Download - Arte.Mov
1
2 3
apresenta
NOVAS CARTOGRAFIAS URBANAS:ARTE E TECNOLOGIA DESENHANDO UMA NOVA PAISAGEM.
4 5
“Em geral, a forma dos espaços urbanos deriva de vivências corporais
específicas a cada povo. Nosso entendimento a respeito do corpo que
temos precisa mudar, a fim de que em cidades multiculturais as pessoas
se importem umas com as outras. Jamais seremos capazes de captar a
diferença alheia enquanto não reconhecermos nossa própria inaptidão”
Richard Sennet, em Carne e Pedra — O corpo e a cidade na civilização Ocidental
Epíg
rafE
6 7
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
20082
009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
O ARTE.MOV está em um momento especial, certamente um dos mais marcantes de sua trajetória.
Em 2010, se concretiza o movimento em que o Festival, originalmente criado em Belo Horizonte no
ano de 2006, transforma-se em um Programa Cultural nacional que conecta uma rede de projetos
alinhados à temática da arte, da mobilidade, da tecnologia digital e das mídias locativas. Nesse
contexto, o Festival ARTE.MOV passa a se constituir como um nó estratégico dessa rede, a partir do
qual muitas outras iniciativas ganham visibilidade e aproximam-se, gerando um processo rico de
colaboração entre artistas, produtores culturais, pesquisadores, estudantes.
No formato realizado neste ano, as cidades que recebem o evento são um dos ativos mais desta-
cados do ARTE.MOV. Belém, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo, juntas, compõem um
circuito com grande riqueza e diversidade quanto à expressão cultural, perfil populacional, aspectos
geográficos e econômicos. Cada uma delas agrega um capítulo diferente à discussão central do ARTE.
MOV 2010: de que maneiras as tecnologias digitais, especialmente os dispositivos móveis, impactam
as cenas urbanas em sua cartografia, identidade, linguagem, economia. Dessa forma, há uma cone-
xão intrínseca entre cada uma das cidades. O conhecimento produzido e organizado em cada uma
delas se soma às demais em um processo inédito de cooperação entre diferentes regiões do país
para a construção de uma reflexão nacional sobre temática tão instigante quanto atual.
Sob o ponto de vista da Vivo, a partir da proximidade com seu negócio, os debates e experimentações
empreendidas no âmbito do ARTE.MOV criam ainda uma oportunidade para a empresa estar informa-
da e fazer parte de discussões que interessam diretamente à companhia, inclusive quando apontam
para aspectos críticos que perpassam as áreas de tecnologia e comunicações. Por todos esses moti-
vos, fazer parte da condução do ARTE.MOV, em um processo que envolve parcerias qualificadas com
artistas, curadores, pesquisadores, produtores culturais e um público interessado e antenado nos
deixa especialmente entusiasmados com os desdobramentos que podem ser desenvolvidos de agora
em diante para o Programa, como a chegada a outros estados, a ampliação do número de projetos
parceiros, o lançamento de publicações, a disponibilização de mais conteúdos online.
A você que acompanha uma das etapas do Festival, não deixe de conhecer mais a respeito do que
acontece nas outras cidades e as oportunidades que o Programa oferece, acessando o portal
www.vivo.com.br/artemov.
Sobre a Política Cultural Vivo, há mais informações disponíveis no www.vivo.com.br/cultura, ou
comunique-se conosco pelo e-mail [email protected].
Desenvolvimento Cultural
Vivo
aprE
SENT
açÃO
VIV
O
8 9
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
Em sua quinta edição, o ARTE.MOV — Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis, amplia seu
escopo, consolidando uma atuação em todo o Brasil, que reforça o papel do Festival como referência
nacional para a produção e reflexão crítica em torno da chamada “cultura da mobilidade”.
Ao estabelecer parcerias em várias regiões, o programa multiplica as possibilidades de reflexão e
discussão de questões que envolvem o universo das tecnologias móveis. Assim, atua de forma efetiva
tanto na formação de público quanto na de novos realizadores. Além disso, o ARTE.MOV tem como meta o
fomento de um pensamento crítico e o estímulo a pesquisas e criações que reflitam as transformações
na sociedade contemporânea, ocorridas a partir da disseminação das tecnologias de comunicação móvel.
A 5ª edição do ARTE.MOV – Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis explora, este ano, o tema
“Novas Cartografias Urbanas: Reconfigurações do Espaço Público”. O Festival acontece nas cidades
de Belém, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo.
Em cada uma destas cidades, o ARTE.MOV dialoga com as particularidades do cenário local, buscando
particularidades, afinidades e ressonâncias, de forma a compor com os realizadores das várias regiões
do país um painel amplo do estado atual da produção de arte e audiovisual com e para mídias portáteis.
Na edição de Porto Alegre do ARTE.MOV 2010, serão discutidos aspectos das linguagens que surgem
neste cenário de cruzamento entre vertentes das artes, do vídeo, do cinema, que escapam da tela
em direção ao espaço público. São práticas que extrapolam janelas circunscritas (perspectiva,
monitores, salas de cinema) e recortam / deslocam espaços (intervenções urbanas, acontecimen-
tos efêmeros em área urbana, cinema expandido). O objetivo é mapear os desdobramentos destas
linguagens, que surgem conforme as redes tornam-se mais ubíquas e pervasivas.
Para isso, o Festival busca dialogar com as particularidades do cenário local ao propor um debate sobre
as relações entre circuitos que vem sendo modificados pelas chamadas mídias locativas, sem necessa-
riamente estabelecer maior cruzamento entre eles. Apesar da crescente proximidade entre artes, cinema
e novas mídias, nem sempre os espaços em que estas manifestações transitam se cruzam com a
intensidade possível (ou mesmo sugerida pelas intersecções de linguagens neles operantes).
Partindo de uma provocação (até que ponto as redes realmente permitem cruzamentos efetivos entre
circuitos?), o ARTE.MOV propõe conectar vídeo, cinema e artes visuais, entendidos como práticas que
se aproximam de formas particulares de dispositivos como celulares e GPS, o que resultam em formas
emergentes de linguagens que estão longe e perto ao mesmo tempo. Este recorte temático pretende es-
tabelecer um olhar de conjunto, sugerindo um olhar ecológico para estas linguagens, em que as relações
macro permitem investigar até que ponto há reconfiguração e que tipo de mudanças acontecem no micro.
OrgaNIZaDOrES
10 112008
20092008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
03
05
07
11
15
25
45
67
69SU
MÁr
IO
12 13
Um dos aspectos da atual cultura em rede é a intersecção entre seus componentes,
tornando mais intenso um processo de dissolução das fronteiras entre linguagens
(que já foi marcante no século XX e se consolida no século XXI). Os resquícios de
separação entre as artes tornam-se insustentáveis, ainda que nem todos os circuitos
sejam permeáveis aos fluxos porosos resultantes do cruzamento entre redes, e da
sobreposição entre redes e espaço físico produzidas por dispositivos como celulares,
GPS e outros. Por isso, é importante entender os fluxos em rede como um sistema
complexo, que agrega novas camadas aos espaços geográficos e urbanos existentes
(resultando em ambientes marcados pela mistura entre elementos físicos e virtuais).
Novas Cartogafias Urbanas:ecologia das linguagens emergentes
SIM
pÓSI
O Que formas de deslocamento são possíveis num contexto de crescente complexidade dos enclaves urbanos de
grandes dimensões? Nestes espaços, cuja inviabilidade estimula formas de não sociabilidade e acentua
diferenças, qual o papel das tecnologias em rede, que supostamente acenam com novas formas de aproximação
e abrem diálogos antes inexistentes? Há aspectos do urbanismo contemporâneo que geram imobilidade (social,
física) ao invés de estimular o deslocamento. De que forma as redes inseridas no espaço público, assim como
as novas formas de linguagem que surgem neste contexto vêm problematizando esta tensão entre fluxo e
ausência de movimento? O que estas redes tem oferecido em termos de alternativas plausíveis para os
problemas das grandes cidades?
MOBILIDaDES E IMOBILIDaDES UrBaNaSMediador: Lucas Bambozzi
14 15
Libertando a imagem da sua moldura. A exploração do cinema sinestésico, imagens abstratas e personalizado
geradas através de novas tecnologias. Expondo histórias em múltiplas telas, a expansão do cinema em várias
camadas de interpretação. Cinema Expandido inclui todos os meios de produção, reprodução e técnicas de
projeção - exceto os tradicionais - para o próprio cinema.
Durante os anos 1960 e início de 1950, um pequeno número de artistas radicais americanos e europeus artistas
emergentes do movimento de cinema underground americano, usaram a película como um meio de performances
ao vivo. Artistas começaram a usar “filmes encontrados” e reciclavam filme velho em seu próprio trabalho. Além
disso, os cineastas estavam experimentando com as propriedades mais mínima e os elementos básicos do meio,
luz, som e montagem. Novas tecnologias, como aparelhos eletrônicos e computadores digitais foram incorporados
ao processo de produção de filmes. O Cinema Expandido tornou-se um gênero durante todo o movimento de
vanguarda americano e europeu.
Pode-se dizer que o Cinema Expandido introduziu uma visão mais democrática na relação entre o público, a
obra de arte e o artista. Ao introduzir a atuação de palco no filme o cineasta ou criador desenvolveu um
contato mais direto com o público. Participação, interação e confronto entre as duas partes se tornou um
modelo no qual o filme vai se constituindo.
Ao derrubar o ‘autor de cinema “ mainstream , a vanguarda introduziu uma relação mais pessoal e direta
entre a autoria e a resposta da audiência, para contestar o regime do cinema comercial, tanto na produção
como na recepção.
Onde o Cinema Expandido pode ser encontrado hoje? Como pode a metodologia do Cinema Expandido do século
20 ser utilizado dentro da grande variedade de possibilidades tecnológicas que os cineastas contemporâneos
têm à sua disposição hoje em dia?
Ao olhar para peças clássicas do cinema expandido, obras de cineastas como Anthony McCall, John Whitney,
LeGrice Malcolm e seus sucessores contemporâneos como Pablo Valbuana, Kooimans Jeroen, Visual United
Artists, Bruce McClure e síntese granular, um entendimento claro do cinema expandido e o seu potencial será
trazido à luz para uma platéia de artistas e cineastas também.
Em um mundo conectado multiplicam-se as ferramentas e processos de criação nos quais a colaboração entre
criadores tem um papel fundamental. Os dispositivos móveis surgem como uma opção cada vez mais utilizada
para o acesso e criação de conteúdo colaborativo.
Diversas iniciativas de arte colaborativa englobam características do espaço geográfico, construindo proposita-
da ou inadvertidamente uma topografia própria nas intersecções entre conexões geográficas e virtuais. O
espaço urbano, com sua alta densidade humana e tecnológica, ocupa uma posição privilegiada, apresentando-
-se como centro de experimentação para essas reconfigurações geográfico-artísticas.
Colaboração artística através de redes e dispositivos móveis e sua inserção nos espaços urbanos
Cinema Expandido – as poéticas do EspaçoMartijn van Boven (NL)
Lenara Verle (PoA)
16 17
Tapio Makela (fIN)“Eco-especificidade-do-lugar” / Ecolocatedness
Como estabelecer o design e as práticas artísticas situadas entre as ecologias de
vida? Sugiro o conceito de “ecolocatedness” (que pode ser traduzido de forma
livre e imprecisa para “Eco-especificidade-do-lugar”) como uma forma de resposta
capaz de pensar a especificidade local e ecologias particulares, bem como uma
abordagem onde os dados sobre o ambiente e a localização são realizados e experi-
mentados. Vou discutir estes conceitos no contexto da arte e pesquisa (em vez de
arte e ciência) e projetos de design de informação.
Heidi Kumao (EUa)Como parar o tempo? Como ter múltiplas vistas no mesmo instante? Como execu-
tar panorâmicas em movimento de uma cidade contemporânea? Como representar
este espaço fragmentado? A palestra de Heidi Kumao vai discutir, a partir de sua
série de trabalhos intitulados Cinema Machines, novas perspectivas para o audio-
visual contemporâneo a partir de analogias com processos do primeiro cinema e
outros atuais que extrapolam os limites da tela como espaço de fruição de imagens
em movimento.
Letícia ramos (poa)Em tempos em que a liberdade para a criação e difusão da pluralidade da linguagem
audiovisual se consolida, seus meios continuam restritos aos dispositivos fornecidos
pelo mercado. Condições como a excelência da imagem, o high definition e a modela-
gem 3D aprisionam parte das produções audiovisuais aos meios disponíveis. Através
de procedimentos de reciclagem de tecnologias e do desenho de novas utopias
para a imagem surgem novos projetos para a construção de imagens mecânicas. A
palestra se concentrará em, a partir das primeiras experiencias de representação do
tempo e registro do movimento, apresentar o projeto ERBF – estação radiobasefo-
tográfica, desenvolvido pela artista, assim como o seu projeto em desenvolvimento
- Bitácora. Em ambos, a construção de novos aparelhos fotograficos a partir de
tecnologias que rapidamente tornaram-se obsoletas e descartadas, são criados a
partir de uma abordagem poética.
As formas de utopia tem uma dimensão positiva, de permitir sonhar com futuros menos
problemáticos que os tempos correntes. Por outro lado, há uma dimensão da utopia que pode ser,
ela mesma, problemática: protelar os esforços para solucionar, hoje, problemas que acabam
legados às próximas gerações. Em parte, a tensão entre presente e futuro espelha outra tensão
mais imediata, entre países em que as tecnologias são centrais e outros que ainda se relacionam
com elas de formas precárias. Há um espelhamento curioso: lugares que apresentam-se como
futuro de outros onde ainda há ausência e falta. O que significam estas temporalidades que
convivem em espaço próximos? Como pensar o diálogo entre países que aponta m tendências e
ditam caminhos e outros que buscam ainda consolidar infra-estruturas, numa época em que os
conceitos de centro e periferia foram redesenhados?
EXpaNDIr O prESENTE E CONTraIr O fUTUrOmediador: Marcus Bastos
18 19
Santiago garcia Navarro Vai discutir temas relacionados com o problema da deriva urbana, baseado em suas
experiências de sete anos como “derivante crônico”. O tema será abordado de uma
perspectiva mais ampla, que discute o conceito para além de suas relações com
novas tecnologias. Tomando este ponto-de-partida ampliado, vai abordar como as
tecnologias contemporâneas tem modificado o conceito de deriva. O objetivo é discu-
tir a condição do “caminhante” na cidade hiperconectada, o que essa prática oferece
como potencial de desvio respeito aos condicionamentos da modelização contempo-
rânea do corpo na cidade. No final, tudo isso tem a ver com uma ética, no sentido de
um modo de criar as próprias condições de ação e pensamento no contexto atual.
arte ConstrutoraElaine Tedesco (BR)
O Projeto Arte Construtora ocupa espaços arquitetônicos e ambientes naturais
situados em diferentes cidades Brasileiras com propostas específicas para os
lugares escolhidos, transformando-os temporariamente. Durante o processo de
criação a interação entre os participantes e os locais escolhidos resulta numa ação
artística que emprega como estratégias a prospecção e a camuflagem. As inter-
venções do Arte Construtora, de caráter rarefeito e efêmero, mimetizam elementos
de tempos e naturezas distintas, criam um intervalo no transcurso da memória
dos lugares e, convidam os observadores a compartilhar essa exploração poética
pensando sobre seu uso e seus possíveis destinos.
O espaço hodológicoAndré Parente (BR)
Trata-se de descrever o conceito de espaço hodológico vivido na psicologia de
Kurt Lewin e mostrar de que modo esse conceito pode contribuir para pensar as
campos de forças que estão em jogo nas instalações interativas, performances,
happenings e trabalhos onde a cena é composta por uma miríade de elementos
de natureza diferentes interconectados: humanos e não humanos, tecnológicos e
cenográficos, imagens e sons, dispositivos e interfaces, etc.
Diante da complexidade crescente das tecnologias de rede, surgem formas de uso cotidiano de equipamentos e
programas que propõe tipos de negociação visando desviar as prescrições presentes nos usos pré-frabricados
dos aparelhos. É uma prática que se desdobra, também, em formas de negociação entre artistas, curadores,
instituições culturais e patrocinadores (na paisagem complexa onde tramitam os projetos que propõe-se explorar
os desdobramentos tecnológicos em andamento). São procedimentos que exploram os recortes artesanais,
muitas vezes ligados ao improviso e à gambiarra, que surgem com a disseminação das tecnologias portáteis.
Mais que subverter aparelhos e programas, no entanto, são dinâmicas que indicam processos em que o com-
partilhamento e a transparência prometem espaços públicos em rede onde o coletivo e os processos de baixo
para cima são motores de práticas civis até então restritas. No entanto, o âmbito mais crítico de negociação não
acontece necessariamente nesta esfera de maior pluralidade, mas sim em configurações onde há convivência
de interesses discrepantes que precisam ser mediados e reconfigurados em meio a estruturas mais rígidas.
NOVOS MODELOS DE NEgOCIaçÃO Da VIDa NO ESpaçOmediador: Rodrigo Minelli
20 21
A cada edição, o ARTE.MOV aponta tendências das artes locativas, em exposição que dialoga com o eixo temático
do Festival. Por meio de trabalhos que pretendem indicar os desdobramentos mais recentes na área, a expo-
sição do ARTE.MOV 2010 em Porto Alegre combinam um panorama de trabalhos nacionais e internacionais de
destaque com um olhar para a cena local. São trabalhos que transitam entre os universos das artes locativas e
dos novos formatos audiovisuais, além de problematizar questões ligados ao meio-ambiente e aos processos
de reciclagem de mídias.
2008
20092008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
EXpO
SIçÃ
O EI
XO-T
EMÁT
ICO
22 23
Instalação interativa baseada no Zoetrope (a “roda do diabo”), contendo imagens de personagens reais e
fictícios (Thelonious Monk, Corisco, Édipo, São Francisco, praticante Sufi, Pomba Gira) girando em experiências
limites (loucura, morte, transe)
Em cada quadro, um objeto doméstico sabotado é
preenchido com um mecanismo de projeção ao estilo de
um zooroscópio e um conjunto de transparências. Cada
projetos hibridizado funde tecnologia de cinema do
século 19 e objetos cotidianos para apresentar um loop
curto e repetido de um gesto simples. As máquinas, como
as pessoas, estão situadas em configurações aparentemente normais: em lados opostos de uma mesa,
próximas uma de outra, cantando uma canção, em frente de e num palco como espectador e peformer, em cada
lado de uma mesa “conduzindo” negócios. Cuidadosamente criadas a partir de itens semelhantes a brinquedose
objetos funcionais, cada projetor e suas imagens correspondentes oferecem um espetáculo tecnicamente
simples para o observador. Ao expor o aparato físico que leva o corpo à ação, eu traço um paralelo entre este
maquinário e os mecanismos de nosso inconsciente: mecanismos de defesa, impulsos sexuais, padrões de
pensamento, auto-controle, sonhos, linhas de raciocínio, impulsos, instintos naturais.
Heidi Kumao 1991-1999
Emergentes a partir da interseção de teatro, escultura e engenharia, o meu vídeo e arte máquina gerar
espetáculo artístico, a fim de visualizar o invisível: padrões de pensamento, os estados mentais, emoções,
compulsões e sonhos. Através da criação de formas de arte híbrida (esculturas cinéticas, animações e
trabalhos interativos), eu explorar as bases psicológicas de situações cotidianas e contextos institucionais,
como a família nuclear, mídia, e os papéis tradicionais de gênero. Na sua essência, o meu trabalho é conduzido
pelo desejo de criar uma experiência para os telespectadores que faz com que repensar eventos aparentemente
comum: jogar na infância, dinâmica familiar, assistindo televisão, eo uso de roupas. A capacidade de recriar e
reorientar esses estados depende do uso da mídia baseada no tempo: as formas de arte que se desenrolam ao
longo do tempo, as idéias que se tornam mais claras com a repetição e looping, vídeos que revelam a sinergia
entre o objeto, imagem e movimento. Ao sintetizar uma experiência, estou atuando também como diretor de
teatro, realizando o desempenho dos objetos, memórias re-estadiamento e, finalmente, expor a teatralidade
subjacentes tantos aspectos de nossas vidas.
“Hidden Mecanismos” é uma série de máquinas de cinema que utilizam a tecnologia cinematográfica do século
XIX para apresentar a curto loops fílmica de tarefas simples ou gestos repetidos compulsivamente. Cada peça
explora a psicologia do comportamento compulsivo, a disciplina ea comunicação não-verbal. Este trabalho foi
suportado por uma vasta gama de subsídios e bolsas de estudo e foi exibido nacionalmente e internacionalmen-
te, incluindo exposições individuais no Museu de Arte Moderno, Buenos Aires e Fundació Joan Miró, em
Barcelona. Várias dessas obras estão em acervos de museus como o Museu de Belas Artes de Houston. Uma
parte está em uso contínuo em Exploratorium de São Francisco, um museu de ciência, desde 2002.
http://www.heidikumao.net/machines.html
Conceito: André Parente
Coordenação tecnológica: Júlio Parente
Circuladô (2006/2010)
Corisco
Dervish
Édipo
http://www.eco.ufrj.br/aparente/
Cinema Machines
24 25
O projeto propõe-se a discutir as dicotomias presentes entre o universo individual e o universo coletivo, os
conceitos de público e privado e fronteiras mentais, por meio de um processo de workshops e uma video-insta-
lação interativa, que abordem a vivência e a experimentação de narrativas múltiplas e simultâneas dentro do
espaço das cidades. A cidade é o plano de atuação da fórmula imagem+ação=imaginação no qual subjetividades
colidem a todo momento, não somente no encontro entre sujeitos, mas nas interpolações de signos de
expressão particulares que evocam a experiência do inconsciente coletivo por meio do fluxo de informação na
urbe. Resgatando uma proposta situacionista, o projeto visiona a criação de um processo aberto e coletivo em
busca da construção de novas cartografias urbanas – psicogeografias. Para a criação destas cartografias
urbanas, dados serão captados por participantes do evento, que coletarão sua experiência particular por entre
as ruas e grupos sociais, cujas trajetórias narrativas serão representadas gráfica e cineticamente pelo
movimento de avatares-robôs sobre mapas imaginários.
http://acaoartistica2009.blogspot.com/2009/11/culture-robot-40.html
Seleção de trabalhos ou documentações de projetos do Blast Theory, grupo inglês que tem desenvolvido
projetos de grande relevância em áreas que aproximam performance, jogos de realidade mixta, e propostas de
intervenção na cidade usando dispositivos portáteis.
O Blast Theory se tornou referência mundial na utilização de recursos de realidades mistas, envolvendo redes
online e situações que acontecem em espaços públicos. Liderado por Matt Adams, Ju Row Farr e Nick Tandavani-
tj, o grupo vem desenvolvendo formas de participação efetiva por parte do público em suas obras, através do
uso de tecnologias de rede portáteis e ubíquas.
A mostra do Blast Theory em Porto Alegre se configura como um showcase informativo, que explicita suas
pesquisas em diversas tecnologias e campos de interação. No conjunto, os trabalhos e suas documentações
revelam uma perspectiva da cidade entendida como espaço de comunicação, envolvendo performances ao vivo,
as relações com a memória, o acesso a informações em função do posicionamento do público participante e as
mediações entre espaços sociais desconectados.
Um de seus trabalhos mais conhecidos é o premiado Can You See Me Now?, que o arte.mov apresenta em Porto
Alegre em duas versões: replay e documentários sobre as versões realizadas em Sheffield, Tóquio e a implemen-
tação criada especialmente para o bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte.
Culture robot 4.0 Kruno Jost, Ricardo Palmieri, Paloma Oliveira e Mateus Knelsen
Showcase Blast Theory
Rodado nas ruas de Karlsruhe e Londres, o vídeo resulta do interesse do Blast Theory em deslocamento físico e
amnésia, em uma espécie de viagem no tempo. Concentra-se em imagens noturnas de cidades e nas lacunas
que se formam entre o real e o ficcional.
http://www.blasttheory.co.uk/bt/work_trucold.html
TrucoldReino Unido . 14’ . 2002
26 27
Um projeto para ciclistas, que convida o público a circular pelas ruas da cidade equipadas com
computadores de mão. Eles buscam esconderijos para gravar uma mensagem de texto. E procuram
pelos esconderijos de outras pessoas. O trabalho combina teatro e jogo e é um desdobramento de
projetos como Uncle Roy All Around You (2003).
Can You See Me Now? é um jogo de perseguição que acontece ao vivo on-line e nas ruas de uma
cidade. Esta interface permite aos visitantes explorar uma perseguição do jogo: vendo as mensagens
indo e voltando entre os jogadores on-line; seguindo os corredores e os jogadores on-line através do
mundo virtual; ouvindo a conversa nos walkie-talkie dos corredores; a realidade de correr nas ruas e
como o jogo é sentido pelos participantes na rua.
CYSMN? foi desenvolvido em colaboração com o Mixed Reality Lab (Universidade de Nottingham)
http://www.flickr.com/photos/secultba/5032508411/
http://www.blasttheory.co.uk/bt/work_cysmn.html
Can You See Me Now? Replay
Can You See Me Now? é um jogo de perseguição que acontece ao vivo simultaneamente na Internet e nas ruas
de uma cidade. Dois grupos de jogadores competem entre si. Eles detectam suas respectivas posições por meio
de pontes entre o mundo físico e o virtual, viabilizadas através de walkie-talkies e interfaces envolvendo GPS,
palms conectados à Internet ou celulares 3G, dependendo da localidade onde o game foi implementado.
Em sua versão original, jogadores reais, chamados de runners, correm em locais previamente escolhidos e
transformados em um mapa virtual. Enquanto os jogadores online conseguem acompanhar os runners via in-
ternet estes, munidos de GPS’s visualizam a localização dos jogadores virtuais. O jogo acaba quando os runners
chegam a 5 metros de distância do jogador online.
A versão aqui apresentada simula o game original.
Can You See Me Now? é uma colaboração entre o grupo Blast Theory e o Mixed Reality Lab, da Universidade
de Nottingham.
Rider SpokeReino Unido . 2007
Can You See Me Now?
Belo Horizonte. 2008 - Documentação da realização do game interativo de realidade mista especial-
mente desenvolvido para o bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte.
Tokyo, Sheffield. 2007 - Documentação da realização do game interativo de realidade mista nas
cidades de Tokyo, Japão e Sheffield, Reino Unido.
28 29
Documentação do jogo onde os participantes atuam de modo online numa cidade virtual e nas ruas de uma
cidade real, envolvendo tarefas, percursos e diálogos mediados com pessoas e locais desconhecidos. O vídeo
apresentado mostra a realização do projeto ao vivo em 2003 no Institute of Contemporary Arts, ICA, em Londres.
Programa que explora a forma como telefones e rádios levam a um certo tipo de intimidade. Entrevistas
gravadas pelo período de uma semana com pessoas bêbadas em festas, em galerias de arte ou nas ruas.
Após viajar pelo Brasil pedalando e atravessar o Atlântico velejando na Regata Brasil 500 Anos, o arquiteto
mineiro Argus Caruso Saturnino voltou da sua nova aventura:
Fazer uma volta ao mundo de bicicleta.
O caminho escolhido passou por importantes rotas: Rotas Inca, da Companhia das Índias Orientais, da Seda, das
Caravanas do Império Romano, da Expansão do Islamismo, dos Mercadores Africanos e Asiáticos, Estrada Real,
etc. A viagem fez parte do “Pedalando e Educando”, um projeto de educação a distância que busca na aventura
uma estratégia de incentivo para o aprendizado. Através da Internet as escolas receberam periodicamente um
material didático inovador com fotos e textos relatando, ao vivo, a aventura de volta ao mundo de bicicleta. Toda
viagem foi elaborada para utilizar-se de rotas que potencializam o interesse pela História, Geografia e o dia a dia
dos locais visitados. O objetivo era que o material fosse utilizado em sala de aula para discussão com um
profissional de ensino. Além da comunicação vai internet, também foram visitadas várias escolas no percurso
onde o aventureiro apresenta fotos, vídeos e mapas da viagem. Um projeto inédito que une um dos meios mais
antigos e populares de transporte a processos contemporâneos de educação a distância.
http://www.arguscaruso.com.br/#/projetos/pedalando-educando/
Uncle Roy All Around YouReino Unido . 11’ . 2002
Soft MessageReino Unido . 2006
argus Saturnino8 min (em loop)
30 31
INSERIR IMAGEM DA OBRA
O Projeto Arte Construtora ocupa espaços arquitetônicos e ambientes naturais situados em diferentes cidades
Brasileiras com propostas específicas para os lugares escolhidos, transformando-os temporariamente. Durante
o processo de criação a interação entre os participantes e os locais escolhidos resulta numa ação artística que
emprega como estratégias a prospecção e a camuflagem. As intervenções do Arte Construtora, de caráter
rarefeito e efêmero, mimetizam elementos de tempos e naturezas distintas, criam um intervalo no transcurso
da memória dos lugares e, convidam os observadores a compartilhar essa exploração poética pensando sobre
seu uso e seus possíveis destinos.
arte Construtora (grupo)Elaine Tedesco, Elcio Rossini, Fernando Limberger, Jimmy Leroy, Lúcia Koch, Luisa Meyer, Marijane
Ricacheneisky, Nina Moraes, Rochelle Costi
32 33
Um aspecto significativo do audiovisual produzido com e para mídias móveis é a mudança do contexto em que
dá-se a exibição. Ao invés da sala escura e contemplativa, o destino dos trabalhos em dispositivos portáteis
podem ser lugares claros, ruidosos, entrópicos. No lugar do ritual de concentração e da sensação de isolamento,
há uma divisão da atenção entre a tela e o entorno.
Não se trata de um modo de exibição particular das mídias portáteis, na medida em que as videoinstalações e o
vídeo multiplicado por suportes diversos já haviam rompido com o formato estático da sala de exibição e / ou
com a geometria ascética do cubo branco. O próprio cinema, a rigor, surge em contextos entrópicos e apenas
num segundo momento desloca-se para as salas escuras. Na mostra Para além da tela pequena, os vídeos de
bolso experimentam um trajeto semelhante, ainda que particular. São formas explodidas, em multi-telas, de
diversos tamanhos, que inserem formatos típicos do microcinema em situações de exibição momentaneamente
fixas, buscando uma sintonia com o caráter expositivo desta mostra.
Diversidade tecnológica e diversidade estética. O par não está necessariamente atrelado, mas funciona como
entrada para os trabalhos aqui reunidos, de três realizadores jovens que tem se destacado no circuito do
audiovisual. Sao trabalhos que apontam caminhos emergentes, do diálogo mais direto com possibilidades dos
dispositivos portáteis à pesquisa formal que articula som e imagem em movimento de formas imprevistas,
passando por novos modos de construcao da subjetividade.
2008
20092008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
para
aLé
M D
a TE
La p
EqUE
Na
34 35
Ascese de Rodrigo Cass apresenta um personagem que grava a si mesmo em lugares fechados frente a uma
câmera fixa, em ações que simulam rituais domésticos. Conforme observa Jorge La Ferla “esta possibilidade
funcional que permitem os equipamentos portáteis de vídeo foi acentuando-se com os aparelhos de mão, as
camcorders handy, leves e versáteis em seu funcionamento, quase autônoma; um dispositivo que uma vez
seteado permite outra eleição substancial do autor, a instância da representação na solidão, que no registro
ocupa o lugar do personagem frente à câmera.”
Em Ascese o mundo ordenado se transforma: a cueca vai para dentro do liquidificador, a testa é colocada no
espremedor de frutas. O ferro de passar roupa quente rasga a cueca e derrete o frasco plástico de leite. Aparece
um narciso no reflexo de sua urina que, quando evaporada, deforma-se e desaparece. O tempo do vídeo é o
tempo da ação, o que reforça o conceito de performance.
“Kynemas, Fluxuz filmes” é uma uma obra eletrônica in progress em permanente interface entre mídias e
linguagens. Kynemas é feito por um labirinto de conexão entre Roteiros, Videos, Musicas, Frames. Um filme para
ser re-criado on line através de hiper-ficções interativas em que cada navegante é um personagem virtual. O
material inicial do filme é disponibilizado na rede como matriz/memória eletrônica para realização de ‘Progra-
mas in progress’ de re-criação colaborativa. O programa in progress acontece de ciclo em ciclo e visa a criação
de um hiper-ficção on line. Um roteiro ( Flux-z) que interliga fragmentos dentro de um labirinto recombinatório
de fluxos: Roteiros, textos, frames, personagens, músicas, sons, micro –filmes.
SérIE aSCESERodrigo Cass
KYNEMaSPedro Rocha
36 37
Ecocaching Tapio Makela
Em nossos movimentos diários do café da manhã até escovar os
dentes antes de ir para a cama, no ambiente cotidiano tende a se
tornar transparente. As alterações climáticas e a degradação
ecológica local nos cercam, mas parece difícil de encontrar maneiras
pelas quais pode-se fazer um esforço individual para mudar as
coisas. Ecocaching - um jogo translocal foi criado para resolver o
nosso ambiente cotidiano local que pode ser mediado atravésde
redes translocais.
2008
20092008
20092008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
wOr
KSHO
pS
Possibilitando um diálogo territorialExperimentos realizados entre 2003 e hoje para a criação de
espaços que facilitem trocas e expressões tangíveis.
Culture RobotMinistrado por Ricardo Palmieiri, o Workshop propõe derivas pela
cidade de Porto Alegre, para o desenvolvimento de vídeos e captura
de dados de geolocalização que serão posteriormente incluídos na
versão customizada para a cidade da instalação Culture Robot 4.0.
38 39
2008
20092008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
MOS
TraS
aUD
IOVI
SUaI
S
curadoria: Jorane Castro
MOSTra TEMÁTICa NOrTE
40 41
Sinopse: O documentário foi feito justo antes da tomada de decisão do STJ - Supremo Tribunal de Justiça – sobre
a expulsão o não dos invasores arroceiros das terras indígenas, decisão que podia criar um caso exemplar em
relação a todas as terras indígenas do Brasil.
Mostra a força dos invasores, a violência, as relações com o poder político regional e da os pontos de vista de
indígenas, representantes públicos e gente da rua.
As imagens de violência foram gravadas pelos próprios indígenas e são bastante duras e claras, e a continuida-
de, os indígenas atacados explicam como viveram aqueles momentos.
O documentário A LUTA CONTINUA – RAPOSA SERRA DO SOL foi um trabalho voluntário ( nenhuma das pessoas
que trabalharam nele cobrou nada) e ganhou o prêmio ao melhor media metragem na III Mostra de Cine
Etnográfico do Amazonas e o 1º Prêmio de Cine Voluntário, em Granada, Espanha.
Sinopse: Paraíso ou Inferno verde? Por que pensamos a Amazônia com categorias extremas? Inspirado no livro
“Viagem das Idéias”, do sociólogo Renan Freitas Pinto, o vídeo trata da construção do pensamento social sobre a
Amazônia a partir dos relatos dos viajantes do século XVI até os dias de hoje. Entrevistas com o autor, Ribamar
Bessa Freire, Márcio Souza e Eduardo Góes Neves.
Ymá Nhandehetama (antigamente fomos muitos) Artista: Armando Queiroz / Belém / PA / Brasil – 1968
8’21”/2009/Vídeo em loop
Sinopse: Almires Martins é uma pessoa de etnia guarani que conheci em 2009. Naquele momento, fazíamos
parte de um grupo que organizou uma exposição de material etnográfico nas dependências da Fundação Curro
Velho, entidade cultural do estado, dentro da programação da III Semana dos Povos Indígenas do Pará. De imedia-
to sua figura chamou atenção pela poesia e clareza do seu pensamento. Almires nasceu em uma aldeia
localizada no atual Estado do Mato Grosso do Sul, filho de uma liderança indígena assassinada. Ele mesmo
sofreu algumas emboscadas, das quais seu corpo é testemunho. Hoje, mora em Belém onde acaba de defender
na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Pará tese de mestrado que trata de direito indígena guarani,
cumprindo resoluto, o papel que lhe cabe.
Quando convidado para participar do vídeo Ymá Nhandehetama (Antigamente fomos muitos), aceitou gentil-
mente a proposta. A partir de então, o vídeo foi construído através de um diálogo que objetivava expressar a
condição indígena de agora, fruto de um longo processo de violência e dissolução física e espiritual imposto às
diversas etnias indígenas das Américas. Sua fala, lúcida e transparente, nos coloca diante de uma realidade
invisibilizada na imensidão das matas, “... como um grito na escuridão da noite”.
a Luta Continua – raposa Serra do SolDiretores: Daniel Garibotti & Marta Caravantes
23’/2008
Viagem das Idéias.Direção: Satya Caldenhof
23’/ 2008/ Manaus – AM
42 43
2008
20092008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
MOS
TraS
aUD
IOVI
SUaI
S
curadoria: Danilo Barata
MOSTra TEMÁTICa NOrDESTE
44 45
Sinopse: Pombagira é relacionada à imagem de uma diaba, abusada, cigana, mulher de sete homens, arriba-saia,
chamada de Maria Padilha, tem a mão na cintura, numa atitude de desafio, e está associada aos travestis, às
prostitutas, à transgressão.
Sinopse: Sensações Contrárias é ambientado no Recôncavo Baiano, região de passado coronelista. Dentro de um
ambiente provinciano-decadente, desenvolve-se a noção de borrão, em que os eventos coreográficos e imagéticos
se dão por aparentes acidentes, falhas e descontinuidades, num limite entre realismo cotidiano e surrealismo.
Sinopse: Ficção científica baseada em fatos reais
Sinopse: Experiências corpóreas em performances artístico-esportiva
pombagira Direção: ?????????
3’/Brasil-BA/2007/Vídeo
Sensações ContráriasDireção: ?????????
5’/2007/ Mini-DV - 4:3/Bahia
flash Happy SocietyDireção, Produção, Fotografia, Som, Montagem: Guto Parente
08’/ HD/2009/Brasil
plus UltraDireção: Oriana Duarte
8’/2008/Pernambuco
46
CUCETa - a Cultura queer de Solange Tô aberta Direção:Cláudio Manoel
13’/2010/Alagoas
Sinopse: Um grande poço, um balanço, uma figura feminina, um flutuar, uma vertigem. Ranger de cordas, titilar
de vidro, vento marcam a sonoridade da cena. A ação é pensada para o lugar, um balançar por sobre a água, uma
brincadeira quase uma fábula. Balanço que parece vir do céu.
Sinopse: Webdocumentário focando os bastidores do show, idéias e a filosofia queer do duo Solange tô Aberta.
Seriedade, sarcasmo, ironia, anarquia e cultura gay. A defesa do corpo livre, sem formato social. O webdoc
intercala entrevistas com trechos do shows e bastidores.
Sinopse: Numa tarde de sol, uma menina brinca de bambolê sobre uma laje de um bairro da periferia, enquanto
isso, o mundo gira ao redor dela. A menina negra e com cabelos de fogo se faz presente como núcleo de seu
próprio universo. Como elemento solar de uma órbita desenhada pelo bambolê é re-interada pelo movimento
circular traçado pela câmera. Esse traçado de desenlace contínuo feito pelo aro, que indica uma construção
interior, é como o fio da vida que ela tenta manter em órbita.
Sinopse: Registro de três ações realizadas pelo GIA (Grupo de Interferência Ambiental) nas ruas de Salvador.
Propostas provocativas e bem-humoradas que se apropriam do espaço público como suporte para interferên-
cias no cotidiano urbano.
VertigemDireção: Milena Travassos
3’07”/2006/Ceará
O Mundo de Janiele Direção: Caetano Dias
4’/DVD/2007/Brasil
acredite nas suas ações Direção: Grupo GIA
08’23”/vídeo/2006/Bahia
48 49
2008
20092008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
2008
2009
MOS
TraS
aUD
IOVI
SUaI
S
curadoria: Francesca Azzi
MOSTra TEMÁTICa SUDESTE
50 51
Sinopse: Como tudo começou na escuridão até a chegada dos grandes mamíferos sobre a Terra. O homem deu
nome a todos os animais, mas Camilah rebatizou alguns deles.
Sinopse: ????????
Sinopse: Filme introduzido com discursos delirantes, carregado de ceticismo, que apresentando assim, a vida a
um recém nascido “Alexandre Illich” filho de um neurótico em tratamento clínico, o próprio autor.
Sinopse: Filmado na cidade de Cordisburgo MG, o vídeo traz uma leitura poética dessa paisagem, abordando a
escuridão e o seu profundo mistério povoado de espíritos selvagens e moribundos. De dia, a luz, o silêncio e a
morte.
pré- históriaDireção: Laura Erber
3’30”/ Mini-DV/2010
TransladoDireção:Sara Ramo
7’50”/2008/HD Video digital
alexandre illichDireção: Carlosmagno Rodrigues
12’52”/ MINI-DV/dvd /2009
CordisDireção: Roberto Bellini
15’/HDV/2009
52 53
Sinopse: “Como um segmento arrancado ao mundo, o vídeo nos faz ver um acontecimento no momento em que
acontece, no momento de sua emergência. Daí, talvez, certa semelhança com as imagens em direto das
catástrofes – as tempestades, os furacões, as enchentes – que a TV não cansa de nos mostrar. O mesmo distan-
ciamento, a mesma emergência, a mesma instabilidade da imagem. Essa semelhança logo se desfaz quando,
imersos na duração, nos vemos em um espaço sensível, um espaço que vai deixando de ser representativo para
se tornar intensivo: em seu interior, forças se modulam, se afetam, atravessam umas às outras: as ondas contra
as pedras, o vento contra a câmera, alguém que caminha em direção à câmera, alguém que caminha em
direção ao mar. Longínqua, a figura contempla a natureza, confronta sua virulência. A imagem se faz desse
confronto. Transtornada pelas intensidades do que acontece, ela é interrompida, como se a câmera não mais
suportasse – fisicamente – a força desse transtorno.” (André Brasil)
1716Direção: Marcellvs L.
07’12”/2009/10
54 55
MOS
TraS
aUD
IOVI
SUaI
S
curadoria: Gustavo Spolidoro
MOSTra TEMÁTICa SUL
56 57
Sinopse: Em “Um Instante de Estática” a câmera é atemporal e presencia mais de uma dimensão. A enigmática
experiência estética ocorre mediante a sobreposição de um indivíduo específico. Ele experimenta fenômenos
mentais colando camadas de sua existência. Não há razão aparente para os acontecimentos, pois não existem
caminhos errados. O sentimento é a percepção real das etapas anteriores.
Entrar é sair. Prosseguir é retornar ao início.
http://www.tentacles.art.br
Sinopse: GINÁSTICA é um vídeo de música, luz e coreografia, gravado em três aulas de aeróbica em uma
academia de Porto Alegre.
Sinopse: Quatro amigos fazem um agradável piquenique em um lindo jardim, quando algo inesperado acontece.
Sinopse: “Processo alternativo de formação de nuvens”.
Um Instante de Estática Direção: Tentacle Ensemble Collective
6’/Porto Alegre – RS
ginasticaDireção: Mariana Xavier
04’57”/ 2007/ Porto Alegre-RS
piknikDireção: Luiz Roque & Mariana Xavier
5’17”, 2007
projeto VermelhoDireção: Luiz Roque / Fotografia & Câmera: Gustavo Jahn / Montagem & Som: Letícia Ramos
5’/ 2006
58 59
Sinopse: Uma fração de tempo do universo de um sentinela aquático, cuja tarefa é proteger a honra sensível do
reino o qual habita. Lançando mão da beleza, ele inflama o ar retumbando a sua presença. Ao sol se pôr, fogos
explodem fora do alcance dos homens. A beleza é ofertada em abundância. É definida a cor de uma situação. E o
terreno se faz ausente
Sinopse:Filme realizado com a técnica de animação Stop MOTION a partir de camera LOMO OKTOMATIC 35mm
composta por 6 lentes
Sinopse: Apropriação de cenas do filme “limite”, Mário Peixoto / 1931
Sinopse: Noite quente, chuva fina.
SentinelaDireção: Cristiano Lenhardt
4”44”
ImpulsoDireção: Leticia Ramos / Stylists - Leticia Toniazzo e Rita Weinner / Personagem - Rita Weinner / TRILHA SONORA - FLU
3’/35mm/vídeo/2007
peço-lhe que volte e fique contente Direção: Dirnei Prates
1’45”/2009
Águas De Maio Direção:Nelton Pellenz
06’18”/ 2010
60 61
Sinopse: Um agente realiza infiltrações analógicas ao arremessar nanquim e outras substâncias líquidas sobre
a objetiva da câmera digital. No registro de paisagens urbanas, uma mancha atua sobre o plano e suas
interferências determinam a narrativa do filme.
Especulativo Móvel Direção, edição e fotografia: James Zortéa / Trilha original: Marcelo Armani
05’22”/ 2010/Porto Alegre, RS, Brasil
62 63
MOS
Tra
COM
pETI
TIVa
200
6/20
09
64 65
Dead Pixel
Cristiane Fariah, Leonardo Arantes e Vitor Augusto
1`25” / MG / 2006
Sinta na pele os perigos que um pixel morto oferece.
Um dead pixel não é seu amigo.
Andorinhas / Swallows
Ricardo e. Machado / 50’ / PR / 2006
Cerca de 50 andorinhas saindo de um buraco.
Auto-retrato quando vários /Self-portrait when many
Nadam Guerra / 1’55’’ / MG / 2006
Porque não me reconhecem quando corto o cabelo.
Brtld _bertoldo
Cristiano Trindade / 2’ / SP / 2005
Em meio a um universo tipográfico, Bertoldo vive um cotidiano
exaustivo, em que os elementos gráficos extrapolam caminhos que
poderiam ser ignorados.
66 67
68 69
AU
Vincent Gisbert Soler
05:38/2008
Walking to de sol
Vivimos del Aire
06:28/2009
La Valise
Iker Iturria
05:55/2008
Pardo es leo
Jaume.tv
03:17/2010
In.soroll
Re-col.lectiva
03:17/ 2009
Plastic
Laura Celada
02:56/ 2006
Video Borders-series tape#hair
Kim Engelen
05:35/ 2009
Loop é um evento dinâmico, híbrido e aberto, adaptado às necessidades de mudança dos diferentes agentes
envolvidos no setor. LOOP está estruturado em três seções principais do FESTIVAL + Feira + painel, que se
desenvolveram simultaneamente e são complementares. Eles constituem um espaço de reflexão, difusão e
comercialização de criação de vídeo, no qual os diferentes agentes estão ativamente envolvidas, mostrando,
visualização e gerenciamento de obras de videoarte, refletindo, a criação de contatos e fazendo alianças.
LOOphttp://www.loop-barcelona.com/
Loop Festival é também um projecto de cidade, a conexão de redes locais com redes internacionais. principais
museus da cidade, centros de arte e galerias participam, assim como vários locais, como bares, restaurantes e
outros estabelecimentos, trazem para perto a arte para o público em geral.
70 71
Como
Mariane Abakerli
04:41/2009
Epanalipsi (Repetición)
Pinelopi Thomaidi
01:47/2007
Palavras ao Interior
Nuno Vicente
03:00/2010
Days of Porcelain
Christina G
07:07/2008
The End
Jordi Cussó e Xim Izquierdo
08:00/2009
DOTMOV 2010
72 73
Bubly 023
Daisuke Hagiwara
02:00/ 2010
Varfix
Kotaro Tanaka
08:23/2010
Soundsphere
Mikita Arai
01:40/2010
1925 aka Hell
Max Hattle
01:36/2010
1923 aka Heaven (loop)
Max Hattler
01:55/2010
Runner’s Poem
Floating in Space
05:25/2010
Natsu Wo Matte Imashita
YKBX
05:54/2010
Volcano
Shusaku Kaji
04:00/2010
Bless
Overture
03:34/2010
Embah
Taro Shinkai
Inner Klange
Lemeh42
74 75
Disposable http://www.disposablefilmfest.com/about/O Disposable Film Festival foi criado em 2007 por Eric Evans Slatkin e Carlton para
comemorar o potencial artístico do vídeo descartável: curtas-metragens feitos em aparelhos não-profissionais, tais como telefones celulares, câmeras fotográficas, webcams e outros dispositivos de captura de vídeo disponíveis. O Disposable Film Festival oferece um fórum dedicado ao potencial criativo desse novo modo de fazer filmes através de exibições, concursos e outros eventos para mostrar o melhor trabalho no gênero descartável.
DisposableHousse de Racket - “1234” Nicolas Tiry e Edouard Chaissaing 03:04The Animated Heavy Metal Parking Lot Leslie Supnet 01:49The Lost Tribes of New York City Andy & Carol London 03:08Wood Smoke Fredo Viola 03:05Sour Magico Nakamura, Masayoshi Nakamura, Masashi Kawamura & Hal Kirkland
04:00Death the Dialogue Skyler Buffmeyer 02:25How to Google Maps Ira Mowen, Yannick Dangin & Molly Morgan McDonnell
01:29Cubism Robert M. Gordon 02:39Toilet Paper Animation Christophe Jordache 01:23Home Ryan Spring Dooley 02:54My 60 Seconds Documentary About the Stuff What is in This Room Ryd Cook
01:09Hair and Diamonds: Exercise Christopher McManus 03:02Tak John Shibata 03:43Lucia Cristobal Leon, Niles Atallah & Joaquin Cocina 03:56How to Make a Baby Cassidy Curtis & Raquel Coelho 00:57Wolf and Pig Takeuchi Taijin 04:06Memoirs of a Scanner Damon Stea, Zack Dezon & Cassandra Chowdhury 01:16After the Rain Karen Abad 02:18Monolife Salem Buur Nabulsi 00:21Pretty Babby Peter Tschann-Grimm 01:26Orson Whales Alex Itin 04:05 00:52:15
ARQUEOLOGIA DIGITAL IMEDIATA [o recentísssimo já é história]O presente projeto propõe uma arqueologia precoce, quase instantânea, de processosproduzidos nas duas últimas décadas, através de micro-documentários, entrevistas,apresentação em festivais como ForumBHZvideo, Mídia Tática Brasil, Hacklabs,
Submidialogia,entre outros. São eventos que, cada qual a seu modo, discutiram as possibilidades deintervenção nas mídias, apontando perspectivas para um redimensionamento de seususos, para fins sociais, artísticos ou políticos.
76 77
Hong Kong Mobile FestivalOs telefones celulares, graças às suas funções aperfeiçoadas e acessibilidade à redes,
tornaram-se a “tela pessoal” na qual as pessoas podem assistir vídeos enquanto deslocam--se. Vídeos-móveis feitos sob medida podem ser produzidos com esforço e determinação razoáveis conseguindo assim entrar neste mercado emergente da “Quarta Tela”.
O Hong Kong Mobile Film Festival estabeleceu alguns objetivos que norteiam suas ações:
• Permitir a criação de uma plataforma global de trocas de idéias entre os agentes dessa indústria.
• Reconhecer o esforço e criatividade dos realizadores de vídeos-móveis.• Educar e encorajar profissionais e estudantes de disciplinas relacionadas a produzir
conteúdo audiovisual para mídias móveis.• Divulgar as capacidades e potenciais dos filmes-móveis para diferentes setores da
indústria.• Despertar o interesse do público em assistir filmes-móveis através de telefones
celulares.A última edição do Hong Kong Mobile Film Festival, organizada pela Wireless Techno-
logy Industry Association e pelo Hong Kong Productivity Council, aconteceu em março de 2010 com grande sucesso de público.
The Earth Game Shun Tak Fraternal Association Yung Yau College Opportunity Knocks? Koeloon Tong School ( Primary Section) Sunshine Holy Family Canossian School Away From Drugs (virus) Jody Ng Faces Sham Ching Man Planet 3 in 3HK Lam Chun Man Tree Cheung Kok Ning Imperfect Hong Kong Yau Kwan Ho Invincible Law Ka Yeung Anti-Virus Boy Cheung Yuen Ting Happy Boy Chan Ka Ho Connected Steve Remen Pulse Cheung Yin Tsui Illegal Sharing can’t be a secret Chiu Wing Yan Concrete City David Tso CFSC-Alien Duncan Sze Chun Lun Don’t Disturb Please Tang Yat Shing Select Your Life Tam Wai Lin, Phimely Rhyme Wu Shu
Sonic Acts Trabalhos selecionados na coleção NIMK relacionados com o tema do 9º Sonic Acts,
Poéticas do Espaço. De clássicos a trabalhos novos de Mark Bain, Bernard Gigounon, Steina Vasulka, Kurt D’Haeseleer, Thomas Mohr, Semiconductor e Anouk de Clercq.
Curadoria de Martijn van Boven / Sonic Acts
Rex, 2005 (3’ 22”)Grundlos, 2005 (2’31”)Ursonography, 2006 (6’15”)AH3, 2005 (6” 56”)Somersault 1983 (5’30”)Time out of place, 2008 (9’35”)Building, 2003, 12’Weekend, 1928 (11’20”)Tunnel Vision, 2005 (8’14”)Rotor, 2005 (7’47”)
http://2010.sonicacts.com/live_reports/news/filmprogramme-the-poetics-of-space-a--nimk-selection/
78 79
Do Billboards Dream of Electric Screens?O programa está dividido em dois capítulos, “O Cidadão” e “Estas Quatro Paredes”.
Enquanto “O Cidadão” mostra principalmente trabalhos cinematográficos que refletem sobre o relacionamento entre indivíduo e sociedade, “Estas Quatro Paredes” entende a tela em sua bidimensionalidade, como uma tela elétrica ou simplesmente um muro.
Trampoline’s Urban Screens touring programme
Programa 1 – O cidadãoMargaret Thatcher declarou que não havia tal coisa como sociedade. Ela estava errada. O
cidadão está aqui para levantar e afirmar-se como um dos muitos, encantado e confortado pelo seu lugar em uma paisagem composta de indivíduos, uma paisagem moldada por turbilhões sociais e das bravatas de política.
Oliver Husain, DE - Shrivel, 2005 - 8:20
Miles Chalcraft, GB - Lisa and Jean, 1995 - 5:30
Corine Stübi, CH - Glamourama, 2005 - 6:12
80 81
Adi Shniderman, Merav Ezer, ISRAEL- Air Condition, 2005 - 1:28
On Air: Frauke Havemann, Eric Schefter, Neal Wach, DE/USA - Slobo & Bob, 2005 - 0:17
Karen Fraser, UK - Eyes Flickr, 2007 - 1:00
Collectif Fact, CH - On Stage, 2007 - 4:53
Ralph Meiling, DE - Nackte Schweine, 2003 - 3:00
82 83
Programa 2 – Estas quatro paredesUma parede. Estou olhando para uma parede e quais são as minhas escolhas? Este muro
é uma pintura, uma propaganda, uma defesa, uma prisão, uma barreira para os meus pensamentos. Um respingo de tinta aqui, pendura um quadro lá, ponha duma janela através, deixe uma vinha crescer. Estou imaginando uma parede diferente. É parte da cidade, do país, dos subúrbios, do estado onde eu moro. Estou olhando para a parede, mas estou pensando apenas no céu e no meu desejo de não estar aqui.
Blu, ITALY - Muto, 2008 - 7:26
Adi Shniderman, Merav Ezer, ISRAEL - Air Condition, 2005 - 1:28
Lizzie Hughes, GB - 134 Contrails, 2006 - 0:27
8gg, CN – Develop - 3:00
Suzanne Moxhay, GB - Hinterland, 2007 - 0:30
84 85
Sean Capone / Supernature, USA - Drips (Color) from the Graphic Nature series, 2007- 3:00
Kim Collmer, USA - Berlin Skin, 2007 - 4:00
Frank Abbott, GB - Beyond the Village of the Damned, 2007 - 5:00
CutUp, GB - Environment of Rapid Evolution, 2007 - 1:00
Martha Gorzycki, USA Unfurling, 2006 - 1:09
Pat Lockley, GB I Am Wall, 2007 - 1:00
86 87
Susanne Schuricht, DE - finalklein, 2000 - 8:56
http://www.trampoline.org.uk/index.php?page=&docId=39
88 89
Performances audiovisuais
Ausências – Dudu Tsuda, Marcos Bastos e Karina Montenegro“Ausências” combina sons eletrônicos, digitais e mecânicos com projeção de vídeo em
tempo real. A composição audiovisual constrói um universo de ruídos processados e texturas em que o feedback é usado como recurso generativo. Apesar da construção cênica baseada na ocupação do palco por máquinas e por um desenho do espaço, com iluminação que valoriza os aspectos plásticos dos equipamentos usados, o trabalho explora um universo que tende ao escuro e ao silêncio.
Paisagens sonoras contemplativas e intimistas, imagens que buscam o intervalo entre os frames, a saturação e a granulação, em tempos lentos. Em sete movimentos que se entrela-çam por meio do improviso construído em cima de células estruturais previamente desen-volvidas, a composição mistura elementos Pop com recursos da música neo-concreta e eletroacústica, embalados em timbres e texturas que buscam exprimir delicadeza e melan-colia como formas de evocar memórias e ausências
Gambiociclo - unidade móvel de transmissão multimídia Fred Paulino
Gambiociclo é uma Unidade Móvel de Transmissão Multimídia. Um triciclo de carga modificado que contém equipamentos eletrônicos - gerador elétrico, computador, câmera, projetor, alto falantes - para a realização de projeções interativas de vídeo e graffiti digital no espaço urbano. A construção desse veículo é inspirada nos vendedores ambulantes anônimos que transitam sobre rodas nas cidades brasileiras, em sua maioria vendendo produtos ou divulgando propaganda política. O Gambiociclo, no entanto, na medida em que reúne elementos da performance, do happening, da arte eletrônica, do graffiti e da gambiar-ra, subverte essa lógica: anuncia tão somente um novo tempo, de diálogo direto e democrá-tico entre quem presencia e participa da performance com sua cidade.
90 91
Jardins Noturnos no DMAEEliane Tedesco
VER SE SE ELA CONCORDA COM A IMAGEMAs projeções impregnam de luz o ar, aquecem-no, criam uma membrana que o penetra,
alastrando-se pelo lugar e envolvendo quem quer que esteja em sua presença, não importan-do se o espaço é fechado ou aberto. Deve-se observar, no entanto, que essa alteração é completamente difusa e pouco perceptível quando a imagem projetada não alcança algum anteparo. Para que a imagem lançada pelo projetor tome forma, a projeção necessita de um anteparo que a receba. É no contato entre o facho luminoso e o anteparo que vemos a aparição da imagem. Sem esse contato pode-se apenas ver o rastro luminoso que se desloca da fonte projetiva pelo ar. Nas projeções que desenvolvo no espaço da cidade, o anteparo não é uma parede branca ou lisa, porque desejo que durante o contato da fotografia projeta-da com o anteparo ocorram contaminações, sobreposições que alterem tanto a imagem quanto o anteparo. Praças e jardins noturnos é um projeto concebido a partir de meu olhar sobre as praças das cidades, espaços não originalmente destinados a exposições de arte, e atraentes por razões de todo o tipo: urbanismo, aspectos poéticos e funcionais, arquitetura, localização geográfica, paisagem natural, identificação com a história da cidade. Esse projeto vem dar continuidade a uma série de trabalhos artísticos que venho realizando no espaço urbano desde 2002, nos quais a projeção de imagens é parte estruturante, é a partir dela que são tecidas as relações com as arquiteturas e a vegetação nas cidades.
O trabalho Jardins noturnos no DMAE planejado para arte.mov 2010 consiste na projeção de imagens nos jardins do DMAE, em Porto Alegre. As cenas gravadas em diferentes pontos da orla (cais, ilha da casa da pólvora, ilha do pavão, ilha da pintada, barco, gasômetro) têm como pano de fundo a perspectiva de modificação do cais do porto de Porto Alegre e ‘derrubada’ do muro da Mauá. Dois projetores em um posto de projeção posicionado no caminho de areia entre a torre e a sede do DMAE lançam em direção à torre do DMAE e às plantas no jardim uma sequência de imagens panorâmicas onde uma pessoa de costas olha em direção ao Guaíba, a cidade e sua vegetação.
A proposta pretende disponibilizar em um blog espaços onde as pessoas possam postar suas opiniões a respeito de tal mudança.