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São Paulo 2013

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Copyright © 2013 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa Monica Rodrigues

Luana Leão

Projeto GráficoMonica Rodriguês

Revisão Priscila Loiola

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________L476m

Leão, Luana As mãos do destino / Luana Leão. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2013.

ISBN 978-85-7923-875-8

1. Romance brasileiro. I. Título.

13-05881 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3

________________________________________________________________07/10/2013 08/10/2013

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Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Glória, 246 - 3º andarCEP 01510-000 - Liberdade - São Paulo - SP

Tel.: 11 3167.4261www.editorabarauna.com.br

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, por transformar meu utópico em realidade, meu projeto em ação. Tu és a minha maior fonte de força. Agradeço ao meu irmão, Leandro, por ser meu guia nessa minha nova jornada. Muito obri-gada pelas orientações e por, desde a ideia inicial, me apoiar. Aos meus pais Valéria e Irapuam, pelo inestimá-vel incentivo. À minha irmã Larissa, pelas críticas cons-trutivas e imenso apoio. Ao escritório Castanheira Leão & Campbell Pena, pelos conselhos jurídicos. Caso haja algum erro, assumo total responsabilidade pela falta de atenção naquilo que me foi passado. À Úrsula Regina Blume Lopes, pela primeira revisão.

Ao Wellington, criador da fan page Trecho de Li-vros, por toda ajuda na divulgação. Muito obrigada, você foi nota dez. À Editora Baraúna pela oportuni-dade. Aos amigos e familiares pela dedicação e apoio, principalmente na divulgação. Agradeço também ao

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meu amado marido, Flávio Carrilho. Obrigada por acreditar em mim. Te amo! E, claro, não poderia deixar de lado a razão da minha existência, meu anjinho azul, Gabriel. Por você, meu filho, eu luto, eu vou atrás, eu não desisto. Você é o meu tudo. Obrigada!

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Atração: ação de atrair; força que atrai; ato de ficar atraído ou atrair outra pessoa podendo ter motivos

emocionais, físicos ou psicológicos,

...ou seja, não consigo resistir a...

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— Pronta? — perguntou Renata. — Pronta! — respondi.— Nem acredito que a Kate e o Cris vão se casar!

— disse Renata, levantando os braços em sinal de vitória.— Nem me fale! Sete anos de noivado não são para

qualquer um — retoquei o batom rosa claro.— Eu jurava que ele ainda iria enrolá-la por mais

alguns anos!— Eu também! Mas que bom que decidiram. Fico

feliz por ela!Bati mais uma camada de laquê no cabelo para fir-

mar os fios que teimavam em se soltar.— Hum... então... o Gustavo vem? — Renata me

olhou com uma de suas sobrancelhas erguida.— Ai, Rê! Não consigo falar com ele há dias! — suspi-

rei. — E mesmo que ele venha, você já sabe o que irei fazer.

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Gustavo e eu namorávamos há pouco mais de seis meses. Para falar a verdade, não sei se podia chamar aqui-lo de namoro. Ele morava em Porto Alegre, enquanto eu morava em São Paulo. Visitava a capital paulistana uma vez por mês e ficava poucos dias.

Conheci Gustavo na festa de aniversário de uma amiga em comum, a Kate. Na verdade, Gustavo era amigo de Cris, noivo da Kate. Nunca o havia encontra-do anteriormente àquela noite, apesar de conhecê-los há muito tempo. Gustavo se mudou juntamente com sua família de São Paulo para Porto Alegre, cidade natal de seus pais, há quase 10 anos e, segundo a Kate, vinha raramente até São Paulo. Passou a visitar a cidade com mais frequência havia pouco tempo.

Gustavo era uma espécie rara de homem. Trinta anos de pura beleza e masculinidade. De família rica, ou melhor, milionária, cuidava dos escritórios de advocacia de seu pai, Ricardo Fonturine, apesar de eu nunca concordar com o nome “escritório”, pois se tratavam de empresas imensas, com dezenas de advogados especialistas em diversas áreas, infinitos estagiários e filiais no Rio de Janeiro e São Paulo. A Fonturine Advogados Associados foi listada como o se-gundo melhor escritório de advocacia da América Latina, de acordo com a Chambers Latin America, perdendo ape-nas para o argentino Almeida & Corbella.

Gustavo, o único filho advogado, viajava por entre as capitais, cuidando dos escritórios da família. Apaixo-nei-me logo de cara e começamos um relacionamento, eu diria meio conturbado, pelo menos do meu ponto de vista, apesar de eu achar que para ele estava ótimo assim.

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Kate me havia dito que ele não firmava com nin-guém. Estava sempre desfilando com mulheres diferen-tes, a maioria das vezes, modelos lindas e bem-sucedidas, e as tratava como meros objetos, sexualmente falando. Mesmo sabendo disso tudo, fui atraída pelo seu jeito se-dutor e envolvente.

Quando nos conhecemos, ficamos conversando por horas. Fomos os últimos a irem embora da festa.

A noite estava agradabilíssima. Uma brisa suave mi-tigava o calor insuportável do mês de janeiro e a majes-tosa lua cheia estava envolta por um arco reluzente. A companhia dos meus amigos era como um desestressante natural, depois de uma semana intensa de trabalho.

Amava ser publicitária. Sempre foi o meu sonho desde a época do curso primário (hoje, Ensino Funda-mental), mas era uma profissão que demandava muito tempo e disposição da minha parte. Viver no mundo da mídia, da arte, da persuasão era encantador. Achava que tudo aquilo era como um passe de mágica. Fazer as pesso-as se interessarem por algum produto ou serviço a ponto de não conseguirem mais viver sem ele. Transformar o desejo em necessidade. Viajar em ideias.

Era um máximo!Dedicava-me, de corpo e alma, para a UP Publicida-

de e Propaganda, empresa na qual trabalhava desde que me formei, almejando um dia, quem sabe, tornar-me a

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Diretora de Arte da agência. Tive sorte em conseguir uma vaga dentro do Departamento de Criação. Uma verda-deira façanha, já que ela foi muito disputada entre di-versos recém-formados, assim como eu. Sempre fui uma aluna exemplar. Assim, meu professor de Design Gráfico, da faculdade, e grande amigo do proprietário da UP, fez uma magnificente carta de indicação para eu anexar ao meu currículo. Praticamente me colocou lá dentro.

Trabalhar na UP era exaustivo e consumia quase todo o tempo que eu tinha, inclusive alguns finais de se-mana. Apesar de tudo, eu amava meu trabalho.

— Por favor! Atenção! — Cris se levantou da mesa e bateu o talher em sua taça de cristal, provocan-do um delicado tilintar, que ecoou pelo pequeno salão de festas do prédio de Kate.

O burburinho foi se acalmando e todos voltaram sua atenção para ele. As pessoas que estavam na área ex-terna entraram no salão, inclusive eu e Renata.

— Eu queria fazer um brinde à minha amada noiva Kate, que hoje completa vinte e sete aninhos de pura be-leza e simplicidade.

— Ohhhhhh! — um coral de vozes soou pelo salão.Kate, sentada, olhava Cris admirada.— E para demonstrar o meu amor, eu queria lhe

dar esse presente — disse, entregando a ela uma pequena caixinha quadrada de veludo preto.

— Ah, Cris! — suspirou Kate emocionada.Kate se levantou e deu um beijo apaixonado em

Cris. Abriu a caixa e se deparou com um lindo con-junto de brilhantes.

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— Como são lindos, Cris! Obrigada, meu amor!— Achei que o presente de aniversário que daria

a Kate fosse a data do casamento — gritou Renata, em tom provocativo.

— Esse casamento sai ou não sai? — Caio, primo de Kate, aproveitou o gancho para continuar a provocação.

Kate olhou para Cris esboçando um sorriso carica-turesco. Ela não dizia abertamente, mas sabíamos que não via a hora de se casar com ele.

— Calma, calma, meus dedicados amigos. Quem persiste sempre alcança. Em breve receberão o convite para a festa — disse em meio ao coro “data, data, data”, cantado por todos os convidados da festa.

Foi iniciada uma salva de palmas e uma música ele-trônica inundou o ambiente. As luzes do salão se apaga-ram, sendo substituídas pelos lampejos circulares e colo-ridos do globo e dos flashes vindos do strobo. Algumas pessoas se levantaram e começaram a dançar.

— Ele ainda vai enrolá-la por mais um tempão. Escuta só o que estou dizendo — disse Renata, sentando em uma mesa vaga perto da porta, que dava acesso a área externa.

— E eu não sei? — sentei-me na cadeira à frente, belis-cando os deliciosos salgadinhos que fumegavam sobre a mesa.

— Thiago não quis vir?— Não. Eu insisti, mas ele disse que se sentiria um

penetra, já que não foi convidado. Ele e Kate mal se co-nhecem. Viram-se o quê? Três ou quatro vezes?

— Tão lindinho e educado. Você deveria namorá-lo.— Rê! Thiago e eu somos só amigos. Acho que ele

nem pensa nisso também.

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— Grande Cristiano Ronaldo — uma voz rouca e masculina surgiu atrás de mim.

— Caraca! Não acredito que você veio! — disse Cris.— Parabéns, Kate!— Obrigada! Que bom que pode vir!A conversa continuou animada atrás de mim, insti-

gando-me a virar para saber quem era tal pessoa que dei-xou Cris e Kate tão felizes. Antes que eu pudesse concluir o ato e bisbilhotar o faceto papo às minhas costas, Renata começou a tossir ininterruptamente.

— AI — cof cof — MEU — cof cof — DEUS — cof cof.

— O que foi? Engasgou? — fiz menção em levantar para ajudá-la, mas Renata me deteve segurando em meu braço, forçando-me a voltar a sentar.

— O que aconteceu? — Hum — pigarreou e respirou fundo. — Dis-

farçadamente, dê uma olhada nesse homem ES-PE-TA--CU-LAR — falou pausadamente — que está atrás de você, conversando com o Cris.

— Renata — exclamei —, que susto! Essa tosse toda é por causa de um homem?

— Ele não é “um homem”, ele é “o homem”. Olhe e confira você mesma — sussurrou.

Virei-me sorrindo, divertida com a cara embasba-cada de Renata. Ela sempre exagerava quando o assun-to era homem, apesar de seu indubitável bom gosto. Namoradeira de primeira, Renata vivia dizendo que seu hobby preferido era admirar a beleza masculina. Admirar e desfrutar.

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— MEU DEUS! — deixei escapar em alto e bom som a minha surpresa, ao visualizar aquela obra de arte em minha frente, atraindo a atenção de Cris, Kate e do homem lindo de morrer que estava com eles.

Os olhos brilhantes e expressivos do “Senhor Boni-tão” se encontraram com os meus, fazendo-me corar de vergonha. Um sorrisinho sarcástico brotou em seus lá-bios, deixando-o ainda mais lindo. O conjunto físico da-quele homem era a epítome da perfeita harmonia, como se cada parte sua tivesse sido desenhada a mão.

Puta merda!— Letícia — Kate notou meu encantamento —,

esse é um grande amigo de Cris, Gustavo.Gustavo se aproximou, estendendo a mão.Levantei-me desconcertada para cumprimentá-

-lo, esforçando-me para não cometer mais alguma gafe, mas o nervosismo falou mais alto e acabei esbarrando na mesa. Meu copo com suco de uva virou e todo conteúdo jorrou sobre os lustrosos sapatos pretos de Gustavo. Ele tentou se desviar do banho, mas era tarde demais.

Gustavo olhou decepcionado a lambreca que seus sapatos viraram, bem como a barra de sua moderna calça jeans escura.

— Merda — murmurou.— Meu Deus! — essa expressão não saía da minha boca. Será que eu só conseguia dizer isso? “Diga outra coisa, Letícia”.— Mil perdões — falei, pegando o guardanapo de

tecido e me abaixando para tentar secar os sapatos.— Não precisa fazer isso — Gustavo me ergueu pelo


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