Transcript
  • 7/24/2019 CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DA PARABA

    1/3

    19/11/2015 Documento sem ttulo

    http://www.portalmedico.org.br/pareceres/CRMPB/pareceres/2001/15_2001.htm

    CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DA PARABA

    Processo Consulta CRM-PB15/2001.Assunto: Parecer referente a caso clnico de Cirurgia Plstica.

    I) PARTE EXPOSITIVA:

    Em comunicao encaminhada ao Presidente do CRM-PB em 21/08/01, o Dr. RCB solicitaparecer referente ao caso da paciente ACL, submetida cirurgia plstica das plpebrassuperiores pelo mesmo no dia 28/11/00. Anexado ao pedido o solicitante deixa 03 fotos depr-operatrio e 03 fotos de ps-operatrio referentes ao caso nas incidncias de: 13)Frontal de face com plpebras abertas (pr e ps), 23) Close de regio orbital com plpebrasabertas (pr e ps) e ocludas (pr e ps), alm de fotocpias de documentos judiciais nosquais, em resumo a paciente o acusa de erro mdico e solicita providencias ao interpor"AO CONDENATRI/i A REPARAO DE DANOS EXTRAPATRIMONIAIS EPATRIMONIAIS.

    II) ANLISE TCNICA:A referente anlise est baseada em documentao fotogrfica anexada ao pedidointerposto pelo solicitante a este Conselho:

    A) Pr-operatrio: Regio orbital apresentando ntida assimetria entre as plpebrassuperiores, sendo que a A.I) plpebra superior do lado direito_ encontra-se irregular,apresentando rea de depresso no tero mediano com ntida retrao central que expe deforma acentuada o rebordo orbital superior, depresso esta, que pode ter sido causada prcirurgia prvia (para resseco de leso ou reparao de algum traumatismo local). Nasfotos (mesmo em close), no h possibilidade de identificar cicatriz pr-existente. Nos teros

    lateral e medial da mesma plpebra encontramos excesso de pele, sendo que no terolateral a prega formada pelo excesso cutneo ultrapassa o canto palpebral externo,chegando a encobrir o tero lateral do sulco palpebral superior, tocando nos cliossuperiores. A fenda palpebral encontra-se diminuda tanto a custa de ptose da plpebrasuperior, (que chega a encobrir parcialmente a crnea at o limite superior da ris), quanto dainferior, que apresenta deformidade discreta conhecida como "esclera aparente". A oclusopalpebral encontra-se normal.

    A.2 - Plpebra superior do lado esquerdo encontra-se regular, porm, com grande excessode pele, formando uma prega cutnea que encobre o sulco palpebral superior em toda suaextenso e se deposita nos clios superiores. A fenda palpebral encontra-se regular, com asduas plpebras (superior e inferior) bem posicionadas. A ocluso palpebral encontra-senormal.

    B) Ps-operatrio: Permanece discreto grau de assimetria entre as plpebras superiores,sendo que a plpebra direita apresenta-se regularizada em toda sua extenso, com cicatrizcirrgica distando l0mm da borda palpebral superior, a fenda palpebral encontra-se idnticaao estado de pr-operatrio "ver descrio acima" e a ocluso palpebral permaneceinalterada. A plpebra superior esquerda permanece regular, com cicatriz cirrgica distando5mm da borda palpebral superior, a fenda palpebral e a ocluso permanecem preservadas.

    III) PARTE CONCLUSIVA:

  • 7/24/2019 CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DA PARABA

    2/3

    19/11/2015 Documento sem ttulo

    http://www.portalmedico.org.br/pareceres/CRMPB/pareceres/2001/15_2001.htm

    Discute-se atualmente a condio dos objetivos das cirurgias plsticas, principalmente noque diz respeito aos resultados e suas obrigaes. Enquanto alguns autores defendem que acirurgia esttica teria obrigao de fins, outros defendem-na, mais recentemente, como umacirurgia igual s demais, e, portanto, com obrigao de meios e como tal, sujeita aosmesmos fatores biolgicos que so variveis e, portanto incontrolveis.

    Atualmente, mesmo autores que antes defendiam a obrigao de resultados tm modificadoseus conceitos e como tal cita o Prof. Luis Andorno que no livro "Direito e Medicina, pgina150" cita Se bem que tenhamos participado durante algum tempo deste critrio de situar a

    cirurgia plstica no campo das obrigaes de resultado, um exame meditado e profundo daquesto nos levou a concluso de que resulta mais adequado no fazer distines arespeito, colocando tambm o campo da cirurgia esttica no mbito das obrigaes demeios, isto , no campo das obrigaes gerais de prudncia e diligncia. assim porquanto,como bem assinala o brilhante jurista e catedrtico francs e estimado amigo Prof FranoisChabas, de acordo com as concluses da cincia mdica dos ltimos tempos, ocomportamento da pele humana, de fundamental importncia na cirurgia plstica, imprevisvel em numerosos casos. Ademais, agrega, dito jurista, toda a interveno sobre ocorpo humano sempre aleatria".Por fim e para dirimir qualquer dvida sobre a no diferena entre uma cirurgia plsticaesttica ou reparadora, transcrevo resoluo do CFM N1621/2001, "O Conselho Federal de

    Medicina, no uso das atribuies conferidas pela Lei n 3.268, de Setembro de 1957,regulamentada pelo Decreto n 44.045, de 19 de Julho de 1958, e Considerando que aCirurgia Plstica uma especialidade mdica reconhecida pelo Conselho Federal deMedicina e pela Associao Mdica Brasileira, sem incorrer em subdivises topogrficas,diagnsticas ou de finalidade Considerando que a prtica da Cirurgia Plstica requer umconjunto de pr-requisitos e conhecimentos tcnicos e cientficos adquiridos na graduaoe/ou ps-graduao (residncia e/ou especializao)Considerando que o mdico para exercer regularmente a cirurgia plstica deve ter o ttulo deespecialista respectivo, obtido atravs de residncia mdica credenciada pela ComissoNacional de Residncia Mdica ou mediante concurso promovido pela Sociedade Brasileira

    de Cirurgia PlsticaConsiderando que a Cirurgia Plstica visa tratar doenas e deformidades anatmicas,congnitas, adquiridas, traumticas, degenerativas e oncolgicas, bem como de suasconseqncias, objetivando beneficiar os pacientes visando seu equilbrio biopsicosocial econsequentemente melhoria sobre a sua qualidade de vidaConsiderando que a diversidade de repostas biolgicas inerente s caractersticasindividuais e genricasConsiderando que dever do mdico a rigorosa observao do contido no cdigo de ticaMdicaConsiderando a necessidade de informar a Sociedade Civil e esclarecer dvidas quanto

    funo de Cirurgia Plstica como especialidade mdica Considerando finalmente, o decididoem Sesso Plenria do Conselho Federal de Medicina realizada em 16 de maio de 2001.

    RESOLVE:

    Art.1 - A Cirurgia Plstica especialidade nica, indivisvel e como tal deve ser exercida pormdicos devidamente qualificados, utilizando tcnicas habituais reconhecidascientificamente.

    Art.2- O tratamento pela Cirurgia Plstica constitui ato mdico cuja finalidade trazerbeneficio sade do paciente, seja fsica, psicolgica ou social.

    Art.3- Na Cirurgia Plstica, como em qualquer especialidade mdica, no se pode prometer

  • 7/24/2019 CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DA PARABA

    3/3

    19/11/2015 Documento sem ttulo

    http://www.portalmedico.org.br/pareceres/CRMPB/pareceres/2001/15_2001.htm

    resultados ou garantir o sucesso do tratamento, devendo o mdico informar ao paciente, deforma clara, os benefcios e riscos do procedimento.

    Art.4- O objetivo do ato mdico na Cirurgia Plstica como em toda a prtica mdica constituiobrigao de meio e no de fim ou resultado

    Art.5- A presente resoluo entra em vigor na data de sua publicao revogando-se asdisposies em contrrio.

    Braslia, 16 de Maio de 2001.

    ( Conselho Federal de Medicina - publicado no Dirio Oficial da Unio, de 06/06/01. Pgina40.)

    Ressaltando-se que o parecer foi baseado em fotoerafias (cpias), no atravs do exameFsico da prpria paciente.

    Baseado nas fotos, como j exposto, observa-se nitidamente que houve melhora daassimetria existente no perodo de pr-operatrio, apesar de no obter a correo total dasdeformidades pr-existentes, atenua-se ao fato, a presena de um quadro de altacomplexidade, em que a completa correo, mesmo que desejvel, toma-se quase

    impossvel.Baseado no princpio de Hipcrates de "Curar quando possvel e quando no, sempreatenuar a dor e o sofrimento", o solicitante (Dr. Ronaldo) encontra-se respaldado, pois,certamente houve melhora acentuada das assimetrias pr-existentes.

    Portanto, no havendo, segundo o prprio CFM, obrigao de resultado e sim de meio, estacirurgia esttica cumpriu seu objetivo, pois atenuou as assimetrias pr-existentes, sem haverqualquer prejuzo funcional. Sendo assim, no havendo qualquer indcio de impercia,imprudncia ou negligncia, no h erro mdico neste caso.

    Sem mais desde j nos colocamos a disposio para maiores esclarecimentos.Dr. Srgio Augusto Penazzi Jr.Conselheiro do CRM-PB

    Rua Francisca Moura, 434 5 andar - Edf. Enterprise - Centro - Joo Pessoa / PB - Cep 58.040-430

    Fones: (83) 2417226 / 241 7228 (fax) e-mail: [email protected]

    CNPJ: 10.764.033/0001-61 home page: crmpb.org.br

    >

    http://window.history.go%28-1%29/

Top Related