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FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM – ESTÁCIO BELÉM
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO, CONSULTORIA, AUDITORIA,PERÍCIA E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
EDSON ALVES RODRIGUES
ROBERTA CAVALCANTE DE AZEVEDO
“ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA ÁREAS DEGRADADAS
PELA MINERAÇÃO DE AREIA E SEIXO, MUNICÍPIO DEMOJU/PA”
BELÉM - PA
NOVEMBRO/2015
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FACULDADE ESTÁCIO DE BELÉM – ESTÁCIO BELÉM
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO, CONSULTORIA, AUDITORIA,PERÍCIA E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
EDSON ALVES RODRIGUESROBERTA CAVALCANTE DE AZEVEDO
“ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA ÁREAS DEGRADADAS
PELA MINERAÇÃO DE AREIA E SEIXO, MUNICÍPIO DEMOJU/PA”
Artigo apresentado para a conclusãodo Curso de Especialização em Gestão, Consultoria, Auditoria,Perícia e Fiscalização Ambiental daFaculdade Estácio de Belém, em
cumprimento às exigências para aobtenção do grau de especialista.
Orientadora: Profa. M.Sc. HeleniceMenezes
BELÉM - PA NOVEMBRO/2015
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RESUMO
A exploração de jazidas de areia e seixo normalmente não é planejada desde as fases
iniciais de implantação de um empreendimento, logo grandes cavas no subsolo são
deixadas para trás. O município de Moju, pertencente à Mesorregião do Nordeste Paraense
e à Microrregião Tomé- Açu, apresenta expressivas reservas de areia e seixo, tornando as
atividades extrativistas cada vez mais frequentes. Estas atividades normalmente são
realizadas sem o devido controle ambiental após os esgotamentos das jazidas. A partir das
análises dos Planos de Recuperação das Áreas Degradadas (PRADs) dos processos de
licenciamento ambiental do município, observou-se a atividade de piscicultura como a
principal forma de reuso das áreas degradadas pela mineração destes agregados. Estaalternativa não é considerada adequada do ponto de vista socioambiental, e, em muitos
casos, beneficia somente os empreendedores locais. O modelo ideal de recuperação das
áreas degradadas é aquele que se adeque melhor a recompor mais fielmente as
características originais da área, por meio de reflorestamentos, criação de parques,
implantação de lagos artificias, aterros sanitários, entre outros. Existe uma deficiência de
dispositivos e legislação específica que possam coibir esta realidade, para regularizar a
situação destes empreendimentos, além da necessidade da participação das populaçõesdiretamente afetadas. Outro ponto a ser levantado é a questão da ineficiência das
secretarias municipais quanto a fiscalização da extração das jazidas e a falta de
planejamento do fechamento das minas.
Palavras chaves: PRAD. Alternativas Sustentáveis. Agregados Minerais. Moju.
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SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 5
1.2 METODOLOGIA ............................................................................................................ 6
1.2.1 Localização Geográfica ................................................................................................. 6 2.3 MÉTODOS ...................................................................................................................... 7
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 10
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 17
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 19
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1 INTRODUÇÃO
A degradação de recursos naturais se tornou foco das discussões relacionadas à sua
má utilização e exploração. Este processo de degradação ambiental pode também estar
ligado aos fatores socioeconômicos que ocorrem em maior intensidade nos países
subdesenvolvidos, pois nestes o planejamento de proteção aos recursos naturais é
escasso (ANDERSON, 2004).
No âmbito da exploração desordenada destes recursos naturais, a extração mineral é
de grande relevância no Brasil, pois desde a década de 70, a crescente demanda de
matérias primas para a construção civil e a falta de maior controle ambiental destas
atividades deram origem a um passivo ambiental.
A extração de recursos minerais está regulamentada pela legislação federal,
segundo o Decreto nº 97.632/1989, determinando que todo empreendimento destinado à
exploração de recursos minerais, deve apresentar um PRAD, na fase da Licença de
Operação do empreendimento. No âmbito estadual, a Instrução Normativa Nº 06/2014
dispõe sobre o licenciamento ambiental referente à extração de minério (areias,
cascalhos e saibros) e beneficiamento associado, para utilização imediata na construção
civil, e define PRAD como: plano contendo as ações e procedimentos que tem por
objetivo a recuperação física, química e biológica de área submetida à perturbação emsua integridade.
Nobre Filho et al. (2011) mostram que para ter controle ambiental de uma área, é
importante que sejam realizados estudos com o objetivo de identificar as áreas de
preservação, implantar medidas que solucionem ou reduzam os impactos ambientais.
Para os autores é necessário que ao final de cada extração, exista um plano de
recuperação e reabilitação da área onde ocorreu a extração do mineral, mas isso nem
sempre ocorre.O índice de clandestinidade da extração de recursos minerais é significativo e
preocupante. Os impactos ambientais provocados são grandes e descontrolados,
degradando ambientes de delicado equilíbrio ecológico (dunas e manguezais), alterando
canais naturais de rios e os aspectos paisagísticos. No geral, as cavas são utilizadas
como bota-fora da construção civil e até mesmo como lixões (SILVA, 2007).
No estado do Pará, a exploração de jazidas de areia e seixo normalmente não é
acompanhada por profissional legalmente habilitado, logo grandes crateras no subsolosão deixadas para trás por falta de planejamento durante as fases de operação da jazida.
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Para tanto, ao ser encerrada uma atividade exploratória, novas formas de uso das áreas
ocupadas pelas cavas devem ser viáveis. Tais formas alternativas de reuso das áreas,
após o esgotamento das jazidas de areia e seixo, são pouco estudadas
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo geral verificar as medidas
compensatórias após o esgotamento das jazidas de areia e seixo e propor Alternativas
Sustentáveis de Pós Licenciamento Ambiental para a reutilização mais adequada das
áreas degradadas decorrentes dessa atividade exploratória do município de Moju, Pará.
Este artigo foi baseado na pesquisa documental, pois foi elaborado a partir de relatórios
ambientais apresentados nos processos de licenciamento ambiental nas Secretarias
Municipais de Moju e Tailândia.
1.2 METODOLOGIA
1.2.1 Localização Geográfica
O município de Moju pertence à Mesorregião do Nordeste Paraense e à
Microrregião Tomé- Açu. Tem como limites os municípios que seguem: ao Norte,
situa-se os municípios de Abaetetuba e Barcarena; a Leste: os municípios de Acará e
Tailândia; ao Sul: o município de Breu Branco e a Oeste: os municípios de Baião,
Mocajuba e Igarapé-Mirim (Figura 1). Sua sede municipal localiza-se nas seguintescoordenadas geográficas: 1°53'6.17"S e 48°45'55.75"O.
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Figura 1: Mapa de localização da área de estudo. Destaque para o município de Moju.
Fonte: Autores (2015).
2.3 MÉTODOS
A análise dos PRADs foi feita através do levantamento de dados dos processos de
licenciamento ambiental (Tabela 1) referente à extração de areia e seixo perante à
Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (SECTEMA/MOJU)
durante os meses de julho e agosto de 2015, caracterizando a pesquisa documental.
Apresentou-se um ofício à Secretária da referida unidade solicitando autorização para
analisar os relatórios ambientais e coletar as informações contidas neste trabalho, sem
prejuízos ao sigilo de cada processo.
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Figura 2: Mapa de identificação dos pontos dos processos de licenciamento ambiental do município de
Moju.
Fonte: Autores (2015).
De posse da legislação vigente, elaborou-se as orientações e recomendações
adequadas para o pós licenciamento ambiental, aplicáveis às necessidades específicas
do munícipio. O estudo foi auxiliado pela Constituição Federal de 1988, Lei Federal N°
6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA), Lei Federal Nº 9.605/98 (Lei
de Crimes Ambientais), Lei Complementar nº 140/2011, Resolução CONAMA N°237/1997 e Resolução COEMA Nº 116/2014.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Brasil dispõe de inúmeras riquezas minerais, sendo a produção de minério de
ferro o grande destaque das exportações do País. Entretanto, no mercado interno a
realidade é diferente, pois os agregados para construção civil (areia e brita, principalmente) tem maior relevância neste setor (GERMANI, 2012).
No estado do Pará, a Mesorregião do Nordeste Paraense destaca-se como grande
produtora de agregados para construção civil (SEICOM/PA, 2013). Porém, esta
realidade também está ligada a algumas problemáticas ambientais, relacionadas ao
descaso em relação as áreas degradadas decorrentes da atividade de extração destes
minerais (Figuras 3A, 3B e 3C).
Figura 3: Áreas abandonadas após o esgotamento das jazidas de areia e seixo, Moju/PA. 3A: Lago
artificial formado. 3B: Cava ilegal de extração de areia e abandono da área. 3C: Cava ilegal de extração e
seixo, antes do processo de licenciamento.
3A
3B
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ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO DEAREIA E SEIXO, MUNICÍPIO DE MOJU-PA
Fontes: SECTEMA/MOJU (2015).
Na área de estudo, município de Moju, através da análise dos processos de
licenciamento ambiental para extração de areia e seixo obtidos por meio de consulta à
SECTEMA/MOJU, chegou-se aos resultados apresentados nas figuras 1 e 2, e no
Anexo 1.
Na Figura 4, destacam-se os principais agregados minerais extraídos no Município
de Moju, sendo a maior parte constituída por areia (40%). A extração de areia e seixo,
equivale a 30% dos dados levantados, equiparada a porcentagem de extração somente
de seixo. Já na Figura 5, após a análise dos PRADs dos referidos processos, observou-se
a atividade de piscicultura (40%) como a principal forma de reuso das áreas degradadas
pela mineração destes agregados. A atividade de revegetação também é relevante, haja
vista que equivale a cerca de 30% dos relatórios pesquisados. Em menor proporção,
10%, tem-se a reutilização das áreas para pastagens, como também a atividade de
revegetação associada a piscicultura. O restante representa os processos indeferidos ou
não concluídos (10%).
3C
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Figura 4: Extração mineral sujeita ao licenciamento ambiental no município de Moju.
Fonte: Autores (2015).
Figura 5: Atividades de reconstituição de áreas degradadas após o esgotamento de jazidas minerais do
município de Moju.
Fonte: Autores (2015).
Em comparação aos dados da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e
Meio Ambiente de Tailândia (SECTMA/TAILÂNDIA), município circunvizinho de
Moju, a principal atividade de reuso das áreas mineradas é a revegetação, em
particular realizada através da monocultura de Dendê, equivalente a 50% dos dados
levantados (Figura 6). Enquanto que a atividade de revegetação com espécies
vegetais diversas, representa apenas 30% dos empreendimentos. Cerca de 20% dos
processos analisados não apresentam atividade de recuperação para a área degradada
pela extração.
40%
30%
30%Areia
Seixo
Areia e Seixo
10%10%
30%10%
40%
Pastagem
Indeferido
Revegetação
Revegetação ePiscicultura
Piscicultura
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Figura 6: Atividades de reconstituição de áreas degradadas após o esgotamento de jazidas minerais do
município de Moju.
Fonte: Autores, 2015.
A partir destes resultados, pressupõe-se que as secretarias municipais de Meio
Ambiente são carentes de dispositivos que apresentem técnicas de reuso adequadas para
as áreas degradadas, acarretando na falta de planejamento do fechamento das minas.
Além do mais, os empreendedores responsáveis pela atividade devem assumir o
compromisso para a reutilização dessas áreas, diminuindo o risco de abandono ou de
um passivo ambiental. Tal planejamento deve ser baseado em alternativas técnicas que
estejam de acordo com a legislação, sejam financeiramente aceitáveis e estejam
previstas desde as fases iniciais de execução do projeto, acompanhada por técnico
legalmente habilitado.
A Tabela 02 mostra um comparativo quanto à aplicação da regulamentação do
fechamento de mina em alguns países. Analisando a tabela, percebe-se que o Brasil
ainda apresenta muitas falhas no que diz respeito a legislação ambiental para o
fechamento de mina, não só em relação aos países desenvolvidos como EUA, Canadá e
Austrália como também a alguns países em desenvolvimento.
50%
30%
20%Revegetação commonocultura de
dendê
Revegetação
Atividades não
informadas
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Tabela 2: Comparação das condutas de fechamento de empreendimentos mineiros adotadas em países
minerais.
ITEMPAÍSES DESENVOLVIDOS PAÍSES EM
DESENVOLVIMENTOBRASIL
Canadá EUA Austrália
Plano defechamento faz parte do
licenciamento deoperação
Sim Sim SimAdotado, mas com falhasem função da legislação
antiga
Adotado, mascom falhas emfunção dalegislação
antiga
Para minas emoperação que não
possuem plano defechamento é dado
um prazo para asua apresentação
Sim Sim SimSim, mas prevê negociação
entre governo eempreendedores
Sim, mas prevê
negociaçãoentre governo
eempreendedor
es
Apresentação dorelatório de
acompanhamentodo plano de
fechamento (oudocumentosimilar) aogoverno
Sim Sim SimSim em alguns casos, mascom pouco aproveitamento
Não, a menos
que secontemple nosrelatórios
enviados peloempreendedorreferente aos planos de
monitoramento previstos na
LOParticipação da
sociedadeSim Sim Sim Em alguns países
Apenas noEIA/RIMA
Responsabilidade
perpétua doempreendedor
pela árearecuperada
Sim Não édefinido
Não édefinido
Não é definido Não édefinido
Governoresponsável por
fiscalizaraexecução do planode fechamento oudocumento similar
Sim Sim SimSim, mas há muitas falhasna fiscalização em parte
por falta de infraestrutura
Sim, mas hámuitas falhas
nafiscalizaçãoem parte por
falta deinfraestrutura
Cobrança de taxaobtidas junto ao
setor mineral pararecuperar a áreadegradada por
empreendimentos
Sim Sim Sim Apenas na Índia Não
Apresentação degarantias e revisão
periódica dosvalores
Sim Sim Sim Em alguns países Não
Cobrança de multa por não cumprir oque foi aprovado
no plano defechamento ou
documento similar
Sim Sim Sim Em alguns países Não
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Fonte: Modificado de LIMA H. M. (2008).
Do ponto de vista legal no Brasil, Tabela 3, embora a mineração represente uma das
atividades mais nocivas ao meio ambiente, não existe legislação federal em relação ao
fechamento e desativação de minas, apenas o estado de Minas Gerais (MG) possui umalegislação específica.
Tabela 3: Legislação brasileira (fechamento e desativação de minas).
LEGISLAÇÃO DETERMINAÇÃO
Código de Mineração (1967)Suspender lavra com autorização DNPM/Manter a
mina em bom estado em caso de suspensãotemporária
Política Nacional de Meio Ambiente (1981) Na entrega do EIA/RIMA, a empresa deve entregaro PRAD
Constituição Federal (1988)Explorador de recursos naturais deve recuperar o
ambiente degradado
NRM 20/DNPMEstabelece procedimentos administrativos e
operacionais em caso de fechamento de mina
Novo Código de Mineração (em tramitação)Fala apenas em compromisso com
desenvolvimento sustentável e recuperação dedanos ambientais
Plano Nacional de Mineração (2030) Reconhece que a legislação existente para ofechamento de mina é limitada
Deliberação Normativa Copam 127 (2008) - MGEmpresas têm que elaborar e apresentar plano de
fechamento de mina
Fonte: CETEM/MCTI (2014).
O art. 225, parágrafo 2°, da Constituição Federal (BRASIL, 1988), prevê que a
exploração de recursos minerais gera, por parte do explorador, a obrigação de
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei. Porém, constata-se no município em
questão, que nem sempre as alternativas de reuso das áreas degradadas pela
mineração de agregados (areia/seixo) são as mais viáveis, ignorando-se a questão
socioambiental.
A Lei Federal n° 6.938 de 1981 (Política Nacional do Meio Ambiente) faz
referência a recuperação de áreas degradadas com foco no “Desenvolvimento
Sustentável” (art. 2º, inciso VIII), caracterizado pela recuperação de áreas
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degradadas, que objetiva (inciso I do art. 4º), dentre outros, a compatibilização do
desenvolvimento econômico e social com a preservação da qualidade do meio
ambiente e do equilíbrio ecológico. Entretanto, na área de estudo preocupa-se
principalmente com o lucro das empresas e pequenos empreendedores, pois as
atividades de reuso destas áreas geralmente estão atreladas ao retorno financeiro para
o empreendedor.
O Decreto n° 97.632/1989, que trata da recuperação de áreas degradadas, dispõe
no seu art. 1° que os empreendimentos que se destinam à exploração de recursos
minerais deverão, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental - EIA e
do Relatório do Impacto Ambiental - RIMA, submeter à aprovação do órgão
ambiental competente, plano de recuperação de área degradada. Segundo o art. 3° do
mesmo decreto, a recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a
uma forma de utilização, de acordo com um plano preestabelecido para o uso do
solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente.
Outro ponto a ser levantado é a questão da ineficiência das secretarias
municipais quanto a fiscalização da extração das jazidas. De acordo com o art. 55 da
Lei n° 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), executar pesquisa, lavra ou extração
de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença,
ou em desacordo com a obtida acarreta pena de detenção, de seis meses a um ano, e
multa.
Segundo Relatório apresentado pela MASTERPLAN (2013) referente à extração
das jazidas de areia e seixo em cava a céu aberto, quando todas as poligonais da
propriedade tiverem sido esgotadas, isto é, não ocorrer mais a extração, um grande lago
artificial será formado. Foram analisados estudos de caso na Europa e nos Estados
Unidos para verificar os usos futuros mais comuns dessas áreas e destacou-se: a
instalação de aquicultura/piscicultura; loteamento residencial para a população e criaçãode parques voltados para o esporte aquático.
Alguns trabalhos disponíveis na literatura apontam como alternativa para estas
áreas degradadas a implantação de aterros sanitários em antigas cavas de mineração
(PEREIRA, 2010). Ainda segundo o mesmo autor, observando-se todas as ressalvas
quanto aos estudos preliminares, principalmente geológicos e geoquímicos, é viável
técnica e financeiramente a implantação de aterros sanitários em antigas cavas. No
entanto, essa ação confronta diretamente com a legislação ambiental e minerária no quediz respeito à recuperação da área degradada pelo empreendedor.
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Segundo a SECTEMA/MOJU, o município já dispõe de um Plano de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) seguindo o instituído pela Lei n° 12.305/ 2010
(Política Nacional de Resíduos Sólidos). Entretanto, cabe aos governantes municipais o
gerenciamento dos resíduos sólidos.
Segundo Pereira (2010), tendo em vista as problemáticas relacionadas a destinação
final e tratamento de resíduos sólidos, conciliar a falta de áreas para disposição desses
resíduos com as áreas degradadas de cavas de mineração a céu aberto, já exauridas,
pode representar uma boa alternativa. Porém, essa alternativa ainda é considerada
teórica, pois só será considerada prática através da legislação ambiental que atualmente
é inexistente.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atividade de extração mineral é de extrema importância para o desenvolvimento,
sobretudo, econômico da sociedade moderna. Entretanto deve ser realizada atendendo
os requisitos legais pertinentes, que exige um processo de Licenciamento Ambiental.
No município de Moju, a chamada usurpação mineral (mineral extraído sem o
requisito legal), é uma realidade recorrente, tanto no referido município, quanto nos
demais municípios do estado do Pará e de outros estados brasileiros. Quando esta
exploração é realizada atendendo aos princípios legais, nem sempre a fase final do processo de Licenciamento Ambiental (Pós Licenciamento) é atendida.
As principais formas de reuso das cavas de mineração a céu aberto no município
não são consideradas adequadas do ponto de vista socioambiental, e, em muitos casos,
beneficiam somente os empreendedores locais. Há deficiência de dispositivos que
possam coibir esta realidade, pois não há uma fiscalização e controle efetivo por parte
das secretarias de meio ambiente e demais órgãos ambientais competentes.
A falta de uma legislação específica aplicável ao fechamento e desativação deminas configura-se como um grande agravante a essa problemática, não apenas a nível
municipal. A legislação ambiental atual é ineficiente, e a adoção de novos dispositivos
faz-se necessária para auxiliar nas questões referentes a Gestão Ambiental por parte dos
órgãos competentes, principalmente onde há deficiências no modelo atual.
O modelo ideal de recuperação das áreas degradadas pela atividade exploratória de
agregados para a construção civil será aquele que se adeque melhor a recompor mais
fielmente as características originais da área, por meio de reflorestamentos ourevegetação, criação de parques, implantação de lagos artificias, entre outros.
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Estas alternativas devem estar de acordo com a legislação ambiental vigente,
levando-se em consideração as especificidades de cada área. Além do mais, deve ser
estabelecido o compromisso com a população afetada pelo empreendimento, sendo
considerada urgente a adoção de medidas legais para preservar interesses destas
populações.
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REFERÊNCIAS
AGUIAR, G.A. Bacia do Maranhão: geologia e possibilidades de petróleo. Relatório Técnico. Belém:Petrobras, 1969. 55 p.
ANDERSON, L. O. A. Classificação e monitoramento da cobertura vegetal de Mato Grosso
utilizando dados multitemporais do sensor MODIS. 2004. 247 p. Dissertação (Mestrado emSensoriamento Remoto) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. São José dos Campos, 2004.
ARAI, M.; UESUGUI, N.; ROSSETTI, D.F.; GÓES, A.M. Considerações sobre a idade do GrupoBarreiras no nordeste do Estado do Pará. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 35, Belém,1988. Anais...Belém, 1988, v. 2, p. 738-752.
ARANTES, J.L.G.; DAMASCENO, B.C.; KREBS, A.S.J. Projeto Argila-Belém: relatório. Belém:DNPM/CPRM, 1972. v. 1, 39 p.
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8/18/2019 “ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO DE AREIA E SEIXO, MUNICÍPIO DE MOJU…
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ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS PARA ÁREAS DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO DEAREIA E SEIXO, MUNICÍPIO DE MOJU-PA
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