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Despertar

Em uma terra onde a guerra perdura por décadas, corações valentes lutaram e, no final os fortes

se levantaram e, os fracos caíram por terra. O calor conseguirá derreter o gelo? O que é mais

forte? Entre amor e ódio.

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Prefácio

Caminhava entre as flores como de costume, o vento acoitava minha face, mas não me

machucava, sabia que uma tempestade aproximava-se como uma serpente preparando-se para

o bote, havia muito tempo que meu povo não presenciava algo assim. Ha ultima vez que uma

tempestade ocorreu foi quando houve a grande guerra, como não lembrar esse dia, pois nesse

dia em questão nasci e, também Anya, minha irmã que foi levada por Nicolai, senhor das

terras quentes, ate então pensávamos que ela estava morta, mas... Isso não passava de uma

armadilha para nós senhores do gelo. Nossa historia começa quando Valentim, filho de

Nicolai veia a Lunar, clamar a meu pai Demeter, senhor da fúria gélida, que assinássemos um

pacto para por fim na guerra; tratava-se de um casamento arranjado para unificar as duas

famílias e, como Clarym era a mais nova, fui à escolhida para honra esse trato.

UMA SEMANA ANTES...

O baile estava em seu apogeu, quando o Rei, adentro no salão seguido de seus féis escudeiros,

Adam, o fiel e, Cristophe o Bravo. Todos reverenciaram o Rei, que sorriu ao ver Clarym e

Zayra, as outras gêmeas da família, Clarym era a mais velha desse par, embora nossos pais

tivessem mais três filhos, Davon, Louis e, Brandon e, é claro eu, Arya ou como meus irmãos

me chamam ‘’Princesa de gelo’’. Loco foi anunciado que tínhamos um convidado, meu

primeiro pensamento foi que Lorde Gwer, em fim resolveu reclamar a mão de Clarym, todos

sabia que eles morriam de amor um pelo outro, entretanto não era Gwer, um jovem de cabelos

castanhos tão escuros como a noite, que por um momento se confundiam ao negro, vestindo

uma camisa verde com adornos marrons, de olhos tão escuros quanto à noite, ombros largos e

consideravelmente alto, quando os mais velhos o viram ele ouviu-se alguns por todos os

lados: como ousa? O que pretende o Rei? Onde anda a Rainha que não se pronuncia? Após

esta ultima frase foi anunciada a Rainha, Julia a Fênix de Gelo como era conhecida, seus

olhos passam por cada um de seus filhos, pousando por fim no Rei e, como sempre lhe sorriu,

sempre apaixonados esses dois.

- O que faz esse jovem em nossas terras meu senhor?

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Todos sabiam que por mais cordial que fossem suas palavras a Rainha poderia parar seu

coração com um olhar, e seu tom era um aviso que se não gostasse da resposta estaria bem

perto de cometer tal ato. Eu como mera espectadora não entendia porque a presença desse

jovem a estava enfurecendo.

- O baile acabou. Decretou o Rei.

Ninguém disse uma só palavra, todos saiam, quando o Rei me chamou.

- Você fica Arya.

- Como desejar senhor.

O jovem me encarava, porque eu fiquei? O que a presença desse moço tinha a ver comigo? A

rainha encarava esse rapaz com um olhar mortal.

- Diga a ela. Exigiu ela.

- Como queira, Arya esse é Valentim, príncipe das terras quentes, a partir de hoje seu noivo.

- Noivo?

- Sim.

- Mas...

- Ousa desobedecer a seu Rei? Inquiriu ele.

- Não senhor.

- Isso mesmo.

- Antes de me casar com este senhor prefiro me atirar no posso dos sussurros. Sai sem dizer

mais nada.

Após a princesa retirar-se e afronta o Rei seu pai, este se virou para a Rainha.

- Saiu a você.

- Tão bela?

- Não, com o mesmo coração tempestuoso.

- Com sua licença? Pediu ela gentilmente. Ele suspirou, hoje seria um dia em que ele dormiria

congelado. Assenti e ela retirou-se do recinto.

- Perdoe as palavras da jovem, tenho certeza que saberá domar seu espirito.

- Sim.

- Então temos nosso acordo?

- Sim.

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- Para quando marcamos o casamento?

- Dois meses.

- Tem presa.

- Quando se é jovem o tempo passa muito rápido.

- Tem razão.

- Agora que estamos acertados, creio que já posso partir.

- Como quiser.

Nos aposentos da princesa Arya...

- Calma senhora. Pedia a criada Lucinda.

- Diz isso porque não é você que foi vendida!

- Perdoe-me senhora.

- Saia! Preciso ficar sozinha. Ela assentiu e retirou-se.

O que fazer? Ficar e casar por contrato? Fugir e viver como fugitiva para sempre? Meu pai me

atirou literalmente na cama do inimigo. Devia procurar a Louis, ele me daria uma ideia de

como fugir disso, já sabia onde encontra-lo, sempre que procurar por um apaixonado por

cavalos busque-o nos estábulos. Peguei minha capa preta e sai por uma das passagens secretas

que só nós os filhos do Rei e da Rainha, assim como os dois sabiam, era um segredo que

desde cedo aprendemos a guarda, seria a diferença está vivo ou morto.

Ele não acreditava que o Rei seu pai havia feito tal ato, era uma traição, jogar Arya nas mãos

daqueles monstros, além disso, tudo em seu ser gritava armadilha, será que seu pai depois de

tantos anos tornou-se tolo?

Um barulho pequeno, quase imperceptível o tirou de seus pensamentos, ela estava ficando boa

em se ocultar.

- O que faz uma dama há essa hora nos estabulo?

- A jovem busca seu querido irmão.

- O que quer?

- Uma ajuda?

- Também não concordo com ele.

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Ela o abraçou.

- O que faço Louis?

- Isso eu também quero descobrir, Ary.

Sempre a chamava assim, quando ela o buscava para solucionar seus problemas, mas este em

questão estava difícil. Como ir contra seu pai, ainda mais ele sendo o Rei?

- Se nem você que é o mais sábio dos irmãos não sabe, é porque já estou condenada.

- Porque não vai viajar?

- Hum?

- Va visitar nossos primos em Frint.

- Frint? Se você diz talvez seja bom, para espairecer, entretanto não creio que o Rei permitira.

- Saia sem avisar, quando estiver lá eu os avisarei que você, partiu em uma viagem de

cortesia.

- Tem certeza? Faz anos que não vamos a Frint.

- Agora que você tornou-se a noiva do ‘’ carvão’’, nada te impedirá de cruzar a fronteira.

- Pelo menos uma vantagem.

- Não espere outra.

- Quando parto?

- Hoje mesmo, vou enviar dois dos meus cavalariços com você.

- Obrigada.

- Ainda lembra-se de como se faz para por um homem de quatro?

Ele sempre zelou por ela, então quando eles eram mais jovens, Louis disse-lhe que a ensinaria

como lutar, e para sua surpresa, ela era boa, tão boa quanto ele.

- Nunca me esquecerei.

- Tome. Deu lhe um punha de prata.

- É o seu punhal da sorte.

- Agora é seu você precisa de mais sorte que eu Ary.

- Obrigada.

- A meia noite esteja pronta, Deixarei Nevoa selado.

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Nevoa era seu cavalo desde que aprendeu a montar quando tinha dez anos. Ela voltou a

abraça-lo e partiu. Não levaria mais que o necessário, nada de anáguas, e vestidos pomposos,

três vestidos simples e, sua capa.

Chegando a seu quarto encontrou a Rainha.

- Senhora. Curvou-se.

- Não estamos em meio aos cervos, trate-me como sempre, para meus filhos não sou apenas a

Rainha de Lunar, sou sua mãe.

- Perdoe- me senhora, mas para mim pelo menos no presente momento é a Rainha.

Odiava isso em sua filha mais velha, embora agisse igual quando tinha sua idade e lhe

contradiziam, hoje entendia quando a mãe falava que quem sai aos seus não degenera.

- É assim que trata a mulher que queria lhe ajudar?

Viu como os olhos da jovem se iluminavam, para voltar a se apagar um momento mais tarde.

- Ninguém pode me ajudar, é a vontade do Rei e, não há homem vivo que foi contra a vontade

do Rei e voltou para contar a historia.

Seu pai era brutal quando queria ser, sempre calmo, calculando as possibilidades, entretanto

quando iam contra ele... Os problemas começavam.

- Bem tem razão sobre isso, embora não desista de lutar, tenha uma boa noite amanha

começamos, os preparativos para o banquete de noivado. E então se retirou.

Ela esperou todos apagarem as luzes, para então começar a recolher o necessário para sua

pequena fuga.

Quando o sino da igreja decretou meia noite, ela estava quase chegando aos estábulos, sabia

como se ocultar dos guardas, o único que não conseguia enganar era Louis, pois foi ele que a

ensinou e um professor jamais ensina tudo que sabe ao aprendiz.

- Sei que está ai.

- Nunca serei silenciosa o bastante?

- Para mim? Não.

- Pensei que não estaria aqui quando eu partisse.

- E perder de ver como você é corajosa, jamais Ary.

- Obrigada, mas uma vez por tudo.

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- Trabalharemos em um plano, você não vai casar com ele a menos que queira.

- Jamais.

- Como sempre engenhosa.

- Sai a você.

- Não, você saiu ao espirito da Nevoa.

- Silenciosa e mortal.

- Para sempre.

- Os outros sabem?

- Claro, não esqueça você tem cinco corações gelados por você.

- Para sempre.

- Para sempre.

Ele ajudou-a a sentar-se sobre a sela e, então com um ultimo adeus eles partiram.

Ele não confiava em Demeter, por isso ficou escondido na mata, aguardado que alguém o

seguisse. Horas se passaram ate que por volta da meia noite, dois cavalariços e uma terceira

pessoa encapuzada, cruzavam a estrada.

- Agradeço por sua lealdade. Disse o encapuzado, sua voz era de mulher, mas o que fazia uma

mulher há essa hora com dois cavalariços?

- Seu irmão salvou minha vida. O outro homem assentiu.

- Devemos há ele muito mais é o mínimo que poderíamos fazer, era guardar sua preciosa irmã

com a vida.

Minhas suspeitas estavam confirmadas era uma jovem, mas quem? E por quê?

- Agradeço tão grande apreço, ele também lhes tem grande estima.

- São quase três dias de viagem, porque a senhorita recorrer a tão longa jornada?

Ela ficou em silencio um momento ate que respondeu por fim.

- Meu irmão confiou em vocês para zelarem por minha vida, e eu recorro a está viajem porque

preciso refletir, como sabem minha casa não é o local mais indicado no momento, agora

devemos nos apressar assim que derem por minha falta, não quero nem pensar no que vai

acontecer.

- Então nós apressemos.

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Deveria ter dado a volta e partido para meu reino, entretanto a curiosidade da juventude me

acertou em cheio, que tipo de cavaleiro eu seria se não ficasse curioso a respeito de uma

jovem, que cavalga a meia noite, com dois servos? Tudo em mim dizia: vá atrás e vele por

ela. Era isso que eu iria fazer, sabia que em seu caminho estava um posto de vigília, guardado

pelas tropas de meu pai, se ela parasse por isso, eu usaria minha influencia para que

continuasse sua jornada, os soldados não iriam contra minhas ordens.

Não tinha levado em conta que cavalgar seria tão desconfortável, embora eu esperasse que,

passar horas no lombo de um cavalo não seria prazeroso, e de certa forma não era, doía-me as

cochas, a coluna, além disso, viajar por terrar frias e soar tornava-se insuportável, apesar disso

já dispunha de certa tranquilidade, não falamos por duas horas, era uma forma de conservar

calor e energia, quando consegui finalmente relaxar já estávamos passando entre os últimos

pedaços de terra que pertencia a meu pai. Olhando mais ao horizonte estava um posto de

patrulha, o que seria minha provação, pois pertencia a Nicolai.

- O que faremos agora?

- Não fique tensa, temos um documento com o selo real, não me olhe assim seu irmão pensou

em tudo, no qual consta que estamos a serviço do Rei, indo buscar provisões para o

casamento real.

- Louis, eu tenho que o agradeces mais vezes.

- Assim é.

Sorri e continuei em silencioso; Fomos parados.

- O que querem?

- Venho em nome do Rei Demeter, senhor das terras quentes. Partimos em direção a Frint,

vamos comprar provisões, para o casamento real.

- Como saberei que não mente?

- Veja assinado pelo próprio príncipe. Disse Diego o mais jovem dos cavalariços que me

acompanhava.

- Parece ser verdadeiro.

- E assim é.

- Certo, sendo assim podem prosseguir, mas vão só três de vocês?

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- Sim, na volta quando tivermos as provisões arrumaremos mais servos para ajudar a

transporta.

- Certo.

Continuamos nossa jornada.

- Alto! Falou o guarda.

- Pensa em parar seu príncipe?

- Alteza não lhe reconheci.

- Pois agora sabe quem sou, agora responda-me viu passar por aqui três homens?

- Sim.

- Para ondeiam?

- Frint.

- Como conseguiram o visto para prosseguir?

- Eram portadores de um documento assinado por vossa alteza.

- Por mim?

- Sim.

Curioso, não assinou nada, a não ser o contrato de casamento. Quem eram aqueles?

- Falaram o que iam fazer em Frint?

- Segundo eles iam comprar provisões para o casamento real.

- Certo. Faz muito que passaram por aqui?

- Uma hora.

- Obrigada.

- Senhor?

- Sim?

- Fiz mal em lhes permitir passagem?

- Espero que não, para o seu próprio bem. Agora me arranje um cavalo alimentado e,

descansado.

- Um momento e, eu o providenciarei.

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Seja que for só atiçou minha curiosidade. Se fosse uma armadilha, eles falhariam, todavia se

não fosse pelo menos ele teria vivido o calor da aventura.

Com isso eu não contava. Mercenários, cinco homens portando o Brasão de Nicolai, a

serpente negra com olhos de chama. Ótimo com eles todo o discurso de Diego não serviria de

nada. Os homens de Nicolai eram conhecidos por suas atrocidades que iam desde estupros,

tanto de mulheres como crianças, sucedido pela morte. Nada que eu dissesse iria ajudar só

atiçaria mais eles. Só podia esperar que eles estivessem cansados de lutar e nos deixassem em

paz.

- O que temos aqui?

- Veja Gael, são homens do gelo.

- O que faremos com eles?

O corpulento de cabelos sebosos, que estava quase matado o cavalo de exaustão, era o líder ao

que parecia. O outro referido era Gael, parecia ter certo estilo, devia ser algum bastardo, de

uma casa menos, ou talvez filho mais novo. Quanto aos três últimos, o que deixavam de

proferir com palavras, seus olhos diziam, eu tentei manter a calma, mais eles ergueram as

espadas em um convite para a batalha; malditos será que não sabiam do acordo? Diego e

Marcos atacaram e com um olhar disseram para que eu corresse.

Temia por minha vida e por eles, entretanto decidi obedecer. Dei a volta em direção à guarita,

talvez chegando lá eles me ajudassem. Durante o percurso percebi que dois deles me seguiam

e estavam próximos. Decidi enfrentar. Puxei as rédeas e parei gélido. Além do punhal que

Louis me deu, eu também tinha uma espada, não esperava colocar em pratica tão cedo o que

Louis me ensinou, mas era uma situação de vida ou morte. No primeiro mirei o punha no

pescoço e lancei, este caiu sem vida, com meu punha transpassando a sua traqueia, o segundo

ia ser mais difícil, ele desmontou encarando-me e medindo como seria fácil me derrotar,

lutaria ate a morte, meu capuz desceu e ele sorriu.

- Uma puta, matou a Perry. Não tenho escolha se não mata-la para vinga-lo.

- Me mataria da mesma forma se ele estivesse tropeçado e quebrado o pescoço.

- Não tenha medo não vou ser bruto, pois é bonita. Embora em troca, tenho que usa seu corpo.

Então ele atacou, minha estratégia ela me esquivar ate ele ficar cansado, mas essa tarefa

mostrou-se árdua. Ele tentou me acertar na força bruta, entretanto eu me valia de minha

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esperteza, isto era uma guerra o mais esperto sairia vivo, e este seria eu. Em um descuido seu

feri sua perna, ele urgiu como um animal selvagem e me atacou mais ferozmente.

- Vadia, pagara por mais este insulto.

- Pois venha.

Ao subir uma colina avistei uma jovem lutando com um dos mercenários que meu pai

contratava, ele acabaria com ela, já mostrava sinais de cansaço, lutava muito bem e

provavelmente não estaria acostumada a defender sua vida. Com um movimento rápido ele

conseguiu desarma-la, me senti compelido a ajuda-la, afinal era um cavaleiro. Avancei.

- Agora morrera. Disse ele.

- Serio. Sorriu ela com petulância, antes morreria sabendo que havia lutado ate o ultimo

minuto.

- Se afaste dela!

- Quem acha que é para me dar ordens?

- Sou seu príncipe.

- Pois bem, príncipe eu não recebo ordens suas somente do senhor seu pai.

Olhei de lado para a jovem e, que surpresa eu tive ao ver minha noiva no chão com o braço

sangrando.

- Saiba você que está é minha noiva, princesa Arya.

- Melhor ainda, antes de mata-la a tomarei.

- É sua ultima chance se afaste dela e vivera.

Antes que ele respondesse ela foi mais rápida que eu, alcançou sua espada e, cravou-a no

peito dele.

- Está bem?

- Afaste-se.

- Calma. O que diabos faz você por essas terras?

- Um pequeno passeio.

- Além de bela sarcástica, poderia estar morta, ou pior.

- E você porque me seguia?

- Curiosidade.

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- Eu tenho que os achar...

Disse ela.

- Fala dos cavalariços que a acompanhavam?

- Não do meu cavalo, claro que é deles.

- Eu a acompanho.

- Dispenso.

- Mais eu insisto.

Ela nem retrucou, fez um movimento para levantar, que só serviu para abrir mais a ferida em

seu braço.

- Venha. Deu a mão. Ela negou-se a aceitar, aproximou-se do homem que acabava de matar,

arrancou-lhe a espada do peito e a usou como apoio. Caminhou ate outro homem morto e

arrancou-lhe um punhal.

- Você fez isso.

- É uma guerra, ou você matar ou morrer.

- Onde aprendeu a lutar?

- Não lhe diz respeito.

Antes que eu respondesse dois homens se aproximaram.

- Princesa está ferida. Disse um dos homens apontando para seu braço.

- Os outros estão piores.

- Nós desculpamos, falhamos em lhe proteger.

- Não precisam se desculpa, sempre soube que seria difícil essa jornada, bom estão bem?

- Sim.

- Diego pode limpar minha ferida?

- Sim alteza.

- Arya, não precisa ser formal.

- Mas senhorita o príncipe...

- Ele? (riu), fique tranquilo ela ainda não é meu dono.

Ele aproximou-se dela e rasgou a manga de seu vestido, foi o suficiente para me tirar do serio.

- Eu faço isso.

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- Como queria alteza.

- Você obedece a mim, não a ele.

- Mas senhorita...

- Não vou permitir que outro toque minha noiva, podem nos deixar a sós? Vamos a uma

pequena clareira onde corre um riacho, lá trataremos sua ferida.

- Sim.

- Vocês não obedecem a ele! Será que alguém me ouve?

Como me livraria desse príncipe? Para completar meu braço ferido ardia como nunca, ele nos

levou ate uma clareira, e como havia pedido Diego e Marcos nos deixaram a sós.

- Mas lembre-se jovem príncipe se ousar mais que limpar a ferida de seu braço, sendo filho de

um Rei ou não, morrera.

- Fico feliz de saber.

Ele se aproximou e puxou meu braço, que agora doía como nunca.

- Sabe acho que me apaixonei por você, mas não foi no baile, foi no momento em que vi

como maneja uma espada.

- Se morre de amores por uma mulher que sabe erguer uma espada espere ate ver o que faço

com um punhal, cairá aos meus pés.

- É sempre sarcástica?

- Sim e, você é sempre insistente?

- Sim.

Seu toque era suave, quase imperceptível se não fosse à dor, bem tinha que aguenta-la, ele me

ofereceu vinho para sanar a dor, mas em momentos como este era melhor esta sóbria.

- Porque viajava?

Perguntou ele.

- Queria pensar.

- Não gostou de ficar noiva não é?

Ele parecia triste com isso e, por um momento me senti mal por ferir seus sentimentos, que

tolice ele era o inimigo.

- Não.

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- Preferia ficar noiva de outro?

- Preferia não ser uma mercadoria.

- Devia ter cuidado, se alguém a ouve vão dizer que a trato muito mau.

- Por acaso pensa que vou acreditar que Nicolai quer uma trégua? Vocês nunca buscaram um

acordo, foram dezoito anos de guerra.

- Sim nunca buscamos uma trégua, mas nunca se é tarde.

- Admita, que isso não passa de uma armadilha, e me mate logo.

- Não vou mata-la e não é armadilha.

- Porque será que eu não acredito?

- Faça como quiser.

- Tolo.

- Você é quem acredita em conspirações e eu é que sou tolo?

- Seu...

Seus lábios caíram nos meus. Era estranha a sensação, nem um homem ate hoje tinha ousado

me beijar, ele começou calidamente, mas foi se intensificando algo tomava conta de mim, só

podia ser algum feitiço algo na agua do riacho que me fez corresponder a ele. Recobrando a

consciência o mordi.

- Gosta de morder?

- Gosto de ser respeitada.

- E eu estou aqui para garantir isso.

- O que quer dizer com isso?

- Que vou acompanha-los ate Frint.

- Não.

- Sim.

- Não, seu pai vai estranhar a demora e atacar o meu reino.

- Já mandei avisa-lo que resolvi me divertir um pouco antes de regressar.

- Claro se acha que vamos parar em bordeis para que o senhor divirta-se está ligeiramente

enganado.

- Não. Minha diversão será acompanhar minha noiva.

- Como você consegue ser tão irritante.

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- Devia tomar um banho, e mudar de roupa.

- Não na sua frente.

- Oh claro, vou encontrar os outros e, se vista rápido, caso contrario terei que matar seus

homens.

- Como quiser alteza.

- Me chame de Valentim.

- Se me da licença.

Ele partiu.

Fica tão bonita quando esta zangada, quando nós nos casarmos, eu farei questão de mantê-la

zangada e seus lábios, tenho certeza que fui o primeiro homem que beijou em toda sua vida, e

se depender de mim serei o ultimo.

Capitulo-1-

No palácio de Nicolai.

Ela adentrou no grande salão, fazia dezoito anos que não pisava ali, sempre teve tudo, exceto

liberdade, sempre ficou confinada em sua torre, não entendia porque o Rei a mantinha

encarcere. Anya sabia que seu pai a mantinha assim para sua segurança, o Rei Demeter senhor

das terras gélidas queria sua morte desde que era um bebe, não entendia porque alguém iria

querer feri-la, mas segundo seu pai o Rei Nicolai senhor do fogo, contava-me ele odiava

nosso reino porque minha mãe, Cassandra, o deixou por meu pai. Como nunca tinha

permissão para andar pelo castelo sempre contava com Eleonor, minha ama de leite, pois

quando nasci levei a vida da minha mãe, meu pai diz que eu sou o seu presente mais precioso,

nada no reino tem mais importância que minha vida, por essa razão não sei como ele me

deixou sair da torre hoje.

- Ai esta você.

- Vossa alteza. Sempre fui educada para saber como falar, dançar e agir na presença do Rei,

mesmo ele sendo meu pai.

- Esta tão bela hoje.

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- Gentileza sua vossa graça.

- Sabe por que mandei busca-la?

- Não.

- Hoje você vai conhecer o grande proposito de sua vida.

- Se me permite?

- Diga.

- O que o senhor quer dizer com meu proposito?

- Você querida me ajudara a derrotar Demeter.

- Como pai? Digo majestade.

- Vai adentrar em suas terras.

- Mas eles me mataram.

- Engana-se, não faram nada temos um acordo, mas assim que a virem lhe contaram mentiras,

então lhes diga: eu escapei. Depois você colocara isso- disse depositando em suas mãos um

frasco com um líquido carmim- coloque isso quando ninguém estiver olhando.

- Sim meu senhor.

- Você deixa orgulhoso este velho tolo.

- Pai o senhor jamais será um velho, e ainda mais um tolo.

- Va e prepare-se para parti.

Não entendia o que ele pretendia, mas ele era seu pai sempre a amou e cuidou de dela, não lhe

pediria isso sua vida corresse perigo, ou pelo menos era isso que ela queria acreditar.

Mau o sol se apresentara para o começo de mais um dia e, eles já cavalgavam na estrada em

direção as terras geladas.

ENQUANTO ISSO...

Após encontra um local bem reservado no lago, comecei meu banho, enquanto isso fazia

alguns questionamentos tais como: o que ele pretendia? Porque estava me seguindo? Será que

havia descoberto que eu fugiria? Uma coisa era certa se eu permitisse que ele me beijasse

novamente, estaria arriscando minha sanidade e, como diria Louis dormindo como inimigo,

mesmo ele sendo meu noivo.

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Ela buscou um local bem reservado, entretanto eu permanecia vigiando-a durante seu banho, a

tentação de me juntar a ela era tão grande, embora fossemos noivo a igreja nos excomungaria

por tal ato, nem quero pensar no que dirão as más-línguas se descobrirem que viajamos

juntos. Minha pretensão era levá-la ate o altar o mais rápido possível mesmo que ela ainda

não soubesse disso, nós nos casaríamos na próxima capela que cruzasse nosso caminho, isso

mesmo, eu a faria minha esposa antes do previsto, o que tornaria tudo mais fácil. Quando ela

se aproximou da margem nua, aquela pele cor de azeite, com seu corpo curvilíneo e as pernas

torneadas, me levaram ao delírio, seu cabelo caia em volta dos ombros encobrindo seus belos

seios, era a mais cruel tortura para um homem que a muito se mantinha celibato.

- Bastardo.

Ela havia notado que eu a olhava, por uma razão inexplicável senti-me corar e me virei.

- Não a estava espiando.

- Não?

- Claro que não, estava apenas vigiando.

- Sua explicação é tão medíocre quanto o senhor.

- Cuidado mulher! Este homem será seu marido em breve.

- Não considere que eu não fuja antes disso.

- Você ira conta as ordens de seu Rei?

- Sem pestanejar.

- Além de Rei ele é seu pai.

- Antes de casar-me com o senhor prefiro a morte.

Agora era uma questão de honra conquistá-la, seu pai, o Rei Nicolai, estava certo sua noiva

era intempestiva, mas ele conseguiria domá-la e de quebra ganharia seu coração.

Ele continuava a olhar-me, jamais entendi como os homens apenas com um olhar faziam as

mulheres bufarem, agora vivo esta situação.

- O que é tão interessante que o senhor não pode tirar seus olhos de mim?

- Sua beleza minha cara.

- O senhor conseguiu ser mais irritante que o bobo da corte.

- Ora, não aprecia uma palhaçada?

- Não.

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- Algo a esta incomodando?

- Os outros ainda não voltaram.

Ele tambem havia notado a ausencia dos outros.

- Devo ir procura-los.

- O que deve ter acontecido?

- Não se preocupe.

Ele seguiu a trilha que eles havia tomado, Marcos e Diego não pareciam se homens sem

experiencia.

- Tolos. Uma voz tão gelida capaz de faze-lo arrepiar-se proferio, escondido entre a vegetação

ele observou os dois cadaveres, de seus companheiros e homens de confiança de sua noiva,

seis homens os rodeavam.

- E agora?

- Vamos pegar a vadia que eles guardavam.

- Mas o princepe esta com ela.

- As ordens são claras o Rei quer ela morta e, se seu filho tiver que perecer durante nosso

ataque que assim seja.

- As vezes eu questiono nossas ordens, afinal foi Nicolai que iniciou a guerra, tudo porque

uma jovem lhe disse não.

- Eu tambem, o nosso Rei é que é, como Fin disse ele esta disposto a sacrificar seu proprio

filho para obter vingança.

Os homens que trajavam roupas com o brazão do meu reino, mesmo sem saber me deram

informações muito importantes.

Ele havia partido a muito e, mesmo a noite tendo caido não tive coragem para assender uma

fogueira. Louis ficaria orgulhoso, sua irma aprendera a sobreviver. Um leve falha defolhas e

eu já estava em guarda.

- Calma! sou eu.

Não devia ficar feliz por ser Valentim e não seus homens a retorna.

- Onde eles estão?

- Temo não trazer boas noticias.

- O que houve?

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- Temos que parti imediatamente.

- Onde eles estão?

- Mortos e nós logo estaremos se não partimos logo.

- Você os matou. Não era uma pergunta.

- Não.

- Eu preciso velos.

- Temo não ser possivel.

- O que você fez?

- Arya eu não fiz nada e, nesse momento nossa sobrevivencia depende de como vamos

cooperar juntos, tanto eu como você estamos marcados para morrer.

- Seu pai...

- Sim, agora que já sei de tudo não posso permitir que ele continue com esse banho de

sanguem.

- Porque?

- Nesse momento, por nossas vidas.

- Então mate-me.

Ele parou abrutalmente de arrumar os alforges e me encarou.

- Se eu a quisesse morta não estaria correndo feito um louco, para manter você com vida.

- Porque quer mante-me com vida?

- Porque um Rei necessita de uma Rainha e quando isso acabar e, meu pai cair eu serei o Rei e

você minha cara minha Rainha.

Antes que eu pudesse questionar sua sanidade já estava em sima do cavalo seguindo uma

trilha subsequente.

- Para onde vamos?

- Voltar agora é arriscado, seguir tambem, entao iremos para um lugar seguro.

- Onde.

- Você vera.

A cavalgada foi ardua levou toda a noite e, com o raiar do sol chegavamos a uma grande

fortaleza.

- Lucett?

[18]

Page 20: Despertar

- Então você conhece?

- Mais que isso.

- Ora ou meus olhos me fazem ter uma alucinação ou estou diante de Lady Arya Morgana das

Terras Gelidas.

- Thoryn...

Thoryn foi no passado um grande amigo, mas ele não quisera somente minha amizade, por

isso meu pai o mandou para Lucett.

- Ora... Senão é Valentim D. de Coração quente.

- Thoryn como vai?

- Não tão bem como vocês.

- Temo que não tenha razão, precisamos de abrigo.

- O que faz você principe das terras quentes com a filha do Rei das terras frias?

Ela respondeu antes que Valentim articulasse qualquer palavra.

- Meu noivo e eu fomos pegos em uma emboscada por alguns mercenarios, os guardas que

nos acompanhavam foram mortos pelos mesmos, foi tão assustador Thoryn.

Ela desceu do cavalo e se jogou nos braços dele.

- Calma, Lady Arya.

A pergunta era de onde eles se conheciam?

[19]


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