de Quioto sobre as alteraes climticas
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Sendo que a legislao ambiental da UE respeita o importante princpio da
subsidiariedade devem ser as autoridades nacionais e locais a decidir das
prioridades e a gerir as suas respostas mas a Comisso pode mover aces em justia
contra os pases que faltem s suas obrigaes sendo uma prioridade do sexto
programa de aco no domnio do ambiente assegurar que as leis sejam aplicadas
pelos Estados-Membros.
A estratgia de integrao das questes ambientais pressupe o reconhecimento que,
praticamente, todas as polticas da Unio tm efeitos no ambiente pelo que o seu
planeamento prvio importante no sentido de assegurar que o seu impacto seja
positivo e no negativo sendo que, por exemplo, as reformas introduzidas na poltica
agrcola comum em 1992 contriburam para reduzir a utilizao de fertilizantes base
de azoto e de fsforo em, respectivamente, 25% e 30%. No sendo este princpio de
integrao de fcil aplicao os dirigentes da UE lanaram em 1998 o processo de
Cardife, solicitando aos vrios sectores que preparassem estratgias e programas
destinados a promover a proteco do ambiente comeando pelos transportes, energia
e agricultura mas visando que essa abordagem abranja todos os sectores.
A utilizao de indicadores ambientais tende para uma melhor eficincia da economia
e concretiza os esforos de assegurar o crescimento econmico sem esgotar os
recursos, isto , consubstancia o desenvolvimento sustentvel, enquanto princpio,
estabelecido na Cimeira da Terra promovida pelas Naes Unidas no Rio, em 1992,
que apresenta um duplo desafio de combater a pobreza e de alterar padres
consumistas.
Na cimeira de Gotemburgo, em Junho de 2001, os dirigentes da UE adoptaram uma
estratgia para o desenvolvimento sustentvel europeu reconhecendo que o
crescimento econmico, a coeso social e a proteco do ambiente esto interligados.
Retomando o sexto programa de aco no domnio do ambiente constata-se que
identifica quatro reas em que urgente reforar a aco:
alteraes climticas;
proteco da natureza e biodiversidade;
sade e qualidade de vida;
gesto dos recursos naturais e resolver o problema dos resduos.
O sexto programa de aco no domnio do ambiente apela igualmente aco em
sete grandes reas: proteco do solo, ambiente marinho, emprego de pesticidas,
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poluio atmosfrica, ambiente urbano, gesto dos recursos e reciclagem dos
resduos.
Vejamos, sucintamente, as quatro reas:
As alteraes climticas
Actualmente so evidentes os efeitos das alteraes climticas como sejam os
extremos em termos de calor e seca ou de frio e chuva. A regresso a nvel mundial de
cerca de 10 % da cobertura de neve desde o final da dcada de 60 e o recuo dos
glaciares de montanha bem como o degelo nos mares provocou uma subida do nvel
do mar entre os 10 e os 20 cm. Por outro lado verificaram-se, significativamente,
aumentos das concentraes de dixido de carbono (CO2), metano (CH4) e xido de
azoto (N2O), principais gases responsveis pelo efeito de estufa.
Estas alteraes climticas tm-se apresentado a um ritmo elevado dificultando, ou
mesmo inviabilizando, processos adaptativos ou de migrao para algumas espcies
sendo no nosso caso portugus tambm de salientar a possibilidade de maior
propagao de doenas tropicais.
O Painel Intergovernamental sobre as Alteraes Climticas (IPCC), considera a
actividade humana como primeiro responsvel sendo que no mbito da Unio
Europeia a produo de gases responsveis pelo efeito de estufa diminuiu 4% entre
1990 e 1999. No entanto torna-se necessrio desenvolver mais esforos no sentido de
dar cumprimento ao compromisso assumido na conferncia internacional de Quioto,
Japo, em 1997, de aplicar a Conveno-Quadro da ONU de 1992 sobre as alteraes
climticas (UNFCCC).
O Protocolo de Quioto foi o primeiro acordo multilateral a estabelecer metas
especficas de reduo das emisses para os pases desenvolvidos tendo sofrido um
srio revs em Maro de 2001 quando os EUA,. aps a eleio de George W. Bush,
anunciaram a sua retirada do protocolo. Nas Conferncias das Partes na Conveno
em Bona, em Julho, e em Marraquexe, em Novembro de 2001, a UE desempenhou
um papel crucial para assegurar o respeito do Protocolo de Quioto ficando aberto o
caminho para a sua apreciao na Cimeira Mundial da ONU sobre o Desenvolvimento
Sustentvel (Rio+10) realizada, em Joanesburgo, em 2002.
A UE apresentou umsistema de transaco para reduzir as emisses de
gases responsveis pelo efeito de estufa. A primeira fase desse sistema ir cobrir 4000
a 5000 grandes centrais de energia e instalaes similares, que devero produzir cerca
de 46% das emisses de CO2 na UE at 2010. A ideia base passa pela concesso de
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subsdios para a limitao de emisses de dixido de carbono sendo que as empresas
que consigam manter valores inferiores ao limite sero autorizadas a vender os
direitos de emisso restantes a outras empresas que no consigam cumprir as metas. A
UE considera que ao fazer do CO2 um produto negocivel, o sistema encorajar as
empresas a reduzir as suas emisses da forma mais eficaz.
O Programa Europeu para as Alteraes Climticas (ECCP), lanado em Junho de
2000, identificou mais de 40 medidas capazes de reduzir as emisses duas vezes mais
que o exigido no Protocolo de Quioto estando em curso um conjunto de Directivas
respeitantes transaco de direitos de emisso na UE, ao desempenho energtico dos
edifcios, aos biocombustveis, aos contratos pblicos que promovam a poupana de
energia e aos gases fluorados bem como o reforo da investigao sobre as alteraes
climticas, e medidas para desenvolvimento a longo prazo que incluem a promoo
da produo de calor a partir de fontes de energia renovveis e a introduo de
melhoramentos tcnicos em veculos e combustveis.
Refira-se que 5% da populao mundial vive na UE onde se gera 15% dos
gases com efeito de estufa sendo de realar como principais responsveis os sectores
do transporte rodovirio e o da produo de electricidade.
Natureza e biodiversidade
A extenso abrangida pela UE abarca uma vastido de habitats naturais e uma enorme
diversidade de flora e fauna.
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Na perspectiva de proteco de espcies destaca-se a Directiva Aves de 1979 que
identificava 181 espcies e subespcies em perigo para as quais os Estados-Membros
deviam designar zonas de proteco especial.
Na perspectiva de proteco de espaos signifigativos para a conservao da vida
selvagem destaca-se a Directiva Habitats de 1992 que impunha a obrigao de cada
Estado-Membro identificar stios de interesse europeu e elaborar medidas para a sua
gesto, combinando preservao da vida selvagem com actividades econmicas e
sociais, no quadro de uma estratgia de desenvolvimento sustentvel.
No seu conjunto, a rede Natura 2000, assume-se como pedra angular da poltica da
UE de proteco da natureza abrangendo j uma rea superior a 15% do territrio da
UE.
No mbito da proteco da natureza e da biodiversidade refiram-se os seguintes
objectivos:
a) Proteco e recuperao da estrutura e funcionamento dos sistemas naturais;
b) Cessao da perda de biodiversidade;
c)Proteco dos solos contra a eroso e a poluio.
Sade e qualidade de vida
A poluio do ambiente causadora de toda uma srie de problemas para a sade
humana sendo as crianas especialmente vulnerveis, em especial at aos cinco anos
dado os seus rgos vitais estarem ainda em desenvolvimento.
Realce-se que poluentes como os pesticidas, as dioxinas e os PCB (policlorobifenilos)
podem ser nocivos para o feto na gravidez, provocando o aborto, defeitos congnitos
ou problemas de sade na vida futura. A taxa de mortalidade nas crianas
extraordinariamente baixa, mas, apesar do melhoramento da qualidade do ar, cada
vez maior o nmero de crianas que sofrem de asma e afeces respiratrias crnicas.
A Comisso Europeia coopera com a Organizao Mundial da Sade (OMS)
utilizando, muitas vezes, orientaes da OMS como base para as directivas da UE no
domnio do ambiente.
No domnio da alimentao os consumidores tornaram-se mais conscientes devido
BSE (encefalopatia espongiforme bovina), comummente conhecida pela doena das
vacas loucas, e respectivas consequncias humanas sob a forma da doena incurvel
de Creutzfeldt-Jakob.
Este alerta despertou uma maior preocupao com o abastecimento do mercado com
produtos base de OGM organismos geneticamente modificados.
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Refira-se ainda que em 2001, um livro branco da Comisso Europeia traou uma nova
estratgia para o controlo das substncias qumicas perigosas, aplicando dois
princpios claros: precauo sempre que haja dvida quanto segurana, e
substituio das substncias perigosas por outras mais seguras sempre que possvel.
Neste contexto devero ser tomadas medidas que visem :Para isso:
. Compreender melhor a relao entre poluio do ambiente e sade humana atravs
de uma investigao de maior qualidade;
. Analisar as normas sanitrias e exigir que tenham em conta os grupos sociais mais
vulnerveis;
. Reduzir os riscos da utilizao de pesticidas;
. Desenvolver uma nova estratgia de combate poluio atmosfrica;
. Reformar o nosso sistema de controlo dos riscos apresentados pelos produtos
qumicos.
Preservar os recursos naturais e gerir os resduos
A abordagem da gesto dos resduos d prioridade preveno, seguindo-se
depois a reciclagem, a recuperao e a incinerao e, por fim, apenas como ltimo
recurso, a deposio em aterros.
O objectivo reduzir a quantidade de resduos destinados eliminao final
em cerca de 20% em relao aos nveis de 2000 at 2010 e em cerca de 50% at 2050.
Neste contexto devero ser tomadas medidas que visem:
. Elaborar e publicar relatrios regulares dos indicadores ambientais;
. Rever o modo de recolha de informaes e elaborar relatrios do estado do ambiente
na Europa.
. Identificar as substncias perigosas e tornar os produtores responsveis pela recolha,
tratamento e reciclagem dos resduos que produzem;
. Encorajar os consumidores a seleccionar os produtos e servios que criam menos
resduos;
. Desenvolver e promover uma estratgia escala da Unio Europeia para a
reciclagem dos resduos, com objectivos e um acompanhamento que permita
comparar os progressos realizados pelos Estados-Membros;
. Promover mercados dos materiais reciclados;
. Desenvolver aces especficas, no mbito de uma poltica de produtos integrada,
para promover produtos e processos ecolgicos.
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A poltica do ambiente seguida pela UE ao longo dos ltimos anos
concretizou-se atravs de um vasto leque de instrumentos desde uma legislao-
quadro passando por um instrumento financeiro ( Programa Life ) at instrumentos
tcnicos (rtulo ecolgico , sistema comunitrio de gesto ambiental e de auditoria), e
sistema de avaliao dos efeitos dos projectos pblicos e privados no ambiente.
Actualmente, a tnica posta numa maior diversificao dos instrumentos ambientais,
favorecendo em especial o recurso s taxas ambientais (princpio do poluidor-
pagador), contabilidade ambiental ou aos acordos voluntrios. Na verdade, na
ausncia de uma aplicao efectiva da legislao ambiental considera-se que essa
efectividade passa pela introduo de incentivos destinados aos operadores
econmicos (empresas e consumidores).
No mbito da gesto dos resduos a poltica comunitria assenta em trs
estratgias complementares:
- prevenir a criao de resduos, melhorando a concepo dos produtos;
- desenvolver a reciclagem e a reutilizao dos resduos.
- reduzir a poluio causada pela incinerao de resduos.
A Comunidade optou por privilegiar a responsabilidade do produtor. No que respeita
aos veculos fora de circulao , a proposta de directiva de 1997 prev a instaurao
de um sistema de recolha dos veculos em fim de vida, a cargo do produtor.
escala internacional, esta abordagem foi igualmente escolhida por ocasio da
primeira Conferncia das partes da Conveno OSPAR para a proteco do meio
marinho no Atlntico Nordeste , onde se tratava, entre outros, de negociar a
desmontagem e eliminao das instalaes off-shore petrolferas e de gs . De facto,
as partes na conveno adoptaram a posio defendida pela Comisso Europeia, que
assentava no princpio da proibio da eliminao no mar destas instalaes, ficando
os custos ligados desmontagem e eliminao a cargo dos proprietrios das
instalaes.
A Comunidade parte na Conveno sobre o controlo dos movimentos transfronteiras
de resduos perigosos e sua eliminao ( Conveno de Basileia ), na qual so partes
mais de 100 pases. A Comunidade ratificou j a alterao a esta conveno atravs da
qual as exportaes de resduos perigosos dos pases da OCDE, da Comunidade e do
Liechtenstein para pases no-OCDE so proibidas, quer se destinem a eliminao, a
reciclagem ou a valorizao.
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No respeitante ao rudo o essencial da estratgia comunitria consistiu,
durante muito tempo, na adopo de nveis mximos para o rudo proveniente de
determinadas mquinas ( mquinas de cortar relva , motociclos ou, mais recentemente
avies e equipamentos utilizados no exterior dos edifcios ). No quadro do Livro
Verde de 1996, a Comisso props o alargamento desta estratgia, reduzindo as
emisses na fonte, desenvolvendo as trocas de informaes e reforando a coerncia
dos programas de luta contra o rudo.
Relativamente poluio da gua foram adoptadas pelos Estados-Membros
numerosas Directivas para instaurar normas de qualidade da gua ( gua potvel ,
guas balneares ) e controlar as emisses de substncias poluentes.
A Comunidade parte em diferentes convenes internacionais que tm como
objectivo a proteco do ambiente marinho (a Conveno OSPAR j referida, a
Conveno de Barcelona para a proteco do Mediterrneo) bem como a proteco
dos cursos de gua transfronteirios e os lagos internacionais ( Conveno de
Helsnquia sobre os cursos de gua transfronteiras e os lagos internacionais ,
Conveno sobre a cooperao para a proteco e utilizao sustentvel do Danbio.
As propostas de directiva visam reforar a qualidade ecolgica das guas de superfcie
e implementar uma aco comunitria em matria de gua doce e guas de superfcie ,
bem como garantir uma proteco dos esturios, das guas costeiras e das guas
subterrneas da Comunidade.
No respeitante poluio do ar a UE privilegia a combinao de medidas
nacionais e internacionais de reduo das emisses de gases poluentes pelo que foram
adoptados a Conveno-Quadro das Naes Unidas (1992) e o Protocolo de Quioto
(1997). A Comunidade igualmente parte na Conveno de Genebra sobre a poluio
atmosfrica transfronteiria a longa distncia bem como em alguns dos seus
protocolos.
A legislao comunitria neste domnio tem por objectivo prioritrio lutar contra as
emisses resultantes das actividades industriais e dos veculos de transporte. No que
respeita aos transportes , a estratgia assenta em vrios elementos :
- reduo das emisses poluentes dos veculos (catalisador, controlo tcnico);
- diminuio do consumo dos veculos de passageiros (em colaborao com os
construtores de automveis);
- promoo de veculos "limpos" (medidas fiscais).
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No respeitante proteco da natureza verifica-se que na Europa, perto de 1000
espcies vegetais e mais de 150 espcies de aves esto gravemente ameaadas ou em
vias de extino. Para lutar contra esta situao, a legislao comunitria adoptou
diversas disposies que visam a proteco da vida selvagem (proteco de
determinadas espcies, como aves e focas ) e dos habitats naturais (proteco das
florestas e dos cursos de gua).
A Comunidade parte em diversas convenes, nomeadamente a Conveno de
Berna (preservao da vida selvagem e do meio natural na Europa) e de Bona
(salvaguarda das espcies migradoras).
Relativamente aos riscos naturais e tecnolgicos constata-se que as
sociedades modernas esto cada vez mais expostas a riscos de toda a espcie, naturais,
tecnolgicos e ambientais.
Como contributo para a preveno destes riscos e preparao para a gesto das
situaes de emergncia que deles recorrem, a Comunidade adoptou um programa de
aco comunitrio a favor da proteco civil e uma directiva relativa preveno dos
grandes riscos industriais .
No que respeita ao sector nuclear, a Comunidade adoptou uma srie de disposies,
como directivas relativas proteco radiolgica, e um plano de aco para a gesto
dos resduos radioactivos . Foi tambm iniciado um processo de cooperao tcnica
para a segurana das instalaes.
O alargamento
A situao dos pases da Europa Central e Oriental (PECO) no sector do ambiente
hoje de grande degradao. O alargamento da Unio aos PECO um desafio no plano
ambiental com uma dimenso que no tem equivalente nos anteriores alargamentos.
Os pases candidatos adeso devem transpor o acervo comunitrio ambiental para a
sua legislao sendo um processo a longo prazo.
Os pases candidatos devem, eles prprios, mobilizar os recursos necessrios
transposio do acervo ambiental, mas a Comunidade e os Estados-Membros tm um
papel importante a desempenhar, atravs de programas bilaterais. Concretamente, a
Comisso desenvolveu esforos no sector do ambiente graas ao Programa PHARE,
tendo ainda favorecido a participao dos pases candidatos no Programa Life. O
auxlio comunitrio pr-adeso no domnio do ambiente, aps o ano 2000, passa
pela interveno do instrumento estrutural de pr-adeso (IEPA), que diz respeito aos
sectores do ambiente e dos transportes.
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A cooperao internacional
O Tratado que institui a Unio Europeia prev, entre os objectivos da poltica
ambiental da Comunidade, no seu artigo 174 (antigo artigo130 R), a promoo de
medidas no plano internacional para fazer face aos problemas regionais ou planetrios
do ambiente. Para tal, o Tratado prev a cooperao da Comunidade com os pases
terceiros e as organizaes internacionais competentes.
Apesar deste reconhecimento datar apenas do Tratado da Unio Europeia, a
Comunidade parte, desde os anos 70, em convenes internacionais que tm como
objectivo a proteco do ambiente. Actualmente, parte em mais de 30 convenes e
acordos no domnio do ambiente e participa activamente nas negociaes que
conduzem adopo destes instrumentos, no quadro das suas competncias. A
Comunidade participa igualmente, normalmente na qualidade de observador, nas
actividades e negociaes no quadro de organismos ou programas internacionais,
nomeadamente sob a gide das Naes Unidas (NU).
A Comunidade participa de pleno direito nos trabalhos da Comisso para o
desenvolvimento sustentvel, das Naes Unidas, o rgo responsvel pelas aces
subsequentes Conferncia sobre o Ambiente e o Desenvolvimento realizada no Rio
de Janeiro em Junho de 1992.
Algumas destas convenes tm vocao planetria e outras regional.
Refira-se, de entre as convenes de mbito mundial, a Conveno de Viena para a
proteco da camada de ozono e o seu Protocolo de Montreal relativo a substncias
que empobrecem a camada de ozono, as Convenes das NU sobre a diversidade
biolgica e sobre as alteraes climticas. A Comunidade tambm assinou o
Protocolo de Quioto.