as mÃos do destino

15

Upload: editora-barauna-se-ltda

Post on 09-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

LETÍCIA, uma publicitária apaixonada pelo trabalho, conhece Gustavo, um advogado muito rico e conceituado. Entre eles surge um tresloucado amor, mas as sombras do passado colocam em prova esse sentimento que parecia indestrutível. Thiago, melhor amigo de Letícia, aproveita essa confusão emocional para tentar conquistá-la. Diante de um triângulo amoroso cheio de segredos e mistérios, certas decisões podem causar graves consequências. Pode o amor transpor tantas barreiras

TRANSCRIPT

Page 1: AS MÃOS DO DESTINO
Page 2: AS MÃOS DO DESTINO
Page 3: AS MÃOS DO DESTINO

São Paulo 2013

Page 4: AS MÃOS DO DESTINO

Copyright © 2013 by Editora Baraúna SE Ltda

Capa Monica Rodrigues

Luana Leão

Projeto GráficoMonica Rodriguês

Revisão Priscila Loiola

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________L476m

Leão, Luana As mãos do destino / Luana Leão. - 1. ed. - São Paulo : Baraúna, 2013.

ISBN 978-85-7923-875-8

1. Romance brasileiro. I. Título.

13-05881 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3

________________________________________________________________07/10/2013 08/10/2013

________________________________________________________________

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Glória, 246 - 3º andarCEP 01510-000 - Liberdade - São Paulo - SP

Tel.: 11 3167.4261www.editorabarauna.com.br

Page 5: AS MÃOS DO DESTINO

As mãos do destino 5

Agradecimentos

Agradeço a Deus, por transformar meu utópico em realidade, meu projeto em ação. Tu és a minha maior fonte de força. Agradeço ao meu irmão, Leandro, por ser meu guia nessa minha nova jornada. Muito obri-gada pelas orientações e por, desde a ideia inicial, me apoiar. Aos meus pais Valéria e Irapuam, pelo inestimá-vel incentivo. À minha irmã Larissa, pelas críticas cons-trutivas e imenso apoio. Ao escritório Castanheira Leão & Campbell Pena, pelos conselhos jurídicos. Caso haja algum erro, assumo total responsabilidade pela falta de atenção naquilo que me foi passado. À Úrsula Regina Blume Lopes, pela primeira revisão.

Ao Wellington, criador da fan page Trecho de Li-vros, por toda ajuda na divulgação. Muito obrigada, você foi nota dez. À Editora Baraúna pela oportuni-dade. Aos amigos e familiares pela dedicação e apoio, principalmente na divulgação. Agradeço também ao

Page 6: AS MÃOS DO DESTINO

6 Luana Leão

meu amado marido, Flávio Carrilho. Obrigada por acreditar em mim. Te amo! E, claro, não poderia deixar de lado a razão da minha existência, meu anjinho azul, Gabriel. Por você, meu filho, eu luto, eu vou atrás, eu não desisto. Você é o meu tudo. Obrigada!

Page 7: AS MÃOS DO DESTINO

As mãos do destino 7

Atração: ação de atrair; força que atrai; ato de ficar atraído ou atrair outra pessoa podendo ter motivos

emocionais, físicos ou psicológicos,

...ou seja, não consigo resistir a...

Page 8: AS MÃOS DO DESTINO
Page 9: AS MÃOS DO DESTINO

As mãos do destino 9

I

— Pronta? — perguntou Renata. — Pronta! — respondi.— Nem acredito que a Kate e o Cris vão se casar!

— disse Renata, levantando os braços em sinal de vitória.— Nem me fale! Sete anos de noivado não são para

qualquer um — retoquei o batom rosa claro.— Eu jurava que ele ainda iria enrolá-la por mais

alguns anos!— Eu também! Mas que bom que decidiram. Fico

feliz por ela!Bati mais uma camada de laquê no cabelo para fir-

mar os fios que teimavam em se soltar.— Hum... então... o Gustavo vem? — Renata me

olhou com uma de suas sobrancelhas erguida.— Ai, Rê! Não consigo falar com ele há dias! — suspi-

rei. — E mesmo que ele venha, você já sabe o que irei fazer.

Page 10: AS MÃOS DO DESTINO

10 Luana Leão

Gustavo e eu namorávamos há pouco mais de seis meses. Para falar a verdade, não sei se podia chamar aqui-lo de namoro. Ele morava em Porto Alegre, enquanto eu morava em São Paulo. Visitava a capital paulistana uma vez por mês e ficava poucos dias.

Conheci Gustavo na festa de aniversário de uma amiga em comum, a Kate. Na verdade, Gustavo era amigo de Cris, noivo da Kate. Nunca o havia encontra-do anteriormente àquela noite, apesar de conhecê-los há muito tempo. Gustavo se mudou juntamente com sua família de São Paulo para Porto Alegre, cidade natal de seus pais, há quase 10 anos e, segundo a Kate, vinha raramente até São Paulo. Passou a visitar a cidade com mais frequência havia pouco tempo.

Gustavo era uma espécie rara de homem. Trinta anos de pura beleza e masculinidade. De família rica, ou melhor, milionária, cuidava dos escritórios de advocacia de seu pai, Ricardo Fonturine, apesar de eu nunca concordar com o nome “escritório”, pois se tratavam de empresas imensas, com dezenas de advogados especialistas em diversas áreas, infinitos estagiários e filiais no Rio de Janeiro e São Paulo. A Fonturine Advogados Associados foi listada como o se-gundo melhor escritório de advocacia da América Latina, de acordo com a Chambers Latin America, perdendo ape-nas para o argentino Almeida & Corbella.

Gustavo, o único filho advogado, viajava por entre as capitais, cuidando dos escritórios da família. Apaixo-nei-me logo de cara e começamos um relacionamento, eu diria meio conturbado, pelo menos do meu ponto de vista, apesar de eu achar que para ele estava ótimo assim.

Page 11: AS MÃOS DO DESTINO

As mãos do destino 11

Kate me havia dito que ele não firmava com nin-guém. Estava sempre desfilando com mulheres diferen-tes, a maioria das vezes, modelos lindas e bem-sucedidas, e as tratava como meros objetos, sexualmente falando. Mesmo sabendo disso tudo, fui atraída pelo seu jeito se-dutor e envolvente.

Quando nos conhecemos, ficamos conversando por horas. Fomos os últimos a irem embora da festa.

A noite estava agradabilíssima. Uma brisa suave mi-tigava o calor insuportável do mês de janeiro e a majes-tosa lua cheia estava envolta por um arco reluzente. A companhia dos meus amigos era como um desestressante natural, depois de uma semana intensa de trabalho.

Amava ser publicitária. Sempre foi o meu sonho desde a época do curso primário (hoje, Ensino Funda-mental), mas era uma profissão que demandava muito tempo e disposição da minha parte. Viver no mundo da mídia, da arte, da persuasão era encantador. Achava que tudo aquilo era como um passe de mágica. Fazer as pesso-as se interessarem por algum produto ou serviço a ponto de não conseguirem mais viver sem ele. Transformar o desejo em necessidade. Viajar em ideias.

Era um máximo!Dedicava-me, de corpo e alma, para a UP Publicida-

de e Propaganda, empresa na qual trabalhava desde que me formei, almejando um dia, quem sabe, tornar-me a

Page 12: AS MÃOS DO DESTINO

12 Luana Leão

Diretora de Arte da agência. Tive sorte em conseguir uma vaga dentro do Departamento de Criação. Uma verda-deira façanha, já que ela foi muito disputada entre di-versos recém-formados, assim como eu. Sempre fui uma aluna exemplar. Assim, meu professor de Design Gráfico, da faculdade, e grande amigo do proprietário da UP, fez uma magnificente carta de indicação para eu anexar ao meu currículo. Praticamente me colocou lá dentro.

Trabalhar na UP era exaustivo e consumia quase todo o tempo que eu tinha, inclusive alguns finais de se-mana. Apesar de tudo, eu amava meu trabalho.

— Por favor! Atenção! — Cris se levantou da mesa e bateu o talher em sua taça de cristal, provocan-do um delicado tilintar, que ecoou pelo pequeno salão de festas do prédio de Kate.

O burburinho foi se acalmando e todos voltaram sua atenção para ele. As pessoas que estavam na área ex-terna entraram no salão, inclusive eu e Renata.

— Eu queria fazer um brinde à minha amada noiva Kate, que hoje completa vinte e sete aninhos de pura be-leza e simplicidade.

— Ohhhhhh! — um coral de vozes soou pelo salão.Kate, sentada, olhava Cris admirada.— E para demonstrar o meu amor, eu queria lhe

dar esse presente — disse, entregando a ela uma pequena caixinha quadrada de veludo preto.

— Ah, Cris! — suspirou Kate emocionada.Kate se levantou e deu um beijo apaixonado em

Cris. Abriu a caixa e se deparou com um lindo con-junto de brilhantes.

Page 13: AS MÃOS DO DESTINO

As mãos do destino 13

— Como são lindos, Cris! Obrigada, meu amor!— Achei que o presente de aniversário que daria

a Kate fosse a data do casamento — gritou Renata, em tom provocativo.

— Esse casamento sai ou não sai? — Caio, primo de Kate, aproveitou o gancho para continuar a provocação.

Kate olhou para Cris esboçando um sorriso carica-turesco. Ela não dizia abertamente, mas sabíamos que não via a hora de se casar com ele.

— Calma, calma, meus dedicados amigos. Quem persiste sempre alcança. Em breve receberão o convite para a festa — disse em meio ao coro “data, data, data”, cantado por todos os convidados da festa.

Foi iniciada uma salva de palmas e uma música ele-trônica inundou o ambiente. As luzes do salão se apaga-ram, sendo substituídas pelos lampejos circulares e colo-ridos do globo e dos flashes vindos do strobo. Algumas pessoas se levantaram e começaram a dançar.

— Ele ainda vai enrolá-la por mais um tempão. Escuta só o que estou dizendo — disse Renata, sentando em uma mesa vaga perto da porta, que dava acesso a área externa.

— E eu não sei? — sentei-me na cadeira à frente, belis-cando os deliciosos salgadinhos que fumegavam sobre a mesa.

— Thiago não quis vir?— Não. Eu insisti, mas ele disse que se sentiria um

penetra, já que não foi convidado. Ele e Kate mal se co-nhecem. Viram-se o quê? Três ou quatro vezes?

— Tão lindinho e educado. Você deveria namorá-lo.— Rê! Thiago e eu somos só amigos. Acho que ele

nem pensa nisso também.

Page 14: AS MÃOS DO DESTINO

14 Luana Leão

— Grande Cristiano Ronaldo — uma voz rouca e masculina surgiu atrás de mim.

— Caraca! Não acredito que você veio! — disse Cris.— Parabéns, Kate!— Obrigada! Que bom que pode vir!A conversa continuou animada atrás de mim, insti-

gando-me a virar para saber quem era tal pessoa que dei-xou Cris e Kate tão felizes. Antes que eu pudesse concluir o ato e bisbilhotar o faceto papo às minhas costas, Renata começou a tossir ininterruptamente.

— AI — cof cof — MEU — cof cof — DEUS — cof cof.

— O que foi? Engasgou? — fiz menção em levantar para ajudá-la, mas Renata me deteve segurando em meu braço, forçando-me a voltar a sentar.

— O que aconteceu? — Hum — pigarreou e respirou fundo. — Dis-

farçadamente, dê uma olhada nesse homem ES-PE-TA--CU-LAR — falou pausadamente — que está atrás de você, conversando com o Cris.

— Renata — exclamei —, que susto! Essa tosse toda é por causa de um homem?

— Ele não é “um homem”, ele é “o homem”. Olhe e confira você mesma — sussurrou.

Virei-me sorrindo, divertida com a cara embasba-cada de Renata. Ela sempre exagerava quando o assun-to era homem, apesar de seu indubitável bom gosto. Namoradeira de primeira, Renata vivia dizendo que seu hobby preferido era admirar a beleza masculina. Admirar e desfrutar.

Page 15: AS MÃOS DO DESTINO

As mãos do destino 15

— MEU DEUS! — deixei escapar em alto e bom som a minha surpresa, ao visualizar aquela obra de arte em minha frente, atraindo a atenção de Cris, Kate e do homem lindo de morrer que estava com eles.

Os olhos brilhantes e expressivos do “Senhor Boni-tão” se encontraram com os meus, fazendo-me corar de vergonha. Um sorrisinho sarcástico brotou em seus lá-bios, deixando-o ainda mais lindo. O conjunto físico da-quele homem era a epítome da perfeita harmonia, como se cada parte sua tivesse sido desenhada a mão.

Puta merda!— Letícia — Kate notou meu encantamento —,

esse é um grande amigo de Cris, Gustavo.Gustavo se aproximou, estendendo a mão.Levantei-me desconcertada para cumprimentá-

-lo, esforçando-me para não cometer mais alguma gafe, mas o nervosismo falou mais alto e acabei esbarrando na mesa. Meu copo com suco de uva virou e todo conteúdo jorrou sobre os lustrosos sapatos pretos de Gustavo. Ele tentou se desviar do banho, mas era tarde demais.

Gustavo olhou decepcionado a lambreca que seus sapatos viraram, bem como a barra de sua moderna calça jeans escura.

— Merda — murmurou.— Meu Deus! — essa expressão não saía da minha boca. Será que eu só conseguia dizer isso? “Diga outra coisa, Letícia”.— Mil perdões — falei, pegando o guardanapo de

tecido e me abaixando para tentar secar os sapatos.— Não precisa fazer isso — Gustavo me ergueu pelo