Curso de DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
NOTA DE ATUALIZAÇÃO DA 9ª PARA 10ª EDIÇÃO DA OBRA
(a referência do número da página corresponde ao da 9ª edição sendo que as alterações estão grafadas em vermelho)
1 – Página 47/48
Isso significa que o novo CPC é aplicável ao processo do trabalho, ainda que a
CLT não seja omissa, principalmente nos casos em que os dispositivos celetistas
são mais genéricos e simplistas. A inaplicabilidade das regras do processo
comum só se efetiva nos casos em que as duas normas são expressamente
antagônicas.
No mesmo sentido, o art. 1º da Instrução Normativa nº 39/16 do TST:
Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do
Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e
princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do
art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.
Inclusive, essa importante regra procedimental foi toda elaborada tendo como
norte a aplicabilidade subsidiaria e supletiva do novo CPC, mas somente nos
casos de inexistir incompatibilidade com os princípios do processo laboral,
conforme se observa de sua breve exposição de motivos:
Daí que a tônica central e fio condutor da Instrução Normativa é somente permitir a
invocação subsidiária ou supletiva do NCPC caso haja omissão e também
compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho.
Entendemos que a norma do art. 15 do NCPC não constitui sinal verde para a
transposição de qualquer instituto do processo civil para o processo do trabalho, ante a
mera constatação de omissão, sob pena de desfigurar-se todo o especial arcabouço
principiológico e axiológico que norteia e fundamenta o Direito Processual do Trabalho.
2 – Página 57/58
O novo CPC tem regra explícita nesse sentido, representado pelo art. 139, V: “Art.
139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe: V – promover, a qualquer tempo, a autocomposição,
preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais”.
Segundo dispõe o art. 3º, III, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST, não se
aplica ao Juiz do Trabalho a parte final do V, uma vez que inexiste a figura do
conciliador ou do mediador nessa Justiça Especializada: “Art. 3° Sem prejuízo de
outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e
compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os
seguintes temas: III - art. 139, exceto a parte final do inciso V (poderes, deveres e
responsabilidades do juiz)”.
Inclusive, esse novo Diploma processual insere a figura do mediador e do
conciliador no rol dos “Auxiliares da Justiça”, conforme se observa da redação do
seu art. 149, parte final:
3 – Página 58 (parte final)
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e
os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem
benefícios mútuos.
De igual forma, o TST deixa clara a inaplicabilidade desse dispositivo ao processo
do trabalho no que diz respeito aos dissídios individuais, conforme art. 14 da IN
nº 39/16: “Não se aplica ao Processo do Trabalho o art. 165 do CPC, salvo nos
conflitos coletivos de natureza econômica (Constituição Federal, art. 114, §§ 1º e
2º)”.
4 – Página 61
O negócio jurídico consiste no ajuste feito pelos interessados no sentido de fixar
as consequências de uma relação jurídica, no exercício amplo de suas respectivas
autonomias de vontade. No negócio jurídico processual, o pacto respectivo seria
sobre o procedimento a ser adotado para reger a relação processual.
Apesar de a conciliação ser a tônica do processo laboral, não se admite a
possibilidade das partes ajustarem um negócio jurídico para estabelecer regras
processuais quando ainda em vigor a relação de emprego, na forma prevista pelo
art. 190, caput e parágrafo único do novo CPC:
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às
partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às
especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a
requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo,
recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de
vulnerabilidade.
Uma vez extinto o contrato de trabalho, os direitos trabalhistas passam a fazer
parte da categoria dos direitos disponíveis, não havendo qualquer impedimento
para a aplicação subsidiária do referido preceito contido no novo CPC.
Entretanto, esse não é o posicionamento do TST, conforme dispõe o art. 2º, II, da
Instrução Normativa nº 39/16:
Art. 2° Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão de inexistência
de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: II - art.
190 e parágrafo único (negociação processual).
B) Princípio da imediatidade
5 – Página 78
O novo CPC possui dispositivo semelhante:
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e
subsidiariamente (grifou-se).
O TST manifesta-se sobre esta temática na forma prevista pelo art. 1º da
Instrução Normativa nº 39/16:
Art. 1° Aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, ao Processo do
Trabalho, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e
princípios do Direito Processual do Trabalho, na forma dos arts. 769 e 889 da CLT e do
art. 15 da Lei nº 13.105, de 17.03.2015.
6 – Página 106
O Tribunal Superior do Trabalho é composto por 27 Ministros Togados22 e é o
órgão de cúpula do Poder Judiciário do Trabalho, com sede em Brasília e
jurisdição em todo o território nacional. Inclusive, sanando um equívoco
sistemático-legal, a EC nº 92/2016, incluiu o TST como Órgão do Poder
Judiciário, ao introduzir o inciso II-A ao art. 92 da CF/88.
O preenchimento de 4/5 dos cargos de Ministro do TST efetiva-se mediante
procedimento complexo. O próprio Tribunal, em sua composição plena e votação
secreta, escolhe, por maioria absoluta, três nomes dentre os Desembargadores
Federais do Trabalho de carreira, integrantes dos TRT’s, com mais de 35 e menos
de 65 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada. A nomeação é feita pelo
Presidente da República, após a aprovação pelo Senado Federal.
7 – Página 120
Segundo dispõe o art. 3º, III, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST, não se
aplica ao Juiz do Trabalho a parte final do inciso V, uma vez que inexiste a figura
do conciliador ou do mediador nessa Justiça Especializada:
Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão
e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes
temas: III - art. 139, exceto a parte final do inciso V (poderes, deveres e
responsabilidades do juiz).
I) Proibições
8 – Página 127
O TST possui alguns verbetes que tratam da legitimidade do Ministério Público
do Trabalho:
SÚMULA Nº 407. AÇÃO RESCISÓRIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE "AD
CAUSAM" PREVISTA NO ART. 967, III, “A”, “B” E “C” DO CPC DE 2015. ART. 487, III, "A" E
"B", DO CPC DE 1973. HIPÓTESES MERAMENTE EXEMPLIFICATIVAS (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. A
legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que
não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está
limitada às alíneas "a", "b" e “c” do inciso III do art. 967 do CPC de 2015 (art. 487, III, “a”
e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas
(ex-OJ nº 83 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)
OJ Nº 130. SDI1. PRESCRIÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ARGUIÇÃO. "CUSTOS LEGIS".
ILEGITIMIDADE (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT
divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. Ao exarar o parecer na remessa de ofício, na
qualidade de “custos legis”, o Ministério Público não tem legitimidade para arguir a
prescrição em favor de entidade de direito público, em matéria de direito patrimonial.
OJ Nº 237. SDI1. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. LEGITIMIDADE PARA
RECORRER. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EMPRESA PÚBLICA (incorporada a
Orientação Jurisprudencial nº 338 da SBDI-I) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em
30.06.2016 e 01 e 04.07.2016 I - O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade
para recorrer na defesa de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas
públicas e sociedades de economia mista. II – Há legitimidade do Ministério Público do
Trabalho para recorrer de decisão que declara a existência de vínculo empregatício com
sociedade de economia mista ou empresa pública, após a Constituição Federal de 1988,
sem a prévia aprovação em concurso público, pois é matéria de ordem pública.
9 – Página 222
Determinadas pessoas, por motivo de incapacidade ou por outra razão prevista
em lei, apesar de terem personalidade jurídica e capacidade de ser parte, não
podem praticar pessoalmente os atos jurídicos. Nesse caso, é necessário que
sejam representadas por outras pessoas que não são os titulares, em tese, do
direito subjetivo respectivo. É, portanto, uma representação exigida pelo direito
material, mas que produz efeitos no processo judicial, uma vez que a
representação processual pura é feita pelo advogado da parte em juízo.
Caso o juiz verifique a ausência de capacidade ou defeito na sua representação
em juízo, o juiz deve suspender o processo e fixar prazo para que a
irregularidade seja sanada, conforme determina o art. 76 do novo CPC, aplicado
subsidiariamente ao processo laboral por força do preceito contido no art. 3º, I,
da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST:
Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da
parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o
vício.
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em
que se encontre.
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal
regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao
recorrido.
10 – Página 235
O TST possui alguns verbetes que tratam da legitimidade do Ministério Público
do Trabalho:
SÚMULA Nº 407. AÇÃO RESCISÓRIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE "AD
CAUSAM" PREVISTA NO ART. 967, III, “A”, “B” E “C” DO CPC DE 2015. ART. 487, III, "A" E
"B", DO CPC DE 1973. HIPÓTESES MERAMENTE EXEMPLIFICATIVAS (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. A
legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que
não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está
limitada às alíneas "a", "b" e “c” do inciso III do art. 967 do CPC de 2015 (art. 487, III, “a”
e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas
(ex-OJ nº 83 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)
OJ Nº 130. SDI1. PRESCRIÇÃO. MINISTÉRIO PÚBLICO. ARGUIÇÃO. "CUSTOS LEGIS".
ILEGITIMIDADE (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT
divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. Ao exarar o parecer na remessa de ofício, na
qualidade de “custos legis”, o Ministério Público não tem legitimidade para arguir a
prescrição em favor de entidade de direito público, em matéria de direito patrimonial.
OJ Nº 237. SDI1. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. LEGITIMIDADE PARA
RECORRER. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EMPRESA PÚBLICA (incorporada a
Orientação Jurisprudencial nº 338 da SBDI-I) - Res. 210/2016, DEJT divulgado em
30.06.2016 e 01 e 04.07.2016 I - O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade
para recorrer na defesa de interesse patrimonial privado, ainda que de empresas
públicas e sociedades de economia mista. II – Há legitimidade do Ministério Público do
Trabalho para recorrer de decisão que declara a existência de vínculo empregatício com
sociedade de economia mista ou empresa pública, após a Constituição Federal de 1988,
sem a prévia aprovação em concurso público, pois é matéria de ordem pública.
11 - Página 243
O TST, por intermédio da OJ nº 310 da SDI-1, afasta a incidência do referido
preceito legal no processo do trabalho, em face da incompatibilidade com os seus
princípios norteadores, notadamente o da celeridade:
OJ Nº 310. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. art. 229,
caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015. ART. 191 DO CPC de 1973. INAPLICÁVEL AO
PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Inaplicável ao processo do trabalho a
norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973),
em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.
12 – Página 246
As Súmulas nºs 219 e 329 e a OJ nº 421 da SDI-1 do TST, que interpretam a
legislação atual, tratam dessa matéria:
SÚMULA Nº 219. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. (alterada a
redação do item I e acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno
realizada em 15.3.2016) I – Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento
de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência,
devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da
categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do
salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita
demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família (art.14, §
1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305 da SBDI-I). II - É cabível a condenação
ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo
trabalhista. III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o
ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da
relação de emprego. IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de
relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários
advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil
(arts. 85, 86, 87 e 90). V – Em caso de assistência judiciária sindical ou de
substituição processual sindical, excetuados os processos em que a Fazenda
Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez
e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da
causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º). VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for
parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários advocatícios
contemplados no Código de Processo Civil.
SÚMULA Nº 329. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Art. 133 DA CF/1988. Mesmo
após a promulgação da CF/1988, permanece válido o entendimento
consubstanciado na Súmula nº 219 do Tribunal Superior do Trabalho.
OJ Nº 421. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DE
DOENÇA PROFISSIONAL. AJUIZAMENTO PERANTE A JUSTIÇA COMUM ANTES
DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. POSTERIOR
REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 85 DO CPC DE 2015. ART.
20 DO CPC DE 1973. INCIDÊNCIA. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) –
Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. A condenação em
honorários advocatícios nos autos de ação de indenização por danos morais e
materiais decorrentes de acidente de trabalho ou de doença profissional,
remetida à Justiça do Trabalho após ajuizamento na Justiça comum, antes da
vigência da Emenda Constitucional nº 45/2004, decorre da mera sucumbência,
nos termos do art. 85 do CPC de 2015 (art. 20 do CPC de 1973), não se sujeitando
aos requisitos da Lei nº 5.584/1970.
13 - Página 251
Em qualquer caso, não é necessário juntar aos autos o contrato social da pessoa
jurídica como requisito de validade da procuração, salvo nos casos de
impugnação pela parte contrária, conforme entendimento do TST constante da
OJ nº 255 da SDI-1.
OJ nº 255. MANDATO. CONTRATO SOCIAL. DESNECESSÁRIA A JUNTADA . (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016.
O art. 75, inciso VIII, do CPC de 2015 (art. 12, VI, do CPC de 1973) não determina a
exibição dos estatutos da empresa em juízo como condição de validade do instrumento
de mandato outorgado ao seu procurador, salvo se houver impugnação da parte
contrária.
A) Mandato tácito e expresso
14 - Página 266 O novo CPC, aplicável ao processo do trabalho por força do art. 3º, II, da IN nº
39/2016 do TST, ampliou e generalizou a possibilidade legal da intervenção do
amicus curiae desde que presentes alguns requisitos, conforme se pode observar
da redação do art. 138:
15 - Página 277
Todavia, não foi esse o entendimento acolhido pelos Tribunais superiores,
consoante se vê da redação das Súmulas nºs 219 (inciso I) e 329, do Tribunal
Superior do Trabalho:
SÚMULA Nº 219. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. (alterada a redação do
item I e acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno realizada em 15.3.2016) I
- Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não
decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a)
estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de
salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que
não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família
(art.14, § 1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305 da SBDI-I). II - É cabível a condenação
ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. III
– São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como
substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. IV – Na ação
rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo
pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do
Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90). V – Em caso de assistência judiciária
sindical ou de substituição processual sindical, excetuados os processos em que a
Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez
e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico
obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de
2015, art. 85, § 2º). VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os
percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo
Civil.
16 - Página 279
Saliente-se que, nas lides decorrentes da relação de trabalho stricto sensu, os
honorários advocatícios são devidos pela simples sucumbência (art. 5º da IN
27/2005 do TST).
Os incisos da Súmula nº 219 deixam claro o posicionamento do TST nesse
sentido:
SÚMULA Nº 219. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO. (alterada a redação do
item I e acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno realizada em 15.3.2016) I
- Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não
decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a)
estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de
salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que
não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família
(art.14, § 1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305 da SBDI-I). II - É cabível a condenação
ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. III
– São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como
substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. IV – Na ação
rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo
pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do
Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90). V – Em caso de assistência judiciária
sindical ou de substituição processual sindical, excetuados os processos em que a
Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez
e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico
obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de
2015, art. 85, § 2º). VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os
percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo
Civil.
De igual forma, quando a ação inicia-se na Justiça Comum e é remetido para a
Justiça do Trabalho, nos casos transitórios de competência absoluta para dirimir
conflitos decorrentes de acidente do trabalho, os honorários decorrem da
simples sucumbência, conforme texto da OJ nº 421 da SDI-1 do TST:
OJ Nº 421. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO OU DE DOENÇA
PROFISSIONAL. AJUIZAMENTO PERANTE A JUSTIÇA COMUM ANTES DA
PROMULGAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. POSTERIOR REMESSA
DOS AUTOS À JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 85 DO CPC DE 2015. ART. 20 DO CPC DE
1973. INCIDÊNCIA. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. A condenação em honorários advocatícios nos autos
de ação de indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente de
trabalho ou de doença profissional, remetida à Justiça do Trabalho após ajuizamento na
Justiça comum, antes da vigência da Emenda Constitucional nº 45/2004, decorre da
mera sucumbência, nos termos do art. 85 do CPC de 2015 (art. 20 do CPC de 1973), não
se sujeitando aos requisitos da Lei nº 5.584/1970.
17 - Página 284 - Comprovação da pobreza
O novo CPC, na parte final do seu art. 105, exige a concessão de poderes especiais
para o advogado firmar essa declaração, circunstância que deve levar à
modificação da redação desse verbete:
Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento público ou
particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os atos do processo,
exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir,
renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar
compromisso e assinar declaração de hipossuficiência econômica, que devem constar de
cláusula específica (grifou-se).
18 - Página 294
Sobre essa questão manifesta-se o TST por meio da Súmula nº 387:
SÚMULA Nº 387. RECURSO. FAC-SÍMILE. LEI Nº 9.800/1999 (atualizada em decorrência
do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 I - A Lei nº
9.800, de 26.05.1999, é aplicável somente a recursos interpostos após o início de sua
vigência. (ex-OJ nº 194 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000) II - A contagem do
quinquídio para apresentação dos originais de recurso interposto por intermédio de fac-
símile começa a fluir do dia subsequente ao término do prazo recursal, nos termos do
art. 2º da Lei nº 9.800, de 26.05.1999, e não do dia seguinte à interposição do recurso, se
esta se deu antes do termo final do prazo. (ex-OJ nº 337 da SBDI-1 - primeira parte - DJ
04.05.2004). III - Não se tratando a juntada dos originais de ato que dependa de
notificação, pois a parte, ao interpor o recurso, já tem ciência de seu ônus processual,
não se aplica a regra do art. 224 do CPC de 2015 (art. 184 do CPC de 1973) quanto ao
"dies a quo", podendo coincidir com sábado, domingo ou feriado. (ex-OJ nº 337 da SBDI-
1 - "in fine" - DJ 04.05.2004) IV – A autorização para utilização do fac-símile, constante
do art. 1º da Lei n.º 9.800, de 26.05.1999, somente alcança as hipóteses em que o
documento é dirigido diretamente ao órgão jurisdicional, não se aplicando à transmissão
ocorrida entre particulares.
19 - Página 401
Em caso de reconhecimento da pretensão do reclamante em relação ao primeiro
pleito, os demais perdem o objeto, em face do seu caráter subsidiário, sem que
com isso se configure julgamento citra petita.
O TST trata dessa matéria em sua OJ nº 78, da SDI-2:
OJ Nº 78. AÇÃO RESCISÓRIA. CUMULAÇÃO SUCESSIVA DE PEDIDOS. RESCISÃO DA
SENTENÇA E DO ACÓRDÃO. AÇÃO ÚNICA. ART. 326 DO CPC DE 2015. ART. 289 DO CPC
DE 1973 (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado
em 22, 25 e 26.04.2016. É admissível o ajuizamento de uma única ação rescisória
contendo mais de um pedido, em ordem sucessiva, de rescisão da sentença e do acórdão.
Sendo inviável a tutela jurisdicional de um deles, o julgador está obrigado a apreciar os
demais, sob pena de negativa de prestação jurisdicional.
20 - Página 407
Esse é o posicionamento do TST, explicitado pelo item I, da Súmula nº 74:
SÚMULA Nº 74. CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. I - Aplica-se a confissão à parte que,
expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em
prosseguimento, na qual deveria depor. (ex-Súmula nº 74 - RA 69/1978, DJ 26.09.1978)
21 - Página 408
A Súmula nº 263, do TST, adota esse entendimento:
SÚMULA Nº 263. PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA
DEFICIENTE (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art.
295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se
desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher
outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade
em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou
completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).
22 - Página 412
A Súmula nº 263 do Tribunal Superior do Trabalho posiciona-se no sentido de
possibilitar o indeferimento da inicial, desacompanhada de documento
indispensável à propositura da ação, somente após a concessão do prazo de 15
dias para a parte sanar a irregularidade.
SÚMULA Nº 263. PETIÇÃO INICIAL. INDEFERIMENTO. INSTRUÇÃO OBRIGATÓRIA
DEFICIENTE (nova redação em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art.
295 do CPC de 1973), o indeferimento da petição inicial, por encontrar-se
desacompanhada de documento indispensável à propositura da ação ou não preencher
outro requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a irregularidade
em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve ser corrigido ou
completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015).
23 - Página 423
Contudo, o art. 8414 consolidado reza que o reclamado será notificado para
comparecer à audiência, na qual apresentará defesa, querendo. Portanto, não se
aplica ao processo do trabalho o prazo para contestação fixado pelo art. 335 do
novo CPC, que é de 15 dias, entendimento confirmado pelo art. 2º, V, da
Instrução Normativa nº 39/16 do TST.
24 – Página 466
Contudo, a audiência de conciliação ou de mediação não é obrigatória no
processo civil.
Desde que ambas as partes manifestem expressamente o desejo de não realizar a
composição ou quando não for admitida a autocomposição esse ato processual
não será realizado (art. 334, § 4º).
Já no dissídio individual do trabalho a audiência é de conciliação, instrução e
julgamento, o que torna inaplicável o referido art. 334 do novo CPC ao processo
laboral, conforme consta do art. 2º, IV, da Instrução Normativa nº 39/16:
Art. 2° Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão de
inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de
Processo Civil: IV - art. 334 (audiência de conciliação ou de mediação).
25 – Página 470
Em todo caso, a Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho recomenda que o
motivo do adiamento fique consignado na ata de audiência para a eventual
apreciação pelo órgão competente.
Ressalte-se, por fim, que não se aplica ao processo do trabalho (art. 2º, VI, da
Instrução Normativa nº 39/16), o motivo de adiamento descrito no citado art.
362, inciso III, do novo CPC, qual seja “atraso injustificado de seu início em tempo
superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado”. Isso porque a CLT dispõe de
preceito próprio contido em seu art. 815.
26 - Página 476
Esse é o entendimento do TST exposto por meio do item II, da Súmula nº 74:
SÚMULA Nº 74. CONFISSÃO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) –
Res.208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. II - A prova pré-constituída nos
autos pode ser levada em conta para confronto com a confissão ficta (arts. 442 e 443, do
CPC de 2015 - art. 400, I, do CPC de 1973), não implicando cerceamento de defesa o
indeferimento de provas posteriores. (ex-OJ nº 184 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)
27 – Página 524 (quadro comparativo)
Apesar da regra contida no art. 820 da CLT, não se vislumbra qualquer obstáculo
para adotar a regra do novo CPC que admite a formulação direta de perguntas
pelo advogado das partes. Todavia, o TST posiciona-se pela inaplicabilidade
desse dispositivo, conforme disposição contida no art. 11 da Instrução
Normativa nº 39/16: Art. 11. Não se aplica ao Processo do Trabalho a norma do
art. 459 do CPC no que permite a inquirição direta das testemunhas pela parte
(CLT, art. 820).
28 – Página 542
Inclusive, o juiz deve levar em consideração, de ofício ou a requerimento da
parte, os fatos constitutivos, modificativos ou extintivos dos direitos objetos do
litígio, depois do ajuizamento da reclamação trabalhista, conforme determina
art. 493 do novo CPC 75 aplicado subsidiariamente ao processo laboral, por força
do entendimento constante da Súmula nº 394 do TST:
SÚMULA Nº 394. FATO SUPERVENIENTE. ART. 493 do CPC de 2015. ART. 462 DO CPC de
1973. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em
22, 25 e 26.04.2016. O art. 493 do CPC de 2015 (art. 462 do CPC de 1973), que admite a
invocação de fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito, superveniente à
propositura da ação, é aplicável de ofício aos processos em curso em qualquer instância
trabalhista. Cumpre ao juiz ou tribunal ouvir as partes sobre o fato novo antes de decidir.
[...]
Nada impede, todavia, que o juiz do trabalho atribua validade a essa convenção,
se restar demonstrado que foi feita após a extinção do contrato de trabalho e
desde que não torne a prova excessiva para o hipossuficiente.
Contudo, o posicionamento do TST sobre esse tema é no sentido de não se
admitir, em hipótese alguma, a convenção sobre o ônus da prova, de acordo com
o que determina o art. 2º, VII, da Instrução Normativa nº 39/16.
29 - Página 543
Inclusive o novo CPC possui dispositivo que trata da matéria:
Art. 373. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos
termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o
juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do
ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar
situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou
excessivamente difícil.
Não há dúvida quanto a aplicabilidade do referido dispositivo ao processo
laboral, como deixa clara a determinação contida no art. 3º, VII, da Instrução
Normativa nº 39/2016 do TST: Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo
do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de
Processo Civil que regulam os seguintes temas: VII - art. 373, §§ 1º e 2º
(distribuição dinâmica do ônus da prova)”.
30 - Página 545
SÚMULA N º 385. FERIADO LOCAL. AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE FORENSE. PRAZO
RECURSAL. PRORROGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. NECESSIDADE. ATO ADMINISTRATIVO
DO JUÍZO A QUO (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em
14.09.2012). I – Incumbe à parte o ônus de provar, quando da interposição do recurso, a
existência de feriado local que autorize a prorrogação do prazo recursal.
SÚMULA N º 460. DECISÃO MONOCRÁTICA. RELATOR. ART. 932 DO CPC DE 2015. ART.
557 DO CPC de 1973. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO TRABALHO
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25
e 26.04.2016. Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do CPC de
2015 (art. 557 do CPC de 1973).
SÚMULA N º 461. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. INCIDÊNCIA. RECONHECIMENTO
JUDICIAL DA RELAÇÃO DE EMPREGO (Republicada em razão de erro material) - DEJT
divulgado em 30.06.2016. A circunstância de a relação de emprego ter sido reconhecida
apenas em juízo não tem o condão de afastar a incidência da multa prevista no art. 477,
§8º, da CLT. A referida multa não será devida apenas quando, comprovadamente, o
empregado der causa à mora no pagamento das verbas rescisórias.
31 – Página 574/575
X – nos demais casos prescritos neste Código.
Inclusive, o juiz pode extinguir o processo sem a resolução do mérito em relação
a um ou alguns pedidos, na forma prevista pelo parágrafo único do art. 354 do
novo CPC:
Art. 354. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas
parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.
Nesse caso, como se trata de aplicação das regras recursais próprias do processo
do trabalho, a sentença terminativa parcial antecipada é atacável pela via do
recurso ordinário e não do agravo de instrumento, de forma análoga com a
possibilidade prevista para o recurso da sentença parcial de mérito antecipada
(art. 5º, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST).
PRAZO PARA PROFERIR A SENTENÇA E DECISÃO SURPRESA
[...]
De qualquer forma, as corregedorias dos Tribunais são atuantes e cobram o
cumprimento dos prazos legais. Inclusive, todo mês todo juiz do trabalho deve
enviar para o respectivo Tribunal um relatório de produtividade, como dispõe a
norma contida no art. 39, da LOMAN.
Outra questão importante que foi introduzida no ordenamento jurídico pátrio foi
a vedação da decisão surpresa, na forma estatuída pelos arts. 9º e 10 do novo
CPC:
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente
ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; III - à decisão
prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a
respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que
se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Esse instituto da vedação da decisão surpresa é aplicado ao processo laboral de
acordo com o preceito contido no art. 4º da Instrução Normativa nº 39/16 do
TST. Todavia, essa regulamentação estabelece certa relativização explicitada no §
2º do mesmo dispositivo citado:
Art. 4° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do CPC que regulam o princípio
do contraditório, em especial os artigos 9º e 10, no que vedam a decisão surpresa.
§ 1º Entende-se por “decisão surpresa” a que, no julgamento final do mérito da causa, em
qualquer grau de jurisdição, aplicar fundamento jurídico ou embasar-se em fato não
submetido à audiência prévia de uma ou de ambas as partes.
§ 2º Não se considera “decisão surpresa” a que, à luz do ordenamento jurídico nacional e
dos princípios que informam o Direito Processual do Trabalho, as partes tinham
obrigação de prever, concernente às condições da ação, aos pressupostos de
admissibilidade de recurso e aos pressupostos processuais, salvo disposição legal
expressa em contrário.
Inclusive o instituto da decisão surpresa e sua aplicabilidade no processo do
trabalho foi uma das questões mais tormentosas tratadas pela Instrução
Normativa nº 39/16 do TST, conforme se observa da breve exposição de motivos
dessa regra procedimental:
A aplicação no processo do trabalho da nova concepção de princípio do contraditório
adotada pelo NCPC (artigos 9º e 10), no que veda a decisão surpresa, constituiu-se em
uma das mais tormentosas e atormentadoras questões com que se viu a braços a
Comissão. Prevaleceu uma solução de compromisso:
a) de um lado, aplica-o na plenitude no julgamento do mérito da causa (art. 4º, § 1º, da
IN) e, portanto, na esfera do direito material, de forma a impedir a adoção de
fundamento jurídico não debatido previamente pelas partes; persiste a possibilidade de
o órgão jurisdicional invocar o brocardo jura novit curia, mas não sem audiência prévia
das partes;
b) de outro lado, no plano estritamente processual, mitigou-se o rigor da norma (art. 4º,
§ 2º, da IN); para tanto, concorreram vários fatores:
b1) as especificidades do processo trabalhista (mormente a exigência
fundamental de celeridade em virtude da natureza alimentar das pretensões
deduzidas em juízo);
b2) a preservação pelo próprio CPC/2015 (art. 1046, § 2º) das “disposições
especiais dos procedimentos regulados em outras leis”, dentre as quais
sobressai a CLT;
b3) o próprio Código de Processo Civil não adota de forma absoluta a
observância do princípio do contraditório prévio como vedação à decisão
surpresa;
b4) a experiência do direito comparado europeu, berço da nova concepção de
contraditório, que recomenda algum temperamento em sua aplicação; tome-se,
a título de ilustração, a seguinte decisão do Tribunal das Relações de Portugal de
2004: “A decisão surpresa apenas emerge quando ela comporte uma solução
jurídica que, perante os factos controvertidos, as partes não tinham obrigação
de prever”.
Daí a diretriz assumida pela IN, a contrario sensu: não se reputa “decisão
surpresa” a que as partes tinham obrigação de prever, concernente às condições
da ação, aos pressupostos de admissibilidade de recurso e aos pressupostos
processuais. Ainda aqui, todavia, a IN ressalva os casos excepcionais em que, a
propósito desses institutos, há disposição legal expressa determinando a
audiência prévia da parte, a exemplo das normas dos §§ 2º e 7º do art. 1007 e §§
1º a 4º do art. 938 do CPC de 2015.
32 – Página 577
Pela regra contida no novo CPC, no caso de colisão entre normas, o juiz deve
justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as
razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas
que fundamentam a conclusão (art. 489, § 2º, aplicável ao processo do trabalho
na forma prevista pela Instrução Normativa nº 39/2016, art. 3º, IX).
33 – Página 578
O TST indica as adaptações necessárias para aplicação do art. 489, § 1º, do novo
CPC ao processo do trabalho, conforme preceito contido no art. 15 da IN nº
39/16:
Art. 15. O atendimento à exigência legal de fundamentação das decisões judiciais
(CPC, art. 489, § 1º) no Processo do Trabalho observará o seguinte:
I – por força dos arts. 332 e 927 do CPC, adaptados ao Processo do Trabalho, para efeito
dos incisos V e VI do § 1º do art. 489 considera-se “precedente” apenas:
a) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal Superior do
Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art. 1046, § 4º);
b) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
c) decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
d) tese jurídica prevalecente em Tribunal Regional do Trabalho e não conflitante com
súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho (CLT, art. 896, §
6º);
e) decisão do plenário, do órgão especial ou de seção especializada competente para
uniformizar a jurisprudência do tribunal a que o juiz estiver vinculado ou do Tribunal
Superior do Trabalho.
II – para os fins do art. 489, § 1º, incisos V e VI do CPC, considerar-se-ão unicamente os
precedentes referidos no item anterior, súmulas do Supremo Tribunal Federal,
orientação jurisprudencial e súmula do Tribunal Superior do Trabalho, súmula de
Tribunal Regional do Trabalho não conflitante com súmula ou orientação jurisprudencial
do TST, que contenham explícita referência aos fundamentos determinantes da decisão
(ratio decidendi).
III - não ofende o art. 489, § 1º, inciso IV do CPC a decisão que deixar de apreciar
questões cujo exame haja ficado prejudicado em razão da análise anterior de questão
subordinante.
IV - o art. 489, § 1º, IV, do CPC não obriga o juiz ou o Tribunal a enfrentar os
fundamentos jurídicos invocados pela parte, quando já tenham sido examinados na
formação dos precedentes obrigatórios ou nos fundamentos determinantes de
enunciado de súmula.
V - decisão que aplica a tese jurídica firmada em precedente, nos termos do item I, não
precisa enfrentar os fundamentos já analisados na decisão paradigma, sendo suficiente,
para fins de atendimento das exigências constantes no art. 489, § 1º, do CPC, a correlação
fática e jurídica entre o caso concreto e aquele apreciado no incidente de solução
concentrada.
VI - é ônus da parte, para os fins do disposto no art. 489, § 1º, V e VI, do CPC, identificar
os fundamentos determinantes ou demonstrar a existência de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento, sempre que invocar precedente ou
enunciado de súmula.
4.3 DISPOSITIVO
34 - Página 582
A OJ nº 41 da SDI-2 do TST é nesse sentido:
OJ Nº 41. AÇÃO RESCISÓRIA. SENTENÇA "CITRA PETITA". CABIMENTO (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016.
Revelando-se a sentença "citra petita", o vício processual vulnera os arts. 141 e 492 do
CPC de 2015 (arts. 128 e 460 do CPC de 1973), tornando-a passível de desconstituição,
ainda que não interpostos embargos de declaração.
35 - Página 584
No novo CPC a tutela antecipada requerida em caráter antecedente (Capítulo II,
Título II), a tutela cautelar requerida em caráter antecedente (Capítulo III, Título
II) e a tutela de evidência (Capítulo IV, Título II), foram classificadas como
Tutelas provisórias de urgência (Livro V, Título II), todas elas sujeitas as regras
gerais contidas no Título I.
Todos esses institutos são compatíveis com o processo laboral e devem ser
aplicados por conta da omissão da CLT e diante do mandamento contido no art.
3º, VI, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST: “Art. 3° Sem prejuízo de
outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e
compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam os
seguintes temas: VI - arts. 294 a 311 (tutela provisória)”.
36 - Página 592
O novo CPC trata das duas formas de tutela já citadas em uma única seção, mais
precisamente nos arts. 497 e 498, com a manutenção, em linhas gerais das
determinações contidas no CPC de 1973, aplicável ao processo do trabalho na
forma prevista pelo art. 3º, XI, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST:
37 - Página 594
Essa medida, também é denominada de astreinte, preceito cominatório, multa
diária, multa coercitiva ou multa periódica, representa um dos métodos indiretos
de coação para que o devedor cumpra a obrigação, uma vez que a coação física,
pessoal e direta é repelida pelo ordenamento jurídico pátrio.
A CLT tem prevê a possibilidade de se fixar multa diária para forçar o
empregador a conceder o gozo de férias ao empregado, de acordo com o preceito
contido no art. 137, § 2º:
Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o
empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. § 2º - A sentença cominará
pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado
até que seja cumprida.
Salvo esse caso específico, a CLT é omissa, razão pela qual autoriza-se a
utilização das regras do CPC diante da sua incompatibilidade com o processo
laboral (art. 3º, XII, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST).
A parte final do art. 500 do novo CPC faz referência a astreinte: “A indenização
por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para
compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação”.
38 – Página 596
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a
citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar
contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
Inclusive o TST manifestou-se no sentido de admitir a aplicação desse
dispositivo do CPC no processo do trabalho, com as seguintes adaptações (art. 7º,
da Instrução Normativa nº 39/2016):
Art. 7° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 332 do CPC, com as
necessárias adaptações à legislação processual trabalhista, cumprindo ao juiz do
trabalho julgar liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I – enunciado de
súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal Superior do Trabalho (CPC, art.
927, inciso V); II – acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal
Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 896-B; CPC, art.
1046, § 4º); III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre direito local,
convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, sentença normativa ou
regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que não exceda
à jurisdição do respectivo Tribunal (CLT, art. 896, “b”, a contrario sensu). Parágrafo
único. O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar,
desde logo, a ocorrência de decadência.
Observe-se que, na prática, tais preceitos são de pouco uso no âmbito do
processo laboral, uma vez que grande parte das reclamações trabalhistas é
composta de vários pedidos, inclusive aqueles que têm por fundamento questões
fáticas. Raramente se observa demandas com pedido único e limitado a matéria
de direito.
10. EFEITOS ACESSÓRIOS DA SENTENÇA
Com o objetivo de tornar efetivo o cumprimento da sentença, o ordenamento
jurídico a qualifica como apta a produzir a hipoteca judiciária, ser protestada e
constituir a base de dados de cadastros de inadimplentes.
10.1. HIPOTECA JUDICIAL
A hipoteca constitui forma de garantia real de cumprimento de obrigação. O art.
495 do novo CPC, aplicado ao processo laboral de acordo com o art. 17 da IN nº
39/16 do TST, estabelece expressamente que a sentença vale como título
constitutivo de hipoteca, nesse caso denominada de hipoteca judicial, já que não
depende da vontade das partes (hipoteca convencional) ou se origina por
determinação legal (hipoteca legal):
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em
dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar
coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária.
Esse efeito secundário da sentença pode ser obtido ainda que a condenação seja
genérica ou nos casos de execução provisória (§ 1º, art. 495 do novo CPC). Isso
significa que não é necessário o trânsito em julgado da decisão ou a sua
liquidação para que a hipoteca judicial seja efetivada.
Para efetivar a hipoteca judiciária, basta o credor ou interessado apresentar a
cópia da sentença no cartório de registro imobiliário, independentemente de
ordem judicial. Feito isso, a parte informará ao juízo que realizou esse
procedimento, sendo a parte contrária intimada para ciência do ato.
Seguem-se ainda os seguintes efeitos da hipoteca judiciária:
Art. 495 do novo CPC. § 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o
credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros
credores, observada a prioridade no registro.
§ 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de
quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte
tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser
liquidado e executado nos próprios autos.
10.2. PROTESTO
O protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida (art. 1º, da Lei nº 9.492/97).
Ao contrário do que ocorre com a hipoteca judicial, a sentença só pode ser
protestada em cartório de protesto de títulos quando adquire a qualidade da
coisa julgada, conforme previsão contida no art. 517 do novo CPC, aplicado ao
processo do trabalho de acordo com o art. 17 da Instrução Normativa nº
39/2016 do TST.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos
termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntário previsto no art.
523.
Para efetivar o protesto da decisão não é necessária qualquer determinação
judicial. Basta que o exequente apresente a certidão de inteiro teor da decisão no
cartório de protesto de títulos.
Os demais procedimentos estão previstos nos parágrafos do referido dispositivo
processual:
Art. 517. § 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três) dias
e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número do processo, o
valor da dívida e a data de decurso do prazo para pagamento voluntário.
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão exequenda
pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da
ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determinação do juiz,
mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três) dias, contado da data de
protocolo do requerimento, desde que comprovada a satisfação integral da obrigação.
10.3. CADASTRO DE INADIMPLENTES
Além da inserção do nome do devedor no Banco Nacional de Devedores
Trabalhistas – BNDT, que possibilita o fornecimento de certidão negativa de
débitos trabalhistas (art. 642-A da CLT), o novo CPC prevê a hipótese do devedor
judicial ter seu nome incluído em outros bancos de dados de inadimplentes.
Esse mandamento está contido nos parágrafos 3º a 5º, do art. 782 do novo CPC,
aplicado subsidiariamente ao processo laboral de acordo com o art. 17 da
Instrução Normativa nº 39/2016 do TST:
Art. 782. § 3º A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do
executado em cadastros de inadimplentes.
§ 4º A inscrição será cancelada imediatamente se for efetuado o pagamento, se for
garantida
a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo.
§ 5º O disposto nos §§ 3o e 4o aplica-se à execução definitiva de título judicial.
Inclusive alguns Tribunais Trabalhistas já firmaram convênio com a SERASA
EXPERIAN para facilitar a inclusão dos devedores trabalhistas no seu respectivo
banco de dados.
39 - Página 605
Nesse sentido, a OJ nº 277, da SDI-1, do TST e a Súmula nº 397:
SDI-1. OJ Nº 277. DJ 11.08.03. Ação de Cumprimento Fundada em Decisão Normativa que
Sofreu Posterior Reforma, Quando já Transitada em Julgado a Sentença Condenatória.
Coisa Julgada. Não-Configuração. A coisa julgada produzida na ação de cumprimento é
atípica, pois dependente de condição resolutiva, ou seja, da não-modificação da decisão
normativa por eventual recurso. Assim, modificada a sentença normativa pelo TST, com
a consequente extinção do processo, sem julgamento do mérito, deve-se extinguir a
execução em andamento, uma vez que a norma sobre a qual se apoiava o título
exequendo deixou de existir no mundo jurídico.
SÚMULA Nº 397. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015 . ART. 485, IV, DO CPC
de 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA EMANADA DE
SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILIDADE.
CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA. (atualizada em decorrência do CPC de
2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Não procede ação
rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação
de cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido
modificada em grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia
coisa julgada formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da
cláusula reformada são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no
caso de descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ
nº 116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)
40 - Página 616
As decisões proferidas em processos contra a Fazenda Pública só produzem
efeitos depois de confirmadas pelo Tribunal a que estiver submetido o Órgão
Jurisdicional de primeira instância.
Por equívoco, esse procedimento é denominado de recurso de ofício, porém não
passa de uma formalidade para a validade do ato judicial, instituída pelo art. 496
do novo CPC, aplicável ao processo do trabalho por conta da incidência do
preceito contido no art. 3º, X, da Instrução Normativa nº 39/2016:
41 - Página 626
Esse é o posicionamento do TST, expresso por meio da Súmula nº 404:
SÚMULA Nº 404. AÇÃO RESCISÓRIA. FUNDAMENTO PARA INVALIDAR CONFISSÃO.
CONFISSÃO FICTA. INADEQUAÇÃO DO ENQUADRAMENTO NO ART. 485, VIII, DO CPC
DE 1973 - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. O art. 485, VIII, do
CPC de 1973, ao tratar do fundamento para invalidar a confissão como hipótese de
rescindibilidade da decisão judicial, referia-se à confissão real, fruto de erro, dolo ou
coação, e não à confissão ficta resultante de revelia.
42 - Página 627
A ação rescisória pode ser manejada no âmbito do processo do trabalho.
Todavia, toda a tramitação dessa medida processual segue a disciplina prevista
no Código de Processo Civil, conforme disposição expressa contida no art. 836 da
CLT e art. 3º, XXVI, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST.
Súmula nº 631
Sobre a legitimidade do Ministério Público, o TST, por intermédio da Súmula nº
407, adota o posicionamento de que as hipóteses previstas pelo CPC não são
taxativas, mas sim meramente exemplificativas:
SÚMULA Nº 407. AÇÃO RESCISÓRIA. MINISTÉRIO PÚBLICO. LEGITIMIDADE "AD
CAUSAM" PREVISTA NO ART. 967, III, “A”, “B” E “C” DO CPC DE 2015. ART. 487, III, "A" E
"B", DO CPC DE 1973. HIPÓTESES MERAMENTE EXEMPLIFICATIVAS (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. A
legitimidade "ad causam" do Ministério Público para propor ação rescisória, ainda que
não tenha sido parte no processo que deu origem à decisão rescindenda, não está
limitada às alíneas "a", "b" e “c” do inciso III do art. 967 do CPC de 2015 (art. 487, III, “a”
e “b”, do CPC de 1973), uma vez que traduzem hipóteses meramente exemplificativas
(ex-OJ nº 83 da SBDI-2 - inserida em 13.03.2002)
Súmula 633
A Súmula nº 413 do TST é, justamente, nesse sentido e ressalta a possível
violação do acórdão rescindendo, do quanto preceituado no art. 896, “a”, da CLT,:
SÚMULA Nº 413. AÇÃO RESCISÓRIA. SENTENÇA DE MÉRITO. VIOLAÇÃO DO ART. 896,
"A", DA CLT (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT
divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. É incabível ação rescisória, por violação do art. 896,
"a", da CLT, contra decisão transitada em julgado sob a égide do CPC de 1973 que não
conhece de recurso de revista, com base em divergência jurisprudencial, pois não se
cuidava de sentença de mérito (art. 485 do CPC de 1973). (ex-OJ nº 47 da SBDI-2 -
inserida em 20.09.2000)
43 - Página 635
Registre-se que o fato de a parte não ter interposto recurso em face da sentença
da ação rescindenda, não impede que a matéria seja examinada pela via da ação
rescisória, desde que estejam presentes os respectivos requisitos.
Sobre o cabimento de rescisória, o TST ainda se manifesta por meio da OJ nº 107
da SID-2:
OJ Nº 107. AÇÃO RESCISÓRIA. DECISÃO RESCINDENDA DE MÉRITO. SENTENÇA
DECLARATÓRIA DE EXTINÇÃO DE EXECUÇÃO. SATISFAÇÃO DA OBRIGAÇÃO (atualizada
em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016. Embora não haja atividade cognitiva, a decisão que declara extinta a
execução, nos termos do art. 924, incisos I a IV c/c art. 925 do CPC de 2015 (art. 794 c/c
795 do CPC de 1973), extingue a relação processual e a obrigacional, sendo passível de
corte rescisório.
44 - Página 637
Entretanto, por questão de disciplina judiciária, preservou a competência da
Justiça Comum, nos casos já decididos. Ora, tal situação constitui uma exceção
criada pela jurisprudência, que impede o ajuizamento da ação rescisória fundada
na incompetência absoluta.
Sobre essa temática manifesta-se o TST por meio da OJ nº 124 da SDI-2:
OJ Nº 124. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, INCISO II, DO CPC DE 2015. ART. 485, II, DO CPC
DE 1973. ARGUIÇÃO DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA. PREQUESTIONAMENTO
INEXIGÍVEL (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Na hipótese em que a ação rescisória tem como causa
de rescindibilidade o inciso II do art. 966 do CPC de 2015 (inciso II do art. 485 do CPC de
1973), a arguição de incompetência absoluta prescinde de prequestionamento.
45 - Página 641
Sobre o cabimento da ação rescisória para desconstituir sentença proferida nos
autos de ação de cumprimento, esclarece o TST, por meio da Súmula nº 397, que,
nesse caso, a coisa julgada nas sentenças normativas é apenas formal. Por conta
disso, a referida ação rescisória é incabível:
SÚMULA Nº 397. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. ART. 485, IV, DO CPC
de 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA EMANADA DE
SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. INVIABILIDADE.
CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA. (atualizada em decorrência do CPC de
2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Não procede ação
rescisória calcada em ofensa à coisa julgada perpetrada por decisão proferida em ação
de cumprimento, em face de a sentença normativa, na qual se louvava, ter sido
modificada em grau de recurso, porque em dissídio coletivo somente se consubstancia
coisa julgada formal. Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da
cláusula reformada são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no
caso de descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ
nº 116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)
Desse modo, uma vez modificada a sentença normativa, na qual se baseou o juiz
para proferir a decisão nos autos de uma ação de cumprimento, o remédio
jurídico adequado a ser utilizado pelo interessado é a exceção de pré-
executividade ou o mandado de segurança.
Sobre o tema da rescisória fundada em coisa julgada, o TST ainda possui a OJ nº
101, da SDI-2:
OJ Nº 101. AÇÃO RESCISÓRIA. INCISO IV DO ART. 966 DO CPC DE 2015. ART. 485, IV, DO
CPC DE 1973. OFENSA A COISA JULGADA. NECESSIDADE DE FIXAÇÃO DE TESE NA
DECISÃO RESCINDENDA (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016,
DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Para viabilizar a desconstituição do julgado pela
causa de rescindibilidade do inciso IV, do art. 966 do CPC de 2015 (inciso IV do art. 485
do CPC de 1973), é necessário que a decisão rescindenda tenha enfrentado as questões
ventiladas na ação rescisória, sob pena de inviabilizar o cotejo com o título executivo
judicial tido por desrespeitado, de modo a se poder concluir pela ofensa à coisa julgada.
46 - Página 643
Esse é o posicionamento do TST, explicitado por meio da Súmula nº 408:
SÚMULA Nº 408. AÇÃO RESCISÓRIA. PETIÇÃO INICIAL. CAUSA DE PEDIR. AUSÊNCIA DE
CAPITULAÇÃO OU CAPITULAÇÃO ERRÔNEA NO ART. 966 DO CPC DE 2015. ART. 485 DO
CPC DE 1973. PRINCÍPIO "IURA NOVIT CURIA" (nova redação em decorrência do CPC de
2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Não padece de inépcia a
petição inicial de ação rescisória apenas porque omite a subsunção do fundamento de
rescindibilidade no art. 966 do CPC de 2015 (art. 485 do CPC de 1973) ou o capitula
erroneamente em um de seus incisos. Contanto que não se afaste dos fatos e
fundamentos invocados como causa de pedir, ao Tribunal é lícito emprestar-lhes a
adequada qualificação jurídica ("iura novit curia"). No entanto, fundando-se a ação
rescisória no art. 966, inciso V, do CPC de 2015 (art. 485, inciso V, do CPC de 1973), é
indispensável expressa indicação, na petição inicial da ação rescisória, da norma jurídica
manifestamente violada (dispositivo legal violado sob o CPC de 1973), por se tratar de
causa de pedir da rescisória, não se aplicando, no caso, o princípio "iura novit curia". (ex-
Ojs nºs 32 e 33 da SBDI-2 - inseridas em 20.09.2000)
Por fim, ressalte-se que a ação rescisória fundada em violação de lei não pode
envolver matéria fática, conforme entendimento consolidado pela Súmula nº 410
do TST:
SÚMULA Nº 410. AÇÃO RESCISÓRIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INVIABILIDADE.
(conversão da Orientação Jurisprudencial nº 109 da SDI-II) – Res. 137/2005 DJ 22, 23 e
24.08.2005. A ação rescisória calcada em violação de lei não admite reexame de fatos e
provas do processo que originou a decisão rescindenda. (ex-OJ Nº 109 – DJ 29.04.2003).
Ainda sobre o tema, o TST manifesta-se por meio da OJ nº 34 da SDI-2:
OJ Nº 34. AÇÃO RESCISÓRIA. PLANOS ECONÔMICOS – Res. 208/2016, DEJT divulgado
em 22, 25 e 26.04.2016. I - O acolhimento de pedido em ação rescisória de plano
econômico, fundada no art. 485, inciso V, do CPC de 1973, pressupõe, necessariamente,
expressa invocação na petição inicial de afronta ao art. 5º, inciso XXXVI, da Constituição
Federal de 1988. A indicação de ofensa literal a preceito de lei ordinária atrai a
incidência da Súmula nº 83 do TST e Súmula nº 343 do STF. II - Se a decisão rescindenda
é posterior à Súmula nº 315 do TST (Res. 07, DJ 22.09.93), inaplicável a Súmula nº 83 do
TST.
47 - Página 646
O entendimento do TST é nesse sentido, conforme se vê da OJ nº 136 da SDI-II:
OJ Nº 136. AÇÃO RESCISÓRIA. ERRO DE FATO. CARACTERIZAÇÃO (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 A
caracterização do erro de fato como causa de rescindibilidade de decisão judicial
transitada em julgado supõe a afirmação categórica e indiscutida de um fato, na decisão
rescindenda, que não corresponde à realidade dos autos. O fato afirmado pelo julgador,
que pode ensejar ação rescisória calcada no inciso VIII do art. 966 do CPC de 2015
(inciso IX do art. 485 do CPC de 1973), é apenas aquele que se coloca como premissa
fática indiscutida de um silogismo argumentativo, não aquele que se apresenta ao final
desse mesmo silogismo, como conclusão decorrente das premissas que especificaram as
provas oferecidas, para se concluir pela existência do fato. Esta última hipótese é
afastada pelo § 1º do art. 966 do CPC de 2015 (§ 2º do art. 485 do CPC de 1973), ao exigir
que não tenha havido controvérsia sobre o fato e pronunciamento judicial esmiuçando
as provas.
48 - Página 652
Nesse sentido, a OJ nº 12 da SDI-II do TST:
OJ Nº 12. AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA. CONSUMAÇÃO ANTES OU DEPOIS DA
EDIÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.577/97. AMPLIAÇÃO DO PRAZO – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. I - A vigência da Medida Provisória
nº 1.577/97 e de suas reedições implicou o elastecimento do prazo decadencial para o
ajuizamento da ação rescisória a favor dos entes de direito público, autarquias e
fundações públicas. Se o biênio decadencial do art. 495 do CPC de 1973 findou após a
entrada em vigor da referida medida provisória e até sua suspensão pelo STF em sede
liminar de ação direta de inconstitucionalidade (ADIn 1753-2), tem-se como aplicável o
prazo decadencial elastecido à rescisória. (ex-OJ nº 17 da SDI-2 - inserida em 20.09.00).
II - A regra ampliativa do prazo decadencial para a propositura de ação rescisória em
favor de pessoa jurídica de direito público não se aplica se, ao tempo em que sobreveio a
Medida Provisória nº 1.577/97, já se exaurira o biênio do art. 495 do CPC. Preservação
do direito adquirido da parte à decadência já consumada sob a égide da lei velha. (ex-OJ
nº 12 da SDI-2 - inserida em 20.09.00)
[...]
O relator designado ordena a citação do réu para oferecer sua resposta no prazo
de quinze a trinta dias.
Sobre o início do prazo para contestação, a OJ nº 146 da SDI-2:
OJ Nº 146. AÇÃO RESCISÓRIA. INÍCIO DO PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DA
CONTESTAÇÃO. ART. 774 DA CLT (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. A contestação apresentada em ação
rescisória obedece à regra relativa à contagem de prazo constante do art. 774 da CLT,
sendo inaplicável o art. 231 do CPC de 2015 ( art. 241 do CPC de 1973).
49 - Página 656
Apesar do dispositivo da CLT citado ser omisso, já há algum tempo o TST
entende ser possível a suspensão da ação rescisória pela via da ação cautelar.
TST. SDI-II. OJ Nº 76. Ação Rescisória. Ação Cautelar Para Suspender Execução.
Juntada de Documento Indispensável. Possibilidade de Êxito na Rescisão do
Julgado. Inserida em 13.03.2002. É indispensável a instrução da ação cautelar
com as provas documentais necessárias à aferição da plausibilidade de êxito na
rescisão do julgado. Assim sendo, devem vir junto com a inicial da cautelar as
cópias da petição inicial da ação rescisória principal, da decisão rescindenda,
da certidão do trânsito em julgado e informação do andamento atualizado da
execução.
SÚMULA Nº 405 AÇÃO RESCISÓRIA. TUTELA PROVISÓRIA (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016. Em face do que dispõem a MP 1.984-22/2000 e o art. 969 do CPC de
2015, é cabível o pedido de tutela provisória formulado na petição inicial de ação
rescisória ou na fase recursal, visando a suspender a execução da decisão
rescindenda.
50 - Página 672
XIII – outros casos expressamente referidos em lei.
Contudo, como a CLT tem regra própria, esse dispositivo do novo CPC não se
aplica ao processo do trabalho, como referenda o art. 1º, § 1º da Instrução
Normativa nº 39/2016: “Observar-se-á, em todo caso, o princípio da
irrecorribilidade em separado das decisões interlocutórias, de conformidade
com o art. 893, § 1º da CLT e Súmula nº 214 do TST”.
51 – Página 676
C) Preparo: depósito recursal e custas
Determinados recursos para serem conhecidos, na sistemática do processo
trabalhista, exigem o preparo e a sua respectiva comprovação, que é
representado pelo recolhimento das custas processuais e do depósito recursal.
O novo CPC trata da matéria em seu art. 1.007 e parágrafos:
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido
pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção.
§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos
interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados,
pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.
§ 2º A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier
a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias (grifou-se).
§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em
autos eletrônicos.
§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento
do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.
§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive
porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4º.
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção,
por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da
pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao
recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias
(grifou-se).
Inclusive, O TST, por meio do art. 10, da sua IN nº 39/16, manifesta-se no sentido
de reconhecer a aplicabilidade dos parágrafos 2º e 7º do referido art. 1007 do
novo CPC com a seguinte particularidade descrita no parágrafo único:
Art. 10. Parágrafo único. A insuficiência no valor do preparo do recurso, no Processo do
Trabalho, para os efeitos do § 2º do art. 1007 do CPC, concerne unicamente às custas
processuais, não ao depósito recursal.
52 - Página 683
O art. 35 do CPC de 1973 22 determinava que a sanção por litigância de má-fé
deveria ser contada como custas. Entretanto, esse efeito não se estendia ao
preparo no processo do trabalho que tem regras próprias tratando da matéria,
conforme OJ nº 409 da SDI-1, do TST:
OJ Nº 409. MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO
RECURSAL. INEXIGIBILIDADE. (nova redação em decorrência do CPC de 2015) - Res.
209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. O recolhimento do valor da multa
imposta como sanção por litigância de má-fé (art. 81 do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de
1973) não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza
trabalhista.
53 – Página 684
Os recursos, no processo do trabalho, devem ser interpostos no prazo genérico
de oito dias. A exceção fica por conta dos embargos declaratórios, que seguem o
prazo de cinco dias previsto no art. 897-A da CLT:
Art. 897-A. Caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco
dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a
sua apresentação, registrado na certidão, admitido efeito modificativo da decisão nos
casos de omissão e contradição no julgado e manifesto equívoco no exame dos
pressupostos extrínsecos do recurso.
Desse modo, não se aplica ao processo do trabalho as regras do novo CPC que
dizem respeito ao prazo para recorrer, inclusive o art. 1.070:
Art. 1.070. É de 15 (quinze) dias o prazo para a interposição de qualquer agravo,
previsto em lei ou em regimento interno de tribunal, contra decisão de relator ou outra
decisão unipessoal proferida em tribunal.
A Instrução Normativa nº 39/16 corrobora esse posicionamento por meio do seu
art. 1º, § 2º, bem como art. 2º, inciso XIII:
Art. 1º. § 2º O prazo para interpor e contra-arrazoar todos os recursos trabalhistas, inclusive
agravo interno e agravo regimental, é de oito dias (art. 6º da Lei nº 5.584/70 e art. 893 da CLT),
exceto embargos de declaração (CLT, art. 897-A).
Art. 2° Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em razão de inexistência
de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do Código de Processo Civil: XIII -
art. 1070 (prazo para interposição de agravo).
54 - Página 685
A Orientação Jurisprudencial nº 310, da SDI-1, reconhece a incompatibilidade
com o processo do trabalho da regra aplicação do prazo em dobro quando na
demanda houver litisconsortes com procuradores distintos:
OJ Nº 310. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM DOBRO. art. 229,
caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015. ART. 191 DO CPC de 1973. INAPLICÁVEL AO
PROCESSO DO TRABALHO (atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res.
208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Inaplicável ao processo do trabalho a
norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art. 191 do CPC de 1973),
em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.
55 - Página 688/689
Entretanto, se o patrono da parte interessada interpõe um recurso, como
representante processual do seu cliente, deve ter procuração nos autos seja ela
expressa ou tácita, já que não se exige poderes específicos para a prática daquele
ato processual.
Sobre a regularização da representação do advogado quando da interposição do
recurso, o TST manifesta-se por meio da Súmula nº 383, com sua redação já
adaptada ao novo CPC:
SÚMULA Nº 383. RECURSO. MANDATO. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. CPC
DE 2015, ARTS. 104 E 76, § 2º (nova redação em decorrência do CPC de 2015). Res.
210/2016. I – É inadmissível recurso firmado por advogado sem procuração juntada aos
autos até o momento da sua interposição, salvo mandato tácito. Em caráter excepcional
(art. 104 do CPC de 2015), admite-se que o advogado, independentemente de intimação,
exiba a procuração no prazo de 5 (cinco) dias após a interposição do recurso,
prorrogável por igual período mediante despacho do juiz. Caso não a exiba, considera-se
ineficaz o ato praticado e não se conhece do recurso. II – Verificada a irregularidade de
representação da parte em fase recursal, em procuração ou substabelecimento já
constante dos autos, o relator ou o órgão competente para julgamento do recurso
designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Descumprida a
determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a providência couber ao
recorrente, ou determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de 2015).
56 - Página 690/691
A referida legitimação do MPT não se aplica aos casos em que a sentença
proferida não afronta o interesse público, conforme preceitua a OJ nº 237, I, da
SDI-1, do TST:
OJ Nº 237. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. LEGITIMIDADE PARA RECORRER.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. EMPRESA PÚBLICA (incorporada a Orientação
Jurisprudencial nº 338 da SBDI-I). Res. n. 210/16. I - O Ministério Público do Trabalho
não tem legitimidade para recorrer na defesa de interesse patrimonial privado, ainda
que de empresas públicas e sociedades de economia mista. II – Há legitimidade do
Ministério Público do Trabalho para recorrer de decisão que declara a existência de
vínculo empregatício com sociedade de economia mista ou empresa pública, após a
Constituição Federal de 1988, sem a prévia aprovação em concurso público, pois é
matéria de ordem pública.
57 - Página 692
A depender da espécie de recurso, a admissibilidade respectiva será feita ou pelo
juízo a quo e juízo ad quem ou somente por este último. Juízo de admissibilidade
corresponde ao procedimento por meio do qual se verifica se estão presentes os
requisitos intrínsecos e extrínsecos, subjetivos e objetivos, estabelecidos pela lei,
semelhante ao procedimento de análise da petição inicial no processo civil.
Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de cinco
dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a
documentação exigível, na forma prevista pelo parágrafo único do art. 932 do
novo CPC, aplicado ao processo do trabalho conforme previsão contida no art. 10
da IN nº 39/16 do TST. O parágrafo único desse mesmo preceito regulamentar
prescreve que:
Art. 10. Parágrafo único. A insuficiência no valor do preparo do recurso, no Processo do
Trabalho, para os efeitos do § 2º do art. 1007 do CPC, concerne unicamente às custas
processuais, não ao depósito recursal.
Uma vez rejeitado o recurso pelo juízo de origem, quando for o caso, em razão da
ausência de um dos requisitos de admissibilidade, a parte inconformada pode
interpor agravo de instrumento para destrancar a subida do recurso principal.
58 - Página 693
Em seguida, colhem-se os votos dos integrantes do respectivo Órgão Julgador na
mesma sessão, exceto quando há pedido de vistas, na forma prevista pelo art.
940 do novo CPC, aplicado subsidiaria e supletivamente ao processo do trabalho
de acordo com o art. 3º, XXIV da IN nº 39/2016 do TST. Caberá ao juiz relator
redigir o acórdão, salvo se for voto vencido, hipótese em que a redação ficará a
cargo do primeiro juiz que proferir o voto vencedor.
Lavrado o acórdão, sua respectiva ementa será publicada no órgão oficial. Note-
se, todavia, que o preceito contido no art. 944 do novo CPC não se aplica ao
processo do trabalho, conforme dispõe o art. art. 2º, X da IN nº 39/2016 do TST:
Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data
da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins
legais, independentemente de revisão.
59 - Página 695
Sobre a aplicabilidade no processo do trabalho de preceito semelhante contido
no art. 557 do CPC de 1973, manifesta-se o TST por meio da Súmula nº 435:
SÚMULA Nº 435. DECISÃO MONOCRÁTICA. RELATOR. ART. 932 DO CPC DE 2015. ART.
557 DO CPC de 1973. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA AO PROCESSO DO TRABALHO
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25
e 26.04.2016. Aplica-se subsidiariamente ao processo do trabalho o art. 932 do CPC de
2015 (art. 557 do CPC de 1973).
60 - Página 699
O Tribunal Superior do Trabalho interpreta esse preceito legal por meio da
Súmula nº 393:
SÚMULA Nº 393. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE.
ART. 1.013, § 1º, DO CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de 1973. (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016.
I - O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art.
1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação
dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não
renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. II - Se o
processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir
desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive
quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.
61 - Página 700
O novo CPC trata do juízo de retratação nos casos de agravo interno e recurso
ordinário (apelação):
Art. 1.021. § 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para
manifestar- -se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não
havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão
em pauta.
Art. 485. § 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos
deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
O art. 3º, VIII, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST afasta qualquer dúvida sobre a
aplicabilidade do juízo de retratação no recurso ordinário trabalhista: “Sem prejuízo de
outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os
preceitos do Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas: “art. 485, § 7º
(juízo de retratação no recurso ordinário)”.
62 - Página 705
Nessas hipóteses, as preliminares serão apreciadas antes do mérito, na forma
prevista pelo art. 938 do novo CPC: “A questão preliminar suscitada no
julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja
incompatível com a decisão”.
Entretanto, seguindo o princípio do aproveitamento dos atos processuais e o
princípio da economia processual, sempre que possível os eventuais vícios, antes
de declarados, podem ser sanados, na forma prevista pelos parágrafos do art.
938 do novo CPC, aplicado ao processo do trabalho, conforme previsão contida
no art. 10 da IN nº 39/16 do TST:
Art. 938. § 1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser
conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual,
no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes. § 2º
Cumprida a diligência de que trata o § 1o, o relator, sempre que possível, prosseguirá no
julgamento do recurso. § 3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator
converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau
de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução. § 4º Quando não
determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1o e 3o poderão ser
determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.
63 – Página 707
Em tais situações, adota-se o mesmo procedimento quando se constata a
ocorrência de força maior decorrente de suspensão processual (art. 313, VI do
novo CPC).
Uma vez protocolada a petição do recurso ordinário, segue para o despacho,
oportunidade em que o juiz pode exercer o juízo de retratação, conforme
permissivo contido no art. 485, § 7º do novo CPC:
Art. 485. § 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos
deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
O art. 3º, VIII, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST afasta qualquer dúvida
sobre a aplicabilidade do juízo de retratação no recurso ordinário trabalhista:
“Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do Trabalho, em face de
omissão e compatibilidade, os preceitos do Código de Processo Civil que regulam
os seguintes temas: “art. 485, § 7º (juízo de retratação no recurso ordinário)”.
Mantendo a decisão, o juiz declara que recebe o recurso ordinário apenas no
efeito devolutivo, em face da característica própria do processo do trabalho, e
examina se estão presentes os pressupostos objetivos e subjetivos, intrínsecos e
extrínsecos.
Como já foi dito anteriormente, pela sistemática do novo CPC o juízo de
admissibilidade do recurso ordinário não é mais exercido pelo órgão
jurisdicional que proferiu a decisão mas somente pelo órgão ad quem, na forma
prevista pelo art. 1.010, § 3º.
Note-se que o TST (Instrução Normativa nº 39/16, art. 2º, XI) mantém esse
procedimento também para o recurso ordinário, mesmo sendo a CLT omissa,
como foi dito anteriormente. Portanto, seguindo essa normativa, quando o juiz a
quo negar seguimento ao recurso ordinário, caberá a parte interessada manejar
o agravo de instrumento.
64 – Página 710
Isso ocorre ainda que a sentença não tenha se manifestado expressamente a
respeito de alguma questão, tenha utilizado apenas um dos fundamentos
arguidos na inicial ou na contestação.
Nesse sentido é a Súmula nº 393 do TST:
SÚMULA Nº 393. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM PROFUNDIDADE.
ART. 1.013, § 1º, DO CPC DE 2015. ART. 515, § 1º, DO CPC de 1973. (nova redação em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 I
- O efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinário, que se extrai do § 1º do art.
1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), transfere ao Tribunal a apreciação
dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela sentença, ainda que não
renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo impugnado. II - Se o
processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, deverá decidir
desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, inclusive
quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos.
Frise-se, porém, que o órgão ad quem deve analisar algumas questões que não
foram objeto de manifestação do juízo de primeiro grau (efeito translativo), a
exemplo daquelas listadas no § 3º, I, II e IV, art. 1.013, do novo CPC, aplicado ao
processo laboral de acordo com o preceito contido no art. 3º, XXVIII, da Instrução
Normativa nº 39/16 do TST.
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É submetido ao exame de sua admissibilidade pelo presidente do Tribunal, a
quem cabe analisar a presença dos requisitos de admissibilidade intrínsecos e
extrínsecos, objetivos e subjetivos. Observe-se que nesse caso não se aplica o
dispositivo do novo CPC que elimina o procedimento relativo ao exame da
admissibilidade pelo juízo a quo, uma vez que a CLT possui dispositivo expresso
em sentido contrário (art. 894, § 3º O Ministro Relator denegará seguimento aos
embargos: [...]).
Além disso, o parágrafo único do art. 1.030, do novo CPC, que vedava ao Tribunal
exercer o juízo de admissibilidade do recurso especial teve sua redação
modificada pela Lei nº 13.256/2016, no sentido de reestabelecer esse
procedimento pelo juízo a quo.
[...]
O relator elabora o seu voto, abre vistas para o Ministro revisor e inclui o feito
em pauta para julgamento pela Turma.
O TST entendia que se o presidente do TRT conhecesse do recurso de revista em
relação a alguns pontos e o rejeitasse em relação a outros, tal decisão não
comportaria agravo de instrumento, uma vez que aquele Tribunal poderia
reexaminar os pressupostos de admissibilidade da matéria que foi rejeitada pelo
órgão a quo. Inclusive, esse posicionamento encontrava-se contido na Súmula nº
285, que foi expressamente cancelada por meio da Resolução nº 204/2016 e
tinha a seguinte redação:
SÚMULA Nº 285. CANCELADA. RECURSO DE REVISTA. ADMISSIBILIDADE PARCIAL
PELO JUIZ-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. EFEITO. (mantida) –
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.20036º fato de o juízo primeiro de admissibilidade do
recurso de revista entendê-lo cabível apenas quanto a parte das matérias veiculadas não
impede a apreciação integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo
imprópria a interposição de agravo de instrumento.
Atualmente esse procedimento é regulamentado pela Instrução Normativa do
TST de nº 40/2016, que admite a interposição de agravo de instrumentos em tais
situações:
Art. 1° Admitido apenas parcialmente o recurso de revista, constitui ônus da parte
impugnar, mediante agravo de instrumento, o capítulo denegatório da decisão, sob pena
de preclusão. § 1º Se houver omissão no juízo de admissibilidade do recurso de revista
quanto a um ou mais temas, é ônus da parte interpor embargos de declaração para o
órgão prolator da decisão embargada supri-la (CPC, art. 1024, § 2º), sob pena de
preclusão. § 2º Incorre em nulidade a decisão regional que se abstiver de exercer
controle de admissibilidade sobre qualquer tema objeto de recurso de revista, não
obstante interpostos embargos de declaração (CF/88, art. 93, inciso IX e § 1º do art. 489
do CPC de 2015). § 3º No caso do parágrafo anterior, sem prejuízo da nulidade, a recusa
do Presidente do Tribunal Regional do Trabalho a emitir juízo de admissibilidade sobre
qualquer tema equivale à decisão denegatória. É ônus da parte, assim, após a intimação
da decisão dos embargos de declaração, impugná-la mediante agravo de instrumento
(CLT, art. 896, § 12), sob pena de preclusão. § 4º Faculta-se ao Ministro Relator, por
decisão irrecorrível (CLT, art. 896, § 5º, por analogia), determinar a restituição do agravo
de instrumento ao Presidente do Tribunal Regional do Trabalho de origem para que
complemente o juízo de admissibilidade, desde que interpostos embargos de declaração.
O parágrafo único do art. 1.034 do novo CPC estabelece que admitido o recurso
por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais
fundamentos para a solução do capítulo impugnado. Inclusive, o TST reconhece
expressamente a aplicabilidade desse dispositivo do novo CPC ao processo do
trabalho, no art. 12 da IN nº 39/16:
Art. 12. Aplica-se ao Processo do Trabalho o parágrafo único do art. 1034 do CPC. Assim,
admitido o recurso de revista por um fundamento, devolve-se ao Tribunal Superior do
Trabalho o conhecimento dos demais fundamentos para a solução apenas do capítulo
impugnado.
66 - Página 727
As exceções encontram-se listadas pela Súmula nº 353 do TST e dizem respeito,
basicamente, à revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade do
agravo de instrumento, agravo regimental e recurso de revista:
SÚMULA Nº 353. EMBARGOS. AGRAVO. CABIMENTO (atualizada em decorrência do CPC
de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016 Não cabem embargos
para a Seção de Dissídios Individuais de decisão de Turma proferida em agravo, salvo: a)
da decisão que não conhece de agravo de instrumento ou de agravo pela ausência de
pressupostos extrínsecos; b) da decisão que nega provimento a agravo contra decisão
monocrática do Relator, em que se proclamou a ausência de pressupostos extrínsecos de
agravo de instrumento; c) para revisão dos pressupostos extrínsecos de admissibilidade
do recurso de revista, cuja ausência haja sido declarada originariamente pela Turma no
julgamento do agravo; d) para impugnar o conhecimento de agravo de instrumento; e)
para impugnar a imposição de multas previstas nos arts. 1.021, § 4º, do CPC de 2015 ou
1.026, § 2º, do CPC de 2015 (art. 538, parágrafo único, do CPC de 1973, ou art. 557, § 2º,
do CPC de 1973). f) contra decisão de Turma proferida em agravo em recurso de revista,
nos termos do art. 894, II, da CLT.
67 - Página 729
Cabem embargos de divergência para a SDI-1 do TST no prazo de oito dias da
publicação da decisão de uma de suas Turmas e deve ser dirigida ao respectivo
presidente. Como a CLT não é omissa em relação a essa matéria, não se aplica o
procedimento estabelecido no arts. 1.043 e 1.044 do novo CPC, como deixa claro
o art. 2º, XII, da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST.
68 - Página 734
Art. 897. § 1º da CLT. O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar,
justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da
parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. § 2º – O
agravo de instrumento interposto contra o despacho que não receber agravo de petição
não suspende a execução da sentença.
Note-se que o TST (Instrução Normativa nº 39/16, art. 2º, XI) estende esse
procedimento para o recurso ordinário, mesmo sendo a CLT omissa, como foi
dito anteriormente. Portanto, seguindo essa normativa, quando o juiz a quo
negar seguimento ao recurso ordinário, caberá a parte interessada manejar o
agravo de instrumento.
69 - Página 741
Os embargos de declaração são opostos para eliminar contradições,
obscuridades ou omissões constantes da fundamentação ou na porção
dispositiva da decisão, relativamente a questões de fato ou de direito, conforme
previsão legal contida no art. 1.022 do novo CPC, aplicado supletivamente ao
processo laboral, conforme prevê o art. 9º, da Instrução Normativa nº 39/16 do
TST.
70 - Página 742
O TST tem posicionamento firmado acerca dessa questão, conforme se observa
da redação da Súmula nº 421:
SÚMULA Nº 421. EMBARGOS de DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONOCRÁTICA
DO RELATOR CALCADA NO art. 932 do cpc de 2015. ART. 557 DO CPC de 1973.
(atualizada em decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25
e 26.04.2016. I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator
prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão
somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado. II – Se a
parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre ao relator converter
os embargos de declaração em agravo, em face dos princípios da fungibilidade e
celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação
do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de
modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.
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Sobre o tema especifico do cabimento de embargos declaratórios de decisões
monocráticas nos Tribunais, o TST se manifesta por meio da OJ nº 378 da SDI-1:
OJ Nº 378. EMBARGOS. INTERPOSIÇÃO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA. NÃO
CABIMENTO. (atualizada em decorrência do CPC de 2015) - Res. 208/2016, DEJT
divulgado em 22, 25 e 26.04.2016. Não encontra amparo no art. 894 da CLT, quer na
redação anterior quer na redação posterior à Lei n.º 11.496, de 22.06.2007, recurso de
embargos interposto à decisão monocrática exarada nos moldes do art. 932 do CPC de
2015 (art. 557 do CPC de 1973), pois o comando legal restringe seu cabimento à
pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do Tribunal Superior do
Trabalho.
[...]
No mesmo sentido, o TST, por intermédio da Súmula nº 297:
SÚMULA Nº 297. PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE. CONFIGURAÇÃO –
NOVA REDAÇÃO. – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 1. Diz-se prequestionada a
matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente,
tese a respeito. 2. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada
no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre
o tema, sob pena de preclusão.
Se mesmo após a interposição de embargos declaratórios, não há
pronunciamento judicial, considera-se a matéria prequestionada, nos termos do
preceito contido no art. 1.025 do CPC:
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou,
para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam
inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão,
contradição ou obscuridade.
Inclusive, o TST manifesta-se expressamente no sentido de admitir a
aplicabilidade desse preceito ao processo do trabalho, nos termos do art. 9º,
parágrafo único, IN nº 39/16, mas com a seguinte adaptação:
Art. 9º. Parágrafo único. A omissão para fins do prequestionamento ficto a que alude o
art. 1025 do CPC dá-se no caso de o Tribunal Regional do Trabalho, mesmo instado
mediante embargos de declaração, recusar-se a emitir tese sobre questão jurídica
pertinente, na forma da Súmula nº 297, item III, do Tribunal Superior do Trabalho.
72 - Página 750
A OJ nº 412, da SDI-1, do TST, deixa claro que não cabe agravo regimental de
decisão colegiada:
OJ Nº 412. AGRAVO INTERNO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTERPOSIÇÃO EM FACE DE
DECISÃO COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROSSEIRO. INAPLICABILIDADE DO
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL (nova redação em decorrência do CPC de
2015) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 É incabível agravo
interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art. 557, §1º, do CPC de 1973) ou agravo regimental
(art. 235 do RITST) contra decisão proferida por Órgão colegiado. Tais recursos
destinam-se, exclusivamente, a impugnar decisão monocrática nas hipóteses previstas.
Inaplicável, no caso, o princípio da fungibilidade ante a configuração de erro grosseiro.
O regimento interno do TST ainda trata de outro recurso, denominado
simplesmente de agravo (art. 239 do RITST), nos casos de decisão do relator,
tomada com base no § 5º do art. 896 da CLT ou da decisão que concede ou nega
provimento ao recurso ou mesmo que obsta o seguimento do recurso.
O novo CPC denomina essa espécie de recurso como agravo interno, disciplinado
pelo art. 1.021, caput e respectivos parágrafos, aplicado ao processo laboral de
acordo com o preceito contido no art. 3º, XXIX, da Instrução Normativa nº 39/16
do TST, salvo em relação ao seu prazo:
[...]
Na hipótese de o agravo interno for manifestamente infundado, a parte
recorrente deve ser condenada a pagar à agravada uma multa que varia entre um
e cinco por cento do valor da causa atualizada, além de ficar vedada a
interposição de qualquer outro recurso antes do depósito da quantia respectiva.
Esse preceito é aplicável ao processo do trabalho, conforme entendimento do
TST constante da OJ nº 389 da SID-1:
OJ Nº 389. MULTA PREVISTA NO Art. 1.021, §§ 4º e 5º, do CPC de 2015. ART. 557, § 2º,
DO CPC DE 1973. RECOLHIMENTO. PRESSUPOSTO RECURSAL. Beneficiário da justiça
gratuita e FAZENDA PÚBLICA. PAGAMENTO AO FINAL. (nova redação em decorrência
do CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016. Constitui
ônus da parte recorrente, sob pena de deserção, depositar previamente a multa aplicada
com fundamento nos §§ 4º e 5º, do art. 1.021, do CPC de 2015 (§ 2º do art. 557 do CPC de
1973), à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de justiça gratuita, que farão o
pagamento ao final.
73 - Página 751
15. EMBARGOS INFRINGENTES
O novo CPC extinguiu o recurso denominado de embargos infringentes, mas
introduziu, em substituição, uma nova técnica de julgamento de recurso prevista
no seu art. 942.
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que
serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os
novos julgadores.
Contudo, como a CLT não é omissa sobre esse tema, ao prever uma única
hipótese de embargos infringentes no processo de dissídio coletivo, não há que
se falar em aplicação subsidiária do referido art. 942 do NCPC, entendimento que
foi confirmado pelo art. 2º, IX, da Instrução Normativa nº 39/2016.
Os embargos infringentes estão previstos no art. 894, I, “a”, da CLT, na Lei nº
7.701/88102 e no Regimento Interno do TST (art. 232).
74 - Página 757
Assim como ocorre atualmente no TST, cada Tribunal Regional deverá manter e
dar publicidade, inclusive pela internet, sobre o conteúdo de suas Súmulas e
Teses jurídicas prevalecentes, por meio de banco de dados classificado por
questão jurídica (art 6º do ATO= nº 491/SEGJUD/2014).
Entretanto, não basta apenas uniformizar a jurisprudência. Cada tribunal é
responsável por mantê-la estável, íntegra e coerente, na forma estabelecida pelo
art. 926 do novo CPC:
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável,
íntegra e coerente.
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento
interno, os tribunais editarão enunciados de súmula correspondentes a sua
jurisprudência dominante.
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.
Além desse dispositivo legal, aplica-se ao processo do trabalho os arts. 927 e 928
do novo CPC, diante da sua compatibilidade e omissão da norma laboral, de
acordo com o preceito contido no art. 3º, XXIII, da Instrução Normativa nº
39/2016 do TST:
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de
constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de
demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
§ 1º Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no art. 489, § 1o,
quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2º A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula ou em
julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de audiências públicas e da
participação de pessoas, órgãos ou entidades que possam contribuir para a
rediscussão da tese.
§ 3º Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal
Federal e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos
repetitivos, pode haver modulação dos efeitos da alteração no interesse social e
no da segurança jurídica.
§ 4º A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência pacificada ou de
tese adotada em julgamento de casos repetitivos observará a necessidade de
fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança
jurídica, da proteção da confiança e da isonomia.
§ 5º Os tribunais darão publicidade a seus precedentes, organizando-os por
questão jurídica decidida e divulgando-os, preferencialmente, na rede mundial
de computadores.
Art. 928. Para os fins deste Código, considera-se julgamento de casos repetitivos
a decisão proferida em:
I - incidente de resolução de demandas repetitivas;
II - recursos especial e extraordinário repetitivos.
Parágrafo único. O julgamento de casos repetitivos tem por objeto questão de
direito material
ou processual.
75 - Página 761
Como critério a ser observado na escolha dos recursos repetitivos específicos
para julgamento, deve-se optar por aqueles representativos da controvérsia que
contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser
decidida, desde que admissíveis, conforme disposto no art. 8º do ATO Nº
491/SEGJUD.GP/2014.
O art. 976 do novo CPC (aplicável ao processo do trabalho conforme art. 8º da IN
nº 39/16 do TST) ainda acrescenta os seguintes requisitos simultâneos para que
seja instaurado o incidente de resolução de demandas repetitivas:
Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas
quando houver, simultaneamente: I - efetiva repetição de processos que contenham
controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito; II - risco de ofensa à
isonomia e à segurança jurídica.
76 - Página 762
A adoção desse procedimento permite que a parte demonstre que sua questão é
distinta daquela afetada e requerer o prosseguimento do seu feito, ouvida a parte
contrária no prazo de cinco dias. Dessa decisão caberá agravo, nos termos do
regimento interno de cada Tribunal (art. 19 e §§ do ATO Nº
491/SEGJUD.GP/2014).
A suspensão, todavia, não é total. É possível instruir a demanda e até praticar
atos decisórios, como a sentença definitiva parcial do mérito, de acordo com o
que estabelece o § 1º, art. 8º da Instrução Normativa nº 39/2016 do TST:
Art. 8º § 1º Admitido o incidente, o relator suspenderá o julgamento dos
processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam na Região, no
tocante ao tema objeto de IRDR, sem prejuízo da instrução integral das causas e
do julgamento dos eventuais pedidos distintos e cumulativos igualmente
deduzidos em tais processos, inclusive, se for o caso, do julgamento antecipado
parcial do mérito.
Da decisão de mérito proferida no incidente de uniformização de jurisprudência
cabe recurso de revista para o Tribunal Superior do Trabalho, dotado de efeito
meramente devolutivo, nos termos dos arts. 896 e 899 da CLT (§ 2º, art. 8º da
Instrução Normativa nº 39/2016 do TST).
Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Tribunal Superior do
Trabalho será aplicada no território nacional a todos os processos, individuais ou
coletivos, que versem sobre idêntica questão de direito (§ 3º, art. 8º da Instrução
Normativa nº 39/2016 do TST).
77 - Página. 802
O STF admite a incidência do mencionado instituto na execução trabalhista, por
meio do entendimento constante da sua Súmula nº 327: “O direito trabalhista
admite a prescrição intercorrente”.
O TST posiciona-se em sentido contrário, por meio da Súmula nº 114, bem como
por meio do art. 2º, VIII, da Instrução Normativa nº 39/16: “SÚMULA Nº 114.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. É inaplicável na Justiça do Trabalho a prescrição
intercorrente.
IN nº 39/16. Art. 2° Sem prejuízo de outros, não se aplicam ao Processo do Trabalho, em
razão de inexistência de omissão ou por incompatibilidade, os seguintes preceitos do
Código de Processo Civil: VIII - arts. 921, §§ 4º e 5º, e 924, V (prescrição intercorrente)”.
78 - Página 840
Esse princípio encontra-se insculpido em diversos dispositivos legais, dentre eles
o contido no art. 620 do CPC de 1973 e art. 805 do novo CPC, aplicado ao
processo do trabalho conforme preceito contido no art. 3º, XIV, da Instrução
Normativa nº 39/2016 do TST.
79 - Página 857
Quanto às obrigações contidas na conciliação homologada em juízo, no termo de
ajuste de conduta ou no termo de conciliação lavrado perante as comissões de
conciliação prévia (o cheque e a nota promissória vinculados a débitos
trabalhistas, conforme art. 13 da IN nº 39/16 do TST), devem-se observar os
prazos estabelecidos para o seu cumprimento, para adquirirem a qualidade da
exigibilidade do título executivo.
Nos dois últimos casos, a iniciativa do processo de execução cabe exclusivamente
ao credor ou às pessoas legalmente legitimadas para tanto.
80 - Página 864
Esse procedimento permite a execução do crédito quando encontrados bens do
devedor, por meio de petição com esse requerimento, devidamente
acompanhada da aludida certidão de crédito.
Note-se que todo o Capítulo V (Da Responsabilidade Patrimonial), do Título I (Da
Execução em Geral) do novo CPC (arts. 789 a 796) é totalmente aplicável ao
processo do trabalho. Inclusive essa é a determinação contida no art. 3º, XIII, da
Instrução Normativa nº 39/2016 do TST.
81 - Página 868
O novo CPC acolheu a tese da desconsideração inversa da personalidade jurídica,
que já era aceita amplamente pela jurisprudência, inclusive do STJ. Essa
desconsideração ocorre quando o devedor, pessoa física, aproveita-se da
personalidade jurídica autônoma da sociedade da qual faz parte para se tornar
insolvente, de acordo com o art. 133, § 2º: “Aplica-se o disposto neste Capítulo à
hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica”.
Por fim, o TST manifestou-se expressamente no sentido de admitir esse
incidente no âmbito do processo do trabalho, inclusive acrescentando a
possibilidade de o juiz do trabalho atuar de ofício na execução, conforme se
observa da redação do art. 8º da Instrução Normativa nº 39/2016:
Art. 6° Aplica-se ao Processo do Trabalho o incidente de desconsideração da
personalidade jurídica regulado no Código de Processo Civil (arts. 133 a 137),
assegurada a iniciativa também do juiz do trabalho na fase de execução (CLT, art. 878).
82 - Página 875
Dúvidas surgem quanto à incidência da prescrição no processo de execução
trabalhista fundada em título judicial diante da paralisação do processo por
inércia do exequente, denominada de prescrição intercorrente.
O TST posiciona-se no sentido de não admitir a prescrição intercorrente, por
meio da Súmula de nº114,91 bem como por intermédio do art. 2º, VIII, da
Instrução Normativa nº 39/16.
83 - Página 876
O executado, citado, pode pagar a dívida ou garantir a execução. A garantia da
execução efetiva-se pelo de depósito em dinheiro com esse objetivo específico,
ou pela nomeação de bens à penhora, que deve obedecer à ordem de preferência
estabelecida pelo art. 835 do novo CPC (aplicado ao processo do Trabalho, de
acordo com o preceito contido no art. 3º, XVI, da Instrução Normativa nº
39/2016 do TST), conforme art. 882 da CLT:
84 - Página 878
Suspendem-se, também, os atos executórios quando no prazo dos embargos à
execução o executado reconhecer o seu débito, depositar trinta por cento do seu
respectivo valor e solicitar que o restante seja pago em até seis parcelas mensais,
acrescidas de correção monetária e juros de 1% ao mês (art. 916 do novo CPC
aplicado ao processo laboral de acordo com o preceito contido no art. 3º, XXI, da
Instrução Normativa nº 39/16 do TST).
85 - Página 879
Quando o exequente não se encontra presente no momento do pagamento, a
quantia respectiva é depositada em um banco oficial, de preferência na Caixa
Econômica Federal.
Saliente-se, por fim, que o inciso V, do citado art. 924 do novo CPC não se aplica
ao processo laboral, segundo o entendimento do TST revelado por meio da
Instrução Normativa nº 39/16, art. 2º, VIII.
86 - Página 905
O art. 882 da CLT determina a utilização da ordem de preferência de bens
penhoráveis fixada pelo 835 do novo CPC (aplicado ao processo do Trabalho
conforme preceito contido no art. 3º, XVI, da Instrução Normativa nº 39/2016 do
TST).
87 - Página 909
A penhora, é um ato judicial externo, feita pelo oficial de justiça no horário das 6
às 20 horas, 25 a quem compete lavrar o auto respectivo, proceder ao depósito
do bem, à sua avaliação e, por fim, à intimação do devedor para apresentar
embargos à execução.
Caso o devedor não indique bens à penhora, o oficial de justiça dirige-se ao local
onde estejam situados e faz a penhora de acordo com a gradação legal. É
necessário observar também que o valor dos bens são suficientes para o
pagamento do principal da dívida, incluída aquela de natureza previdenciária,
acrescida de juros de mora e correção monetária. Caso o valor dos bens
encontrados não seja suficiente sequer para cobrir o pagamento das custas da
execução, a penhora não deve ser efetivada (caput do art. 836 do CPC).
Entretanto, se o oficial de justiça não encontrar bens penhoráveis,
independentemente de determinação judicial expressa, descreverá os bens
móveis da residência ou do estabelecimento do executado, quando este for
pessoa jurídica, sendo que o executado ou seu representante legal deverá ser
nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz
(§§ 1º e 2º, art. 836 do novo CPC, aplicado subsidiariamente ao processo laboral
por conta do preceito contido no art. 3º XVII, da IN nº 39/16 do TST).
88 - Página 917
Ao efetivar a penhora, fazer o depósito e avaliar os bens apresados, o oficial de
justiça intima o devedor para oferecer embargos à execução no prazo de cinco
dias. O termo inicial começa a partir desse ato processual, independentemente
da data de juntada do mandado cumprido aos autos, de acordo com o art. 884 da
CLT: “Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado cinco dias
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação”.
A intimação da penhora é feita por intermédio do advogado do executado. Nesse
sentido os §§ 1º e 2º, art. 841 do novo CPC, aplicado ao processo laboral de
acordo com o art. 3º, XVIII, da IN nº 39/16 do TST:
Art. 841. § 1º A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à
sociedade de advogados a que aquele pertença. § 2º Se não houver constituído advogado
nos autos, o executado será intimado pessoalmente, de preferência por via postal.
89 - Página 920
Todos os bens e direitos disponíveis do devedor que sejam sujeitos a uma
apreciação econômica são passíveis de penhora, salvo aqueles por lei declarados
como impenhoráveis (art. 833 do novo CPC), bem como os bens públicos,47
aqueles que não tenham valor econômico por sua própria natureza ou
considerados desprezíveis.
Eis os bens considerados impenhoráveis de acordo com o art. 833 do novo CPC
aplicado ao processo do Trabalho conforme preceito contido no art. 3º, XV, da
Instrução Normativa nº 39/2016 do TST:
90 - Página 936
SÚMULA Nº 397. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. ART. 485, IV,
DO CPC de 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO.
INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA. (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016. Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada
perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a
sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso,
porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal.
Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada
são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de
descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº
116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)
91 - Página 937
Recebida a petição inicial dos embargos, o juiz analisa a presença dos seus
requisitos e, caso presentes, concede vista à parte contrária para oferecer defesa
no prazo de cinco dias.
Antes, porém, o juiz pode, liminarmente, rejeitar os embargos do devedor
quando forem intempestivos; nos casos de indeferimento da petição inicial e de
improcedência liminar do pedido; ou quando considerados manifestamente
protelatórios (art. 918 do novo CPC, aplicado ao processo laboral de acordo com
o preceito contido no art. 3º, XXII, da Instrução Normativa nº 39/16 do TST).
92 - Página 950
O ordenamento jurídico permite que o interessado faça uma proposta de
pagamento parcelado do total do preço do bem penhorado.
Essa forma alternativa de arrematação, prevista pelo art. 895 do novo CPC, pode
ser utilizada no processo do trabalho, conforme preceito contido no art. 3º, XXI,
da IN nº 39/16 do TST (note-se que art. 690, § 1º do CPC de 1973 só permitia a
arrematação a prazo para bens imóveis).
93 - Página 1061
SÚMULA Nº 397. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. ART. 485, IV,
DO CPC de 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO.
INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA. (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016. Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada
perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a
sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso,
porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal.
Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada
são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de
descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº
116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)
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SÚMULA Nº 397. AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. ART. 485, IV,
DO CPC de 1973. AÇÃO DE CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO.
INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE SEGURANÇA. (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016. Não procede ação rescisória calcada em ofensa à coisa julgada
perpetrada por decisão proferida em ação de cumprimento, em face de a
sentença normativa, na qual se louvava, ter sido modificada em grau de recurso,
porque em dissídio coletivo somente se consubstancia coisa julgada formal.
Assim, os meios processuais aptos a atacarem a execução da cláusula reformada
são a exceção de pré-executividade e o mandado de segurança, no caso de
descumprimento do art. 514 do CPC de 2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº
116 da SBDI-2 - DJ 11.08.2003)
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Nesse sentido, a Súmula nº 415 do TST:
SÚMULA Nº 415. MANDADO DE SEGURANÇA. PETIÇÃO INICIAL. art. 321 do CPC
de 2015. ART. 284 DO CPC de 1973. INAPLICABILIDADE.. (atualizada em
decorrência do CPC de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e
26.04.2016. Exigindo o mandado de segurança prova documental pré-
constituída, inaplicável o art. 321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 1973)
quando verificada, na petição inicial do "mandamus", a ausência de documento
indispensável ou de sua autenticação. (ex-OJ nº 52 da SBDI-2 - inserida em
20.09.2000).