Download - Cultura Musical 3º Ciclo
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Instituto Politcnico de Castelo Branco Escola Superior de Educao
A CULTURA MUSICAL DOS ALUNOS DO 3 CICLO DO ENSINO BSICO
Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
Relatrio de estgio apresentado ao Instituto Politcnico de Castelo Branco para cumprimento dos requisitos necessrios obteno do grau de Mestre em Ensino da Educao Musical no Ensino Bsico, realizada sob a orientao cientfica da Doutora Maria Lusa Faria de Sousa Cerqueira Correia Castilho, Professora Adjunta da Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politcnico de Castelo Branco e Coorientao da Professora Doutora Maria de Ftima Carmona Simes da Paixo, Professora Coordenadora da Unidade Tcnico-Cientfica de Cincias, Desporto e Artes da Escola Superior de Educao do Instituto Politcnico de Castelo Branco
2012
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Dedicatria pessoal
memria do meu av, Francisco da Silva Correia.
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Agradecimentos
Em primeiro lugar, quero agradecer s Professoras Doutoras Maria Lusa Correia Castilho e Maria de Ftima Paixo, pela sua disponibilidade, dedicao e aconselhamento na forma como orientaram o meu trabalho.
Agradeo tambm aos pais, encarregados de educao e aos alunos que participaram neste estudo, pela sua disponibilidade.
minha colega Cndida pelo apoio e incentivo que me deu durante todo o processo de concluso do meu trabalho.
Finalmente gostaria de agradecer ao meu marido, ao meu filho e aos meus pais pela sua pacincia, perseverana, confiana e incentivo para concluir este trabalho.
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Palavras chave
Prtica de Ensino Supervisionada; Cultura; Msica; Cultura Musical
Resumo
O presente relatrio foi elaborado como parte integrante da Unidade Curricular Prtica de Ensino Supervisionada desenvolvida na Escola Bsica Nossa Senhora da Piedade (1 Ciclo), na Escola Bsica Integrada Afonso de Paiva (2 Ciclo) e na Escola Bsica Integrada Cidade de Castelo Branco, ao longo do ano letivo 2010/2011, apresentado na Primeira Parte.
Na Segunda Parte apresentamos o desenvolvimento de um Projeto de Investigao cujo objeto de estudo A Cultura Musical dos Alunos do 3 Ciclo do Ensino
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Keywords
Supervised Teaching Practise; Culture; Music; Musical Culture
Abstract
The present report highlights the development of our Professional Teaching Practicum. The first part refers the Teaching Superivised Teaching Practise developed at the Basic School of Nossa Senhora da Piedade (First Teaching Cycle), Integrated Basic School Afonso de Paiva (Second Teaching Cycle) and Integrated Basic School Cidade de Castelo Branco (Third Teaching Cycle), during the Academic year of 2010/2011.
In the Second Part we will present the development of a Research Project whose object of study is The Musical Culture of the Students of the Third Cycle of Basic Education.
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ndice geral
Pgina Agradecimentos iii Resumo iv Abstract v ndice de Figuras ix Introduo 1 Parte I - Prtica de Ensino Supervisionada 3 Captulo 1. O Contexto de Estgio 5 1. A Educao Musical no Ensino Bsico 5 1.1. Lei de Bases do Sistema Educativo 5 1.2. Princpios e Orientaes Educativas 6 1.2.1. Educao Artstica 7 1.2.2. Experincias de Aprendizagem 8 1.3. Ensino da Msica 12 1.3.1. 1 Ciclo do Ensino Bsico 12 1.3.2. 2 Ciclo do Ensino Bsico 13 1.3.3. 3 Ciclo do Ensino Bsico 16 2. Prtica de Ensino Supervisionada no 1 Ciclo do Ensino Bsico- Escola Bsica Nossa Senhora da Piedade 19 2.1. Caraterizao da Escola 19 2.1.1. A sala de aula equipamentos 19 2.1.2. Recursos materiais e didticos 19 2.1.3. Caraterizao da Turma do 1 Ciclo do Ensino Bsico 20 2.2. Desenvolvimento da Prtica de Ensino Supervisionada no 1 Ciclo do Ensino Bsico 20 2.2.1. Planificaes das aulas, guies e reflexes sobre a Prtica de Ensino Supervisionada 22 2.3. Reflexo Final da Prtica de Ensino Supervisionada no 1 Ciclo do Ensino Bsico 30 3. Prtica de Ensino Supervisionada no 2 Ciclo do Ensino Bsico - Escola Bsica Integrada Afonso de Paiva 33 3.1. Caraterizao da Escola 33 3.1.1. A sala de aula equipamentos 34 3.1.2. Recursos materiais e didticos 34 3.1.3. Caraterizao da Turma do 2 Ciclo do Ensino Bsico 34 3.2. Desenvolvimento da Prtica de Ensino Supervisionada no 2 Ciclo do Ensino Bsico 35 3.2.1. Planificaes das aulas e reflexes sobre a Prtica de Ensino Supervisionada 37 3.3. Reflexo Final da Prtica de Ensino Supervisionada no 2 Ciclo do Ensino Bsico 44 4. Prtica de Ensino Supervisionada no 3 Ciclo do Ensino Bsico - Escola Bsica Integrada Cidade de Castelo Branco 45 4.1. Caraterizao da Escola 45 4.1.1. A sala de aula equipamentos 45 4.1.2. Recursos materiais e didticos 45 4.1.3. Caraterizao da Turma do 3 Ciclo do Ensino Bsico 46 4.2. Desenvolvimento da Prtica de Ensino Supervisionada no 3 Ciclo do Ensino Bsico 46 4.2.1. Planificaes das aulas e reflexes sobre a Prtica de Ensino Supervisionada 49 4.3. Reflexo Final da Prtica de Ensino Supervisionada no 2 Ciclo do Ensino Bsico 54 4.4.Concluso 55 Parte 2 A Cultura Musical dos Alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico 57 Captulo 2. Projeto de Investigao 59 1. Introduo 59 2. Fundamentao Terica 61 2.1. Conceito de Cultura 61 2.2. Conceito de Msica 63
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Pgina 2.3. Cultura Musical 65 2.4. A Escola enquanto espao Sociocultural 66 2.5. A relao escola famlia 66 3. Problemtica em estudo 71 3.1. Questes Orientadoras de Investigao 71 3.2. Objetivos da Investigao 71 4. Metodologia 71 4.1. A Investigao Qualitativa em Educao 71 4.2. Tcnicas de Recolha de Dados 73 4.2.1. Inqurito por Questionrio 73 4.3. Contexto Sociocultural do Estudo 74 4.3.1. Caraterizao da Turma 74 4.3.2. Os Sujeitos do Estudo 75 4.4. Instrumento de recolha de dados 76 4.5. Dos dados anlise dos resultados 78 4.6. Concluso 95 Bibliografia 97 Anexos 99
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ndice de figuras Pgina
Grfico n1 84 Grfico n2 85 Grfico n3 85 Grfico n4 86 Grfico n5 86 Grfico n6 87 Grfico n7 88 Grfico n8 88 Grfico n9 89 Grfico n10 89 Grfico n11 90 Grfico n12 90 Grfico n13 91 Grfico n14 91 Grfico n15 92 Grfico n16 93 Quadro 1 16 Quadro 2 21 Quadro 3 23 Quadro 4 24 Quadro 5 27 Quadro 6 28 Quadro 7 35 Quadro 8 38 Quadro 9 40 Quadro 10 42 Quadro 11 47 Quadro 12 50 Quadro 13 52 Quadro 14 77 Quadro 15 79 Quadro 16 81 Quadro 17 83
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Introduo
O presente trabalho foi realizado no mbito do estgio em Ensino da Educao Musical no
Ensino Bsico. Procuramos descrever e refletir de uma forma clara e pertinente sobre o
desenvolvimento da nossa Prtica de Ensino Supervisionada, e apresentar um Estudo de
investigao, com o qual procurmos obter um melhor conhecimento e refletir sobre A Cultura
Musical dos Alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico.
Para estruturarmos de uma forma mais clara o nosso trabalho global, o presente relatrio
de estgio foi dividido em dois captulos.
O primeiro captulo est centrado no nosso desempenho da atividade letiva, desenvolvida
no 1 e no 2 semestres do ano letivo de 2010/2011 no 1, 2 e 3 Ciclos do Ensino Bsico.
No segundo captulo, apresentamos um estudo de investigao, enquadrado na nossa
Prtica de Ensino Supervisionada e cuja razo de ser da escolha do tema que referimos
anteriormente, se prendeu com um interesse pessoal e tambm profissional.
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Parte 1 - A Prtica de Ensino Supervisionada
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Captulo 1. O Contexto de Estgio
1. A Educao Musical no Ensino Bsico
1.1. Lei de Bases do sistema educativo
Aps o 25 de Abril de 1974, as reformas educativas reuniram-se na Lei de Bases do
Sistema Educativo, a Lei n46/86 de 14 de Outubro onde, no seu articulado, se destacam alguns
artigos pela sua pertinncia relevante no que se refere a este estudo.
Captulo I
mbito e Princpios
Artigo 1
mbito e Definio
A presente lei estabelece o quadro geral do sistema educativo.
O sistema educativo um conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito educao, que se exprime pela
garantia de uma permanente aco formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global da personalidade, o
progresso social e a democratizao da sociedade.
O sistema educativo tem por mbito geogrfico a totalidade do territrio portugus Continente e Regies Autnomas-, mas deve ter uma expresso suficientemente flexvel e diversificada, de modo a abranger a generalidade dos pases e
dos locais em que vivam comunidades de portugueses ou em que se verifique acentuado interesse pelo desenvolvimento
e divulgao da cultura portuguesa.
Artigo 2
Princpios Gerais
1-Todos os portugueses tm direito educao e cultura, nos termos da Constituio da Repblica.
5-A educao promove o desenvolvimento do esprito democrtico e pluralista, respeitador dos outros e das suas
ideias, aberto ao dilogo e livre troca de opinies, formando cidados capazes de julgarem com esprito crtico e
criativo o meio social em que se integram e de se empenharem na sua transformao progressiva.
Artigo 3Princpios Organizativos
O sistema educativo organiza-se de forma a:
b) Contribuir para a realizao do educando, atravs do pleno desenvolvimento da personalidade, da formao
do carcter e da cidadania, preparando-o para uma reflexo consciente sobre os valores espirituais, estticos, morais e
cvicos e proporcionando-lhe um equilibrado desenvolvimento fsico;
c) Assegurar a formao cvica e moral dos jovens;
f) Contribuir para a realizao pessoal e comunitria dos indivduos, no s pela formao para o sistema de
ocupaes socialmente teis, mas ainda pela prtica e aprendizagem da utilizao criativa dos tempos livres;
CAPTULO II
Organizao do sistema educativo
Artigo 4
Organizao geral do sistema educativo
1 O sistema educativo compreende a educao pr-escolar, a educao escolar e a educao extra-escolar.
Artigo 7.
Objectivos
So objectivos do ensino bsico:
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b) Assegurar que nesta formao sejam equilibradamente inter-relacionados o saber e o saber fazer, a teoria e a
prtica, a cultura escolar e a cultura do quotidiano;
Artigo 8.
Organizao
1 O ensino bsico compreende trs ciclos sequenciais, sendo o 1. de quatro anos, o 2. de dois anos e o 3. de trs anos, organizados nos seguintes termos:
a) No 1. ciclo, o ensino globalizante, da responsabilidade de um professor nico, que pode ser coadjuvado em
reas especializadas;
b) No 2. ciclo, o ensino organiza-se por reas interdisciplinares de formao bsica e desenvolve-se
predominantemente em regime de professor pai rea;
c) No 3. ciclo, o ensino organiza-se segundo um plano curricular unificado, integrando reas vocacionais
diversificadas, e desenvolve-se em regime de um professor por disciplina ou grupo de disciplinas.
1.2. Princpios e Orientaes Educativas
A introduo das artes na educao tem sido desde sempre uma questo problemtica. A
organizao curricular em vigor, contempla o domnio das artes na educao, quer em relao
msica ou outras formas de expresso. Desta forma, as orientaes curriculares so centradas no
aluno como pessoa, no pensamento, na sociedade, na cultura e cidadania, cujos trs grandes
domnios organizadores das aprendizagens tcnico-artstico-musicais so: Interpretar, compor e
ouvir. Estes domnios consolidam experincias musicais e pedaggicas bastante diversificadas
assentes na vivncia e na experimentao artstica e esttica, situadas em pocas diferentes,
tipologias e culturas musicais quer do passado, quer do presente.
As orientaes curriculares, utilizadas no ensino, esto pensadas no sentido de
providenciar aos alunos, prticas artsticas diversificadas e adequadas aos vrios contextos onde
a ao educativa dada, de modo a que se possa possibilitar a construo e o desenvolvimento
da literacia musical em cinco domnios, segundo as Orientaes Programticas do Ministrio da
Educao, (2001):
-desenvolvimento de competncias no domnio de prticas vocais e instrumentais
diferenciadas;
-desenvolvimento de competncias para compor, arranjar e improvisar em diferentes
estilos e gneros musicais;
-desenvolvimento do pensamento e imaginao musical, i. , a capacidade de imaginar e
relacionar sons;
-compreenso e apropriao de diferentes cdigos e convenes que constituem as
especificaes dos diferentes universos musicais e da potica musical em geral;
-desenvolvimento de competncias para apreciao, discriminao e sensibilidade sonora
e musical de diferentes estilos e gneros musicais, de uma forma crtica, fundamentada e
contextualizada. (Ministrio da Educao- Orientaes Programticas, 2001)
Por outro lado, as orientaes curriculares esto pensadas e organizadas:
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-De acordo com os novos desafios que se colocam escola, educao, aos alunos e aos
professores no mbito de pensar a educao e a formao artstico-musical em torno das
competncias;
-Para encorajar os professores de educao musical a planearem a formao em sries
conectadas e interligadas de acordo com os territrios e os contextos sociais e culturais onde
desempenham as suas actividades. No mbito do projecto da escola e da insero e
desenvolvimento comunitrio, por exemplo, podem organizar-se outro tipo de projectos como
um coro, aprendizagem de determinados instrumentos musicais, aprendizagem de determinados
estilos (msica da renascena, Pop, World Music);
-Entendendo os artistas em geral, e os msicos em particular, como pensadores, que, com
as suas ideias e olhares, contriburam e contribuem para a compreenso de diferentes aspectos
da vida quotidiana e da histria humana e social.
Estas orientaes esto construdas em torno de cinco eixos fundamentais: prtica artstica, produo, animao, criao e investigao. Eixos que se constituem como elementos
estruturantes no desenvolvimento de diferentes tipos de competncias, incentivando a formao ao longo da vida e potenciando o conhecimento e o desenvolvimento do patrimnio
artstico-musical. (Ministrio da Educao- Orientaes Programticas, 2001)
1.2.1. Educao Artstica
As artes so elementos indispensveis no desenvolvimento da expresso pessoal, social e
cultural do aluno. So formas de saber que articulam imaginao, razo e emoo. Elas
perpassam as vidas das pessoas, trazendo novas perspectivas, formas e densidades ao ambiente e
sociedade em que se vive.
A vivncia artstica influencia o modo como se aprende, como se comunica e como se
interpretam os significados do quotidiano. Desta forma, contribui para o desenvolvimento de
diferentes competncias e reflecte-se no modo como se pensa, no que se pensa e no que se
produz com o pensamento.
As artes permitem participar em desafios colectivos e pessoais que contribuem para a
construo da identidade pessoal e social, exprimem e enformam a identidade nacional,
permitem o entendimento das tradies de outras culturas e so uma rea de eleio no mbito
da aprendizagem ao longo da vida. Currculo Nacional do Ensino Bsico- Competncias Essenciais
(ME- DEB, 2001)1
A Educao Artstica no Ensino Bsico desenvolve-se, maioritariamente, atravs de quatro
grandes reas artsticas presentes ao longo dos trs ciclos:
-Expresso Plstica e Educao Visual;
-Expresso e Educao Musical;
-Expresso Dramtica/ Teatro;
-Expresso Fsico-motora/ dana;
1Currculo Nacional do Ensino Bsico- Competncias Essenciais (ME-DEB, 2001, p.149)
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No 1 Ciclo as quatro reas so trabalhadas, de forma integrada, pelo professor da turma,
podendo ser coadjuvado por um professor especialista.
No 2 ciclo verifica-se um aprofundamento na rea de Educao MusicalNo 3 Ciclo o leque de escolhas disposio do aluno alargado. Permanece a Educao
Visual como disciplina obrigatria e introduzida outra rea artstica opcional, de carcter
obrigatrio, de acordo com a oferta da escola (Educao Musical, Oficina de teatro) As artes, nomeadamente a educao musical como parte integrante do currculo do
Ensino Bsico contribui para o desenvolvimento dos princpios e valores do currculo e das
competncias gerais porque:
-Constituem parte significativa do patrimnio cultural da humanidade;
-Promovem o desenvolvimento integral do individuo, pondo em ao capacidades afetivas,
cognitivas, cinestsicas e provocando a interao de mltiplas inteligncias;
-Mobilizam, atravs da prtica, todos os saberes que um indivduo detm num
determinado momento, ajudam-no a desenvolver novos saberes e confere novos significados aos
seus conhecimentos;
-Permitem afirmar a singularidade de cada um, promovendo e facilitando a sua expresso,
podendo tornar-se uma mais-valia para a sociedade;-Facilitam a comunicao entre culturas diferentes e promove a aproximao entre as
pessoas e os povos;
- Usam como recurso elementos da vivncia natural do ser humano (imagens, sons e
movimentos) que ele organiza de forma criativa;
-Proporcionam ao indivduo, atravs do processo criativo, a oportunidade para desenvolver
a sua personalidade de forma autnoma e crtica, numa permanente interao com o mundo;
-So um territrio de prazer, um espao de liberdade, de vivncia ldica, capaz de
proporcionar a afirmao do individuo reforando a sua autoestima e a sua coerncia interna,
fundamentalmente pela capacidade de realizao e consequente reconhecimento pelos seus
pares e restante comunidade;
-Facilitam as interaes sociais e culturais constituindo-se como um recurso incontornvel
para enfrentar as situaes de tenso social, nomeadamente as de correntes da integrao de
indivduos provenientes de cultuas diversa (ME- DEB, 2001).
1.2.2. Experincias de Aprendizagem
Para desenvolver as suas capacidades artsticas e fortalecer a sua identidade pessoal e
social, o Documento do Currculo Nacional do Ensino Bsico- Competncias Essenciais- refere que
o aluno deve ter a oportunidade de vivenciar aprendizagens diversificadas aquando da sua
educao bsica, devendo promover-se experincias de aprendizagem tais como:
-Prticas de investigao;
-Participao em realizaes artsticas;
-Utilizao das tecnologias de informao e comunicao;
-Assistncia a diferentes espetculos;
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-Contacto com diferentes tipos de culturas artsticas;
-Conhecimento do patrimnio artstico nacional.
A literacia das artes e no caso da educao musical, a aquisio de competncias
especficas e o uso de sinais e smbolos particulares tem como funo percecionar e converter
mensagens e significados bem como o entendimento de uma obra de arte no seu contexto social
e cultural, implicando competncias transversais nomeadamente (ME-DEB, 2001):
-Apropriao das linguagens elementares das artes;
-Desenvolvimento da capacidade de expresso e comunicao;
-Desenvolvimento da criatividade;
-Compreenso das artes no contexto.
Segundo o Currculo Nacional do Ensino Bsico (ME-DEB, 2001), o desenvolvimento destas
quatro competncias visa as seguintes competncias especficas:
a)Apropriao das linguagens elementares das artes:
-Adquirir conceitos;
-Identificar conceitos em obras artsticas;
-Aplicar conhecimentos em novas situaes;
-Descodificar diferentes linguagens e cdigos das artes;
-Identificar tcnicas e instrumentos e ser capaz dos aplicar com correco e oportunidade;
-Compreender o fenmeno artstico numa perspectiva cientfica,
-Mobilizar todos os sentidos na percepo do mundo envolvente;
-Aplicar adequadamente vocabulrio especfico.
b) Desenvolvimento da capacidade de expresso e comunicao
-Aplicar as linguagens e cdigo de comunicao de ontem e de hoje;
-Ser capaz de interagir com os outros sem perder a individualidade e autenticidade;
-Ser capaz de se pronunciar criticamente em relao sua produo e dos outros;
-Relacionar-se emotivamente com a obra de arte, manifestando preferncias para alm
dos aspectos tcnicos e conceptuais;
-Desenvolver a motricidade na utilizao de diferentes tcnicas artsticas;
-Utilizar as tecnologias de informao e comunicao na prtica artstica;
-Intervir em iniciativas para a defesa do ambiente, do patrimnio cultural e do consumidor
no sentido da melhoria da qualidade de vida;
-Participar activamente no processo de produo artstica;
-Compreender os esteretipos como elementos facilitadores, mas tambm
empobrecedores da comunicao;
-Ter em conta a opinio dos outros, quando justificada, numa atitude de construo de
consensos como forma de aprendizagem comum.
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-Cumprir normas democraticamente estabelecidas para o trabalho de grupo, gerir
materiais e equipamentos colectivos, partilhar espaos de trabalho e ser capaz de avaliar esses
procedimentos;
c) Desenvolvimento da criatividade:
- Valorizar a expresso espontnea;
- Procurar solues originais, diversificadas, alternativas para os problemas;
- Seleccionar a informao em funo do problema;
- Escolher tcnicas e instrumentos com inteno expressiva;
- Inventar smbolos/cdigos para representar o material artstico;
- Participar em momentos de improvisao no processo de criao artstica.
d) Compreenso das artes no contexto:
-Identificar caractersticas da arte portuguesa;
-Identificar caractersticas da arte de diferentes povos, culturas e pocas;
-Comparar diferentes formas de expresso artstica;
-Valorizar o patrimnio artstico;
-Desenvolver projectos de pesquisa em artes;
-Perceber a evoluo das artes em consequncia do avano tecnolgico;
-Perceber o valor das artes nas vrias culturas e sociedades e no dia-a-dia das pessoas;
-Vivenciar acontecimentos artsticos em contacto directo (espectculos, exposies)-Conhecer ambientes de trabalho relacionados com actividades artsticas (oficinas de
artistas, artesos, estdios de gravao, oficinas de construo de instrumentos, salas de
ensaios) e suas problemticas/especificidades (valores, atitudes, vocabulrio especfico). Todas estas competncias devero ser desenvolvidas de forma progressiva para que haja
um aprofundamento dos contedos prprios de cada rea artstica.
As competncias artistico-musicais desenvolvem-se atravs de processos diversificados de
apropriao de sentidos, de tcnicas, de experincias de reproduo, criao e de reflexo
atendendo ao nvel de desenvolvimento dos alunos.
As competncias especficas visam possibilitar a construo e o desenvolvimento da
literacia musical em nove grandes dimenses:
-Desenvolvimento do pensamento e imaginao musical, isto a capacidade de imaginar e
relacionar sons;
-Domnio de prticas vocais e instrumentais diferenciadas;
-Composio, orquestrao e improvisao em diferentes estilos e gneros musicais;
-Compreenso e apropriao de diferentes cdigos e convenes que constituem as
especificidades dos diferentes tipos de espectculos musicais em interaco com outras formas
artsticas;
-Conhecimento e valorizao de diferentes tipos de ideias e de produo musical de
acordo com a tica do direito autoral e o respeito pelas identidades socioculturais;
-Reconhecimento do papel dos artistas como pensadores e criadores que, com os seus
olhares, contriburam e contribuem para a compreenso de diferentes aspectos da vida
quotidiana e da histria social e cultural.
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Estas dimenses consubstanciam-se em experincias pedaggicas e musicais diversificadas,
baseadas na vivncia e na experimentao artstica e esttica situada em diferentes pocas,
tipologias e culturas musicais do passado e do presente, visando potenciar atravs de prticas artsticas a compreenso e as interpelaes entre a msica na escola, na sala de aula e as
msicas presentes nos quotidianos dos alunos e das comunidades (ME-DEB, 2001).
Segundo o Currculo Nacional do Ensino Bsico (MEDEB, 2001) as competncias a desenvolver no Ensino da Msica tm como base:
-Interpretao e comunicao;
-Criao e experimentao;
-Perceo sonora e musical;
-Culturas musicais nos contextos;
No entanto, qualquer aprendizagem que possa levar construo de competncias
artstico-musicais deve ser proveniente dos trs grandes domnios da prtica musical:
Composio, Audio e Interpretao.
Na interpretao e comunicao o aluno:
-desenvolve a musicalidade e o controlo tcnico-artstico atravs do estudo e da
apresentao individual e em grupo de diferentes interpretaes;
-canta e tocar individualmente e em conjunto utilizando tcnicas e prticas musicais
apropriadas e contextualizadas;
-contacta com diferentes instrumentos musicais, acsticos e electrnicos;
-cria, utiliza e apropria-se de diferentes formas de notao musical (convencionais e no
convencionais);
-ensaia, dirige e apresenta peas musicais;
-explora diferentes tcnicas e tecnologias que podero contribuir para a interpretao e
comunicao artstico-musical;
-elabora gravaes udio e vdeo das interpretaes realizadas e reflectir sobre as
mesmas.
Na criao e experimentao o aluno deve:
-explora, compe, arranja, improvisa e experimenta novos materiais sonoros e musicais
com estilos, gneros, formas e tecnologias diferenciadas;
-desenvolve competncias tais como a utilizao da audio, imaginao, conceitos e
recursos estruturais diversificados visando o seu desenvolvimento quer do seu pensamento
musical, quer da sua prtica artstica;
-adquire conhecimentos e saberes prprios de diferentes tcnicas vocais e instrumentais,
de diferentes estticas e culturas musicais para a criao sonora e musical;
-adquire conhecimentos de cdigos e formas diferenciadas de representao grfica do
som;
-manipula materiais para funes comunicacionais e estticas especficas;
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-apropria-se de diferentes tcnicas de produo e captao sonora, utiliza diferentes tipos
de software musical (sequencializao MIDI e recursos da internet);
-faz gravaes udio e vdeo de trabalhos criativos.
Na percepo sonora e musical o aluno:
-pode ouvir, analisar, descrever, compreender e avaliar os diferentes cdigos e
convenes que constituem o vocabulrio musical de vrias culturas, atravs da audio, do
movimento e da prtica vocal e instrumental;
-desenvolve a discriminao e a sensibilidade auditiva;
-apropria-se de diferentes formas e smbolos de notao grfica;
-utiliza terminologia e vocabulrio adequado de acordo com tradies musicais do passado
e do presente;
-investiga e utiliza fontes sonoras convencionais e no convencionais, electrnicas e
outras;
-transcreve melodias, ritmos e harmonias;-avalia e compara diversas obras musicais e selecciona msica com determinadas
caractersticas para eventos especficos.
Culturas musicais nos contextos:
-desenvolvimento do conhecimento e da compreenso da msica como construo social e
como cultura;
-desenvolvimento de competncias tais como a partilha de msicas do seu quotidiano e da
sua comunidade;
-investiga obras musicais;
-reconhece a contribuio das culturas musicais nas sociedades contemporneas;
-compreende as relaes entre a msica, as outras artes e reas do conhecimento,
identificando semelhanas e diferenas tcnicas, estticas e expressivas.
1.3. Ensino da Msica
1.3.1. 1 Ciclo do Ensino Bsico
A) Princpios Orientadores
So Princpios Orientadores das prticas musicais no 1 Ciclo do ensino Bsico2:
O desenvolvimento da imaginao e da criatividade da criana, atravs de experincias diversificadas;
O alargamento do quadro de referncias artsticas e culturais da criana;
2 Com base em: Orientaes Programticas do Ensino da Msica no 1 Ciclo do Ensino Bsico
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O aproveitamento dos conhecimentos e competncias da criana realizadas em diferentes contextos formativos, formais e no formais;
A escolha de repertrio musical de qualidade abrangendo pocas, estilos, culturas e efectivos instrumentais diversificados;
A utilizao de terminologias adequadas a pocas, estilos e contextos artsticos; A programao de actividades inclusivas atendendo diversidade existente como por
exemplo as questes de gnero, as questes de identidade scio-cultural, a aptido
musical e as necessidades educativas especiais;
A promoo de um ambiente educativo de conhecimento e de respeito pelo outro; A articulao do ensino da msica com outras reas do saber artstico, cientfico,
humanstico e tecnolgico; A valorizao do patrimnio artstico, em particular, o
patrimnio musical portugus;
O respeito pelos direitos de autor; A colaborao com diferentes instituies (escolares, artsticas e outras) bem como com
criadores, intrpretes, produtores e tcnicos no desenvolvimento de projectos artsticos.
Na planificao das actividades musicais considera-se fundamental que o professor tenha em
conta:
-o que os alunos vo aprender;
-como vo aprender;
-o repertrio que vo estudar;
-as competncias adquiridas e outros resultados da aprendizagem.
Considera-se que uma abordagem que tenha em conta, em primeiro lugar, o todo e depois
a parte permite uma compreenso do fenmeno musical mais eficaz. Neste sentido,
fundamental que as crianas vivenciem um amplo e diversificado repertrio musical atravs da
audio, do canto, do movimento e da dana, da prtica instrumental, da experimentao,
improvisao e criao.
1.3.2. 2 Ciclo do Ensino Bsico3
a) Princpios Orientadores
Princpios Orientadores de Educao Musical no 2 Ciclo do Ensino Bsico:
A msica integra-se na Educao esttica a que todo o cidado deve ter acesso. Constitui uma parte essencial de um currculo equilibrado em que as artes aparecem na educao
com os seus objectivos prprios e inconfundveis, face ao conjunto das disciplinas
presentes.
A msica uma forma do conhecimento cuja linguagem o som. A experincia musical e criativa a base de todas as aprendizagens. As vivncias e os pensamentos musicais dos
3 Com base em: Programa de Educao Musical (2 Ciclo); (Programa aprovado pelo Despacho n124/91, de 31 de Julho, publicado
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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alunos so o ponto de partida de um caminho que comea na criao espontnea e se
desenrola atravs de estgios progressivamente mais complexos e elaborados do
fenmeno musical.
A msica, ao longo da sua histria, manifestou-se atravs de formas e estilos muito diversos. tarefa da educao dar a conhecer as suas vastssimas possibilidades
expressivas, promovendo uma audio e escuta musical de largo espectro, em que os
diferentes tipos de produo musical estejam presentes.
Fazer msica a questo mais importante. Teoria e infirmao so meios e suportes que, por si s, no levam compreenso musical. Nunca puderam substituir-se ao
envolvimento pessoal dos alunos com a arte.
A msica na sala de aula o centro de actividade musical da escola, de onde partem todas as outas actividades musicais extra curriculares. A sua meta o desenvolvimento
do pensamento musical dos alunos.
b) Princpios Organizadores
A estrutura curricular que se apresenta tem por base princpios que propem uma organizao dos conceitos musicais de acordo com a Teoria da Estrutura, de Jerome
Bruner e a sua consequente construo em termos de um currculo em espiral.
A msica constitui-se como disciplina que tem como um dos seus objectivos fundamentais o desenvolvimento do pensamento musical dos alunos, atravs da
compreenso de conceitos musicais, os quais se adquirem a partir de elementos bsicos.
Toda a aprendizagem dever ser organizada em termos de uma espiral de conceitos em que se assume como uma forma de organizar o conhecimento, sem o fragmentar e isolar
do contexto musical que lhe deu significado, numa unidade de interacco dos factores
musicais.
De acordo com estes princpios, o aluno poder explorar, criar e pensar a msica como um msico.
c) Finalidades
Contribuir para a educao esttica. Desenvolver a capacidade de expresso e comunicao. Sensibilizar para a preservao do patrimnio cultural. Contribuir para a socializao e maturao psicolgica. Desenvolver o esprito crtico.
d) Objectivos Gerais
Os objectivos gerais desta disciplina apresentam-se organizados em trs domnios: atitudes
e valores, capacidades e conhecimentos. No devero no entanto, ser considerados como
pertencendo somente categoria onde esto includos, visto que se relacionam e influenciam
mutuamente.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Domnio das atitudes e valores:
Valorizar a sua expresso musical e a dos outros. Valorizar o patrimnio musical portugus. Fruir a msica para alm dos seus aspectos tcnicos e conceptuais, manifestando
preferncias musicais.
Desenvolver o pensamento criativo, analtico e crtico, face qualidade da sua produo musical e do meio que o rodeia.
Domnio das capacidades:
Desenvolver a motricidade na utilizao de diferentes tcnicas de produo sonora a nvel vocal, instrumental e tecnolgico.
Desenvolver a memria auditiva, no que respeita aos diferentes conceitos da Msica e sua representao.
Utilizar correctamente regras de comunicao orais e escritas.
Domnio dos conhecimentos:
Adquirir conceitos da Msica: timbre, dinmica, ritmo, altura e forma. Identificar conceitos musicais em obras de diferentes gneros, pocas e culturas. Identificar caractersticas da msica portuguesa.
e) Contedos
Os contedos esto organizados em diferentes nveis que, por sua vez, esto encadeados
numa espiral.
Os nveis da espiral explicitam uma etapa de aprendizagem e aco. Cada nvel seguinte
envolve um campo de compreenso musical mais alargado e mais complexo em termos dos
elementos e conceitos musicais. Em cada nvel esto contemplados todos os parmetros numa
perspectiva que permita sempre a sua interligao e apropriao criativa. No entanto, como
toda a aprendizagem cumulativa e evolutiva, todas as odeias musicais de um nvel so
integrveis nos nveis seguintes. Tambm importante salientar que devem ser encaradas como
enquadramentos abertos, no restritivos, isto , permanentemente susceptveis de ser
acrescentados com novas informaes, segundo a sensibilidade do professor e os interesses dos
alunos.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Quadro 1 - Espiral de conceitos representativa do Programa de Educao Musical em Portugal
1.3.3. 3 Ciclo do Ensino Bsico4
A) Princpios Orientadores
Providenciar oportunidades de formao no contexto formal e/ou informal, de maneira a que o aluno explore, experimente e utilize diferentes tipos de instrumentos musicais
acsticos e eletrnicos bem como a voz;
Fomentar a discusso e a partilha dos diferentes tipos de opes tcnicas, estticas, comunicacionais e emocionais que se colocam no desenvolvimento do trabalho artstico-
musical;
Experienciar, investigar, compreender e discutir acerca de uma variedade de estilos e composies musicais de acordo com os diferentes aspectos histricos, geogrficos,
sociais, culturais e estticos em que so produzidos;
4 Com base em: Msica- Orientaes Curriculares (3 Ciclo), Ministrio da Educao (DEB, 2001)
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Aproveitar as aprendizagens de fora da escola. Por exemplo um aluno que saiba tocar guitarra elctrica, bandolim, violino etc., pode e deve utilizar essa competncia no
interior da turma e da escola;
Produzir, organizar e participar em diferentes tipos de espectculos musicais destinados a pblicos diferenciados. Por exemplo colegas da turma, escola, pais, comunidade;
Convidar msicos profissionais e amadores para apresentarem, no interior da escola, as suas criaes e os seus pontos de vista;
Manipular as diferentes tecnologias e media bem como compreender o impacto que tm nas sociedades contemporneas.
B) Objectivos Gerais
Desenvolve e aperfeioa a prtica vocal e instrumental; Produz e participa em diferentes tipos de espectculos musicais, vocais e
instrumentais;
Aprofunda a compreenso e a utilizao do vocabulrio musical e dos princpios composicionais;
Compreende a msica como construo humana, social e cultural e as interrelaes com os diferentes quotidianos e reas do saber;
Aprofunda o conhecimento do trabalho de msicos e compositores de culturas musicais diferenciadas;
Desenvolve o pensamento crtico que sustente as opinies, as criaes e interpretaes;
Aprofunda os conhecimentos de utilizao de diferentes tecnologias e software; No 3 Ciclo, as orientaes programticas assentam nas experincias pedaggicas e
musicais baseadas na vivncia e experimentao artstica do aluno.
Tendo em conta os diferentes tipos de contextos socioculturais e os nveis particulares de desenvolvimento individual de cada aluno, as competncias
artstico-musicais desenvolvem-se atravs dos mais diversificados processos de
apropriao de sentidos, tcnicas, experincias de reproduo, criao e de
reflexo.
Assim, as orientaes curriculares esto organizadas por mdulos com temas diferenciados e de durao varivel, que passamos a enunciar:
-Formas e estruturas- modos de organizao e estruturao musicais; -Improvisaes- explorao da improvisao musical; -Melodias e arranjos- em torno da cano; -Memrias e tradies- em torno da msica portuguesa; -Msica e movimento- em torno de danas e coreografias; -Msica e multimdia- as diferentes utilizaes dos materiais sonoros e
musicais;
-Msica e tecnologias- manipulando sons acsticos e electrnicos; -Msicas do mundo- explorando outros cdigos e convenes;
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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-Pop e Rock- em torno dos estilos musicais; -Sons e sentidos- processos de criao musical; -Temas e variaes- em torno do desenvolvimento de ideias musicais.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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2. Prtica de Ensino Supervisionada no 1 Ciclo do Ensino Bsico
Escola Bsica Nossa Senhora da Piedade
2.1. Caraterizao da Escola
A Escola Bsica do 1Ciclo Nossa Senhora da Piedade, antiga Escola n 4, situa-se na Rua
Joo Evangelista, na Cidade e Distrito de Castelo Branco. Faz parte do Agrupamento de Escolas
Antnio Sena Faria de Vasconcelos e est localizada numa zona central da cidade, perto de
estabelecimentos pblicos tais como a Biblioteca Municipal, a Cmara Municipal, Cine Teatro
Avenida, entre outros.
A Escola foi requalificada pela Cmara Municipal da Castelo Branco durante o ano letivo de
2008/2009. Funciona em regime normal, sendo as suas atividades (letivas e no letivas)
distribudas por dois turnos, com oferta das Atividades de Enriquecimento Curricular e a
Componente de Apoio Famlia (escola com prolongamento de horrio das 7:30h s 18.30h e
almoos).
A Escola conta com oito salas, das quais sete so para o ensino regular e uma das salas
transformada numa Unidade de Apoio Multideficincia, uma biblioteca integrada na Rede de
Bibliotecas Escolares, uma sala de Professores, uma sala de atendimento, uma sala de
audiovisuais, uma cantina e, ainda, uma sala polivalente que, na maior parte das vezes, funciona
como ginsio. A Escola conta com sete professores e quatro assistentes operacionais.
2.1.1.A sala de aula equipamentos
A sala onde decorreram as nossas aulas de Educao Musical, como observadora e como
professora-estagiria, no mbito da prtica supervisionada, era ampla e com luz natural, visto
um dos lados da sala apresentar janelas grandes que do para o exterior. Os lugares dos alunos
estavam dispostos por trs colunas de mesas, cada uma com dois lugares, perfazendo um total
de quinze mesas, suficientes para um nmero total de dezanove alunos, sobrando alguns lugares.
A sala estava munida de um quadro fixo destinado a escrever com giz, trs armrios e a
secretria do professor titular.
2.1.2.Recursos materiais e didticos
Apesar de ser uma Escola do 1 Ciclo, esta possua algum material relacionado com a
disciplina de Expresso Musical, nomeadamente alguns instrumentos musicais (pequena
percusso) que, infelizmente, se encontravam em mau estado. Para alm destes instrumentos, o
nico material didtico disponvel era um leitor de cd.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Apesar de existir este material na escola, verificmos que esta no est preparada para a
prtica letiva da disciplina de Expresso/Educao Musical, visto que durante a nossa prtica
tivemos de fazer sempre alteraes fsicas na sala de aula.
2.1.3. Caraterizao da turma
O estgio decorreu na turma A do 1 ano da EB1 Nossa Senhora da Piedade tendo incio no
dia 4 de Novembro e finalizando no dia 21 de Janeiro. A turma tinha um total de dezanove
alunos, com uma mdia de seis anos de idade, maioritariamente do sexo feminino (11 meninas).
Destes dezanove alunos, de salientar que dois deles eram portadores de Necessidades
Educativas Especiais.
2.2. Desenvolvimento da Prtica Supervisionada no 1 Ciclo do Ensino Bsico
As aulas ministradas no 1 Ciclo do Ensino Bsico turma A do 1 ano, da EB 1 Nossa
Senhora da Piedade, realizaram-se entre os meses de Novembro de 2010 e Fevereiro de 2011, de
acordo com o quadro 1.
Data Atividade Contedos Observao
5/10/10
6/10/10
Aula de
Observao
Estudo do Meio:
O Outono
Observao da aula lecionada
pela Professora Cooperante. Teve
como objetivo o aprofundamento
do conhecimento da turma.
11/10/10
12/10/10
Aula de
grupo
Estudo do Meio:
O Outono: Factos,
acontecimentos e
frutos.
Matemtica:
Consolidao dos
nmeros at 5
Aula lecionada pelas quatro
professoras-estagirias do grupo.
Aprofundamento do
conhecimento da turma e das
suas capacidades.
18/11/10
19/11/10
Aula de
grupo
Estudo do Meio:
Conhecer a existncia
de objetos
tecnolgicos,
relacionando-os com
a sua utilizao em
casa.
Aula lecionada pelas quatro
professoras-estagirias do grupo.
Consciencializao por parte dos
alunos para a utilizao de
objetos tecnolgicos e a sua
relao com a msica,
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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09/12/10
10/12/10
Aula
Individual
Estudo do Meio
descoberta de si
mesmo: Ao longo do
ano realizam-se
algumas festas: o
Natal
descoberta dos
materiais e objetos:
garrafas musicais.
Aula individual.
Consciencializao por parte dos
alunos para a importncia da
intensidade (forte/piano), do
andamento (lento/rpido) e da
utilizao de materiais reciclveis
na msica.
16/12/10
17/12/10
Aula de Grupo
Estudo Meio
Festividades: O Natal
Aula lecionada pelas quatro
professoras-estagirias do grupo.
Ensaio e concerto de Natal.
27/01/11
28/01/11
Aula
Individual
Lngua Portuguesa
As vogais; Os
ditongos;
As consoantes
(L,C,M,D,N,R,P,T,V)
Matemtica
Os nmeros de um a
dez
Aula individual. Interligao com
a matria lecionada pela
Professora Cooperante.
Quadro 2 - Calendarizao das aulas no 1 Ciclo do Ensino Bsico
As aulas lecionadas decorreram tendo por base a planificao anual das disciplinas de
Estudo do Meio, Lngua Portuguesa e Matemtica, sendo de salientar a liberdade que o Professor
Cooperante deu na escolha dos temas e contedos das duas aulas que o professor-estagirio
deveria preparar e lecionar.
Os temas das duas aulas foram escolhidos pelo Professor Cooperante, e as msicas
escolhidas foram ao encontro dos contedos abordados durante a semana, facilitando o processo
de ensino e aprendizagem a partir do interesse revelado pelos alunos.
Da observao das aulas, pudemos constatar que os alunos aderiram muito bem s
atividades realizadas e um gosto pelas msicas que abordavam a matria dada pelo Professor
Cooperante.
Os objetivos e as estratgias chave das aulas tinham como fundamento proporcionar aos
alunos o gosto e a sensibilidade pela msica atravs da audio e interpretao vocal e
instrumental das canes, alargando o seu leque de conhecimentos em relao a alguns
conceitos musicais, como a dinmica e o reconhecimento de andamentos.
Assim, a 1 interveno prtica, dividida em duas aulas de 45 minutos, teve como temas:
i. descoberta de si mesmo; Ao longo do ano realizam-se algumas festas: o Natal eii. descoberta dos materiais e objetos: garrafas musicais.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Na primeira aula, lecionada no dia 9/12/2010, e para abordar o primeiro tema,
escolhemos uma cano de Natal intitulada volta do Pinheiro comeando pela sua audio e consequente memorizao da letra com ajuda de mmica. Seguidamente, passmos
aprendizagem de uma coreografia de Natal intitulada O estranho mundo de Jack, com o objetivo de desenvolver a coordenao motora dos alunos. Na segunda aula, lecionada no dia
10/12/2010, escolhemos uma msica infantil bastante conhecida dos alunos, para a sua
execuo instrumental ser mais fcil e poderem desfrutar do seu momento como
instrumentistas. Assim, para ajudar os alunos utilizmos um musicograma, contudo, a imitao
foi o meio mais eficaz de reproduo da msica por parte dos alunos.)
2.2.1. Planificaes das aulas, guies e reflexes sobre a Prtica de Ensino
Supervisionada
Apresentamos neste ponto, para cada ciclo de interveno na Prtica, conjuntos de duas
aulas, a planificao, o guio e a reflexo. Por fim, uma reflexo final sobre a Prtica de Ensino
Supervisionada no 1 Ciclo do Ensino Bsico.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Quadro 3 - Planificao das aulas dos dias 9/12/2010 e 10/12/2010
Agrupamento de Escolas Antnio Sena Faria de Vasconcelos
Escola Bsica Sra. Da Piedade
Supervisor Professor Cooperante
Prof. Antnio Pedro Prtica de Ensino Supervisionada I
Estagiria: Snia Barroqueiro
Prof. Conceio Coelho
_______________________________________ _______________________________________
Semana: 6 de Dezembro a 10 de Dezembro Tempos: 90 minutos Nvel Etrio: 1 Ano Nmero de Alunos: 19
Contedos Competncias Atividades Recursos Avaliao
Estudo do Meio
o descoberta de si mesmo: Ao longo do ano realizam-se algumas festas: o Natal
o descoberta dos materiais e objetos: garrafas musicais
Ouve e canta de maneira afinada a cano; Executa corretamente os movimentos de uma dana; Distingue andamento lento e rpido; Distingue diferentes Intensidades: forte e piano: Interpreta o musicograma de uma cano;
o Cano: volta do Pinheiro (anexo 1 materiais utilizados no 1Ciclo)
o Aprendizagem e memorizao da letra e do texto;
o Coreografia: Whats this? (anexo 1)o Interpretar a coreografia de Natal com
adereos alusivos poca;
Musicograma: D, R Mi a Mimi (anexo 1) o Leitura do musicograma;o Interpretao do musicograma nos
instrumentos;
Leitor de CDs Quadro Giz Cartolina Materiais
reciclados
Adereos de Natal Garrafas de vidro Corante alimentar
de diversas cores
Grelha de observao
Sumrio: Aprendizagem da cano volta do pinheiro e da coreografia Whats This. Interpretao do musicograma D, R, Mi a Mimi.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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9 de Dezembro de 2010
Cano volta do Pinheiro Ensinar o texto e a melodia da cano; Ouvir a cano; Cantar a cano; Mimar a cano;
Coreografia de Natal Whats This? Exemplificar a coreografia; Ensinar as vrias partes da coreografia; Imitar os movimentos da estagiria; Reproduzir a coreografia desde o incio utilizando um adereo de Natal;
Dia 10 de Dezembro de 2010
Estratgia Motivacional- Dividir os alunos em grupos de trs e quatro elementos (cinco grupos);- Apresentar o instrumento musical construdo com materiais reciclveis (garrafas de vidro);- Associar o instrumento reciclvel com o seu instrumento de percusso correspondente, comparando o som;
Musicograma D, R, Mi a Mimi- Dispor os alunos em meia-lua distribudos por cinco mesas;- Apresentar o musicograma e explicar o significado de cada smbolo;- Audio da msica D, R, Mi a Mimi, executada pela estagiria, no instrumento construdo com materiais reciclveis;- Repetio da msica;- Execuo da msica desde o incio;
Quadro 4 - Guies das aulas dos dias 9 e 10/12/2010
Agrupamento de Escolas Antnio Sena Faria de VasconcelosEscola Bsica Sra. Da Piedade
Prtica de Ensino supervisionada I e II
GuioAula Individual
Estagiria: Snia Barroqueiro
Supervisor Professor CooperanteProf. Antnio Pedro Prof. Conceio Coelho
___________________________________________ _______________________________________
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Reflexo da 1 Interveno na Prtica Supervisionada (9/12/2010 e
10/12/2010)
Dia 9 de Dezembro de 2010
No incio da aula, deparmo-nos com um nmero reduzido de alunos devido ao facto de a
maioria deles estar doente. Contudo, lamentando a situao, inicimos as nossas atividades com
normalidade.
Aps suscitarmos o interesse dos alunos, cantando uma cano, estes sentiram vontade de
nos imitar, procedendo, atravs deste mtodo ao ensino da cano. Aproveitmos a
oportunidade para explicar como se identifica o refro de uma cano. Esta explicao foi bem
compreendida pelos alunos que conseguiram assim identificar o refro da cano ensinada.
Como segunda atividade planificada para esta aula, escolhemos uma coreografia de Natal
chamada Whats this?, tema este retirado do filme de Tim Burton O estranho mundo de Jack.Para melhorar a performance dos alunos, dispusemo-los em linha, para poderem executar
a coreografia com uma maior liberdade de movimentos. Em primeiro lugar exemplificmos a
coreografia do incio ao fim. Em seguida, ensinmos as vrias partes da coreografia atravs da
imitao, com consequente memorizao (no integral, mas sim parcial). Todos os movimentos
de lateralidade foram realizados em espelho, sem referir direita e esquerda, pois levaria a
confuses.
Depois de realizar algumas vezes a coreografia, e verificar que os alunos j tinham
memorizado alguns dos movimentos chave, distribumos com a ajuda das colegas estagirias, uns
adereos de Natal que consistiam nuns pompons feitos com papel de seda nas cores vermelho para a mo esquerda e verde para a mo direita, para realizarmos mais uma vez a coreografia.
de salientar que, durante toda a aula estiveram presentes e participaram nas atividades,
para alm da Professora Titular da Turma, outra professora, a animadora cultural da escola e as
restantes estagirias de Educao Musical.
de referir tambm que, dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE), s se
encontrava na sala um deles, que teve um comportamento exemplar.
Concluindo, pensamos que os objetivos propostos para esta aula foram conseguidos.
Sentimos como principal problema, o facto de, a disposio dos alunos na sala no ter sido
otimizada, pelo que na aula seguinte, seria tido em considerao este aspeto.
Dia 10 de Dezembro de 2010
A estratgia motivacional utilizada para esta aula, da nossa primeira interveno na
prtica, foi o elemento surpresa proporcionado pelo facto de as mesas da sala estarem colocadas
em semicrculo e no haver nada em cima delas.
Inicimos a aula pedindo aos alunos que se sentassem no cho em frente s mesas. Em
seguida introduzimos o tema da aula Garrafas Musicais colocando a questo Podemos tocar notas musicais com garrafas e gua?. Esta questo despertou a curiosidade dos alunos.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Aps o dilogo motivacional, obtivemos respostas afirmativas. Mostrmos o instrumento
musical, previamente construdo com garrafas de vidro, gua e corante alimentar, e comparmos
o seu som com um instrumento musical verdadeiro, neste caso, o jogo de sinos. Passmos a
explicar as suas semelhanas (o som) e as diferenas (materiais), o que os alunos
compreenderam.
Em seguida, dividimos os alunos em grupos de trs elementos cada, distribudos por cinco
mesas. A cada mesa correspondia uma nota musical e uma cor diferente. As cores escolhidas
foram: vermelho, laranja, amarela, verde-claro e verde-escuro. E mesmo antes de explicarmos
porque que tnhamos escolhido aquelas cores, os alunos conseguiram associ-las a cores do
arco-ris.
No fim de todos terem experimentado o instrumento, passmos a explicar o musicograma
que iramos utilizar a seguir. Escolhemos a cano D, r, mi a Mimi e para cada nota
escolhemos uma cor: D= vermelho; R= laranja; Mi= amarelo; F= verde-claro; Sol= verde-
escuro. Explicmos que a cada cor correspondia uma nota musical, bem como a cada garrafa. No
fim de exemplificarmos o musicograma, e de os alunos conseguirem realiz-lo, introduzimos
tambm a letra da cano.
Depois de saberem a letra da cano, introduzimos os conceitos de Forte/Piano (fraco) e
de Agudo (fino) e Grave (grosso).
Para melhor entenderem estes conceitos, demos exemplos muito bsicos como:
Para os conceitos de Forte/ Piano:
Forte - rugir do Leo, comboio, avio Piano- Chilrear dos pssarosPara os conceitos de Agudo/ Grave:
Agudo - a voz das crianas Grave- a voz do pai
Dados estes exemplo, os alunos foram capazes de dar exemplos tais como: Forte -
Elefante, Piano - rato, Agudo - passarinhos e Grave - o leo.
Dados estes exemplos, pudmos constatar que os alunos compreenderam os conceitos
ensinados, exemplificando-os nos instrumentos.
No final da aula, os alunos executaram mais uma vez o musicograma aplicando o conceito
de piano, o que foi bem sucedido.
Assim, podemos concluir que os objetivos programados para esta aula foram conseguidos.
Desta vez a distribuio espacial da aula resultou bem.
A segunda interveno na prtica, tambm dividida em duas aulas, teve como temas :
i.As vogais, os ditongos e as consoantes e ii.Os nmeros de 1 a 10 Na primeira aula para exemplificar o primeiro tema escolhemos a histria das vogais a
cano IOA! IU!, comeando pela audio e memorizao da letra novamente com a ajuda de
mmica. Na segunda aula escolhemos para 1 atividade a cano Os meus dez dedos, procedendo
sua audio e memorizao. Como segunda atividade, escolhemos uma lengalenga de forma a
consolidar os nmeros de um a dez.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Quadro 5 - Planificao das aulas dos dias 27/01/2011 e 28/01/2011
Agrupamento de Escolas Antnio Sena Faria de VasconcelosEscola Bsica Sra. Da Piedade
Supervisor Professor Cooperante
Prof. Antnio Pedro Prtica de Ensino Supervisionada I Estagiria: Snia Barroqueiro
Prof. Conceio Coelho
_______________________________________ _______________________________________
Semana: 24 a 28 de Janeiro Tempos: 90 minutos Nvel Etrio: 1 Ano Nmero de Alunos: 19
Contedos Competncias Atividades Recursos Avaliao
Lngua Portuguesao As vogaiso Os ditongoso As consoantes
(L,C,M,D,N,R,P,T,V) Matemticao Os nmeros de um a dez
Identifica as vogais e os ditongos;
Identifica pequenas palavras formadas com algumas consoantes e a partir dos ditongos;
Identifica os nmeros at dez;
Distingue as intensidades: forte e piano;
Ouve e canta as canes de modo afinado;
Estratgia Motivacional:Histria das vogais (anexo 1- materiais utilizados no 1 Ciclo)
Cano: IO! IU!!!(anexo 1)
Aprendizagem da cano; Cano: Os meus dez dedos
(anexo 1) Aprendizagem da cano;
Lenga- lenga Copo, copo, jericopo (anexo 1)
Aprendizagem da lenga-lenga;Jogo com a lenga-lenga aplicando os nmeros;
Humanos:o A voz
Materiais:o Leitor de CDo Quadroo Gizo Cartolinas com as vogais e com as consoantes;
Copo de plstico;
Grelha de observao
Sumrio: Aprendizagem das Canes: IO! IU, Os meus dez dedos, O velho da serra.Lenga-lenga Copo, copo, jericopo
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Quadro 6 - Guies das aulas dos dias 27 e 28/01/2011
Agrupamento de Escolas Antnio Sena Faria de VasconcelosEscola Bsica Sra. Da Piedade
Prtica de Ensino supervisionada I
GuioAula Individual
Estagiria: Snia Barroqueiro
Supervisor Professor CooperanteProf. Antnio Pedro Prof. Conceio Coelho
___________________________________________ _________________________________________
27 de Janeiro de 2011
Estratgia Motivacional Ouvir a histria das vogais
As vogais e os ditongos Reconhecer as vogais (a, e, i, o, u) Formar os ditongos ( ai, au, ei, eu, oi, ou, e, o) Formar pequenas palavras com recurso aos ditongos e a algumas consoantes (p, m, n, l, t, r, d, v, c)
Cano: IO! IU!!! Ouvir a cano; Ensinar a letra e a melodia da cano; Cantar a cano atravs da imitao; Mimar a cano;
28 de Janeiro de 2011
Cano: Os meus dez dedos Ouvir a cano; Ensinar a letra e a melodia da cano; Cantar a cano atravs da imitao; Mimar a cano;
Lenga-lenga: Copo, copo jericopo Sentar os alunos numa roda; Ensinar a lengalenga; Depois de memorizada a lengalenga, realizar um jogo de roda, utilizando os nmeros de um a dez;
Cano: O velho da serra Ouvir a cano; Ensinar a letra e a melodia da cano, insistindo mais no refro; Cantar a cano atravs da imitao; Mimar a cano;
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Reflexo da 2 Interveno na Prtica Supervisionada (27/01/2011 e
28/01/2011)
Dia 27 de Janeiro de 2011
Esta foi a nossa segunda interveno na prtica, de novo com duas aulas em dois dias
consecutivos. O tema abordado na primeira foi As vogais. A estratgia motivacional que escolhemos para esta aula foi a audio da Histria das
Vogais, que logo cativou a ateno dos alunos. Estavam muito interessados e desde o incio da
histria perceberam que o tema que iramos abordar seria as vogais, de modo a conseguir
identific-las no meio da histria, atravs do desenho que fomos fazendo no quadro.
De seguida distribumos pelos alunos, cartolinas com as vogais, e perguntmos-lhes se
podamos juntar as letras duas a duas e se elas se podiam ler dessa maneira, ao que os alunos
responderam afirmativamente. Fizemos vrias combinaes, como por exemplo, ai e au, ei e eu,
oi e ou, ui e iu, o e e. Quando perguntmos como se chamavam os conjuntos de duas vogais,
os alunos depressa responderam que eram os ditongos. Aproveitando os ditongos e algumas das
consoantes j estudadas, construram pequenas palavras tais como: pai, pau, vai, teu, vou, viu,
mo, me, entre outras.
Depois deste jogo de palavras, demos esta atividade por terminada e passmos a ensinar-
lhes a cano das vogais chamada IO! IU!. Numa primeira abordagem, os alunos ouviram a
cano. De seguida, ensinmos o refro e cada uma das quadras, terminando a aula cantando
repetidamente toda a cano com os alunos.
No final da aula, achmos que os eles tinham participado com bastante empenho incluindo a
aluna com Necessidades Educativas Especiais (NEE). Desta vez, o outro aluno com NEE no esteve
to participativo como de costume.
Assim e para concluir, penso que os alunos atingiram os objetivos propostos para esta aula
e divertiram-se aprendendo, o que pensamos que tambm muito importante.
Dia 28 de Janeiro de 2011
No incio do que supostamente seria uma aula normal, deparmo-nos com alguns
problemas. O primeiro foi que, devido s obras de reparao do aquecimento da escola, a turma
tinha sido mudada de sala, para a de expresso plstica, sala esta que era muito pequena para a
primeira atividade que tnhamos planificado. Quando perguntmos se podamos ir para a sala
polivalente, disseram-nos que no, pois iria decorrer a uma atividade; tambm no pudemos ir
para a biblioteca, pois a outra turma de primeiro ano tinha sido deslocada da sua sala para l.
Posto isto, fomos falar com a coordenadora da escola, que s chegou s 13h30min, mas que de
imediato disponibilizou a sua sala, uma vez que a referida atividade na sala polivalente seria
com a sua turma. Passados dez minutos, demos incio primeira atividade proposta. de
salientar que ningum nos avisou deste problema, mesmo tendo chegado escola mais cedo e
procurado solues.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Passmos, assim, a ensinar a lengalenga Copo, copo, jericopo, qual os alunos acharam
bastante graa, e que logo aprenderam. Quando j estava memorizada, passmos realizao de
um jogo de roda, com a referida lengalenga, desta vez com a utilizao dos nmeros de um a
dez. O jogo consistia em passar o copo de aluno em aluno dizendo a lengalenga respeitando a
mtrica das palavras, explorando e consolidando os conceitos de pulsao (lenta), e a contagem
dos nmeros at dez. A atividade foi recebida com agrado por todos os alunos, incluindo os de
NEE.
Terminada esta atividade passmos a ensinar a cano Os meus dez dedos. Como era uma
cano bastante pequena, os alunos depressa a aprenderam.
Devido aos problemas do incio da aula, e ao tempo perdido tentando solucion-los, no
tivemos tempo para ensinar a cano O velho da serra, cujo objetivo era ensinar unicamente o
refro que abordava os temas das duas aulas, nmeros e vogais.
Apesar de tudo, pensamos que a aula correu bastante bem e os alunos responderam com
muito entusiasmo s atividades propostas.
2.3. Reflexo Final sobre a Prtica de Ensino Supervisionada no 1 Ciclo do
Ensino Bsico
Desde os seus primrdios o homem tornou-se inventor, no s pela curiosidade natural
mas tambm pela sua sobrevivncia. Assim, ao longo dos tempos os seus sucessores ajudaram a
criar as primeiras grandes civilizaes.
Desde os primeiros utenslios rudimentares, ao fabrico de ferramentas e s descobertas
tecnolgicas, a evoluo aconteceu e continua a acontecer, sculo aps sculo. Grande prova
desta evoluo foi a capacidade cientfica que o Homem teve de se levar aventura no espao
bem como ao aumento do seu conforto no Planeta.
Tudo isto, teve como base as aprendizagens que o Homem fez anteriormente, dando
fundamento teoria de Vigotsky que diz que: Nenhuma aprendizagem parte do zero.Partindo deste princpio, posso concluir que a educao teve a capacidade de se adaptar
evoluo de todas as coisas tendo como consequncia ou meio impulsionador, o sistema
educativo desde h sculos, mas no como o conhecemos agora.
A educao nem sempre foi administrada da mesma forma, mas o produto final que se
procurou e se procura sempre o mesmo: o Homem culto e inteligente, com capacidade para
transformar o mundo.
Assim, todos os meios utilizados nas aulas tiveram como finalidade a compreenso dos
contedos escolares por parte dos alunos, cumprindo os objetivos propostos. Contudo, nem
sempre fcil, quaisquer que sejam os meios, mtodos ou tcnicas utilizadas, transmitir
conhecimento aos alunos. Tanto as barreiras estruturais, como as fsicas e humanas, so uma
realidade mas o facto de as transpor pode tornar-se num ato heroico.
Na sociedade presente, o aluno vive rodeado de tudo quanto som, imagem e novas
tecnologias; assim sendo, tudo o que se afaste desta realidade est condenada ao fracasso.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Hoje em dia, a escola j no um espao fechado e protegido das influncias exteriores.
Sejam quais forem as tendncias atuais, tanto a escola como os Professores so confrontados
com novas tarefas como a de fazer da escola um lugar mais atraente para os alunos fornecendo-
lhes chaves para uma verdadeira compreenso da sociedade.
Durante a Prtica Supervisionada no 1 Ciclo do Ensino Bsico, aprendi que, a escola
encarada como um lugar de aprendizagens, onde o Professor transmite o saber ao aluno; a escola
um espao onde so facultados meios para construir tanto o conhecimento, como as atitudes e
valores bem como as competncias. por isso que a escola considerada um dos pilares da
sociedade e do conhecimento.
Apesar de dar aulas h oito anos, senti-me nervosa, principalmente na minha primeira
aula individual. Apesar disto, penso que as minhas aulas foram bem sucedidas e os alunos
desenvolveram bem as competncias propostas.
Foi uma experincia bastante enriquecedora e elucidativa, principalmente face a alguns
problemas com que nos deparamos no nosso dia a dia como profissionais.
Foi notria a evoluo dos alunos do 1Ciclo ao longo das aulas, quer em termos de
comportamento quer em relao sua postura perante as atividades propostas, principalmente
os alunos com NEE. Notei uma maior evoluo no menino pois, no incio era um aluno
completamente desinteressado e perturbador, devido sua condio de NEE. Na ltima aula, era
j uma criana completamente diferente, bem comportada e com uma postura bem diferente do
incio do meu Estgio. Em relao menina, tambm houve uma evoluo, mas devido sua
teimosia, caractersticas particulares da sua condio, a sua postura em relao s aulas foi
diferente da do menino, contudo, sempre realizou as atividades propostas.
Penso que, como Professora estagiria, desempenhei um bom papel, conseguindo
resolver problemas e superar obstculos que de vez em quando se colocaram minha frente.
Alguns destes problemas, como a questo do dedo no ar para falar, no foi bem resolvida, pois a turma era muito ativa e a curiosidade dos alunos e a sua nsia para responder eram mais
fortes, levando a que por vezes estivessem todos a falar ao mesmo tempo. Este problema s era
contornado quando lhes falava muito baixinho, apercebendo-se que algo no estava bem levando
a que se controlassem mais um pouco. Penso que no 1 ano de Escolaridade este problema no
tem uma dimenso muito grande, contudo, necessrio resolv-lo.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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3. Prtica de Ensino Supervisionada no 2 Ciclo do Ensino Bsico
Escola Bsica Integrada Afonso de Paiva
3.1. Caraterizao da Escola
A Escola Bsica Integrada Afonso de Paiva situa-se na Rua Dr. Francisco Jos Palmeiro,
pertencente Cidade e Distrito de Castelo Branco. Iniciou a sua atividade em Outubro de 1972
com o nome de Escola Preparatria Afonso de Paiva. Em 1973, passou a integrar a rede de
escolas que iniciaram a experimentao do novo 3 ciclo - 7, 8 e 9 ano (in: Projecto Educativo 2007- 2010).
Entre os anos de 1980 a 1995, a Escola funcionou apenas como Escola do 2 Ciclo do
Ensino Bsico e s a partir de 1995 que passou a integrar o 3 Ciclo do Ensino Bsico, passando
a designar-se EB 2,3 Afonso de Paiva. No ano letivo de 2006/2007, com a atribuio de duas salas
ao 1 Ciclo do Ensino Bsico, passou a designar-se Escola Bsica Integrada Afonso de Paiva.
A Escola Bsica Integrada Afonso de Paiva sede do Agrupamento de Escolas Afonso de
Paiva, do qual fazem parte oito estabelecimentos de ensino, cujos nveis de ensino vo desde o
Pr-escolar ao 3 Ciclo do Ensino Bsico, designadamente:
-Jardim de Infncia quinta das Violetas
-Jardim de Infncia de Salgueiro do Campo
-Jardim de Infncia de Freixial do Campo
-Jardim de Infncia de Sarzedas
-EB 1/ Jardim de Infncia do Castelo
-EB 1 de Santiago
-EB 1 Mina (inclui plo de Salgueiro do Campo)
-EB 1 de Sarzedas
Antes da sua requalificao, a sede de Agrupamento obedecia a uma tipologia definida para
todas as escolas de sede de distrito, sendo constituda por quatro pavilhes independentes, cada
um com sete a oito salas de aula, um bloco para trabalhos oficinais e outro bloco para servios
administrativos e estruturas de apoio. Esta tipologia foi designada por Paiva Brando, o nome do
arquiteto que concebeu o modelo.
A Escola foi requalificada durante o ano letivo de 2009/2010 e conta agora com vinte salas de
aula normais, dez salas especficas, um refeitrio, uma biblioteca, uma sala de professores com
bar, um pavilho gimnodesportivo, um bloco onde funcionam as aulas do 1 Ciclo do Ensino
Bsico e ainda trs campos de jogos exteriores.
Situa-se numa zona de elevada densidade populacional da cidade, cujos habitantes se inserem
num nvel social de classe mdia a classe mdia baixa. No seu meio envolvente existem bairros
sociais onde prevalece a Etnia Cigana e estruturas de apoio social importantes como o Hospital
Amato Lusitano, o Centro de Sade, o instituto da Juventude, os Quartis dos Bombeiros
Voluntrios e da Guarda Nacional Republicana, a APPACDM de Castelo Branco e o Pavilho
Municipal.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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3.1.1. A sala de aula equipamentos
A sala de aula onde decorreram as aulas de Educao Musical era uma sala especfica para o
ensino desta disciplina. Era bastante ampla com alguma luz natural, pois possua janelas viradas
para o exterior. Os lugares dos alunos estavam dispostos em forma de um retngulo formado por
mesas, perfazendo um total de treze mesas suficientes para um nmero total de 25 alunos,
sobrando um lugar. A sala estava munida de um quadro fixo, pautado, destinado a escrever com
giz. Na mesa do professor havia um computador.
3.1.2. Recursos materiais e didticos
Como suporte ao trabalho por ns desenvolvido durante a Prtica de Ensino Supervisionada,
existia na sala de aula uma arrecadao com material didtico, nomeadamente:
-aparelhagem com leitor de cd
-teclado (sintetizador)
-baixo eltrico
-bateria
-instrumentos Orff: xilofones, metalofones, jogos de sinos, pandeiretas, clavas, tringulos,
guizeiras, caixas-chinesas, pratos, blocos de dois sons, reco-recos, bombos, entre outros.
Verificmos deste modo que a sala se encontrava bem equipada para a prtica letiva desta
disciplina.
3.1.3.Caraterizao da turma do 2 Ciclo do Ensino Bsico
A prtica supervisionada desenvolvida no 2 Ciclo do Ensino Bsico decorreu na turma 4
do 6 ano, na sede do Agrupamento. A turma era constituda por um total de 25 alunos, sendo 14
do sexo feminino e 11 do sexo masculino. As idades destes alunos estavam compreendidas entre
os dez e os treze anos, sendo maioritrio o grupo dos alunos com onze anos.
De salientar na turma a existncia de uma aluna com Necessidades Educativas Especiais
(NEE) devido a problemas auditivos e dfice cognitivo profundo, para a qual foi elaborado um
Programa Educativo Individual (PEI).
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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3.2. Desenvolvimento da Prtica de Ensino Supervisionada no 2 Ciclo do
Ensino Bsico
As aulas ministradas no 2 Ciclo do Ensino Bsico turma 4 do 6 ano, da Escola Bsica
Afonso de Paiva, realizaram-se entre os meses de Dezembro de 2010 e Maro de 2011, conforme
evidencia o quadro 6.
Data Atividade Contedos Observao
29/11/10 Aula de
Observao
Ensaio da Pea
Aura Lee
Observao da aula lecionada pelo
Professor Cooperante. Teve como
objetivo o aprofundamento do
conhecimento da turma.
06/12/10 Aula de
grupo
Andamentos:
.Adagio
.Moderato
.Allegro
Ensaio da pea
Aura Lee
Aula lecionada pelas trs
professoras-estagirias do grupo.
Aprofundamento do conhecimento
da turma e das suas capacidades.
10/01/11 Aula
individual
Ritmo:
.a semicolcheia
Formas:
. Binria
. Ternria
. Rond
Aula individual.
Audio e execuo (corporal) de
sequncias rtmicas utilizando a
figura rtmica semi-colcheia. Audio e reconhecimento das
formas.
31/01/11 Aula
IndividualRitmo:
.a tercina
Aula individual.
Audio e execuo (corporal) de
sequncias rtmicas utilizando a
figura rtmica - tercina.
21/02/11 Aula
individual
Altura:
.Escala Diatnica
.Alteraes
.Intervalos
Aula individual.
Audio Consciencializao por
parte dos alunos para o facto de a
msica ser formada por intervalos
e alteraes.
14/03/11 Aula de
grupo
Todos os contedos
lecionados at
data.
Teste de avaliao.
Quadro 7 Calendarizao das aulas no 2 Ciclo do Ensino Bsico
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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As aulas lecionadas decorreram tendo por base a planificao anual, o Currculo Nacional
do Ensino Bsico e o Programa da disciplina de Educao Musical, salientando a liberdade que o
Professor Cooperante deu na escolha dos temas e contedos das trs aulas que o professor-
estagirio deveria planificar e lecionar.
Os temas das duas aulas foram escolhidos de acordo com o Professor Cooperante, e os
excertos musicais apresentados escolhidos de forma a irem de encontro aos contedos abordados
no programa da disciplina, facilitando o processo de ensino e aprendizagem a partir do interesse
revelado pelos alunos.
Da observao das aulas, pudemos constatar que os alunos aderiram muito bem s
atividades realizadas e revelaram gosto pelas msicas propostas.
Os objetivos e as estratgias chave das aulas tinham como fundamento proporcionar aos
alunos o gosto e a sensibilidade pela msica atravs da audio e interpretao vocal e
instrumental das peas, alargando o seu leque de conhecimentos em relao a alguns conceitos
musicais, como o ritmo, a forma e a altura.
Assim, a 1 aula teve como temas o ritmo e a forma. Para o ritmo, a figura escolhida foi
a semicolcheia, pelo que se procedeu sua exemplificao tendo como apoio uma ficha com
vrios exemplos.
Seguidamente passmos ao segundo tema da aula. Procedeu-se a uma breve explicao
do que era uma forma, em geral, com alguns exemplos do quotidiano fazendo assim o paralelo
para a msica. Abordmos trs formas diferentes, sendo os vrios exemplos auditivos e visuais
(ficha) para cada forma, e a sua consolidao feita atravs da audio e resposta por parte dos
alunos.
A segunda aula teve novamente como tema o ritmo. Desta vez a figura rtmica escolhida
foi a tercina pelo que se procedeu sua exemplificao tendo como apoio uma ficha de trabalho
com vrios exemplos auditivos e visuais.
A terceira aula teve como tema a altura, dividido em trs subtemas, a escala diatnica,
os intervalos e as alteraes. De seguida procedeu-se explicao e exemplificao de cada um
dos subtemas com recurso a cartazes e a uma ficha de trabalho com exemplos dos de cada um.
Ao longo das trs aulas, pudemos constatar que os alunos se mostraram bastante
interessados e colaborantes, revelando um grande entusiasmo e adeso s atividades propostas.
O facto de serem curiosos e mostrarem alguma facilidade de compreenso revelou-nos que os
alunos, de um modo geral, desenvolveram boas competncias sobre os conhecimentos
transmitidos.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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3.2.1. Planificaes das aulas e reflexes sobre a Prtica de Ensino
Supervisionada
Neste ponto apresentamos as planificaes e correspondentes reflexes das aulas que
lecionmos no 2 Ciclo do Ensino Bsico. Por fim, uma reflexo final sobre a Prtica de Ensino
Supervisionada no 2 Ciclo do Ensino Bsico.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Quadro 8 Planificao da aula do dia 10/01/11
Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva
Supervisor Professor Cooperante
Prof. Antnio Pedro Prtica de Ensino Supervisionada I e II
Estagiria: Snia Barroqueiro
Prof. Carlos Vicente
__________________________________ _________________________________
Semana: 10 a 14 de Janeiro Tempos: 90 minutos Nvel Etrio: 6 Ano Nmero de Alunos: 24
Contedos Gerais Contedos Especficos Objetivos Atividades Recursos Avaliao
Ritmo
Forma
Figuras rtmicas:
.a semicolcheia
Forma Binria
Forma ternria
Forma Rond
Relacionar a pulsao com a durao do som;
Saber a durao da semicolcheia;
Compreender o conceito de forma;
Identificar formas musicais com dois temas diferentes;
Identificar formas musicais com dois temas diferentes e regresso ao tema inicial;
Reconhecer as formas Binria e Ternria;
Reconhecer formas musicais com dois ou mais temas;
Reconhecer a forma Rond;
Dilogo com os alunos de modo a introduzir os temas em estudo;
Reproduo de ritmos diversos com a voz, com o corpo e com instrumentos de percusso;
Leituras rtmicas e meldicas; Audio e classificao de obras musicais
quanto forma; Explicao dos vrios andamentos
remetendo para exemplos musicais anteriormente apresentados;
Consolidao de conhecimentos atravs da audio de exemplos musicais novos;
Humanos: Voz e corpo Materiais: Leitor de cd Instrumental Orff Quadro Caderno Ficha de trabalho 1
(anexo 2-materiais utilizados no 2 Ciclo)
Grelha de avaliao
Sumrio: A semicolcheia.Formas: binria, ternria e rond.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Reflexo da aula do dia 10/01/2011
Esta foi a nossa primeira regncia de aula no 2 Ciclo do Ensino Bsico. Como nunca
tnhamos lecionado Educao Musical a crianas com idades entre os 10 e os 12 anos sentimo-nos
um pouco nervosa, pois no sabamos como os alunos iriam responder.
Os temas da nossa aula foram a semicolcheia e as forma: binria, ternria e rond.
Inicimos a aula com um breve dilogo com os alunos onde lhes explicmos a matria que
iramos abordar. Em primeiro lugar explicmos a parte rtmica - semicolcheia, relacionando a
pulsao com a durao do som, conceito que os alunos rapidamente entenderam. Aps a parte
terica e esclarecimento de algumas dvidas, fizemos algumas leituras rtmicas.
Na segunda parte da aula introduzimos o conceito de forma, comeando por explicar que
todos os objetos tm forma, e que era devido a ela que eles se tornavam reconhecveis. Depois
fizemos a ligao com as formas musicais explicando que todas as msicas tm uma forma. Para
melhor compreenderem, escolhemos vrios exemplos musicais para cada forma e tambm
distribumos por cada aluno uma ficha de trabalho com a matria dada.
No fim de esclarecidas todas as dvidas foi a altura de testar os alunos levando-os a
reconhecer auditivamente as formas, o que eles fizeram sem dificuldade aparente.
Fiquei muito contente com o resultado final, pois os alunos mostraram-se interessados e
compreenderam a matria dada.
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Quadro 9 - Planificao da aula do dia 31/01/2011
Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva
Supervisor Professor Cooperante
Prof. Antnio Pedro Prtica de Ensino Supervisionada I e II
Estagiria: Snia Barroqueiro
Prof. Carlos Vicente
__________________________________ _________________________________
Semana: 3 1 de Janeiro a 4 de Fevereiro Tempos: 90 minutos Nvel Etrio: 6 Ano Nmero de Alunos: 24
Contedos Gerais Contedos Especficos Objetivos Atividades Recursos Avaliao
Ritmo Figuras rtmicas:
.a tercina
Relacionar a pulsao com a durao do som;
Saber a durao da tercina;
Reproduzir ritmos diversos e a tercina;
Dilogo com os alunos de modo a introduzir os temas em estudo;
Reproduo de ritmos diversos com a voz, com o corpo e com instrumentos de percusso;
Leituras rtmicas e meldicas;
Humanos:
Voz e corpo
Materiais:
Quadro
Caderno
Ficha de trabalho 2(anexo 2- materiais utilizados no 2 Ciclo)
Grelha de avaliao
Sumrio: A tercina.
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A Cultura Musical dos alunos do 3 Ciclo do Ensino Bsico
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Reflexo da aula do dia 31/01/2011
Esta foi a nossa segunda regncia de aula no 2 Ciclo do Ensino Bsico e, uma vez mais,
coube-nos ensinar ritmo.
O tema para esta aula foi a figura rtmica - tercina. Comemos por relacionar a pulsao
com a durao do som. Depois de explicada esta parte, fizemos alguns exerccios de leitura
rtmica e meldica.
Segundo Mialaret5 (1974), que neste particular, mantm a atualidade, a experimentao fundamental na sala de aula com materiais diversos e de vrias formas,
permitindo que a partir de descobertas sensoriais os alunos desenvolvessem formas pessoais de
se expressar atravs da manipulao.Para melhor consolidar a matria abordada escolhemos tambm algumas leituras rtmicas
utilizando vrias partes do corpo. Estes exerccios, desde logo, motivaram os alunos, apesar de
serem um pouco difceis. Ultrapassadas as dificuldades os alunos realizaram os exerccios com
grande entusiasmo pedindo, inclusive, para os repetirem vrias vezes e para os realizarem sem a
nossa ajuda, o que nos agradou imenso, pois pudemos observar que a matria tratada tinha
ficado consolidada.
5Mialaret, G. (1974). A aprendizagem da leitura. Lisboa: Editorial Estampa
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Snia Maria Barroqueiro da Silva Correia
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Quadro 10 - Planificao da aula do dia 21/02/2011
Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva
Supervisor Professor Cooperante
Prof. Helena FranciscoPrtica de Ensino Supervisionada I e II
Estagiria: Snia Barroqueiro
Prof. Carlos Vicente
__________________________________ _________________________________
Semana: 21 a 25 de Fevereiro Tempos: 90 minutos Nvel Etrio: 6 Ano Nmero de Alunos: 25
Contedos Gerais Contedos Especficos Objetivos Atividades Recursos Avaliao
. Altura Escala Diatnica
Alteraes
Intervalos
Reconhecer a escala diatnica de D;
Reconhecer as alteraes: sustenido, bemol e bequadro;
Reconhecer os intervalos de 2 menor, 2 Maior, 3 menor e 3 Maior;
Dilogo com os alunos de modo a introduzir os temas em estudo;
Exerccios de identificao das alteraes na partitura;
Exerccios de reconhecimento visuais e auditivos: tons, meios-tons e intervalos;
Humanos:
Voz e corpo
Materiais:
Quadro
Ficha de trabalho 3(anexo 2-materiais utilizados no 2 Ciclo);
Sintetizador
-Grelha de avaliao
Sumrio: Escala Diatnica.As alteraes (Sustenido, bemol e bequadro).Os intervalos de 2 maior, 2 menor, 3 maior e 3