Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 5
Atividade extraFascículo 1 • História • Unidade 1
Questão 1
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João”
Fonte: http://letras.mus.br/caetano-veloso/41670/ Acessado em 23 de julho de 2013
Observamos na letra da música a citação saudosa de nomes de avenidas importantes da cidade de São Paulo.
Nomes que fazem parte da memória coletiva de seus moradores. Porém, a relação do autor com essas avenidas tem
ligação com as suas próprias memórias. Analise, destacando trechos do texto, a diferença entre a memória do autor
e a memória coletiva.
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Questão 2
Observe a imagem e responda a questão:
A cerimônia de um casamento é um momento
importante para nossa sociedade. Quando folheamos
um álbum de fotografia ativamos lembranças e me-
mórias que envolvem as nossas vidas e as de outras
pessoas com as quais compartilhamos aqueles mo-
mentos. Nesse sentido, e de acordo com o texto e a
imagem, pode-se concluir que a memória é
a. o resultado de diversas experiências que envolvem os indivíduos, um fato influenciado pelo que a so-
ciedade considera importante ser lembrado.
b. uma experiência biológica, o que significa que ela não se relaciona com as identidades individuais e
coletivas, nem é por elas influenciada.
c. uma lembrança, ou seja, ideia de uma coisa ou de determinada pessoa, que é conservada em nosso
cérebro, mas que tem importância individual.
d. uma faculdade psíquica através da qual se consegue reter e (re)lembrar ações que vão ao encontro das
necessidades presentes.
Questão 3
Diferentes civilizações elaboraram ao longo da História formas distintas de organizar o Tempo. Esse processo
de elaboração de tempos cronológicos é acompanhado da formação cultural e histórica de cada uma dessas civili-
zações, envolvendo também os jogos da Memória. No mundo ocidental, o nosso tempo cronológico é demarcado
a. pela Hégira, fuga do profeta Maomé de Meca para Medina, evento fundador do calendário Islâmico.
b. pela data de fundação de Roma, futura capital do Império onde pregaram os apóstolos, como Pedro.
c. pela instituição do Império Romano no Ocidente, marco da ruptura com o Império Romano do Oriente.
d. pela forte presença do Cristianismo, sendo o nascimento de Jesus o marco de nosso calendário, o ano 1.
Fonte: http://casamento.culturamix.com/fotos/album-de- fotos-de-casamento. Acesso em 12/080/2013.
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 7
Questão 4
O Holocausto, prática de perseguição po-
lítica, étnica, religiosa e sexual estabelecida du-
rante os anos de governo nazista de Adolf Hitler,
nas décadas de 30 e 40 do século XX, no qual seis
milhões de pessoas foram exterminadas pelos
soldados nazistas, tema central do filme “A lista de
Schindler”, retrata a memória coletiva do povo:
a. judeu.
b. francês.
c. inglês.
d. italiano.
Pesquisa de Campo
Nas cidades, caro aluno, há numerosos espaços de Memória. Seus moradores ou governantes costumam trans-
formar em monumento um evento, uma idéia ou um personagem. A decisão de monumentalizar acontecimentos ou
pessoas serve para tornar presente, sempre e uma vez mais, um símbolo que irá representar a comunidade. As vontades
de memória podem partir de critérios os mais diversos. Veja este, que encontramos na cidade de Porto Seguro, na Bahia.
(Fonte: www.capuchinhosbase.org.br. Acesso em 27/08/2013)
Fonte: http://www.10emtudo.com.br/artigo/steven-spielberg/. Acesso em 15/08/2013.
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Isso mesmo, caro aluno! Você está correto se respondeu que é a réplica da Nau do “Descobrimento”, que apor-
tou em 1500 na localidade que hoje damos o nome de Porto Seguro, sob o comando de ninguém menos do que
Pedro Álvares Cabral.
Perceba, portanto, que Porto Seguro é uma cidade que se apresenta como marco do “Descobrimento” do Bra-
sil. Sua gente decidiu monumentalizar esse evento e ser reconhecida por ele em todo o nosso país.
E a sua cidade, caro aluno: quais monumentos ela exibe como vontades de memória? Faça um passeio por
ruas e praças. Tome nota do que viu e do que observou de suas conversas. A partir dessas informações, escreva um
relato de experiência para entregar ao seu professor!
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 9
Gabarito
Questão 1
A memória produz significados para nossa história pessoal e nos ajuda na relação com o mundo, com
outras pessoas e com nossas experiências anteriores. Ela forma a nossa identidade pessoal e uma forma
de compreensão de mundo. Observamos isso na relação do autor com o passado, mais especificamen-
te com o momento em que Caetano visita algumas Avenidas de São Paulo, quando diz: “Alguma coisa
acontece no meu coração”. Já a memória coletiva é o conjunto de significações, construído por um grupo
social a partir de vivências comuns, isto é, a partir das experiências compartilhadas. Apesar da distinção
dos conceitos, o aluno deverá observar que a memória individual é fortemente influenciada pelas expe-
riências coletivas. E vice-versa. Ou seja, em uma resposta completa, deverá perceber que somos sujeitos
históricos, que afetam e são afetados pelos diversos movimentos do meio em que vivemos, dentre eles
a memória.
Questão 2
A B C D
Questão 3
A B C D
Questão 4
A B C D
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Pesquisa de Campo
Possibilidade de resposta: Livre. O aluno deverá reconhecer a importância da metodologia de pesquisa de cam-
po para a coleta de informações. Poderá escolher monumentos diversos, como estátuas, prédios, patrimônio
imaterial (danças, festejos locais). É importante que o aluno identifique os interesses políticos e sociais por trás
das “vontades de memória”.
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 11
Atividade extraFascículo 1 • História • Unidade 2
Questão 1
É comum ouvirmos que a formação da sociedade brasileira foi o resultado da “mistura” de três etnias (indí-
genas, africanos e portugueses). Porém, sabemos que recebemos a contribuição dos imigrantes de várias partes do
mundo. Sendo assim, explique a formação da sociedade brasileira.
Questão 2
A Revolta dos Malês, liderada por africanos islamizados, ocorreu na cidade de Salvador no século XIX. A rebe-
lião virou tema de música, assinada por Rafael Pondé. Ficou assim:
Perto do Abaeté tem um nego mandigueiro
Descendente do Malês, povo nobre e guerreiro
Faz dali o seu terreiro
Na roda de Capoeira ou orando ao Deus Allah
Veste branco às sextas-feiras
Usa xale e patuá
(seu avô era um Alufá)
Esse nego um dia fez revolta
A revolta dos Malês, foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês
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O canto de apear o boi
(foi o Male que trouxe)
E se você vestir um abadá
(foi o Male que trouxe)
O misticismo e a superstição
(foi o Malê que trouxe)
A moda de viola do sertão
(foi o Male que trouxe)
Tapas, Haussás, baribas
Negos e mandingas
A Revolta dos Malês foi na Bahia que se fez
A Revolta dos Malês
Link: http://www.vagalume.com.br/rafael-ponde/revolta-dos-males.html#ixzz2YABEg8 Acessado em 01 de julho de 2013
Na letra da música, podemos perceber elementos da cultura africana e da religião muçulmana. Identifique nos
versos elementos da permanência da cultura malê em nossos dias.
Questão 3
Sou igara nessas águas
Sou a seiva dessas matas
E o ruflar das asas de um beija-flor
Eu vivia em plena harmonia com a natureza
Mas um triste dia o kariwa invasor
No meu solo sagrado pisou
Desbotando o verde das florestas
Garimpando o leito desses rios
Na cerâmica Marajoara, no remo Sateré
Na plumária ka’apor, na pintura kadiwéu
No muiraquitã da icamiaba
Na zarabatana Makú, no arco Mundurukú
No manto Tupinambá, na flecha kamayurá
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 13
Na oração Dessana...
Canta índio do Brasil
Canta índio do Brasil
Anauê nhandeva, anauê hei, hei, hei!
“Dos filhos deste solo és mãe gentil pátria amada Brasil”.
(“ Índio do Brasil”, música composta para a apresentação do Boi Garantido no Festival Folclórico de Parintíns, no Amazonas)
A letra da música fala da intervenção do homem na natureza visando o lucro, sem se importar com o meio
ambiente e da resistência cultural indígena. O verso que revela a difícil relação entre o meio ambiente e a cultura é
a. “Dos filhos deste solo és mãe gentil pátria amada Brasil”.
b. “Já são cinco séculos de exploração, mas a resistência ainda pulsa no meu coração”.
c. ” Sou igara nessas águas, sou a seiva dessas matas”.
d. “Desbotando o verde das florestas, garimpando o leito desses rios”.
Questão 4
Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://divercidadecult.files. wordpress.com/2010/11/charge-fim-escura.jpg Acessado em 01 de julho de 2013
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A manifestação apresentada pela imagem refere-se a acontecimentos populares em São Paulo. O diálogo en-
tre os dois personagens é uma demonstração
a. da reivindicação popular.
b. da cultura paulistana.
c. do movimento sindicalista.
d. da diversidade Cultural.
Questão 5
Fonte:http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://4.bp. blogspot.com Acessado em 01 de julho de 2013
O tema central da imagem
a. traduz o Brasil como país sem preconceito.
b. denuncia o preconceito oculto nas relações sociais.
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 15
c. aponta o preconceito como um crime com punição prevista em lei.
d. propõe que o brasileiro admita de forma crítica que pratica o preconceito racial.
Questão 6
O etnocentrismo trata-se de uma avaliação pautada em juízos de valor daquilo que é considerado diferente. Por exemplo, enquanto alguns animais como escorpiões e cães não fazem parte da cultura alimentar do brasileiro, em alguns países asiáticos estes animais são preparados como alimentos, sendo vendidos na rua da mesma forma como estamos habituados aqui a comer um pastel ou pipocas. Da mesma forma, um estrangeiro, ao chegar ao Brasil, vindo de um país qualquer com muita formalidade e impessoalidade no trato, pode, ao ser recepcionado, estranhar a cordialidade e a simpatia com que possivelmente será tratado, mesmo sem ser conhecido.
(Por Paulo Silvino Ribeiro, Doutorando em Sociologia pela UNICAMP)
Fonte: http://www.brasilescola.com/sociologia/etnocentrismo.htm Em 14/07/2013. Adaptado.
A partir do texto, explique por que no momento da chegada dos portugueses ao Brasil o contato deles com os
indígenas foi marcado pela lógica do Etnocentrismo.
Questão 7
A terra do sonho é distante
e seu nome é Brasil
plantarei a minha vida
debaixo de céu anil.
Minha Itália, Alemanha
Minha Espanha, Portugal
talvez nunca mais eu veja
minha terra natal.
Aqui sou povo sofrido
lá eu serei fazendeiro
terei gado, terei sol
o mar de lá é tão lindo
natureza generosa
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que faz nascer sem espinho
o milagre da rosa.
O frio não é muito frio
nem o calor é muito quente
e falam que quem lá vive
é maravilha de gente.
Fonte: http://letras.mus.br/milton-nascimento/1590254/ Acessado em 01 de julho de 2013
Na letra da música, a narrativa do Brasil é apresentada pelo compositor Milton Nascimento, isto é, ele conta a
história do país através de seus versos. Na música, ele valoriza um sujeito histórico fundamental para a formação do
Brasil que é o
a. escravo africano.
b. imigrante europeu.
c. Indígena brasileiro.
d. povo asiático.
Questão 8
A sociedade brasileira também passava por transformações importantes. O fim da escravidão, em 1888, foi a mais importante destas transformações e levou à expansão do trabalho assalariado. Os grandes fazendeiros e o Estado organizaram-se para estimular a imigração europeia, pois diziam que era preciso trazer trabalha-dores preparados para substituírem os ex-escravos.
Fonte: Material didático – CEJA – Fascículo 2
Esses imigrantes que atravessaram o Oceano Atlântico à procura de terra e de trabalho eram tratados pelos
seus contratantes com
a. respeito, pois há muito valorizavam seus escravos.
b. violência, de forma semelhante à exploração do trabalhado escravo.
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 17
c. controle, porém a relação com o trabalhador imigrante era assalariada e livre.
d. limites à exploração, pois o dono de terras tinha clareza da transição do trabalho escravo ao livre.
Questão 9
“Era comum que os traficantes utilizassem o nome dos grupos de escravos a partir da nomenclatura utiliza-da pelos comerciantes africanos que os aprisionavam. No caso dos iorubás, eles foram chamados na Bahia de nagôs. Até hoje a palavra “Nagô” ou “Anago” é utilizada para identificar a cultura iorubá, inclusive, nos rituais religiosos.
Fonte: Material didático – CEJA – Fascículo 2
Na Bahia, a presença da cultura iorubá marcou profundamente as práticas culturais e religiosas, como revela
o texto. Podemos citar como exemplo a incorporação e a transformação da religião tradicional iorubá no surgimento
a. do Islamismo e da Umbanda.
b. do Candomblé e da Igreja Católica.
c. do Candomblé e da Umbanda.
d. da Umbanda e da Igreja Batista.
Questão 10
O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, possui uma vasta diversidade cultural. Os coloni-zadores europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os primeiros responsáveis pela dis-seminação cultural no Brasil. Em seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, dentre outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos como a culinária, danças, religião são elemen-tos que integram a cultura de um povo.
(http://www.brasilescola.com/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm)
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Apesar da marca da mestiçagem, algumas visões históricas indicavam a superioridade de algumas etnias que
compõem a sociedade brasileira frente às demais. A isso chamamos de etnocentrismo por que
a. prega que algo é relativo, ou seja, o oposto de uma ideia absoluta e categórica.
b. apresenta o medo irracional, a aversão ou a profunda antipatia em relação ao diferente.
c. discrimina até mesmo aqueles que têm os mesmos hábitos, desde que professem uma religião distinta.
d. representa o individualismo como um conceito político, moral e social superior aos valores coletivos.
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 19
Gabarito
Questão 1
Possibilidade de resposta: as três etnias citadas, embora tenham exercido grande influência sobre a formação
do povo brasileiro, não foram as únicas. Nossa sociedade é fruto dos encontros e dos conflitos entre diversos
grupos étnicos, de origens distintas, que atuaram e atuam na formação da nossa diversidade. Na segunda me-
tade do século XIX, por exemplo, tivemos uma forte imigração japonesa e italiana, no contexto da substituição
da mão de obra escrava pela livre.
Questão 2
Possibilidade de resposta: há referências a permanências culturais africanas islamizadas em todo o segundo
parágrafo da música. O uso do abadá (hoje disseminado nos carnavais da Bahia) é um deles, pois que muito
difundido até entre os que não seguem as religiões africanas.
Questão 3
A B C D
Questão 4
A B C D
Questão 5
A B C D
20
Questão 6
Possibilidade de resposta: a vinda dos portugueses ao Brasil foi tida por eles como “Descobrimento”, apresen-
tando a visão do conquistador como a de um vencedor e a dos índios como a de nativos que foram “descober-
tos”. Segundo a visão etnocêntrica dos portugueses, o que antes deles havia nestas terras era inferior frente aos
valores europeus.
Questão 7
A B C D
Questão 8
A B C D
Questão 9
A B C D
Questão 10
A B C D
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 13
Atividade extraFascículo 2 • História • Unidade 4
Questão 1
Na unidade que você estudou, você pôde observar a foto da Praça Tiradentes no Rio de Janeiro, com a estátua de D.
Pedro I ao centro. Tiradentes foi um dos líderes do fracassado movimento do século XVIII, a Inconfidência Mineira, em 1789.
A Rainha que condenou à morte Tiradentes chamava-se D. Maria I. Ela era avó de um jovem Príncipe, D. Pedro I, que, curiosa-
mente 40 anos depois da morte de Tiradentes, iria proclamar a Independência do Brasil. Isso foi em 1822. Tiradentes (no século
XVIII) e D. Pedro I (século XIX) defenderam posições políticas opostas e foram protagonistas de ações bastante distintas.
a. Por que os questionamentos de Tiradentes acabaram levando-o a sua condenação e morte?
b. Qual a intenção de colocar monumentos com estátuas de Tiradentes e D. Pedro I lado a lado na mesma
praça pública, uma vez que eles estão em contextos históricos diferentes e cada qual está ligado a mo-
vimentos distintos e com suas próprias reivindicações?
Questão 2
O Brasil é considerado o país do futebol, no lugar da Inglaterra, onde o esporte foi criado. A explicação para esse amor pode ser o fato de o Brasil ter conquistado cinco Copas do Mundo. Para alguns estudiosos, o fu-tebol é considerado uma manifestação cultural, que no Brasil se deu de uma forma mais abrangente e que conseguiu transformar esse esporte em uma característica do povo brasileiro.
Fonte: http://futebol-no-brasil.info/mos/view/Futebol_-_Paix%C3%A3o_Nacional/. Acesso em 10/08/2013. Adaptado.
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O texto apresenta o Brasil como o país do futebol e ressalta o envolvimento de nosso povo nesse evento. Se-
gundo o texto, a construção dessa paixão nacional representa a
a. memória individual.
b. vontade de memória.
c. memória coletiva.
d. memória política.
Questão 3
A memória nacional é, em realidade, formada de memórias nacionais. Ela recobre as formas pelas quais as distintas classes e segmentos sociais foram constituindo, nos embates [oposição] da História, as suas identidades.
Fonte: Adaptado de GARCIA, Marco Aurélio. 1991. “Tradição, memória e história dos trabalhadores.” In: DPH/SMC da Pre-feitura de São Paulo (ed.). “O direito à memória: patrimônio histórico e cidadania”, pp.169 – 174. São Paulo, DPH/SMC da Prefeitura de São Paulo, p. 43.
No texto, compreende-se que no processo de constituição de uma memória nacional identifica-se
a. a composição de hinos nacionais que representam os anseios de diferentes segmentos sociais de uma
Nação.
b. a tensão entre as classes sociais na disputa pelo estabelecimento de sua memória e criação de seus
símbolos.
c. a ausência de controle dos meios de comunicação social dificultando a construção de uma memória da
diferença.
d. o esforço coletivo de criar uma imagem única de Nação, como proposta de uniformização de nossa
herança mestiça.
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 15
Questão 4
A presidenta Dilma Rousseff sancionou, em 4 de março de 2011, a Lei 12.391, que determina a inscrição dos nomes dos líderes da Revolta dos Búzios no Livro de Aço dos Heróis Nacionais. Enforcados em praça pública, João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virgens e Veiga _ eram todos soldados e alfaiates, portanto, gente muito simples. A Revolta ocorreu em 1798, época em que os princípios iluministas e a independência dos Estados Unidos influen-ciavam fortemente os ideais libertários dos brasileiros, que contrastavam com a precária condição de vida do povo negro. O grande diferencial do movimento foi a articulação de grupos mais pobres da população baiana para defender propostas que realmente os representassem.”
Fonte: http://www.palmares.gov.br/2011/03/lideres-da-revolta-de-buzios-sao-reconhecidos-como-herois/. Acesso em 13/08/2013. Adaptado.
Analisando o texto, a decisão da presidenta reconhece que, para a memória nacional,
a. os ideais da Revolta dos Búzios constituíram o movimento de Independência do Brasil e devem reve-
renciados.
b. a Revolução dos Búzios foi a de maior destaque da História do país e os seus heróis são líderes da nação.
c. a memória coletiva de segmentos populares e seus líderes são importantes na constituição da nação.
d. a independência dos Estados Unidos foi a principal referência de luta pela liberdade do país.
Questão 5
O 20 de novembro começou a ser delineado em encontros informais [por integrantes do Movimento Negro Unificado] na Rua dos Andradas, aqui em Porto Alegre. Estávamos em 1971. Reuníamo-nos e falávamos muito a respeito do 13 de maio, do fato de essa data não ter um significado maior para a comunidade [negra ou afrodescendente]. A partir desta constatação, comecei a procurar outras datas que fossem mais significativas para o movimento. Comecei a estudar a fundo a história do negro e constatei que a passagem mais marcante era o Quilombo dos Palmares. Colhi informação [do 20 de novembro] numa publicação da Editora Abril dedicada a Zumbi, que dava essa data como a de seu assassinato, em 1665.” (Entrevista de Oliveira Silveira concedida a Jader Nicolau do Portal Afro)
Fonte: Adaptado de Dia Nacional da Consciência Negra. In: http://mnurio.blogspot.com.br/2011/11/dia-nacional-da- consciencia-negra-20-de.html. Acesso em 14/08/2013.
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No texto, o dia 20 de novembro é uma data significativa para a comunidade afrodescendente porque
a. valoriza a memória dos africanos e de outros imigrantes no país.
b. exalta o modelo de governo implementado no Quilombo de Palmares.
c. destaca a memória do Movimento Negro Unificado e suas lutas políticas.
d. reconhece a liderança negra de Zumbi dos Palmares no combate à escravidão
Questão 6
Observe o trecho da música Kizomba, Festa da Raça de Martinho da Vila, samba enredo campeão no Rio de
Janeiro pela Unidos de Vila Isabel no ano de 1998, depois responda:
Valeu Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terras céus e mares
Influenciando a Abolição
Zumbi valeu”
Fonte: http://www.vagalume.com.br/unidos-de-vila-isabel/samba-enredo-1988.html Acessado em 01/08/2013
Explique a importância do samba enredo na criação de uma Memória da Abolição.
Questão 7
Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante
(...)
Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/hino.htm Em 14/07/2013
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 17
Observamos na letra do Hino Nacional, escrita por Joaquim Osório Duque Estrada, uma referência ao povo
brasileiro na Independência do Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1822. Sabemos, porém, que a Independência foi
marcada pela ação da elite brasileira, que inclusive conduziria ao poder D. Pedro I.
Explique por que o trecho destacado do Hino Nacional apresenta a tentativa dessa elite de criar um símbolo de
memória em que também o povo pareça ter participado diretamente da Independência do Brasil?
Brado retumbanteGrito estrondoso, grito que ecoa.
Plácidascalmas, serenas, quietas.
Questão 8
As leis que organizavam a vida na colônia brasileira favoreciam os interesses de Portugal. Assim, o comércio era controlado pelos comerciantes portugueses e tudo o que entrava e saía da colônia (açúcar, algodão, couro, ferramentas, armas, tecidos, sal) tinha de passar por navios portugueses.
Fonte: Material didático – CEJA – Fascículo 2
O texto revela a prática do
a. monopólio Comercial.
b. tráfico negreiro da África.
c. fechamento dos Portos às nações amigas.
d. protecionismo alfandegário nos portos brasileiros.
Questão 9
A Conjuração Baiana atraiu representantes de diferentes camadas sociais. Compondo a sua liderança havia
homens das camadas médias e líderes populares, como alfaiates e soldados. Além disso, a participação de negros e
mulatos foi intensa, atribuindo ao movimento uma característica diferente em relação à Inconfidência Mineira, apesar
de ambas terem ideais republicanos e serem contra a Coroa portuguesa.
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Fazia a diferença entre esses dois movimentos republicanos o fato de que
a. a Inconfidência Mineira era monarquista ao contrário da Conjuração Baiana.
b. a Conjuração Baiana era abolicionista ao contrário da Inconfidência Mineira.
c. a Conjuração Baiana buscava a melhoria de vida das elites agrárias ao contrário da Inconfidência.
d. a Inconfidência queria a melhoria de vida dos trabalhadores brancos e pobres o contrário da
Conjuração.
Questão 10
O Livro dos Heróis da Pátria, que repousa no Panteão da Pátria e da Liberdade, em Brasília, tem inscrito
em suas reluzentes páginas de aço, vinte personagens da nossa história. Citamos, dentre eles, Ana Nery e Zumbi
dos Palmares.
Com relação aos Heróis da Pátria pode‐se dizer que
a. as escolhas dos personagens históricos são feitas por votação popular.
b. representam as lutas e conquistas pela soberania de uma determinada nação.
c. são representantes das conquistas populares na construção de um país.
d. são elementos representativos de uma memória e identidade nacionais.
Questão 11
Os artistas tiveram uma participação muito importante na construção das ima-
gens sobre os “Heróis da Pátria”. No quadro, vemos representado o enforcamento do
Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Essa tela evoca semelhantes entre ele
e Jesus Cristo. Pode‐se considerar que esta intenção
a. demonstra os castigos que eram impostos àqueles que eram contrários à
política de colonização portuguesa.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tiradentes
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 19
b. consolida na memória coletiva o sacrifício heróico de Tiradentes na luta pela emancipação da colônia
brasileira.
c. divulga os ideais da burguesia portuguesa e sua responsabilidade na condução da Inconfidência Mi-
neira.
d. dissemina entre os brasileiros o amor à pátria portuguesa defendida por Tiradentes.
20
Gabarito
Questão 1
Tiradentes arquitetou uma rebelião que separaria o território brasileiro do território português, ou seja, questio-
nava o poder de D. Maria I no Brasil.
Na Praça Tiradentes, as estátuas de D. Pedro I e de Tiradentes pretendem produzir espaços de memória coletiva,
com efeitos didáticos para os brasileiros que a visitam, ou seja, para evocar nosso passado. Uma interpretação
possível é a de que essa monumentalização das lutas pela Independência pretende criar uma memória de
conciliação nacional. Ou seja, ambos contribuíram, cada um a seu modo, para a construção da nação brasileira.
Questão 2
A B C D
Questão 3
A B C D
Questão 4
A B C D
Questão 5
A B C D
Ciências Humanas e suas Tecnologias · História 21
Questão 6
Possibilidade de resposta: a letra de Martinho da Vila, ao exaltar a imagem de Zumbi e a importância do Quilom-
bo dos Palmares, manifesta uma “vontade de memória”, que pretende se contrapor àquela criada pelas redes
palacianas, que apresentam a Princesa Isabel como “A Redentora”. Trata-se de um samba enredo veiculado para
milhões de pessoas no Brasil e no mundo, contribuindo para a construção de outras visões da História.
Questão 7
Possibilidade de resposta: O Hino brasileiro é um dos elementos para a composição da identidade
nacional que é construída pelo Estado e funcionou com um dos elementos da construção de nossa memória.
Há um trecho que diz: “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante”. Com
esse exercício de escrita da memória, o brado (grito) aparece como sendo também do povo, como se o grito de
D. Pedro I fosse a voz de toda uma Nação. Pretendia-se, como isso, mostrar um D. Pedro I que defendia os inte-
resses do povo brasileiro. A intenção, portanto, era fazer com que o povo se identificasse com a Independência,
sentindo-se igualmente protagonista desse fato histórico.
Questão 8
A B C D
Questão 9
A B C D
Questão 10
A B C D
Questão 11
A B C D