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Verso fnalBraslia, maro de 2011
Ctres Ct CFESS-CRESS a eate sreef e Traaares a Assstca Sca
Trabalhar na
assisTEncia socialEm dEfEsa dos
dirEiTos da
sEguridadE social
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PRESidEnTE Ivanete Salete Boschetti (DF)ViCE-PRESidEnTE Smbara Pala Ribeiro (CE)1 SECRETRiA Tnia Maria Ramos de Godoi Diniz (SP)2 SECRETRiA Neile d'Oran Pinhero (AM)1 TESouREiRA Rosa Helena Stein (DF)2 TESouREiRA Telma Ferraz da Silva (BA)
ConSElho FiSCAlSilvana Mara de Morais dos Santos (RN)Pedro Alves Fernandes (MG)Ktia Regina Madeira (SC)
SuPlEnTESEdval Bernardino Campos (PA)Rodriane de Oliveira Soza (RJ)Marinete Cordeiro Moreira (RJ)Knia Agsta Figeiredo (MG)Eriv Garcia Velasco (MT)Marcelo Sitcovsky Santos Pereira (PB)
Maria Elisa dos Santos Braga (SP)Maria Bernadette de Moraes Medeiros (RS)Marylcia Mesqita (CE)
GESTO ATITuDE CRTICA PARA AVANAR NA LuTA (2008-2011)
GRuPo dE TRAbAlho RESPonSVEl PElA ElAboRAo do doCumEnTo
Ivanete Salete Boschetti (CFESS)Marinete Cordeiro Moreira (CFESS)
Edval Bernardino Campos (CFESS)Jcimeri Isolda Silveira (CRESS-PR)Elosa Gabriel dos Santos (CRESS-SP)
REViSoDiogo Adjto - Assessoria de Comnicao do CFESS
PRojETo GRFiCo, diAGRAmAo E CAPARafael Werkema - Assessoria de Comnicao do CFESS
Trabalhar na assisTEncia social
Em dEfEsa dos dirEiTos da
sEguridadE social
PRODuO EDITORIAL
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Trabalhar na assisTencia social em defesa dos direiTos da seguridade social
1) ApresentAo1
O Conjunto CFESS-CRESS, composto pelo Conselho Federal de Servio Social, por 25 Con-selhos Regionais de Servio Social e por duas Seccionais de Base Estadual, congrega hoje apro-
ximadamente 95 mil assistentes sociais inscritos/as e ativos/as, que atuam em diversos espaosde trabalho, como as polticas sociais, o chamado campo sociojurdico, empresas, organizaesno governamentais e movimentos sociais. As reas de maior concentrao prossional so aspolticas de Sade e Assistncia Social.
Nos ltimos trinta anos, o Conjunto CFESS-CRESS vem lutando em dierentes rentes e dediversas ormas para garantir e ampliar direitos, tendo como Projeto tico-poltico prossionala luta pela construo de uma sociedade justa e igualitria. Contrariando e se conrontando
s oras que aceitam e/ou reoram as investidas do capital e a mercantilizao das relaessociais, bens e servios, os/as assistentes sociais ousam permanecer no campo da contracorrentee sustentam a deesa e a rearmao de direitos que, inseridos em um projeto societrio maisamplo, buscam cimentar as condies econmicas, sociais e polticas para construir uma socie-dade emancipada, que no se esgota na garantia da cidadania burguesa. A concepo de cida-dania presente no Projeto tico-poltico prossional do Servio Social brasileiro articula direitosamplos, universais e equnimes, orientados pela perspectiva de superao das desigualdadessociais e pela igualdade de condies nos marcos de uma sociedade no-capitalista.
So estes parmetros que balizam a deesa da assistncia social como poltica de SeguridadeSocial, entendendo que esta ltima deve incluir todos os direitos sociais previstos no artigo 6da Constituio Federal (educao, sade, trabalho, moradia, lazer, segurana, previdncia e as-sistncia social) de modo a conormar um amplo sistema de proteo social, que possa garantirmudanas eetivas nas perversas condies de vida da classe trabalhadora. Por isso, o debate emtorno da denio dos trabalhadores da assistncia social deve pautar-se em dimenses ticas,polticas e tcnicas que reconheam o trabalho na assistncia social como espao de deesa eampliao de direitos, de reconhecimento dos usurios dessa poltica como sujeitos coletivos
partcipes de sua construo e de respeito s competncias e atribuies de cada prosso, regi-das por suas regulamentaes especcas, bem como seus cdigos de tica.
Os dados apontados pela Pesquisa de Inormaes Bsicas Municipais de 2009 (Munic) revelama inegvel expanso do quadro de trabalhadores no Sistema nico de Assistncia Social (SUAS),com acrscimo de 30,7% entre 2005 e 2009, pois o nmero saltou de 139.549 trabalhadoresem 2005 para 182.436 em 2009. Esse aumento considervel, entretanto, no acompanhouo aumento total de trabalhadores nas preeituras. Em relao a estes, sua representatividade
1. Este texto incorpora relexes j publicadas pelo CFESS em outros documentos citados na bibliograia. Desse modo, ostrechos aqui utilizados no so apresentados com destaque, visto que se trata de mesma autoria.
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soreu um decrscimo de 1,9%, o que nos revela a necessidade de assegurar sua ampliao emcondies adequadas e garantir a prossionalizao da Poltica de Assistncia Social em todasas suas dimenses, desde sua execuo at o planejamento, avaliao e monitoramento, gesto
da inormao e apoio e assessoria tcnica s instncias de controle social.Mais do que nunca, a denio de trabalhadores do SUAS, o que poder contribuir com suaampliao, no pode dissociar-se do debate e garantia das condies de trabalho, pois o au-mento vericado oi acompanhado pelo aumento da precarizao nas relaes de trabalho: ostrabalhadores sem vnculo permanente cresceram 73,1%. Ou seja, muitos dos novos empregoscaracterizam-se por trabalhos precrios: os trabalhadores estatutrios correspondem a apenas38,34%; enquanto 25,04% no tm vnculo permanente, 19,56% possuem apenas cargo co-missionados e 12,84% so regidos pela Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). Isso signica
que aproximadamente metade dos trabalhadores (44,6%) do SUAS no possuem vnculo per-manente com a Poltica de Assistncia Social, o que possibilita a alta rotatividade e desconti-nuidade dos servios.
Embora o debate atual sobre denio de trabalhadores da assistncia social, promovido peloConselho Nacional de Assistncia Social (CNAS), contemple inicialmente, somente os/as pro-ssionais de nvel superior, imprescindvel que se alargue para todos os trabalhadores, pois,conorme a Munic 2009, aqueles de nvel superior correspondem a apenas 28,4% do total,enquanto os trabalhadores com ensino mdio completo correspondem a 48,7%, os de ensinoundamental a 18,7% e aqueles sem instruo ainda so 1,7% do total.
A Munic 2009 no detalha o nmero de trabalhadores por ormao prossional, o que nosimpede de saber quantos so assistentes sociais, mas indica que, entre os 41,1% gestores mu-nicipais que possuem nvel superior, a maioria (29,6%) assistente social, seguidos pelos/aspedagogos/as (21,7%) e outras prosses (22%). Tais dados reoram a sua histrica atuaocomo trabalhador/a da assistncia social.
Tais questes reoram a necessidade de constituir um quadro de trabalhadores na Poltica deAssistncia Social que a consolide como poltica pblica de seguridade social, voltada para oenrentamento da dramtica questo social no Brasil, que se expressa na desigualdade social,pobreza, violncia, barbarizao e mercantilizao da vida. O/a assistente social possui umaormao prossional que o/a habilita terica, tcnica e politicamente para atuar nas expressesda questo social, em suas dierentes ormas de maniestao. As condies objetivas de vida daclasse trabalhadora, marcadas pela ome, desemprego, violncia, excluso do acesso aos direitoscomo sade, previdncia, moradia, educao, transporte e assistncia social, constituem a basematerial de sua interveno prossional. Por isso, sua atuao exige competncias que vo des-
de o reconhecimento crtico de necessidade sociais no contempladas no campo dos direitos,at a ormulao e gesto de polticas sociais e ormas de mobilizao e organizao poltica.
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2) A LutA HistricA do conjunto cFess-cress em deFesA dA poLticA deAssistnciA sociAL: sentido e compromisso
So os princpios e diretrizes acima indicados que orientaram, historicamente, a ao dos/
as assistentes sociais brasileiros/as em momentos cruciais no processo de reconhecimen-to e consolidao da assistncia social como direito social e poltica de seguridade social:
MesmoantesdaConstituiode1988,os/asassistentessociaisj atuavamnaextintaLe-
gioBrasileiradeAssistncia(LBA),constituindoseuprincipalquadrode trabalhadorese,
comatuaocrtica,condenavamastendnciasclientelistasdesuasdireesedefendiamsua
transformaoeextino;
DuranteaConstituinte(1987-1988),oCFESSparticipouativamentenassubcomissese
ComissodaOrdemSocial,sendoumardorosodefensordaseguridadesocialcomoamplo
sistemadeproteosocial,quedeveriaincluiraAssistnciaSocial,PrevidnciaeSade.
Nesteprocesso,secontrapssforasquedefendiamqueaseguridadesocialdeveriase
limitarprevidnciasocial;
NotranscorrerdoprocessodeelaboraoeaprovaodaLeiOrgnicadeAssistnciaSocial
(LOAS1989-1993),oCFESScombateuferozmenteovetodoentoPresidenteColloraopri-
meiroProjetodeLOAS;articulouaelaboraoeapresentaoaoCongressodeumamploe
alargadoprojetodeleideAssistnciaSocial(queinfelizmentenofoiaprovado);lutounom-
bitodolegislativocontravriosprojetosdeleisquedefendiamaesextremamenterestritivas
deassistnciasocial;apresentouinmerasemendasaoProjetodeLeiqueveioaseraprovado
esancionadoem1993,nointuitodeampliararendapercapitaparaacessoaoBenefciode
PrestaoContinuada(BPC),incluirdiferentesprogramas,projetoseserviosegarantira
descentralizaoeoexercciodocontrolesocialdeformaautnomapelosConselhosdeAssis-
tnciaSocialnastrsesferas(muitasemendasforamacatadas);
ApsaaprovaodaLOAS,oCFESScontinuou lutandoarduamenteparasua implemen-
tao: entroucomao judicialparaqueoCNASfosseinstitudoem1994;participoudeseisgestesnoCNAS,representandoosegmentodostrabalhadores;e elaborouepublicizou
diversasmanifestaesemdefesadocumprimentodaLOASe,maisrecentemente,doSUAS;
Emtodososestadosbrasileiros,osCRESSinseriram-senaslutaspelaformulaodasleisorgnicas
estaduaisemunicipaisdeAssistnciaSocialepelainstituiodosConselhosdeAssistnciaSociale
participamdemuitosConselhosMunicipaiseEstaduais,representandoostrabalhadoresdarea;
OConjuntoCFESS-CRESSfoiquemmaisapresentousugestesNormaOperacionalBsicade
RecursosHumanosdoSUAS(NOB/RH/SUAS),eemdocumentodeonzepginasapresentadoao
CNASpoca,defendeuqueodebatedeveriasesituarnombitodaGestodoTrabalhoenoderecursoshumanos,sendoqueamaioriadesuassugestesforamincorporadasaodocumentonal;
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Embuscadaqualidadedosserviosprestadosaos/susurios/as,elaborouepublicouduas
versesdeparmetrosparaatuaodeassistentessociaisnaPolticadeAssistnciaSocial,
sendoaprimeiraversopublicadaemconjuntocomoConselhoFederaldePsicologia.
O compromisso tico, poltico e prossional do Conjunto CFESS-CRESS na luta pela Assistn-cia Social no se pauta pela deesa de interesses especcos ou corporativos de uma prossoou de um segmento. Nossas lutas se undamentam nos princpios do Cdigo de tica do/a
Assistente Social, que preconiza o reconhecimento da liberdade, autonomia, emancipao eplena expanso dos indivduos sociais; a deesa intransigente dos direitos humanos e na recusado arbtrio e do autoritarismo; a ampliao e consolidao da cidadania, com vistas garantiados direitos civis, sociais e polticos da classe trabalhadora; a deesa do aproundamento dademocracia, enquanto socializao da participao poltica e da riqueza socialmente produzida;o posicionamento em avor da equidade e justia social, que assegure universalidade de acessoaos bens e servios, bem como sua gesto democrtica e o empenho na eliminao de todas asormas de preconceito.
A atuao do Conjunto CFESS-CRESS como entidade representativa da categoria undamen-tada, ainda, na construo de alianas com outras organizaes de trabalhadores que deendamos mesmos princpios tico-polticos. A luta por condies de trabalho, expanso dos direitos,na perspectiva da ampliao da proteo social brasileira, com perspectiva emancipatria, re-
quer o ortalecimento e articulao s lutas mais gerais da classe trabalhadora. Esse o sentidoe compromisso da nossa atuao no mbito da Assistncia Social.
3) pressupostos pArA deFinio de trAbALHAdores dA AssistnciA sociAL
Como poltica pblica que assegura direitos sociais, a denio de trabalhadores deve contar comequipe multiprossional, que possa atuar de orma ampla, de modo a construir respostas prossio-nais s complexas e mltiplas demandas da realidade, que se objetivam nas necessidades sociais.
Esta denio tambm deve ser considerada na perspectiva da gesto do trabalho em seu sentidomais amplo, que contemple ao menos trs dimenses indissociveis: as condies materiais, ins-titucionais, sicas e nanceiras necessrias para execuo da assistncia social; as competncias eatribuies prprias de cada prosso; e os meios e instrumentos necessrios ao exerccio pros-sional. A garantia e articulao dessas dimenses so undamentais para que os/as trabalhadores/as possam se constituir e se reconhecer como trabalhadores e atuar na perspectiva de eetivar aPoltica de Assistncia Social e materializar o acesso da populao aos direitos sociais.
Assim, a denio de trabalhadores da Assistncia Social deve se pautar em alguns pressupostosque, entendemos, so indispensveis para o trabalho prossional, sinalizados a seguir.
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3.1) condies AdequAdAs de trAbALHo
A ampliao do SUAS requer cada vez mais o reconhecimento legal da assistncia social comopoltica pblica. Isso inegvel, mas no conseguir alcanar esse patamar apenas com a am-
pliao e denio do quadro de trabalhadores. undamental que os trabalhadores, inde-pendentemente de suas especicidades, tenham garantidos os direitos trabalhistas e condiesadequadas ao exerccio de seu trabalho. A estruturao institucional da Poltica de AssistnciaSocial uma realidade e o SUAS contribuiu para isso. Mas a prpria Munic revelou que as condi-es de trabalho ainda esto muito distantes do razovel. Alm das questes relativas s relaesde trabalho, apontadas na apresentao desse documento, alguns dados sobre a inraestrutura(in)existente nos municpios so reveladores dos imensos desaos: inorma a Munic 2009 que,em apenas 40,3% dos municpios, o rgo gestor da Poltica de Assistncia Social unciona em
prdio de uso exclusivo; diz ainda que piorou a inraestrutura de comunicao, com decrsci-mo de linhas telenicas entre 2005 e 2009 e que so poucos os computadores com internet,tendo havido decrscimo em municpios de pequeno porte.
Desse modo, alm de denir os trabalhadores, preciso assegurar:
instituiodequadrodetrabalhadoresespecializadosnastrsesferasdegoverno;
estabelecimentodeequipesdetrabalhadorescondizentescomacomplexidadedasdemandase
exignciasticasetcnicas; polticadeeducaoe capacitaopermanente, continuada,sistemtica,quecontemplefor-
maotica,polticaeprossional,naperspectivadefortaleceraassistnciasocialcomosiste -
madeprestaodebenseservios,mastambmcomoespaodedisputa,organizaopopular
efortalecimentodaslutassociais;
relaesdetrabalhoestveisasseguradasporconcursopblicoecontratodetrabalhoque
garantadireitostrabalhistas;
salrioscondizentescomafunoejornadadetrabalho;
jornadadetrabalhoadequadafunoequerespeiteaslegislaesespeccas,aexemplode
jornadasemanalde30hparaassistentessociais;
organizaodotrabalhoqueelimineaaltarotatividade,demodoaevitaradescontinuidade
dosservios;
recursos institucionaisnanceirosemateriais quepossibilitemoatendimentosdemandas
dos/asusurios/as;
implantaodepolticadereconhecimentoevalorizaodo/atrabalhador/aeaconcretizao
daNOB/RH/SUAS,comimplementaodoPlanodeCargos,CarreiraseSalrios(PCCS).
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3.2) GArAntiA de condies tcnicAs e ticAs
Todas as prosses requisitam a garantia de determinadas condies tcnicas e devem seguir osprincpios ticos estabelecidos para os uncionrios pblicos. Mas, para alm destes, as pros-
ses de nvel superior regulamentadas possuem particularidades relacionadas s suas compe-tncias e atribuies, que devem ser respeitadas e garantidas, pois resultam de lutas e constru-es coletivas de cada prosso, em conjunto com as lutas mais gerais da classe trabalhadora:
autonomiadotrabalhoqueassegureodireitoderealizarescolhastcnicasnocircuitodade-
cisodemocrtica;
liberdadeparapesquisar,planejar,executareavaliarseutrabalho,emconjuntocomosdemais
prossionais;
realizaodesuascompetnciastcnicasepolticasnasdimensesdotrabalhocoletivoeindividual;
respeitoaosdireitos,princpiosevalorestico-polticosprossionaisestabelecidosnasregula-
mentaesprossionais2;
garantiadecondiesfsicasetcnicasestabelecidasnaslegislaesprossionais3,comoespa-
oparaatendimentosindividuaisecoletivos,localadequadoparaaguardadepronturiose
documentospertinentesaoatendimentoaos/susurios/as;
preservao de momentos para estudos e capacitao continuada no horrio de traba-
lho, alm de apoio ao/ prossional para participao em cursos de qualicao, es-
pecializao, mestrado ou equivalentes, que visam o aprimoramento prossional.
3.3) GArAntiA dAs competnciAs e Atribuies proFissionAis
As prosses se situam na diviso scio-tcnica do trabalho, o que atribui a cada uma deter-minadas competncias e atribuies estabelecidas legalmente nas normas reguladoras de cadaprosso. Muitas dessas especicaes j oram, tambm, incorporadas na Classicao Brasileirade Ocupaes (CBO)4. Isso signica que a denio de trabalhadores da Assistncia Social deve
2. A profsso de assistente social est regulamentada pela Lei Federal 8662/1993 e a atuao profssional rege-se pelo Cdigode tica publicado por meio da Resoluo CFESS 273/1993.
3. O CFESS publicou, em 21 de agosto de 2006, a Resoluo 493/06, que dispe sobre as condies ticas e tcnicas do exerccioprofssional do/a assistente social
4. No caso das profsses de nvel superior, a CBO, inelizmente, no incorpora as competncias e atribuies determinadas naslegislaes profssionais, sendo construda com base em uma metodologia pouco representativa, visto que elabora as unesa partir de consulta a pequeno grupo escolhido de profssionais, no abrangendo, portanto, o universo profssional. No caso doServio Social brasileiro, o disposto na CBO para assistentes sociais est longe de expressar suas competncias e atribuies.
O CFESS, em reunio com o Ministrio do Trabalho, j solicitou sua reviso. Desse modo, a CBO no pode ser parmetro paradefnio do trabalho de assistentes sociais.
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levar em considerao o processo histrico de constituio dessa poltica, incluindo aqui as com-petncias que cada prosso desenvolveu historicamente no mbito das polticas sociais. O quequeremos enatizar que, embora a Resoluo do CNAS n 109/2009 represente um avano na
delimitao do que so servios socioassistenciais, no mbito do SUAS, esta no pode ser utilizadacomo parmetro exclusivo para denir quem so os trabalhadores do SUAS. O que queremoschamar ateno que os servios, programas e projetos de qualquer poltica social possuem ca-rter histrico, pois so elaborados e implementados a partir das demandas sociais, que soremmudanas conjunturais, devido s mudanas nas relaes e necessidades sociais. Nesse sentido,a tipicao hoje existente pode no ser a mesma requerida pela realidade uturamente. Dessemodo, entendemos que a denio de trabalhadores da Assistncia Social no pode ser determi-nada exclusivamente pela tipicao dos servios socioassistenciais, porque a Poltica de Assistn-
cia Social, alm de ser dinmica, mais ampla que os servios socioassistenciais que a compem.Estes podem ser uma reerncia importante, mas no podem ser determinantes.
Ainda segundo a Munic 2009, predomina na Poltica de Assistncia Social uma atuao pautadaem abordagens individuais, amiliares ou grupais. As atividades predominantes nos municpios so:
VisitaDomiciliar:93,1%
AtendimentoSociofamiliar:89,6%
AtendimentoFamiliar:89,3%
CadastramentoSocioeconmico:88,4%
ProvisodeBenefciosEventuais:79,4%
AtividadedeGeraodeTrabalhoeRenda:77%
AtividadedeCapacitaoePreparaoparaoMundodoTrabalho:58,5%
A Munic 2009 tambm indica quais so os servios socioassistenciais mais presentes nos muni-cpios, por ordem decrescente:
ServiodePorteoeAtendimentoIntegralFamilia(PAIF):85,6%dosmunicpios
ServiosparaIdosos:84%dosmunicpios
PlantoSocial:67,9%dosmunicpios
ServiosSocioeducativosparajovens:67,3%dosmunicpios
ProgramadeErradicaodoTrabalhoInfantil(PETI):66,6%dosmunicpios
ServiodeApoioeOrientaoaos IndivduoseFamliasVtimasdeViolncia:45,6%dosmunicpios
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ServiodeProteoSocialaAdolescentesemCumprimentodeMedidasSocioeducativasem
MeioAberto:41,5%dosmunicpios
ServiodeEnfrentamentoViolncia,AbusoeExploraoSexualdeCrianaseAdolescentes
esuasFamlias:39%dosmunicpios
HabilitaoeReabilitaodePessoascomDecincia:32,9%dosmunicpios
AcolhimentodeCrianaseAdolescentes:24,5%dosmunicpios
AbordagemSocialnasRuas:22,3%dosmunicpios
AcolhimentodeIdosos:20,6%dosmunicpios
AtendimentoPopulaodeRua:13%dosmunicpios
ServiodeFamliaAcolhedora:9,2%dosmunicpios
ServiodeAcolhimentoparaPopulaodeRua:5,2%dosmunicpios
ServiodeAcolhimentoemAlberguesparaAdultoseFamlias:4,7%dosmunicpios
ServiodeAcolhimentodeMulheres:2,7%dosmunicpios
Tais dados reoram nosso entendimento de que a denio de trabalhadores da Assistncia Socialno pode pautar-se exclusivamente pela tipicao dos servios, pois este caminho pode restringir asinmeras possibilidades de constituio de um quadro de trabalhadores que possa construir respostas
competentes e qualicadas tica, poltica e tecnicamente, capazes de construir respostas sintonizadascom a complexidade e dinamicidade da realidade. Se a denio se pautar exclusivamente pela tipi-cao dos servios socioassistenciais, sobretudo aqueles hoje existentes, pode correr o risco de derivarpara uma restrio dos trabalhadores. Mesmo se a denio de trabalhadores pautada na tipicaoconstante na Resoluo do CNAS no tomasse em conta a realidade atual - que revela as insucinciasde diversos servios socioassistenciais e que no aponta modalidades mais coletivas de atuao pros-sional voltadas para a organizao e a educao popular, por exemplo - sua utilizao como elementoexclusivo poderia provocar uma espcie de tecnicao de um processo que essencialmente din-
mico e poltico, alm de restringir as atuaes prossionais s atividades apontadas acima.Assim, consideramos que a denio de trabalhadores da Assistncia Social deve levar emconsiderao pelo menos trs elementos centrais: 1) a concepo de assistncia social que sedeseja consolidar; 2) as competncias e atribuies prossionais regulamentadas legalmente;3) a equipe multiprossional necessria para assegurar o monitoramento, o controle social, oplanejamento e a gesto da assistncia social.
Este , portanto, um momento histrico undamental para avanarmos no debate sobre qual o
sentido que queremos atribuir Poltica de Assistncia Social, de modo a denir quem so seustrabalhadores em consonncia com uma concepo mais ampla de assistncia social.
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4) competnciAs e Atribuies do/A Assistente sociAL comotrAbALHAdor/A dA AssistnciA sociAL
Entendemos que cada prosso regulamentada deve apresentar ao CNAS suas refexes e nor-
matizaes acerca das competncias e atribuies que lhe so prprias. Assim, o CFESS reiteraaqui o contedo expresso na publicao Parmetros para Atuao de Assistentes Sociais naPoltica de Assistncia Social, a ttulo de contribuio ao debate, apontando sua relao como trabalho especco na Assistncia Social. Cabe ressaltar que as competncias e atribuiesde uma prosso so passveis de serem utilizadas em todas as reas de atuao, devendo epodendo ser particularizadas de acordo com as especicidades das demandas em cada espaoscio-ocupacional.
Os parmetros citados oram resultado de um longo e democrtico debate, e contou com acontribuio dos CRESS de todo o Brasil. Sua primeira verso oi publicada em 2007, emconjunto com o Conselho Federal de Psicologia (CFP). Em 2008, no contexto de realizao doSeminrio Nacional O Trabalho de Assistentes Sociais no SUAS, o CFESS reeditou a publica-o, abordando o texto reerente atuao de assistentes sociais, de autoria exclusiva do CFESS.Essa publicao inaugurou a Srie: Trabalho e Projeto Prossional nas Polticas Sociais. O do-cumento tem como reerncia as normas reguladoras do Servio Social, sobretudo os valores eprincpios do Cdigo de tica Prossional, as atribuies e competncias asseguradas na Lei deRegulamentao da Prosso (Lei 8662/1993), na Resoluo CFESS 493/2006 e nas DiretrizesCurriculares do Servio Social elaboradas pela Associao Brasileira de Ensino e Pesquisa emServio Social (ABEPSS). Resgatamos aqui apenas dois itens do documento, para registrar asmltiplas possibilidades de interveno prossional na Poltica de Assistncia Social, com basenas competncias e atribuies privativas do assistente social.
Os parmetros j publicados tm como pressuposto que a denio de estratgias e proce-dimentos no exerccio do trabalho deve ser prerrogativa dos/as assistentes sociais, de acordocom sua competncia e autonomia prossional. Isso signica que no cabe ao rgo gestor
estabelecer padronizao de rotinas e procedimentos de interveno, por tipo de servios, poiso trabalho prossional requer inventividade, inteligncia e talento para criar, inventar, inovar,de modo a responder dinamicamente ao movimento da realidade.
As competncias e atribuies dos/as assistentes sociais, na Poltica de Assistncia Social, nes-sa perspectiva requisitam, do/a prossional, algumas competncias gerais (conorme diretrizescurriculares do Servio Social), que so undamentais compreenso do contexto scio-histri-co em que se situa sua interveno, alm das competncias e atribuies privativas previstas naLei que regulamenta a prosso. Nesse documento, estas atribuies e competncias so aqui
relacionadas s demandas e particularidades da Poltica de Assistncia Social.
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4.1) competnciAs GerAis reLAtivAs compreenso e sociALizAo deinFormAo Aos/s usurios/As sobre A poLticA de AssistnciA sociALno contexto dAs poLticAs pbLicAs
Apreensocrticadosprocessossociaisdeproduoereproduodasdesigualdadessociaisedas
funesdaPolticadeAssistnciaSocial,comtraduotcnico-polticaparaos/asusurios/as
doSUAS,nostrabalhoscomfamlias,indivduos,gruposemovimentossociais;
Anlisedomovimentohistricodasociedadebrasileira,apreendendoasparticularidadesque
reiteramasdesigualdadeseconmicase sociaiseaslimitaesdaspolticassociaisdemodo
geral,edaPolticadeAssistnciaSocialdemodoespecco,nasuperaodapobrezaeda
desigualdadesocial:socializaodasinformaessobreasdiculdadesnoreconhecimentoe
garantiadosdireitosnasociedadebrasileira,comfoconanecessidadedeorganizaosocialelutapelosdireitos;
Qualicaopermanentesobreo signicadosocialdaprosso,suadinamicidadeeatuali-
zaonoquesereferespossibilidadesdeintervenonaPolticadeAssistnciaSocial,com
acompanhamentodosdebatesnacionaiseinternacionaisdoServioSocial,eatenoatua -
oeregulaodasentidadesdacategoria,sobretudooConjuntoCFESS-CRESSeseusposi-
cionamentosemrelaospolticassociais,SeguridadeSocialeAssistnciaSocial,comoinsu-
moparaotrabalhoprossionaleofomentospossibilidadesdeaocontidasnarealidade;
Identicaodasdemandaspresentesnasociedade,emespecialaquelasquesematerializamnombitodaPolticadeAssistnciaSocial,visandoaformularrespostasprossionaisparaseu
enfrentamento,emumaperspectivadetotalidade,quereveleaspossibilidadeselimitesdeseu
atendimentopelaaoprossional.
Essas competncias mais gerais permitem ao/ prossional realizar a anlise crtica da reali-dade, para, a partir da, estruturar seu trabalho e estabelecer as competncias e atribuiesespeccas necessrias ao enrentamento das situaes e demandas sociais que se apresentam
em seu cotidiano no mbito da Poltica de Assistncia Social. Conorme apontado no docu-mento Prametros para Atuao na Poltica de Assistncia Social, as competncias especcasdos/as assistentes sociais nessa poltica social abrangem diversas dimenses complementares eindissociveis. Sua materializao prenhe de possibilidades e pode se desdobrar em diversascompetncias, estratgias e procedimentos especcos, conorme algumas indicaes abaixo.Tais competncias podem ser desempenhadas tanto na Proteo Social Bsica como na ProteoSocial Especial, bem como nas Entidades da Rede SUAS, de acordo com suas especicidades.Evidentemente que as indicaes no so exaustivas e tm o nico objetivo de exemplicar
algumas das competncias que devem ser enriquecidas e ampliadas com base nas demandaspostas cotidianamente pela realidade.
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4.2) competnciAs reLAtivAs Ao Atendimento s necessidAdes bsicAs eAcesso Aos servios socioAssistenciAis, direitos, bens e equipAmentospbLicos dA AssistnciA sociAL (centros de reFernciA de AssistnciA sociAL
e centros de reFernciA especiALizAdos de AssistnciA sociAL - crAs e creAs)
Orientaosocial a indivduos,grupos, famliase comunidade,comvistasampliaodo
acessoaosdireitossociaiseaserviossocioassistenciais;
viabilizaodaparticipaodos/asusurios/asnoprocessodeelaboraoeavaliaodoPla-
nodeAssistnciaSocial;
assessoriaeconsultoriaargosdaAdministraoPblica,empresasprivadasemovimentos
sociaisemmatriarelacionadaPolticadeAssistnciaSocialeacessoaosdireitoscivis,pol-
ticosesociaisdacoletividade;
instituiodeespaoscoletivosdesocializaodeinformaosobreosdireitossocioassisten -
ciaisesobreodeverdoEstadodegarantirsuaimplementao;
realizaodevisitasdomiciliares,naperspectivadasocializaodeinformaes,elaborao
deestudosocialeacompanhamentofamiliarparagarantiadeacessoaosserviossocioassis -
tenciais.Nocompetnciado/aassistentesocialarealizaodevisitascomcarterscaliza-
trioecontrolederendimentofamiliar;
desenvolvimentodetrabalhocomfamliasnaperspectivade fomentardebatescrticossobretemasdeinteressesocialedasfamlias,fortalecimentodelaossociaisecomunitrios,novos
arranjosecomposiofamiliareformulaodeestratgiasparaenfrentarcritriosrestritivos
noacessoaosdireitos;
elaboraodelaudos,estudosocialeparecertcnico individualoufamiliarparaviabilizar
acessoaosserviossocioassistenciais;
realizaodeestudossocioeconmicosparaidenticaodedemandasenecessidadessociais;
organizaodeprocedimentoserealizaodeserviosdeacolhida,atendimentosindividuais
e/oucoletivosnosCRASeCREAS;
formulaoe implementaodecritriosparacadastramentosocioeconmicoquegarantam
ampliaodoacessoaosbenefcioseservioserompamcomascondicionalidadesrestritivase
focalizadoras;
acionarossistemasdegarantiadedireitos,comvistasamediarseuacessopelos/asusurios/as;
realizaodeatividadescomunitriasplanejadasconjuntamentecomos/asusurios/as,no
sentidodeformularestratgiascoletivasdedefesasdedireitos,aexemplodecampanhasscio-
educativas,mobilizaosocial,reunieseassembleiascoletivas,formulaodeprojetossociaisanadoscomasdemandasenecessidadeslocais;socializaodeinformaesnecessriasao
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conTribuicoes do conjunTo cfess-cress
acessoadireitoscomodocumentao,sade,habitao,educao,entreoutros;
elaboraoderelatriostcnicosepronturiospararegistroeacompanhamentodosatendi -
mentosindividuaiseaescoletivas.
4.3) competnciAs reLAtivAs Gesto, pLAnejAmento e execuo diretAdA poLticA de AssistnciA sociAL
Participaonoprocessodegestodaassistnciasocialnaperspectivadefortalecimentoda
gestodemocrticaeparticipativa,capazdeproduzir, intersetoriale interdisciplinarmente,
propostasque viabilizemepotencializemaparticipaodosusuriose trabalhadoresnesseprocesso;
elaborao,execuoeavaliaodosplanosmunicipais,estaduaisenacionaldeAssistncia
Social,buscandointerlocuocomasdiversasreasepolticaspblicas,comespecialdestaque
paraaspolticasdeSeguridadeSocial;
participaoemtodooprocessodociclooramentrio,naperspectivadeelaboraodepro-
postaoramentriaparaaPolticadeAssistnciaSocialqueassegureaampliaodosservios
socioassistenciais,benefcioseprogramas;
acompanhamentodaexecuodosrecursosoramentriosnosbenefcioseserviosscioassis-
tenciaisnosCRAS,CREAS,SistemadeAbrigamento,deformaarticuladasdemaispolticas;
assunodasfunesdedireoe/oucoordenaonosCRAS,CREAS,AbrigoseSecretarias
deAssistnciaSocial;
elaboraodeestratgiasdegestoquefortaleamaexecuodiretadosserviossocioassis-
tenciaispelasprefeituras,governodoDistritoFederalegovernosestaduais,emsuasreasde
abrangncia;
mobilizaodecondieserecursoseelaboraodeprojetosparaenfrentamentodeprocessosdediscriminao,porquestesdegnero,etnia,orientaosexual,entreoutras;
realizaodeestudosparaidenticaoemanutenodecadastroatualizadodeentidadese
redeprestadoradeserviossocioassistenciais;
assessoriaesupervisosentidadesnogovernamentaisqueconstituemaredesocioassistencial;
elaboraodeinstrumentosdegestodaRedeSUAS;
monitoramentodeservios,programas,projetosebenefcios;
gestodossistemadeinformaodaredesuaseoutrossistemasdeinformao;
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gestotcnicadosFundosMunicipais,EstaduaiseNacionaldeAssistnciaSocial;
supervisodiretadeestagirios/asdeServioSocial.
4.4) competnciAs reLAtivAs interveno junto A movimentos eorGAnizAes sociAis
Elaboraodedocumentossobreosdireitosesocializaodeinformaesjuntoamovimentos
sociaiseorganizaespopulares,emespecialosdeusuriosdaassistnciassocial,sobrea
LOAS,PNAS,SUASeformadeacessarosserviossocioassistenciais,benefcioseprogramas;
criaodeestratgiasparamobilizaosocialcomvistasfortaleceraorganizaopopular,
emespecialdos/asusurios/asdaassistnciasocial,demodoaassegurarsuaparticipaonos
espaosdecontroledemocrticosdaAssistnciaSocial:confernciaseconselhos;
construodeestratgiasparafomentaraparticipao,reivindicaoedefesadosdireitos
pelos/asusurios/asetrabalhadores/asnosConselhos,ConfernciaseFrunsdaAssistncia
Socialedeoutraspolticaspblicas;
potencializaodaparticipaodos/asusurios/as,movimentossociaiseorganizaespopu-
laresnoprocessodeelaboraoeavaliaodooramentopblico;
formulaodeestratgiasparaasseguraraparticipaodosusuriosnaelaboraodosPla-nosMunicipaiseEstaduaisdeAssistnciaSocial;
assessoriaamovimentossociaisnaperspectivadeidenticaodasnecessidadessociais,das
demandas,efortalecimentodocoletivocomoestratgiasparadefesaeacessoaosdireitosda
assistnciasocial;
fortalecimentosde formasdeorganizaoe lutapordireitosnas comunidadestradicionais,
quilombolas,comunidadesindgenaseoutras;
fortalecimentoderedessociaiseconstituiodeespaosdetrocaefortalecimentodaculturalocal.
4.5) competnciAs reLAtivAs insero proFissionAL nos espAos decontroLe democrtico dA AssistnciA sociAL
ParticipaonosConselhosmunicipais,estaduaisenacionaldeAssistnciaSocialnacondio
deconselheiro/a,comorepresentaodetrabalhadoresdaAssistnciaSocial;
atuaonosConselhosdeAssistnciaSocialnacondiodecoordenador/aousecretrio/a
executivo/a; assessoriaaosconselhos,naperspectivadefortalecimentodocontroledemocrticoeampliao
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conTribuicoes do conjunTo cfess-cress
daparticipaodeusurios/asetrabalhadores/as;
organizaoecoordenaodeseminrioseeventosparadebatereformularestratgiascoleti-
vasparamaterializaodaPolticadeAssistnciaSocial;
participaonaorganizao,coordenaoerealizaodeconfernciasmunicipais,estaduais
enacionaldeAssistnciaSocialeans;
4.6) competnciAs reLAtivAs reALizAo de estudos e pesquisAs pArAsubsidiAr o pLAnejAmento nA AssistnciA sociAL
Realizaosistemticadepesquisasparaconhecimentodarealidadelocaleidenticaodas
demandassociais,demodoasubsidiaraformulaoeexecuodosbenefcios,programase
serviossocioassistenciais;
realizaodeestudossistemticoscomaequipedosCRASeCREAS,naperspectivadeanlise
conjuntadarealidadeeplanejamentocoletivodasaes,oquesupeassegurarespaosde
reunioereexonombitodasequipesmultiprossionais;
A realizao dessas competncias e atribuies requer a utilizao de instrumentais adequadosa cada situao social a ser enrentada prossionalmente. O uso das tcnicas e estratgias nodeve contrariar os objetivos, diretrizes e competncias assinalados. A denio das estratgiase o uso dos instrumentais tcnicos devem ser estabelecidos pelo(a) prprio(a) prossional, quetem o direito de organizar seu trabalho com autonomia e criatividade, em consonncia com asdemandas regionais, especcas de cada realidade em que atua, e balizados pela Lei de Regu-lamentao Prossional (Lei 8662/1993), pelo Cdigo de tica Prossional, pelas Resoluesdo CFESS, que consubstanciam os princpios e diretrizes do Projeto tico-poltico prossional.
As estratgias e competncias materializam princpios tico-polticos prossionais que, com ri-
gor terico-metodolgico, tcnico e poltico e considerando as prerrogativas e legislaes sociais,em condies objetivas, possibilitam a construo de mediaes na direo do ortalecimentoda participao, da cultura do direito, do controle democrtico, da ormao de conscinciacrtica, da expanso dos direitos. A perspectiva deve ser sempre de alterar as correlaes deora nos espaos institucionais, de orma a contemplar os interesses dos usurios, rearmandoe materializando assim um dos principais princpios do Cdigo de tica do/a Assistente Social.
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5) reFernciAs bibLioGrFicAs
ABEPSS. Associao Brasileira de Ensino e Pesquisa em Servio Social. Diretrizes Curricularesdo Curso de Servio Social. In Cadernos ABESS n7. So Paulo, Cortez Editora, 1997.
BRASIL. Ministrio da Educao. Conselho Nacional de Educao. Resoluo CNE/CES 15, de13 de maro de 2002. Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de ServioSocial.
BRASIL. Presidncia da Repblica. Lei 8.662. Dispe sobre a prosso de assistente social e doutras providncias. Braslia, 7 de junho de 1993.
BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Conselho Nacional de As-
sistncia Social. Poltica Nacional de Assistncia Social, Braslia, 2005.BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Conselho Nacional de As-sistncia Social. NOB/RH/SUAS, Braslia, 2007.
BRASIL. Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Guia de Orientao Tcnica SUAS n1 Proteo Social Bsica de Assistncia Social, Braslia, 2005.
Brasil, Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate a Fome. Conselho Nacional de Assis-tncia Social. RESOLUO CNAS N 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009. Aprova a Tipi-
cao Nacional de Servios Socioassistenciais.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL. Parmetros para Atuao do/a Assistente So-cial na Poltica de Assistncia Social. Srie Trabalho e Projeto Prossional nas Polticas Sociais,Braslia, 2009.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL. O CFESS na Luta pela Assistncia Social: senti-do e compromisso. CFESS Maniesta, novembro de 2005.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL. Resoluo CFESS n 273/93. Institui o Cdigode tica Prossional dos Assistentes Sociais. 13 de maro de 1993.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL. Servio Social Prosso. Assistncia Social Poltica Pblica. CFESS Maniesta, dezembro de 2005.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIO SOCIAL. Resoluo CFESS n 493/2006. Dispe sobre ascondies ticas e tcnicas do exerccio prossional do assistente social. Braslia, 2006.
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SCS Quadra 2, Bloco C, Ed. Serra Dourada, Salas 312-318
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O Conjunto CFESS-CRESS, composto pelo Conselho Federal de Servio Social,por 25 Conselhos Regionais de Servio Social e por 2 Seccionais de Base Es-tadual, congrega hoje aproximadamente 95 mil assistentes sociais inscritos/
as e ativos/as, que atuam em diversos espaos de trabalho, como as polticassociais, o chamado campo sociojurdico, empresas, organizaes no gover-namentais e movimentos sociais. As reas de maior concentrao profssionalso as polticas de Sade e Assistncia Social.
Nos ltimos trinta anos, o Conjunto CFESS-CRESS vem lutando em dierentesrentes e de diversas ormas para garantir e ampliar direitos, tendo comoProjeto tico-poltico profssional a luta pela construo de uma sociedadejusta e igualitria. Contrariando e se conrontando s oras que aceitam e/
ou reoram as investidas do capital e a mercantilizao das relaes sociais,bens e servios, os/as assistentes sociais ousam permanecer no campo dacontracorrente e sustentam a deesa e a reafrmao de direitos que, inse-ridos em um projeto societrio mais amplo, buscam cimentar as condieseconmicas, sociais e polticas para construir uma sociedade emancipada,que no se esgota na garantia da cidadania burguesa. A concepo de cida-dania presente no Projeto tico-poltico profssional do Servio Social brasi-leiro articula direitos amplos, universais e equnimes, orientados pela pers-
pectiva de superao das desigualdades sociais e pela igualdade de condiesnos marcos de uma sociedade no-capitalista.
So estes parmetros que balizam a deesa da assistncia social como po-ltica de Seguridade Social, entendendo que esta ltima deve incluir todosos direitos sociais previstos no artigo 6 da Constituio Federal (educao,sade, trabalho, moradia, lazer, segurana, previdncia e assistncia social) demodo a conormar um amplo sistema de proteo social, que possa garantirmudanas eetivas nas perversas condies de vida da classe trabalhadora.