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Catálogo Arte.Mov

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Page 1: Arte.Mov

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apresenta

NOVAS CARTOGRAFIAS URBANAS:ARTE E TECNOLOGIA DESENHANDO UMA NOVA PAISAGEM.

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“Em geral, a forma dos espaços urbanos deriva de vivências corporais

específicas a cada povo. Nosso entendimento a respeito do corpo que

temos precisa mudar, a fim de que em cidades multiculturais as pessoas

se importem umas com as outras. Jamais seremos capazes de captar a

diferença alheia enquanto não reconhecermos nossa própria inaptidão”

Richard Sennet, em Carne e Pedra — O corpo e a cidade na civilização Ocidental

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O ARTE.MOV está em um momento especial, certamente um dos mais marcantes de sua trajetória.

Em 2010, se concretiza o movimento em que o Festival, originalmente criado em Belo Horizonte no

ano de 2006, transforma-se em um Programa Cultural nacional que conecta uma rede de projetos

alinhados à temática da arte, da mobilidade, da tecnologia digital e das mídias locativas. Nesse

contexto, o Festival ARTE.MOV passa a se constituir como um nó estratégico dessa rede, a partir do

qual muitas outras iniciativas ganham visibilidade e aproximam-se, gerando um processo rico de

colaboração entre artistas, produtores culturais, pesquisadores, estudantes.

No formato realizado neste ano, as cidades que recebem o evento são um dos ativos mais desta-

cados do ARTE.MOV. Belém, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo, juntas, compõem um

circuito com grande riqueza e diversidade quanto à expressão cultural, perfil populacional, aspectos

geográficos e econômicos. Cada uma delas agrega um capítulo diferente à discussão central do ARTE.

MOV 2010: de que maneiras as tecnologias digitais, especialmente os dispositivos móveis, impactam

as cenas urbanas em sua cartografia, identidade, linguagem, economia. Dessa forma, há uma cone-

xão intrínseca entre cada uma das cidades. O conhecimento produzido e organizado em cada uma

delas se soma às demais em um processo inédito de cooperação entre diferentes regiões do país

para a construção de uma reflexão nacional sobre temática tão instigante quanto atual.

Sob o ponto de vista da Vivo, a partir da proximidade com seu negócio, os debates e experimentações

empreendidas no âmbito do ARTE.MOV criam ainda uma oportunidade para a empresa estar informa-

da e fazer parte de discussões que interessam diretamente à companhia, inclusive quando apontam

para aspectos críticos que perpassam as áreas de tecnologia e comunicações. Por todos esses moti-

vos, fazer parte da condução do ARTE.MOV, em um processo que envolve parcerias qualificadas com

artistas, curadores, pesquisadores, produtores culturais e um público interessado e antenado nos

deixa especialmente entusiasmados com os desdobramentos que podem ser desenvolvidos de agora

em diante para o Programa, como a chegada a outros estados, a ampliação do número de projetos

parceiros, o lançamento de publicações, a disponibilização de mais conteúdos online.

A você que acompanha uma das etapas do Festival, não deixe de conhecer mais a respeito do que

acontece nas outras cidades e as oportunidades que o Programa oferece, acessando o portal

www.vivo.com.br/artemov.

Sobre a Política Cultural Vivo, há mais informações disponíveis no www.vivo.com.br/cultura, ou

comunique-se conosco pelo e-mail [email protected].

Desenvolvimento Cultural

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Em sua quinta edição, o ARTE.MOV — Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis, amplia seu

escopo, consolidando uma atuação em todo o Brasil, que reforça o papel do Festival como referência

nacional para a produção e reflexão crítica em torno da chamada “cultura da mobilidade”.

Ao estabelecer parcerias em várias regiões, o programa multiplica as possibilidades de reflexão e

discussão de questões que envolvem o universo das tecnologias móveis. Assim, atua de forma efetiva

tanto na formação de público quanto na de novos realizadores. Além disso, o ARTE.MOV tem como meta o

fomento de um pensamento crítico e o estímulo a pesquisas e criações que reflitam as transformações

na sociedade contemporânea, ocorridas a partir da disseminação das tecnologias de comunicação móvel.

A 5ª edição do ARTE.MOV – Festival Internacional de Arte em Mídias Móveis explora, este ano, o tema

“Novas Cartografias Urbanas: Reconfigurações do Espaço Público”. O Festival acontece nas cidades

de Belém, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e São Paulo.

Em cada uma destas cidades, o ARTE.MOV dialoga com as particularidades do cenário local, buscando

particularidades, afinidades e ressonâncias, de forma a compor com os realizadores das várias regiões

do país um painel amplo do estado atual da produção de arte e audiovisual com e para mídias portáteis.

Na edição de Porto Alegre do ARTE.MOV 2010, serão discutidos aspectos das linguagens que surgem

neste cenário de cruzamento entre vertentes das artes, do vídeo, do cinema, que escapam da tela

em direção ao espaço público. São práticas que extrapolam janelas circunscritas (perspectiva,

monitores, salas de cinema) e recortam / deslocam espaços (intervenções urbanas, acontecimen-

tos efêmeros em área urbana, cinema expandido). O objetivo é mapear os desdobramentos destas

linguagens, que surgem conforme as redes tornam-se mais ubíquas e pervasivas.

Para isso, o Festival busca dialogar com as particularidades do cenário local ao propor um debate sobre

as relações entre circuitos que vem sendo modificados pelas chamadas mídias locativas, sem necessa-

riamente estabelecer maior cruzamento entre eles. Apesar da crescente proximidade entre artes, cinema

e novas mídias, nem sempre os espaços em que estas manifestações transitam se cruzam com a

intensidade possível (ou mesmo sugerida pelas intersecções de linguagens neles operantes).

Partindo de uma provocação (até que ponto as redes realmente permitem cruzamentos efetivos entre

circuitos?), o ARTE.MOV propõe conectar vídeo, cinema e artes visuais, entendidos como práticas que

se aproximam de formas particulares de dispositivos como celulares e GPS, o que resultam em formas

emergentes de linguagens que estão longe e perto ao mesmo tempo. Este recorte temático pretende es-

tabelecer um olhar de conjunto, sugerindo um olhar ecológico para estas linguagens, em que as relações

macro permitem investigar até que ponto há reconfiguração e que tipo de mudanças acontecem no micro.

OrgaNIZaDOrES

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Um dos aspectos da atual cultura em rede é a intersecção entre seus componentes,

tornando mais intenso um processo de dissolução das fronteiras entre linguagens

(que já foi marcante no século XX e se consolida no século XXI). Os resquícios de

separação entre as artes tornam-se insustentáveis, ainda que nem todos os circuitos

sejam permeáveis aos fluxos porosos resultantes do cruzamento entre redes, e da

sobreposição entre redes e espaço físico produzidas por dispositivos como celulares,

GPS e outros. Por isso, é importante entender os fluxos em rede como um sistema

complexo, que agrega novas camadas aos espaços geográficos e urbanos existentes

(resultando em ambientes marcados pela mistura entre elementos físicos e virtuais).

Novas Cartogafias Urbanas:ecologia das linguagens emergentes

SIM

pÓSI

O Que formas de deslocamento são possíveis num contexto de crescente complexidade dos enclaves urbanos de

grandes dimensões? Nestes espaços, cuja inviabilidade estimula formas de não sociabilidade e acentua

diferenças, qual o papel das tecnologias em rede, que supostamente acenam com novas formas de aproximação

e abrem diálogos antes inexistentes? Há aspectos do urbanismo contemporâneo que geram imobilidade (social,

física) ao invés de estimular o deslocamento. De que forma as redes inseridas no espaço público, assim como

as novas formas de linguagem que surgem neste contexto vêm problematizando esta tensão entre fluxo e

ausência de movimento? O que estas redes tem oferecido em termos de alternativas plausíveis para os

problemas das grandes cidades?

MOBILIDaDES E IMOBILIDaDES UrBaNaSMediador: Lucas Bambozzi

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Libertando a imagem da sua moldura. A exploração do cinema sinestésico, imagens abstratas e personalizado

geradas através de novas tecnologias. Expondo histórias em múltiplas telas, a expansão do cinema em várias

camadas de interpretação. Cinema Expandido inclui todos os meios de produção, reprodução e técnicas de

projeção - exceto os tradicionais - para o próprio cinema.

Durante os anos 1960 e início de 1950, um pequeno número de artistas radicais americanos e europeus artistas

emergentes do movimento de cinema underground americano, usaram a película como um meio de performances

ao vivo. Artistas começaram a usar “filmes encontrados” e reciclavam filme velho em seu próprio trabalho. Além

disso, os cineastas estavam experimentando com as propriedades mais mínima e os elementos básicos do meio,

luz, som e montagem. Novas tecnologias, como aparelhos eletrônicos e computadores digitais foram incorporados

ao processo de produção de filmes. O Cinema Expandido tornou-se um gênero durante todo o movimento de

vanguarda americano e europeu.

Pode-se dizer que o Cinema Expandido introduziu uma visão mais democrática na relação entre o público, a

obra de arte e o artista. Ao introduzir a atuação de palco no filme o cineasta ou criador desenvolveu um

contato mais direto com o público. Participação, interação e confronto entre as duas partes se tornou um

modelo no qual o filme vai se constituindo.

Ao derrubar o ‘autor de cinema “ mainstream , a vanguarda introduziu uma relação mais pessoal e direta

entre a autoria e a resposta da audiência, para contestar o regime do cinema comercial, tanto na produção

como na recepção.

Onde o Cinema Expandido pode ser encontrado hoje? Como pode a metodologia do Cinema Expandido do século

20 ser utilizado dentro da grande variedade de possibilidades tecnológicas que os cineastas contemporâneos

têm à sua disposição hoje em dia?

Ao olhar para peças clássicas do cinema expandido, obras de cineastas como Anthony McCall, John Whitney,

LeGrice Malcolm e seus sucessores contemporâneos como Pablo Valbuana, Kooimans Jeroen, Visual United

Artists, Bruce McClure e síntese granular, um entendimento claro do cinema expandido e o seu potencial será

trazido à luz para uma platéia de artistas e cineastas também.

Em um mundo conectado multiplicam-se as ferramentas e processos de criação nos quais a colaboração entre

criadores tem um papel fundamental. Os dispositivos móveis surgem como uma opção cada vez mais utilizada

para o acesso e criação de conteúdo colaborativo.

Diversas iniciativas de arte colaborativa englobam características do espaço geográfico, construindo proposita-

da ou inadvertidamente uma topografia própria nas intersecções entre conexões geográficas e virtuais. O

espaço urbano, com sua alta densidade humana e tecnológica, ocupa uma posição privilegiada, apresentando-

-se como centro de experimentação para essas reconfigurações geográfico-artísticas.

Colaboração artística através de redes e dispositivos móveis e sua inserção nos espaços urbanos

Cinema Expandido – as poéticas do EspaçoMartijn van Boven (NL)

Lenara Verle (PoA)

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Tapio Makela (fIN)“Eco-especificidade-do-lugar” / Ecolocatedness

Como estabelecer o design e as práticas artísticas situadas entre as ecologias de

vida? Sugiro o conceito de “ecolocatedness” (que pode ser traduzido de forma

livre e imprecisa para “Eco-especificidade-do-lugar”) como uma forma de resposta

capaz de pensar a especificidade local e ecologias particulares, bem como uma

abordagem onde os dados sobre o ambiente e a localização são realizados e experi-

mentados. Vou discutir estes conceitos no contexto da arte e pesquisa (em vez de

arte e ciência) e projetos de design de informação.

Heidi Kumao (EUa)Como parar o tempo? Como ter múltiplas vistas no mesmo instante? Como execu-

tar panorâmicas em movimento de uma cidade contemporânea? Como representar

este espaço fragmentado? A palestra de Heidi Kumao vai discutir, a partir de sua

série de trabalhos intitulados Cinema Machines, novas perspectivas para o audio-

visual contemporâneo a partir de analogias com processos do primeiro cinema e

outros atuais que extrapolam os limites da tela como espaço de fruição de imagens

em movimento.

Letícia ramos (poa)Em tempos em que a liberdade para a criação e difusão da pluralidade da linguagem

audiovisual se consolida, seus meios continuam restritos aos dispositivos fornecidos

pelo mercado. Condições como a excelência da imagem, o high definition e a modela-

gem 3D aprisionam parte das produções audiovisuais aos meios disponíveis. Através

de procedimentos de reciclagem de tecnologias e do desenho de novas utopias

para a imagem surgem novos projetos para a construção de imagens mecânicas. A

palestra se concentrará em, a partir das primeiras experiencias de representação do

tempo e registro do movimento, apresentar o projeto ERBF – estação radiobasefo-

tográfica, desenvolvido pela artista, assim como o seu projeto em desenvolvimento

- Bitácora. Em ambos, a construção de novos aparelhos fotograficos a partir de

tecnologias que rapidamente tornaram-se obsoletas e descartadas, são criados a

partir de uma abordagem poética.

As formas de utopia tem uma dimensão positiva, de permitir sonhar com futuros menos

problemáticos que os tempos correntes. Por outro lado, há uma dimensão da utopia que pode ser,

ela mesma, problemática: protelar os esforços para solucionar, hoje, problemas que acabam

legados às próximas gerações. Em parte, a tensão entre presente e futuro espelha outra tensão

mais imediata, entre países em que as tecnologias são centrais e outros que ainda se relacionam

com elas de formas precárias. Há um espelhamento curioso: lugares que apresentam-se como

futuro de outros onde ainda há ausência e falta. O que significam estas temporalidades que

convivem em espaço próximos? Como pensar o diálogo entre países que aponta m tendências e

ditam caminhos e outros que buscam ainda consolidar infra-estruturas, numa época em que os

conceitos de centro e periferia foram redesenhados?

EXpaNDIr O prESENTE E CONTraIr O fUTUrOmediador: Marcus Bastos

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Santiago garcia Navarro Vai discutir temas relacionados com o problema da deriva urbana, baseado em suas

experiências de sete anos como “derivante crônico”. O tema será abordado de uma

perspectiva mais ampla, que discute o conceito para além de suas relações com

novas tecnologias. Tomando este ponto-de-partida ampliado, vai abordar como as

tecnologias contemporâneas tem modificado o conceito de deriva. O objetivo é discu-

tir a condição do “caminhante” na cidade hiperconectada, o que essa prática oferece

como potencial de desvio respeito aos condicionamentos da modelização contempo-

rânea do corpo na cidade. No final, tudo isso tem a ver com uma ética, no sentido de

um modo de criar as próprias condições de ação e pensamento no contexto atual.

arte ConstrutoraElaine Tedesco (BR)

O Projeto Arte Construtora ocupa espaços arquitetônicos e ambientes naturais

situados em diferentes cidades Brasileiras com propostas específicas para os

lugares escolhidos, transformando-os temporariamente. Durante o processo de

criação a interação entre os participantes e os locais escolhidos resulta numa ação

artística que emprega como estratégias a prospecção e a camuflagem. As inter-

venções do Arte Construtora, de caráter rarefeito e efêmero, mimetizam elementos

de tempos e naturezas distintas, criam um intervalo no transcurso da memória

dos lugares e, convidam os observadores a compartilhar essa exploração poética

pensando sobre seu uso e seus possíveis destinos.

O espaço hodológicoAndré Parente (BR)

Trata-se de descrever o conceito de espaço hodológico vivido na psicologia de

Kurt Lewin e mostrar de que modo esse conceito pode contribuir para pensar as

campos de forças que estão em jogo nas instalações interativas, performances,

happenings e trabalhos onde a cena é composta por uma miríade de elementos

de natureza diferentes interconectados: humanos e não humanos, tecnológicos e

cenográficos, imagens e sons, dispositivos e interfaces, etc.

Diante da complexidade crescente das tecnologias de rede, surgem formas de uso cotidiano de equipamentos e

programas que propõe tipos de negociação visando desviar as prescrições presentes nos usos pré-frabricados

dos aparelhos. É uma prática que se desdobra, também, em formas de negociação entre artistas, curadores,

instituições culturais e patrocinadores (na paisagem complexa onde tramitam os projetos que propõe-se explorar

os desdobramentos tecnológicos em andamento). São procedimentos que exploram os recortes artesanais,

muitas vezes ligados ao improviso e à gambiarra, que surgem com a disseminação das tecnologias portáteis.

Mais que subverter aparelhos e programas, no entanto, são dinâmicas que indicam processos em que o com-

partilhamento e a transparência prometem espaços públicos em rede onde o coletivo e os processos de baixo

para cima são motores de práticas civis até então restritas. No entanto, o âmbito mais crítico de negociação não

acontece necessariamente nesta esfera de maior pluralidade, mas sim em configurações onde há convivência

de interesses discrepantes que precisam ser mediados e reconfigurados em meio a estruturas mais rígidas.

NOVOS MODELOS DE NEgOCIaçÃO Da VIDa NO ESpaçOmediador: Rodrigo Minelli

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A cada edição, o ARTE.MOV aponta tendências das artes locativas, em exposição que dialoga com o eixo temático

do Festival. Por meio de trabalhos que pretendem indicar os desdobramentos mais recentes na área, a expo-

sição do ARTE.MOV 2010 em Porto Alegre combinam um panorama de trabalhos nacionais e internacionais de

destaque com um olhar para a cena local. São trabalhos que transitam entre os universos das artes locativas e

dos novos formatos audiovisuais, além de problematizar questões ligados ao meio-ambiente e aos processos

de reciclagem de mídias.

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Instalação interativa baseada no Zoetrope (a “roda do diabo”), contendo imagens de personagens reais e

fictícios (Thelonious Monk, Corisco, Édipo, São Francisco, praticante Sufi, Pomba Gira) girando em experiências

limites (loucura, morte, transe)

 

 

Em cada quadro, um objeto doméstico sabotado é

preenchido com um mecanismo de projeção ao estilo de

um zooroscópio e um conjunto de transparências. Cada

projetos hibridizado funde tecnologia de cinema do

século 19 e objetos cotidianos para apresentar um loop

curto e repetido de um gesto simples. As máquinas, como

as pessoas, estão situadas em configurações aparentemente normais: em lados opostos de uma mesa,

próximas uma de outra, cantando uma canção, em frente de e num palco como espectador e peformer, em cada

lado de uma mesa “conduzindo” negócios. Cuidadosamente criadas a partir de itens semelhantes a brinquedose

objetos funcionais, cada projetor e suas imagens correspondentes oferecem um espetáculo tecnicamente

simples para o observador. Ao expor o aparato físico que leva o corpo à ação, eu traço um paralelo entre este

maquinário e os mecanismos de nosso inconsciente: mecanismos de defesa, impulsos sexuais, padrões de

pensamento, auto-controle, sonhos, linhas de raciocínio, impulsos, instintos naturais.

Heidi Kumao 1991-1999

Emergentes a partir da interseção de teatro, escultura e engenharia, o meu vídeo e arte máquina gerar

espetáculo artístico, a fim de visualizar o invisível: padrões de pensamento, os estados mentais, emoções,

compulsões e sonhos. Através da criação de formas de arte híbrida (esculturas cinéticas, animações e

trabalhos interativos), eu explorar as bases psicológicas de situações cotidianas e contextos institucionais,

como a família nuclear, mídia, e os papéis tradicionais de gênero. Na sua essência, o meu trabalho é conduzido

pelo desejo de criar uma experiência para os telespectadores que faz com que repensar eventos aparentemente

comum: jogar na infância, dinâmica familiar, assistindo televisão, eo uso de roupas. A capacidade de recriar e

reorientar esses estados depende do uso da mídia baseada no tempo: as formas de arte que se desenrolam ao

longo do tempo, as idéias que se tornam mais claras com a repetição e looping, vídeos que revelam a sinergia

entre o objeto, imagem e movimento. Ao sintetizar uma experiência, estou atuando também como diretor de

teatro, realizando o desempenho dos objetos, memórias re-estadiamento e, finalmente, expor a teatralidade

subjacentes tantos aspectos de nossas vidas.

“Hidden Mecanismos” é uma série de máquinas de cinema que utilizam a tecnologia cinematográfica do século

XIX para apresentar a curto loops fílmica de tarefas simples ou gestos repetidos compulsivamente. Cada peça

explora a psicologia do comportamento compulsivo, a disciplina ea comunicação não-verbal. Este trabalho foi

suportado por uma vasta gama de subsídios e bolsas de estudo e foi exibido nacionalmente e internacionalmen-

te, incluindo exposições individuais no Museu de Arte Moderno, Buenos Aires e Fundació Joan Miró, em

Barcelona. Várias dessas obras estão em acervos de museus como o Museu de Belas Artes de Houston. Uma

parte está em uso contínuo em Exploratorium de São Francisco, um museu de ciência, desde 2002.

http://www.heidikumao.net/machines.html

 

Conceito: André Parente

Coordenação tecnológica: Júlio Parente

Circuladô (2006/2010)

Corisco

Dervish

Édipo

http://www.eco.ufrj.br/aparente/

Cinema Machines

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O projeto propõe-se a discutir as dicotomias presentes entre o universo individual e o universo coletivo, os

conceitos de público e privado e fronteiras mentais, por meio de um processo de workshops e uma video-insta-

lação interativa, que abordem a vivência e a experimentação de narrativas múltiplas e simultâneas dentro do

espaço das cidades. A cidade é o plano de atuação da fórmula imagem+ação=imaginação no qual subjetividades

colidem a todo momento, não somente no encontro entre sujeitos, mas nas interpolações de signos de

expressão particulares que evocam a experiência do inconsciente coletivo por meio do fluxo de informação na

urbe. Resgatando uma proposta situacionista, o projeto visiona a criação de um processo aberto e coletivo em

busca da construção de novas cartografias urbanas – psicogeografias. Para a criação destas cartografias

urbanas, dados serão captados por participantes do evento, que coletarão sua experiência particular por entre

as ruas e grupos sociais, cujas trajetórias narrativas serão representadas gráfica e cineticamente pelo

movimento de avatares-robôs sobre mapas imaginários.

http://acaoartistica2009.blogspot.com/2009/11/culture-robot-40.html

Seleção de trabalhos ou documentações de projetos do Blast Theory, grupo inglês que tem desenvolvido

projetos de grande relevância em áreas que aproximam performance, jogos de realidade mixta, e propostas de

intervenção na cidade usando dispositivos portáteis.

O Blast Theory se tornou referência mundial na utilização de recursos de realidades mistas, envolvendo redes

online e situações que acontecem em espaços públicos. Liderado por Matt Adams, Ju Row Farr e Nick Tandavani-

tj, o grupo vem desenvolvendo formas de participação efetiva por parte do público em suas obras, através do

uso de tecnologias de rede portáteis e ubíquas.

A mostra do Blast Theory em Porto Alegre se configura como um showcase informativo, que explicita suas

pesquisas em diversas tecnologias e campos de interação. No conjunto, os trabalhos e suas documentações

revelam uma perspectiva da cidade entendida como espaço de comunicação, envolvendo performances ao vivo,

as relações com a memória, o acesso a informações em função do posicionamento do público participante e as

mediações entre espaços sociais desconectados.

Um de seus trabalhos mais conhecidos é o premiado Can You See Me Now?, que o arte.mov apresenta em Porto

Alegre em duas versões: replay e documentários sobre as versões realizadas em Sheffield, Tóquio e a implemen-

tação criada especialmente para o bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte.

 

Culture robot 4.0 Kruno Jost, Ricardo Palmieri, Paloma Oliveira e Mateus Knelsen

Showcase Blast Theory

Rodado nas ruas de Karlsruhe e Londres, o vídeo resulta do interesse do Blast Theory em deslocamento físico e

amnésia, em uma espécie de viagem no tempo. Concentra-se em imagens noturnas de cidades e nas lacunas

que se formam entre o real e o ficcional.

http://www.blasttheory.co.uk/bt/work_trucold.html

TrucoldReino Unido . 14’ . 2002

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Um projeto para ciclistas, que convida o público a circular pelas ruas da cidade equipadas com

computadores de mão. Eles buscam esconderijos para gravar uma mensagem de texto. E procuram

pelos esconderijos de outras pessoas. O trabalho combina teatro e jogo e é um desdobramento de

projetos como Uncle Roy All Around You (2003).

 

Can You See Me Now? é um jogo de perseguição que acontece ao vivo on-line e nas ruas de uma

cidade. Esta interface permite aos visitantes explorar uma perseguição do jogo: vendo as mensagens

indo e voltando entre os jogadores on-line; seguindo os corredores e os jogadores on-line através do

mundo virtual; ouvindo a conversa nos walkie-talkie dos corredores; a realidade de correr nas ruas e

como o jogo é sentido pelos participantes na rua.

CYSMN? foi desenvolvido em colaboração com o Mixed Reality Lab (Universidade de Nottingham)

http://www.flickr.com/photos/secultba/5032508411/

http://www.blasttheory.co.uk/bt/work_cysmn.html

Can You See Me Now? Replay

Can You See Me Now? é um jogo de perseguição que acontece ao vivo simultaneamente na Internet e nas ruas

de uma cidade. Dois grupos de jogadores competem entre si. Eles detectam suas respectivas posições por meio

de pontes entre o mundo físico e o virtual, viabilizadas através de walkie-talkies e interfaces envolvendo GPS,

palms conectados à Internet ou celulares 3G, dependendo da localidade onde o game foi implementado.

Em sua versão original, jogadores reais, chamados de runners, correm em locais previamente escolhidos e

transformados em um mapa virtual. Enquanto os jogadores online conseguem acompanhar os runners via in-

ternet estes, munidos de GPS’s visualizam a localização dos jogadores virtuais. O jogo acaba quando os runners

chegam a 5 metros de distância do jogador online.

A versão aqui apresentada simula o game original.

Can You See Me Now? é uma colaboração entre o grupo Blast Theory e o Mixed Reality Lab, da Universidade

de Nottingham.

Rider SpokeReino Unido . 2007

Can You See Me Now?

Belo Horizonte. 2008 - Documentação da realização do game interativo de realidade mista especial-

mente desenvolvido para o bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte.

Tokyo, Sheffield. 2007 - Documentação da realização do game interativo de realidade mista nas

cidades de Tokyo, Japão e Sheffield, Reino Unido.

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Documentação do jogo onde os participantes atuam de modo online numa cidade virtual e nas ruas de uma

cidade real, envolvendo tarefas, percursos e diálogos mediados com pessoas e locais desconhecidos. O vídeo

apresentado mostra a realização do projeto ao vivo em 2003 no Institute of Contemporary Arts, ICA, em Londres.

 

Programa que explora a forma como telefones e rádios levam a um certo tipo de intimidade. Entrevistas

gravadas pelo período de uma semana com pessoas bêbadas em festas, em galerias de arte ou nas ruas.

 

Após viajar pelo Brasil pedalando e atravessar o Atlântico velejando na Regata Brasil 500 Anos, o arquiteto

mineiro Argus Caruso Saturnino voltou da sua nova aventura:

Fazer uma volta ao mundo de bicicleta.

O caminho escolhido passou por importantes rotas: Rotas Inca, da Companhia das Índias Orientais, da Seda, das

Caravanas do Império Romano, da Expansão do Islamismo, dos Mercadores Africanos e Asiáticos, Estrada Real,

etc. A viagem fez parte do “Pedalando e Educando”, um projeto de educação a distância que busca na aventura

uma estratégia de incentivo para o aprendizado. Através da Internet as escolas receberam periodicamente um

material didático inovador com fotos e textos relatando, ao vivo, a aventura de volta ao mundo de bicicleta. Toda

viagem foi elaborada para utilizar-se de rotas que potencializam o interesse pela História, Geografia e o dia a dia

dos locais visitados. O objetivo era que o material fosse utilizado em sala de aula para discussão com um

profissional de ensino. Além da comunicação vai internet, também foram visitadas várias escolas no percurso

onde o aventureiro apresenta fotos, vídeos e mapas da viagem. Um projeto inédito que une um dos meios mais

antigos e populares de transporte a processos contemporâneos de educação a distância.

http://www.arguscaruso.com.br/#/projetos/pedalando-educando/

 

Uncle Roy All Around YouReino Unido . 11’ . 2002

Soft MessageReino Unido . 2006

argus Saturnino8 min (em loop)

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INSERIR IMAGEM DA OBRA

O Projeto Arte Construtora ocupa espaços arquitetônicos e ambientes naturais situados em diferentes cidades

Brasileiras com propostas específicas para os lugares escolhidos, transformando-os temporariamente. Durante

o processo de criação a interação entre os participantes e os locais escolhidos resulta numa ação artística que

emprega como estratégias a prospecção e a camuflagem. As intervenções do Arte Construtora, de caráter

rarefeito e efêmero, mimetizam elementos de tempos e naturezas distintas, criam um intervalo no transcurso

da memória dos lugares e, convidam os observadores a compartilhar essa exploração poética pensando sobre

seu uso e seus possíveis destinos.

arte Construtora (grupo)Elaine Tedesco, Elcio Rossini, Fernando Limberger, Jimmy Leroy, Lúcia Koch, Luisa Meyer, Marijane

Ricacheneisky, Nina Moraes, Rochelle Costi

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32 33

Um aspecto significativo do audiovisual produzido com e para mídias móveis é a mudança do contexto em que

dá-se a exibição. Ao invés da sala escura e contemplativa, o destino dos trabalhos em dispositivos portáteis

podem ser lugares claros, ruidosos, entrópicos. No lugar do ritual de concentração e da sensação de isolamento,

há uma divisão da atenção entre a tela e o entorno.

Não se trata de um modo de exibição particular das mídias portáteis, na medida em que as videoinstalações e o

vídeo multiplicado por suportes diversos já haviam rompido com o formato estático da sala de exibição e / ou

com a geometria ascética do cubo branco. O próprio cinema, a rigor, surge em contextos entrópicos e apenas

num segundo momento desloca-se para as salas escuras. Na mostra Para além da tela pequena, os vídeos de

bolso experimentam um trajeto semelhante, ainda que particular. São formas explodidas, em multi-telas, de

diversos tamanhos, que inserem formatos típicos do microcinema em situações de exibição momentaneamente

fixas, buscando uma sintonia com o caráter expositivo desta mostra.

Diversidade tecnológica e diversidade estética. O par não está necessariamente atrelado, mas funciona como

entrada para os trabalhos aqui reunidos, de três realizadores jovens que tem se destacado no circuito do

audiovisual. Sao trabalhos que apontam caminhos emergentes, do diálogo mais direto com possibilidades dos

dispositivos portáteis à pesquisa formal que articula som e imagem em movimento de formas imprevistas,

passando por novos modos de construcao da subjetividade.

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Ascese de Rodrigo Cass apresenta um personagem que grava a si mesmo em lugares fechados frente a uma

câmera fixa, em ações que simulam rituais domésticos. Conforme observa Jorge La Ferla “esta possibilidade

funcional que permitem os equipamentos portáteis de vídeo foi acentuando-se com os aparelhos de mão, as

camcorders handy, leves e versáteis em seu funcionamento, quase autônoma; um dispositivo que uma vez

seteado permite outra eleição substancial do autor, a instância da representação na solidão, que no registro

ocupa o lugar do personagem frente à câmera.”

Em Ascese o mundo ordenado se transforma: a cueca vai para dentro do liquidificador, a testa é colocada no

espremedor de frutas. O ferro de passar roupa quente rasga a cueca e derrete o frasco plástico de leite. Aparece

um narciso no reflexo de sua urina que, quando evaporada, deforma-se e desaparece. O tempo do vídeo é o

tempo da ação, o que reforça o conceito de performance.

 “Kynemas, Fluxuz filmes” é uma uma obra eletrônica in progress em permanente interface entre mídias e

linguagens. Kynemas é feito por um labirinto de conexão entre Roteiros, Videos, Musicas, Frames. Um filme para

ser re-criado on line através de hiper-ficções interativas em que cada navegante é um personagem virtual. O

material inicial do filme é disponibilizado na rede como matriz/memória eletrônica para realização de ‘Progra-

mas in progress’ de re-criação colaborativa. O programa in progress acontece de ciclo em ciclo e visa a criação

de um hiper-ficção on line. Um roteiro ( Flux-z) que interliga fragmentos dentro de um labirinto recombinatório

de fluxos: Roteiros, textos, frames, personagens, músicas, sons, micro –filmes.

SérIE aSCESERodrigo Cass

KYNEMaSPedro Rocha

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Ecocaching Tapio Makela

Em nossos movimentos diários do café da manhã até escovar os

dentes antes de ir para a cama, no ambiente cotidiano tende a se

tornar transparente. As alterações climáticas e a degradação

ecológica local nos cercam, mas parece difícil de encontrar maneiras

pelas quais pode-se fazer um esforço individual para mudar as

coisas. Ecocaching - um jogo translocal foi criado para resolver o

nosso ambiente cotidiano local que pode ser mediado atravésde

redes translocais.

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KSHO

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Possibilitando um diálogo territorialExperimentos realizados entre 2003 e hoje para a criação de

espaços que facilitem trocas e expressões tangíveis.

Culture RobotMinistrado por Ricardo Palmieiri, o Workshop propõe derivas pela

cidade de Porto Alegre, para o desenvolvimento de vídeos e captura

de dados de geolocalização que serão posteriormente incluídos na

versão customizada para a cidade da instalação Culture Robot 4.0.

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curadoria: Jorane Castro

MOSTra TEMÁTICa NOrTE

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Sinopse: O documentário foi feito justo antes da tomada de decisão do STJ - Supremo Tribunal de Justiça – sobre

a expulsão o não dos invasores arroceiros das terras indígenas, decisão que podia criar um caso exemplar em

relação a todas as terras indígenas do Brasil.

Mostra a força dos invasores, a violência, as relações com o poder político regional e da os pontos de vista de

indígenas, representantes públicos e gente da rua.

As imagens de violência foram gravadas pelos próprios indígenas e são bastante duras e claras, e a continuida-

de, os indígenas atacados explicam como viveram aqueles momentos.

O documentário A LUTA CONTINUA – RAPOSA SERRA DO SOL foi um trabalho voluntário ( nenhuma das pessoas

que trabalharam nele cobrou nada) e ganhou o prêmio ao melhor media metragem na III Mostra de Cine

Etnográfico do Amazonas e o 1º Prêmio de Cine Voluntário, em Granada, Espanha.

Sinopse: Paraíso ou Inferno verde? Por que pensamos a Amazônia com categorias extremas? Inspirado no livro

“Viagem das Idéias”, do sociólogo Renan Freitas Pinto, o vídeo trata da construção do pensamento social sobre a

Amazônia a partir dos relatos dos viajantes do século XVI até os dias de hoje. Entrevistas com o autor, Ribamar

Bessa Freire, Márcio Souza e Eduardo Góes Neves.

Ymá Nhandehetama (antigamente fomos muitos) Artista: Armando Queiroz / Belém / PA / Brasil – 1968

8’21”/2009/Vídeo em loop

Sinopse: Almires Martins é uma pessoa de etnia guarani que conheci em 2009. Naquele momento, fazíamos

parte de um grupo que organizou uma exposição de material etnográfico nas dependências da Fundação Curro

Velho, entidade cultural do estado, dentro da programação da III Semana dos Povos Indígenas do Pará. De imedia-

to sua figura chamou atenção pela poesia e clareza do seu pensamento. Almires nasceu em uma aldeia

localizada no atual Estado do Mato Grosso do Sul, filho de uma liderança indígena assassinada. Ele mesmo

sofreu algumas emboscadas, das quais seu corpo é testemunho. Hoje, mora em Belém onde acaba de defender

na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Pará tese de mestrado que trata de direito indígena guarani,

cumprindo resoluto, o papel que lhe cabe.

Quando convidado para participar do vídeo Ymá Nhandehetama (Antigamente fomos muitos), aceitou gentil-

mente a proposta. A partir de então, o vídeo foi construído através de um diálogo que objetivava expressar a

condição indígena de agora, fruto de um longo processo de violência e dissolução física e espiritual imposto às

diversas etnias indígenas das Américas. Sua fala, lúcida e transparente, nos coloca diante de uma realidade

invisibilizada na imensidão das matas, “... como um grito na escuridão da noite”.

a Luta Continua – raposa Serra do SolDiretores: Daniel Garibotti & Marta Caravantes

23’/2008

Viagem das Idéias.Direção: Satya Caldenhof

23’/ 2008/ Manaus – AM

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curadoria: Danilo Barata

MOSTra TEMÁTICa NOrDESTE

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Sinopse: Pombagira é relacionada à imagem de uma diaba, abusada, cigana, mulher de sete homens, arriba-saia,

chamada de Maria Padilha, tem a mão na cintura, numa atitude de desafio, e está associada aos travestis, às

prostitutas, à transgressão.

Sinopse: Sensações Contrárias é ambientado no Recôncavo Baiano, região de passado coronelista. Dentro de um

ambiente provinciano-decadente, desenvolve-se a noção de borrão, em que os eventos coreográficos e imagéticos

se dão por aparentes acidentes, falhas e descontinuidades, num limite entre realismo cotidiano e surrealismo.

Sinopse: Ficção científica baseada em fatos reais

Sinopse: Experiências corpóreas em performances artístico-esportiva

pombagira Direção: ?????????

3’/Brasil-BA/2007/Vídeo

Sensações ContráriasDireção: ?????????

5’/2007/ Mini-DV - 4:3/Bahia

flash Happy SocietyDireção, Produção, Fotografia, Som, Montagem: Guto Parente

08’/ HD/2009/Brasil

plus UltraDireção: Oriana Duarte

8’/2008/Pernambuco

 

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CUCETa - a Cultura queer de Solange Tô aberta Direção:Cláudio Manoel

13’/2010/Alagoas

Sinopse: Um grande poço, um balanço, uma figura feminina, um flutuar, uma vertigem. Ranger de cordas, titilar

de vidro, vento marcam a sonoridade da cena. A ação é pensada para o lugar, um balançar por sobre a água, uma

brincadeira quase uma fábula. Balanço que parece vir do céu.

Sinopse: Webdocumentário focando os bastidores do show, idéias e a filosofia queer do duo Solange tô Aberta.

Seriedade, sarcasmo, ironia, anarquia e cultura gay. A defesa do corpo livre, sem formato social. O webdoc

intercala entrevistas com trechos do shows e bastidores.

Sinopse: Numa tarde de sol, uma menina brinca de bambolê sobre uma laje de um bairro da periferia, enquanto

isso, o mundo gira ao redor dela. A menina negra e com cabelos de fogo se faz presente como núcleo de seu

próprio universo. Como elemento solar de uma órbita desenhada pelo bambolê é re-interada pelo movimento

circular traçado pela câmera. Esse traçado de desenlace contínuo feito pelo aro, que indica uma construção

interior, é como o fio da vida que ela tenta manter em órbita.

Sinopse: Registro de três ações realizadas pelo GIA (Grupo de Interferência Ambiental) nas ruas de Salvador.

Propostas provocativas e bem-humoradas que se apropriam do espaço público como suporte para interferên-

cias no cotidiano urbano.

VertigemDireção: Milena Travassos

3’07”/2006/Ceará

O Mundo de Janiele Direção: Caetano Dias

4’/DVD/2007/Brasil

acredite nas suas ações Direção: Grupo GIA

08’23”/vídeo/2006/Bahia

 

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curadoria: Francesca Azzi

MOSTra TEMÁTICa SUDESTE

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Sinopse: Como tudo começou na escuridão até a chegada dos grandes mamíferos sobre a Terra. O homem deu

nome a todos os animais, mas Camilah rebatizou alguns deles.

Sinopse: ????????

Sinopse: Filme introduzido com discursos delirantes, carregado de ceticismo, que apresentando assim, a vida a

um recém nascido “Alexandre Illich” filho de um neurótico em tratamento clínico, o próprio autor.

Sinopse: Filmado na cidade de Cordisburgo MG, o vídeo traz uma leitura poética dessa paisagem, abordando a

escuridão e o seu profundo mistério povoado de espíritos selvagens e moribundos. De dia, a luz, o silêncio e a

morte.

pré- históriaDireção: Laura Erber

3’30”/ Mini-DV/2010

TransladoDireção:Sara Ramo

7’50”/2008/HD Video digital

alexandre illichDireção: Carlosmagno Rodrigues

12’52”/ MINI-DV/dvd /2009

CordisDireção: Roberto Bellini

15’/HDV/2009

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Sinopse: “Como um segmento arrancado ao mundo, o vídeo nos faz ver um acontecimento no momento em que

acontece, no momento de sua emergência. Daí, talvez, certa semelhança com as imagens em direto das

catástrofes – as tempestades, os furacões, as enchentes – que a TV não cansa de nos mostrar. O mesmo distan-

ciamento, a mesma emergência, a mesma instabilidade da imagem. Essa semelhança logo se desfaz quando,

imersos na duração, nos vemos em um espaço sensível, um espaço que vai deixando de ser representativo para

se tornar intensivo: em seu interior, forças se modulam, se afetam, atravessam umas às outras: as ondas contra

as pedras, o vento contra a câmera, alguém que caminha em direção à câmera, alguém que caminha em

direção ao mar. Longínqua, a figura contempla a natureza, confronta sua virulência. A imagem se faz desse

confronto. Transtornada pelas intensidades do que acontece, ela é interrompida, como se a câmera não mais

suportasse – fisicamente – a força desse transtorno.” (André Brasil)

1716Direção: Marcellvs L.

07’12”/2009/10

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curadoria: Gustavo Spolidoro

MOSTra TEMÁTICa SUL

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Sinopse: Em “Um Instante de Estática” a câmera é atemporal e presencia mais de uma dimensão. A enigmática

experiência estética ocorre mediante a sobreposição de um indivíduo específico. Ele experimenta fenômenos

mentais colando camadas de sua existência. Não há razão aparente para os acontecimentos, pois não existem

caminhos errados. O sentimento é a percepção real das etapas anteriores.

Entrar é sair. Prosseguir é retornar ao início.

http://www.tentacles.art.br

Sinopse: GINÁSTICA é um vídeo de música, luz e coreografia, gravado em três aulas de aeróbica em uma

academia de Porto Alegre.

Sinopse: Quatro amigos fazem um agradável piquenique em um lindo jardim, quando algo inesperado acontece.

Sinopse: “Processo alternativo de formação de nuvens”.

Um Instante de Estática Direção: Tentacle Ensemble Collective

6’/Porto Alegre – RS

ginasticaDireção: Mariana Xavier

04’57”/ 2007/ Porto Alegre-RS

piknikDireção: Luiz Roque & Mariana Xavier

5’17”, 2007

projeto VermelhoDireção: Luiz Roque / Fotografia & Câmera: Gustavo Jahn / Montagem & Som: Letícia Ramos

5’/ 2006

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Sinopse: Uma fração de tempo do universo de um sentinela aquático, cuja tarefa é proteger a honra sensível do

reino o qual habita. Lançando mão da beleza, ele inflama o ar retumbando a sua presença. Ao sol se pôr, fogos

explodem fora do alcance dos homens. A beleza é ofertada em abundância. É definida a cor de uma situação. E o

terreno se faz ausente

Sinopse:Filme realizado com a técnica de animação Stop MOTION a partir de camera LOMO OKTOMATIC 35mm

composta por 6 lentes

Sinopse: Apropriação de cenas do filme “limite”, Mário Peixoto / 1931

Sinopse: Noite quente, chuva fina.

SentinelaDireção: Cristiano Lenhardt

4”44”

ImpulsoDireção: Leticia Ramos / Stylists - Leticia Toniazzo e Rita Weinner / Personagem - Rita Weinner / TRILHA SONORA - FLU

3’/35mm/vídeo/2007

peço-lhe que volte e fique contente Direção: Dirnei Prates

1’45”/2009

Águas De Maio Direção:Nelton Pellenz

06’18”/ 2010

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Sinopse: Um agente realiza infiltrações analógicas ao arremessar nanquim e outras substâncias líquidas sobre

a objetiva da câmera digital. No registro de paisagens urbanas, uma mancha atua sobre o plano e suas

interferências determinam a narrativa do filme.

Especulativo Móvel Direção, edição e fotografia: James Zortéa / Trilha original: Marcelo Armani

05’22”/ 2010/Porto Alegre, RS, Brasil

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Dead Pixel

Cristiane Fariah, Leonardo Arantes e Vitor Augusto

1`25” / MG / 2006

Sinta na pele os perigos que um pixel morto oferece.

Um dead pixel não é seu amigo.

Andorinhas / Swallows

Ricardo e. Machado / 50’ / PR / 2006

Cerca de 50 andorinhas saindo de um buraco.

Auto-retrato quando vários /Self-portrait when many

Nadam Guerra / 1’55’’ / MG / 2006

Porque não me reconhecem quando corto o cabelo.

Brtld _bertoldo

Cristiano Trindade / 2’ / SP / 2005

Em meio a um universo tipográfico, Bertoldo vive um cotidiano

exaustivo, em que os elementos gráficos extrapolam caminhos que

poderiam ser ignorados.

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AU

Vincent Gisbert Soler

05:38/2008

Walking to de sol

Vivimos del Aire

06:28/2009

La Valise

Iker Iturria

05:55/2008

Pardo es leo

Jaume.tv

03:17/2010

In.soroll

Re-col.lectiva

03:17/ 2009

Plastic

Laura Celada

02:56/ 2006

Video Borders-series tape#hair

Kim Engelen

05:35/ 2009

Loop é um evento dinâmico, híbrido e aberto, adaptado às necessidades de mudança dos diferentes agentes

envolvidos no setor. LOOP está estruturado em três seções principais do FESTIVAL + Feira + painel, que se

desenvolveram simultaneamente e são complementares. Eles constituem um espaço de reflexão, difusão e

comercialização de criação de vídeo, no qual os diferentes agentes estão ativamente envolvidas, mostrando,

visualização e gerenciamento de obras de videoarte, refletindo, a criação de contatos e fazendo alianças.

LOOphttp://www.loop-barcelona.com/

Loop Festival é também um projecto de cidade, a conexão de redes locais com redes internacionais. principais

museus da cidade, centros de arte e galerias participam, assim como vários locais, como bares, restaurantes e

outros estabelecimentos, trazem para perto a arte para o público em geral.

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Como

Mariane Abakerli

04:41/2009

Epanalipsi (Repetición)

Pinelopi Thomaidi

01:47/2007

Palavras ao Interior

Nuno Vicente

03:00/2010

Days of Porcelain

Christina G

07:07/2008

The End

Jordi Cussó e Xim Izquierdo

08:00/2009

DOTMOV 2010

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Bubly 023

Daisuke Hagiwara

02:00/ 2010

Varfix

Kotaro Tanaka

08:23/2010

Soundsphere

Mikita Arai

01:40/2010

1925 aka Hell

Max Hattle

01:36/2010

1923 aka Heaven (loop)

Max Hattler

01:55/2010

Runner’s Poem

Floating in Space

05:25/2010

Natsu Wo Matte Imashita

YKBX

05:54/2010

Volcano

Shusaku Kaji

04:00/2010

Bless

Overture

03:34/2010

Embah

Taro Shinkai

Inner Klange

Lemeh42

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Disposable http://www.disposablefilmfest.com/about/O Disposable Film Festival foi criado em 2007 por Eric Evans Slatkin e Carlton para

comemorar o potencial artístico do vídeo descartável: curtas-metragens feitos em aparelhos não-profissionais, tais como telefones celulares, câmeras fotográficas, webcams e outros dispositivos de captura de vídeo disponíveis. O Disposable Film Festival oferece um fórum dedicado ao potencial criativo desse novo modo de fazer filmes através de exibições, concursos e outros eventos para mostrar o melhor trabalho no gênero descartável.

DisposableHousse de Racket - “1234” Nicolas Tiry e Edouard Chaissaing 03:04The Animated Heavy Metal Parking Lot Leslie Supnet 01:49The Lost Tribes of New York City Andy & Carol London 03:08Wood Smoke Fredo Viola 03:05Sour Magico Nakamura, Masayoshi Nakamura, Masashi Kawamura & Hal Kirkland

04:00Death the Dialogue Skyler Buffmeyer 02:25How to Google Maps Ira Mowen, Yannick Dangin & Molly Morgan McDonnell

01:29Cubism Robert M. Gordon 02:39Toilet Paper Animation Christophe Jordache 01:23Home Ryan Spring Dooley 02:54My 60 Seconds Documentary About the Stuff What is in This Room Ryd Cook

01:09Hair and Diamonds: Exercise Christopher McManus 03:02Tak John Shibata 03:43Lucia Cristobal Leon, Niles Atallah & Joaquin Cocina 03:56How to Make a Baby Cassidy Curtis & Raquel Coelho 00:57Wolf and Pig Takeuchi Taijin 04:06Memoirs of a Scanner Damon Stea, Zack Dezon & Cassandra Chowdhury 01:16After the Rain Karen Abad 02:18Monolife Salem Buur Nabulsi 00:21Pretty Babby Peter Tschann-Grimm 01:26Orson Whales Alex Itin 04:05 00:52:15

ARQUEOLOGIA DIGITAL IMEDIATA [o recentísssimo já é história]O presente projeto propõe uma arqueologia precoce, quase instantânea, de processosproduzidos nas duas últimas décadas, através de micro-documentários, entrevistas,apresentação em festivais como ForumBHZvideo, Mídia Tática Brasil, Hacklabs,

Submidialogia,entre outros. São eventos que, cada qual a seu modo, discutiram as possibilidades deintervenção nas mídias, apontando perspectivas para um redimensionamento de seususos, para fins sociais, artísticos ou políticos.

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Hong Kong Mobile FestivalOs telefones celulares, graças às suas funções aperfeiçoadas e acessibilidade à redes,

tornaram-se a “tela pessoal” na qual as pessoas podem assistir vídeos enquanto deslocam--se. Vídeos-móveis feitos sob medida podem ser produzidos com esforço e determinação razoáveis conseguindo assim entrar neste mercado emergente da “Quarta Tela”.

O Hong Kong Mobile Film Festival estabeleceu alguns objetivos que norteiam suas ações:

• Permitir a criação de uma plataforma global de trocas de idéias entre os agentes dessa indústria.

• Reconhecer o esforço e criatividade dos realizadores de vídeos-móveis.• Educar e encorajar profissionais e estudantes de disciplinas relacionadas a produzir

conteúdo audiovisual para mídias móveis.• Divulgar as capacidades e potenciais dos filmes-móveis para diferentes setores da

indústria.• Despertar o interesse do público em assistir filmes-móveis através de telefones

celulares.A última edição do Hong Kong Mobile Film Festival, organizada pela Wireless Techno-

logy Industry Association e pelo Hong Kong Productivity Council, aconteceu em março de 2010 com grande sucesso de público.

The Earth Game Shun Tak Fraternal Association Yung Yau College Opportunity Knocks? Koeloon Tong School ( Primary Section) Sunshine Holy Family Canossian School Away From Drugs (virus) Jody Ng Faces Sham Ching Man Planet 3 in 3HK Lam Chun Man Tree Cheung Kok Ning Imperfect Hong Kong Yau Kwan Ho Invincible Law Ka Yeung Anti-Virus Boy Cheung Yuen Ting Happy Boy Chan Ka Ho Connected Steve Remen Pulse Cheung Yin Tsui Illegal Sharing can’t be a secret Chiu Wing Yan Concrete City David Tso CFSC-Alien Duncan Sze Chun Lun Don’t Disturb Please Tang Yat Shing Select Your Life Tam Wai Lin, Phimely Rhyme Wu Shu

Sonic Acts Trabalhos selecionados na coleção NIMK relacionados com o tema do 9º Sonic Acts,

Poéticas do Espaço. De clássicos a trabalhos novos de Mark Bain, Bernard Gigounon, Steina Vasulka, Kurt D’Haeseleer, Thomas Mohr, Semiconductor e Anouk de Clercq.

Curadoria de Martijn van Boven / Sonic Acts

Rex, 2005 (3’ 22”)Grundlos, 2005 (2’31”)Ursonography, 2006 (6’15”)AH3, 2005 (6” 56”)Somersault 1983 (5’30”)Time out of place, 2008 (9’35”)Building, 2003, 12’Weekend, 1928 (11’20”)Tunnel Vision, 2005 (8’14”)Rotor, 2005 (7’47”)

http://2010.sonicacts.com/live_reports/news/filmprogramme-the-poetics-of-space-a--nimk-selection/

Page 40: Arte.Mov

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Do Billboards Dream of Electric Screens?O programa está dividido em dois capítulos, “O Cidadão” e “Estas Quatro Paredes”.

Enquanto “O Cidadão” mostra principalmente trabalhos cinematográficos que refletem sobre o relacionamento entre indivíduo e sociedade, “Estas Quatro Paredes” entende a tela em sua bidimensionalidade, como uma tela elétrica ou simplesmente um muro.

Trampoline’s Urban Screens touring programme

Programa 1 – O cidadãoMargaret Thatcher declarou que não havia tal coisa como sociedade. Ela estava errada. O

cidadão está aqui para levantar e afirmar-se como um dos muitos, encantado e confortado pelo seu lugar em uma paisagem composta de indivíduos, uma paisagem moldada por turbilhões sociais e das bravatas de política.

Oliver Husain, DE - Shrivel, 2005 - 8:20

 

Miles Chalcraft, GB - Lisa and Jean, 1995 - 5:30

 

Corine Stübi, CH - Glamourama, 2005 - 6:12

 

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Adi Shniderman, Merav Ezer, ISRAEL- Air Condition, 2005 - 1:28

 

On Air: Frauke Havemann, Eric Schefter, Neal Wach, DE/USA - Slobo & Bob, 2005 - 0:17

 

Karen Fraser, UK - Eyes Flickr, 2007 - 1:00

 

Collectif Fact, CH - On Stage, 2007 - 4:53

 

Ralph Meiling, DE - Nackte Schweine, 2003 - 3:00

 

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Programa 2 – Estas quatro paredesUma parede. Estou olhando para uma parede e quais são as minhas escolhas? Este muro

é uma pintura, uma propaganda, uma defesa, uma prisão, uma barreira para os meus pensamentos. Um respingo de tinta aqui, pendura um quadro lá, ponha duma janela através, deixe uma vinha crescer. Estou imaginando uma parede diferente. É parte da cidade, do país, dos subúrbios, do estado onde eu moro. Estou olhando para a parede, mas estou pensando apenas no céu e no meu desejo de não estar aqui.

Blu, ITALY - Muto, 2008 - 7:26

 

Adi Shniderman, Merav Ezer, ISRAEL - Air Condition, 2005 - 1:28

 

Lizzie Hughes, GB - 134 Contrails, 2006 - 0:27

 

8gg, CN – Develop - 3:00

 

Suzanne Moxhay, GB - Hinterland, 2007 - 0:30

 

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Sean Capone / Supernature, USA - Drips (Color) from the Graphic Nature series, 2007- 3:00

 

Kim Collmer, USA - Berlin Skin, 2007 - 4:00

 

Frank Abbott, GB - Beyond the Village of the Damned, 2007 - 5:00

 

CutUp, GB - Environment of Rapid Evolution, 2007 - 1:00

 

Martha Gorzycki, USA Unfurling, 2006 - 1:09

 

Pat Lockley, GB I Am Wall, 2007 - 1:00

 

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Susanne Schuricht, DE - finalklein, 2000 - 8:56

 

http://www.trampoline.org.uk/index.php?page=&docId=39

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Performances audiovisuais

Ausências – Dudu Tsuda, Marcos Bastos e Karina Montenegro“Ausências” combina sons eletrônicos, digitais e mecânicos com projeção de vídeo em

tempo real. A composição audiovisual constrói um universo de ruídos processados e texturas em que o feedback é usado como recurso generativo. Apesar da construção cênica baseada na ocupação do palco por máquinas e por um desenho do espaço, com iluminação que valoriza os aspectos plásticos dos equipamentos usados, o trabalho explora um universo que tende ao escuro e ao silêncio.

Paisagens sonoras contemplativas e intimistas, imagens que buscam o intervalo entre os frames, a saturação e a granulação, em tempos lentos. Em sete movimentos que se entrela-çam por meio do improviso construído em cima de células estruturais previamente desen-volvidas, a composição mistura elementos Pop com recursos da música neo-concreta e eletroacústica, embalados em timbres e texturas que buscam exprimir delicadeza e melan-colia como formas de evocar memórias e ausências

Gambiociclo - unidade móvel de transmissão multimídia Fred Paulino

Gambiociclo é uma Unidade Móvel de Transmissão Multimídia. Um triciclo de carga modificado que contém equipamentos eletrônicos - gerador elétrico, computador, câmera, projetor, alto falantes - para a realização de projeções interativas de vídeo e graffiti digital no espaço urbano. A construção desse veículo é inspirada nos vendedores ambulantes anônimos que transitam sobre rodas nas cidades brasileiras, em sua maioria vendendo produtos ou divulgando propaganda política. O Gambiociclo, no entanto, na medida em que reúne elementos da performance, do happening, da arte eletrônica, do graffiti e da gambiar-ra, subverte essa lógica: anuncia tão somente um novo tempo, de diálogo direto e democrá-tico entre quem presencia e participa da performance com sua cidade.

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Jardins Noturnos no DMAEEliane Tedesco

VER SE SE ELA CONCORDA COM A IMAGEMAs projeções impregnam de luz o ar, aquecem-no, criam uma membrana que o penetra,

alastrando-se pelo lugar e envolvendo quem quer que esteja em sua presença, não importan-do se o espaço é fechado ou aberto. Deve-se observar, no entanto, que essa alteração é completamente difusa e pouco perceptível quando a imagem projetada não alcança algum anteparo. Para que a imagem lançada pelo projetor tome forma, a projeção necessita de um anteparo que a receba. É no contato entre o facho luminoso e o anteparo que vemos a aparição da imagem. Sem esse contato pode-se apenas ver o rastro luminoso que se desloca da fonte projetiva pelo ar. Nas projeções que desenvolvo no espaço da cidade, o anteparo não é uma parede branca ou lisa, porque desejo que durante o contato da fotografia projeta-da com o anteparo ocorram contaminações, sobreposições que alterem tanto a imagem quanto o anteparo. Praças e jardins noturnos é um projeto concebido a partir de meu olhar sobre as praças das cidades, espaços não originalmente destinados a exposições de arte, e atraentes por razões de todo o tipo: urbanismo, aspectos poéticos e funcionais, arquitetura, localização geográfica, paisagem natural, identificação com a história da cidade. Esse projeto vem dar continuidade a uma série de trabalhos artísticos que venho realizando no espaço urbano desde 2002, nos quais a projeção de imagens é parte estruturante, é a partir dela que são tecidas as relações com as arquiteturas e a vegetação nas cidades.

O trabalho Jardins noturnos no DMAE planejado para arte.mov 2010 consiste na projeção de imagens nos jardins do DMAE, em Porto Alegre. As cenas gravadas em diferentes pontos da orla (cais, ilha da casa da pólvora, ilha do pavão, ilha da pintada, barco, gasômetro) têm como pano de fundo a perspectiva de modificação do cais do porto de Porto Alegre e ‘derrubada’ do muro da Mauá. Dois projetores em um posto de projeção posicionado no caminho de areia entre a torre e a sede do DMAE lançam em direção à torre do DMAE e às plantas no jardim uma sequência de imagens panorâmicas onde uma pessoa de costas olha em direção ao Guaíba, a cidade e sua vegetação.

A proposta pretende disponibilizar em um blog espaços onde as pessoas possam postar suas opiniões a respeito de tal mudança.