Candidatura a Directordo Departamento de Electrónica,
Telecomunicações e Informática daUniversidade de Aveiro
Programa de acção 2015–2019
Paulo J. S. G. Ferreira
22 de Janeiro de 2015
Conteúdo
1 Enquadramento 3
1.1 O DETI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 A oferta e a procura na área do DETI em formação inicial . . . . . . 4
1.3 A condicionante orçamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4 Porquê este programa de acção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2 Visão 7
2.1 O referencial: a Universidade de Aveiro . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2 Visão para o DETI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3 SWOT 9
3.1 Forças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
3.2 Fraquezas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.3 Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.4 Ameaças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
3.5 Análise e reflexões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4 Programa de acção 15
4.1 Objectivo 1: reforçar o papel do DETI no desenvolvimento económico,social e cultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.1.1 Captação de receitas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.1.2 Promover a inovação empresarial e empreendedorismo . . . . . 15
4.1.3 Observatório da empregabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . 15
4.2 Objectivo 2: reforçar a relevância da formação . . . . . . . . . . . . . 16
4.2.1 Melhorar o sucesso escolar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.2.2 Melhorar o acompanhamento dos alunos . . . . . . . . . . . . 16
4.2.3 Captar novos públicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
4.2.4 Reforçar o papel das empresas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.3 Objectivo 3: reforçar o impacto da investigação . . . . . . . . . . . . 17
4.3.1 Potenciar a investigação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.4 Objectivo 4: aprofundar uma cultura de qualidade . . . . . . . . . . . 17
4.4.1 Alargamento do SGQ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4.4.2 Acompanhar os alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
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4.5 Objectivo 5: melhorar o posicionamento internacional . . . . . . . . . 18
4.5.1 Aumentar o número de alunos estrangeiros . . . . . . . . . . . 18
4.5.2 Criar melhores condições aos alunos estrangeiros . . . . . . . . 18
4.6 Objectivo 6: reforçar a atractividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.6.1 Promover a marca DETI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.6.2 Projecto Mascote . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.7 Objectivo 7: valorizar o património . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.7.1 Requalificação do edifício . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.7.2 Promover a atractividade do espaço . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.7.3 Makerspace . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.8 Objectivo 8: renovar o quadro organizativo . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.8.1 Repensar as direcções de curso . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.8.2 Melhorar a comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.8.3 Requalificar os funcionários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5 Anexo 21
5.1 Indicadores UA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
5.2 Objectivos estratégicos UA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
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1 Enquadramento
1.1 O DETI
O Departamento de Electrónica e Telecomunicações foi fundado em 1974, tinhaa Universidade de Aveiro um ano de existência. À Licenciatura em EngenhariaElectrónica e Telecomunicações, praticamente da idade do departamento, juntou-se em 1989 a Licenciatura em Ensino de Electrónica e Informática e em 1998 aLicenciatura em Engenharia de Computadores e Telemática.
Em 2006, o envolvimento crescente na área científica da Informática levou à alte-ração da designação original para Departamento de Electrónica, Telecomunicaçõese Informática (DETI), designação que ainda se mantém.
Com a reforma de Bolonha, a Licenciatura em Ensino de Electrónica e Informá-tica foi extinta e as Licenciaturas em Engenharia Electrónica e Telecomunicações eem Engenharia de Computadores e Telemática deram lugar aos Mestrados Integra-dos em Engenharia Electrónica e Telecomunicações (MIEET) e em Engenharia deComputadores e Telemática (MIECT), actualmente com um numerus clausus de 90e 75 alunos respectivamente.
Em 2006, já no âmbito da reforma de Bolonha, foi criada a Licenciatura emTecnologias e Sistemas de Informação (LTSI). Em 2010, foi criado o segundo ciclocorrespondente, o Mestrado em Sistemas de Informação (MSI), com um numerusclausus de 30 alunos externos. Em 2014 foi criada a Licenciatura em EngenhariaInformática (LEI), actualmente com um numerus clausus de 35 alunos, que veiosubstituir LTSI.
Ao nível da pós-graduação, e antes da reforma de Bolonha, a Universidade deAveiro oferecia o Mestrado em Electrónica e Telecomunicações, organizado em perfise Cursos de Especialização, e os Doutoramentos em Engenharia Electrotécnica e En-genharia Informática. Com a reforma de Bolonha, estes doutoramentos deram lugaraos Programas Doutorais em Engenharia Electrotécnica e Engenharia Informática.
A criação dos programas Doutorais conjuntos com as Universidades do Minho edo Porto (programas MAP) constituiu um marco importante para o DETI. Existemactualmente dois Programas Doutorais conjuntos: o Programa Doutoral em Teleco-municações (MAP-Tele) e o Programa Doutoral em Informática (MAP-i). Ambossão Programas Doutorais FCT, tendo sido reconhecidos como tal e financiados pelaFCT em concurso muito selectivo.
O DETI tem ainda participado noutros projectos de ensino. Estes resultam emgeral da estrutura matricial da Universidade de Aveiro, e da colaboração com osdemais departamentos, mas podem também surgir em função dos interesses estra-
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tégicos da Universidade de Aveiro. Foi o caso da participação no programa CMU-Portugal, com o Mestrado MSIN, ou das edições do Mestrado em Electrónica eTelecomunicações na Universidade de Cabo Verde.
No que respeita aos recursos humanos, o DETI tem 80 docentes, todos doutora-dos, e 13 funcionários técnicos e administrativos. Está instalado num edifício comcerca de 5000 m2, destinado essencialmente ao ensino, mas onde decorrem tambémalguns trabalhos de investigação e desenvolvimento.
As actividades de investigação e transferência de conhecimento no âmbito doDETI são realizadas através de duas Unidades de Investigação que contêm a esma-gadora maioria dos docentes do departamento: O IEETA (Instituto de EngenhariaElectrónica e Informática de Aveiro) e o Pólo de Aveiro do IT (Instituto de Tele-comunicações), cujas actividades são asseguradas maioritariamente por docentes einvestigadores ligados ao DETI, e que dispõem de edifícios separados. É de notarque as Unidades de Investigação são financiadas (e avaliadas) pela FCT, e que dispõede direcções científicas próprias e independentes.
1.2 A oferta e a procura na área do DETI em formação inicial
Os factores demográficos e a aparente diminuição de interesse dos jovens pela en-genharia, em parte relacionada com uma percepção errada mas comum acerca dointeresse de ciências fundamentais para a engenharia, como a matemática e a física,conduziram a alterações muito significativas na procura de formação inicial na áreado DETI.
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Cursos na área da Electrotecnia
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Vagas nacionais na área da Electrotecnia
OferecidasPreenchidas
Figura 1: Oferta e procura na área da Electrotecnia (primeira fase do concursonacional de acesso).
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A figura 1 mostra a evolução ao longo do tempo da oferta (em cursos e em vagas)na área da Electrotecnia. Como se pode ver, a relação entre a oferta e a procura(lugares oferecidos e lugares preenchidos na primeira fase dos concursos nacionaisde acesso) tem evoluído ao longo do tempo de forma dramática.
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2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
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Cursos de Engenharia Informática
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Vagas nacionais em cursos de Engenharia Informática
OferecidasPreenchidas
Figura 2: Oferta e procura na área da Engenharia Informática (primeira fase doconcurso nacional de acesso).
A situação na área da Engenharia Informática é menos crítica, como se pode verna figura 2, mas ainda assim preocupante.
Este panorama justifica uma das minhas preocupações face às solicitações emElectrotecnia e Informática: é precisamente na área em que a procura se tem redu-zido mais rapidamente que temos o corpo docente mais consolidado.
1.3 A condicionante orçamental
Existe um segundo e importantíssimo elemento a ter em consideração desde o pri-meiro momento em que concebe um plano de acção para o DETI: a questão orça-mental.
É do conhecimento generalizado que o financiamento das Universidades públi-cas tem sido alvo de sucessivos cortes, que trouxeram as instituições até ao limiarda sobrevivência. As repetidas intervenções do CRUP e dos reitores das principaisuniversidades mostram bem a gravidade da situação. É evidente que estas dificulda-des induzem nas unidades orgânicas das universidades, a outra escala, dificuldadespróprias e proporcionais.
O DETI não é excepção. A figura 3 mostra a evolução do orçamento anual do
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departamento1, que espelha de forma clara as dificuldades que o DETI e a própriaUniversidade de Aveiro enfrentam. Estes dados não incluem ainda o orçamentoexecutado em 2014, que foi aproximadamente 52.000e — o que significa que asdificuldades se mantêm.
Figura 3: Evolução do orçamento anual do DETI.
Não se muda este panorama com queixumes. O DETI precisa de encontrar fontesde financiamento alternativas, sem alterar ou deturpar o seu referencial principal: asua missão.
1.4 Porquê este programa de acção
Depois de uma fase de crescimento e consolidação, e de se ter afirmado como umadas melhores escolas de engenharia nacionais, o DETI enfrenta hoje desafios que nãopodem ser menosprezados. Há desafios provocados por causas externas — e, comoveremos, desafios internos.
Entre as causas externas, a menor procura dos cursos na área da Electrotecniae Informática e as dificuldades orçamentais que as instituições de ensino superiorPortuguesas enfrentam são inquestionáveis. Mas, qualquer que seja a origem dosdesafios, o DETI precisa de os identificar e vencer, procedendo às mudanças neces-sárias.
Não acho possível tomar outra atitude. Actuar rapidamente não é uma opção:é uma necessidade.
A distância entre o DETI que ambiciono e o DETI que vejo à minha volta é cadadia maior. É este o principal motivo que me leva a apresentar uma candidaturaao lugar de Director do departamento. Faço-o determinado a reunir as condiçõesnecessárias para que o DETI retome uma trajectória vencedora.
1Ver Relatório de Atividades e Execução Orçamental 2013.
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2 Visão
2.1 O referencial: a Universidade de Aveiro
Antes de apresentar qualquer programa de acção é conveniente clarificar os grandesprincípios que lhe estão na génese — a visão, a ideia para a qual é proposto caminhar.
O DETI, como qualquer unidade orgânica da Universidade de Aveiro, deve agire planear em conformidade com as linhas estratégicas da Universidade, enquadrar asua missão na missão da própria Universidade, e partilhar a mesma visão instituci-onal.
A missão da Universidade de Aveiro tem sido publicamente apresentada da se-guinte maneira:
Criar conhecimento, expandir o acesso ao saber em benefício das pessoase da sociedade, através da investigação, do ensino e da cooperação; assu-mir um projeto de formação global do indivíduo; ser ator na construçãode um espaço europeu de investigação e educação, e de um modelo de de-senvolvimento regional assente na inovação e no conhecimento científicoe tecnológico.
A visão para a UA, apresentada em documentos de teor estratégico2, repousa sobreos seguintes princípios:
• Uma universidade abrangente• Uma universidade de proximidade• Uma universidade de excelência• Uma universidade inclusiva• Uma universidade atractiva
Mais recentemente3, após a eleição do Reitor da Universidade de Aveiro para umsegundo mandato e a subsequente tomada de posse, ficou claro que se procederia àreavaliação de documentos de referência — tais como o Contrato-Programa Fundaci-onal e os Acordos Programáticos. O conjunto de mudanças preconizadas configuramum objectivo estratégico adicional, de renovação institucional e organizativa.
É precisamente a renovação institucional e organizativa que defendo para o DETI,conforme deixarei claro no programa de acção — em sintonia, portanto, com esteobjectivo da Universidade.
O Plano de Actividades 2015 propõe um conjunto de objectivos estratégicos, asaber:
2Universidade de Aveiro: Plano Estratégico. Apresentado ao Conselho Geral em Abril de 2012.3Plano de Atividades 2015, datado de 26/11/2014.
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1. Reforçar o papel da UA no desenvolvimento económico, social e cultural2. Reforçar a relevância da formação3. Reforçar o impacto da investigação4. Aprofundar uma cultura da qualidade5. Melhorar o posicionamento internacional da UA6. Reforçar a atractividade7. Valorizar o património8. Renovar o quadro institucional e organizativo
Estes pontos foram amplamente desenvolvidos e discutidos em sede própria, e estáfora do âmbito deste documento abordá-los em detalhe. Contudo, porque fornecemo enquadramento do programa de acção que proponho, resumo-os em anexo.
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Tomo o conjunto de elementos acima referidos como o referencial perante o qual meproponho pensar o DETI.
2.2 Visão para o DETI
A minha visão para o DETI é, na essência, a de um departamento atractivo, queseja uma referência obrigatória a nível nacional e a nível europeu.
Entendo a atractividade a diversos níveis:
• Atractivo para os bons alunos, sejam eles nacionais ou estrangeiros, de for-mação inicial ou pós-graduada — porque o aluno é o elemento central daUniversidade;
• Atractivo para docentes e investigadores de elevada qualidade — porque sãoo principal activo da Universidade;
• Atractivo pela qualidade da formação e da investigação, que devem sempreseguir a par — porque a qualidade é uma questão transversal a toda a insti-tuição, e pode ser a sua bandeira mais visível;
• Atractivo pelo ambiente — pela qualidade das instalações e pela atmosferaenvolvente, propícia ao desenvolvimento de ideias;
• Atractivo para a região vizinha — pela atenção aos seus problemas, pela utili-zação do conhecimento em benefício da sociedade, pela valorização do conhe-cimento.
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3 SWOT
A realidade actual do DETI está longe do referencial descrito em “Visão para oDETI”. O DETI é menos atractivo agora que no passado — para os alunos e paraos docentes.
Registaram-se recentemente as primeiras dificuldades em preencher todas as va-gas dos cursos centrais à actividade do DETI na primeira fase do concurso nacionalde acesso. Tem havido casos, felizmente pontuais, de docentes que saem para outrasUniversidades, com evidente prejuízo para as unidades de investigação, para o DETIe para a Universidade de Aveiro. São sinais preocupantes, que não se podem ignorar.
A qualidade da formação está a deteriorar-se, e as instalações não são considera-das atractivas. Para melhor entender a situação actual e estabelecer uma estratégiaadequada começo por fazer uma análise SWOT.
3.1 Forças
• Docentes
– Corpo docente forte em áreas da Electrotecnia– Corpo docente inclui investigadores de renome internacional
• Investigação
– Investigação tem tido visibilidade e impacto no público em geral– Reputação geral em Telecomunicações– Proximidade à PT e Nokia Solutions– Laboratórios de investigação de qualidade internacional– Investigação em Telecomunicações– Investigação em Redes– Investigação em Bioinformática
• Formação
– MIEET foi o primeiro curso Português com selo europeu EUR-ACE– Formação com uma componente prática muito elevada– Empregabilidade quase total à saída4
– Programas doutorais MAP são programas doutorais FCT– Electrónica, Telecomunicações e Informática presentes no mesmo depar-
tamento4Com base em inquéritos a antigos alunos, a empregabilidade é total. Segundo dados da
DGEEC, houve 3 inscrições nos centros de emprego relativas a diplomados do MIECT em 2006–2007 e 2010–2011 (em 155 diplomados). No caso do MIEET, registaram-se 5 inscrições no mesmoperíodo (em 455 diplomados).
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• Condições na UA
– Campus atractivo– Elevado número de residências por aluno no campus
• Impacto na sociedade
– Cooperação com empresas (Nokia Solutions, Philips, Brisa, PT, NEC,Microsoft, Quimonda, Bosch, Martifer...)
– Cooperação com administração pública e PALOP (ANACOM, Hospitais,Escolas, Assembleia da República, Ministério da Justiça de Cabo Verde,Assembleia Nacional de S. Tomé e Príncipe...)
• Empreendedorismo
– Spin-offs (Micro I/O, Biodevices, iUZ, Metatheke, Veniam...)– Start-ups (HFA, Wavecom, Kulzertec, Bluespan, Withus, Ubiwhere...)
3.2 Fraquezas
• Docentes
– Corpo docente envelhecido (idade média próxima dos 50 anos)– Corpo docente inclui elementos que não estão activos em investigação– Corpo docente em Informática menos consolidado que em Electrotecnia– Faltam docentes, convidados ou não, capazes de trazer uma dimensão
empresarial à formação– Hipóteses de progressão na carreira muito limitadas.
• Investigação
– Produtividade científica média baixa– Dimensão da investigação em Robótica reduzida, por comparação com a
visibilidade de alguma da actividade na mesma área– Programas doutorais com poucos alunos
• Formação
– Laboratórios do primeiro ciclo muito envelhecidos– Técnicos de laboratório pouco motivados– Qualidade dos alunos tem vindo a decrescer– Tempo de formação dos alunos é exagerado– Oferta de disciplinas de opção é pouco estruturada– Há regências asseguradas por docentes não activos em investigação– Regências demasiado estáticas, mantidas por tempo indeterminado– Curricula possivelmente desactualizados
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3.3 Oportunidades
• Atractividade
– Robótica tem grande potencial de atracção de alunos– Programas doutorais MAP atractivos e promotores de colaboração e re-
novação
• Formação
– Envelhecimento da população em Portugal pode fazer surgir novos tiposde alunos com necessidades específicas
– Licenciados em áreas de baixa empregabilidade podem estar interessadosem requalificação ou valorização profissional no âmbito de uma instituiçãocom a reputação da UA
– Oportunidades de criação de actividades de formação ao longo da vida– Sexo feminino ainda sub-representado em engenharia, potencial para cres-
cimento
• Impacto na sociedade
– Há capacidade no DETI para investigação com valor social– Forte possibilidade de criação de startups com base em ideias criadas no
âmbito da formação
• Relação com o resto da UA
– Modelo matricial da UA– Possibilidades de interacção em tecnologias da informação e comunicação
com praticamente todos os departamentos da UA– Investigação no âmbito do DETI com interesse na área da saúde, mecânica
e matemática– Departamento de Matemática tem valências na área da Informática até
agora exploradas apenas no contexto do MAP-i
• A UA e o campus
– Aveiro Cidade Universitária — custo e qualidade de vida, segurança,clima, desportos
– Boa relação custo (propinas) / qualidade da formação ministrada– Parceiro essencial na construção de um Campus Inteligente
3.4 Ameaças
• Formação
– Desactualização científica dos cursos
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– Direcções de curso burocratizadas e pouco activas na gestão da qualidade– Distinção entre os dois Mestrados Integrados não é sempre bem percebida
por parte dos potenciais candidatos
• Universidades vizinhas
– As universidades situadas em grandes centros são em geral mais atracti-vas, e Aveiro é um pequeno centro
– Proximidade e dimensão do Porto, um importante pólo de atracção– Proximidade e dimensão de Coimbra, um importante pólo de atracção– UniNorte– Concursos de pessoal docente menos frequentes que em universidades
vizinhas
• Investigação
– Situação da PT e da Nokia Solutions– Mercado de trabalho atractivo e empregabilidade elevada dificulta a fixa-
ção na UA dos bons alunos– Evolução tecnológica faz com que algumas das nossas áreas científicas
sejam vistas de forma redutora e encaradas como produtos primários
• Alunos
– Envelhecimento da população, diminuição do número de jovens e da basede recrutamento
– Reduzida procura de cursos de Engenharia em geral, aversão à Matemá-tica e à Física
– Número de alunos excelentes é progressivamente mais reduzido– Admissão de alunos com formação secundária deficitária é mais frequente
• Imagem
– Possibilidade dos cursos não preencherem o numerus clausus pode afectara imagem do DETI
– Notas mínimas baixas repercutem-se na imagem dos cursos– Situação das unidades de investigação pode afectar a imagem do DETI– Redução do orçamento para níveis insustentáveis– Desinvestimento em material para laboratórios pode comprometer a for-
mação prática– Ainda há investigadores que não mencionam o DETI nos seus resultados
de investigação
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3.5 Análise e reflexões
É evidente que o DETI tem forças, e que essas forças estão mais concentradas emcertas áreas e sub-áreas científicas. Contudo, são transversais a vários elementos damissão do DETI e da UA, reflectindo-se na investigação, no ensino, no empreende-dorismo e na relação com o tecido industrial e organismos públicos.
Existem também pontos fracos, naturalmente. O corpo docente não tem sidorenovado e envelheceu. Há docentes que não estão activos em investigação há diver-sos anos. Como as áreas de investigação centrais ao DETI são muito dinâmicas, umdocente afastado da investigação torna-se rapidamente um docente desactualizado.Se tem a seu cargo a regência de uma disciplina, o impacto negativo pode aumen-tar. A renovação de conteúdos ou a experimentação com novas abordagens é maisfrequente em docentes activos em investigação, e portanto expostos a influênciasexteriores.
Os programas doutorais locais captam poucos alunos, e alunos com caracterís-ticas que não são as ideais. Apesar da qualidade dos laboratórios de investigação,os laboratórios para formação inicial apresentam problemas decorrentes do envelhe-cimento das instalações, o que não contribui para motivar os alunos, técnicos oudocentes.
Os recursos humanos poderiam ser melhor aproveitados. A oferta de disciplinasde opção, apesar das significativas melhorias processuais postas em prática pelasdirecções anteriores, continua a ser pouco estruturada. A responsabilidade científicapor grupos de disciplinas ou áreas científicas não tem sido assumida com clareza,e as direcções de curso têm-se mostrado impotentes para lidar com questões deconteúdos ou tomar decisões de teor científico. O tempo de formação é demasiadolongo, mas a questão do insucesso é ainda um assunto tabu.
Existem, felizmente, várias oportunidades. A popularidade da Robótica muitotem feito para contrariar a aversão à Engenharia entre os mais jovens. Ao nível dodoutoramento, os programas MAP constituíram-se como pólos de atracção, renova-ção e qualidade. O envelhecimento populacional e o desemprego entre licenciadospode justificar ofertas inovadoras — de formação ao longo da vida, de actualizaçãoou de requalificação.
O sexo feminino está pouco representado nos cursos de primeiro, segundo outerceiro ciclo em Engenharia Electrotécnica ou Informática. Entender as causas ebarreiras que explicam esse fenómeno poderá ter um impacto não desprezável, atéem termos de imagem.
Pela natureza da investigação que se faz no DETI, podemos alcançar muito emtermos de impacto na sociedade. O modelo matricial da UA facilita a interacção com
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outros departamentos. Existem já há muito relações de colaboração ou proximidade,e há outras cujo potencial ainda não foi totalmente realizado.
A UA tem um campus extraordinário e um conjunto de residências e infraestru-turas apelativas, situadas numa cidade que é segura e onde a qualidade de vida émaior que em grandes centros. A formação que se ministra apresenta uma relaçãopreço / qualidade muito favorável, sendo natural que possa atrair mais e melhoresalunos, nacionais ou estrangeiros.
A desactualização dos cursos é uma das ameaças importantes. Num mundo empermanente mudança, com os docentes e responsáveis permanentemente solicitadosem múltiplas direcções, é fácil deixar isso acontecer. Mas qualquer redução daqualidade é uma ameaça imediata, considerando a proximidade das universidadesdo Porto e de Coimbra.
As nuvens no horizonte não dizem respeito apenas ao ensino: a situação daPortugal Telecom, um parceiro importantíssimo desde sempre, é inspiradora de cui-dados. A relação com outros parceiros fortes como a Nokia Networks é um elementode equilíbrio importante.
A redução da procura dos cursos é uma ameaça directa, para a qual contribuemdiversos factores: a progressiva diminuição da população jovem, a procura reduzidade cursos de Electrotecnia e Informática, a aversão por parte de muitos jovens às ci-ências fundamentais da engenharia, e as dificuldades que a economia Portuguesa tematravessado. De notar que estas dificuldades afectam mais as universidades como aUA, dependentes de bacias demográficas de menor dimensão, que as universidadessituados no Porto ou em Lisboa.
É este o pano de fundo que me conduziu a formular os objectivos estratégicosseguintes, que são o núcleo deste programa de acção. Enquadro-os no Plano deAtividades 2015 da Universidade de Aveiro, com a atenção devida à natureza eescala do DETI.
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4 Programa de acção
4.1 Objectivo 1: reforçar o papel do DETI no desenvolvi-mento económico, social e cultural
4.1.1 Captação de receitas
Indicador: Número de novos contratos
Meta: Um por ano
Enquadramento: OE1.001, OE7.001 (Plano Actividades UA)
O objectivo é captar financiamentos junto de empresas para dotar os laboratóriosde ensino de melhores condições. Como exemplos de empresas para parcerias, cito,para sistemas de medida, a National Instruments, Tektronix e Rhode Schwarz. ParaFPGA, a Xilinx e Altera. Há ainda a Cisco Systems, Huawei e possivelmente outras.
Além destas empresas será considerado o Eixo 3 do QREN, Desenvolver o Po-tencial Humano (APRENDER), cuja missão é qualificar e modernizar as instalaçõesescolares e de formação. Procurarei também soluções possíveis no âmbito do H2020.
4.1.2 Promover a inovação empresarial e empreendedorismo
Indicador: Número de novas empresas criadas
Meta: Uma por ano
Enquadramento: OE1.002 (Plano Actividades UA)
Neste momento, as iniciativas desta natureza surgem no âmbito das unidades deinvestigação, mas podem surgir numa fase precoce, em que esse contacto não estáainda consolidado. O objectivo é acompanhar os alunos com ideias para criaçãode empresas, encaminhá-los na direcção apropriada, e envolver o DETI desde oprincípio. Em muitos casos, a existência deste tipo de iniciativa passa ao lado dodirector e do DETI, e não é desejável que assim seja.
4.1.3 Observatório da empregabilidade
Indicador: Inquéritos de empregabilidade
Meta: Inquérito aos alunos e empregadores
Enquadramento: OE1.006 (Plano Actividades UA)
A direcção anterior arrancou com esta iniciativa, que quero manter por a considerarda mais alta importância. A formação dada no DETI é apreciada pelos empregadores
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pela sua natureza prática, mas todos queremos mais que isso: empregabilidade total,e acompanhamento da satisfação e necessidades dos principais empregadores.
4.2 Objectivo 2: reforçar a relevância da formação
4.2.1 Melhorar o sucesso escolar
Indicador: Taxa de aprovação (aprovados/avaliados)
Meta: Aumento em 3% ao ano
Enquadramento: OE2.001 (Plano Actividades UA)
A meta proposta é superior à que consta da Plano de Actividades 2015 da Univer-sidade de Aveiro (e que é 2%). A razão para isso é o tempo de formação excessiva-mente longo nos mestrados integrados MIEET e MIECT, que tem sido referido porentidades externas durante os processos de acreditação.
4.2.2 Melhorar o acompanhamento dos alunos
Indicador: Média da questão P4 do SGQ
Meta: > 5, 5
Enquadramento: OE2.004 (Plano Actividades UA)
A questão P4 relaciona-se com o acompanhamento do trabalho da disciplina ao longodo semestre. É uma das questões consideradas no indicador OE2.004 do Plano deActividades 2015 da Universidade de Aveiro. Parece-me ser um aspecto importante,e adopto como meta o mesmo valor preconizado no documento referido.
4.2.3 Captar novos públicos
Indicador: Número de alunos
Meta: 30
Enquadramento: OE2.002 (Plano Actividades UA)
O objectivo é aproveitar algumas das oportunidades identificadas na análise SWOT(por exemplo, novos tipos de formação para alunos com necessidades específicas,requalificação ou valorização e formação ao longo da vida.) Há ainda outras hipótesesa explorar após análise com a Reitoria.
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4.2.4 Reforçar o papel das empresas
Indicador: Resultados da consulta às empresas
Meta: Média respostas > 80%
Enquadramento: OE2.005 (Plano Actividades UA)
Aprofundar a relação com as empresas e ouvi-las para melhor definir a estratégia doDETI. Promover um encontro anual com as empresas da região e facultar formuláriospara feedback aos empregadores.
4.3 Objectivo 3: reforçar o impacto da investigação
4.3.1 Potenciar a investigação
Indicador: Carga docente média
Meta: A definir em função do perfil do docente
Enquadramento: OE3 em geral (Plano Actividades UA)
A actividade de investigação no DETI decorre em duas unidades de investigação,com direcção e avaliação em tudo independentes da direcção do DETI. Como éevidente, a tarefa de reforçar o impacto da investigação segundo as linhas estabe-lecidas no Plano de Actividades da Universidade de Aveiro para 2015 é matéria dacompetência exclusiva da direcção dessas unidades.
Isso, contudo, não quer dizer que a direcção do departamento seja totalmentealheia à matéria. O objectivo aqui é criar melhores condições para que a investigaçãopossa crescer. Para isso, estudarei uma forma de ajustar a carga docente em funçãoda intensidade da investigação, que se deverá reflectir no perfil do docente (refiro-meao peso relativo atribuído à investigação e ao ensino).
Trata-se de uma medida a que atribuo carácter experimental, e que terá de serconsiderada cuidadosamente.
4.4 Objectivo 4: aprofundar uma cultura de qualidade
4.4.1 Alargamento do SGQ
Indicador: Modelo para a avaliação da qualidade pedagógica dos ciclos de estudos
Meta: Ajudar a definir o modelo e colocá-lo em prática no DETI
Enquadramento: OE4.001 (Plano Actividades UA)
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A qualidade dos ciclos de estudo do âmbito do DETI é um dos aspectos funda-mentais e prioritários para o director. Ora, estando a Universidade de Aveiro aconsiderar o alargamento do âmbito do Sistema de Garantia de Qualidade, é meuentendimento que o DETI deve estar na linha da frente desse esforço, e contribuirde forma construtiva para esse alargamento. Ao fazê-lo estará também a contribuirpara o aperfeiçoamento de um instrumento importante para ultrapassar algumasdas ameaças identificadas na análise SWOT.
4.4.2 Acompanhar os alunos
Indicador: Número de alunos apoiados
Meta: < 10
Enquadramento: OE4.002, OE4.003 (Plano Actividades UA)
Promover reuniões com os alunos que não obtiveram sucesso em mais de 50% dasdisciplinas para compreender o que correu mal. Promover uma cultura de diálogo eabertura face aos problemas, que conduza à sua rápida detecção e solução.
4.5 Objectivo 5: melhorar o posicionamento internacional
4.5.1 Aumentar o número de alunos estrangeiros
Indicador: Número de alunos estrangeiros
Meta: 10/ano
Enquadramento: OE5.001 (Plano Actividades UA)
4.5.2 Criar melhores condições aos alunos estrangeiros
Indicador: Número de disciplinas a funcionar em inglês e português
Meta: Incremento 2 disciplinas/semestre
Enquadramento: OE5.001, OE6.003 (Plano Actividades UA)
4.6 Objectivo 6: reforçar a atractividade
4.6.1 Promover a marca DETI
Indicador: Presenças na comunicação social
Meta: Zero presenças na comunicação social sem menção UA / DETI
Enquadramento: OE6.001 (Plano Actividades UA)
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Ainda há investigadores que não mencionam o DETI quando da divulgação dos seusresultados de investigação. Essa prática diminui o impacto do DETI no exterior.Para que tal não aconteça é necessário acompanhar de forma mais próxima as pre-senças de docentes e investigadores do DETI na comunicação social, e tomar asmedidas necessárias para que a imagem do DETI seja devidamente preservada.
4.6.2 Projecto Mascote
Indicador: Número de robots
Meta: 1/edifício
Enquadramento: OE6.001 (Plano Actividades UA)
O objectivo é aproveitar a experiência que existe no DETI na área da robóticaautónoma e inteligente para conceber e manter em funcionamento robots autónomosde demonstração, capazes de circular pelos corredores do edifício e interagir com osutilizadores do espaço. O facto despertaria a atenção de visitantes e potenciaisalunos e concederia ao espaço uma maior dinâmica, ajudando a firmar uma imagemde inovação e vanguarda tecnológica.
4.7 Objectivo 7: valorizar o património
4.7.1 Requalificação do edifício
Indicador: Número de intervenções
Meta: 3/ano
Enquadramento: OE7.001, OE7.002 (Plano Actividades UA)
A realizar em função dos resultados do Objectivo 1, que prevê a captação de finan-ciamentos para dotar os laboratórios de ensino de melhores condições. Relaciona-setambém com a atractividade e o Objectivo 6.
4.7.2 Promover a atractividade do espaço
Indicador: Número de intervenções
Meta: 10/ano
Enquadramento: OE7.001 (Plano Actividades UA)
O objectivo é tornar mais atractivo o espaço e optimizar a sua utilização. Comoexemplos de intervenções, cito a colocação de cacifos para os alunos ou a disponibili-zação de salas para trabalho ou convívio, de forma a aumentar o sentido de pertençapor parte dos alunos.
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4.7.3 Makerspace
Indicador: Criação de um Makerspace
Meta: Um espaço
Enquadramento: OE7 (Plano Actividades UA)
Criar um espaço do tipo Makerspace, equipado com ferros de soldar, impressora,impressora 3D e ferramenta de forma a incentivar a criatividade baseada em tecno-logia. Há alunos interessados em dinamizar este espaço, o conceito está a tornar-sepopular mas há que encontrar formas de financiamento.
4.8 Objectivo 8: renovar o quadro organizativo
4.8.1 Repensar as direcções de curso
Indicador: Número de direcções afectadas
Meta: Todas
Enquadramento: OE8 (Plano Actividades UA)
A realizar em articulação com o Objectivo 4, para promover a qualidade e proceder aum melhor acompanhamento dos cursos. Dar-se-á atenção à componente científica,à oferta estruturada de opções e à actualização dos curricula.
4.8.2 Melhorar a comunicação
Indicador: Número de iniciativas
Meta: 12/ano
Enquadramento: OE8 (Plano Actividades UA)
A comunicação no DETI pode ser melhorada, quer através de eventos pontuais ouperiódicos, quer através da criação de mecanismos de apoio permanente.
4.8.3 Requalificar os funcionários
Indicador: Número de funcionários afectados
Meta: 4
Enquadramento: OE8 (Plano Actividades UA)
A reorganização dos laboratórios e o seu equipamento pode vir a implicar umarequalificação dos técnicos que lhe dão apoio.
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5 Anexo
Os elementos que figuram neste anexo fazem parte do Plano de Actividades para2015 da Universidade de Aveiro. Pela sua natureza, são elementos fundamentaispara enquadrar o rumo de qualquer unidade orgânica da Universidade. Incluo-osaqui para melhor contextualizar este programa de acção.
5.1 Indicadores UA
Quadro de Indicadores do Contrato-Programa Fundacional
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5.2 Objectivos estratégicos UA
Objectivo Estratégico 1Reforçar o papel da UA no desenvolvimento económico, social e cultural
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Objectivo Estratégico 5Melhorar o posicionamento internacional da UA
Objectivo Estratégico 6Reforçar a atratividade
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