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Processo Civil Processo de Conhecimento

UNIDADE I SUJEITOS DO PROCESSO:O processo tem uma configurao trplice: Estado, autor e ru. preciso, porm deixar claro que esta configurao trplice da relao jurdica apresenta somente um esquema mnimo da mesma, o que significa dizer que, outros sujeitos podero ingressar nessa estrutura. Ter-se- assim o fenmeno de pluralidade de partes.

Partes: tradicional o conceito de partes como sendo aquele que pleiteia e aquele em face de quem se pleiteia a tutela jurisdicional. Por esta definio seriam partes somente o autor e o ru.Este conceito no est errado, mas no adequado a explicar todos os fenmenos de relevncia terica a respeito das partes. Tal insuficincia facilmente se explica. que o conceito acima apresentado corresponde ao de partes da demanda. Mas esse conceito no se confunde com outro, mais amplo, que de partes do processo.EX. uma coliso de carro entre A e B, onde estes so os condutores. (sujeitos da demanda lide). Ao investigar as circunstancias da coliso A decide demandar contra C, ao invs de ingressar contra B, que se qualificava como mero condutor do veiculo, sendo este de propriedade de C. A e B so sujeitos da demanda; A e C so sujeitos do processo. Lembre-se que o processo no envolve apenas autor, ru e magistrado, mas pode incluir varias pessoas que nele podem ingressar em ordem cronolgica aps sua formao.Queremos dizer que o processo pode envolver apenas autor e ru como partes principais, numa formao clssica, admitindo-se, porm, a extenso desse quadro para fins de ingresso no feito de pessoas no assentadas na relao jurdico processual por ocasio da apresentao da petio inicial. Estes so os terceiros; no aqueles que permanecem distantes do processo, mas dos que para dele entraram no af de apoiar a uma das partes principais, ou mesmo para defender interesse seu.O ingresso do terceiro no processo faz com que assuma a condio de parte acessria, de modo a poder ser atingido pelos efeitos da sentena judicial. Interessante falar tambm das pessoas que ocupam certos lugares no processo, mas que no podem ser qualificadas como partes, de modo que no lhes podem ser estendidos os efeitos da sentena judicial futura. Destacamos aqui os representantes das partes, que, embora prximos dos protagonistas do processo, partes no so. Figuram no processo como apoio do autor ou do ru, em vista de uma determinada circunstncia ligada a essa pessoa, como ocorre, por exemplo, na hiptese de o autor ser detentor da capacidade de ser parte (de direito), mas no possuindo a capacidade processual (de exerccio), por ser menor de idade, exigindo a lei que seja amparado por seus genitores ou por tutor (art. 8 CPC).A qualidade de ser parte pode ser adquirida de 4 formas: Pela demanda: pelo ajuizamento da demanda, o autor (demandante) adquire a qualidade de parte do processo. Observe que o autor ocupar ao mesmo tempo a posio de parte da demanda e parte do processo.Pela citao: pela citao adquirem a qualidade de parte o ru (demandado) e os terceiros intervenientes quando se estiver diante de uma modalidade de interveno forada, como a denunciao da lide. O ru parte da demanda desde o oferecimento da mesma, mas s se torna parte do processo com a citao, ato responsvel pela angularizao da relao processual. Pela sucesso: ocorre quando h uma alterao subjetiva da demanda, como por exemplo, na hiptese de falecimento do autor, sendo este sucedido, nos termos do artigo 43 do CPC.Pela interveno de terceiros: toda vez que uma pessoa ingressa em juzo, na condio de parte ou auxiliar da parte, em processo que se encontra em trmite envolvendo duas outras pessoas. Devem ser consideradas partes do processo todas aquelas que participam do procedimento em contraditrio. Assim, ao lado do autor e do ru, que so partes da demanda e tambm do processo, outras pessoas podem ingressar na relao processual, alterando o esquema mnimo daquela relao processual dita anteriormente, e que corresponde formao trplice do processo. Como exemplo podemos citar a assistncia (espcie de interveno de terceiros), ou a interveno do MP como custos legis. Estes novos sujeitos embora no apaream na demanda so partes do processo.

Capacidade de ser parte, capacidade processual capacidade postulatria:- capacidade de ser parte (de direito): est ligada a possibilidade de a pessoa apresentar-se em juzo como autor ou ru, ou seja, a possibilidade de tomar assento em um dos plos do processo. Esta capacidade exige a personalidade civil, que, no caso de pessoa fsica, inicia-se com o seu nascimento com vida (art.2 CC), ressalvados os direitos do nascituro. Enquanto que para a pessoa jurdica a regra refere-se a inscrio do ato constitutivo no respectivo registro Junta Comercial, rgo de Classe (OAB), etc. (art. 45 CC). Confere-se esta capacidade ainda aos denominados entes despersonalizados, como a massa falida, o condomnio, o espolio, as sociedades e os rgos desprovidos de personalidade jurdica, etc. - capacidade processual (de exerccio): tem a ver com a possibilidade de a parte praticar atos do processo sem o acompanhamento de outra pessoa. Em outras palavras, tem capacidade processual aquele que puder agir sozinho em juzo, realizando atos processuais de forma autnoma, sem o apoio de assistente ou representante legal. A ttulo de exemplo, podemos lembrar que o recm-nascido ostenta capacidade para ser parte, afinal, ele possui personalidade civil. Entretanto, em virtude das naturais limitaes que sofre, ele no possui capacidade processual, razo pela qual deve ser representado por seus genitores ou um tutor. No possuem esta capacidade as pessoas elencadas nos art. 3 e 4 do CC, embora tenham capacidade de ser parte. Essa capacidade processual qualifica-se como pressuposto de validade do processo, podendo gerar quando ausente a sua extino sem resoluo de mrito (Art. 267, IV CPC).- capacidade postulatria: a aptido para requerer perante os rgos estatais investidos da jurisdio. Em regra, essa espcie de capacidade privativa do advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB, art. 1). No entanto, essa regra do jus postulandi tambm comporta excees, pois h casos em que a lei reconhece capacidade postulatria para a prpria parte, tal qual ocorre na ao de habeas corpus, na Justia do Trabalho, nos Juizados Especiais Estaduais (causas com valor at 20 salrios mnimos).

Substituio Processual e Representao Processual:Os institutos representao e substituio processual no se confundem.- substituio processual (legitimidade extraordinria): a parte est pleiteando em nome prprio direito alheio, desde que este comportamento seja autorizado ou permitido pela lei. O art. 6 do CPC textualiza que ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.Este fenmeno repete-se com maior freqncia na hiptese que envolve a propositura de aes judiciais por parte do Ministrio Publico (MP).Vejamos algumas hipteses do MP como substituto processual:A para propor ao de investigao de paternidade (art. 2, 4 da Lei de Investigao de Paternidade Lei N 8.560, DE 29 DE DEZEMBRO DE 1992).B para propor ao coletiva em defesa de consumidores lesados (art. 81 ss do CDC);C para propor a denominada ao ex delicto, quando o ofendido por pobre na forma da lei (art. 68 CPP).A substituio processual, que confere legitimidade extraordinria ao autor, no prerrogativa exclusiva do MP, sendo ainda conferida a outras entidades, como, aos sindicatos, as associaes civis, desde que os direitos envolvidos no litgio refiram-se a seus associados e filiados.Na substituio processual, o substituto pode praticar todos os atos processuais, lhe sendo vedados, contudo, o direito de transigir, de renunciar ou de reconhecer o pedido, tudo considerando que o direito material no lhe pertence e sim ao sujeito da demanda (lide), ao substitudo.- Representao Processual: aqui a pessoa que se encontra no processo est defendendo direito alheio, mas em nome alheio (do titular do direito). Esta conferida, por exemplo, aos genitores da parte absolutamente incapaz, ao curador especial do incapaz que no tiver representante legal, ou se os interesses deste colidirem com os daqueles ou do ru preso, do revel citado por edital ou com fora certa (art. 8 e 9 CPC).

Deveres das partes e de seus procuradores:As partes possuem deveres (que so tambm de todos aqueles que de algum modo atuam no processo, como advogados, escreventes, oficiais de justia...), os quais devem ser cumpridos ao longo do processo. Tais deveres poderiam, em verdade, ser reduzidos a uma nica frase: cabe as partes o dever de auxiliar o juzo no descobrimento da verdade e na efetivao das decises, sem utilizar expedientes antiticos. Assim que nos termos ao art. 14 CPC, incumbem s partes os deveres de expor os fatos em juzo conforme a verdade; proceder com lealdade e boa-f; no formular pretenses, nem alegar defesa, cientes de que so destitudas de fundamento; no produzir provas, nem praticar atos inteis ou desnecessrios declarao ou defesa do direito; cumprir com exatido os provimentos mandamentais e no criar embaraos efetivao de provimentos judiciais, de natureza antecipatria ou final. Quanto a este ultimo dever importante notar que foi estabelecida uma sano para o caso de descumprimento, de que ficam livres apenas os advogados, aos quais se aplicam somente as disposies do Estatuto da Advocacia (Lei. 8906/94). Afirma o nico do art. 14 do CPC que tal descumprimento constitui ato atentatrio ao exerccio da jurisdio: pagamento de multa, no superior a vinte por cento do valor da causa, a ser paga no prazo estabelecido pelo juiz. Esse prazo correr do transito em julgado da deciso final da causa e, no sendo a multa paga at o termo final, ser ela inscrita como divida ativa da Unio ou do Estado (conforme tramite o feito na Justia Federal ou Estadual).

Responsabilidade das partes por dano processual:A existncia de deveres das partes tem como finalidade lgica, a existncia de uma responsabilidade das mesmas, a que se poderia chamar de responsabilidade processual.Esta responsabilidade poder dvida em duas partes: A responsabilidade por dano processual: dispe o art. 16 do CPC que responde por perdas e danos aquele que pleitear de m-f como autor, ru ou interveniente. Estabelece aqui a lei processual uma responsabilidade subjetiva, eis que se exige um elemento volitivo, a m-f, como requisito da responsabilidade. Logo a seguir, o art. 17 CPC descreve as condutas que devem ser consideradas como litigncia de m-f: deduzir pretenso ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; alterar a verdade dos fatos; usar do processo para conseguir objetivo ilegal; opuser resistncia injustificada ao andamento do processo; proceder de modo temerrio em qualquer incidente ou ato do processo; provocar incidentes manifestamente infundados; interpuser recurso com intuito manifestamente protelatrio. Havendo litigncia de m-f, o juiz, de oficio ou a requerimento da parte, condenar o causador do dano a indenizar a parte contraria os prejuzos que esta sofreu, mas as despesas processuais que tiver efetuado e os honorrios advocatcios, alm de multa no excedente de um por cento sobre o valor da causa. Havendo mais de uma litigante de m-f, dever o juiz conden-los na proporo de seus interesses na causa, ou solidariamente (esta ultima se dar quando os diversos litigantes de m-f tiverem se coligado para lesar o adversrio).O valor da indenizao, a ser fixada imediatamente aps a pratica do ato punvel no ser superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa. Sendo o dano superior a essa quantia dever a liquidao ser feita por arbitramento.B responsabilidade pelas despesas processuais: encontra regulamentao a partir do art. 19 CPC. Em primeiro lugar cuidou a lei de estabelecer um nus de adiantar a verba necessria para a prtica dos atos processuais, o qual recai sobre aquele que realiza ou requer a realizao do ato processual (ressalvados nos casos de justia gratuita). A lei processual afirma que, o adiantamento ser feito por ocasio de cada ato, e que compete ao demandante (autor) adiantar a verba necessria a realizao dos atos determinados de oficio pelo juiz, ou a requerimento do MP.No artigo 20 CPC diz que a sentena dever condenar o vencido a pagar ao vencedor as despesas processuais que tiver efetuado, alm dos honorrios advocatcios, sendo estes devidos mesmo que o vencedor tenha atuado em causa prpria. Verifica-se que a responsabilidade, nesse caso, objetiva, sendo responsvel aquele que tiver restado sucumbente.O juiz, ao decidir qualquer incidente ou recurso dever condenar quem lhe tiver dado causa ao pagamento das despesas a ele referentes.O CPC estabelece, nos 3 a 5 do art. 20, os critrios para a fixao dos honorrios advocatcios, sendo de se considerar, como regra geral, que estes sero estabelecidos entre 10 e 20 por cento sobre o valor da condenao, devendo o juiz, ao fix-los, atender ao grau de zelo do advogado, o lugar da prestao do servio, a natureza e a importncia da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu servio (critrio somente utilizado em sentenas condenatrias). Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimvel, naquelas em que no houver condenao ou for vencida a Fazenda Pblica, e nas execues, embargadas ou no, os honorrios sero fixados consoante apreciao equitativa do juiz, atendidas as normas das alneas a, b e c do pargrafo anterior. Havendo sucumbncia recproca, os nus da sucumbncia sero repartidos proporcionalmente, pensando-se, na proporo da sucumbncia de cada um, as despesas processuais e os honorrios advocatcios. Assim torna-se facilmente compreensvel a regra contida no nico do art. 21 CPC, segundo a qual se um litigante decair de parte mnima do pedido, o outro responsvel, por inteiro, pelas despesas e honorrios.Afirma o art. 22 CPC que se o ru deixar de argir na contestao fato que, em tendo sido alegado, permitiria a imediata prolao da sentena extintiva do processo, o qual se dilata indevidamente, perde o direito a haver os honorrios de sucumbncia (se mesmo restar, a final, vencedor), alm de ser condenado nas custas devidas a partir da deciso de saneamento do processo.O art. 24 diz que nos processos de jurisdio voluntaria as despesas sero adiantadas pela requerente, e posteriormente rateadas pelos interessados.Responde pelo nus de sucumbncia aquele que der causa ao encerramento do processo por desistncia da ao, reconhecimento da procedncia do pedido ou renuncia a pretenso (art. 26 CPC). Nos casos de transao, as despesas processuais e os honorrios advocatcios sero divididos igualmente, salvo se as partes tiverem estipulado de forma diversa (art. 26, 2 CPC).Se houver assistncia, e restando vencido o assistido, o assistente ser condenado a ressarcir o vencedor das custas que este tiver despendido, sendo sua responsabilidade proporcional a atividade que tiver exercido no processo.

O advogadoDispe o art. 36 CPC que as partes se faro representar em juzo por advogado, podendo postular em causa prpria apenas aqueles que tenham habilitao, ou no caso de no haver advogado no lugar. O advogado , portanto, essencial ao regular desenvolvimento do processo, visto que, exige-se para a validade do processo, capacidade postulatria, a qual, em principio, exclusiva dos advogados. A defesa dos interesses da Unio em juzo cabe a Advocacia Geral da Unio, e dos Estados e Municpios, as respectivas procuradorias.Somente poder atuar em juzo o advogado que tenha sido constitudo procurador da parte, o que se faz atravs de mandato judicial. Admiti-se, porm, que o advogado, sem apresentar em juzo procurao, ajuze demanda a fim de impedir a consumao da prescrio ou da decadncia, alm poder intervir no processo a fim de praticar atos urgentes. Nesta hiptese, o advogado fica obrigado a exibir a procurao em um prazo de 15 dias, prorrogvel por mais 15. Os atos no ratificados nesse prazo sero considerados inexistentes, respondendo o advogado pelas perdas e danos que causar a parte.os mandato judicial confere ao advogado os poderes gerais para o foro (ad judicia), podendo praticar todos os atos do processo, salvo receber citao, confessar, reconhecer a procedncia do pedido, transigir, desistir, renunciar a pretenso, receber, das quitao e firmar compromisso (art. 38 CPC). Para que o advogado possa praticar esses atos, preciso que da procurao conste, expressamente, que a ele se confere poderes especiais para realiz-los.O mandato poder ser outorgado por instrumento pblico ou particular. O art. 40 CPC enumera alguns direitos aos advogados, os quais coexistem com as prerrogativas previstas no Estatuto da Advocacia (Lei 8906/94).

Litisconsrcio Conceito: um consorcio de pessoas, seja no plo ativo seja no pelo passivo.Sempre quando o direito material violado atingir mais de uma pessoa, no plo ativo ou no plo passivo acontecer o litisconsrcio.Motivos que levam ao litisconsrcio: economia processual; harmonia dos julgados, evitando decises conflitantes.O litisconsrcio caracteriza-se pela reunio de duas ou mais pessoas assumindo simultaneamente a posio de autor ou de ru. Haver litisconsrcio quando houver mais de um autor ou mais de um ru na relao processual, ocorrendo um cmulo subjetivo em um mesmo processo.O que justifica a formao do litisconsrcio o direito material objeto da relao processual em questo, ou seja, as partes se renem pela comunho ou conexidade de interesses objeto da demanda.O processo pode apresentar um nico autor e um nico ru nos plos ativo e passivo, ou mais de um titular de direito envolvido na lide. Ex. acidente automobilstico, onde houve prejuzo material a cada um dos 05 ocupantes do carro. Eles podem propor a ao em litisconsrcio.

Caractersticas da relao processual litisconsorcialPluralidade de sujeitos Pluralidade de lides EX. trs automveis (A, B, C) onde o C encanta uma r e bate no A e B. Estes ingressam um uma ao indenizatria em face de C. Nesta ao cada autor demonstrar seu prejuzo e praticar seus atos.Observa-se ento que na relao processual litisconsorcial h uma pluralidade de partes (A e B) e pluralidade de lide (A e B cada um com seus prprios prejuzos).

Classificao1 - Quanto s partes (a posio do litisconsorte):Ativo: Quando h pluralidade de autores demandando contra um ru.Passivo: quando um autor demanda em face de vrios rus.Misto ou Recproco: Quando h pluralidade de autores e rus.

2 - Quanto ao momento em que se estabelece o litisconsrcio:Inicial (ou originrio): o litisconsrcio que surge com a formao da relao processual, com a petio inicial. Este formado pelo autor.Ulterior (ou incidental): o litisconsrcio que se forma no curso do processo. Existem hipteses que podem gerar a formao de um litisconsrcio ulterior: conexo, sucesso processual e chamamento ao processo, assistente litisconsorcial, denunciao da lide.

3 - Quanto aos efeitos da sentena, ser o litisconsrcio (uniformidade da deciso):Unitrio (uniforme): o litisconsrcio ser unitrio quando o juiz tiver que decidir a lide de forma idntica para todos os litisconsortes. EX. ao de anulao de casamento, ao de desapropriao de condomnio. Esta a regra.Simples (comum): o litisconsrcio ser considerado simples quando a deciso de mrito dada pelo juiz no ser necessariamente idnticas para todos os litisconsortes, podendo inclusive ser procedente com relao a um e improcedente com relao ao outro. EX. demanda ajuizada por diversas vtimas de acidente em face do causador do evento, em que um dos autores no consiga ter demonstrado dano algum, enquanto os outros conseguem; ao de Usucapio (942 CPC). 4 Quanto obrigatoriedade da formao do litisconsrcio:Facultativo: o litisconsrcio ser facultativo quando no obrigatria a sua formao, ficando a critrio das partes a sua ocorrncia. Est a regra. Ex. casos de dvidas solidrias.Necessrio: o litisconsrcio ser necessrio quando as partes no puderem acordar quanto sua existncia. A natureza da relao jurdica ou a lei determina que seja formado um litisconsrcio obrigatoriamente.Ser que h litisconsrcio necessrio ativo? O STJ disse que possvel buscar o judicirio sozinho, devendo o autor exercer o contraditrio em face do ru e e em face do autor ausente para que aquele diga no processo. Geralmente todas as vezes que o litisconsrcio for necessrio ser tambm unitrio, mas h exceo como EX. ao de Usucapio.

Litisconsrcio necessrio:Este acontece quando a presena de todos os litisconsortes essencial para que o processo se desenvolva em direo ao provimento final de mrito (sentena). Impe-se a presena de todos os litisconsortes, e a ausncia de algum deles implica ausncia de legitimidade dos que estiverem presentes, devendo o feito ser extinto sem resoluo de mrito. Em casos de litisconsrcio necessrio a parte s ter legitimidade para a causa se for plrima, ou seja, se todos os litisconsortes estiverem presentes no processo.Nos casos de litisconsrcio necessrio no observado na propositura da ao, o juiz declarar extinto o processo, nos termos do pargrafo nico do artigo 47 do CPC, no sendo possvel de ser analisado o mrito da lide deduzida em juzo.Deve o juiz, de oficio ou a requerimento, determinar a citao do litisconsorte necessrio ausente, cabendo ao autor o nus de promover sua integrao ao processo, sob pena de ver o mesmo ser extinto, nos termos do art. 47 do CPC, nico. Caso seja proferida a sentena sem que estivesse integrado ao feito algum dos litisconsortes necessrios, a deciso ser ineficaz (art. 47 CPC).Sendo ineficaz a sentena de mrito, como citado acima, ela incapaz de modificar a realidade, alterando o status quo anteriormente existente e, por conseguinte, sendo inapta para atribuir a alguma das partes a tutela jurisdicional pretendida. Assim sendo, nada impede que a mesma demanda seja novamente ajuizada, agora com a presena de todos os litisconsortes.A ineficcia da sentena proferida nestas condies pode ser reconhecida por qualquer meio processual idneo, tais como, - em carter principal, por meio da ao rescisria; e em carter incidental quando por exemplo aps anos da sentena em julgado, uma das partes ajuza em face da outra, demanda de divrcio, e invoca a ineficcia da sentena de anulao de casamento como fundamento da existncia do casamento.O litisconsrcio necessrio por um de dois fundamentos: por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica. No caso da disposio de lei apenas a lei torna essencial a presena de todos os litisconsortes no processo. EX. ao de usucapio onde o litisconsrcio necessrio se forma entre aquele em cujo o nome est registrado o prdio usucapiendo e todos os confrontes do imvel (art. 942 CPC).No caso da natureza da relao jurdica, vejamos. Toda a vez que se ajuza uma demanda, o autor afirma a existncia de uma relao jurdica. Pode ser que essa relao jurdica tenha uma natureza tal que imponha a presena de todos os seus sujeitos no processo, sob pena de ineficcia da sentena de mrito. Trata-se do que a doutrina chama de relao jurdica incindvel, assim entendidas as relaes jurdicas de direito material indivisveis. Ou seja, aquelas relaes jurdicas em que eventuais decises judiciais que a seu respeito sejam proferidas devero produzir efeitos sobre todos os seus sujeitos, o que torna indispensvel presena de todos eles no processo. Ex. demanda de anulao de casamento proposta pelo MP. EX. Demanda buscando anular contrato celebrado mediante coao, sendo trs os contraentes.

Litisconsrcio facultativoNeste a reunio das partes em um mesmo processo se d por opo, no por imposio legal (art. 46 CPC). Podem litigar em conjunto ou separadamente, propondo demandas individuais.As hipteses de litisconsrcio facultativo esto no art. 46 CPC:I quando entre as partes houver comunho de direitos ou de obrigaes relativamente lide; EX. diversos acionista de uma sociedade annima, que pretendem anular uma mesma assemblia de acionistas. EX. demanda proposta em face de vrios devedores solidrios. Ex.: o credor pode demandar ao de cobrana apenas contra o devedor, ou apenas contra o fiador, ou contra ambos, caso em que se ter litisconsrcio facultativo, pois ele no era obrigado a demandar contra mais de uma pessoa. EX. ao possessria movida pelo proprietrio e pelo locatrio, contra o esbulhador.II quando os direitos ou as obrigaes derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; EX. acidente automobilstico, onde houve prejuzo material a cada um dos 05 ocupantes do carro. Ex.: pode haver litisconsrcio quando diversas vtimas de um acidente areo pretendem haver da empresa de aviao uma indenizao pelos danos suportados.III quando entre as causas houver conexo pelo objeto ou pela causa de pedir; EX. acidente automobilstico, onde houve prejuzo material a cada um dos 05 ocupantes do carro. Ex.: pode haver litisconsrcio quando diversas vtimas de um acidente areo pretendem haver da empresa de aviao uma indenizao pelos danos suportados.Vale mencionar que para Alexandre Cmara os incisos II e III tratam da mesma hiptese: litisconsrcio por conexo de causas. A identidade do fundamento, referida no inciso II, gera conexo pela causa de pedir, mencionada no inciso III, o que torna inteiramente desnecessria a regra contida no inciso II.IV quando ocorrer afinidade de questes por um ponto comum de fato ou de direito, atando-se as partes ao processo por uma aproximao de interesses, ou por se originar a lide de um fato ou ato comum. EX. a ao intentada pelo dono de uma fazenda que foi invadida por gado pertencente a vrios proprietrios, sem que entre esses tenha havido acordo para a prtica do ato; EX. o dono do prdio incendiado reclama, numa s ao, o valor do seguro, de duas companhias que o seguraram, conquanto as aplices sejam diversas e independentes; EX. vrios inquilinos, de prdios distintos, alugados cada qual mediante contrato autnomo, acionam o locador comum por faltar a todos o fornecimento de gua; etc.Com esses incisos acima se pode dizer que existem trs figuras de litisconsrcio aqui: o de comunho (podendo ser necessrio ou facultativo) por conexo de causas ou por afinidade (esses dois sempre facultativos). Quanto ao litisconsrcio facultativo interessante regra est contida no nico do art. 46 CPC. H casos em que o nmero de litisconsortes facultativos em um determinado processo tal que dificulta a defesa dos interesses das partes ou impede a rpida entrega da prestao jurisdicional. Forma-se assim verdadeira multido de litisconsortes, o chamado litisconsrcio multitudinrio.Segundo o citado artigo o juiz pode limitar o nmero de litisconsortes que se apresentam unidos num mesmo processo, evitando que a quantidade excessiva retarde a marcha processual.A limitao da participao exclusiva do litisconsrcio facultativo. No h na lei critrio objetivo que regre a limitao, devendo ser observada caso a caso, a depender das circunstancias do litgio.O magistrado no deve determinar a extino do feito em relao aos litigantes no admitidos no processo, mas o desdobramento do litgio, instaurando-se nova relao processual, possivelmente em conexo com a ao primitiva, em face da conexo das pretenses processuais exercitadas. Todos os processos desmembrados devero ser julgados pelo mesmo juiz.

Pratica de ato processual por litisconsortes e seu aproveitamento em relao aos demaisO art. 49 diz Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo e todos devem ser intimados dos respectivos atos, deixando claro que os litisconsortes so visto de forma individualizada pela outra parte do litgio, um no se contaminando pelo insucesso dos demais, pela confisso externada, pela desqualificada produo de provas etc.(os atos negativos no se comunicam). No inobstante a regra processual, importante observar que, o litisconsrcio pode acarretar algumas consequncias:A contagem dos prazos em dobro em favor dos litisconsortes, quando se encontram representados por diferentes procuradores;B afastamento dos efeitos da revelia na hiptese de litisconsrcio passivo, caso um dos co-rus conteste a ao;C aproveitamento do recurso interposto por um dos litisconsortes, na situao dos demais quedarem silentes diante da deciso judicial.No que se refere ltima situao, anotamos divergncia doutrinaria acerca da aplicao da norma processual (art. 509 CPC) a todas as espcies de litisconsrcio, defendendo parte da doutrina que a regra apenas teria sido edificada em favor do litisconsrcio unitrio (a deciso do juiz deve ser igual para todos), no podendo abranger o litisconsrcio simples (a deciso do juiz pode ser diferente para cada litisconsrcio).

Interveno de Terceiros:Visto o litisconsrcio, passamos agora a outra manifestao do fenmeno genericamente intitulado de pluralidade de partes, qual seja, a interveno de terceiros.Terceiro quem no parte. Assim, num processo em que so partes um Fulano e um Beltrano, sero terceiras todas as demais pessoas que no estes dois. Assim que, conhecendo o conceito de terceiro, pose-se definir a interveno de terceiro como o ingresso, num processo, de quem no parte. O terceiro torna-se parte no momento em que intervm. A interveno de terceiros apresenta-se como um incidente processual, podendo impor a substituio ou acumulao de partes. Os casos especficos de interveno de terceiros esto elencados nos arts. 56 ao 80 do CPC, que tratam da oposio (arts. 56 ao 61), da nomeao autoria (arts. 62 ao 69), da denunciao da lide (arts. 70 ao 76) e do chamamento ao processo (arts. 77 ao 80).Mas para Alexandre Cmera a assistncia e o recurso de terceiro tambm so formas de interveno de terceiro.As modalidades de interveno de terceiros podem ser divididas em dois grupos: voluntarias onde a interveno do terceiro ocorre por ato de sua vontade, ingressando este no processo porque pretende tomar parte da relao processual (EX. assistncia, oposio); foradas onde o ingresso do terceiro provocado, sendo requerido por algumas das partes originrias (EX. nomeao a autoria, denunciao da lide, chamamento ao processo).

A Assistncia:Artigo 50 a 55 no CPC.Apesar de a assistncia estar alocada no captulo referente ao litisconsrcio, na sistemtica do CPC caso tpico de interveno de terceiros como veremos a seguir.Assistncia, para MARQUES o direito que tem um terceiro de intervir em uma causa da qual tambm tenha interesse jurdico na sentena favorvel a uma das partes (1997, p. 365). O assistente quer (por interesse jurdico) que uma das partes saia do processo vencedor.Enquanto ALVIM a conceitua como o ingresso de um terceiro em processo alheio com a finalidade de colaborar com vistas a melhorar o resultado a ser dado nesse litgio, tendo em vista a parte a que passa a assistir, seja porque tenha interesse prprio, ou seja porque o seu prprio direito possa ser afetado (1997, p. 117).Trata-se de uma modalidade de interveno de terceiro voluntria, podendo este terceiro ocupar qualquer dos plos da relao processual. Se aceito o assistente, forma-se um litisconsrcio facultativo que dependendo da posio do assistido, ser ativo ou passivo.Pode-se definir a assistncia como uma interveno ad coadjuvandum, o que demonstra que, nessa modalidade de interveno, o terceiro (assistente) ingressa na relao processual com o fim de auxiliar uma das partes originrias (assistido).O terceiro que tiver interesse jurdico em que uma sentena seja favorvel a qualquer das partes, poder auxili-la, intervindo no processo como assistente desde que a causa ainda esteja pendente (art. 50, CPC).No qualquer interesse que autoriza a assistncia. No basta mera relao de amizade, ou a convico pessoal do terceiro de que o direito tutela cabe a uma e no a outra parte: exige a lei o interesse qualificado como jurdico, que haja uma relao entre o terceiro e uma das partes do processo que pode ser atingida pela sentena. No h momento especfico para que o terceiro manifeste seu interesse de participar da relao processual auxiliando uma das partes, porm, atuar no processo do momento em que for admitido, ou seja, no estgio em que encontrar-se o trmite do processo (pargrafo nico, art. 50, CPC).A assistncia tem cabimento em qualquer tempo, tipo de procedimento e em qualquer grau de jurisdio, sendo que o assistente recebe o processo no estado em que ele se encontra. , contudo incompatvel com o processo de execuo, assim como no processo dos Juizados Especiais Cveis (lei. 9.099/95, art. 10).Duas so as espcies de assistncia: assistncia simples (adesiva) e assistncia qualificada (litisconsorcial).

- Assistncia Simples: facultativa.Ocorre quando o terceiro no tem relao jurdica direta com a parte que ele no ajudar. No relao direta com o objeto do litgio.Nesta o terceiro no titular da relao jurdica deduzida em juzo, mas de outra a ela subordinada.O interesse do assistente limita-se ao fato de desejar que o resultado do conflito seja favorvel ao assistido, pois se negativo for, ele ser prejudicado reflexamente, indiretamente, em face do prejuzo suportado pelo assistido (art. 50, CPC). EX. sublocatrio intervm em uma Ao de Despejo, ao lado do locador, onde as partes originrias so locador e locatrio. O ato do assistente auxiliar uma das partes contra a outra, em decorrncia do interesse jurdico que o terceiro tem na vitria do assistido e na derrota do adversrio deste (2002, p. 51). O assistente simples no defende direito prprio, mas o do assistido, embora busque proteger seu prprio direito indiretamente (THEODORO JNIOR, 2003, p. 127).Na qualidade de auxiliar, o assistente exercer os mesmos poderes e sujeitar-se- aos mesmos nus processuais que o assistido - art. 52, CPC -, embora no possa praticar atos contrrios vontade do assistido, que pode reconhecer a procedncia do pedido, desistir da ao ou transigir com a parte contraria - art. 53, CPC. O interesse jurdico do assistente se fundamenta na perspectiva de sofrer efeitos reflexos da deciso desfavorvel ao assistido, por exemplo: sublocatrio, em ao de despejo movida em face do sublocador; funcionrio pblico, em ao de indenizao proposta em face da administrao pblica por dano causado por ele; de asseguradora, em ao de indenizao promovida contra o segurado etc.

- Assistncia Qualificada (litisconsorcial):O terceiro possui relao jurdica direta com a parte que no quer ajudar.Encontra previso no art. 54 CPC, onde tanto o assistente quanto o assistido tem direitos a defender em juzo. O assistente defende direito prprio, no dependendo da manifestao de vontade do assistido.Considera-se o assistente como litisconsorte porque a sentena define a relao jurdica que envolve o assistente e o adversrio do assistido. Assim, da relao discutida no processo o assistente tambm titular, da a sua condio de litisconsorte, aplicando-se o art. 48 CPC. EX. ao de reintegrao de posse onde o imvel at ento de duas pessoas, mas somente uma foi demandada em juzo. O outro dono intervm como assistente litisconsorcial, visto que o bem jurdico em litgio tambm dele. Deve-se observar que se os ditos proprietrios forem marido e mulher ver art. 10 , 1 do CPC, formaria aqui um litisconsrcio passivo necessrio. Mesmo que este no venha a praticar atos nos processo, o assistente pode faz-lo, de forma independente.A assistncia litisconsorcial ocorre sempre que a sentena houver de influir na ralao jurdica entre o assistente e o adversrio do assistido. Em outras palavras, embora o assistente no seja parte daquele processo, a sentena ali proferida ir afetar diretamente a relao jurdica de direito material entre ele e o adversrio do assistido. Trata-se de interveno espontnea pela qual o terceiro tratado como litisconsorte do assistido, da porque o tratamento igual quele deferido ao assistido. Por exemplo: adquirente de direito material litigioso quando no lhe for possvel a sucesso processual; lide envolvendo obrigaes solidrias.OBS. para saber se o assistente simples ou litisconsorcial, SEMPRE OLHE PARA O TERCERIO (ASSISTENTE), se ele tiver relao jurdica somente com uma das partes, ser assistente SIMPLES; se tiver relao jurdica com ambas s partes, ser assistente LITISCONSORCIAL.

- Dinmica da assistncia:A pretenso do ingresso do terceiro no processo se d com simples petio, que acostada aos autos da ao originaria, sem em principio impor a formao de outro processo ou de incidente processual.Tanto o assistente simples quanto o litisconsorcial podem ingressar a qualquer momento e grau de jurisdio, recebendo o processo no estado em que se encontra. cabvel em qualquer procedimento (voluntario ou contencioso), seja procedimento especial ou ordinrio, mesmo com a vedao existente na Lei 9099/99 a jurisprudncia e doutrina entendem ser possvel. Cabem em cautelar e em execuo. Aps a apresentao da pea, as partes originrias sero intimadas para no prazo de 05 dias falarem no processo. No havendo impugnao, ser deferida a pretenso do terceiro. Havendo impugnao por qualquer das partes, o juiz ir determinar a autuao em apartado do incidente, autorizando a produo de prova e, aps estas, decidir o incidente. Esse incidente no processo autnomo, sendo decidido por meio de deciso interlocutria, sujeita a recurso de agravo. Por fim nos termos do art. 55 CPC transitada em julgado sentena no processo em que interveio o assistente, no poder este discutir, em processo posterior, a justia da deciso, salvo se alegar exceptio male gesti processus, ou seja, o terceiro que interveio como assistente s poder discutir a justia da deciso em processo posterior se alegar e provar que: o assistido no atuou corretamente no processo em que se deu a interveno, tendo o assistente recebido o processo em situao na qual j no mais era possvel a produo de provas capazes de influir na sentena, ou de que desconhecia a existncia de alegao ou de provas de que o assistido, dolosa ou culposamente, no se valeu.H discusso na doutrina se o art. 55 CPC se aplica tanto a assistncia simples quanto a qualificada. Sendo que para a maioria somente se aplica a assistncia simples.

B Oposio: espcie de interveno voluntaria. Neste h o ingresso de um terceiro na demanda para se opor ao direito das partes originrias. O terceiro no ingressa no feita para ajudar alguma das partes (A e B), mas para obstar o xito de A e B, na defesa de interesse prprio, que incompatvel com os interesses das partes da ao originaria, apresentando-se a incompatibilidade como pressuposto especfico da oposio.O terceiro vai a juzo manifestando pretenso de ver reconhecido como seu o direito (pessoal ou real) sobre que controvertem autor e ru. EX. se A prope demanda reivindicatria em face de B, e C considera-se o verdadeiro proprietrio do bem, poder manifestar sua oposio em face dos dois sujeitos da demanda originaria, a fim de que seja reconhecido como o real titular do direito controvertido.A oposio forma verdadeiro processo autnomo, em que o opoente o autor, e sero rus, em litisconsrcio necessrio, as partes da demanda original. Na oposio o terceiro (em relao demanda original), vem a juzo manifestar pretenso prpria em face dos sujeitos do processo em curso. Na oposio forma-se um litisconsrcio passivo necessrio entre os sujeitos da ao originria, agora denominados opostos.

- Dinmica da oposio:A oposio deve ser apresentada por meio de petio inicial, que deve observar os requisitos do art. 282 CPC (art. 57 CPC). Deve ser distribuda por dependncia.A oposio quando ofertada antes da audincia correr apensada aos autos principais, devendo ser julgada pela mesma sentena (art. 59 CPC incidente processual). Na sentena o juiz deve enfrentar primeiro a oposio e somente depois a ao principal (art. 61 CPC).Sendo ofertada aps iniciada a audincia seguir procedimento originrio, podendo ser julgada separada da ao originria (art. 60 CPC). Aqui no h apensamento da oposio a ao originria.

C Nomeao Autoria:A nomeao a autoria espcie forada de interveno de terceiros Ato de uma das partes da relao processual, o ru, para que no prazo de sua resposta (15 dias - art. 297, CPC) e pelo simples fato de figurar no plo passivo em decorrncia de ser o detentor da coisa objeto do conflito, que nomeie para ocupar o seu lugar o proprietrio ou possuidor do bem.Pretende-se que com a sua apresentao, seja corrigido equivoco de postulao. Normalmente, quando a demanda proposta em face de ru ilegtimo para a causa, a consequncia a extino do processo sem resoluo de mrito, por se operar o fenmeno da carncia de ao. H casos, porm que, a consequncia dita se mostra muito rigorosa ao autor. Isso porque, em algumas situaes, no se pode exigir do autor que saiba que aquele contra quem se propor a ao no possui legitimidade para figurar no plo passivo da demanda. Ex. lide possessria onde a ao proposta em face do detentor, quando o correto seria em face do possuidor. Este instituto admitido apenas nos casos elencados nos arts. 62 e 63 CPC.O art. 62 traz a hiptese clssica de nomeao a autoria, j apresentada em pargrafo anterior.O art. 63 CPC prev a possibilidade de haver nomeao a autoria em processo iniciado por demanda em que se pretende receber indenizao por dano causado coisa, toda vez que o responsvel pelo prejuzo alegar que praticou o ato lesivo a mando, ou por instrues de outrem.Caso o ru no promova a nomeao autoria nos casos cabveis responder por perdas e danos.

- Dinmica da nomeao autoria: externada atravs de simples petio nos autos da prpria demanda originaria, no prazo da resposta do ru.No prazo da defesa o apenas indica quem deve figurar em seu lugar (nomeado), no apresentando as espcies de defesa. Assim at que a nomeao seja apreciada e decidida, o nomeando fica no aguardo da definio do assunto, para somente em momento posterior apresentar a sua defesa como um todo (art. 67 CPC), desde que no seja acolhida a nomeao. Deferindo o juiz o requerimento de nomeao autoria, ser suspenso o curso normal do processo, devendo ouvir o autor, no prazo de 05 dias, sendo o silncio como concordncia com a nomeao. Na hiptese de o autor no aceitar a nomeao, prosseguir o processo em relao ao demandado original, correndo o autor o risco de no obter, nesse processo, qualquer resultado til. Aceita a nomeao pelo autor, este dever providenciar a citao do nomeado, para que venha ao processo. Este poder comparecer apenas para negar a qualidade que lhe foi atribuda na nomeao, hiptese em que o processo seguir em face do ru original. Verifica-se que, para que haja a alterao do plo passivo da demanda, necessrio o sistema de dupla concordncia, tanto autor da demanda quanto o nomeado devem concordar com a mudana.A concordncia do nomeado pode acontecer de forma expressa, por simples petio, ou de forma tcita, quando o nomeado citado, no comparecer ou, comparecendo, nada alegar contra a indicao de seu nome.

D Denunciao da lide: interveno de terceiros de natureza forada.Consiste no ato pelo qual o autor ou o ru procura trazer a juzo, para melhor tutelar seu direito e por imposio legal, terceiro ligado relao jurdica consubstanciada na lide.Em 90% dos casos o ru que promove a denunciao da lide.Para CNDIDO RANGEL DINAMARCO, a denunciao da lide a demanda com que a parte provoca a integrao de um terceiro ao processo pendente, para o duplo efeito de auxili-lo no litgio com o adversrio comum e de figurar como demandado em um segundo litgio.A denunciao da lide ou litisdenunciao forma de interveno de terceiros coata, pois decorre de ato de vontade da parte, e no do terceiro, que vem a se tornar parte do processo ainda que assim no queira. Efetivada a citao do terceiro em relao ao primeiro litgio, este se torna assistente da parte que lhe haja denunciado a lide e, cumulativamente, ru na segunda demanda. Ou seja, teremos em um mesmo processo duas relaes jurdicas processuais, uma instruo apenas e uma nica sentena.A denunciao da lide pode ser feita tanto por autor ou por ru, sendo citada como denunciada aquela pessoa contra quem o denunciante ter uma pretenso indenizatria, pretenso de reembolso, caso ele, denunciante, vier a sucumbir (perder) na ao principal.EX. num determinado processo, algumas das partes observa que, em restando vencida, ter direito de regresso contra terceiro, que por alguma razo seu garante, tendo o dever de reembols-lo pelo que tiver perdido.EX. art. 37, 6 CF/88. Aes movidas contra o Estado.EX. relao jurdica processual entre A, autor, e B, ru. Se o ru, que denunciou C, sai vitorioso na ao, a denunciao da lide se torna prejudicada segundo a doutrina. Por qu? Porque se o ru B promove a denunciao da lide em face de C, e B ganha a ao, C pagar o que a ele? Nada. Por qu? Mas, se o ru perder a ao, a sim, C dever pagar a ele o valor estipulado na sentena.Com a denunciao o processo ampliado objetivamente com a insero de uma nova demanda, ainda que implcita entre denunciante e denunciado, e subjetivamente com a formao do litisconsrcio em qualquer dos plos da demanda (GRECO FILHO, 1986, p. 83). O ato do denunciante impedir que em uma ao futura venha a ser discutido se o terceiro deve assegurar o direito regressivo ou de garantia em decorrncia da sentena lhe ser desfavorvel na ao principal.A primeira demanda prejudicial em relao segunda, que somente poder ser julgada procedente se houver necessidade de recomposio do patrimnio do denunciante, pela qual o terceiro seja responsvel. ARRUDA ALVIM destaca que, sendo feita a denunciao, teremos duas aes tramitando simultaneamente. Uma, a principal, movida pelo autor contra o ru; outra, eventual, movida pelo litisdenunciante contra o litisdenunciado. Diz-se que a segunda ao eventual, porque somente ter resultado prtico, se e quando o julgamento for desfavorvel ao denunciante na primeira ao. A, ento, que se apreciar a sua procedncia ou improcedncia (art. 76) em si mesma: existe, ou no, o pretendido direito de regresso. A denunciao da lide instituto tpico de processo de conhecimento, no sendo cabvel em processo de execuo, o qual tem por finalidade atuar a norma jurdica concreta atravs de atos materiais, por absoluta incompatibilidade, nem no processo cautelar, que visa a tornar til o resultado de outro processo, pois neles no h condenao possvel, no havendo eventual condenao a ressarcir.Segundo Theodoro, em regra, a denunciao da lide prevista para todas as causas do processo de cognio, independente da natureza do direito material e do procedimento da ao. Porm, ressalva-se fato previsto no art. 280, inciso I, sobre casos submetidos a procedimento sumrio, exceto quando este fundado sob contrato de seguro, conforme alterao da lei n 10.444 de 07/05/2002. Pode-se falar em no cabimento da denunciao da lide tambm em aes de reparao de danos decorrentes de relao de consumo.Dvida h na doutrina se a denunciao da lide obrigatria. Para a melhor doutrina, no . Mas dentre as trs hipteses de denunciao tratadas no art. 70 do CPC, a do inciso I se torna obrigatria por fora do art. 456 CPC. Vejamos: Dispe o art. 70 CPC os casos em que a denunciao da lide cabvel, afirmando o artigo ser tal denunciao obrigatria:A denunciao da lide obrigatria:I ao alienante, na ao em que terceiro reivindica a coisa, cujo domnio foi transferido parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evico lhe resulta.Aqui temos caso de denunciao por garantia da evico. Evico a perda total ou parcial de uma coisa, que sofre seu adquirente, em consequncia de reivindicao judicial promovida pelo verdadeiro dono ou possuidor (DICIONRIO ACADMICO DE DIREITO, 2003, p. 365).Refere-se denunciao (chamamento) do alienante, quando o adquirente a ttulo oneroso sofre reivindicao da coisa negociada por parte de terceiro. A convocao se faz para que o denunciado venha garantir ao denunciante o exerccio dos direitos que lhe advm da evico. Caso o autor vena a ao reivindicatria ou reintegratria, possvel que o denunciado (alienante) seja responsabilizado perante o ru (denunciante); caso o ru (denunciante) seja ganhador ao, no h que se falar em responsabilidade do denunciado (alienante). Observe que aqui quem fez a denunciao foi o ru da ao reivindicatria.Mas a denunciao poderia ser feita pelo autor, por exemplo, em um ao declaratria negativa em face do reivindicante (que se diz proprietrio). Neste caso o denunciante seria o autor da demanda e o denunciado o alienante da coisa.II ao proprietrio ou ao possuidor direto quando, por fora de obrigao ou direito, em casos como o do usufruturio, do credor pignoratcio, do locatrio, o ru, citado em nome prprio, exera a posse direta da coisa demandada;Aqui temos caso de denunciao por pose indireta.Este inciso guarda semelhanas e distines com a nomeao autoria. A semelhana se d ao fato do ru, nas duas modalidade chamar para compor a relao processual o proprietrio do bem. J com relao s distines, na nomeao o possuidor caracterizado em sentido amplo (direto ou indireto), enquanto na denunciao de lide, somente como possuidor indireto. O marco distintivo destes dois institutos jurdicos o fato de que na nomeao o ru detentor, enquanto que na denunciao ele o possuidor direto.Observa-se a denunciao da lide ao proprietrio ou possuidor indireto quando a ao versar sobre bem em poder do possuidor direto e s este for demandado. Casos de posse indireta so, por exemplo, os dos usufruturios, do credor pignoratcio e do locatrio, hiptese em que os atos possessrios diretos no anulam a posse indireta daqueles que a cederam, temporariamente, aos primeiros.Neste a denunciao oferecida pelo usufruturio, credor pignoratcio ou locatrio, ou qualquer outro que exera a posse direta da coisa, como o mandatrio, ou arrendatrio, contra aquele que titular da nua-propriedade, proprietrio do bem dado em penhor, locador, ou outro que tenha a posse indireta, como o mandante , ou o arrendatrio, buscando a responsabilizao deste, coso aquele perca a posse da coisa demandada no processo. III quele que estiver obrigado, pela lei ou pelo contrato, a indenizar, em ao regressiva, o prejuzo do que perder a demanda.Aqui temos caso de denunciao direito regressivo de indenizao.Cabe denunciao da lide quele que estiver obrigado (por lei ou contrato), a indenizar o denunciante, em ao regressiva, pelo prejuzo que eventualmente sobrevenha da perda da causa.

- Dinmica da denunciao da lei:Sendo a denunciao admitida, pode-se ter quatro acontecimentos:1 tendo a denunciao partido do autor, poder o denunciado comparecer aos autos assumindo a posio de litisconsorte do denunciante, admitindo-se o aditamento da petio inicial, para somente depois ser feita a citao do ru (art. 74);2 tendo a denunciao partido do ru, e se o denunciado a aceitar e contestar o pedido, o processo prosseguir com o autor, de um lado, e com o ru primitivo e o denunciado do outro, em litisconsrcio passivo (art. 75, I)3 sendo o denunciado revel, ou comparecendo aos autos para negar a qualidade de garante que lhe seja atribuda, dever o denunciante prosseguir na defesa at o final do processo (art. 75, II);4 tendo o denunciado confessado os fatos firmados pelo autor, poder o denunciante prosseguir na sua defesa (lutar sozinho por seu ganho no processo).Dispe o art. 71 CPC que A citao do denunciado ser requerida, juntamente com a do ru, se o denunciante for o autor; e, no prazo para contestar, se o denunciante for o ru.Assim se a denunciao for feita pelo autor dever ser externada no bojo da petio inicial, no se admitindo em outro momento processual.Se for feita pelo ru dever ser manifestada no prazo da defesa, em peas autnomas ou na mesma pea da devesa, importando a suspenso do processo, em sendo acolhida pelo magistrado. O ato do juiz que determinar a citao do denunciado, nos termos do art. 72 CPC, suspender o processo, at que a citao ocorra.O art. 73 CPC traz a hiptese de denunciaes sucessivas.Segundo o art. 76 A sentena, que julgar procedente a ao, declarar, conforme o caso, o direito do evicto, ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como ttulo executivo. Segundo Alexandre Cmara tal artigo deve ser lido vencido o denunciante, a sentena declarar, conforme o caso, o direto do evicto, ou a responsabilidade por perdas e danos, valendo como ttulo executivo.

E Chamamento ao processo: modalidade de interveno forada, mas facultativa, visto que o reu pode ou no fazer o chamamento do processo.Possvel somente na fase de conhecimento, no se admitindo a sua formao na ao executiva e na cautelar.Chamamento ao processo o ato com o qual o devedor, quando citado como ru, pede a citao tambm de outro coobrigado, a fim de que se decida, no processo, a responsabilidade de todos (MARQUES, 1997, p. 365).Nesta a o propsito de incluir na lide terceiro que no foi previsto como ru pelo autor no momento da postulao da inicial.Nessa interveno de terceiro no opera a substituio processual da parte, e sim a juno do terceiro ao ru, um alargamento da relao processual.O chamamento ao processo est ligado s situaes de garantia simples, isto , aquelas em que algum deve prestar ao credor, perante quem pessoalmente obrigado, o pagamento de um dbito de que, afinal, no ele o verdadeiro devedor, mas to somente o garante.A garantia simples, que est ligada a idia de coobrigao, situao em que mais de uma pessoa se mostra responsvel pelo cumprimento da prestao perante terceiro, pode este exigir de qualquer delas o pagamento integral da obrigao. Nesses casos, aquele que for chamado a cumprir a integralidade da obrigao pode se voltar contra aquele que, na verdade, era o devedor de toda (ou de parte) aquela obrigao.Verifica-se com isso que, o chamamento ao processo se revela cabvel nos casos de fiana (em que o fiador pessoalmente responsvel perante o credor, mas pode se voltar contra o devedor principal para receber a integralidade do que pagou) e de solidariedade passiva (em que todos os devedores so, individualmente, responsveis pela integralidade da divida, mas aquele que a pagou por inteiro poder exigir de seus codevedores as suas cotas-partes da obrigao).Nos termos do art. 77 do CPC, admissvel o chamamento ao processo: I do devedor, na ao em que o fiador for ru; Interessante dizer que, o fiador possui em seu favor o benefcio (art. 827 CC), mas para esse benefcio ser alegado (somente cabe na fase executiva), cabe ao fiador demandado, que faa incluir no processo o devedor principal, com o que este ser tambm condenado. No sendo feito o chamamento ao processo, nessa hiptese, ser impossvel ao fiador alegar, na execuo, o beneficio de ordem. (art. 595 CPC).II dos outros fiadores, quando para a citao for citado apenas um deles; e (situao de cofiadores) Observe que entre os cofiadores h solidariedade.III de todos os devedores solidrios, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dvida comum.- Dinmica do chamamento ao processo:Nos termos do art. 78 do CPC, o ru dever (poder) promover o chamamento ao processo no prazo em que tiver para resposta. No necessariamente na contestao, podendo ser feito o chamamento em pea autnoma.Na hiptese do ru promover o chamamento, o juiz suspender o processo e determinar que se observe, quanto citao e aos prazos, as disposies dos arts. 72 e 74 do CPC atinentes denunciao da lide (art. 79 do CPC).Feito o chamamento forma-se um litisconsrcio passivo ulterior entre o chamante e o chamado, e conforme destaca Humberto Theodoro Junior, haja ou no aceitao do chamamento, pelo terceiro (chamado), ficar este vinculado ao processo, de modo que a sentena que condenar o ru ter, tambm, fora de coisa julgada contra o chamado.Assim, havendo sucumbncia dos devedores litisconsortes, a sentena valer como ttulo executivo em favor do que pagar a dvida para, ento, exigi-la dos outros co-devedores at o limite das respectivas quotas-parte (art. 80 do CPC).O chamamento ao processo ser cabvel, apenas nas aes da fase de conhecimento, sendo vedado na fase execuo e somente possvel no Processo Cautelar como mera comunicao do litgio, sem que o ru promova simultaneamente a ao de regresso. Esta concluso, alm de outras razes a justific-la, conta com os preceitos dos arts. 78 e 80, que se referem sentena, categoria inexistente no processo de execuo por crditos do Livro II do Cdigo.

- Recurso de terceiro prejudicado (recurso de terceiro): forma de interveno espontnea e no se encontra no capitulo do CPC que trata da interveno de terceiros.O CPC somente trata deste instituto em dois artigos 280 e 499 (recurso de terceiro prejudicado).No ordenamento jurdico brasileiro ao terceiro so abertas as mesmas vias recursais que so, ordinariamente, abertas as partes. O terceiro pode interpor qualquer dos recursos que as partes licito oferecer, e dispe o terceiro do mesmo prazo de que dispem as partes para tal.A dvida a ser respondida neste tpico saber quem o terceiro que pode recorrer.Primeiro o terceiro que pode interpor recurso aquele que no participou do processo. Pode-se assim definir o terceiro legitimado a recorrer como aquele que poderia ter intervindo no processo, mas no o fez antes da deciso, pretendendo faz-lo agora com o fim de atacar o provimento judicial que afirma ser capaz de lhe acarretar prejuzo.O terceiro para recorrer deve demonstrar interesse na causa, alm ter que demonstrar o prejuzo que a deciso acarretou sua esfera de interesse.A finalidade do recurso de terceiro prejudicado o reexame e a declarao da nulidade da sentena em decorrncia da violao de norma cogente, mas nunca acrescer de nova lide ou ampliar as pretenses da ao j julgada, pois ao requerer a procedncia ou improcedncia da ao originria, atua como assistente recursal e no como parte (GRECO FILHO, 1986, p. 103).Dessa forma, ainda que no figure no Cdigo como hiptese de interveno de terceiro, tpico instrumento interventivo, pois, o terceiro nada pede para si, apenas o reexame ou nulidade de uma sentena desfavorvel a uma das partes que reflexamente lhe atinge.Ex. em uma ao de despejo o sublocatrio que no participou do processo que culminou na sentena de despejo, pode apelar, visto seu prejuzo demonstrado. Mistrio Pblico e Magistrado:- O MP: O MP rgo do Estado, que, segundo a CF/88 instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis (art. 127 CF/88).O MP rgo indispensvel no regime democrtico e pode atuar no processo como parte ou como fiscal da lei (custos legis).O MP, no processo civil, pode atuar como parte da demanda, nos casos em que lhe deferido pelo sistema o poder de ao. Nessas aes atua o MP como uma parte qualquer do processo, nos termos do art. 81 CPC, cabendo-lhe os mesmos nus e poderes das partes. Mas possui regras prprias, como o beneficio d prazo (art. 188 CPC). EX. ao civil pblica, ao de investigao de paternidade, etc.O MP, no processo civil, deve atuar como fiscal da lei, e essa interveno se d em razo do interesse pblico evidenciado pela natureza da lide ou qualidade da parte (art. 82 CPC). Vale mencionar que, as causas elencadas neste artigo so meramente exemplificativas, havendo outros casos previstos no prprio CPC de interveno do MP, tais como, art. 1.105 interveno nos processos de jurisdio voluntaria e em leis extravagante, como no caso da ao popular.Ao atuar como fiscal da lei, o MP exercer a funo de rgo responsvel por velar pela justia e legalidade da deciso judicial. Fiscalizando, assim a atuao da vontade da lei pelo Estado-Juiz.Atua como rgo imparcial. Note-se que essa imparcialidade est presente em todas as hipteses de interveno, podendo o MP, por exemplo, recorrer de uma sentena, injusta ou ilegal que tenha sido proferida e que se revele favorvel ao incapaz. O MP no atua no processo, nesta situao, como assistente do incapaz, mas como fiscal da atuao da vontade do direito.Atuando como rgo interveniente, o MP ter vista dos autos depois das partes, devendo ser intimado de todos os atos e termos do processo, tendo ainda iniciativa probatria, podendo produzir todos os meios de prova juridicamente admissveis, bem assim requerer medidas e diligencias que repute necessrias ao descobrimento da verdade.A luz do disposto nos artigos 84 e 246 do Cdigo de Processo Civil, configurar-se- a nulidade do processo civil, quando obrigatria a interveno do Ministrio Pblico, se a parte no lhe promover intimao, in verbis: "Art. 84 Quando a lei considerar obrigatria a interveno do Ministrio Pblico, a parte promover-lhe- a intimao sob pena de nulidade do processo. Art. 246 nulo o processo, quando o Ministrio Pblico no for intimado a acompanhar o feito em que deva intervir. Pargrafo nico Se o processo tiver corrido, sem conhecimento do Ministrio Pblico, o juiz o anular a partir do momento em que o rgo devia ter sido intimado."Conforme teor do artigo 487, inciso III, letra a, do Cdigo de Processo Civil, o Ministrio Pblico tem legitimidade para propor ao rescisria se no foi ouvido no processo, em que lhe era obrigatria a interveno.

O Estado (Magistrado)O processo possui uma configurao trplice: Estado (magistrado), autor e ru. Lembrando que esta se apresenta como um esquema mnimo. J foi visto que, o processo pode comportar outros sujeitos.Quanto ao Estado, este sim que sujeito do processo, e no o magistrado. O juiz, pessoa natural, mero agente do Estado, este sim o detentor do poder, a quem cabe o exerccio da funo jurisdicional.O Estado se apresenta na relao processual atravs de uma de seus rgos, os chamados rgos jurisdicionais, ou, simplesmente, juzos. O Estado ocupa, na relao processual, uma posio de supremacia e equidistncia das partes.A supremacia decorre do fato de o processo ser um instrumento de exerccio do poder jurisdicional. J a equidistncia, a demonstrao grfica da imparcialidade do Estado, sendo corolrio da substitutividade, a qual uma das caractersticas essenciais da jurisdio.Para assegurar a imparcialidade do Estado preciso que haja a imparcialidade do agente estatal (Magistrado) que ir, no caso concreto, exercer a funo jurisdicional. Assim, em primeiro lugar, cuida o ordenamento jurdico de estabelecer garantias os magistrados, ou seja, a CF/88 arrola uma serie de garantias dos juzes, destinadas a assegurar que a atuao do magistrado se d, no processo, de forma imparcial.As garantias dos magistrados esto no art. 95 CF/88.Alm disso, cuidou o CPC de enumerar as hipteses em que o juiz deve ser considerado parcial, dividindo-as em duas categorias: impedimento art. 134 CPC, e suspeio art. 135 CPC.O impedimento a forma mais grave de falta de imparcialidade.Pode ser arguido no processo a qualquer, at o transito em julgado da sentena, e mesmo aps esse momento, por mais dois anos, atravs da ao rescisria (art. 485, II CPC).Considera-se impedido o juiz quando: (art. 134 CPC)I for parte no processo;II - interveio no processo como mandatrio da parte, oficiou como perito, funcionou como rgo do Ministrio Pblico, ou prestou depoimento como testemunha;III tiver conhecido do processo em primeiro grau de jurisdio, tendo-lhe proferido sentena ou deciso, o que impede ao juiz que funcionou no processo que volte a nele atuar quando em grau de jurisdio superior;IV - nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cnjuge ou qualquer parente seu, consangneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral at o segundo grau;V - quando cnjuge, parente, consangneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, at o terceiro grau;VI - for rgo de direo ou de administrao de pessoa jurdica, parte na causa.A suspeio menos grave que o impedimento, e poder ser arguida no prazo previsto no art. 305 CPC, sob pena de ter por sanado o vcio.Reputam-se suspeitos os juzes quando: (art. 135 CPC)I amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cnjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral at o terceiro grau;III - herdeiro presuntivo (pessoa provisoriamente vista como herdeiro), donatrio ou empregador de alguma das partes;IV - receber ddivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender s despesas do litgio;V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.V- por motivo intimo;Tanto o impedimento quanto a suspeio devem ser declaradas de ofcio pelo juiz (art. 137 CPC). Os motivos de impedimento e de suspeio se aplicam tambm ao rgo do Ministrio Pblico, ao serventurio de justia, ao perito, ao intrprete.Os poderes do Juiz podem ser divididos em administrativos e jurisdicionais.Os poderes administrativos, tambm chamados de poder de policia, so exercidos ao longo do processo, com o fim de evitar que este sofra turbaes, segurando-se a ordem e o decoro. EX. art. 445 CPC.Os poderes jurisdicionais se dividem em poderes-meio e poderes-fim.So poderes-meio: os ordinrios, atravs do qual o juiz d andamento ao processo, proferindo despachos, e os instrutrios, atravs do qual o juiz forma o seu convencimento judicial. EX. art. 130 CPC.So poderes-fim: os decisrios, atravs do qual o juiz decide questes a ele submetidas, e os executrios, atravs do qual o juiz faz cumprir sua deciso.O juiz tambm possui deveres, onde podemos destacar o de sentenciar (art. 126 CPC vedao do non liquet) e o de garantir a observncia do contraditrio. A no observncia do juiz de seus deveres tem como consequncia sua responsabilizao (art. 133 CPC).

Servios auxiliares da Justia:O juzo composto pelo juiz, detentor do poder jurisdicional, e pelos auxiliares da justia que, sob a direo e em conjunto com o magistrado, realizam a prestao jurisdicional, mediante a necessria formao e desenvolvimento do processo. Os auxiliares da justia, ou do juzo consoante refere o artigo 139 do Cdigo de Processo Civil, so responsveis, portanto, pelos demais atos necessrios ao desfecho da causa que no sejam de responsabilidade exclusiva do juiz.As atividades dos auxiliares do juzo so impessoais e, tanto quanto o juiz, no tm faculdades nem se sujeitam a nus na relao jurdica processual. No h qualquer subordinao destes para com as partes nem destas para com eles. No entanto, respondem por condutas dolosas ou culposas que pratiquem no exerccio de suas atribuies. Face necessria imparcialidade com que devem atuar, sujeitam-se argio de impedimento ou suspeio, conforme artigo 138 do Diploma Processual Civil. Alguns auxiliares, por fora da credibilidade exigida por suas incumbncias, investem-se de f-pblica, prerrogativa mediante a qual as afirmaes por eles feitas no exerccio de sua atividade, at que se prove o contrrio, presumem-se verdadeiras. Relaciona o artigo 139 do Cdigo de Processo Civil os auxiliares da justia que tm necessariamente que existir: o escrivo, o oficial de justia, o perito, o depositrio e o administrador. No obstante, o dispositivo deixou aberta a possibilidade de que, para outras funes, existam outros auxiliares criados a partir das leis de organizao judiciria, tais como o distribuidor, o contador, o partidor etc. Humberto Theodor Jnior classifica os auxiliares da justia em duas categorias: os permanentes, que prestam servio em todo e qualquer processo que tramite pelo juzo e os eventuais, que, mesmo sem vnculo permanente com o servio pblico, atuam em alguns processos quando convocados para tanto pelo juzo.Dentro dos permanentes temos: escrivo; oficial de justia; distribuidor; o depositrio; o administrador; o distribuidor; contador.Dentro dos eventuais temos: perito; avaliador; interprete; etc.


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