Dinâmicas territoriais, conflitos e instituições
Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Gestão do Território
Universidade Federal do ABC
Professores responsáveis: Arilson Favareto, Vanessa Empinotti, Thiago Fonseca Morello,
Luciana Travassos
6as. Feiras – 14h às 18h(*)
(*) A versão original desta disciplina prevê 12 aulas com duração de 3 horas/dia. Contudo, o
grande número de feriados o próximo quadrimestre inviabiliza este desenho pois estão
previstas apenas 9 semanas com aulas às sextas. O programa a seguir realocou as 9 horas
faltantes, relativas aos 3 dias de feriado nos dias com aula, nos 9 dias letivos em que haverá
efetivamente aula. Desta forma, com 9 aulas de 4 horas a carga horária de 36 horas
inicialmente prevista será cumprida integralmente)
Ementa (cf. regulamento do PPG/PGT)
• O conceito de território e as teorias dedicadas à análise de dinâmicas territoriais • Dinâmicas
demográficas contemporâneas e suas implicações para as formas de uso social da natureza e
de organização do espaço • Desafios empíricos e teóricos nas tentativas de conciliar
competitividade econômica, redução da desigualdade e conservação ambiental em escalas
territoriais distintas • Cidades sustentáveis, territórios sustentáveis: origens de um ideal
normativo • Bases teóricas das explicações sobre as relações entre instituições e conflitos no
planejamento territorial • As instituições para o planejamento territorial no Brasil
contemporâneo e suas respostas aos conflitos sociais e ambientais: problemas de desenho
institucional, de assimetria de poder, de conflitos de interesses.
Estratégia de abordagem e os objetivos da disciplina
Nos últimos anos houve uma ascensão do discurso sobre desenvolvimento sustentável e sua
aplicação à escala territorial – cidades sustentáveis, territórios sustentáveis, objetivos do
desenvolvimento sustentável em escala planetária. Em boa parte destas narrativas os
processos de desenvolvimento e o qualificativo sustentável são tomados como um ideal
normativo, um estado a ser alcançado. O papel da pesquisa em tal contexto consiste
justamente em evidenciar o quão próximo ou distante se está deste ideal normativo e a
identificação de quais são os processos por meio dos quais os territórios estruturam,
vivenciam ou equacionam seus conflitos econômicos, sociais, ambientais e políticos.
Três são os objetivos da disciplina Dinâmicas territoriais, conflitos e instituições:
a) Identificar as tendências, os conflitos e as contradições que emergem dos processos sociais
concretos de apropriação, uso e organização do espaço nos marcos do capitalismo
contemporâneo.
b) Refletir sobre a manifestação territorial destas tendências, conflitos e contradições em
escalas distintas e sobre a repercussão disto para as instituições e as práticas de
planejamento territorial.
c) Por meio dos dois procedimentos anteriores, reforçar nos alunos a capacidade de
contextualizar seu tema de estudo nos marcos destas grandes tendências que
condicionam a posição e as possibilidades dos territórios no mundo contemporâneo e,
junto disso, reforçar também a capacidade de identificar os desafios para uma abordagem
cientificamente embasada desta complexidade.
O Programa da disciplina
Módulo 0 – Apresentação do curso (19/Fevereiro, Resp.: Arilson Favareto)
Aula 1 – Apresentação do programa, da bibliografia, dos critérios de avaliação
Módulo 1 – Territórios importam: tendências e teorias sobre as possibilidades dos territórios
sob o capitalismo contemporâneo (26/Fevereiro e 4/Março. Resp.: Arilson Favareto)
Aula 2 – O movimento do mundo: tendências demográficas e econômicas e suas repercussões
para as cidades e as regiões
Aula 3 – Explicações concorrentes: teorias sobre espaço, economia e meio-ambiente, além da
produção capitalista do espaço e as interdependências entre instituições, atores, recursos e
conflitos
Bibliografia
UNITED NATIONS (2004). World population to 2300. Disponível em:
http://www.un.org/esa/population/publications/longrange2/WorldPop2300final.pdf
(***leitura prioritária para aula 2)
UNITED NATIONS (2014). World urbanization prospects – 2014 Revision. Disponível em:
http://esa.un.org/unpd/wup/Publications/Files/WUP2014-Report.pdf PIKETTY, Thomas (2015).
O capital no século XXI. São Paulo: Ed. Intrínseca. Especialmente Terceira parte – A estrutura
da desigualdade.
HARVEY, David (2013). Os limites do capital. São Paulo: Boitempo Ed. Especialmente capítulo
12 – A produção das configurações espaciais: as mobilidades do capital e do trabalho.
BANCO MUNDIAL (2013). Economic mobility and the rise of the latin american middle class.
Disponível em:
https://openknowledge.worldbank.org/bitstream/handle/10986/11858/9780821396346.pdf
BANCO MUNDIAL (2009). Reshaping economic geography. Disponível em:
http://siteresources.worldbank.org/INTWDRS/Resources/477365-1327525347307/8392086-
1327528510568/WDR_OVERVIEW_BP_Web.pdf (***leitura prioritária para aula 2)
VEIGA, José Eli (2015). Para entender o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Editora 34.
(***leitura prioritária para aula 3)
ACSELRAD, H. (2004). Sustentabilidade e articulação territorial do desenvolvimento brasileiro.
Paper apresentado em II Seminário Internacional sobre Desenvolvimento Regional. Santa Cruz
do Sul. Disponível em: http://www.unisc.br/site/sidr/2004/conferencias/02.pdf (***leitura
prioritária para aula 3)
SEN, Amartya et al. (2011). Relatório da comissão sobre a mensuração do desempenho
econômico e do progresso social. Disponível em:
https://territorioobservatorio.files.wordpress.com/2013/04/relatc3b3rio-da-comissc3a3o-
sobre-a-mensurac3a7c3a3o-de-desempenho-econc3b4mico-e-progresso-social.pdf
CRUZ, B. et al. Organizadores (2011). Economia regional e urbana – teorias e métodos com
ênfase no Brasil. Brasília: IPEA. Disponível em:
https://webmail.ufabc.edu.br/?_task=mail&_action=get&_mbox=INBOX&_uid=17612&_part=
2&_frame=1&_extwin=1 Especialmente Capítulo 3 – Teorias do desenvolvimento territorial.
(***leitura prioritária para aula 3)
Módulo 2 – Um aprofundamento sobre o funcionamento das instituições e seus
desdobramentos nos territórios (11/Março e 18/Março. Resp.: Vanessa Empinotti)
Aula 4 – Problemas teóricos sobre arranjos institucionais, atores, recursos e conflitos
Aula 5 - Estudo de caso: Projeto de Transposição do Rio São Francisco – múltiplas escalas,
espaço e territórios conflito
Bibliografia
OSTROM, E. Reformulating the Commons. Ambiente e Sociedade, 10(1), 2002. p. 1 – 21.
CLEAVER, F. Getting Institutions Right: Interrogating Theory and Policy. In: Development
Through Bricolage. New York: Routledge, 2012. p. 1-32.
GIORDANO, M. The Geography of the Commons: The Role of Scale and Space. Annals of the
Association of American Geographers, 93 (2), 2003. p. 365 -375.
Módulo 3 – Dinâmicas territoriais, conflitos e instituições na escala regional (01/Abril e
15/Abril. Resp.: Thiago Morello)
Aula 6 – Estudo de caso: Amazônia brasileira. Economia e sociedade na Amazônia brasileira
(história e atualidade), dinâmicas de uso e ocupação da terra (causas e consequências);
Aula 7 – (continuação do estudo de caso). Dilemas entre conservação e desenvolvimento na
Amazônia brasileira e conflitos associados (teoria e evidência), alternativas para a superação
dos dilemas, instituições e falhas institucionais (ênfase em políticas públicas).
Bibliografia
(*) A indicar
Módulo 4 – Dinâmicas territoriais, conflitos e instituições na escala urbana e metropolitana
(29/Abril e 06/Maio. Resp.: Luciana Travassos)
Aula 8 – Estudo de caso: Rede de cidades e urbanização dispersa no Estado de São Paulo.
Processos de expansão urbana contemporâneos; urbanização de baixa densidade; perda de
vegetação e impactos socioambientais dos processos de expansão urbana.
Aula 9 - Problemas teóricos sobre arranjos institucionais, atores, recursos e conflitos
Bibliografia
ABRAMO, P.. A cidade COM-FUSA: a mão inoxidável do mercado e a produção da estrutura
urbana nas grandes metrópoles latino-americanas. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e
Regionais, Rio de Janeiro, 9, set. 2011. Disponível em:
<http://unuhospedagem.com.br/revista/rbeur/index.php/rbeur/article/view/181>. Acesso
em: 17 Fev. 2016
REIS, Nestor Goulart; Portas, Nuno; Tanaka, Marta. Dispersão urbana: diálogos sobre
pesquisas Brasil-Europa. São Paulo: Via das Artes, 2013.
TORRES, Haroldo da Gama; MARQUES, Eduardo; FERREIRA, Maria Paula and BITAR,
Sandra. Pobreza e espaço: padrões de segregação em São Paulo. Revista Estudos
Avançados [online]. 2003, vol.17, n.47 [cited 2016-02-17], pp. 97-128 . Available from:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142003000100006&lng=en&nrm=iso>
Dinâmica do curso
Serão indicadas no início do curso as leituras obrigatórias e complementares para cada
uma das aulas
Semanalmente os alunos deverão enviar para o email da disciplina, até a quarta-feira de
cada semana, notas de leitura de no máximo duas páginas, organizadas nos seguintes
tópicos: a) Qual a ideia ou argumento central dos textos indicados como leitura obrigatória
para esta aula?; b) Qual sua posição sobre este argumento central?; c) Qual a implicação
deste argumento e da sua crítica para o seu projeto de pesquisa no mestrado/doutorado?
Estas notas de leitura serão comentadas aleatoriamente pelo professor responsável pelo
módulo por email ou em sala de aula. O conteúdo das notas de leitura será levado em
conta para a elaboração da aula, daí a necessidade de envio na data indicada e com a
devida antecedência à respectiva aula.
Os alunos poderão deixar de entregar até duas notas de leitura. A não entrega de três ou
mais notas de leitura implicam em reprovação na disciplina.
As aulas serão predominantemente expositivas, mas a ampla participação será incentivada
pelo professor responsável por cada módulo.
Após o término do curso o aluno terá 30 dias para entregar um paper de
aproximadamente 8 mil palavras. Nele, apoiado na bibliografia vista no decorrer do curso
e em referências adicionais, o aluno deverá abordar uma questão e uma hipótese
previamente formulados e discutidos com seu orientador e com ao menos um dos
professores responsáveis pela disciplina.
A nota final do aluno será a nota obtida com o paper apresentado. Participação em aula e
a qualidade das notas de leitura servirão como critérios de ajuste da média final.
Referências bibliográficas complementares
A inserir