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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
OS IMPACTOS DO ESTRESSE NA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR
Cristiane Carneiro das Chagas
ORIENTADOR: Prof. VINICIUS CALEGARI
Rio de Janeiro 2016
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2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Cristiane Carneiro das Chagas
OS IMPACTOS DO ESTRESSE NA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR
Rio de Janeiro 2016
3
AGRADECIMENTOS
À Deus pela realização de mais esse sonho, aos
meus amigos que apoiaram e incentivaram a não
desistir.
4
DEDICATÓRIA
Аоs meus pais, irmãos, meu amor e meus filhos que, com muito carinho е apoio, não mediram esforços para qυе еυ chegasse até esta etapa de minha vida.
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RESUMO
O trabalho apresentado discute o impacto que o estresse pode ter no ambiente
organizacional. O estresse pode ser considerado como a doença no século e,
pode-se dizer que está “na moda” afirmar que a pessoa está estressada.
O trabalho apresenta a definição, etapas e tipos de estresse além de abordar
sobre a síndrome de Burnout. Serão discutidos a relação homem/trabalho e, os
impactos que o estresse pode causar no cotidiano do trabalhador e as
possíveis consequências para a empresa.
Finalizando abordaremos possíveis ações individuais e que podem ser
adotadas pela área de recursos humanos para auxiliar na redução dos
impactos do estresse no ambiente organizacional.
PALAVRAS CHAVES: Estresse; Burnout; Qualidade de Vida no Trabalho.
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METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado analisando as contribuições culturais ou científicas
existentes sobre o assunto, científicos, livros, periódicos, internet.
Também foram utilizadas como base para construção do conhecimento as
pesquisas Stresse Brasil – realizada pelo IPCS (Instituto de Psicologia e
Controle do Stress) e pelo ISMA (International Stress Management
Association).
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Estresse 10
CAPÍTULO II - Agentes estressores 18
CAPÍTULO III – Qualidade de Vida no Trabalho 25
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 34
ÍNDICE 36
ÍNDICE DE FIGURAS 37
ANEXOS 38
8
INTRODUÇÃO
Há muito tempo o homem procura o pleno equilíbrio entre trabalho e
qualidade de vida, buscando criar um ambiente harmonioso para o exercício de
suas atividades. Encontrar esse ponto de equilíbrio entre o que é viver com
qualidade, administrando as expectativas e as necessidades do trabalho e do
empregado é atualmente um grande desafio para as organizações. Alguns fatores
agravam esse desafio das empresas como a crise econômica em que o mundo tem
vivenciado, as exigências da vida contemporânea, onde a presa e as incertezas
reinam, isso sem falar da obrigação de estar sempre ligado, conectado e
produzindo.
O tema desta monografia diz respeito sobre os impactos do estresse na
Qualidade de Vida no Trabalho.
O ambiente de trabalho nunca esteve tão estressante e, é preciso aprender
a contornar o estresse do dia a dia na vida pessoal e organizacional para
conseguir usufruir da qualidade que a vida moderna oferece. Essa é a questão
principal do trabalho: Quais os impactos do estresse na qualidade de vida do
trabalhador?
Portando, o presente trabalho tem como justificativa a observação de que
atualmente o estresse é um assunto que atinge grande parte dos trabalhadores,
podendo inclusive ser caracterizado como uma epidemia, principalmente em
profissionais da educação, médicos, profissionais de suporte e executivos.
Segundo o ISMA- BR, profissionais que vivem sob pressão até o limite da
exaustão, podem apresentar comportamentos agressivos, depressivos, crises
severas de ansiedade e, são clássicos candidatos ao diagnóstico de BURNOUT,
entre tantas outras sérias consequências para sua vida pessoal e profissional e,
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consequentemente para a performance da empresa em que desempenha suas
funções.
O objetivo geral desse trabalho é analisar o estresse, seus principais fatores
geradores e as consequências na qualidade de vida do trabalhador. Os objetivos
específicos são: verificar quais os sintomas do estresse, detectar quais as fontes
geradoras do estresse, analisar quais são os principais fatores causadores de
estresse nos profissionais, indicar propostas de intervenção com a finalidade de
diminuir o nível de estresse dos profissionais e gerar Qualidade de Vida no
Trabalho.
A hipótese do trabalho baseia-se no fato de que o maior custo associado
aos elevados índices de estresse é a perda de saúde do colaborador, porém para as
organizações e o país, as perdas de produtividade ligadas ao absenteísmo,
adoecimento também são elevadas.
Os níveis elevados de estresse podem levar ao adoecimento do indivíduo,
quando seus limites não são respeitados e, para minimizar seus impactos, desde
2001 instituições preocupadas com a melhoria da qualidade de vida, criaram o
Dia Nacional de Conscientização do Estresse no Brasil, que tem servido de
modelo para ações em diversas cidades no país.
O principal desafio é saber dosar o estresse e cuidar da saúde.
Os capítulos deste trabalho destacam o estresse no ambiente
organizacional, suas fases, identificando possíveis agentes estressores e suas
consequências com a intenção de sugerir ações que possam minimizar seus
impactos na vida pessoal e profissional do indivíduo. O estudo abordará alguns
programas que possam melhorar a Qualidade de Vida do Trabalhador.
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CAPÍTULO I
ESTRESSE
O conceito de stress (ou estresse) provém do termo inglês stress. Trata-
se da tensão provocada por qualquer tipo de evento muito forte, os quais criam
reações psicossomáticas ou transtornos psicológicos que alteram a vida do
indivíduo.
1.1. Conceitos e definições de estresse
Podem-se dar diversas definições sobre estresse, e a até a 2ª Guerra
Mundial essa terminologia estava restrita apenas ao uso de pesquisadores,
porém em 1936, o médico Hans Selye começou a utilizar o termo “stress” para
indicar uma síndrome causada por diversos agentes nocivos (LIPP, 2001,
p.18). Selye começou a ver que alguns dos sintomas que seus pacientes
apresentavam, nada tinham a ver com a doença específica que seus pacientes
buscavam tratamento, mas sim a condição geral de estar doente. A pesquisa
de Hans Selye foi inspirada em conceitos Darwinista, e defende que o estresse
é um elemento inerente a toda doença, que produz certas alterações na
estrutura do corpo. O autor defende que o estresse é o estado que se
manifesta através da Síndrome Geral de Adaptação (SGA) ou “síndrome do
stress biológico”, normalmente chamada de “síndrome de estar doente”. Essa
síndrome a que Selye se refere, é a capacidade que o homem possui de
enfrentar situações diferentes, como mudanças, emoções fortes e
acontecimentos diversos.
O termo estresse pode ser definido como um processo que
envolve percepção, integração, resposta e adaptação a eventos
aversivos, ameaçadores ou desafiadores. Constitui um padrão
estereotipado de adaptação, filogeneticamente antigo, com o propósito
de preparar o organismo para a atividade física
(SELYE, 1975, p.34)
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Selye se referia, então, a uma tríade que representaria “a expressão
corporal de uma mobilização total das forças de defesa” (Selye, 1965, pg. 35)
e, dividiu toda reação de Estresse em três estágios. O primeiro estágio, é a
chamada Reação de Alarme, momento em que o organismo reconhece o
agente estressor e ativando o sistema neuroendócrino.
No Sistema Endócrino, depois da hipófise, as glândulas suprarrenais são
as mais prontamente ativadas. Elas produzem os hormônios típicos
do Estresse, ou seja, o cortisol, a adrenalina e a noradrenalina. Por causa
disso, notadamente por conta da adrenalina, os batimentos cardíacos
aceleram, há dilatação das pupilas, aumenta a sudorese e aparece
hiperglicemia (aumento dos níveis de açúcar no sangue). Nessa fase o corpo
se prepara para preservar a vida
Depois começam as fases de adaptação e o esgotamento quando o
período de estresse é prolongado. A fase de adaptação ou resistência, inicia
quando o corpo do indivíduo busca uma adaptação, devido a sua tendência a
procurar a homeostase interna. Ao contrário da fase de alerta, muitos sintomas
desaparecem e, o organismo tenta se adaptar ao agente estressor. Se o
indivíduo permanecer por um período prolongado sob a ação do estressor, o
organismo esgota sua energia adaptativa e a fase de Exaustão se manifesta.
Com a permanência dessa fase, podem aparecer patologias mais graves como
úlceras gástricas, doenças cardiovasculares, depressão, entre outras.
Embora Selye tenha identificado três fases do estresse, Lipp identificou
uma quarta fase, chamada de “fase de quase exaustão”, pois encontra-se entre
a “fase de resistência” e a “fase da exaustão” (Lipp 200). Nessa fase as
doenças começam a surgir, porém ainda em um grau não tão grave como na
“fase da exaustão”.
Lipp defende um modelo quadrifásico de medição do estresse, pois na
proposta inicial de Selye, a “fase de resistência” era muito extensa e,
apresentava como principal característica a intensidade dos sintomas.
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Apesar de alguns autores conceberem o estresse como algo nocivo,
desencadeado por estados emocionais negativos, essa resposta do organismo
pode também ser precipitada por emoções positivas, percebidas como
excessivas (McEwen, 2000). O que desencadeia ou não a resposta é a
avaliação que o organismo faz da situação (Lipp, 2003; McEwen, 2000).
O estresse pode ser definido a partir de três classificações:
1.1.1 Estresse Positivo (Eustresse)
É o stress em sua fase inicial, a do alerta. O indivíduo se energiza, pois,
seu organismo produz adrenalina que dá ânimo, vigor. Por ser uma energia
benéfica, o indivíduo consegue elevar sua capacidade de produção e
criatividade. Ela pode passar por períodos em que dormir e descansar passa a
não ter tanta importância. É a fase da produtividade, como se a pessoa
estivesse “de alerta”. Ninguém consegue ficar em alerta por muito tempo, pois
o estresse se transforma em excessivo quando dura demais.
1.1.2 Estresse Negativo (Distresse)
É o excesso de estresse. Acontece quando a pessoa ultrapassa seus
limites e esgota sua capacidade de adaptação. O organismo fica destituído de
nutrientes e a energia mental fica reduzida. A produtividade e a capacidade de
trabalho ficam muito prejudicadas. A qualidade de vida sofre danos e a pessoa
pode vir a adoecer.
1.1.3 Estresse Ideal
É quando a pessoa aprende o manejo do stress e gerencia a fase de
alerta de modo eficiente, alternando entre estar em alerta e sair de alerta. Para
quem aprende a fazer isto, o “céu é o limite”. O organismo precisa entrar em
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equilíbrio após uma permanência em alerta para que se recupere. Após a
recuperação, não há dano em entrar de novo em alerta. Se não há um período
de recuperação, então doenças começam a ocorrer, pois o organismo se
exaure e o stress fica excessivo. O stress pode se tornar excessivo porque o
evento estressor é forte demais ou porque se prolonga por muito tempo.
1.2. Características de cada fase do estresse
Fase de Alerta:
• Insônia por excesso de adrenalina;
• Libido elevada e o sexo ajuda a relaxar;
• Grande produtividade e produtividade;
• Músculos retesados. No início da fase, aparece a taquicardia (coração
disparado). Sudorese. Sem fome e sem sono. Mandíbula tensa. No todo,
o corpo apresenta uma perfeita união entre mente e corpo;
• Euforia, porém, pode apresentar momentos de irritabilidade devido à
tensão física e mental experimentada.
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Fase de Resistência:
• Sono normalizado;
• Pouca energia. O sexo não apresenta interesse.
• A produtividade e a criatividade voltam ao usual e, às vezes não
consegue ter novas idéias.
• Cansado, mesmo tendo dormido bem. O esforço de resistir ao stress se
manifesta em uma certa sensação de cansaço. A memória começa a
falhar. Mesmo não estando com alguma doença, o organismo se sente
“doente”.
• Só se preocupa com a fonte de seu stress. Repete o mesmo assunto e
se torna tedioso.
Fase de Quase-exaustão:
• Insônia. Acorda muito cedo e não consegue voltar a dormir.
• Libido quase desaparece. A energia para o sexo está sendo usada
na luta contra o stress e a pessoa perde o interesse.
• A produtividade e a criatividade caem dramaticamente. Não cria e
nem tem idéias originais.
• Cansado. Uma sensação de desgaste aparece. A memória é muito
afetada e a pessoa esquece fatos corriqueiros, até mesmo seu
próprio telefone. Doenças começam a surgir.
Fase de Exaustão:
• Dorme pouco. Acorda cedíssimo e não se sente renovado pelo sono.
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• Libido desaparece quase que completamente.
• Não consegue mais trabalhar como normalmente. Não produz. O
trabalho perde o interesse.
• Desgastado e cansado. Doenças graves podem ocorrer, como
depressão, úlceras, pressão alta, diabetes, enfarte, psoríase etc. Não há
mais como resistir ao stress. Em casos mais graves, pode ocorrer a
morte.
• Foge dos amigos. Não vai a festas. Perde o senso de humor. Fica
apático. Alguns indivíduos sentem vontade de morrer.
1.3 O Homem e o Trabalho
O ato de trabalhar surge junto com o homem, que precisa trabalhar para
manter sua sobrevivência. A palavra trabalho tem origem no latim tripalium, que
significa “três madeiras” e era o nome dado a um instrumento de tortura
constituído de três estacas de madeira afiadas. Na Europa antiga, escravos e
pessoas que não podiam pagar impostos eram torturados no tripalium. A
palavra trabalhar significava “ser torturado”. A idéia de tortura acabou se
expandindo e sendo utilizada para outras inúmeras situações, como o trabalho
dos camponeses, artesãos e construtores, todos que realizavam tarefas árduas
e de grande esforço físico.
Se no início da história o homem trabalhava para garantir sua
sobrevivência, com o passar do tempo e após diversas mudanças culturais,
econômicas e políticas contribuíram para mudar a concepção do trabalho e a
relação do homem com ele.
Após a Revolução Industrial, as pequenas fábricas ganham força e se
tornam grandes indústrias. Enquanto o dono da fábrica enriquecia, os
trabalhadores exerciam suas atividades com condições precárias, sem
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segurança, com carga de trabalho semelhante a escravidão e salários muito
baixos. Com o passar do tempo, os trabalhadores se unem em busca de
condições melhores de trabalho e começam a mudar a situação.
Ao longo dos anos e chegando aos dias atuais, o avanço tecnológico, a
economia liberal, o mercado globalizado trouxeram a necessidade de mudança
cultural nas organizações, que passam a se apoiar no homem para o aumento
da competividade.
A vida moderna apresentou ao homem vários avanços tecnológicos que
facilitam seu trabalho, mas também trouxe mais agitação, tensão, necessidade
de estar sempre conectado e com a produtividade elevada, fazendo com que o
indivíduo coloque seu próprio bem-estar em segundo plano, não “ouvindo” os
sinais que o corpo lhe apresenta. O ocupacional enfoca estressores
relacionados ao ambiente de trabalho, e os de forma geral estressores na vida
do indivíduo (PASCHOAL TAMAYO, 2006).
O estresse ocupacional é agravado quando o indivíduo apresenta
dificuldades para adaptar-se a situações de pressão. A resposta do organismo
aos agentes estressores vai depender do seu tipo de comportamento, crenças
e expectativas frente ao mundo.
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CAPÍTULO II
AGENTES ESTRESSORES
Segundo Lipp (1996, p.19), “tudo o que cause uma quebra da
homeostase interna que exija alguma adaptação pode ser chamado de
estressor”. Ainda segundo Lipp, qualquer evento que amedronte, confunda ou
excite a pessoa é considerado um estressor. Considerando esse pressuposto,
qualquer situação que possa causar um incomodo no indivíduo, e que exija
alguma capacidade de adaptação. Os agentes estressores podem ser
classificados em internos e externos. Os estressores externos são aqueles que
ocorrem na vida da pessoa, como por exemplo morte ou outras adversidades.
Já os estressores internos são tudo que constitui o interior do indivíduo, como
por exemplo, seus sentimentos, crenças, sua forma de ver o mundo, seus
comportamentos e reações à vida.
Para Beehr (1998) o estresse ocupacional consiste em um fenômeno tão
complexo que não deveria ser tratado como uma variável, mas sim como uma
área de estudo e prática que se preocupa com diversas variáveis interligadas
como, por exemplo, estímulos do ambiente de trabalho e respostas não
saudáveis de pessoas expostas a eles.
Dolan (2006) dividiu os fatores estressores em quatro grupos distintos:
físicos, individuais, grupais e organizacionais. Cada indivíduo possui uma
resposta positiva ou negativa ao agente estressor. Neste último caso, tem-se o
fenômeno de strain, termo que abrange a diversidade de respostas negativas
que são emitidas como consequência da exposição aos estressores.
Abaixo veremos mais profundamente os grupos de agentes estressores
e seus impactos no indivíduo.
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Estressores Físicos
Estressor Definição /Reação
Luminosidade Luz excessiva ou insuficiente pode provocar dores de cabeça, tensão,
problemas de vista, etc.
Ruído O excesso de ruído pode provocar vulnerabilidade a acidentes, queda na
produtividade e irritabilidade.
Vibrações Pode levar a lesão na coluna e alterações neurológicas.
Adaptado de: Dolan, Simon L. Estresse, Auto-estima Saúde e Trabalho. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2006. P.49.
Estressores Individuais
Estressor Definição /Reação
Sobrecarga de trabalho Pode causar tensão, insatisfação e sensação de ameaça.
Conflito de funções Quando o objetivo da atividade não está clara. Pode ocasionar queda da auto-
estima.
Ambiguidade de funções Pode levar a lesão na coluna e alterações neurológicas.
Adaptado de: Dolan, Simon L. Estresse, Auto-estima Saúde e Trabalho. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2006. P.49-50.
Estressores individuais são um dos mais encontrados no ambiente
organizacional, principalmente com a atual crise econômica que o mundo se
encontra. Empresas encerrando suas atividades, perda de postos de trabalho e
o profissional assumindo as tarefas que antes eram divididas entre pelo menos
duas ou três pessoas.
Estressores grupais
Estressor Definição /Reação
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Pressão do grupo As pressões que o grupo coloca sobre o indivíduo pode leva-lo ao estresse,
provocando mudanças comportamentais
Conflito no grupo Conflitos constantes entre os membros de uma equipe podem levar a situações
estressantes e a desgaste emocional
Clima na equipe Um clima ruim de trabalho pode elevar o grau de estresse
Adaptado de: Dolan, Simon L. Estresse, Auto-estima Saúde e Trabalho. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2006. P.50-51.
Segundo Dolan(2006, p. 50) “um bom relacionamento entre os membros
da equipe é fator essencial para a saúde pessoal e organizacional”. Em um
ambiente hostil, o funcionário pode ter um rendimento insuficiente. Um
ambiente favorável as relações entre chefes e parceiros de trabalho é essencial
para diminuir o estresse no ambiente de trabalho.
Abaixo veremos o último grupo de estressores, os estressores
organizacionais.
Estressores grupais
Estressor Definição /Reação
Clima dentro da empresa Cada organização possui seu próprio clima organizacional, e cada ambiente
pode produzir diferentes níveis de estresse nos colaboradores.
Prazos irracionais São prazos considerados inatingíveis e impossíveis de serem concluídos.
Estilo de gestão Dependendo do estilo do gestor, pode-se gerar uma fonte de estresse no
colaborador.
Adaptado de: Dolan, Simon L. Estresse, Auto-estima Saúde e Trabalho. Rio de
Janeiro: Qualitymark, 2006. P.51-52.
2.1. Problemas Causados pelo Estresse
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Como vimos anteriormente, o estresse possui alguns estágios bem
definidos e, cada indivíduo pode apresentar uma resposta diferente ao
estresse, o que pode ser usado como estímulo para um pode ser estressante
para outro, a resposta do organismo dependerá da personalidade da pessoa.
O estresse pode ser o causador e ou agravador de uma série de
doenças, que podem ir desde a asma até graves problemas de coração,
podendo nesse último caso, ser considerado um assassino silencioso.
O estresse é um grave problema sócio econômico, nos Estados Unidos
gastam-se de 50 a 75 bilhões de dólares por ano em despesas diretas e
indiretas: isto dá uma despesa e 750 dólares por ano por pessoa, que trabalha.
Abaixo relacionamos alguns problemas que o indivíduo pode apresentar
quando o agente estressor se torna frequente em sua vida:
• Cansaço mental;
• Dificuldade de concentração;
• Perda de memória imediata;
• Apatia ou indiferença emocional;
• Impotência sexual ou perda da vontade de ter sexo;
• Herpes;
• Corrimentos;
• Infecções ginecológicas;
• Aumento de prolactina;
• Tumores;
• Problemas de pele
• Queda de cabelo;
• Gastrite ou úlcera;
• Perda ou ganho de peso;
• Desânimo, apatia ou questionamento frente a vida;
• Autodúvidas;
• Alteração dos níveis de colesterol e triglicérides;
• Distúrbios de menstruação;
• Queda na qualidade de vida.
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2.2. Burnout
No exercício diário de suas atividades laborais, o profissional pode
encontrar diversos estressores psicossociais, sendo alguns característicos da
função exercida. Quando esses estressores se tornam persistentes e, os
métodos de enfrentamento foram insuficientes, o indivíduo pode desenvolver a
Síndrome de Burnout. A doença foi reconhecida como um risco ocupacional,
principalmente para profissões que envolvem cuidados com saúde, educação e
serviços humanos (Golembiewski, 1999; Maslach, 1998; Murofuse et al., 2005).
O termo Burnout é uma composição de burn = queima e out = exterior,
sugerindo assim que a pessoa com essa síndrome se consome física e
emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressivo e
irritadiço. A expressão burnout em inglês, entretanto, significa aquilo que
deixou de funcionar por completa falta de energia, por ter sua energia
totalmente esgotada, metaforicamente, aquilo que chegou ao seu limite
máximo.
O difere o estresse ocupacional do Burnout é a perspectiva relacional
presente no Burnout. Profissionais que exercem funções totalmente diferentes,
como por exemplo um alto executivo e um engenheiro de sistemas podem vir a
sofrer de estresse devido à sobrecarga de trabalho e excessiva dedicação, mas
dificilmente desenvolverão as atitudes defensivas presentes na
despersonalização (Kurowski, 1999).
As relações entre estresse ocupacional e a saúde mental
do trabalhador apontam para índices de incapacidade
temporária ao trabalho, absenteísmo, aposentadoria
precoce e riscos à saúde decorrentes dessa relação
(Araújo 2001, p.18)
Ao analisar Burnout e depressão, identificamos que ambos possuem
conceitos distintos e possuem em comum o desânimo e a disforia, porém os
depressivos apresentam uma maior submissão à letargia e a prevalência aos
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sentimentos de culpa e derrota. Já as pessoas com quadro de Burnout
apresentam sentimentos de desapontamento e tristeza. Quem vive o Burnout
identifica o trabalho como desencadeante deste processo.
Leiter (1993), atribuí o desenvolvimento do Burnout à exaustão
emocional, desencadeada pelas demandas interpessoais e características da
carga de trabalho. Após esse período, inicia-se a as reações de defesa,
quando o indivíduo isola-se e passa a tratar os demais com indiferença
(despersonalização). A falta de recursos interfere tanto no desenvolvimento da
despersonalização como também no comprometimento com o trabalho.
Segundo Gil-Monte & Peiró, as características pessoais não seriam os
desencadeantes do Burnout, mas sim facilitadores ou inibidores da ação dos
agentes estressores.
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O sofrimento físico como dores de cabeça, enxaqueca, cansaço,
sudorese, palpitação, pressão alta dores musculares, insônia, crises de asma e
distúrbios gastrointestinais, respiratórios e cardiovasculares é comum em
pacientes diagnosticados com o Burnout. Em mulheres, é comum alterações no
ciclo menstrual.
Apesar do tratamento incluir medicamentos e terapias, é necessária uma
mudança no estilo de vida para um combate eficaz à síndrome. Atividades
físicas, relaxamento, meditação, devem constar na rotina do indivíduo, pois
ajudam no controle dos sintomas.
2.3. Impactos do estresse
O equivalente a mais de 400 milhões de dias de trabalho é perdido por
ano nos EUA devido a doenças. Estima-se que 50% das doenças que levam
ao absenteísmo sejam originadas pelo stress. Atualmente, 50% das mortes
foram causadas por doenças cardiovasculares, enfartes e derrames que têm o
stress como base na maioria das vezes.
O Centro Americano de Controle de Doenças possui um quadro com os
motivos que acreditam ser o motivo de desencadeamento das doenças.
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Segundo Lipp, o estudo do stress na atualidade aponta para a
necessidade clara de medidas preventivas de tratamento do stress excessivo,
seja no trabalho ou na vida pessoal, sendo o indivíduo o principal responsável
por participar de ações que melhorem sua qualidade de vida.
Embora seja praticamente impossível mensurar todos os impactos que o
estresse causa na vida do colaborador, pois cada um reage de forma física,
psicológica ou biológica diferente, todos os autores pesquisados são unanimeis
em enfatizar que as perdas para a organização e para o funcionário vão desde
conflitos interpessoais, absenteísmo, acidentes de trabalho, prejuízos
financeiros e em casos mais extremos a morte do indivíduo.
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CAPÍTULO III
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
O assunto QVT é discutido há várias décadas, porém ainda existem
controvérsias e às vezes o assunto não é discutido com a abrangência
necessária que tema exige, limitando-se a análises das condições de vida,
prevalências de doenças e comportamentos de riscos nos trabalhadores.
A relação do homem com o trabalho vem desde o início dos tempos,
quando o homem pré-histórico realizava trabalhos para sobrevivência. E vem
desde essa época a preocupação em fabricar ferramentas e buscar meios que
facilitassem a execução das tarefas.
Porém, foi na Revolução Industrial e a sistematização dos métodos
de produção, nos séculos XVIII e XIX, que as condições de trabalho e suas
influências sobre a produção passaram a receber atenção especial dos
pesquisadores.
A maior colaboração para o desenvolvimento das teorias sobre
qualidade de vida no trabalho, foi de Herzberg (1968), pois reconheceu que o
colaborador adquire senso de autorrealização e sucesso através do seu próprio
trabalho.
Nas décadas de 1950 e 1960, com a Escola de Relações Humanas,
a abordagem comportamental foi reconhecida como a verdadeira origem da
QVT (MORAES; KILIMNIK, 1994).
Rodrigues (1995) ao realizar uma releitura de Huse e Cummings
(1985) aborda ainda que o conceito de qualidade de vida no trabalho pode
ocorrer por meio de quatro aspectos ou programas:
• A participação do trabalhador: o trabalho é envolvido no
processo de tomada de decisão em vários níveis organizacionais, por meio de
uma filosofia organizacional adequada. A participação é operacionalizada por
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meio de análise e solução de problemas na produção feita, por exemplo, pelos
ciclos de controle de qualidade e de grupos de trabalho cooperativos;
• O projeto do cargo: envolve a reestruturação do cargo dos
indivíduos ou grupos. Os cargos devem atender às necessidades tecnológicas
do trabalhador. O projeto do cargo inclui o enriquecimento do trabalho no qual
são fixados a maior variedade da tarefa, feedback e grupos de trabalho auto-
regulados;
• Inovação do sistema de recompensa: envolve todo o plano de
cargo e salário da organização e visa minimizar as diferenças salariais e de
status entre os trabalhadores;
• Melhoria no ambiente de trabalho: envolve mudanças físicas ou
tangíveis nas condições de trabalho como: flexibilidade de horário, modificação
do local dos equipamentos de trabalho, etc. Com essas melhorias os operários
tornam-se mais satisfeitos com seus serviços. Neste sentido, pode-se dizer que
a qualidade de vida no trabalho afeta positivamente a produtividade de forma
indireta, de modo que há aumento da coordenação, motivação e capacidade.
Categorias conceituais de qualidade de vida no trabalho também são
apresentadas por Walton (1973) e retratadas por Fernandes (1996):
1. Compensação justa e adequada: equidade interna e externa,
justiça na compensação e partilha de ganhos de produtividade;
2. Condições de trabalho: jornada de trabalho razoável, ambiente
físico seguro e saudável, ausência de insalubridade;
3. Uso e desenvolvimento de capacidades: autonomia, autocontrole
relativo, qualidade múltiplas, informações sobre o processo total do trabalho;
4. Oportunidades de crescimento e segurança: possibilidade de
carreira, crescimento pessoal, perspectiva de avanço salarial, segurança de
emprego;
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5. Integração social na organização: ausência de preconceitos,
igualdade, mobilidade, relacionamento, senso comunitário;
6. Constitucionalismo: direitos de proteção ao trabalhador,
privacidade pessoal, liberdade de expressão, tratamento imparcial, direitos
trabalhistas;
7. O trabalho e o espaço total da vida: papel balanceado no trabalho,
estabilidade de horários, poucas mudanças geográficas, tempo para lazer da
família;
8. Relevância social do trabalho na vida: imagem da empresa,
responsabilidade social da empresa responsabilidade pelos produtos, práticas
de emprego.
As ações de implementação de programas de QVT podem alcançar
benefícios que contemplam tanto o trabalhador como também a empresa,
como veremos na figura abaixo:
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3.1. Estratégias para controlar o estresse
Lipp nos lembra que o estresse é parte de nossas vidas, não sendo
assim possível sua eliminação completa. Porém, é possível evitar que se torne
excessivo utilizando medidas que incluem uma mudança de atitudes e
comportamentos, frente a eventos corriqueiros e inesperados.
Estratégias educativas
1. Saber o que é o stress
2. Saber reconhecer os sintomas do stress no corpo, na mente e nas
relações interpessoais.
3. Identificar as fontes externas de stress
4. Identificar os estressores internos (a fábrica particular de stress de cada
um)
Estratégias situacionais
1. Tentar eliminar os estressores possíveis de serem eliminados
2. Aceitar os estressores inevitáveis
3. Reinterpretar os estressores inevitáveis, ou seja, ver o lado positivo de
cada estressor essencial em sua vida
Estratégias de enfrentamento de efeito duradouro
1. Aprender a reconhecer seus limites
2. Aprender a respeitar seus limites
3. Tomar uma atitude ativa frente a vida
4. Usar estratégias de enfrentamento do stress, concentrando na busca de
soluções e não nas emoções geradas pelos estressores
5. Usar técnicas de resolução de problemas
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6. Assumir a responsabilidade pela sua vida
7. Aprender a dizer “não “
8. Utilizar o apoio de colegas no ambiente de trabalho
9. Lembrar que nada ruim dura para sempre
Estratégias de enfrentamento para atenuar os sintomas
1. Rir, brincar, fantasiar, usar o sendo do humor
2. Tirar férias mentais, isto é, se desligar dos problemas por alguns
minutos durante o dia
3. Usar técnicas de relaxamento
4. Utilizar alimentos anti-estresse (verduras, legumes, frutas)
5. Praticar alguma atividade física
3.2. Ações do RH para combater o estresse
Recente pesquisa da Organização Internacional do Trabalho – OIT,
indica que na União Européia, o custo com problemas mentais relacionados ao
trabalho pode superar 3% do PIB. Na Alemanha, 7% das aposentadorias
precoces são causadas por depressões.
Nos EUA, o custo do estresse para as empresas chega a U$200
bilhões de dólares por ano, tudo isso causado por ausências, queda na
produtividade, indenizações e despesas judiciais.
Com essas informações podemos deduzir que o custo em prevenir o
estresse é mais baixo que as despesas com problemas decorrentes do
estresse.
Pesquisas revelam que são cinco os passos para a administração do
estresse no ambiente do trabalho:
30
1º. Desmistificação do Stress: a equipe deve entender o que é
estresse (também conhecido como distresse ou estado de alerta crônico).
2º. Medição: medir o nível de stress no ambiente de trabalho para
encontrar o ponto de equilíbrio.
3º. Identificação dos Agentes Estressores: identificar e pontuar as
situações que geram stress coletivo e as que geram stress individual.
4º. Plano de ação: criar um plano para resolução do problema.
Podem-se definir diversos tópicos, ações e atividades a serem trabalhados,
entre eles:
• Administração do tempo;
• Arrumação e organização do ambiente de trabalho;
• Relacionamento interpessoal;
• Comunicação;
• Alimentação;
• Relaxamento;
• Cooperação;
• Palestras sobre o assunto;
• Técnicas de reuniões produtivas.
5º. Avaliação: após um tempo, a equipe deve avaliar os resultados
através de indicadores tais como:
• Redução de faltas e atrasos;
• Relatório de satisfação do cliente;
• Redução de doenças físicas e emocionais;
31
• Avaliação de desempenho;
• Registro de comentários sobre a qualidade de vida no
trabalho da empresa;
• Melhoria das vendas e faturamento, entre muitos outros.
Wagner Mesquita, em uma entrevista ao site portal do administrador, cita
que o setor de RH pode e deve intervir na cultura e no ambiente da empresa de
forma harmônica. Pequenas atitudes podem ser tomadas desde que
devidamente implantadas, assimiladas pelas pessoas.
Programas de combate ao estresse têm apresentado sucesso variável
nas empresas, porém, não são suficientes para informar aos funcionários sobre
o risco do estresse. Apenas a indicação de comportamentos que causam o
estresse não é o suficiente para que o funcionário mude seu comportamento.
Recomenda-se, ao instituir um programa de combate ao estresse, incluir
programas e apresentadores renomados que sejam relevantes e específicos
para cada indivíduo e cada ambiente de trabalho.
32
CONCLUSÃO
O estresse faz parte de nossa rotina diária e quando em equilíbrio,
nos fornece ânimo e energia, favorecendo o desempenho e nossa
produtividade.
O trabalho possui foco na parte negativa do estresse, ou seja, o
distresse, que como pudemos observar pode favorecer ao surgimento de
diversas doenças que podem aproveitar-se da queda da imunidade para atacar
o organismo. É importante destacar que alguns vícios adquiridos pelo indivíduo
também podem surgir no momento de descontrole do estresse, como o álcool,
tabagismo e até mesmo o uso de drogas.
O estudo do estresse é um tema antigo, que nos apresenta um vasto
material para análise, porém ao mesmo tempo é considerado como o mal dos
tempos modernos.
O estresse interfere na produtividade do indivíduo e como
consequência, na lucratividade das empresas. Por isso, o estresse
organizacional precisa ser minimizado ao máximo, pois influencia diretamente
na saúde do colaborador, podendo trazer sérias consequências para sua vida
pessoal e profissional.
Segundo Lipp, como vimos no capítulo 2, o estudo do stress na
atualidade aponta para a necessidade clara de medidas preventivas de
tratamento do stress excessivo, seja no trabalho ou na vida pessoal, sendo o
indivíduo o principal responsável por participar de ações que melhorem sua
qualidade de vida.
Porém para a redução do estresse organizacional, o setor de RH pode e
deve intervir na cultura e no ambiente da empresa de forma harmônica.
Pequenas atitudes podem ser tomadas desde que devidamente implantadas,
assimiladas pelas pessoas.
33
Como foi visto no capítulo 3, o custo com a prevenção do estresse
organizacional é menor que os prejuízos que a organização pode ter com
indenizações, seguros, afastamentos e outros impactos que o estresse pode
apresentar.
Um ambiente saudável, colaboradores contentes, programas de
prevenção e redução do estresse e um programa eficaz de QVT, faz com que
os impactos do estresse sejam menores e, oferece ganhos para o funcionário e
para a organização.
34
BIBLIOGRAFIA
ALBUQUERQUE, L.G e FRANÇA, A.C.L. Estratégias de recursos humanos e
gestão da qualidade de vida no trabalho: o estresse e a expansão do conceito
de qualidade total. Revista Administração São Paulo, abr./jun. 1998, vol. 33
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008.
DOLAN, Simon. Estresse, Auto-Estima, Saúde e Trabalho. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2006.
IVANCEVICH, M. John. Gestão de Recursos Humanos. 10ª ed. São Paulo:
AMGH Editora Ltda, 2008.
JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO. Caderno Especial Equilíbrio e Saúde.
Excesso de trabalho pode provocar a síndrome de "Burnout"
São Paulo: 04 de novembro de 2004.
LIPP, Marilda Emmanuel Novaes e MALAGRIS, Lucia Novaes. O Stress
Emocional e seu Tratamento. In Bernard Range (Org). São Paulo: Artes
Medicas, 2001.
LIPP, Marilda Emmanuel Novaes. Stresse e o Turbilhão da Raiva. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 2005.
PEREIRA, Ana Maria T. Benevides. Burnout: Quando o trabalho ameaça o
bem-estar trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.
REVISTA CLÁUDIA. 50 segredos fáceis e grátis para pôr fim ao stress. Rio de
Janeiro, 07 de Janeiro de 2010.
35
SILVA, Marco Aurélio Dias Da, DE MARCHI, Ricardo. Saúde e Qualidade de
Vida no Trabalho. São Paulo: Editora Best Seller, 1997.
SITE ESTRESSE.COM.BR. Globalização e Mudanças: o Stresse do Novo
Milênio. São Paulo, jun.2016. Disponível em:
http://www.estresse.com.br/orientacoes/os-21-passos-do-manejo-do-stress/
Acesso dia 01/06/2016.
SITE ESTRESSE.COM.BR. PESQUISA ESTRESSE BRASIL. São Paulo: http://www.estresse.com.br/pesquisa/stress-brasil/
SITE MIGALHAS.COM.BR. Stress no ambiente de trabalho. Rio de Janeiro,
dez.2006. Disponível em:
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI33425,41046-
Stress+no+ambiente+de+trabalho
Acesso dia 03/07/2016
SITE PORTAL DO ADMINISTRADOR. Entrevista com Wagner Mesquita sobre
Líder não é Super Herói. Rio de Janeiro, mar.2006. Disponível em:
http://www.htmlstaff.org/xkurt/projetos/portaldoadmin/modules/news/article.php
?storyid=160
Acesso dia 02/08/2016.
36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
Estresse 10
1.1. Conceitos e definições de estresse 10
1.1.1 Estresse Positivo (Eustresse) 12
1.1.2 Estresse Negativo (Distresse) 12
1.1.3 Estresse Ideal 12
1.2 Características de cada fase do estresse 13
1.3 O Homem e o Trabalho 15
CAPÍTULO II
Agentes estressores 17
2.1. Problemas causados pelo estresse 19
2.2. Burnout 21
2.3. Impactos do estresse 23
CAPÍTULO III
Qualidade de vida no trabalho 25
3.1. Estratégias para combater o estresse 28
3.2. Ações do RH para combater o estresse 29
CONCLUSÃO 32 BIBLIOGRAFIA 34 ÍNDICE 36 ÍNDICE DE FIGURAS 37 ANEXOS 38
37
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Curva do Estresse 13
Figura 2 – Modelo de Leiter 22
Figura 3 – Benefícios com a implementação de programas de QVT 27
38
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Jornal Folha de São Paulo - Especial Equilíbrio e Saúde;
Anexo 2 >> Pesquisa Estresse Brasil;
Anexo 3 >> Revista Cláudia - 50 segredos fáceis e grátis para pôr
fim ao stress.
39
ANEXO 1
PRODUZINDO O MATERIAL
Jornal Folha de S.Paulo – 04 de novembro de 2004
Especial Equilíbrio e Saúde Excesso de trabalho pode provocar a síndrome de "Burnout"
MARIANA VIVEIROS
Dizer que o estresse contínuo causado pelo trabalho traz consequências
sérias à saúde pode soar como exagero ou, por outro lado, obviedade. Não é
nem uma coisa nem outra, segundo a psiquiatra Maria Cristina De Stefano, 52,
com base numa experiência pessoal vivida há três anos e no diagnóstico dos
pacientes que atende em Jundiaí (SP).
Por causa do excesso de atribuições, pressão, preocupações e
frustrações "pacote" que ganhou a adição de um cargo de diretora numa
instituição particular de saúde, De Stefano acabou, ao fim de 12 meses, com
uma inflamação na tireoide, entre outros problemas, e foi diagnosticada como
depressiva. Não era. Estava, sim, consumida pelo trabalho, ou, como dizem os
especialistas, em "Burnout".
O termo, que na gíria inglesa identifica usuários de droga que se
acabaram por causa do vício, significa, ao pé da letra, o esgotamento
ocasionado pelo consumo excessivo de energia. Ganhou espaço na literatura
médica a partir de 1974, em estudos feitos nos EUA com profissionais de
saúde, e designa uma resposta emocional e física ao estresse ocupacional
crônico.
Embora a síndrome tenha sido identificada inicialmente em trabalhadores
que lidam diretamente com outras pessoas e têm alguma responsabilidade
sobre as vidas delas (médicos, psicólogos, bombeiros, policiais, enfermeiros e
carcereiros, entre outros), ela pode afetar qualquer um: de executivos a donas-
de-casa.
40
No caso de Maria Cristina De Stefano, a rotina de trabalho de até 14
horas diárias, reuniões intermináveis, cobranças, dois filhos adolescentes para
criar sozinha e a necessidade de cuidar da mãe recém-operada resultaram
num cansaço crônico que evoluiu para insônia, mau humor permanente, uma
crise de herpes e terminaram na tireoidite.
Depois de um ano sofrendo, a psiquiatra descobriu que estava em
"Burnout" após ler um livro sobre a síndrome. Hoje, mantém apenas o
consultório, deixou de trabalhar nas tardes de sexta-feira, parou de atender
pacientes de convênios, pratica exercícios ao menos duas vezes por semana,
entrou num coral e numa confraria de vinhos e faz trabalhos voluntários, tudo
em busca de mais qualidade de vida. "É preciso buscar ajuda e mudar",
receita.
Causas e consequências
O estado de "Burnout" é causado por uma conjugação de fatores
internos e externos, explica a psicóloga Ana Maria Benevides-Pereira, 54,
autora do livro que ajudou no auto diagnóstico de De Stefano ("Burnout:
Quando o Trabalho Ameaça o Bem-Estar do Trabalhador") e de uma série de
artigos sobre o tema.
Profissionais mais idealistas, exigentes consigo mesmos, dedicados e
com menos capacidade de lidar com situações difíceis estão mais propensos a
sofrer da síndrome. Assim como aqueles que estão sujeitos a desorganização,
baixos salários, poucas perspectivas de promoção, assédio moral e competição
excessiva no ambiente de trabalho. Além dos problemas característicos do
estresse em si (dores de cabeça, insônia, gastrite, diarréia, alterações
menstruais), o "Burnout" se caracteriza sobretudo pelas ausências no trabalho
e pela adoção de uma postura cínica e rude em relação ao outro, sejam
colegas, clientes ou pacientes, o que os estudiosos chamam de
despersonalização, diz Benevides-Pereira, que integra o Gepeb (Grupo de
Estudos e Pesquisas sobre Estresse e Burnout), da Universidade Estadual de
Maringá (PR).
41
E, apesar de a legislação brasileira permitir o afastamento do trabalho
em razão de "Burnout", com direito à retirada do FGTS (Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço) e estabilidade no emprego, o diagnóstico não é mesmo
muito simples, afirma a psicóloga. Segundo ela, ainda falta informação por
parte dos médicos e coragem por parte das empresas para atacar o problema
de frente.
"As empresas estão começando a tomar consciência de que têm de
fazer mais que oferecer plano de saúde e ginástica laboral porque, se os
funcionários faltam ou não realizam suas tarefas de forma adequada por causa
de "Burnout", o prejuízo é grande. Muitas já levam a questão do estresse a
sério nos exames anuais e cuidam do ambiente de trabalho para evitar casos
crônicos", afirma Cecilia Cibella Shibuya, presidente da ABQV (Associação
Brasileira de Qualidade de Vida).
Prova disso é que nomes como Natura, Basf, Accor, Procter&Gamble e
Vivo formaram no mês passado o Gesc (Grupo de Estudo em Saúde
Corporativa), coordenado pelo médico Ricardo De Marchi, ex-presidente da
ABQV e que tem o intuito de discutir e buscar saídas para melhorar a gestão
de saúde dos trabalhadores. O tema será alvo de debates no 2º Global Health
Seminar, que ocorre entre 16 e 20 em São Paulo.
As discussões e a realização de estudos nessa área são importantes, na
avaliação de Shibuya, para que as estatísticas convençam de vez os
empresários de que cabe a eles tomar as principais medidas no sentido de
combater o "Burnout".
42
ANEXO 2
PESQUISA
Site estresse.com.br - PESQUISA ESTRESSE BRASIL http://www.estresse.com.br/pesquisa/stress-brasil/
A Pesquisa Stress no Brasil foi realizada on-line pelo instituto de
Psicologia e Controle do Stress, sob a direção da Dra. Marilda Novaes Lipp,
diretora do IPCS.
Dados foram coletas por um período de 45 dias, de 7 de abril até 17 de
maio. A pesquisa ocorreu em nível nacional e para participar o respondente
precisava ser brasileiro, acima de 18 anos e viver em qualquer estado do
Brasil.
Esta foi a primeira vez que uma pesquisa desta natureza foi realizada no
Brasil. A ideia surgiu da pesquisa conduzida por pesquisadores americanos
sobre “ Stress in América” elaborada pela Associação Americana de Psicologia
(APA) durante o mês de agosto de 2012.
Nos EUA foram avaliadas respostas dadas, também on-line, por 2.020
americanos. A expectativa no Brasil era de atingir o mesmo número, porém, a
meta foi ultrapassada em que 2.195 brasileiros responderam prontamente à
pesquisa declarando seu nível de stress e fornecendo outras informações
sobre o assunto.
Os objetivos da pesquisa foram:
• Conduzir um levantamento da incidência de stress no Brasil, de acordo
com auto percepção dos brasileiros e se o brasileiro considera que sabe lidar
com o stress;
• Verificar se os brasileiros acham que o stress diminuiu, aumentou ou
continuou igual comparando-se o presente com o passado e verificar qual o
nível de stress que eles julgam aceitável no ser humano adulto;
43
• Mapear as maiores fontes de stress do brasileiro;
• Mapear as estratégias de enfrentamento a que o brasileiro utiliza para
lidar com seus desafios; e
• Levantar as doenças mais comuns nos respondentes e ver se tem
ligação com o stress.
NÍVEL DE STRESS AUTO PERCEBIDO
Quando questionados sobre seu nível de stress em uma escala de 1 a 10,
sendo 10 o nível mais extremo: 34,26% relataram estar experienciando stress
extremo (notas 8,9 e 10 na escala de 10 pontos). Esta incidência de extremo
estresse é muito maior do que a detectada na pesquisa americana, na qual
somente 20% dos respondentes assinalaram esse nível. Note-se que na
pesquisa brasileira 4,02% das pessoas disseram estar experimentando o
máximo de stress possível (10 na escala de 10 pontos). Situação preocupante!
Levando-se em consideração que quando solicitados a dizerem o que
achavam ser o nível normal de stress para um ser humano adulto e se
julgavam saudável o nível de stress que estavam experimentando, a quase
totalidade (91,96%) dos respondentes alegaram que o normal seria até nota
5/6 em uma escala de 10 pontos. Trinta e três por cento deles afirmaram
considerar que seu nível de stress era excessivo e somente 11,96% o
consideraram saudável. Pode-se, portanto, inferir o quanto os respondentes
devem estar sofrendo do stress excessivo que experimentam, sabendo,
44
inclusive, que estão provavelmente transcendendo seus limites. O nível de
stress detectado ultrapassa muito o que os participantes consideram normal.
Averiguou-se também como se comparava o stress atual frente ao que
já haviam experimentado no passado. Mais de um terço do povo brasileiro
avaliado (37,79%) considera que o stress está maior ou muito maior, 47,29%
acha que está menor e 15,02% acha que está igual. O número de pessoas que
consideram que o stress no Brasil está aumentando é maior do que o dos
americanos quanto ao stress nos EUA,que eu foi de 35% comparado com o do
Brasil que foi de 37,79%.
Curiosamente, apenas 2,86% dos que entrevistados alegaram lidar com
o seu stress de modo excelente (Tabela 9), sendo que 61,21% diz saber lidar
em parte e 2,52% não consegue lidar de modo algum.
45
Avaliaram-se adicionalmente as doenças que os respondentes disseram
ter, verifica-se que 1.100 participantes, ou seja, 52,28% deles disseram ter ou
já ter tido o diagnóstico de stress, mostrando a gravidade do stress no Brasil,
55,60% deles sofrem ou já sofreram de ansiedade, 23,20% tem ou tiveram o
diagnóstico de depressão e 10,37% tem ou tiveram pânico, todos esses
transtornos sendo de origem psicológica.
Gastrite (32,64%) e asma ou outra doença respiratória (20,45%) lideram as
doenças psicossomáticas.
46
A pesquisa averiguou o que mais criava stress. As relações
interpessoais (18,56%) surgiram como o número 1 dos estressores, seguida de
dificuldades financeiras (17,32%) e sobrecarga de trabalho (16,58%).
Devido à alta incidência de dificuldades interpessoais, pesquisou-se
esse dado mais profundamente. Foi verificado que as relações familiares
contribuem de modo mais significativo para o stress dos brasileiros que
responderam (7,85%), seguidas de relacionamentos amorosos (7,01%).
O estudo pesquisou as estratégias de enfrentamento que os brasileiros
utilizam para lidar com o nível de stress elevado que experimentam no seu dia
a dia. A Tabela abaixo permite verificar que a grande maioria (75,74%)
“conversa com amigos ou familiares” na busca de alivio, e tenta analisar e
eliminar a sua fonte de stress (71,37%). Interessante o número alto de
brasileiros que utilizam exercício físico como uma estratégia anti stress ou que
47
reza, ora, faz irradiações mentais para este fim (62,45%). Não se deve ignorar
eu 53,87% come na tentativa de aliviar o stress. Quarenta de dois por cento
procura um psicólogo, 38,53% faz compras e 16,23% faz acupuntura.
A Tabela abaixo mostra também outras estratégias usadas para aliviar o
stress, tais como: uso de calmante (21,81%), bebias alcoólicas (16,52%), fuma
cigarro (9,75%) e maconha (3,19%).
CONCLUSÃO
O estudo contou com a colaboração de 2.195 brasileiros com idade de
18 a 75 anos, sendo 25,65% do sexo masculino e 74,35% do feminino de todo
o país.
Dados indicaram:
1. 34,26% dos entrevistados indicam que percebem que seu nível de
stress está extremo (notas 8-10 na escala de 10 pontos);
48
2. 4,02% considera que está experimentando stress extremo (nota 10 na
escala de 10 pontos);
3. Os brasileiros lutam, usando inúmeras estratégias que vão desde
conversar com a família e amigos sobre o problema até procurar um psicólogo,
acupunturista, rezar, fazer compras e comer, tentando manter seu nível de
stress dentro do que eles acreditam ser o normal (níveis 5-6 na escala de 10
pontos), porem para 34,26% deles o índice de stress percebido está extremo
(notas 8-10 na escala de 10 pontos);
4. Mais de um terço dos 2.195 brasileiros acham que o nível de stress
aumentou ultimamente;
5. 61,21% acha que consegue lidar com os seus estressores apenas
parcialmente e 2,52% acreditam que não conseguem lidar de modo algum com
o que os estressa;
6. Os relacionamentos (familiares, amorosos, com colegas e chefes) são
apontados como a maior fonte de stress para os brasileiros;
7. Dificuldades financeiras são indicadas como o segundo maior estressor
do brasileiro;
8. Sobrecarga de trabalho é o terceiro maior estressor;
9. 52,28% já tiveram ou tem o diagnóstico e stress;
10. 55,60% sofrem de ansiedade;
11. 23,20% sofrem ou sofrem de depressão;
12. 10,37% têm ou já tiveram pânico.
49
ANEXO 3
Reportagens
Revista Cláudia – Rio de Janeiro, 07 de Janeiro de 2010
50 segredos fáceis e grátis para pôr fim ao stress
No mundo da alta velocidade, precisamos aprender a controlar o nosso
ritmo. Esses novos hábitos e atitudes têm o poder de melhorar a qualidade de
vida.
por Andrezza Duarte
Correr para o trabalho, engolir a comida, desdobrar-se em mil para dar
conta dos prazos, da família e dos compromissos compõe a rotina de muitas
mulheres.
Resultado: cansaço, mau humor, tensão muscular e ansiedade.
Esses são os sinais do stress. Ele surge quando somos confrontadas com
alguma situação que exige adaptação e um gasto de energia muito grande. No
ritmo de vida atual, ele é muito comum. Difícil achar alguém que nunca tenha
se sentido esgotado.
Em doses homeopáticas, o stress é positivo, pois nos leva à ação e
potencializa a nossa capacidade para enfrentar um problema. Mas em excesso
ele se torna um veneno, com reflexos em várias áreas: prejudica a memória,
derruba a produtividade, atrapalha a sexualidade e acaba com a disposição. A
boa notícia é que adotar pequenas mudanças no estilo de vida consegue
operar milagres.
50
Foto Chris Parente/Realização Noris Martinelli/Produção Sylvia Radovan/Cabelo e maquiagem Alê
Thierni/Vestido, Maria Garcia; sapatos, Constança Basto/Modelo Janaína, Way
1. Não antecipar problemas. A palavra já diz tudo: pré-ocupação, ou seja,
sofrer por antecedência. Calma! Além de gerar ansiedade, a preocupação
tende a atrair resultados negativos. Desocupe a mente das frustrações
desnecessárias.
2. Perdoar e pedir perdão. Todo mundo erra, até você. Precisa dizer mais?
3. Dar chance ao prazer. Você se sente cansada demais para sair num sábado
à noite? Algo está errado. Por que aceitar apenas as tarefas obrigatórias e
recusar a diversão? Mude de tática e chame os amigos.
4. Trocar a necessidade pelo desejo. Restrinja os relatórios profissionais aos
horários de expediente. E tire da estante aquele romance que você quer tanto
ler, mas nunca começa. A arte tem efeito mágico e pode até alterar sua
percepção de tempo.
5. Descansar. Cansaço não se resolve com truque, mas com repouso. É
simples.
6. Desfrutar da manhã. Dormir até tarde no domingo parece tentador. Mas isso
aumenta a sensação dele targia. Se você curtir bem o dia e for deitar cedo,
ganhará mais vigor.
7. Desistir de ser superpoderosa. Respeite seus limites e não tente abraçar o
mundo. Que poder é esse que deixa você exaurida no fim?
51
8. Recusar convites. Impossível emendar a happy-hour com uma passadinha
no mercado, um cineminha, dois aniversários e uma balada para fechar a noite.
Eleja dois programas no máximo. E divirta-se!
9. Permitir-se uns minutos a mais no banho.
10. Negociar prazos. Não dá para recusar os pedidos do chefe. Mas é possível
definir a ordem das tarefas e o tempo necessário para cumpri-las.
11. Tomar chuva. Saiu cansada do trabalho e está caindo o mundo? Em vez de
achar que o Universo conspira contra você, experimente sair na chuva. Deixe a
água lavar todos os problemas. A sensação é libertadora.
12. Respirar fundo. Inspire pelo nariz profundamente, sentindo o pulmão
encher de ar. Conte até 10. Lentamente, solte o ar pela boca. Repita o
processo até se sentir, literalmente, arejada.
13. Fazer caminhadas. Por esporte ou por prazer, caminhar é excelente para a
saúde, além de aliviar o stress. Especialistas dizem que 15 minutos bastam
para dar um reset no humor.
14. Não guardar mágoas.
15. Acionar seu filtro de proteção. Sua mente não é saco de lixo. Esvazie a
caixa de e-mails, fuja de fofoca, mau agouro e conversa fiada…
16. Organizar-se. Mulher estressada perde tudo o tempo todo. Deter mine
lugares fixos para guardar as cha ves, os óculos…
17. Mudar o ritmo. Levante mais devagar, coma com mais calma, fale menos e
mais baixo… e sinta o efeito.
18. Tirar férias mentais. Deixe os pensamentos viajarem por dois minutos para
algum lugar que você ame. Recarregue as energias e volte renovada.
19. Encontrar a sua bolsa de guerra. O troca-troca de modelos complica o
cotidiano. Uma coisinha sempre fica para trás. Uma boa companheira é aquela
que está no seu armário e tem tamanho médio, cor neutra e muitas divisórias!
20. Escolher seu exercício predileto. Não adianta pagar academia e não ir! A
melhor maneira de se livrar do stress é fazer o esporte de que você gosta.
52
Bastam 30 minutos de exercícios para o corpo produzir o hormônio
betaendorfina, que traz sensação de bem-estar, motivação e autoconfiança.
21. Não fazer nada.
22. Pensar positivo. Mesmo que tenha grandes desafios pela frente, espere
pelo melhor. E a chance de isso acontecer aumentará.
23. Meditar. Sozinha, num lugar calmo, sente-se com conforto, feche os olhos,
respire. Os pensamentos surgirão. Encare-os como nuvens no céu. Sinta-se no
azul, deixe-os chegar e passar, não se esforce para impedi-los nem se apegue
a nenhum. Observe. Se entrar numa nuvem, saia dela. Comece com cinco
minutos e tente chegar a 20 minutos por dia.
24. Relaxar e prestar atenção. Tensa demais? Feche os olhos, solte os ombros
e as mandíbulas, encoste os pés no chão. Fique atenta à respiração.
25. Incluir mais beleza em sua vida. Um vaso de flor, um jeito de arrumar a
mesa ou os cabelos, um novo olhar para a paisagem. Belos bálsamos.
26. Tirar uma horinha para desligar o celular.
27. Chorar. Alívio natural e orgânico contra nó na garganta e peito apertado.
28. Dançar. Não precisa matricular-se numa escola. Tire os sapatos, coloque
seu som predileto. E solte-se.
29. Dar uma pausa de dez minutinhos. Leia uma revista, ligue para alguém
querido, vá tomar um café com sua amiga. Crie uma pausa breve para se
reanimar.
30. Escutar com mais atenção. Assim, você será ouvida também. Esse pingue-
pongue reconforta.
31. Beber água. Quem está cansada às vezes se esquece de fazer o básico.
Hidrate-se e dê um refresco ao corpo.
32. Melhorar já a sua alimentação. O banquete anti-stress inclui legumes,
frutas, amêndoas, linhaça, rúcula, espinafre e manjericão. Ou seja, vitaminas
do complexo B e C, além de cálcio e magnésio. É pura força na peruca!
53
33. Parar de correr atrás. Gandhi dizia que “a paz é o caminho”. Esqueça
metas futuras. Construa sua paz, sua saúde e as boas relações todos os dias.
E esse será o seu presente.
34. Soltar a voz. No chuveiro, no trânsito, na rua, baixinho ou a plenos
pulmões, cante uma canção. Nenhum sapo vai ficar entalado na garganta.
35. Conhecer os marcadores somáticos. Como você está respirando? O
coração bate calmo ou acelerado? E os músculos, estão pesados, apertados?
Converse com seu corpo e ele informará o que você precisa saber. Ou mudar.
36. Entrar em contato com a terra. Deite na grama e confie. O colo dessa
grande mãe cura tudo.
37. Fazer uma coisa de cada vez.
38. Pedir o cardápio de sobremesa. Restrição calórica tem limite. Equilibre as
metas da boa forma com as delícias de uma escapadinha. Ou acabará ficando
estressada com a dieta.
39. Adotar um animal de estimação. Não há dia de cão que resista ao amor e
ao carinho do seu bicho (mesmo que seja um gato!). Olhe nos olhos dele e
verá. Mas lembre-se: esse é um compromisso para a vida toda do animal.
40. Reviver os bons momentos. Antes de dormir, repasse o dia. Pare nos
momentos bons e tente recuperar o sentimento que você viveu. A gratidão
alivia.
41. Fazer sexo. Poucas coisas são tão relaxantes quanto um orgasmo. Com ou
sem parceiro, solte a imaginação…
42. Permitir-se um agrado. Compras não resolvem problemas, mas um mimo
de vez em quando alegra o dia. A ideia é ser generosa consigo mesma.
43. Molhar o umbigo. Quando estiver desgastada, encha uma bacia com água
gelada e algumas pedras de gelo. Molhe um pano e passe ao redor do umbigo
no sentido horário, de cinco a dez minutos, até a pele ficar avermelhada. É
ótimo para ressaca e cansaço.
44. Estabelecer prioridades.
54
45. Abusar do post-it. Não sobrecarregue a sua memória com milhões de
compromissos, prazos, telefones, aniversários… Cole tudo no papel. E
descole-se.
46. Parar de fazer o que não gosta. No que depender de você, escolha sempre
o bem-bom. Não está gostando de um livro? Pare de ler. O filme é chato? Stop
nele. As discussões com o namorado viraram um inferno? Encontre outro que a
leve para o céu.
47. Preservar sua intimidade. Não desabafe seus problemas com todo mundo,
pois isso é reviver a angústia. Escolha alguém íntimo para abrir o coração.
Depois, pense em outras coisas.
48. Espreguiçar, espreguiçar, espreguiçar!
49. Rir da situação – e de si mesma. Além de lidar melhor com as frustrações,
você aprenderá a ser menos exigente. Não está achando graça nenhuma? Dê
um passo para trás e veja suas trapalhadas de longe.
50. Ouvir música. Ela estimula o cérebro, toca o coração ou os quadris! Alguns
ritmos favorecem a concentração, outros a diversão, a emoção…
51. Dirigir o seu filme. Monte a sua agenda como um roteiro de cinema:
especifique cenas e personagens. Calcule o tempo de cada tomada. Vai ser
um curta-metragem? Ok. Almeja uma longa obra prima? Ótimo. Só não dá para
fazer num único dia.
52. Fugir da rotina.
53. Desligar a televisão. Ela mantém você ligada. Tire o fio da tomada.
Consultores: ANA ALVAREZ, fonoaudióloga e doutora em ciências pela
Faculdade de Medicina da USP, MALY CARAN, herborista, MARILDA LIPP,
especialista do Centro Psicológico do Controle de Stress (CPCS).