2
Com a palavra
É com grande entusiasmo que a Diretoria 2015 lança
mais uma edição do BORJ, uma revista que oferece
conteúdos expressivos aos ortopedistas e médicos
aspirantes ao título.
Tenho uma forte ligação com o esporte — faço parte
da Comissão Científica da Sociedade Brasileira de
Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE) —
e considero ser pertinente a abordagem da matéria
de capa pela atual evidência do Rio em relação à
atividade esportiva. O primeiro artigo assinado
por um profissional atuante na área faz parte de
um projeto da publicação de, até as Olimpíadas de
2016, apresentar uma abordagem com este perfil.
Reitero o foco na atualização profissional e, por isso,
chamo a atenção para o êxito dos Cursos Avançados
promovidos pela nossa Comissão de Educação
Continuada (CEC). Também é pertinente mencionar
os OrtoCursos da Comissão de Ensino e Treinamento
(CET) SBOT-RJ, que têm recebido convidados
expressivos para dividirem conhecimento com
os residentes.
Para ficar por dentro dos nossos direitos e deveres,
a apreciação do artigo do Dr. Alexandre Martins é
obrigatória; e para descontrair, a SBOT Rio Cultural
assinada pelo Dr. Alberto Daflon é uma linda
homenagem às mulheres brasileiras.
Estamos na metade de um ano que eu considero ser
fecundo para a Regional Rio. A troca multidisciplinar
com sociedades científicas e o apoio de empresas
que acreditam na SBOT-RJ possibilitam a
continuidade de projetos relevantes para a classe.
Boa leitura!
Dr. Marcelo CamposPresidente SBOT-RJ • Diretoria 2015
PRESIDENTE 2015
Presidente: Marcelo Campos1º Vice-Presidente: Marcos Giordano 2º Vice-Presidente: José Paulo Gabbi1º Secretário: Carlos Eduardo Franklin2º Secretário: Pedro Labronici3º Secretário: Alexandre Pallottino4º Secretário: Marcelo Erthal1º Tesoureiro: Tito Rocha2º Tesoureiro: Luis Marcelo Malta3º Tesoureiro: Marcos Britto
Diretoria 2015
3
Conselho Editorial: Dr. Marcelo Campos Dr. Vincenzo Giordano
Coordenação Editorial: JINX° Comunicação
Redação: Rhaiane Sodré e Natasha DiasEdição e Revisão: Mariana AbrahãoDireção de criação : Alessandro MirandaDiagramação: Rodrigo Oliveira Impressão: Walprint Gráfica e Editora
3
Expediente 2015
Sumário
06Educação - CEC SBOT-RJ
Educação - CET SBOT-RJ 10
CDP SBOT-RJ - Normativa 1.956/2010 12SBOT-RJ + IBTS Bolsas de estudo nos E.U.A Por: Leonardo Metsavaht 13
Pedra no Sapato - Pedra na chuteira Por: Dr. Vincenzo Giordano 24SBOT Rio Cultural - Hilda Hilst Por: Dr. Alberto Daflon 26
Direitos & Deveres - A “nova” lei Por: Dr. Alexandre Martins 35
Artigo Rio 2016 - Medicina esportiva 14
“O que vi da Ortopedia” - HUPE 16
Representatividade do Rio - 19
Comitês SBOT-RJ Encontro de subespecialidades 22
Batepapo.com... Dr. Carlos Alfredo JasminPresidente CDP SBOT 20
Acontece no Estado 28
Obituário - Sr. Luiz Chapetta 30
Eleição SBOT-RJ - Diretoria 2018
Ética Saúde - Acordo Setorial
33
33
Eventos da área 34
4
ORTOCuRSO - COluNACasa do Ortopedista
Calendário 2015
JulHO AGOSTO
COMITê DE TuMORCasa do Ortopedista02 06
10
13
13
13
18
20
22
09
11
18
21
23
03 e 04
COMITê DE TuMORCasa do Ortopedista
REuNIãO PARCEIROS 2015Casa do Ortopedista
REuNIãO DE IMAGEM ORTOPÉDICA (R.I.O.) - MãO E PuNHOCasa do Ortopedista
REuNIãO COM CHEfES DE SERVIçO E PRECEPTORESCasa do Ortopedista
COMITê DE QuADRIl Hospital Samaritano
COMITê MãO Casa do Ortopedista
COMITê DE JOElHOChurrascaria Fogo de Chão
COMITê DE QuADRIlItaipava
REuNIãO DE IMAGEM ORTOPÉDICA (R.I.O.) - PÉ E TORNOzElOCasa do Ortopedista
CuRSO AVANçADO TEóRICO E PRáTICO DE ARTROPlASTIA TOTAl DO JOElHOFaculdade de Medicina de Petrópolis
ORTOCuRSO - MãO E PuNHOCasa do Ortopedista
COMITê DE MãOCasa do Ortopedista
COMITê DE JOElHOChurrascaria Fogo de Chão
A SBOT-RJ comunica que as datas do calendário podem sofrer alterações. Acompanhe as atualizações no site da Regional Rio (www.sbotrj.com.br) e mantenha-se informado.
5
24 24
26
26
COMITê DE JOElHO Churrascaria Fogo de Chão
ORTOCuRSO - QuADRIlCasa do Ortopedista
ORTOCuRSO - OMBRO E COTOVElO Casa do Ortopedista
CuRSO AVANçADO DE OMBRO Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE)
SETEMBRO OuTuBRO
03 01
10 08
15 20
17 22
COMITê DE TuMOR Casa do Ortopedista
COMITê DE TuMOR Casa do Ortopedista
REuNIãO DE IMAGEM ORTOPÉDICA (R.I.O.) - COluNACasa do Ortopedista
REuNIãO DE IMAGEM ORTOPÉDICA (R.I.O.) - OMBRO E COTOVElO Casa do Ortopedista
COMITê DE MãOCasa do Ortopedista
COMITê DE MãOCasa do Ortopedista
COMITê DE QuADRIlHospital Samaritano
COMITê DE JOElHO Churrascaria Fogo de Chão
6
Avançado reuniu ortopedistas da América do Sul
A Comissão de Educação Continuada (CEC)
SBOT-RJ reuniu, no primeiro semestre de 2015,
especialistas experientes promovendo intercâmbio
multidisciplinar com profissionais, inclusive de outros países, interessados em atualização
baseada em evidências.
Três encontros científicos foram promovidos, sendo
dois deles dedicados à subespecialidade Coluna
sob a coordenação dos Drs. Luís Eduardo Carelli e
Sergio Gurgel. O primeiro do ano discutiu o tema
“Dor axial na coluna vertebral” com cerca de 60
participantes que puderam colocar em prática a parte
teórica explanada.
A presença de diferentes profissionais da ortopedia
e de outras áreas — reumatologia, radiologia,
clínica da dor e medicina física — foi o grande
diferencial. Por meio do apoio de empresas da área
ortopédica foi possível acompanhar técnicas para
uma prótese total da coluna cervical, artrodese
cervical e artrodese lombar.
“A CEC vem atuando de maneira multidisciplinar,
interagindo com outras sociedades médicas,
seguindo o plano de gestão traçado para o ano.
O empenho da Comissão e de empresas que
investem na educação continuada viabilizam
os Avançados”, explicou Dr. Marcos Giordano,
presidente da CEC SBOT-RJ.
Ao longo de dois dias, o “Curso Avançado
teórico e prático da coluna cervical – técnicas
e casos complexos” apresentou casos clínicos
desafiadores por meio das técnicas demonstradas,
com ênfase no planejamento e na execução das
práticas supervisionadas.
A parte teórica aconteceu na Casa do Ortopedista
e a parte prática na Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiro (UNIRIO). Todas as vagas foram
preenchidas e dentre os participantes profissionais
de outros países como Argentina e Uruguai e de
outros Estados — São Paulo, Recife, Minas Gerais,
Paraíba e Piauí — e do Distrito Federal.
O presidente da CEC SBOT-RJ, Dr. Marcos Giordano, ladeado pelos Drs. Sergio Gurgel e Luís Eduardo Carelli
EducaçãoCEC SBOT-RJ
7
“A apresentação de técnicas com opiniões
particulares de atuações do dia a dia e a possibilidade
de treinamento prático de intervenções complexas
em espécimes anatômicas possibilitou uma troca enriquecedora”, enfatizou o Dr. Luís Eduardo Carelli,
que é chefe substituto do Centro das Doenças da
Coluna do Instituto Nacional de Traumatologia e
Ortopedia (INTO) e membro da CEC SBOT-RJ.
Participaram da iniciativa os seguintes convidados:
Dr. Helton Defino (Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto – USP), Dr. Francisco Theophilo (NeuroRio
e Helios St. Elisabeth Hospital – Alemanha),
Dr. Rubens Jensen (Instituto de Patologia da Coluna
– IPC) e Dr. Carlos Henrique Ribeiro (Quinta D´Or).
Segundo o Dr. Helton Defino, a Regional Rio está
cumprindo muito bem o seu papel de promover a
atualização de especialistas.
“O formato escolhido foi interessante por causa
do recurso didático que contemplou de maneira
simples diferentes formas de aprendizado. A minha
percepção foi muito positiva, principalmente por
causa da interação que presenciei”, ressaltou.
Para a neurocirurgiã paulista Natally Santiago,
o Avançado apresentou técnicas que pouco se
vê em outras capacitações brasileiras. “É preciso
viajar para fora do país para coseguir ter um
alto nível de curso sobre a coluna cervical
ministrado por profissionais que são referência no
tema”, declarou.
O ortopedista Daniel Vargas, do Uruguai, elogiou
a qualidade dos palestrantes convidados e
dos casos clínicos explanados. “O conteúdo
foi muito proveitoso. As técnicas evidenciadas
e a possibi l idade de testar os materiais
foram fundamentais para adquirirmos mais
experiência e aplicarmos no nosso cotidiano
profissional”, opinou.
A neurocirurgiã paulista Natally Santiago destacou o alto nível do programa científico definido pela CEC SBOT-RJ
Atualização com especialistas renomados
8
O terceiro Curso Avançado de 2015 da CEC
SBOT-RJ aconteceu em julho e promoveu a
atualização profissional de ortopedistas na
Faculdade de Medicina de Petrópolis, Região
Serrana do Rio.
Coordenado pelos Drs. Hugo Cobra, Rogério Góes
e Rodrigo Kaz, o encontro científico com o tema
Teórico-Prático de Artroplastia Total do Joelho
cumpriu o propósito de propiciar conhecimentos
relacionados à substituição total do joelho,
desde os aspectos básicos até os relacionados à
ciência avançada.
"A aula prática foi o ponto alto, pois propiciou
uma forma mais interativa de aprendizado. No
laboratório anatômico foi possível visualizar
os temas da aula teórica e isso facilitou o
entendimento. Ressalto o apoio concedido pela
Faculdade de Medicina de Petrópolis, essencial
para que o curso atingisse o sucesso, já que a
estrutura oferecida é de ótima qualidade”, avaliou
Dr. Hugo Cobra.
O formato de ter turmas pequenas facilitou o
intercâmbio de experiências. “Durante a aula
prática, realizada na parte da tarde, dividimos
a turma em sete grupos, o que possibilitou a
participação de todos os presentes. Dúvidas sobre
os assuntos abordados puderam ser discutidas
de forma ampla”, contou um dos coordenadores
do Avançado, Dr. Rogério Góes.
Em primeiro plano, Dr. Rodrigo Kaz durante a aula prática no laboratório da Faculdade de Medicina de Petrópolis
Educação cotinuada na Região Serrana do Rio
EducaçãoCEC SBOT-RJ
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APTUS® Hand | Radius | Elbow | Foot
Parafusos “Lag Screw” em fraturas transversas levam a compressão primária, uniforme e controlada da fratura
A Placa de Tensão dissipa a força tensional do tríceps, evitando deslocamento do fragmento e a perda de redução
PLACA DE TENSÃO PARA OLÉCRANO
Placas rígidas fixadas lateralmente como uma alternativa à placa dorsal
Aumento da estabilidade rotacional
Previne irritação e risco de necroses nos tecidos moles
Placas Retas e Curvadas
PLACAS DUPLAS PARA OLÉCRANO
Formato anatômico 3D
Baixo perfil
Possibilidade de moldar a placa
Parafusos poliaxiais 2.8mm
PLACAS PARA ÚMERO
PLACAS PARA OLÉCRANO E ÚMERO DISTALAPTUS® ELBOW FULL SISTEMA 2.8
10
Educação CET SBOT-RJ
Conhecimento compartilhado
Preparatório da Comissão de Ensino e
Treinamento (CET) SBOT-RJ para a prova de Título
de Especialista em Ortopedia e Traumatologia
(TEOT), o OrtoCurso tem recebido expoentes
da ortopedia, inclusive de outros Estados, para
abordarem temas relevantes exigidos no Exame.
Dr. Alberto Naoki Miyazaki, vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e
Cotovelo (SBCOC), participou do OrtoCurso
sobre Ombro e Cotovelo. Já o Dr. Moisés Cohen,
integrante da Comissão Nacional de Médicos do
Futebol da Confederação Brasileira de Futebol
(CBF), dividiu com os médicos residentes sua
experiência na área e falou sobre a lesão do
ligamento cruzado posterior durante o OrtoCurso
sobre Joelho.
Para o Dr. Rodrigo Rodarte, presidente da CET SBOT-RJ, o OrtoCurso tem conseguido se
firmar como um preparatório de excelência.
“Buscamos sempre apresentar ensino de
qualidade para os futuros especialistas e isso faz
toda diferença na formação e no complemento
do que é vivenciado por eles nos serviços de
ortopedia. O saldo do primeiro semestre do ano é positivo, contamos com a presença de
convidados experientes e registramos um alto
índice da frequência dos residentes”, enfatizou.
O OrtoCurso acontece mensalmente na Casa do
Ortopedista. As atividades têm início a partir
das 8h para os residentes do terceiro ano (R3),
com aulas e prova de conhecimento do tema
abordado. A parte da tarde, das 13h às 16h30,
é destinada aos R2 e R1, que também podem
realizar a prova aplicada aos R3, entretanto,
apenas como treinamento.
Acompanhe no OrtoBlog Rio (ortoblogrio.blogspot.
com.br) o calendário das atividades e o programa
científico. Após os encontros, as provas aplicadas e
o gabarito das mesmas também são divulgados nos canais da SBOT-RJ.
Com foco no treinamento dos médicos residentes, os OrtoCursos contam com workshops e aplicação de provas
11
A corrida científica que garante ao primeiro
colocado uma inscrição para o 15º Curso Intensivo
da CET SBOT-RJ, realizado em Itaipava (RJ), de 18
a 20 de dezembro, chegará a sua 4ª edição em
setembro. A proposta do Alternativa Certa é que
os residentes do terceiro ano testem de uma forma
descontraída seus conhecimentos adquiridos.
O OrtoCurso voltou a ser disponibilizado em
vídeo na internet para todo o Brasil. Ao todo
serão dez edições veiculadas ao longo do
ano. Residentes do estado do Rio pagam um
valor diferenciado em relação aos residentes
de outros estados para assistirem as aulas on-
line. Depois de contratado o serviço, o acesso
pode ser feito a qualquer momento pelo link: www.connectmidia.com.br/aovivo.
“Essa é a consolidação do trabalho realizado pela
CET SBOT-RJ em prol do ensino e treinamento dos
futuros ortopedistas. Com a tecnologia atuando
mais uma vez a favor da medicina, o OrtoCurso
realizado na sede da SBOT-RJ é ampliado para
ações além da Regional Rio. Aos residentes do
Estado, a novidade funciona como um banco
de informações que pode ser consultado
a qualquer momento após o aprendizado
presencial”, ressaltou o presidente da Comissão,
Dr. Rodrigo Rodarte.
Todas as regras para a aquisição e o acesso ao
material podem ser conferidos no OrtoBlog Rio.
OrtoCurso em vídeo na internet para todo o Brasil
O quiz tem perguntas formuladas pelos membros
da Comissão que são divulgadas semanalmente
no OrtoBlog Rio. O residente que responder mais
rápido e de forma correta garante mais pontos.
Fique ligado! Em breve serão divulgados detalhes
de como participar.
11
12
Pelo cumprimento da normativa do conselho de medicina Atuar mais efetivamente pela valorização do
ortopedista também é um desafio da Diretoria da
SBOT-RJ que, por meio da sua Comissão de Defesa
Profissional (CDP), traçou dois objetivos para 2015:
lutar por honorários médicos melhores em relação
ao repasse das operadoras de saúde e buscar, junto
às autoridades estaduais e municipais, melhores
condições de trabalho nos hospitais públicos.
Durante o primeiro semestre do ano, os
ortopedistas cooperados da Unimed colheram
denúncias a respeito do descumprimento da
Normativa 1.956/2010 do Conselho Federal
de Medicina (CFM).
A COMISSãO É fORMADA PElOS SEGuINTES MEMBROS:
Dr. José Paulo GabbiDr. Alberto Daflon Dr. Alexandre PalottinoDr. luis Eduardo AmorimDr. Marcos Britto
CDP
“O que tem sido explanado pelos ortopedistas é a
liberação por conveniência econômica dos planos de
saúde. Outra reclamação é a troca do código solicitado
sem conhecimento do cirurgião, o que prejudica o valor
que o mesmo recebe. O ato médico é intransferível”,
sinaliza Dr. José Paulo Gabbi, presidente da CDP SBOT-RJ.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de
Janeiro (CREMERJ) recomenda que em todos os casos
nos quais o ortopedista for prejudicado no livre exercício
da profissão seja protocolada uma denúncia por escrito
endereçada à entidade. As lideranças do CREMERJ
garantem que continuarão se empenhando na
apuração das ocorrências documentadas.
13
SBOT-RJ + IBTS
Em 2007, Jorge Paulo Lemann e eu resolvemos fazer
algo para incrementar a análise crítica do profissional
da saúde. Desta forma focamos na criação de
oportunidades para jovens e determinamos duas
áreas iniciais para pesquisa: biomecânica clínica e
ação localizada de medicamentos.
Em 2008, em visita ao Steadman-Philippon Research Institute em Vail, no Colorado, encontramos não
apenas um centro de treinamento em cirurgia
artroscópica do quadril, mas uma máquina
bastante lubrificada para pesquisa biomecânica
e as repercussões clínicas e cirúrgicas. Vimos
ali uma oportunidade de desenvolver de forma
acelerada o conhecimento e a análise crítica de
jovens ortopedistas sobre os novos conceitos em
lesões ortopédicas. Assim foi criado o Jorge Paulo
Lemann Mentored Scientific Award, uma bolsa de
pesquisa para financiar brasileiros não somente
no aprendizado cirúrgico, mas também para
participarem de uma equipe de pesquisa.
O programa foi estendido em 2012 com mais uma
bolsa integral para o estudo das lesões dos cantos
póstero-lateral e póstero-medial do joelho. O
*Por: Leonardo Metsavaht
Parceria em prol do desenvolvimento científico
modelo do Prêmio é bastante diferente das bolsas
de estudo concedidas pela Fundação Estudar e
Fundação Lemann, criadas há 20 anos. Durante
seis anos, o Instituto Brasileiro de Tecnologia da
Saúde (IBTS) investiu US$ 1 milhão de dólares até
que o modelo amadurecesse e estivesse pronto
para perenizar.
Por esta razão, em 2015, estabelecemos uma
parceria com a Regional Rio da SBOT com o
objetivo de incrementar a divulgação das bolsas de
estudo aos jovens ortopedistas e poder contar com
a competência dos representantes da especialidade
na seleção dos candidatos. São investidos cerca
US$ 60 mil em auxílio de custos, vistos especiais de
trabalho, seguros e viagens para congressos para
cada bolsista. Portanto, o candidato ideal é aquele
jovem e brilhante ortopedista que tem interesse
em desenvolver o seu conhecimento e, quando
voltar, pretende irradiá-lo através de pesquisas e
ensino para outros brasileiros.
Dr. Christiano Trindade e Dr. Fernando Fuso, bolsistas em 2014, e Dr. Leonardo Metsavaht, do IBTS
*Dr. leonardo Metsavaht Chief of Science Officer - IBTS.
Veja mais detalhes em:www.brasilsaude.org
A SBOT-RJ estabeleceu parceria de apoio ao
Prêmio Internacional Jorge Paulo Lemann de
Pesquisa Científica, idealizado pelo Instituto
Brasil de Tecnologia da Saúde (IBTS). A
partir deste ano, a Regional Rio participará
do processo seletivo dos candidatos que
concorrerão a bolsas de estudo em pesquisas
ortopédicas no Colorado (EUA). O processo
é formado por duas fases eliminatórias. O
prazo de inscrição para os candidatos de 2016
terminou no dia 10 de julho.
14
É uma afecção muito frequente relacionada com
a sobrecarga do aparelho extensor do joelho. O
segmento mais acometido é a porção profunda
do tendão patelar, adjacente ao polo inferior da
patela. O termo “joelho do saltador” foi descrito
inicialmente por Blazina como uma tendinite por
mecanismo de lesão repetitivo. Aparece com
frequência nos atletas ou praticantes de esportes
envolvidos em atividades recorrentes com
sobrecarga do mecanismo extensor do joelho, tais
como saltos, corridas e chutes.
O tendão patelar é uma extensão do tendão
quadricipital, estrutura que vai do polo inferior da
patela até a tuberosidade anterior da tíbia. Os fatores
etiológicos devem ser avaliados no tratamento.
A etiologia da tendinite patelar é multifatorial.
Fatores extrínsecos: esforço repetitivo com sobrecarga
durante atividades de corridas e saltos. Atletas
que treinam mais de três vezes por semana são
mais suscetíveis. Os calçados esportivos e as palmilhas
não são comprovadamente eficazes na prevenção.
Fatores intrínsecos: o índice de massa corpórea está
diretamente relacionado, assim como a falta de
flexibilidade dos isquiotibiais e do quadríceps.
PATOLOGIAAlguns mecanismos são propostos para explicar
o fenômeno doloroso nas tendinopatias como:
o aumento da inervação, da vascularização,
da produção de prostaglandina E2, a fenotipia
condrocítica (tendões com fenotipia de cartilagem)
e fatores mecânicos.
Microtraumas repetitivos causados pela sobrecarga
originam alterações degenerativas no tendão
como mudanças na estrutura do colágeno e
proliferação neurovascular. Não há um processo
inflamatório. O histopatológico é de uma tendinose
e não uma tendinite.
QuAdrO CLínICOA história clínica é marcada pela dor anterior do
joelho bem localizada relacionada com a atividade física. O atleta apresenta diminuição progressiva
Artigo Rio 2016
A atuação ortopédica na prática esportiva
Tendinopatia patelar*Por Dr. Victor Baitelle
A SBOT-RJ se inspirou na escolha do Rio como cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
de 2016 para dar destaque à ortopedia na prática do esporte. Até 2016, ano em que o grande
evento esportivo vai acontecer no Estado, as edições do BORJ vão apresentar artigos científicos
assinados por especialistas que, além da rotina em seus consultórios e hospitais, escolheram
seguir e vivenciar a medicina relacionada à prática esportiva.
O primeiro convidado é o Dr. Victor Baitelle, médico titular do time de futebol profissional do
Clube de Regatas Vasco da Gama desde janeiro deste ano. O tema escolhido como enfoque
é "Tendinopatia patelar", uma lesão por esforço repetitivo comum do tendão patelar com um
impacto negativo expressivo na carreira do atleta. Quadro clínico, diagnóstico e tratamentos
estão exemplificados.
15
do rendimento esportivo e diminuição da força,
que geralmente acontece após o aquecimento. O
achado clínico mais consistente é a dor à palpação
do polo inferior da patela.
ClASSIfICAçãO – A classificação de Blazina é
usada na tendinopatia patelar.
GRAu I – dor leve no início da atividade física
GRAu II – dor no início da atividade física
com melhora após o aquecimento e piora no
final do treino, sem diminuição do rendimento
G R A u I I I – d o r d u r a n t e e a p ó s a
atividade física com piora do rendimento
GRAu IV – ruptura parcial ou total do tendão
dIAGnósTICO POr ImAGemA Ressonância Magnética oferece alta resolução
para identificar as estruturas anatômicas, diferindo
tendões normais dos patológicos. A tendinopatia
patelar é caracterizada por aumento de sinal dentro
do tendão e alteração no tamanho do mesmo.
TrATAmenTO COnserVAdOrCom o atual entendimento de que a patologia na
tendinopatia é uma tendinose e não uma tendinite
deve-se repensar na estratégia de tratamento.
Como as tendinopatias patelares são causadas
por sobrecarga do aparelho extensor do joelho,
suspender as atividades que sobrecarregam o
mecanismo extensor é aconselhado. A imobilização
leva a um enfraquecimento adicional na unidade
músculo-tendão. O tratamento pelas ondas
de choque extracorpóreas tem boa resposta
terapêutica nas tendinopatias crônicas.
Os exercícios de fortalecimento excêntricos
do quadríceps, mesmo com a possibilidade de
causarem dor durante a execução, são os mais
usados para a reabilitação e apresentam bons
resultados. Uma recomendação prática para
atletas é realizar agachamento unipodal do lado
acometido em plano inclinado uma ou duas vezes
por dia, em três séries de 15 repetições durante um
período de 12 semanas.
A indicação cirúrgica deve ser feita entre quatro e
seis meses nos casos em que não ocorrer melhora
dos sintomas com o tratamento clínico. Não há
consenso na literatura sobre a técnica cirúrgica.
COnCLusÃOAté agora não existe um único tratamento que
garanta um retorno rápido e no mesmo nível
esportivo prévio à lesão. Portanto, um programa
prolongado de reabilitação para restabelecer o
equilíbrio do mecanismo extensor e promover a regeneração do tendão é a melhor opção.
Squat test: funcional que exerce carga maior no tendão patelar executado em plano inclinado descendente a 30°O tendão deve ser palpado com o joelho em extensão total
16
Projeto reaviva as histórias do Hospital Pedro Ernesto
A SBOT-RJ realizou mais uma edição do “O que vi
da Ortopedia”. Dessa vez, o Hospital Universitário
Pedro Ernesto (HUPE), localizado em Vila Isabel,
foi escolhido para ter a história do seu serviço de
ortopedia relembrada por profissionais que atuaram
ou ainda atuam na unidade de saúde.
Fundado em 1950, o Pedro Ernesto tornou-se um hos-
pital universitário 12 anos depois, sendo responsável
pela formação de renomados ortopedistas. Hoje, ele
permanece ligado a Universidade Estadual do Rio de
Janeiro (UERJ) e contribuindo para o desenvolvimento
de novos especialistas. Atualmente, o serviço de orto-
pedia da unidade é chefiado pelo Dr. José Maurício
Carmo, que também coordena o serviço de cirurgia da
mão e microcirurgia.
Chefe do serviço de Cirurgia do Ombro e Cotovelo
da unidade, o presidente da SBOT-RJ, Dr. Marcelo
Campos, iniciou o evento entregando placas de
homenagem aos participantes do encontro: os
Drs. Jorge Faria, Jorge Ribamar, Renato Graça, Sérgio
Cunha e José Maurício Carmo.
“O serviço é pequeno, entretanto já formou resi-
dentes que hoje estão em posição de liderança em
hospitais do Estado e de todo o Brasil. É uma uni-
dade de saúde especial para a mim, pois quase tudo
o que penso sobre a especialidade que escolhi seguir
está aqui. Os convidados desta edição são os meus
mestres”, frisou Dr. Marcelo Campos.
O Dr. Karlos Mesquita, que também recebeu a
honraria, é mediador do projeto junto com o
Dr. Carlos Giesta, mas na ocasião passou de entrevis-
tador a entrevistado. Muito emocionado, contou que
o Pedro Ernesto é a sua segunda casa desde 1964 e
que valeu muito a pena a dedicação depositada na
unidade na qual, por muitos anos, esteve à frente do
serviço de ortopedia.
Memoráveis histórias foram relembradas na manhã do dia 15 de maio. Confira o vídeo no site da SBOT-RJ
17
“Como filho de ortopedista, sei de muitas histórias contadas pelo meu pai. Durante 36 anos da minha vida estive no Pedro Ernesto e passei por uma série de acontecimentos, agradáveis e desagradáveis.
O fechamento do serviço de ortopedia foi um deles, mas o contratempo não impediu o serviço de crescer e de ser um destaque na formação de novos profissionais. Parabenizo a atuação do Dr. Marcelo Campos, também um dos responsáveis pelo bom desempenho do serviço.” – Dr. Jorge faria
“Momentos importantes marcaram a minha passagem: a perda do fernando Chaves; Karlos Mesquita assumir o serviço pela mudança que isso representou no tratamento e modernidade da traumatologia; a minha contratação; e a escolha da especialidade joelho que desejei seguir. A docência elevou o nível científico e técnico de todos aqui.” – Dr. Sergio Cunha
“A SBOT-RJ está de parabéns pela iniciativa fantástica de trazer o passado para o presente porque é isso que vai nos guiar para as coisas boas do futuro. Do ponto de vista institucional, o serviço é de grande representatividade para a ortopedia. Daqui saíram presidentes da Regional Rio e da Nacional. Em 1998 teve a maior média da prova do TEOT com quatro residentes nas dez primeiras colocações. Hoje eu vejo esse serviço renovando-se com a presença de um grupo novo que nos traz a certeza de um futuro brilhante novamente.” – Dr. Renato Graça
“Agradeço o convite e espero que a SBOT-RJ continue com esse projeto. Eu destaco a introdução do serviço de cirurgia da mão: cresceu tanto que foi reconhecido pelo Ministério da Educação. Tive a honra de participar do início das microcirurgias de mão com o Prof.º José Mauricio. Entrei em 1983 e estou até hoje.” – Dr. Jorge Ribamar
“Parabenizo a SBOT-RJ pela oportunidade e por proporcionar este momento de troca. Temos a obrigação de recordar e voltar ao início. Tive a honra de participar da criação do serviço de cirurgia da mão e contar com um time de excelência. Ainda na década de 80 pude concretizar o sonho de fazer a microcirurgia associada à cirurgia da mão. Estou tocando o final da era do Karlos Mesquita e sou muito grato por isso.” – Dr. José Maurício Carmo.
“O que vivi no HuPE”
18
19
O Cenário do Trauma
Qual a sua análise sobre os ortopedistas que atuam na área do trauma ortopédico no Brasil e no estado do rio?A traumatologia nacional é feita por excelentes
especialistas e é extremamente criativa, pois
consegue realizar um atendimento de alto nível
mesmo com os problemas da medicina brasileira,
principalmente da saúde pública. O nível técnico dos
ortopedistas do Brasil é reconhecido mundialmente.
E a traumatologia do Rio tem um lugar de destaque
no cenário nacional e no internacional. Temos
profissionais de ponta, que lideram campos de
pesquisas e divulgam conhecimento.
Qual é o cenário mundial do trauma ortopédico e quais são os principais avanços na especialização dos ortopedistas na área?O trauma mundial é organizado e respeitado. A
Inglaterra, por exemplo, apresentou recentemente
um índice de redução no atendimento a pacientes
do trauma, registrou uma menor mortalidade e
uma melhora no índice de recuperação desses
pacientes em todo o Reino Unido, após a criação
de sete grandes centros de tratamento do trauma
ortopédico. Os principais avanços que estamos
vendo hoje referem-se à ressuscitação dos pacientes
e às técnicas de salvamento. O paciente começa a
ter o seu problema resolvido na cena do acidente.
Em relação às técnicas, destaco os diversos avanços
nos campos de pesquisa, de implantes e métodos.
Qual o papel da sBTO na formação profissional e no avanço da ortopedia brasileira?Diferentemente da SBOT, por ser um braço,
uma subespecialidade da SBOT, a Sociedade de
Trauma não tem um papel definido na formação
do profissional. Recebemos o colega formado e
treinado após a prova do TEOT. O papel educacional
é o de pós-titulação com o foco totalmente voltado
para a especialização no tratamento do trauma
e a educação continuada. Para isso, a SBTO tem
serviços credenciados e aprovados para treinamento
de ortopedistas e está ampliando sua atuação por
meio dos projetos iniciados neste ano relacionados
a pesquisa, bolsas em centros de treinamento,
congressos e cursos.
Como avalia as políticas de governo destinadas ao tratamento do trauma ortopédico?Se existe alguma política voltada para o trauma,
ou ela não foi divulgada ou sequer planejada.
O trauma é o que mais mata, principalmente na
população jovem. É uma das maiores causas de
sequelas e de gastos dentro do sistema de saúde,
e ainda assim não existe um programa nacional do
trauma. O que existe são ações isoladas de grupos
que acharam o seu modo de agir.
Presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico
DR. PAULO ROBERTO BARBOSA
Este ano dois ex-presidentes da Regional Rio lideram importantes esferas de atividades da Nacional: Dr. Carlos Alfredo Jasmin (SBOT-RJ 2011) é o presidente da Comissão de Dignidade e Defesa Profissional da SBOT; e Dr. Paulo Roberto Barbosa (SBOT-RJ 2012) preside a Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico.
Ambos são responsáveis pelo novo modelo de gestão da Regional Rio e iniciaram processos importantes como o de sustentabilidade financeira da SBOT-RJ e programas consistentes nas áreas de Ensino e Treinamento e Educação Continuada no Estado.
Representatividade Rio de Janeiro
20
Essa nova seção do Boletim de Ortopedia do Rio de Janeiro
(BORJ) é um espaço dedicado à abordagem de temas
importantes, atuais e até mesmo polêmicos relacionados à
pratica ortopédica ou à medicina em geral. A cada edição, será
possível saber a opinião de um convidado por meio de um bate-
papo informal e direto.
O primeiro a contribuir com suas opiniões foi o Dr. Carlos Alfredo
Lobo Jasmin,que há 20 anos atua em ações ligadas à defesa
profissional da classe, já foi presidente da SBOT-RJ (gestão
2011) e hoje lidera a CDP da Nacional. No bate papo, Dr. Carlos
fala sobre o cenário da ortopedia pós-denúncias ocorridas no
início do ano, e que estão baseando uma Comissão de Inquérito
Parlamentar (CPI), sobre a implementação da ISO 9001 pela SBOT
e sobre a revisão da classificação de procedimentos médicos, a
CBHPM.ex-presidente da SBOT-RJ na gestão 2011.
Presidente da Comissão de Dignidade e Defesa Profissional da SBOT
Após as denúncias publicadas na grande imprensa no início deste ano envolvendo cirurgiões ortopedistas e empresas do setor ortopédico, o senhor acredita que 2015 será marcado por bruscas mudanças no setor?
As mudanças não serão tão grandes quanto se imagina. Acredito que o mercado
esteja sofrendo uma retração importante inicialmente, mas que depois haverá uma
acomodação natural. A retração será muito maior por prevenção das próprias empresas
que, com a assinatura do Termo de Conduta firmado junto à Associação Brasileira
de Importadores e Distribuidores de Implantes (Abraidi), precisarão legalizar algumas
atividades mantidas por elas com alguns profissionais. Não é ilegal trabalhar para
laboratórios ou fabricantes de materiais de síntese, mas é ilegal que um fornecedor
tenha alguns consultores contratados em sua folha. Isto precisará mudar.
Qual o posicionamento da SBOT em relação às denúncias?Muitos comentam que a SBOT sabia dos fatos e não tomou nenhuma atitude. A SBOT
não tem poder de investigação nem tem isto como atividade inserida em seu estatuto,
mas tem o poder de tomar atitudes contrárias aos profissionais que agem de má fé, desde que isto esteja comprovado e julgado.
DR. CARLOS ALFREDO JASMIN
21
A SBOT iniciou em 2014 a implementação da certificação ISO 9001, normatizada pela International Organization for Standardization, que estabelece um modelo de gestão de qualidade para organizações. Como está o andamento?A implantação é um projeto das diretorias 2014/15/16 da SBOT. O programa ISO 9001
tem uma cronologia própria e cabe à empresa que pretende ser acreditada em sua
base cumprir as etapas. A SBOT vem cumprindo estes passos e espera que até o final
deste ano já tenha sido acreditada. O objetivo é documentar o passo a passo, pois isto
permite que as coisas aconteçam independentemente das pessoas que estejam à frente
da entidade, sem quebra de normas. de princípios e normas. O estabelecimento de
processos evita a redundância de ações, com a mesma tarefa sendo repetida em várias
etapas por pessoas diferentes.
A ISO 9001 oferece benefícios para a sociedade médica enquanto organização e para os ortopedistas na prática profissional?
Que outras ações o senhor destacaria?
Como organização haverá a oportunidade de enxugar as ações e isto normalmente
se manifesta com reduções de custos operacionais. Para o profissional, a redução
dos custos aumentará a disponibilidade de recursos que poderão ser empregados
em seu benefício.
A mais importante é a revisão da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos
Médicos (CBHPM) em sua totalidade. Os ortopedistas fizeram uma intervenção oficial
nas tabelas da Associação Médica Brasileira (AMB) somente na sua criação, em 1989,
naquilo que deu origem à tabela AMB 1990. De lá para cá, tivemos a intervenção pessoal
e pontual de alguns poucos, sem que suas ações estivessem respaldadas pela sociedade
como um todo.
Por iniciativa do atual presidente da SBOT, Marco Antonio Percope, a Nacional criou
uma Comissão de Tabelas e Honorários expandida que desde o ano passado conta com
um representante indicado por cada Comitê (entenda-se aqui cada subsociedade). É
objetivo das diretorias 2015/16/17 que esta Comissão se torne permanente.
Outra ação, é a nossa presença no Congresso Brasileiro, interagindo com os Deputados
e Senadores, no intuito de estabelecer políticas favoráveis à nossa classe e lutar contra
ações que sejam maléficas à nossa vida profissional. Estamos tentando trabalhar de
forma proativa.
22
Encontro de subespecialidades
Comitês SBOT-RJ
A Regiona l R io conta com comitês de
subespecialidades que realizam reuniões mensais,
promovendo o intercâmbio de conhecimento entre
especialistas por meio de aulas, debates de casos
clínicos e discussões de temas atuais.
Programação completa sbotrj.com.br
COmITê de mÃO
Cada reunião recebe um convidado atuante no
Estado membro titular da Sociedade Brasileira
de Cirurgia da Mão (SBCM). Acontece na Casa do
Ortopedista, às 19h, toda terceira terça-feira do mês.
“O foco é na formação dos residentes da Cirurgia da
Mão, mas buscamos atingir também todos àqueles
que possuem interesse na área, sejam ortopedistas
generalistas, fisioterapeutas, terapeutas da mão e
acadêmicos de medicina”, explica Dr. Victor Cesar,
vice-diretor da SBCM-RJ e coordenador do Comitê.
COmITê de JOeLhO
Os encontros acontecem todo mês na churrascaria
Fogo de Chão, em Botafogo, às 19h, e contam
sempre com um convidado a cada edição na
abordagem de temas referentes à subespecialidade.
“Os encontros possuem uma ótima frequência,
reunindo cerca de 100 ortopedistas, inclusive
colegas de profissão de outros Estados com alto
nível de informação para atualização na área”,
resume o organizador, Dr. José Paulo Gabbi.
COmITê de QuAdrIL
As reuniões são realizadas mensalmente no
Hospital Samaritano, em Botafogo, às 19h,
com debates e a presença de um convidado
considerado referência no assunto abordado em
cada encontro.
“Nosso objetivo é difundir a especialidade no
meio médico e congregar os ortopedistas que
atuam nessa área. Tentamos a cada três meses ter
um especialista de outro Estado para ministrar
uma palestra e proporcionar maior troca de
conhecimento”, explica Dr. Pedro Ivo, presidente
da Sociedade Brasileira de Quadril - RJ
COmITê de TumOres
Acontece toda primeira quinta-feira de
cada mês, às 19h, também na Casa do
Ortopedista. As reuniões, sob a coordenação do
Dr. Walter Meohas, são abertas para médicos
de outras especialidades, fundamentais para o
diagnóstico dos tumores ósseos como Anatomia
Patológica e Radiologia.
“A finalidade é agregar na atualização dos
especialistas e na formação do médico residente,
com espaço para a discussão de casos clínicos.
Como muitos serviços não oferecem um centro
oncológico, nosso encontro é uma oportunidade
para troca de conhecimentos sobre o assunto”,
resume Dr. Walter Meohas.
23
24
Escrever é, acima de qualquer coisa, uma forma
de expor-se, de abrir sua mente e sua alma aos
olhos e às opiniões dos outros, de desnudar-se
por inteiro e revelar-se para todos, de dar sua cara
a tapa. Isso torna-se mais contundente quanto
mais controverso é o assunto abordado no texto,
não importando se à ótica geral é rotulado como
“sério” ou simplesmente “banal”.
Esse breve prólogo serve para que eu possa alertar
os leitores de que no Pedra no Sapato desse
número não irei falar sobre nada “sério”. Não irei
abordar qualquer tema relacionado à medicina
nem de qualquer outro assunto correlato; ao
contrário, irei manifestar meu direito de divagar
banalidades. Assim, aviso àqueles que não são
chegados em futebol, que nem sigam nessa leitura,
pois minha veia de comentarista esportivo aflorou
após a eliminação do Brasil da Copa América. Só
espero não ser como a maioria dos comentaristas
esportivos, que inundam as páginas dos jornais
com obviedades e com previsões insanas, e tornar
agradável e divertida a leitura desse texto.
Bom, começo com um tópico que me atordoa faz
muito tempo, o porquê de não experimentarmos
na seleção brasileira um técnico estrangeiro. Num
retrospecto de aproximadamente 20 anos, o que
vimos do escrete canarinho foi um time sem
esquema tático, jogando à base dos chutões para
Pedra na chuteira
Pedra no Sapato *Por: Dr. Vincenzo Giordano
a frente e aguardando algum momento mágico de
algum jogador mais diferenciado no trato com a
pelota para fazermos um gol. E só. Talvez alguns
mais crentes argumentem que “ganhamos a Copa
de 2002”, que “não tem tanto tempo assim essa
mesmice tática”, que “estamos vencendo com
regularidade os amistosos, mas estamos sem
sorte nas competições oficiais” ou algo que se
assemelhe. Pois bem, isso não é bem a realidade,
haja vista que nossa última vitória mais importante,
ocorrida há 13 anos, na Copa realizada metade
na Coreia do Sul e metade no Japão, dependeu
mais do talento individual do Ronaldinho Gaúcho,
do Ronaldo e do Rivaldo do que do esquema
montado pelo Luiz Felipe Scolari. Se olharmos
bem a formatação tática brasileira, veremos que
a maioria das jogadas fica sendo trabalhada ainda
na intermediária do nosso time, com toques
laterais entre os zagueiros e os volantes, até que,
sem perspectiva de passe para algum atacante
ou armador que encontre-se desmarcado ou em
boa posição, toca-se a bola para trás e o goleiro
dá aquele looooongo “bico” lá pra frente, para o
coitado do centroavante tentar ganhar dos altos
e fortes zagueiros, que prevalecem cada vez mais
na maioria dos escretes ao redor do mundo. Mais
manjado, impossível.
Agora vivemos pela segunda vez a “Era Dunga”.
Triste e, acima de tudo, uma demonstração
“Goooolaaaaaaaa aço-aço-aço”
25
(Jorge Curi, radialista e locutor esportivo)
comprometimento com empresários de atletas
e capaz de barrar o “craque” quando este estiver
mal não seria, ao menos, uma boa opção, uma
boa tentativa? Como diz o ditado popular, “errar é
humano, insistir nele é burrice”. Manter a falência
tática do futebol brasileiro, demonstrada de forma
clara e semanal nos campeonatos regionais e
nacionais nos canais de televisão, é seguir errando,
seguir perdendo terreno, seguir acreditando que
somente talento vence jogo e seguir ignorando a
realidade atual do futebol mundial.
Espero que ao lerem esse texto (ao menos os
que gostam de futebol ou que gostam de mim)
estejamos vencendo nas eliminatórias para a
Copa do Mundo de 2018, na Rússia (se também
não virarem a mesa da FIFA). Caso não, me
perdoem por jogar mais água fria no leitor, mas
sigo torcedor brasileiro e, como a maioria de nós,
ainda acredito que Deus seja daqui.
*Dr. Vincenzo Giordano foi presidente da SBOT-RJ na gestão 2013
clara de que não existem treinadores capazes
de assumir esse cargo na seleção nacional. Se
compararmos o esquema construído (construído?)
pelo atual treinador do Brasil com as de outras
seleções, como as da Argentina, Chile, Paraguai
e Peru, veremos que “involuímos” com o passar
dos anos ao passo que eles nos passaram e
nem vimos. Isso sem falar dos escretes alemão,
holandês e espanhol, anos-luz à nossa frente
também. E aí entra outro aspecto que gostaria
de abordar com o leitor e que fica patente ao
traçarmos paralelos com essas outras seleções, a
falta de entrega do jogador brasileiro. Pois bem,
além de um esquema tático inexistente ainda
temos que aturar jogadores sem vontade de vestir
a camisa amarelinha. Quando foi que informaram
aos atacantes brasileiros que não precisam dar
combate à saída de bola? Quem inventou que
nossos “homens de criação” não precisam marcar
no meio de campo? Quando passamos a aceitar
que nossos laterais não saibam nem chegar à linha
de fundo nem cruzar uma bola para trás? Quem
disse que zagueiro tem que fechar os olhos e zunir
a perna em qualquer direção, mesmo que nela não
se encontre a bola, mas um jogador adversário?
Pois é, meu amigo leitor, precisamos repensar
o que imaginamos de nossa seleção para os
próximos anos. Será que um treinador de fora,
sem vícios, vitorioso internacionalmente, sem
aço-aço-aço”
26
SBOT Rio CulturalPor: Dr. Alberto Daflon
Escritora, poeta, ficcionista, cronista e dramaturga brasileira
Hilda Hilst, Jaú, 21/04/1930 - Campinas, 4/02/2004
O artigo desta edição do BORJ é uma homenagem
às mulheres ortopedistas, esposas e mães. Para
isso, nada mais justo do que escolher a poetisa e
escritora Hilda Hilst. Ela nunca foi mãe como vocês
vão entender no texto a seguir, mas foi ousada
e criou além da sua obra literária, a Casa do Sol.
Encomendei ao meu querido irmão, conhecedor
profundo da história de vida e da obra literária
de Hilda Hilst, o texto abaixo, onde de forma
muito caprichada Fábio Daflon nos apresenta esta
grande mulher.
um POeTA nA CAsA dO sOLSe viva, em 21 de abril do ano corrente, Hilda Hilst
teria completado 85 anos. Filha de pai esquizofrênico
não quis ter filhos, o que deitou no mundo foram
seus poemas, peças de teatro e a Casa do Sol,
tombada pelo patrimônio histórico do Brasil, onde
funciona o Instituto Hilda Hilst, porque foi naquela
casa que Hilda morou e escreveu boa parte de
sua obra. Seu lirismo é o de uma mulher amada
e amante, que se deu sem ter de se dividir entre
função de mãe e de mulher. A Casa do Sol tem um
pátio interno, onde, hoje, ocorrem apresentações
de peças teatrais da autora entre outros eventos de
celebração de sua rica obra. À noite não há luzes
no teto, só abajur, foco na máquina de escrever,
pois a poetisa gostava da penumbra. Na Casa
do Sol há jardim imenso e muitos cães, devido à
paixão que Hilda nutria pelos caninos. A seguir dois
poemas exemplares da feminilidade de Hilda
Hilst, que, não apenas por se interessar pelo amor,
pois combateu politicamente o regime militar,
atestam a doçura e a intensidade da entrega
da poetisa ao pôr na página o que viveu como
a mulher esplêndida que foi — e ainda é na
lembrança dos que amam a vida e a poesia de
alta qualidade.
“Alguns doutos em ciências descobriram que quanto maior o intestino, mais místico o indivíduo. E quem mais místico que Deus? Grande Intestino, orai por nós”
Hilda Hilst
27
A primeira prótese inteligente do seu paciente3E80 - a nova articulação de joelho eletrônica
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Um ramo verde minha bandeira
No meu vestido uns encarnados
Docilidade tua
Eu tua inteira.
DA MORTE. ODES MÍNIMASTe sei. Em vida
Provei teu gosto.
Perda, partidas
Memória, pó
Com a boca viva provei
Teu gosto, teu sumo grosso.
Em vida, morte, te sei.Construída por Hilda Hilst em 1965, a Casa do Sol abrigou
a autora até o seu falecimento em 2004
28
Acontece no Estado
Referência em atendimento
O Hospital Estadual de Traumatologia e Ortopedia
Dona Lindu, localizado em Paraíba do Sul, cidade
Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro,
completou cinco anos de funcionamento.
Desde sua inauguração, em junho de 2010,
foram realizadas mais de 17,4 mil cirurgias.
Entre janeiro e maio deste ano, a unidade registrou
1.646 procedimentos cirúrgicos, o maior número
em tratamento de média e alta complexidade
feito em um hospital da rede estadual de saúde,
segundo a Secretaria de Estado de Saúde.
Voltado exclusivamente para pacientes do
Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital
realiza aproximadamente 3.140 atendimentos
ambulatoriais e 13 mil exames por mês.
O Dona Lindu conta com uma equipe de
89 médicos, que atendem pacientes dos
92 municípios do Estado.
“Acredito que um hospital voltado totalmente para
a ortopedia vá ao encontro de uma visão de gestão
pública de saúde eficiente, permitindo a pacientes
de qualquer município ter acesso a nossa unidade
através do sistema de regulação”, ressalta Dr. Luiz
Carlos Zacaron Jr., que assumiu a gestão do serviço
de ortopedia do Dona Lindu em abril deste ano
após atuar no corpo clínico desde 2010.
Com ambientes climatizados, 68 leitos, quatro
salas cirúrgicas, consultórios ambulatoriais e centro
de imagens com aparelhos de alta tecnologia, a
unidade também é evidenciada pela qualidade e
humanização de seu atendimento. De acordo com
balanço realizado pelo Serviço de Atendimento ao
Usuário (SAU), entre 2014 e 2015, 98% dos pacientes
se colocaram na categoria "Muito Satisfeitos"
durante a estadia hospitalar na unidade.
“Em virtude da bem sucedida parceria entre o Dona
Lindu e o Instituto Nacional de Traumatologia e
Ortopedia Jamil Haddad (INTO) temos conquistado
cada dia mais a confiança dos pacientes. A
humanização no atendimento é nosso princípio
norteador”, conta Dr. Luiz Carlos Zacaron Jr.
Dona Lindu completa cinco anos com o maior número em trata-mento de média e alta complexidade da rede estadual de saúde
29
A ideia dos Encontros Científicos surgiu no final de
2013, em uma reunião informal do serviço de ortopedia
Professor Marco Antônio N. Mibielli, do Hospital das
Clínicas de Teresópolis Costantino Ottaviano (HCTCO).
A proposta era realizarmos mensalmente encontros
que abrangessem temas dentro das subespecialidades
com palestras ministradas por médicos residentes e staffs do serviço.
Inicialmente, eles aconteciam no auditório do
HCTCO e passaram a ser frequentado também por
amigos e colegas da fisioterapia, que trabalhavam
tanto no hospital quanto na Universidade, e
mostravam-se sempre ávidos pelo conhecimento,
acrescentando às reuniões um lado que nós,
ortopedistas, pouco conhecíamos.
Observando a necessidade de uma integração
entre ortopedistas e fisioterapeutas, convidamos
o serviço de fisioterapia da unidade de saúde
para participar de forma ainda mais ativa. Hoje,
considero esta união o trampolim para o sucesso
de nossas reuniões, que passaram a se chamar
Encontros de Ortopedia e Fisioterapia Professor
Marco Antônio N. Mibielli.
Encontros em Teresópolis *Por: Dr. Daniel Bertoluci Futuro
Oito edições foram realizadas em 2014 e, devido
ao sucesso do evento, decidimos que em 2015
iríamos inovar, trazendo colegas de outros
serviços para dividir e somar conhecimentos.
Entretanto, para atingir esta meta, precisaríamos
de mais espaço. Foi assim que resolvemos nos
transferir para o Centro Universitário Serra dos
Órgãos (UNIFESO). Iniciou-se, portanto, em
fevereiro deste ano, uma nova fase.
No dia 26 de agosto acontecerá mais uma edição.
Dr. Paulo Brumm abordará o tema “Deformidades
da coluna na infância e adolescência”, e a
fisioterapeuta Fabíola Fiorio Gerpe falará sobre
“Abordagem e prescrição de palmilhas nos
desequilíbrios posturais”.
Nossos encontros ocorrem, usualmente, na última
quarta-feira de cada mês, às 19h, no Campus
sede da UNIFESO. Venha desfrutar de uma noite
agradável e científica na Serra.
Esperamos vê-los lá!
Jornada SBCJ Regional Rio Realizada no mês de maio, a 5ª Jornada Regional
RJ da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho
(SBCJ) reuniu cerca de 150 ortopedistas em busca
de atualização em cirurgia de joelho em Itaipava,
na Região Serrana do Rio.
A edição deste ano contou com a presença do
convidado internacional Dr. Michael J. Fracchia,
dos Estados Unidos, especializado em “Cirurgia
Navegada do Joelho”.
Sob a coordenação do Dr. José Paulo Gabbi,
delegado da Regional RJ da SBCJ, o evento contou
com mesas-redondas e debates sobre os principais
temas da especialidade.
“Destaco a presença de todos os membros da
diretoria da SBCJ e de representantes de 18
serviços de Ortopedia. A discussão de temas atuais
entre palestrantes e participantes possibilitou um
excelente intercâmbio”, relatou Dr. Gabbi.
*Dr. Daniel Bertoluci futuro é preceptor do Programa de Residência Médica do Hospital das Clínicas de
Teresópolis Costantino Ottaviano.
30
Homenagem
um adeus ao grande“TIO” da ortopedia do Rio
A manhã do dia 30 de junho foi marcada por um
fato que sensibilizou a classe ortopédica do Rio de
Janeiro. Considerado uma história viva da profissão
no Estado, o Técnico de Imobilização Ortopédica
(TIO) Sr. Luiz Chapetta faleceu, deixando muitas
lembranças e saudade aos ortopedistas que
tiveram a oportunidade de conhecê-lo.
Durante muitos anos, Sr. Luiz Chapetta fez parte da
equipe do Hospital Universitário Clementino Fraga
(Hospital do Fundão) da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), local que ficou conhecido
como o “Rei do Gesso”. Trabalhou diretamente com
o Dr. Marcos Musafir e com o Dr. José Sérgio Franco,
atual chefe do Departamento de Ortopedia e
Traumatologia do Hospital do Fundão.
“Conheci o Chapetta em 1975, no Hospital
Miguel Couto, quando estava no quinto
período de faculdade. Ele realmente nasceu
para servir e serviu todo o tempo. Estava
sempre disposto a ajudar e a trabalhar.
Além de um excelente gesseiro, participou
ativamente da parte acadêmica do Fundão.
Um homem dedicado também à família que
será lembrado sempre com muito carinho”,
relatou Dr. José Sérgio Franco.
Sr. Luis Chapetta foi responsável por
acompanhar gerações de profissionais da
ortopedia e se tornou uma autoridade
nacionalmente reconhecida em moldagem
de gesso para uso ortopédico, ministrando
inclusive cursos Brasil afora. Aprendeu
a técnica de imobilização sem estudar a
teoria. Seu nível de escolaridade era apenas
o primário (atualmente o fundamental),
mas mesmo assim conseguiu transferir seus
conhecimentos a novos técnicos. O primeiro
curso de imobilização ortopédica que ministrou foi
em 1985 com o apoio da SBOT-RJ.
Nascido em 03 de março de 1934, no Rio de Janeiro,
sua trajetória como "TIO" iniciou-se como paciente
ainda jovem, ao fraturar a perna e ficar internado
no Hospital Escola do Hospital São Francisco de
Assis. Seu tratamento durou dois anos e a sua
ligação com a ortopedia uma vida inteira.
Quando já tratado, começou a ajudar os médicos, inicialmente em todos os serviços, mas depois foi se
tornando um auxiliar dos professores de ortopedia
31
nas aulas práticas da graduação até ser contratado
como funcionário público pelo Hospital Escola São
Francisco de Assis. Em 1974, com a inauguração
do Hospital Universitário do Fundão, Sr. Chapetta
foi transferido para a sala de gesso do serviço de
ortopedia em que furutamente se aposentou.
O suplente do Departamento de Ortopedia e
Traumatologia da Faculdade de Medicina da
UFRJ, Dr. Antonio Vitor, que conheceu o Sr. Luiz
Chapetta ainda como estudante no Hospital São
Francisco de Assis e trabalhou por muitos anos
com ele no Hospital do Fundão, contou que foi um
prazer muito grande dividir um tempo da sua vida
com o profissional.
“Foi um indivíduo bastante trabalhador, mesmo
com as limitações que tinha por conta de
intervenções ortopédicas na perna. Participou de
muitos congressos ORTRA projetando os slides
das apresentações, e tornou-se, inclusive, uma
figura folclórica com a função, e foi extremamente
importante para a formação de novos técnicos”,
lembrou Dr. Antonio Vitor.
A SBOT-RJ registra aqui a sua homenagem ao Sr.
Luiz Chapetta, um profissional comprometido
que possuía a credibilidade necessária para o
ensinamento, com grande experiência prática e,
o mais importante, um cuidado especial na sua
relação com o paciente.
Ele realmente nasceu para servir e serviu todo o tempo
Dr. José Sérgio franco, chefe do serviço de Ortopedia e
Traumatologia do Fundão
”“
32
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33
Eleição SBOT-RJ
Diretoria 2018 é definidaNo dia 16 de junho, na Casa
do Ortopedista, foi realizada a
eleição que definiu a diretoria
2018 da SBOT-RJ. Atual chefe do
Serviço de Ortopedia do Instituto
Nacional de Traumatologia
e Ortopedia Jamil Haddad
(INTO), Dr. Carlos Alberto de
Souza Araujo Neto será, daqui
a três anos, o presidente da
Regional Rio.
“Assumirei uma importante
missão e estou orgulhoso por
isso. O empenho da SBOT-RJ
deve ser sempre o de organizar fóruns de
discussão para treinamento, atualização e melhoria
das condições de trabalho e remuneração do
ortopedista”, enfatizou.
Ele ainda acrescentou dizendo que espera
contribuir para o aprimoramento da comunicação
Dr. Carlos Alberto de Souza Araujo Neto assumirá a presidência da Regional Rio em 2018
Lançado pelo Instituto Ethos e pela Associação
Brasileira de Importadores e Distribuidores de
Implantes (ABRAIDI), o Ética Saúde é um Acordo
Setorial entre importadores, distribuidores e
fabricantes de dispositivos médicos que estabelece
normas de transparência e integridade para o setor.
A intenção é que, em breve, outros agentes também
integrem a iniciativa, como os planos de saúde, os
hospitais e a classe médica.
O acordo reúne mais de uma centena de empresas
do setor de implantes, como órteses, próteses
Transparência para o setor
Ética Saúde
com os profissionais atuantes tanto na capital
quanto no interior do Estado, melhorando também
a interação com os Comitês de subespecialidades
da Regional Rio.
Confira a formação completa da diretoria 2018 no site da SBOT-RJ.
e materiais especiais, e prevê, pela primeira vez
no Brasil, a criação de um programa voltado para
o fortalecimento de um ambiente de negócios
ético e transparente na comercialização de
produtos médicos.
A estrutura do acordo brasileiro foi baseada na
metodologia de Transparência Internacional
e códigos de conduta de associações como a Advanced Medical Technology Association, dos
Estados Unidos, e a Eucomed Medical Technology,
da União Europeia.
34
Eventos da área
A Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e
Cotovelo (SBCOC) promoveu, entre os dias 30
de julho e 1º de agosto, o 4º Closed Meeting. O
evento foi realizado em Muro Alto, em Porto de
Galinhas (PE). O encontro contou com simpósios e
espaço para discussão de casos, além de palestras
com convidados internacionais.
“Dor do Lado Ulnar do Punho” será o tema do 11º
Simpósio de Punho e Mão que será realizado no dia
29 de agosto, no Hospital Federal da Lagoa, no Rio
de Janeiro. O evento contará com a participação
de um convidado estrangeiro e especialistas
brasileiros. Serão realizados workshops, mesas-
redondas, aulas e debates.
Dr. Jeffrey Greenberg, da Indiana Hand to Shoulder Center (EUA), que possui vasta experiência e
“A Comissão Organizadora se empenhou na
realização de um grande evento, tendo como metas
a atualização, a descontração e o congraçamento
dos seus associados. A programação científica
contou com a presença de importantes nomes que
atuam na área”, comentou Dr. Saulo Monteiro dos
Santos, presidente do 4º Closed Meeting.
SBCOC realiza evento em Pernambuco
3º Congresso brasileiro SBRATEO 3º Congresso da Sociedade Brasileira de
Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE)
aconteceu entre os dias 6 e 8 de agosto, no WTC
Events Center, em São Paulo. O encontro científico
recebeu especialistas de outros países como
Suécia, Canadá, França e Suíça.
"Tivemos um formato inovador, com um palco
central de 360°. Também contamos com um
time excepcional de palestrantes internacionais
ligados ao trauma do esporte e a algumas das
maiores entidades esportivas do mundo”, explicou
Dr. Moisés Cohen, presidente do Congresso.
livro publicado sobre o assunto do Simpósio, é a
presença internacional confirmada desta edição.
A expectativa é de que 200 profissionais, dentre
ortopedistas, cirurgiões plásticos e neurologistas
participem do encontro científico.
Coordenado pelo Dr. Henrique de Barros, o evento
conta com o apoio da SBOT-RJ, da Sociedade
Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) e das
empresas: Aquatop, FollowUp Clinical Center,
Implantar, Mantercorp Farmasa, Ortho Store, Oscar
Iskin, Per Prima, Salvapé e Tellus Rio.
Informações: simposiodepunhoemao.com.br
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até um índice de reajuste de acordo com a
“qualificação” do profissional, ou seja, o mesmo
serviço poderá ter valores diferentes, levando-se
em conta o “padrão” técnico do profissional.
Em uma rápida visita ao site da ANS observa-se que
as audiências públicas objetivando regulamentar
a Lei no 9.656/98, alterada em parte pela Lei nº
13.003/14, caminham para algo muito maior
do que uma mera regulamentação, que deveria
apenas indicar a forma de cumprir a Lei, para uma
verdadeira “emenda legislativa” alterando garantias
previstas na Lei em desfavor dos médicos. E
questões de interesse da classe médica como
proibição de glosas estão ficando à margem.
Minha orientação como jurista e profissional que
milita ao lado dos médicos desde 2001 é que
cada sociedade médica, cada associação regional
e que cada profissional acompanhe mais de perto
o trabalho da ANS, entendendo que os senhores
não são reféns da situação, ao contrário, são a peça
fundamental, sem a qual o cidadão não tem acesso
à saúde suplementar e, da mesma forma, sem os
senhores, os planos de saúde teriam que fechar
imediatamente as portas.
Direitos & Deveres *Por: Dr. Alexandre Martins
A “NOVA” LEI DOS PLANOS DE SAÚDE
A festejada Lei nº 13.003/14 fez, em junho, seu
primeiro ano de vida, e eu pergunto: Temos o que
comemorar? Bom, para responder essa indagação,
devemos fazer uma rápida retrospectiva. A Lei nº
13.003/14 na verdade é uma mera alteração da
Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, modificando
apenas seus artigos 17 e 18 e incluindo o artigo
17-A. Porém, tal Lei foi apresentada aos públicos
médico e leigo como “A nova Lei dos Planos de
Saúde”, o que já podemos concluir, sem muito
esforço cognitivo, que na verdade se fez muito
barulho por nada.
O Artigo 17-A, que a mim parece o único ponto
relevante de toda a “nova Lei”, determina a
obrigatoriedade de um contrato escrito, não
valendo para relação dos médicos com os planos
o contrato verbal, aquele ajuste feito quase que
na confiança. O dito artigo também determina
a fixação de um reajuste anual dos valores dos
serviços, que pode ser atrasado pela operadora
até três meses sem qualquer previsão de aplicação
retroativa do reajuste, vale dizer, a tabela acordada
pode durar por até 15 meses.
O parágrafo sexto do artigo acima, deixou a cargo
da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
regulamentar esse artigo, e ao que parece a ANS
cria um ambiente muito favorável aos planos de
saúde e bem sacrificial aos médicos, instituindo
*Dr. Alexandre Martins é advogado e Consultor Jurídico da SBOT-RJ. É de sua autoria o livro
“Responsabilidade Civil do Médico – Ed. DOC”.
Light Jápara comunicação
de falta de luz
Histórico de Consumo
Débito Automático
Acompanhamentode Serviço
Alteração Cadastral
Código de Barras da Conta
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