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de ascensão vivi-

da por Angola.

Toda forma, é

preciso não es-

quecer a conti-

nua necessidade

de investimentos

em educação e

formação de ca-

pital humano,

bem como a cri-

ação de ambien-

te de negócios

favorável ao con-

tínuo crescimen-

to local.

De acordo com o

Fundo Monetário

I n t e r n a c i o n a l

(FMI), através de

seu Relatório Tri-

mestral de acom-

panhamento da

conjuntura econó-

mica mundial, deno-

ta uma perspectiva

de crescimento eco-

nómico para Angola

de 5,3%, superior

tanto à média mun-

dial quanto à média

das economias afri-

canas, fato forte-

mente influenciado

pelos investimentos

realizados na ativi-

dade petrolífera e

nas obras de infra-

estructura.

É claro que esse op-

timisto vive em fun-

ção da continuidade

do crescimento

mundial, mas não se

pode excluir o des-

colamento da curva

Perspectivas econômicas em alta

Competitividade em foco

Angola confirma dinamismo económico,

c o n f o r m e r e l a t ó r i o a n u a l d e

competitividade do Fórum Económico

Mundial (WEF). Evolução do PIB per

capita da nação evoluiu mais fortemente

que a média da África Subsaariana, com

efeito directo na evolução do PIB local,

que atingiu US$ 118.7 mil milhões em

2012.

WWW.CEICIN.ORG ANO I | EDIÇÃO 1 | JAN-MAR 2014

CONJUNTURA EM FOCO BARÔMETRO DO CEICIN

Economia de Economia de Economia de

Angola Angola Angola --- 2014.12014.12014.1

P a n o r a m a

Internacional

Pág. 02

Pauta Aduaneira:

Potencialidades e

Cuidados

Pág. 04

Inflação: O que se

esperar dos preços

em 2014

Pág. 05

Balança Comercial

positiva em US$ 40

mil milhões

Pág. 04

E v o l u ç ã o d a

Bancarização

Pág. 07

C e n s o 2 0 1 4 :

Participe!

Pág.10

Fonte: WEF, 2013

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O horizonte visto pa-

ra a economia mun-

dial é demasiado

cauteloso, apesar da

recuperação do

crescimento das

economias avança-

das e perspectivas

na redução dos estí-

mulos à economia

norte-americana.

Toda forma, a me-

lhora nas projeções

de crescimento das

avançadas nos leva a

uma indicação de

recuperação da de-

manda internacional

e, consequentemen-

te, melhora nos indi-

cadores das econo-

mias emergentes e

em desenvolvimen-

to.

O sinal da alerta que

deve ser monitorado

está na desacelera-

ção das economias

emergentes, em es-

pecial China e Brasil.

Ambos por fatores

diferentes. No caso

do primeiro, explica

-se pelo desestímulo

que vem ocorrendo

por conta do aumen-

to no custo laboral,

haja vista pressão de

organismos interna-

cionais por melhores

condições de traba-

lho local. Já no caso

brasileiro, a descon-

fiança do empresari-

ado local conjugada

à política econômica

ineficaz, balizada na

artificial melhora nos

indicadores monetá-

rio e fiscal; causa re-

dução na atividade

económica e impac-

to na escalada de

preços, pois coloca

os formuladores de

política económica

no dilema entre o

saneamento das con-

tas públicas e con-

tenção dos preços.

Sem embargo, e,

mesmo com todas as

questões que levam

em conta a questão

da Ucrânia e das

possíveis conse-

quências, a econo-

mia mundial cresceu

3,0% em 2013 e de-

verá acelerar esse

ritmo neste ano

(3,7%). Notadamen-

te, as influências

mais positivas foram

pela evolução da

Alemanha e Reino

Unido, além da recu-

peração de Portugal

e Espanha que pare-

cem ter iniciado seu

processo de saída da

crise. Vale destacar,

que mesmo com es-

se cenário diagnosti-

cado, a plena conti-

nuidade do cresci-

mento mundial está

em função da materi-

alização da econo-

m i a n o r t e -

americana.

Panorama Internacional

― E c o n o m i a

mundial cresceu

3,0% em 2013 e

deverá acelerar

esse ritmo neste

ano (3,7%)‖

Página 2

CONJUNTURA EM FOCO

Fonte: FMI, abril/2014

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Os números relativos às economias asiáti-

cas, em especial, China e Índia e às afri-

canas exportadoras de petróleo são bas-

tante optmistas, mostrando fortes poten-

cialidades. Numa ênfase mais restrita à

África Subsaariana, percebe-se taxas de

crescimento animadoras — apesar de to-

das as disparidades regionais já conheci-

das — forte influência da economia do

petróleo e dos investimentos em infraes-

tructura nos últimos anos.

Esses resultados são tão visíveis que, no

mês de abril, a Nigéria, actravés de seu

Escritório Nacional de Estatística, divul-

gou uma nova série de cálculo do PIB, co-

locando-a como maior economia da Áfri-

ca, ultrapassando a África do Sul. Segun-

do as estimativas do órgão nigeriano, o

Africanos e Asiáticos em destaque

Página 3

CONJUNTURA EM FOCO

Fonte: FMI, abril/2014

Perspectivas de crescimento do PIB real, para países selecionados — 2013-2015

PIB daquele país agora é de US$ 509 mil

milhões, colocando-o como a 26ª econo-

mia do mundo. Guardam-se as ressalvas

em torno do método utilizado para a apu-

ração do PIB nigeriano.

No caso angolano, o país apresentou a

quarta maior taxa de crescimento dentre

os países, reforçando as perspectivas po-

sitivas acerca da economia local. Fatores

como a estabilidade política, recursos ori-

undos do petróleo, investimentos em in-

fraestructura e controlo inflacionária ex-

plicam tal movimento e criam expectati-

vas favoráveis. Notadamente, a melhora

no ambiente de negócios e qualificação

da mão-de-obra local serão fundamentais

para a continuidade desse processo e mi-

tigação das disparidades actuais.

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Estruturalmente, o

sistema de tributação

de importações e

e x p o r t a ç õ e s

caracteriza-se como

i n s t r u m e n t o

governamental de

política de comércio

exterior, ou seja,

embora gerem receitas

fiscais, as taxas aplicadas não têm

c o m o p r o p ó s i t o

p r i n c i p a l , a

a r r e c a d a ç ã o d e

impostos.

No cerne da questão,

oferecendo sustentação

às taxas aplicadas,

e n c o n t r a m - s e

necessidades quanto a

i n s t r u m e n t o s

governamentais, para

proteção de empregos,

valorização do produto

nacional, incentivo ao

desenvolvimento da

indústria local e

a c e s s i b i l i d a d e e

a t e n d i m e n t o à s

diversas necessidades

do mercado interno.

Neste sentido, a nova

pauta aduaneira de

Angola é objeto de

opiniões divididas no

que concerne aos

objetivos e interesses,

em decorrência das

variadas nuances que

norteiam o tema. A

grande defesa está na

r e d u ç ã o d a s

importações e, com

isso, promoção da

produção nacional. A

partir desta pauta

acredita estar criado o

impulso que faltava à

reindustrialização do

país.

E m p r e s á r i o s e

economistas, por sua

vez, ponderam sobre

os possíveis impactos,

tanto favoráveis quanto

desfavoráveis. Quem

se manifesta em tom

favorável, cita como

argumento: (i) a

protecção da indústria

n a s c e n t e ;

(ii) a protecção e

incentivo à indústria

nacional; (iv) o

c o m b a t e a

concorrência desleal,

e; (v) a criação de mais

empregos e geração

de renda local .

A r g u n m e n t o s

consubstanciados na

r e c o n s t r u ç ã o d a

indústria nacional.

Quem se preocupa com

reflexos não tão favoráveis, menciona

que a pauta possui

características: (i)

protecionista, (ii) que

distorce o ambiente de

concorrência; (iii)

que geram tensões nos

preços; (iv) que

p o s s a m o c o r r e r

importações paralelas,

bem como adiamento

de compromissos

internacionais, como o

caso do adiamento da

entrada do país na SADC .

O fato é que o equilíbrio de todos

estes fatores, garantidos através

de ferramentas de controle por

agentes do mercado (auto-

regulado) e governamentais,

permitirão concretizar o êxito da

nova pauta adotada, cuja revisão

ocasionou o agravamento e o

desbravamento de produtos, com

a nobre missão de alavancar o

desenvolvimento da indústria e

do produto nacional.

Já os desagravamentos tiveram

como classe de intenção o apoio à

Produção Nacional, onde constam

produtos como máquinas,

matérias -primas, produtos

químicos, tractores, adubos,

fertilizantes e ferramentas;

Medicina e Saúde Pública; e

produtos da cesta básica (feijão,

arroz, açúcar, farinha de milho,

óleo alimentar e sabão em barra),

m e d i c a m e n t o s , p r o d u t o s

farmacêuticos, veículos para

transporte de passageiros e

serviços funerários, preservativos

e mercadorias para pessoas com

deficiência e para antigos combatentes e veteranos da

pátria.

Pauta Aduaneira: potencialidades e cuidados

Página 4

ANO I | EDIÇÃO 1 | JAN-MAR 2014

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Apesar da exposição

a surtos inflacionários

externos, haja vista

grau de importação

em Angola, adiciona-

do ao nível actual de

infra-estructura, que

encarece movimenta-

ções de carga, fretes

e seguros, desde

2012 – quando o país

atingiu a histórica

marca de uma infla-

ção acumulada abai-

xo de dois dígitos

(9,02%) – o país vem

apresentando taxas

de inflação comporta-

das e sem inércias e

surtos. O Êxito obtido

resulta de um minuci-

oso alinhamento entre

autoridades fiscais e

monetárias, que bus-

cam compatibilizar o

aquecimento da ativi-

dade econômica e da

distribuição de renda

a níveis razoáveis de

aumento de preços.

No primeiro trimestre de 2014, o

índice de preços ao consumidor

(IPC) apresentou variação acu-

mulada em 1,93% na província

de Luanda em análise homóloga.

Segundo os dados do INE, essa

aceleração foi impulsionada,

principalmente, pelos segmentos

de mobiliário, equipamento do-

méstico e manutenção (2,99%) e

lazer, recreação e cultura (2,98%)

e dos bens e serviços diversos

(4,09%) no trimestre actual acu-

mulado.

Inflação: o que esperar dos preços em 2014

Página 5

CONJUNTURA EM FOCO

Evolução mensal do IPC de Luanda – 2011-2014

Fonte: INE

Fonte: INE

Classes de Despesa Janeiro Fevereiro Março 2014

Índice Geral 0,75 0,48 0,44 1,67

Alimentação e bebidas 0,72 0,55 0,65 1,92

Bebidas não alcoolicas e Tabaco 1,00 0,62 0,78 2,40

Vestuário e Calçados 0,21 0,24 0,26 0,71

Habitação, Águas, Electric. e Combustível 1,04 0,75 1,20 2,99

Saúde 0,54 0,24 0,85 1,63

Transportes 0,13 0,02 0,21 0,36

Comunicação 0,00 0,00 0,00 0,00

Lazer, Recreação e Cultura 0,92 1,27 0,79 2,98

Educação 0,40 0,00 0,00 0,40

Hotéis, Cafés e Restaurantes 1,18 0,57 0,57 2,32

Bens e Serviços Diversos 2,16 1,16 0,77 4,09

Variação do IPC de Luan, por Classe de Despesa—2014

Na análise trimestral, ainda é

possível verificar, no comparati-

vo com os últimos trimestres

(2011 a 2014), que há modifica-

ção na curva de preços, medida

pelo IPC.

A aceleração de início de ano não

é observado em 2014, indicando

efeito da política econômica de

estabilização monetária. Na com-

paração homóloga, a aceleração

nos preços foi na ordem de

7,54%, mantendo o índice de in-

flação abaixo dos dois dígitos.

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Projeção

Com 2014 ainda longe do

fim, alguns questionamentos

tornam-se iminentes, sobre-

tudo aqueles relacionados à

manutenção da inflação em

níveis actuais, ou seja, abai-

xo de dois dígitos anuais.

Mais ainda, abaixo dos

7,69% atingidos em 2013.

Fatores como o impacto da

pauta aduaneira, recupera-

ção da economia norte-

americana e redução das

estimativas do crescimento

local podem interferir na

rota da política monetária.

Com base nessas informa-

ções e utilizando dados da

inflação de Angola que vão

de jan/2009 até mar/2014,

divulgados pelo Instituto

Nacional de Estatística de

Angola (INE), o CEICin pro-

jecta uma inflação acumulada

em 2014 na ordem de 6,53%,

considerando que todas as

condições não devem se alte-

rar ao longo do ano.

C o n f o r m e p o d e s e r

observado, o modelo captou

dois momentos de ―picos‖

inflacionários. O primeiro no

mês de maio, onde está

previsto uma inflação média

de 0,60%. Este resultado

atribui-se ao aquecimento

das vendas no varejo

atribuído ao dia das mães. O

segundo momento se

verifica em novembro e

dezembro, meses típicos de

quadra festiva e grandes

r e s p o n s á v e i s p e l a

sazonalidade verificada na

série.

Perspectivas para a inflação 2011-2014

Página 6

CONJUNTURA EM FOCO

Fonte: INE

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No quarto trimestre de 2013 a balança comercial angolana registrou um superávit de US$ 8,4

mil milhões. Nesse período as exportações somaram US$ 16,6 mil milhões e as importações

US$ 8,2 mil milhões. Com esse resultado a balança comercial do Estado acumulou, em 2013,

um superávit de US$ 40,1 mil milhões, resultado, porém, inferior em 4,4% ao ano anterior.

Balança Comercial positiva em US$ 40 mil milhões

Página 7

CONJUNTURA EM FOCO

Período Exportação Importação Saldo

USD (mil) Variação USD (mil) Variação USD (mil)

Janeiro 5.982.322 2,6% 1.907.642 26,3% 4.074.680

Fevereiro 5.216.954 -21,7% 1.523.279 -2,0% 3.693.675

Março 6.063.276 -12,1% 1.702.828 5,1% 4.360.448

I Trimestre 17.262.552 -11,0% 5.133.749 9,6% 12.128.803

Abril 5.132.237 -12,8% 2.259.498 -19,1% 2.872.739

Maio 5.652.249 -7,6% 3.309.640 82,8% 2.342.609

Junho 5.473.619 11,5% 1.880.376 10,2% 3.593.243

II Trimestre 16.258.105 -3,9% 7.449.514 18,1% 8.808.591

Julho 5.904.929 14,8% 2.322.838 28,5% 3.582.091

Agosto 5.808.885 -4,1% 2.384.815 19,2% 3.424.070

Setembro 5.885.316 5,6% 2.140.981 -30,7% 3.744.335

III Trimestre 17.599.130 4,9% 6.848.634 -0,7% 10.750.496

Outubro 5.662.288 -4,8% 2.196.511 -52,1% 3.465.777

Novembro 5.428.615 -8,8% 3.890.077 -17,1% 1.538.538

Dezembro 5.559.684 -5,4% 2.170.961 23,7% 3.388.723

IV Trimestre 16.650.587 -6,3% 8.257.549 -25,1% 8.393.038

Ano 67.770.374 -4,3% 27.689.446 -4,2% 40.080.928

Exportação, importação e saldo da balança comercial de Angola – 2013 Base: mesmo período do ano anterior

Fonte: INE

Elaboração: CEICin/Imetro

vendido ao exterior

no mesmo período do

ano passado.

Quando analisamos

por grupos de produ-

tos, as exportações

sofreram a maior in-

fluência negativa pela

redução nas exporta-

ções de Combustíveis,

grupo que representa

essencialmente a

pauta de exportações

angolanas.

As exportações angola-

nas, no quarto trimes-

tre de 2013, somaram

US$ 16,6 mil milhões,

apresentando um re-

cuo de 6,3% em rela-

ção às que foram regis-

tradas no mesmo perí-

odo de 2012. No balan-

ço anual, as vendas pa-

ra o resto do mundo,

em 2013, somaram US$

67,8 mil milhões e tam-

bém registram uma

diminuição de 4,3%

em relação ao que foi

Exportação: principais destinos de Angola – 2013

Fonte: INE Elaboração: CEICin/Imetro

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No quarto trimestre de 2013, as importações angolanas, so-

maram US$ 8,2 mil milhões.

Em relação ao que foi com-

prado pelo Estado no exterior

no mesmo período de 2012,

houve decrescimento nominal

de 25,1%. No balanço anual,

as importações somaram 27,7

mil milhões e registraram,

nominalmente, uma redução

de 4,2% em relação ao que foi

importado por Angola no ano

de 2012.

Quando analisamos por grupos

de produtos, a pauta de impor-

tações angola obteve maior in-

fluência pelo crescimento de

Veículos e material de transpor-

tes, representando 25,2%; se-

guido por Máquinas, equipa-

mentos e aparelhos (19,9%) –

houve inversão nesse ranking

em relação a 2012. É importan-

te inferir que o grupo de Ali-

mentares, em 2013, deixa de

ocupar o ranking dos 5 mais na

pauta de importação de Ango-

la, possivelmente fruto da polí-

tica de incentivo ao setor agro-

pecuário.

Página 8

CONJUNTURA EM FOCO

Grupo de produtos 2012 2013 Partipação

Veículos e Mat. Transporte 5.259.976 6.972.829 25,2%

Máquinas, equip. e Aparelhos 6.811.863 5.504.761 19,9%

Agrícolas 3.498.342 3.077.786 11,1%

Metais Comuns 3.508.038 2.749.527 9,9%

Combustíveis 1.129.568 2.069.833 7,5%

Alimentares 2.262.937 1.948.123 7,0%

Químicos 1.710.384 1.405.375 5,1%

Plásticos e Borrachas 1.074.735 863.178 3,1%

Outros Produtos 1.100.860 861.263 3,1%

Minerais e Mineiros 775.572 644.993 2,3%

Óptica e Precisão 477.856 439.066 1,6%

Prod. Celulose e Papel 462.069 404.005 1,5%

Matérias Têxteis 318.916 290.547 1,0%

Vestuários 222.324 168.217 0,6%

Calçado 143.984 143.902 0,5%

Madeira e Cortiça 114.274 104.995 0,4%

Peles e Couros 44.630 41.047 0,1%

Total 28.916.328 27.689.447 100,0%

Importação, em US$ mil, por grupo de produtos, de Angola – 2012-2013

Fonte: INE. Elaboração: CEICin/Imetro

Em continuação à análise de 2013, as

principais origens das importações ango-

las – conforme gráfico abaixo – Portugal

continua como principal fornecedor

(16,5%), apesar da redução da participa-

ção em relação a 2012. China (11,1%) e

EUA (6,0%) seguem em sequência.

O agrupamento dos demais países au-

mentou (de 43,8% para 47,3%), fato que

denota maior pulverização da pauta de

origens, ocorrência salutar, pois reduz a

dependência de centros específicos.

Importação: principais origens de Angola – 2013

Fonte: INE. Elaboração: CEICin/Imetro

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Página 9

ANO I | EDIÇÃO 1 | JAN-MAR 2014

Evolução da Bancarização em Angola

dentre outros serviços

ofertados.

Alguns outros benefí-

cios, provenientes da

bancarização e adjacen-

tes aos já citados, dizem

respeito não apenas a

uma maior efetividade

dos instrumentos de po-

lítica monetária, bem co-

mo a uma maior disponi-

bilidade de recursos que

podem ser destinados à

atividade produtiva da

Economia. Dessa forma,

contribuem ao esforço

de diversificação da ma-

triz econômica.

Contudo, ainda persis-

tem empecilhos à banca-

rização, prováveis de

comprometer a manu-

tenção dos resultados

obtidos pelo Programa

de Educação Financeira

do BNA. Destes, os prin-

cipais referem-se ao

desconhecimento de

parcela significativa da

população a respeito da

utilidade e do funciona-

mento do sistema ban-

cário. Soma-se a isto, a

falta de documento de

identificação pessoal e

a limitada rede bancá-

ria no interior do país.

Por isso, o BNA não

poupa esforços na

promoção de pales-

tras, divulgações pu-

blicitárias, peças tea-

trais, distribuição de

folhetos além de pro-

por formas alternati-

vas de identificação

pessoal, a exemplo do

controle biométrico.

Passados quase três

anos do início da Cam-

panha de Educação Fi-

nanceira, promovida pe-

lo Banco Nacional de

Angola (BNA), o país co-

memora um salto de

18% para 50% de taxa

de bancarização, confor-

me dados do BNA. Se-

gundo o mesmo, a infor-

malidade na economia

não se constitui de um

empecilho à bancariza-

ção, à medida que o

processo também con-

corre para a sua redu-

ção.

A experiência internaci-

onal mostra que a ban-

carização é condição ne-

cessária para o cresci-

mento econômico e para

a melhoria na distribui-

ção de renda, promo-

vendo, dessa forma,

mais inclusão social.

Uma consequência dire-

ta deste processo é o

acesso – especialmente

da população das clas-

ses mais baixas – a pro-

dutos e serviços como

conta corrente, conta

poupança, investimen-

tos em títulos, crédito e,

em seguida, planos de

previdência e seguros

Page 10: ANO I | EDIÇÃO 1 | JAN-MAR 2014 WWW CEICIN ORG … · ANO I | EDIÇÃO 1 | JAN-MAR 2014 CONJUNTURA EM FOCO BARÔMETRO DO CEICIN Economia de Angola --- 2014.12014.1 P a n o r a m

CONJUNTURA EM FOCO | Publicação trimestral do Centro de Estudos e Investigação

Científica | Unidade de Conjuntura Económica e Macroeconomia | Equipe Técnica:

Júlio Becher, Jorge Troper, Alexandro Ferraz Cavalcanti, Sérgio Luís Bosco, Paulo Vica,

Lubamza Pedro | Secretária Executiva: Zola Karina | Campus Universitário Imetro, 1º

andar, edifício da biblioteca | Contatos: 916 84 91 26 | 915 84 53 38

CONJUNTURA EM FOCO

formulação de polí-

ticas públicas efica-

zes no enfrentamen-

to das disparidades

regionais.

Além disso, permiti-

rá conhecimento

sobre a distribuição

populacional atual e

servirá como indu-

tor a pesquisas e

inovações aplica-

das.

De fato, é uma opor-

tunidade única, pa-

ra conhecer mais a

Angola e, com isso,

se possa promover

planos mais equita-

tivos e que estimu-

lem o continuo in-

vestimento ocorrido

no país desde 2002.

A participação da

população é funda-

mental, haja vista

que são a fonte pri-

mária das informa-

ções. Importante

lembrar que os da-

dos são sigilosos e

que serão utilizados

de maneira agrega-

da, para que se te-

nha uma visão glo-

bal de Angola.

Participe!

Censo 2014: participe!

De 16 a 31 de maio

de 2014, o Governo

de Angola, através

do Instituto Nacio-

nal de Estatística

(INE) estará reali-

zando o Censo

2014, que tem por

meta prioritária sa-

ber quantas pesso-

as residem e como

vivem em Angola.

O Censo é o princi-

pal indicador popu-

lação existente,

pois não se trata de

uma estatística

amostral, mas sim

de uma coleta glo-

bal de informações,

que visita todos os

domicílios em todas

as províncias e le-

vantará informações

socioeconômicas

essenciais para a

―O Censo é o

p r i n c i p a l

i n d i c a d o r

populacional e

t r a r á

in formações

fundamentais

p a r a a

formulação de

p o l í t i c a s

públicas‖


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