CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO CEARÁ
FACULDADE CEARENSE
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
LUCILE BERNARDO DE AMORIM RIOS
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
FORTALEZA
2014
LUCILE BERNARDO DE AMORIM RIOS
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
FORTALEZA
2014
Monografia submetida à aprovação da Coordenação
do Curso de Administração de Empresas da
Faculdade Cearense, como requisito parcial para
obtenção do grau de graduação.
LUCILE BERNARDO DE AMORIM RIOS
A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
Professora Mônica Valesca Veras Machado, Ms
________________________________________________
Professora Mônica Helena Gurgel Barros, Esp
________________________________________________
Professora Ariane de Queiroz Sousa, Ms
Monografia apresentada como pré-requisito
para obtenção do título de bacharelado em
Administração de Empresas outorgado pela
Faculdade Cearense (FaC), tendo sido aprovada
pela banca examinadora composta pelos
professores
Data de aprovação: ____ / ____ / ________
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, que esteve comigo em todos os momentos e me deu forças para
continuar.
Ao meu marido, que me apoiou e incentivou em todas as etapas.
Aos meus pais que, diante de tantas dificuldades, me deram oportunidade de estudar e
adquirir novos conhecimentos.
À minha orientadora, pelo tempo e esforço dedicado a este trabalho.
RESUMO
Pouco se percebe o quanto as emoções são importantes no ambiente organizacional, sendo
determinantes para os resultados no trabalho e, consequentemente, para o sucesso das
empresas. Saber lidar com as emoções é essencial para que o profissional possa desenvolver
todo o seu potencial produtivo. A inteligência emocional é, então, a capacidade de lidar com
as emoções de tal forma que os acontecimentos negativos não tenham a capacidade de atingir
negativamente o indivíduo e a empresa. Os indivíduos que têm inteligência emocional
desenvolvida podem ter maiores chances de ascender profissionalmente, bem como as
empresas que a promovem em seu ambiente de trabalho têm chances consideravelmente mais
elevadas de alcançar resultados melhores. Desta forma, surgiu a problematização: qual a
importância da inteligência emocional no ambiente de trabalho? Este trabalho buscou analisar
a relevância da inteligência emocional dentro do ambiente de trabalho e como ela pode
influenciar para o alcance do sucesso no âmbito profissional da empresa. Para tanto,
procedeu-se à coleta de dados através de levantamento bibliográfico e aplicação de
questionário com profissional de treinamento da área de inteligência emocional. Quanto à
forma de abordagem, a pesquisa é qualitativa, por ser subjetiva e não quantificável. Quanto
aos seus fins, é tida por exploratória e explicativa. É dessa forma que o presente trabalho
apurou que a inteligência emocional precisa ser mais estudada e, especialmente, mais aplicada
no seio laboral, a fim de que indivíduos e empresas possam desenvolver todo seu potencial
produtivo.
Palavras-chave: inteligência emocional, emoções e ambiente de trabalho.
ABSTRACT
Little is realize how emotions are important in the organizational environment, being decisive
for the outcome on the job and thus to the success of businesses. Dealing with emotions is
essential to enable the professional to develop to their full productive potential. Emotional
intelligence is, then, the ability to deal with emotions such that negative events do not have
the ability to adversely hitting the person and the company. Individuals who have developed
emotional intelligence may have higher chances of ascending professionally as well as
businesses that promote in their work environment have considerably higher chances of
achieving better results. Thus came the questioning: what is the importance of emotional
intelligence in the workplace? This study aimed to analyze the relevance of emotional
intelligence in the workplace and how it can influence to achieve success in the professional
company. For that, we proceeded to collect data through a literature review and a
questionnaire with the area of emotional intelligence training professional. How to approach,
research is qualitative, for being subjective and not quantifiable. As for your purposes is
considered by exploratory and explanatory. It is thus that the present study found that
emotional intelligence requires further study, and especially in more applied work within, so
that individuals and businesses can develop to their full productive potential.
Keywords: emotional intelligence, emotions and work environment.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................................................9
2 REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................................................................11
2.1 Ambiente de trabalho..........................................................................................................................................11
2.1.1 Evolução, conceito e importância do trabalho......................................................................................12
2.1.2 Fatores que influenciam no ambiente de trabalho positivo............................................................16
2.1.3 Sucesso profissional x motivação individual........................................................................................18
2.2 Inteligência emocional........................................................................................................................................21
2.2.1 Inteligência emocional: histórico e definição.........................................................................................23
2.2.2 A importância da inteligência emocional para os profissionais....................................................27
2.2.3 Liderando com inteligência emocional....................................................................................................30
2.2.4 As vantagens para as empresas que trabalham com a
inteligência emocional.................................................................................................................................................33
3. A PESQUISA............................................................................................................................................................35
3.1 Metodologia.............................................................................................................................................................35
3.2 Análise e discussão dos dados........................................................................................................................36
4 CONCLUSÃO............................................................................................................................................................40
REFERÊNCIAS............................................................................................................................................................41
APÊNDICE......................................................................................................................................................................44
1 INTRODUÇÃO
Saber lidar com as emoções na vida familiar, conjugal, no trabalho e na sociedade
como um todo é um desafio para qualquer pessoa. As emoções norteiam, motivam,
impulsionam e mostram muito do comportamento do ser humano. É no ambiente corporativo
que as pessoas passam maior parte do dia ativo e onde, consequentemente, se confrontam com
diferentes emoções.
Por sua vez, as emoções acabam influenciando o resultado no trabalho. Sendo
assim, a inteligência emocional colabora sensivelmente para que as emoções sejam
controladas de forma a não prejudicar a produtividade no trabalho, ao contrário, procuram
beneficiá-lo. O presente estudo, portanto, desenvolveu-se a partir do seguinte questionamento:
qual a importância da inteligência emocional no ambiente de trabalho?
O trabalho tem como objetivo geral identificar de que maneira a inteligência
emocional pode influenciar e beneficiar as pessoas no ambiente de trabalho. Como objetivos
específicos buscou-se mostrar quais são os fatores que influenciam no ambiente de trabalho
positivo e identificar o que é a inteligência emocional e quais os benefícios à companhia
empresarial que nela investe.
A escolha do tema se deu através da percepção da relevância da inteligência
emocional no contexto atual, em que as empresas buscam e investem no aprimoramento
contínuo dos seus colaboradores e meios que proporcionem um ambiente de trabalho
agradável, propício à produtividade, com profissionais bem sucedidos e comedidos.
A estrutura desta monografia apresenta, além desta introdução, como primeiro
capítulo, mais três capítulos, referências bibliográficas e um apêndice. No segundo capítulo
será abordado o referencial teórico, dividido em dois tópicos. O primeiro tópico abordará o
ambiente de trabalho, a evolução, o conceito e a importância do trabalho, os fatores que
influenciam no ambiente de trabalho positivo e o sucesso profissional em contraponto à
motivação individual. O segundo tópico tratará da inteligência emocional, do conceito de
inteligência emocional, seu histórico e definição, das vantagens para as empresas que
trabalham com ela, da sua importância para os profissionais e da liderança com inteligência
emocional.
No terceiro capítulo será abordada a pesquisa em dois tópicos. O primeiro tópico a
metodologia da pesquisa e o segundo tópico apresentará a análise e a discussão dos dados. O
quarto capítulo contempla a conclusão e algumas possíveis recomendações para aplicação da
inteligência emocional visando o sucesso corporativo no desenvolvimento e otimização do
ambiente de trabalho positivo. Por fim, apresentam-se as referências bibliográficas e o
apêndice, restando à pesquisa concatenada no estudo monográfico que se construiu e
apresenta-se a seguir.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Ambiente de trabalho
É no ambiente de trabalho que as pessoas passam a maior parte do seu dia ativo.
Nesse contexto, as pessoas o consideram a segunda casa, pois passam mais tempo no trabalho
do que no lar. Navarro (2012, p. 1) afirma que
O ambiente de trabalho é importante para a segurança e qualidade de vida dos
trabalhadores. Muito desses, acrescentando os tempos de deslocamentos de suas
residências para o local de trabalho e vice-versa, chegam a ficar mais de 70% de seu
tempo diário. Assim, o ambiente e as características dos trabalhos realizados devem
ser os mais agradáveis possíveis a fim de que os trabalhadores se sintam bem.
Para uma melhor compreensão do que vem a ser o ambiente de trabalho,
abordaram-se os conceitos de ambiente e trabalho, segundo o dicionário da língua portuguesa.
Tais conceitos se revelam importantes para iniciação da definição de ambiente de trabalho,
alicerçando as noções gerais sobre o tema. Segundo Houaiss, Villar e Franco (2008, p. 37),
ambiente significa
O que rodeia e constitui o meio em que se vive. 2 recinto, espaço, em que se está ou
vive. 3 conjunto de condições que envolve as pessoas; atmosfera. 4 Ambiência
(„espaço‟). 5 conjunto dos aspectos de um meio social, natural ou histórico em que
se situa uma ação [...]
Ainda segundo Houaiss, Villar e Franco (2008, p. 734), trabalho significa
“Atividade profissional, remunerada ou não. 2 Atividade produtiva ou criativa, exercida para
determinado fim. 3 O resultado ou exercício dessas atividades. 4 Local onde a atividade é
exercida. 5 Esforço, lida [...].”
Através dos conceitos de Houaiss, Villar e Franco (2008) pode-se extrair
precisamente o conceito de ambiente de trabalho. Navarro (2012, p. 1) relata que o ambiente
de trabalho é o “[...] local ou ambiente onde se desenvolvem as ações de trabalho, convivência
e permanência dos trabalhadores, enquanto no exercício de suas atividades laborais”.
Entende-se que o ambiente de trabalho, por ser o local onde pessoas desenvolvem
atividades laborais e passam várias horas do dia, necessita no mínimo ser sadio, agradável e
seguro. Verdussen (1978, p. 49, apud FALCÃO, 2008, p. 4) afirma que “Um local de
trabalho, um escritório, uma oficina ou um quarto, deve ser sadio e agradável. O usuário
precisa encontrar aí condições capazes de lhe proporcionar um máximo de proteção e, ao
mesmo tempo, satisfação no trabalho [...]”.
Portanto, o ambiente de trabalho, além de ter de ser sadio, confortável e seguro,
deve influenciar positivamente as pessoas que nele trabalham. Percebe-se que as pessoas são
frutos do meio em que vivem, possuem sentimentos e emoções e tomam atitudes
influenciadas pelo espaço que as rodeia, seja ele físico (instalações, móveis, decoração, entre
outros) ou social (as pessoas que o habitam) (SOBRINHA, 2010). Desta forma, o ambiente de
trabalho tem importante influência no desempenho dos funcionários. Guebur, Poletto e Vieira
(2007, p. 90) afirma que
[...] é preciso estar atendo a alguns detalhes que, muitas vezes, passam
despercebidos e acabam agindo como desestimulantes. Muitos são os motivos ou
acontecimentos que interferem, negativa ou positivamente, no desempenho das
atividades de trabalho de uma organização. Portanto, é importante organizar o local
de trabalho para quem ele ajude no desempenho das funções, sendo eficaz para a
produtividade, ao invés de atrapalhá-la.
Com as afirmações de Guebur, Poletto e Vieira (2007) é de fácil percepção a
importância de um ambiente de trabalho adequado para o alcance de um melhor resultado nas
atividades desempenhadas nele. Um ambiente equilibrado é propício à formação de
profissionais equilibrados. Rodrigues (2012, p. 32) afirma que
Em relação às influências no ambiente de trabalho, não se pode exigir resultados de
uma equipe se esta não tiver um mínimo de comodidade e de condições para realizar
suas necessidades básicas. Mas acredita-se que quanto melhor e mais bem atendidas
estas necessidades tanto melhor será o desempenho de uma equipe.
Entende-se que o ambiente de trabalho pode influenciar no comportamento das
pessoas e, consequentemente, no seu desempenho, afetando diretamente os resultados da
empresa. Logo, a empresa que se preocupa em manter um ambiente de trabalho agradável,
confortável e seguro, com condições adequadas para o desenvolvimento das atividades por
seus colaboradores, está investindo no desempenho da equipe e no aumento da produtividade.
Diante de tais considerações, o próximo tópico abordará a evolução, o conceito e a
importância do trabalho.
2.1.1 Evolução, conceito e importância do trabalho
Perante os diversos conceitos atribuídos ao trabalho, pode-se extrair a essência
que abrange todos eles e resumi-la como sendo a maneira com que o homem transforma o
meio, garante a sua subsistência e se realiza. Segundo Marx (1985, p. 149, apud BRITO,
2005, p. 38),
O trabalho é um processo entre o homem e a Natureza, um processo em que o
homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a
Natureza (...). Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes à sua
corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria
natural numa forma útil para sua própria vida.
Já para Sandroni (1999, p. 609, apud PEREIRA, 2010, p. 7), o trabalho “é toda
atividade humana voltada para a transformação da natureza, com o objetivo de satisfazer uma
necessidade [...]”. Os conceitos de Marx e Sandroni enfatizam a relação existente entre o
trabalho, o homem e a natureza. Deixando claro o poder que o homem tem de transformar o
meio através do trabalho.
Esse poder de transformação, obtido através do trabalho, permite que o homem
mude a situação em que vive, use os recursos da natureza a seu favor, supra suas necessidades
e se realize pessoal e profissionalmente. Percebe-se que o trabalho tem grande influêcia na
evolução do homem. Silva (2008, p. 1) afirma que
A origem etimológica da palavra trabalho, segundo vários autores, vem do latim
tripalium, cujo termo é derivado da junção: tres + palium, significando, porém, o
instrumento formado por três paus usado para punir os cavalos que não queriam
deixar-se ferrar e os quais dificultavam o trabalho do ferreiro. Portanto, o termo
tripaliare (ou trabalhar) significa torturar com o tripalium. Para outros autores,
trabalho deriva do latim trabaculum, o qual é derivado do mesmo latim trabs, o que
significa trave, viga, usada, também, para ferrar animais. E ainda. As palavras
europeias para o termo labor – o latim e o inglês labor, o grego ponos, o alemão
arbeit – significam dor e esforço e também são usadas para indicar as dores do
parto.
Compreende-se que a palavra trabalho carrega em sua origem o significado de
algo ruim, um pesar, um castigo, sofrimento, dor, ou até mesmo um fardo que homem está
condenado a levar para garantir sua sobrevivência e sustento, enquanto viver.
O conceito de trabalho está penetrado no nosso inconsciente pessoal e coletivo
como algo que está sobre todas as coisas e do qual quase todas as coisas dependem. Talvez
por conta da herança dos antepassados ou até mesmo por conta da lembrança da história
bíblica, em que o cansaço foi o castigo para o pecado original (MASI, 1999).
Assim como na afirmação de Silva (2008), nota-se na afirmação de Masi (1999) a
importância aferida ao trabalho para o homem. Da mesma forma Masi (1999) também mostra
que trabalho carrega em sua história a conotação de algum ruim, um castigo. Analisando o
trabalho imposto como uma pena, Martinez (2011) mostra que a história da bíblia, em que se
relata a criação do homem, apresenta no livro de Gênesis o significado aviltante do trabalho.
Quando Adão descumpriu as leis divinas como fruto da sua desobediência, foi
imposto o trabalho para obter o seu próprio sustento, sendo, então, o trabalho uma punição
determinada pela falta de obediência de Adão. Observa-se mais uma vez a conotação negativa
atribuída ao trabalho. De acordo com Masi (1999, p. 12)
O trabalho e a desocupação apresentam desdobramentos paradoxais. Milhões de
pessoas se desesperam por estarem excluídas do exercício de algumas atividades da
qual, entretanto, não gostam, que às vezes até detestam, que muitas vezes são
aviltantes de tão inúteis, mas que as estatísticas oficiais consideram como
“trabalho”. E têm bons motivos para se desesperar, porque a organização social atual
faz depender mesmo do exercício daquelas atividades, isto é, do “trabalho”, o direito
de obter uma retribuição. Isto é, o direito a viver de um modo decente e
independente, ter uma casa e filhos, ser bem aceito no convívio social.
Seguindo a linha de entendimento do autor, o homem se tornou refém do trabalho
e, embora o veja como um fardo, necessita dele para suprir suas necessidades, ter uma vida
decente e ser bem aceito na sociedade. Martinez (2011, p. 36) afirma que “Se o trabalho por
conta própria, realizado para fins de sobrevivência, já possuía em si a ideia de pena, o trabalho
por conta alheia impôs um sentimento bem mais negativo”.
Mesmo com a origem negativa do trabalho, implicando a ele um significado de
pena, castigo, algo ruim, percebe-se o seu valor nas extremidades da vida do homem, desde o
suprimento das necessidades básicas que promovem a sobrevivência, até a satisfação que
promove a sua realização profissional e pessoal.
“O trabalho é um método que transforma a realidade e promove a sobrevivência e
a realização do ser humano” (ZANELLI, ANDRADE & BASTOS, 2004, p. 13). A afirmação
de Zanelli, Andrade e Bastos (2004) atribui ao trabalho uma conotação positiva e mostra o seu
poder de transformação na vida do ser humano. Através do trabalho, o homem opera sobre o
meio de maneira ativa e obtém os recursos de que necessita.
Entende-se que o trabalho é um instrumento que contribuiu positivamente para a
evolução do homem. Através do trabalho o homem mudou sua maneira de pensar, agir e
sentir, ou seja, o trabalho o fez crescer e evoluir. Masi (1999, p. 13) afirma que
As pessoas que “trabalham”, isto é, aquele bilhão que exerce encargos regularmente
remunerados está mais garantida do que as outras, é mais respeitada, pode ostentar a
profissão no cartão de visita. Ao “trabalho”, de fato, são atribuídos efeitos positivos,
até milagrosos. Segundo muitos sociólogos, apenas quem trabalha consegue
socializar-se, amadurecer, realizar-se. Segundo algumas religiões, só quem trabalha
consegue se redimir do pecado original e alcançar o paraíso.
A afirmação de Masi (1999) mostra com precisão os efeitos positivos do trabalho.
Através dela compreende-se que o trabalho agrega valor ao homem. A pessoa que trabalha se
sente mais valorizada e aceita pela sociedade. O trabalho tem também a importante função de
promover a agregação social, pois une as pessoas, faz com que elas se relacionem, troquem
conhecimentos, cresçam e construam laços.
Martinez (2011) afirma que, no cenário de transformação do individualismo para
o coletivismo, em que se deu abertura para o interesse coletivo, o trabalho sempre foi visto
como um importante instrumento de agregação social. Em sua afirmação, Martinez (2011)
salienta o poder do trabalho na transformação da sociedade e sua contribuição para a
formação de relações entre os homens. De acordo com Teixeira (1995, p. 132, apud BRITO,
2005, p. 39)
Quem se põe a observar a sociedade capitalista, percebe que ela é fundada em
relações comerciais entre os indivíduos, cujos interesses privados, particulares é o
que une e os leva a se relacionarem entre si. É no mundo das mercadorias, no mundo
do mercado, e por meio dele que se tecem as relações entre os homens.
Observa-se que o paradigma que impõe ao trabalho um valor negativo é desfeito
diante da realidade em que ele proporciona inúmeros benefícios ao homem e é estritamente
necessário para o desenvolvimento de um ser social. É comum se escutar que „o trabalho
dignifica o homem‟, que „um homem sem trabalho não tem honra‟ e que „primeiro o trabalho
e depois o lazer‟. Frases como essas resumem a relevância imputada ao trabalho na vida do
ser humano e na sociedade.
Falcão (2011, p. 73) explica que “desde sua existência o homem precisou
trabalhar, em princípio para se alimentar e sobreviver em um ambiente primitivo e em seguida
para produzir armas utilizadas para defesa, quando ameaçado por animais ou outros homens”.
O trabalho passou por várias fases desde a época primitiva até a chegada da indústria, que foi
um marco em sua história.
Por muitos anos, até o surgimento da indústria, os aristocratas, os proprietários de
terras e os intelectuais, pessoas que faziam parte do alto da pirâmide social, não trabalhavam.
Eles obtinham riqueza e prestígio através do nome da família, da proteção às artes e letras e
de rendas. Em contrapartida, hoje, um empresário, administrador ou diretor geral investe
muito mais tempo no trabalho que um operário ou empregado.
Ou seja, milhares de anos atrás, quanto mais rico menos tempo o homem passava
trabalhando, tendo mais tempo livre para dedicar-se a si, à família e aos amigos. Ao passo que
atualmente, quanto mais rico, mais o homem trabalha. O trabalho deixou de ser castigo e
passou a ser privilégio (MASI, 1999). Com o surgimento da indústria, inicia-se uma nova era
caracterizada pelo trabalho cruel que ultrapassava os limites do corpo e da mente.
Masi (1999, p. 13) expõe que
Depois, pelo fim do século XVIII, chegou a indústria: milhões de camponeses e
artesãos se transformaram em trabalhadores “subordinados”, os tempos e os lugares
de trabalho passaram a não depender mais da natureza, mas da regras empresariais e
dos ritmos da máquina, dos quais o operário não passava de uma engrenagem. O
trabalho – que podia durar até quinze horas por dia – passou a ser um esforço cruel
para o corpo do operário e preocupação estressante para a mente do empregado.
Quando existia, deformava os músculos e o cérebro; quando não existia, reduzia os
trabalhadores a desocupados e os desocupados a “subproletariado”: trapos ao vento,
como diz Marx.
Masi (1999) relata uma época em que o homem estava exposto a situações cruéis,
em que o trabalho a ele imposto exigia que se esforçasse como parte de uma máquina,
extrapolando os limites do ser humano. Segundo Falcão (2011, p. 78)
A Revolução Industrial, o surgimento da máquina de fiar e da máquina a vapor são
tidos pela doutrina trabalhista como os acontecimentos responsáveis por transformar
o trabalho em emprego, e, mais que isso, foram determinantes para o
desenvolvimento do trabalho assalariado, dos contratos de trabalhos e, por
conseguinte, do próprio Direito do Trabalho.
Falcão I. (2011) relata uma época da história do trabalho, determinante para o
surgimento de uma nova fase, em que o trabalhador passou a ter seus direitos. Martins (2002,
p. 36, apud FALCÃO I., 2011, p.78) afirma que
Havia necessidade de que as pessoas viessem, também, a operar as máquinas não só
a vapor, mas as máquinas têxteis, o que fez surgir o trabalho assalariado. Daí nasce
uma causa jurídica, pois os trabalhadores começaram a reunir-se, para reivindicar
melhores condições de trabalho e de salários, diminuição das jornadas excessivas
[...]. A partir desse momento, surge uma liberdade na contratação das condições de
trabalho. O Estado, por sua vez, deixa de ser abstencionista, para se tornar
intervencionista, interferindo nas relações de trabalho.
Atualmente, com a evolução do trabalho, o trabalhador passou a possuir direitos
que o resguarda e garantem o seu bem-estar. Leis foram criadas para regimentar as condições
de trabalho e determinar, por exemplo, a jornada de trabalho, intervalos dentro da jornada de
trabalho e entre as jornadas, férias, repouso semanal obrigatório, e estabelecer ainda outros
benefícios. Tudo no sentido de prover as melhores condições de trabalho possíveis.
Além dos direitos obtidos ao longo dos anos visando o bem-estar do empregado,
existem outros fatores que influenciam no ambiente de trabalho positivo. O próximo tópico
abordará esses fatores.
2.1.2 Fatores que influenciam no ambiente de trabalho positivo
Há uma série de fatores que influenciam para a formação de um ambiente de
trabalho positivo, onde os colaboradores se sintam bem, confortáveis, seguros e motivados.
De acordo com Krone et al. (2013, p. 4)
O ambiente de trabalho se distingue por condições físicas, materiais, e por
qualidades psicológicas e sociais. Sendo assim, um ambiente de trabalho agradável
pode influenciar o relacionamento interpessoal e a produtividade, bem como reduzir
acidentes, doenças, absenteísmo e rotatividade de colaboradores [...]
Através da afirmação de Krone et al., percebe-se a influência do ambiente de
trabalho no desempenho dos colaboradores. Partindo desse princípio, entende-se que, quanto
mais positivo o ambiente de trabalho, melhores serão os resultados alcançados. Atualmente,
as empresas estão mais envolvidas e preocupadas em investir no ambiente de trabalho
positivo e garantir o bem-estar e satisfação dos funcionários.
Navarro (2012, p. 1) expõe que
A segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores são preocupações vitais de
centenas de milhões de profissionais em todo o mundo, mas a questão se estende
para além dos indivíduos e suas famílias. Ela é de suprema importância para a
produtividade, competitividade e sustentabilidade das empresas e comunidades,
assim como para as economias nacionais e regionais.
Observa-se, na exposição do autor, a importância aferida ao ambiente de trabalho,
para produtividade, competitividade e sustentabilidade das empresas. Isso justifica o fato das
empresas estarem com olhares voltados para o seu melhoramento contínuo e tratarem com
tanto esmero o assunto. Krone et al. (2013, p. 11) afirma que
A importância da Qualidade de vida no Trabalho reside no fato de que passamos em
ambiente de trabalho a maior parte de nosso dia, em média por 35 anos de nossas
vidas, portanto os funcionários que possuem qualidade de vida na empresa são mais
felizes e, por isso, produzem mais, pois isto resulta em maior probabilidade de se
obter qualidade de vida pessoal, social e familiar, embora estejam em diferentes
esferas e nelas se desempenhem papéis diferentes, o funcionário precisa de tempo
para administrar suas várias carreiras como: pais, mães, filhos, maridos, esposas e
cidadãos. As empresas certamente podem ajudar a manter esse equilíbrio.
Compreende-se que, para a constituição de um ambiente de trabalho positivo, a
empresa necessita proporcionar aos seus colaboradores qualidade de vida no trabalho. Entre
os diversos fatores que influenciam para a qualidade de vida no trabalho, pode-se mencionar:
satisfação no trabalho, crescimento profissional, ambiente psicológico e físico de trabalho,
liberdade e responsabilidade de decidir, reconhecimento pelos resultados alcançados,
benefícios especiais e relacionamento humano dentro do grupo e da organização (KRONE et
al., 2013).
O atendimento desses fatores de forma satisfatória gera qualidade de vida no
trabalho e consequentemente contribui para um ambiente de trabalho positivo. Falcão (2008)
explica que um ambiente é fruto dos fatores que atuam sobre ele. Classifica os fatores
atuantes no ambiente como Principais e Secundários. Os principais são temperatura,
iluminação, ruídos, vibrações, odores, cores e layout. Já os secundários são arquitetura,
relações humanas, remuneração, estabilidade e apoio social.
A conjuntura favorável dos fatores mencionados, por certo, trará como
consequência a estruturação de um ambiente de trabalho positivo que otimizará os recursos de
trabalho da corporação e certamente manterá os colaboradores satisfeitos. Um fator que
contribui fortemente para um ambiente de trabalho positivo é o relacionamento entre as
pessoas que fazem parte da organização, sejam colaboradores ou gestores, pois não há como
manter um ambiente agradável e positivo se não existir um bom relacionamento entre as
pessoas. Segundo Ruggiero (2008, p. 45 apud KRONE et al., 2013, p. 12),
Por mais engajados que os colaboradores sejam, sua força jamais será potencializada
se não houver bom relacionamento entre os mesmos. Em um relacionamento é
preciso que tenhamos, boa educação e respeito mútuo entre gestores e
colaboradores. A efetiva força do grupo só será possível por meio de um
relacionamento transparente e não superficial entre seus membros.
As pessoas que fazem parte do ambiente de trabalho podem contribuir ou não para
que ele seja positivo. As suas atitudes são vitais para formação de um ambiente positivo ou
negativo. O papel do gestor, como pessoa e líder, é decisivo para o alcance de um ambiente
saudável e desejável, principalmente, pelo estímulo constante a integração das pessoas e
equipes (NETO; CABRAL, 2007).
Com a afirmação de Neto e Cabral (2007), nota-se que as pessoas têm grande
influência para a formação de um ambiente de trabalho agradável. As habilidades emocionais
descritas pelo autor Goleman (1995) também têm grande influência para a formação de um
ambiente de trabalho positivo. Uma delas é a empatia, capacidade de saber como o outro se
sente.
É perceptível que um ambiente de trabalho onde as pessoas conseguem
compreender o que as outras sentem e se colocam no lugar das outras é mais positivo. O valor
gasto em qualquer melhoria no ambiente de trabalho é investimento de grande rentabilidade,
podendo gerar maior produtividade, redução dos acidentes, doenças ocupacionais e
abstencionismo, resultando num melhor relacionamento entre a empresa e os funcionários
(FALCÃO F., 2008, p. 8).
A empresa que entende que um ambiente de trabalho positivo influencia
sensivelmente na produtividade passa a ver os custos com melhorias no ambiente como
investimentos.
2.1.3 Sucesso profissional x motivação individual
Ao falar de sucesso profissional e motivação individual, é perceptível que ambos
são bastante subjetivos. Isto porque a motivação individual é algo interno, que varia de uma
pessoa para outra, e da mesma forma é o sucesso profissional. Não há uma definição exata do
que vem a ser o sucesso profissional, visto que ele está diretamente ligado à perspectiva de
cada pessoa.
Chiavenato (2004, p.390 apud KRONE et al.,2013, p.4) afirma que
A motivação seria uma força ou energia, que nasce de nossas necessidades
interiores, ela é intrínseca, ou seja, está dentro de cada um de nós, e ninguém pode
de forma alguma motivar alguém, apenas recebemos estímulos que irão satisfazer
nossas necessidades interiores e assim ficar motivados.
A definição de Chiavenato mostra a subjetividade da motivação, por ser algo
intrínseco à pessoa, não há uma fórmula que defina o que pode motivar todas as pessoas.
Cada pessoa é motivada através de estímulos diferentes. Segundo Salanova, Hontangas e
Peiró (1996, p. 16, apud ZANELLI, ANDRADE & BASTOS, 2004, p. 146) “Motivação pode
ser definida como uma ação dirigida a objetivos, sendo auto-regulada, biológica ou
cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções,
valores, metas e expectativas.”
Com a afirmação de Salanova, Hontangas e Peiró (1996), observa-se novamente
que os fatores que motivam o ser humano se distinguem de uma pessoa para outra. Segundo
Lopes (2003, p. 21),
A motivação existe dentro das pessoas e se dinamiza através das necessidades
humanas. Todas as pessoas têm suas necessidades próprias, que podem ser
chamadas de desejos, aspirações, objetivos individuais ou motivos. As necessidades
humanas ou motivos são forças internas que impulsionam e influenciam cada pessoa
determinando seus pensamentos e direcionando o seu comportamento frente às
diversas situações da vida.
Entende-se que a motivação é influenciada pelas necessidades da pessoa. Essas
necessidades são individuais e influenciadas por aspectos biológicos e psicológicos,
características específicas de cada indivíduo. Lopes (2003, p. 21) afirma também que
As necessidades constituem as fontes internas da motivação da pessoa. Cada um
possui seus próprios e específicos motivos ou necessidades, que são pessoais e
individuais, pois são determinados pelos fatores que formam a personalidade, pelos
traços biológicos e psicológicos e pelas características adquiridas através da
experiência pessoal e aprendizagem de cada pessoa. Cada um pode sentir e perceber
seus motivos e necessidades de maneira diferente em épocas ou situações diferentes.
Ainda segundo Lopes (2003), a motivação está dentro das pessoas, motivação
interna, mas pode ser influenciada por fontes externas, como empresa e sociedade. Sendo
ideal que as fontes internas e externas se complementem. A autora define as necessidades,
aptidões, interesses, valores e habilidade da pessoa como motivos internos. Afirma que esses
são os impulsos inferiores de natureza fisiológica e psicológica. Define como motivos
externos os estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que satisfaçam as
necessidades.
A partir do entendimento de Lopes, compreende-se como fontes externas:
ambiente, outras pessoas, metas, situações, prêmios, vantagens, desafios, entre outros.
Segundo Goleman (1995), a motivação pode ser direcionada e impulsionada
através da inteligência emocional. Sob a perspectiva do autor, encontrar motivação frente às
frustações da vida é um mérito que pode ser obtido através da inteligência emocional.
De acordo com Guebur, Poletto e Vieira (2007, p. 89)
No contexto da inteligência emocional, motivação significa utilizar a energia
necessária para um propósito específico, mantendo esse processo em andamento e
sendo persistente até finalizar o trabalho, ou seja, até atingir o objetivo almejado.
Compreende-se que a inteligência emocional é um fator interno que, quando
desenvolvido, tem o poder de impulsionar a motivação até mesmo diante das situações
difíceis, em que os fatores externos não contribuem. Lopes (2003, p. 19) afirma que “a
motivação refere-se a forças de dentro de cada pessoa que conduzem a um determinado
comportamento, funciona como o resultado da interação entre o indivíduo e a situação que o
envolve”.
Através da inteligência emocional é possível que a pessoa se sinta motivada
mesmo quando a situação que a envolve não seja um estímulo. Partindo da ideia de que as
pessoas se diferenciam por possuírem características, necessidades, desejos, emoções, valores,
metas e expectativas particulares, entende-se que a motivação é gerada de maneira diferente
em cada pessoa. Imamura (2010, p. 10) afirma que
Sucesso é um sentimento único e particular do indivíduo. Cada um o vê de uma
maneira e é isto que faz com que não exista uma fórmula para alcançá-lo. Alguns
acham que o alcançam quando conseguem uma boa remuneração, outros quando
encontram um bom emprego, ou até mesmo o cargo dos sonhos, mesmo que a
remuneração não seja assim tão boa.
Assim como a motivação, não há como definir com exatidão o que é o sucesso
profissional ou o caminho para alcançá-lo, por se tratar de algo individual do ser humano.
Cada pessoa tem suas metas, seus objetivos e sonhos. O sucesso profissional para
determinada pessoa pode ser trabalhar com o que gosta, já para outra pode ser receber como
remuneração determinada quantia, para outra pode ser bater todas as metas. O sucesso
profissional pode ter infinitas formas, quem o define é aquele que o almeja.
Coaracy (2008) afirma que
É a motivação que permite que alguém trabalhe horas a fio sem sentir cansaço, que
faz com que o atleta persista no treinamento mesmo com os pés feridos. É o que leva
uma pessoa superar seus limites obstinadamente, como se estivesse sob o efeito de
uma substância poderosa e irresistível, transformando o processo de conquistar um
objetivo numa aventura maravilhosa.
Compreende-se que a motivação tem o poder de conduzir as pessoas ao alcance
dos seus objetivos, é como um comprimido de forças para enfrentar desafios de forma
obstinada. De acordo com Lopes (2003, p. 31)
A motivação para o trabalho é um estado de espírito positivo, que permite ao
indivíduo a realização das tarefas do cargo e de seu pleno potencial. É a “gasolina”
interior para se enfrentarem os desafios da função e da organização. É a paixão com
que o indivíduo exerce uma missão, alcançando satisfação quando os objetivos são
alcançados.
Através das afirmações de Coaracy e Lopes, é possível compreender que a
motivação de uma pessoa a conduz ao alcance do sucesso, seja profissional ou pessoal. Do
que se conclui que, em sendo os padrões de sucesso profissional conceitos intrínsecos e
individuais de cada ser, que o percebe de diversas maneiras distintas, seria impossível definir
um conceito de tal forma abrangente que abarque todas estas conotações.
Não obstante isso é perceptível que os indivíduos motivados tendem a alcançar os
seus objetivos com mais facilidade. O desenvolvimento da inteligência emocional capacita os
indivíduos a permanecerem motivados e alçarem seus objetivos.
2.2 Inteligência emocional
Os noticiários relevam inúmeros casos de desentendimentos, seja no trabalho, no
trânsito, na família, entre amigos ou pessoas desconhecidas. Paixões compulsivas, ciúmes,
raivas descontroladas, impulsos desmedidos são algumas das causas destes desentendimentos,
que, em diversas vezes, acabam em morte. Pessoas com alto nível de escolaridade, como
médicos, advogados, juízes e empresários estão envolvidos nestas tragédias expostas nos
jornais.
Percebe-se que o conhecimento adquirido na escola e nos cursos de graduação não
são o suficiente para garantir que o homem tenha uma vida equilibrada. As emoções
descontroladas podem arruinar a vida de qualquer pessoa. “Em resumo, as emoções
descontroladas podem fazer pessoas inteligentes parecerem burras” (GOLEMAN, 2001, p.
36).
Lidar com as emoções de forma com que elas não venham a afetar negativamente
os resultados em qualquer área da vida é o que a inteligência emocional ajuda o ser humano a
fazer. “Inteligência emocional refere-se à capacidade de identificar nossos próprios
sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro
de nós e em nossos relacionamentos” (GOLEMAN, 2001, p. 337).
O bom gerenciamento das emoções pode evitar conflitos e situações de
desequilíbrio que causariam prejuízo aos envolvidos. Goleman explica que o ser humano
possui duas mentes, a emocional e a racional, uma sente e a outra pensa e as duas trabalham
harmoniosamente na parte do tempo (GOLEMAN, 1995).
Entende-se que o equilíbrio entre a mente emocional e racional é o que define o
equilíbrio das emoções. “Em geral, há um equilíbrio entre as mentes emocional e racional,
com a emoção alimentando e informando as operações da mente racional, e a mente racional
refinando e às vezes vetando o insumo das emoções” (GOLEMAN, 1955, p. 23).
Mas nem sempre esse equilíbrio existe. Goleman (1995) afirma que as duas
mentes se coordenam na maioria das vezes, sendo os pensamentos e os sentimentos essenciais
um para o outro. Mas quando as paixões chegam, existe uma perda de equilíbrio e a mente
emocional comanda e inunda a racional. Quando ocorre o desequilíbrio entre a mente racional
e a emocional, como cita o autor, as emoções tomam a frente e o papel da mente racional é
inibido.
Para melhor compreensão do que vem a ser emoção, a seguir serão expostas
definições de diferentes autores. Houaiss, Villar e Franco (2008, p. 276) define emoção como
“abalo afetivo ou moral”. Soto (2005, apud FERREIRA, 2007, p. 6) afirma que “A emoção é
um estado interno – fisiológico e mental – do organismo que pode ser analisado a partir de
uma dupla perspectiva provocada pela resposta interna do sujeito diante de um estímulo
percebido como agradável ou desagradável”.
Já Goleman (1995) expõe seu entendimento a respeito da definição de emoção e
mostra a abrangência do significado.
Eu entendo que emoção se refere a um sentimento e seus pensamentos distintos,
estados psicológicos e biológicos, e a uma gama de tendências para agir. Há
centenas de emoções, juntamente com suas combinações, variações, mutações e
matizes. Na verdade, existem mais sutilezas de emoções do que as palavras que
temos para defini-las (GOLEMAN, 1995, p. 305).
Para Madrigal (2003, apud FERREIRA, 2007, p. 6),
A emoção é o componente principal das vidas das pessoas. Emoções não variam
somente em tipos, mas também em intensidade. E esta intensidade emocional é a
mola propulsora para o entendimento de como comportamentos e sentimentos são
influenciados fortemente pelas emoções.
Goleman (1995) explica que ira, tristeza, surpresa, vergonha, medo, prazer, amor
e nojo são considerados por alguns teóricos como as emoções primárias que formam famílias
básicas e alguns membros destas famílias são: fúria, revolta, sofrimento, mágoa, ansiedade,
apreensão, felicidade, alegria, aceitação, amizade, choque, espanto, desprezo, desdém, culpa e
vexame.
Essas emoções influenciam o modo de pensar, falar e agir do ser humano e têm o
poder de influenciar positiva ou negativamente cada atitude e de gerar ou não situações de
conflitos. Sob a ótica de Goleman, é através do controle dos impulsos que o ser humano
consegue alcançar objetivos, evitar situações de conflitos, permanecer no foco e, de modo
geral, evitar prejuízos (GOLEMAN, 1995).
Observam-se os inúmeros benefícios proporcionados pela inteligência emocional
para a vida do ser humano. Lutar contra a própria natureza e conseguir controlar impulsos
avassaladores são mérito de poucos, mas que podem ser alcançados através das competências
emocionais. Goleman (2001, p 37) afirma que
O grande divisor de águas entre os tipos de competências se situa entre a mente e o
coração ou, em termos técnicos, entre a cognição e a emoção. Alguns tipos de
competências são puramente cognitivos, tais como o raciocínio analítico ou a perícia
técnica. Outros combinam pensamento e sentimento, e a esses chamamos
competências emocionais.
Portanto, além de competências cognitivas, que irão influenciar no
desenvolvimento do nosso trabalho em termos técnicos, precisamos também de competências
emocionais para desenvolvê-lo de forma equilibrada. Segundo Goleman (1995, p. 18):
Uma visão da natureza humana que ignora o poder das emoções é lamentavelmente
míope. O próprio nome homo sapiens, a espécie pensante, é enganoso à luz da nova
apreciação e opinião do lugar das emoções em nossas vidas que nos oferece hoje a
ciência. Como todos sabemos por experiência, quando se trata de modelar nossas
decisões e ações, o sentimento conta exatamente o mesmo – e muitas vezes mais –
que o pensamento [...] Para o melhor e o pior, a inteligência não dá em nada, quando
as emoções dominam.
Seguindo o entendimento de Goleman (1995), nota-se que as emoções têm o
mesmo poder que o pensamento diante de situações, ações e decisões, muitas vezes até se
sobressaem e quando as emoções se sobressaem, não importa quão inteligente a pessoa seja, a
sua inteligência é anulada diante do domínio exercido pelas emoções. Compreende-se que a
inteligência emocional é muito importante para o homem na sua desenvoltura na vida e pode
garantir o sucesso ou fracasso em diversas áreas. Para maior explanação da inteligência
emocional, o próximo tópico abordará seu histórico e definição.
2.2.1 Inteligência emocional: histórico e definição
Para uma melhor compreensão da definição de inteligência emocional, será
abordado primeiramente o que vem a ser inteligência. De acordo com Houaiss, Villar e
Franco (2008, p. 428), inteligência é “capacidade de aprender e compreender”.
A palavra inteligência tem sua origem da junção de outras duas palavras latinas, a
palavra inter (entre) mais a palavra legere (eleger ou escolher). Adaptando-se a
origem desse termo ao conceito atual de inteligência chega-se à ideia de que a
inteligência é a escolha (melhor) entre duas ou mais situações. Assim, é inteligente
quem escolhe a melhor saída ou a melhor resposta, e esse conceito indica a
capacidade que dispomos para, através da seleção, penetrar na compreensão das
coisas. (ANTUNES, 1998, p. 16, apud GUEBUR; POLETTO & VIEIRA, 2007, p.
81).
Logo, a maneira com que o homem reage diante das situações, seu grau de
compreensão, suas atitudes e decisões demonstram seu potencial de inteligência. Uma nova
definição do que é ser inteligente, algo que descontrói os princípios de muitos a respeito da
hegemonia atribuída ao QI ou cociente de inteligência para o alcance sucesso pessoal e
profissional, é o que temos visto através dos estudos sobre a inteligência emocional.
Goleman (2001, p. 16) afirma que
Por muitas décadas, falou-se vagamente sobre essas habilidades, que eram chamadas
de temperamento e personalidade ou habilidades interpessoais (habilidades ligadas
ao relacionamento entre pessoas, como a empatia, liderança, otimismo, capacidade
de trabalho em equipe, de negociação etc.), ou ainda competência. Atualmente, há
uma compreensão mais precisa desse talento humano, que ganhou um novo nome:
inteligência emocional.
O empenho de muitos profissionais em desenvolver pesquisas e testes buscando
provar a importância da inteligência emocional na vida do ser humano tem mostrado em seus
resultados o papel fundamental deste talento para o alcance da excelência na vida pessoal e
profissional. Goleman (1995, p. 9) explica que “[...] A cabeça e o coração precisam um do
outro”. Entende-se a necessidade que há do equilíbrio entre cabeça e coração, razão e emoção.
Dentre os mais influentes teóricos da inteligência que apontaram a distinção entre
capacidades intelectuais e emocionais estava Howard Garder, psicólogo de Harvard,
que propôs, em 1983, um modelo amplamente conceituado de inteligência múltipla.
Sua lista de sete tipos de inteligência incluía não apenas as conhecidas aptidões para
a fala e a matemática, mas também duas variedades pessoais: o conhecimento do
mundo interior de cada um e a aptidão social (GOLEMAN, 1995, p.10).
Porém, em seu modelo, Garder ficou adstrito aos elementos cognitivos, pouco
abordou a importância das emoções (GOLEMAN, 2001). Nos anos 80, o psicólogo Bar-On
propôs um modelo pioneiro de inteligência emocional e sua teoria surgiu pela primeira vez
em sua tese de doutorado (GOLEMAN, 2001). “[...] Esse modelo, em essência, descreve a
inteligência emocional como um conjunto de habilidades pessoais, emocionais e sociais que
influenciam a capacidade de uma pessoa lidar com as exigências e pressões do meio”
(GOLEMAN, 2001, p. 395).
Em seu modelo, Bar-On explica que as 15 habilidades-chave fazem parte de cinco
conjuntos gerais: capacidades intrapessoais, habilidades interpessoais, adaptabilidade,
estratégias de gerenciamento do estresse e os fatores motivacionais e de estado de ânimo geral
(GOLEMAN, 2001).
Em resumo, podem-se definir capacidades intrapessoais como a capacidade de
percepção do próprio ser. Habilidades interpessoais, a capacidade de perceber e compreender
os sentimentos dos outros. Adaptabilidade, a capacidade de mudar com flexibilidade os
pensamentos e sentimentos. Estratégia de gerenciamento de estresse, a capacidade de lidar
com o estresse. E fatores motivacionais e de estado de ânimo geral, a capacidade de ser
otimista (GOLEMAN, 2001).
Mas, os primeiros a formalizar o conceito de inteligência emocional no âmbito
acadêmico foram os pesquisadores Peter Salovery e John Mayer, em 1990, através de dois
artigos (MAYER, DIPAOLO & SALOVEY, 1990, apud NETA, GARCÍA & GARGALLO,
2008). Ao introduzirem o termo inteligência emocional na literatura científica, Salovey e
Mayer lançaram um conceito inovador e abriram portas para que outros pesquisadores
abordassem o assunto.
Na primeira publicação de natureza teórica os autores propuseram uma definição
inicial de inteligência emocional como sendo “a habilidade para controlar os
sentimentos e emoções em si mesmo e nos demais, discriminar entre elas e usar essa
informação para guiar as ações e os pensamentos” (MAYER; DIPAOLO &
SALOVEY, 1990, p. 189, apud, NETA, GARCÍA & GARGALLO, 2008, p. 12).
“O segundo artigo ofereceu as primeiras demonstrações empíricas de como a
inteligência emocional poderia ser considerada como uma habilidade mental” (NETA,
GARCÍA & GARGALLO, 2008, p. 12). Por alguns anos o conceito inovador ficou
praticamente impensado, até que o psicólogo e redator científico Goleman, em 1995, baseado
nas ideias de Salovey e Mayer publicou o livro inteligência emocional (NETA, GARCÍA &
GARGALLO, 2008). Goleman (1995, p. 19) expõe que
[...] embora nossas emoções tenham sido sábias no longo percurso evolucionário, as
novas realidades que a civilização apresenta surgiram com tanta rapidez que a lenta
marcha da evolução não pôde acompanhar. Na verdade, as primeiras leis e
proclamações de ética – o Código de Hamurabi, os Dez Mandamentos dos hebreus,
os Éditos do imperador Ashoka – podem ser interpretadas como tentativas de conter,
subjugar e domesticar a vida emocional. Como descreveu Freud em O Mal-estar na
Civilização, a sociedade teve de impor de fora regras destinadas a conter as ondas de
excesso emocional que surgem demasiado livres de dentro.
Seguindo o entendimento do autor, percebe-se que há milhões de anos já existiam
pessoas que contemplavam a importância do controle das emoções na vida do ser humano e
estipulavam regras e valores na tentativa de controlá-las. Goleman (2001) relata que, em
princípio, a máquina era a medida do trabalho humano, mais adiante surgiu um novo padrão
de avaliação, o teste de QI.
Em seguida, com a descoberta de que a personalidade era um ingrediente de
excelência, surgiu mais uma medida de potencial de trabalho, os testes e as tipologias da
personalidade. Porém, os testes de personalidade não eram eficazes, por muitas vezes fugirem
do objetivo e os de QI também não eram infalíveis, pois muitas vezes pessoas de alto QI não
desempenhavam bem suas funções no trabalho, já outras de QI moderado se destacavam.
A monografia de McClelland de 1973, Testing for Competence Rather than
Intelligence [Testando Competência em vez de Inteligência], modificou os termos
do debate. McClelland sustentou que os conceitos tradicionais de habilitação
acadêmica, notas escolares e credenciais avançadas simplesmente não eram capazes
de predizer o desempenho profissional de ninguém e nem mesmo se uma pessoa iria
ou não vencer na vida. Em lugar disso, propôs a tese segundo a qual um conjunto de
tipos específicos de competência, incluindo empatia, autodisciplina e iniciativa,
distinguiria os mais bem-sucedidos daqueles que eram bons apenas para manterem
seus empregos (GOLEMAN, 2001, p. 29).
Nos últimos 25 anos, a percepção de McClelland fomentou pesquisas com
centenas de milhares de empregados, que variam de funcionários com cargos mais baixos aos
mais altos executivos, em organizações tão grandes como o governo dos Estados Unidos e tão
pequenas quanto empresas de apenas uma pessoa. Todas as conclusões identificaram que a
inteligência emocional é o ingrediente-chave para o alcance do êxito no trabalho
(GOLEMAN, 2001).
A inteligência emocional (IE) constitui um campo de investigação relativamente
novo, que traz consigo a proposta de ampliar o conceito do que é aceito como
tradicionalmente inteligente, incluindo nos domínios da inteligência aspectos
relacionados ao mundo das emoções e sentimentos (WOYCIEKOSKI & HUTZ,
2009, p. 1).
Apesar de a inteligência emocional ser um conceito novo, os dados existentes
indicam que ela pode ser tão poderosa ou mais que o QI (GOLEMAN, 1995).
Hoje, é a neurociência que defende levar-se a sério as emoções. As novas da ciência
são encorajadoras. Dizem-nos que, se dermos mais atenção sistemática à inteligência
emocional – ao aumento da autoconsciência, a lidar mais eficientemente com nossos
sentimentos aflitivos, manter o otimismo e a perseverança apesar das frustações,
aumentar a capacidade de empatia e envolvimento, de cooperação e ligação social –
o futuro pode ser mais esperançoso (GOLEMAN, 1995, p. 8).
Observa-se que os estudos têm comprovado a importância da inteligência
emocional e atribuem a ela o poder de proporcionar ao homem dias melhores. Nos dias atuais,
a ciência pode abordar com mais domínio as questões da psique e fazer um mapeamento mais
preciso do coração humano. Esse estudo confronta aqueles que têm o QI como um fator
determinante para definir o destino das pessoas, algo que é genético e não pode ser alterado.
O mapeamento os desafia a explicar como pessoas de alto QI fracassam e as de QI
modesto são bem sucedidas. Goleman responde ao questionamento afirmando que a diferença
na maioria das vezes está nas competências definidas como inteligência emocional, que
incluem autocontrole, zelo, persistência e a capacidade de nos motivar a nós mesmos
(GOLEMAN, 1995). Adiante serão abordadas diferentes definições de inteligência
emocional, expostas por Goleman, Mayer, Salovey e Weisinger. Goleman (1995, p. 46) traz a
seguinte definição:
[...] inteligência emocional: talentos como a capacidade de motivar-se e persistir
diante de frustrações, controlar impulsos e adiar satisfação, regular o próprio estado
de espírito e impedir que a aflição invada a capacidade de pensar, criar empatia e
esperar [...].
Mayer e Salovey (1997/2007, p. 32, apud NETA, GARCÍA & GARGALLO,
2008, p. 13) afirma que
A inteligência emocional implica a habilidade para perceber e valorar com exatidão
a emoção; a habilidade para acessar e ou gerar sentimentos quando essas facilitam o
pensamento; a habilidade para compreender a emoção e o conhecimento emocional,
e a habilidade para regular as emoções que promovem o crescimento emocional e
intelectual.
Goleman (2001, p. 19) afirma que
[...] inteligência emocional não quer dizer liberar sentimentos, “botar tudo para
fora”. Diferentemente, significa administrar sentimentos de forma a expressá-los
apropriadamente e efetivamente, permitindo às pessoas trabalhem juntas, com
tranquilidade, visando suas metas comuns.
De acordo com Weisinger (2001, p. 14 apud GUEBER, POLETTO & VIEIRA,
2007, p. 84)
A inteligência emocional é simplesmente o uso inteligente das emoções – isto é,
fazer intencionalmente com que as suas emoções trabalhem a seu favor, usando-as
como uma ajuda para ditar seu comportamento e seu raciocínio de maneira a
aperfeiçoar seus resultados.
As definições expostas pelos autores acima citados conduzem a observar que a
inteligência emocional é um meio que viabiliza o controle das emoções. Percebe-se também a
relevância da inteligência emocional na vida do homem em qualquer âmbito e sob diversos
aspectos. Nesse contexto, o próximo tópico abordará a importância da inteligência emocional
para os profissionais.
2.2.2 A importância da inteligência emocional para os profissionais
A alta competitividade é uma realidade atual enfrentada por diversos
profissionais. Diante desta realidade é perceptível a preocupação de muitas pessoas em
adquirir novos conhecimentos para encarar o mercado com diferencial competitivo. Estas
pessoas vivem uma verdadeira jornada acadêmica, fazendo cursos e mais cursos, acreditando
estar investindo no sucesso.
Porém, os estudos relacionados à inteligência emocional mostram que apenas o QI
não é o suficiente para garantir o sucesso na vida profissional. Neste contexto, a inteligência
emocional tornou-se um diferencial competitivo. Segundo Cavalieri e Soares (2007, p. 12)
Com revolução industrial e as constantes e rápidas mudanças sociais que passa o
mundo hoje, a inteligência emocional tem grande importância para o indivíduo
situar-se em seu contexto profissional, auxiliando-o: a perceber seus próprios limites
e qualidades; a desenvolver a autoconfiança; a melhorar o autocontrole; a ter maior
capacidade de comunicação; a ter capacidade de exercer influência; a ter capacidade
de adaptar-se às mudanças.
As capacidades alcançadas através da inteligência emocional são fortes aliadas do
profissional dos dias de hoje. As constantes mudanças e as pressões do mercado exigem do
profissional capacidade de adaptabilidade e de se relacionar bem. Segundo Rodrigues (2012,
p. 33)
O ser humano emocionalmente inteligente tende a ser assertivo e expressa as suas
ideias de um modo direto, sente-se bem consigo mesmo e com os outros; para ele a
vida tem sentido. É comunicativo e gregário, expressa de modo adequado seus
sentimentos, adapta-se bem à tensão mantendo equilíbrio emocional, isto lhe permite
ir até os outros coroando um relacionamento interpessoal.
Através da afirmação de Rodrigues, percebe-se que as pessoas que possuem
inteligência emocional são dotadas de inúmeras qualidades que fazem a diferença no
desempenho profissional. Goleman (2001, p. 15) afirma que
Os parâmetros do mercado de trabalho estão mudando. Estamos sendo avaliados por
novos critérios. Já não importa apenas o quanto somos inteligentes, nem a nossa
formação ou nosso grau de especialização, mas também a maneira como lidamos
com nós mesmos e com os outros. Este é o critério de avaliação que, cada vez mais,
vem sendo utilizado para se decidir quem será contratado ou quem não será, quem
será dispensado ou mantido na empresa, quem ficará para trás e quem será
promovido.
Esses inovadores parâmetros preveem qual o profissional que tem maior
probabilidade de alcançar o sucesso e a excelência no que faz e aquele que está mais propenso
a não alcançá-los. Parâmetros que pouco estão relacionados ao que na escola era avaliado
como importante. Estes critérios estão focados em qualidade pessoais, como capacidade de
adaptação e de persuasão, iniciativa e empatia (GOLEMAN, 2001).
Os estudos e as análises relacionados ao assunto têm gerado grandes descobertas,
que revelam que a inteligência emocional é mais importante que o QI para o alcance de um
desempenho profissional destacado (GOLEMAN, 2001).
Há uma sinergia entre as capacidades de inteligência emocional e de inteligência
cognitiva. Os que têm desempenho destacado possuem ambas. Quanto mais
complexo o trabalho, mais importa a inteligência emocional, até porque a deficiência
nesse tipo de capacidade pode prejudicar a utilização de qualquer conhecimento
especializado ou intelecto eu uma pessoa possa ter (GOLEMAN, 2011, p. 36).
Compreende-se que, para se destacar, o profissional precisa possuir as
capacidades de inteligência emocional e de inteligência cognitiva. As duas devem andar lado
a lado, pois a deficiência de uma pode afetar negativamente a outra. Segundo Goleman (2001,
p. 38), “Competência emocional é uma capacidade adquirida baseada na inteligência
emocional, que resulta num desempenho destacado no trabalho”.
As competências emocionais se congregam em grupos, cada um baseado numa
capacidade implícita de inteligência emocional. As capacidades implícitas de
inteligência emocional são vitais para que as pessoas adquiram com êxito as
competências necessárias para ter sucesso no trabalho (GOLEMAN, 2001, p. 39).
Em uma de suas conversas com profissionais bem sucedidos, Golenan escutou de
um consultor de empresas que na ocasião possuía alto desempenho no trabalho, mas na escola
possuía um histórico de notas baixas, que havia constatado que o mais importante para o
alcance da excelência não era o conhecimento técnico especializado e muito menos aquele
adquirido em livros, mas a inteligência emocional (GOLEMAN, 2001).
O mundo está repleto de profissionais bem treinados, que aparentemente seriam
promissores, mas em um determinado momento tiveram suas carreiras interrompidas por
deficiências cruciais em termos de inteligência emocional (GOLEMAN, 2001). Goleman
(2001, p. 18) explica que
[...] Muitas teorias clássicas de gerenciamento concentram-se em como as pessoas
lidam com elas mesmas e se relacionam com os outros. A novidade está no volume
de dados. Temos agora o acúmulo de 25 anos de estudos empíricos que nos
informam, com precisão inédita, o quanto a inteligência emocional é importante para
o sucesso.
Nota-se que esses 25 anos de estudos empíricos e seus resultados, que enfatizam o
poder da inteligência emocional, têm influenciado as empresas a avaliarem de maneira
diferente seus funcionários e aspirantes. Goleman (2001, p. 23) afirma que
As pessoas estão começando a se dar conta de que o êxito requer mais do que a
excelência intelectual ou a maestria técnica, e que necessitamos de um outro tipo de
habilitação apenas para sobreviver – e, sem dúvida, para prosperar – no mercado de
trabalho do futuro, cada vez mais turbulento. Qualidades interiores como resistência,
iniciativa, otimismo e adaptabilidade estão recebendo uma nova valorização.
Essa nova percepção das pessoas influencia na formação de empresas compostas
por profissionais mais capacitados e equilibrados, que agregam valor à empresa. Guebur,
Poletto e Vieira (2007, p. 79) afirma que
É importante salientar que as pessoas que têm a inteligência emocional bem
desenvolvida sentem-se satisfeitas e tendem a ser eficientes em sua vida pessoal e
profissional, aumentando sua produtividade. Sabem gerenciar emoções, promover a
cooperação, tomar decisões adequadas, desenvolver o autoconhecimento e ter
empatia pessoal. São autoconfiantes e capazes de persistir num determinado
objetivo, apesar dos percalços. Conseguem controlar impulsos e se mantêm em bom
estado de espírito, não deixando que a ansiedade interfira em sua capacidade de
raciocinar.
Além de alcançar um alto desempenho nas atividades que realizam, as pessoas
emocionalmente inteligentes tendem a ser pessoas satisfeitas e realizadas na vida pessoal e
profissional. Segundo Goleman (2001, p. 337)
[...] Muitas pessoas que têm a inteligência dos livros mas carecem de inteligência
emocional acabam trabalhando para pessoas que possuem um QI inferior ao delas,
mas que se destacam nas habilidades da inteligência emocional.
Contudo, a inteligência emocional é importante para o profissional e para a
empresa que o contrata. Percebe-se que a inteligência emocional é um importante diferencial
competitivo para os profissionais. A competência emocional é muito mais importante que as
capacidades puramente cognitivas, para conseguir um excelente desempenho em todas as
funções e campos (GOLEMAN, 2001).
Portanto, a competência emocional é imprescindível para aqueles que pretendem
alcançar um excelente desempenho em qualquer âmbito. Exposta a importância da
inteligência emocional para os profissionais de forma geral, o próximo tópico explanará a
importância da inteligência emocional para o líder.
2.2.3 Liderando com inteligência emocional
Em uma realidade em que é grande o número de pessoas que não possuem
competência emocional, que não conseguem conter suas emoções em situações adversas, o
líder, como mentor de pessoas, tem a grande responsabilidade de gerir estas pessoas e lidar
com suas emoções.
É cada vez mais importante a participação da liderança na administração das
emoções no ambiente corporativo. Esta importância está associada ao fato de que
pessoas são os recursos mais importantes dentro de um sistema produtivo, pois
pensam, agem e monitoram seus procedimentos levando em consideração o
ambiente em que vivem (FERREIRA, 2007, p. 7).
Por estar à frente, o líder é sempre um alvo a ser observado e seguido. Neste
sentido, as emoções e as atitudes de um líder são potenciais influências para os liderados.
Sprea (2009, p. 2) afirma que
[...] Nas organizações, são os administradores, considerados, por muitos como o
maestro do século XXI, que têm a capacidade de saber controlar as próprias
emoções e a dos colaboradores para que os mesmos atuem como uma orquestra
afinada para que o desempenho e a produtividade laboral sejam a melhor e
trabalhem cooperativamente.
Observa-se, na afirmação de Sprea, a responsabilidade que o líder possui de fazer
com que os seus liderados desempenhem suas atividades da melhor maneira. Percebe-se que o
líder tem papel determinante para que a equipe alcance os objetivos almejados.
De acordo com Goleman (2001, p. 46),
A competência emocional ocupa uma posição central na liderança, função cuja
essência reside em fazer com que outras pessoas realizem seu trabalho de forma
mais eficaz. A inépcia interpessoal de líderes baixa o desempenho de todos. É um
fator que desperdiça tempo, cria asperezas, corrói a motivação e a dedicação, gera
hostilidade e apatia [...].
Mais uma vez se observa a importância do líder e o poder que ele tem de
influenciar seus liderados de forma positiva ou negativa, pois a má atuação de um líder afeta
diretamente o desempenho de seus liderados e consequentemente os resultados da empresa.
Segundo Mersino (2009, p. 194, apud BARROS, 2011, p. 27),
O líder visionário apoia-se muito nas competências da inteligência emocional:
autoconsciência, autoconfiança e empatia. Em especial, a empatia é fundamental,
pois o líder visionário precisa entender como as pessoas se encontram para poder
ajudá-las a se conectarem com o quadro geral [...].
A empatia é essencial para alguém que exerce o cargo de liderança. Não há como
conduzir pessoas ao alcance de objetivos se não houver o entendimento de como elas se
encontram. A empatia é também um importante fator para a construção da confiança entre
líder e liderado. Barros (2011, p. 34) afirma que
[...] a chave para a sustentabilidade pessoal de líder efetivo seria a inteligência
emocional, que pode possibilitar maior compromisso para com o crescimento
pessoal e as mudanças. Nesse sentido, a empatia seria o núcleo para as relações
sociais. Ser empático não significa necessariamente concordar com as outras pessoas
em suas manifestações ou anseios, mas mostrar que seus sentimentos e necessidades
estão sendo compreendidos. Dessa forma é que se construiria a confiança [...].
Através de pesquisas realizadas com executivos e líderes no setor empresarial,
visando avaliar a importância da competência emocional para as posições exercidas por eles,
observou-se que
Apenas uma capacidade cognitiva distinguia os profissionais de primeira grandeza
da média: a identificação de padrões, a capacidade de visualizar um cenário global,
que permite aos líderes destacar as tendências significativas da massa de informação
ao seu redor e pensar estrategicamente muito adiante no futuro. Entretanto, com essa
única exceção, a superioridade intelectual ou técnica não desempenhava papel algum
no êxito dessas lideranças. (GOLEMAN, 2001, p. 47).
Já a competência emocional determinava a diferença decisiva entre os líderes
medíocres e os melhores (GOLEMAN, 2001). Entende-se que o êxito profissional de líderes e
liderados tem muito mais a ver com a competência emocional do que com a superioridade
intelectual. Portanto, a inteligência emocional tem um papel decisivo no sucesso de um
profissional.
[...] Os profissionais de primeira grandeza demostravam força significativamente
maior numa gama de competências emocionais dentre elas a influência, a liderança
de equipes, a percepção política, a autoconfiança e a vontade de alcançar
realizações. Em média, quase 90% do seu êxito na liderança se atribuía à
inteligência emocional (GOLEMAN, 2001, p. 48).
A afirmação de Goleman demonstra que a inteligência emocional é o fator de
êxito que separa o líder medíocre de um excelente líder. “Para o êxito nos mais altos níveis
em posição de liderança, a competência emocional responde por praticamente toda a margem
de vantagem” (GOLEMAN, 2001, p. 48). Percebe-se que, para exercer sua função com
excelência, necessariamente o líder deve possuir competência emocional.
Goleman (2001) relata que Claudio Fernández Aráoz, encarregado de caça a
executivos em toda a América Latina, realizou a comparação de 227 executivos altamente
bem-sucedidos com 23 que não tiveram sucesso em seus empregos. Percebeu que os
executivos que não tiveram sucesso possuíam quase todos QI elevado e alto grau de
conhecimento especializado. Em todos os casos, a deficiência que ocasionou o fracasso estava
na área da inteligência emocional.
Assim sendo, o líder não pode confiar apenas no seu intelecto, pois o QI e o
conhecimento especializado não garantem uma liderança com excelência. A falta de
competência emocional pode findar carreiras de profissionais que possuem QI elevado e alto
grau de conhecimento específico. Goleman (2001, p. 201) afirma que
[...] o líder também é uma fonte-chave do tom emocional da organização. O
entusiasmo que emana de um líder pode conduzir o grupo inteiro na direção
desejada. Nas palavras de BirgittaWistrand, diretora executiva de uma companhia
sueca, “a liderança consiste em transmitir energia”. Essa transmissão de energia
emocional permite ao líder tornar-se o piloto da organização, determinando seu
curso e direção [...].
Um líder emocionalmente inteligente tem mais facilidade de transmitir a energia
correta que levará a equipe à melhor direção e ao alcance de seus objetivos.
Birgitta Wistrand utiliza a expressão incontinência emocional para caracterizar a
transmissão de emoções destrutivas de cima para baixo. Segundo ela, “tomado por
emoções perturbadoras, um líder danifica a energia das pessoas tornando-as
ansiosas, deprimidas ou enraivecidas”. Por outro lado, os líderes extremamente bem-
sucedidos exibem um alto grau de energia positiva, que se espalha por toda a
organização. Além disso, quanto mais positivo for o estado de ânimo do líder de um
grupo, mais positivos, prestativos e cooperativos serão os membros do grupo
(GOLEMAN, 2001, p. 201).
Entende-se que os funcionários estão com os olhos voltados para o líder e o grupo
que possui uma liderança dotada de competências emocionais; tende, assim como seu líder,
administrar suas emoções com mais facilidade. Porém, com a mesma intensidade, o líder pode
influenciar negativamente o seu grupo. Se o grupo possui uma liderança emocionalmente
desequilibrada, enfrentará igualmente grandes dificuldades emocionais.
A seguir serão expostas as vantagens para as empresas que trabalham com a
inteligência emocional.
2.2.4 As vantagens para as empresas que trabalham com a inteligência emocional
Frente à alta competitividade, em um mercado caracterizado pela globalização e a
necessidade de inovação, as empresas necessitam investir no que as fazem funcionar com
excelência, as pessoas.
As empresas estão acordando para o fato de que até mesmo o treinamento mais caro
pode dar errado, e geralmente dá. E essa inépcia surge num momento em que a
inteligência emocional dos indivíduos e das organizações revela-se como o
ingrediente que faltava na receita para a competitividade (GOLEMAN, 2001, p. 21).
As organizações devem ter o entendimento de que a inteligência emocional
quando desenvolvida é um diferencial competitivo e faz com que as empresas invistam em
seu desenvolvimento.
Percebe-se que as organizações e seus colaboradores precisam se atualizar
constantemente para acompanharem as mudanças e tendências do mundo dos
negócios para assim estarem pré-dispostos a correr riscos e encarar desafios [...]. Ela
é formada por uma equipe, por isso, deve levar em consideração que somente as
pessoas podem agregar valor, através de seu trabalho, conhecimento, visão e
experiência de vida. Sem as pessoas nada adiantaria a existência de uma
organização, pois é com ela que se trabalha e para elas (RODRIGUES, 2012, p. 34).
Investir no crescimento do funcionário é agregar valor à empresa. Profissionais
bem-sucedidos, satisfeitos, capacitados e equilibrados contribuem para o sucesso da empresa.
Goleman (2001, p. 332) afirma que
Se as empresas mudam, também mudam as características necessárias para
sobreviver e, mais ainda, para se destacar. Todas essas transições dão um valor
maior à inteligência emocional. A escalada ascendente das pressões competitivas
atribui novo valor às pessoas que são automotivadas, demonstram iniciativa,
possuem um impulso interior para se superarem, e são suficientemente otimistas
para absorver com tranquilidade os insucessos e reveses. A necessidade sempre
premente de bem servir os fregueses e clientes, de trabalhar de forma fluente e
criativa, com uma gama cada vez mais diversa de pessoas, torna ainda mais
essenciais as capacidade empáticas.
Quanto maior a competitividade no mercado, mais intensa é a pressão por
melhores resultados. Diante da realidade atual, as empresas tentem a cobrar mais dos seus
funcionários e necessitam de colaboradores que estejam preparados para suportar as pressões,
sem deixar que elas afetem negativamente os resultados. “Um número crescente de
companhias vem constatando que o estímulo às habilidades ligadas à inteligência emocional é
um componente vital da filosofia de gerenciamento de qualquer organização” (GOLEMAN,
2001, p. 20).
A maneira como o ser humano lida com os outros depende também da utilização
da inteligência e não só da razão, mas e principalmente da emoção que as relações laborais
proporcionam ou não e consequentemente o sucesso das organizações (SPREA, 2009, p. 2).
Não há como mensurar as inúmeras situações em que a inteligência emocional pode ser útil
no ambiente de trabalho, não só útil, mas um divisor de aguas, na maioria delas. Guebur,
Poletto e Vieira (2007, p. 83) afirma que
É imensurável a quantidade de situações em que a inteligência emocional pode ser
colocada em prática no local de trabalho: ao se utilizar das emoções de maneira
produtiva; ao desenvolver a capacidade necessária para manter um bom
relacionamento com os colegas; para solucionar um problema complicado; ao
realizar uma tarefa e muitos outros desafios que surgem no dia a dia de uma
instituição ou empresa. A inteligência emocional pode ser aplicada tanto
intrapessoalmente, quanto interpessoalmente.
Assim sendo, pode-se perceber que a inteligência emocional é um instrumento-
chave para a solução de diversos conflitos que ocorrem no dia a dia de uma organização.
Goleman (2001, p. 318) afirma que
Um número cada vez maior de organizações está se empenhando em tornar-se
emocionalmente mais inteligente, quer usem o termo ou não. A inteligência
emocional coletiva de uma organização não é mera avaliação difusa, pois tem
consequências concretas.
Ainda segundo Goleman (2001, p. 331),
Obviamente, há inúmeros elementos patogênicos que podem ser fatais para uma
companhia: movimentos sísmicos nos mercados, visão estratégica míope, aquisições
hostis, tecnologias competitivas imprevistas, e coisas semelhantes. Entretanto, uma
falha em inteligência emocional pode ser crucial para tornar uma companhia
vulnerável às outras, no equivalente empresarial de um sistema imunológico
enfraquecido. Da mesma forma, a inteligência emocional pode ser uma vacina que
preserva a saúde e estimula o crescimento [...].
Nessa conjuntura, possuir profissionais emocionalmente inteligentes pode ser um
trunfo para a empresa, um diferencial competitivo. Estes profissionais tendem a driblar suas
emoções de modo a não permitir que elas abalem seus resultados e afetem a produtividade.
Após a explanação da importância da inteligência emocional para os profissionais e em
especial para os líderes, o próximo capítulo abordará a metodologia utilizada para a
elaboração da pesquisa e a análise e discussão dos dados coletados através da pesquisa de
campo.
3 A PESQUISA
3.1 Metodologia
Esse tópico abordará a metodologia da pesquisa realizada no presente trabalho. De
acordo com Bastos (2008, p. 30),
Pesquisar é dispor-se a conhecer cientificamente algo e efetivar tal objetivo. A
pesquisa é uma atividade de busca, questionamento, investigação, com o intuito de
elaborar conhecimento que ajude a compreender a realidade, oriente as ações e ajude
a solucionar problemas.
Diante da problemática proposta e dos objetivos fixados, a pesquisa realizada para
a elaboração deste trabalho pode ser classificada em bibliográfica e de campo. Classifica-se
como pesquisa bibliográfica por se tratar de um estudo desenvolvido com base em material
publicado em livros e redes eletrônicas, acessível ao público em geral.
A pesquisa é também de campo porque utiliza como instrumento questionário
aplicado com um profissional da área de inteligência emocional, que mostra, empiricamente,
o que tem observado quanto à aplicação da inteligência emocional no ambiente de trabalho.
Portanto, os dados foram coletados por meio de levantamento bibliográfico em
livros e redes eletrônicas, bem como por questionário. O questionário caracteriza-se por
questões abertas, apresentadas por escrito ao respondente. A escolha pela elaboração de
perguntas abertas deve-se ao fato de possibilitar ao respondente mais liberdade para se
expressar e fornecer mais conhecimentos à pesquisa.
Quanto à forma de abordagem, pode ser classificada como qualitativa, por ser
subjetiva e não quantificável. Quanto aos fins, é tida como exploratória, pois procura
aprimorar ideias, com a busca de maiores informações sobre o tema em questão e contribui
com a aquisição de embasamento para pesquisas posteriores.
É ainda classificada quanto aos fins como explicativa, pois busca tornar o tema
tratado mais inteligível e aplicável no cotidiano dos profissionais, visando esclarecer
especialmente qual a importância da inteligência emocional no ambiente de trabalho. Exposta
a metodologia utilizada para a elaboração da pesquisa, o próximo tópico trará a análise e a
discussão dos dados coletados através do questionário.
3.2 Análise e discussão dos dados
Esse tópico abordará a análise e a discussão dos dados coletados através do
questionário aplicado com o Sr. Sidney Aquino Monteiro, que atua com treinamento na área
de inteligência emocional. A primeira pergunta questiona qual a visão do respondente, como
profissional de treinamento na área de inteligência emocional, para o estudo e a aplicação da
inteligência emocional no ambiente de trabalho. Em sua resposta, o Sr. Sidney afirma que
A inteligência emocional é a grande responsável para a realização das tarefas e que
durante muito tempo se focou na inteligência intelectual, no racional e que acredita
que temos de estar habilitados emocionalmente para que as decisões tomadas
possam ser colocadas em prática e que após realizadas permaneçam dando
resultado”. Afirma também que não basta saber o que fazer, mas o como fazer faz
toda a diferença(QUESTIONÁRIO DA PRÓPRIA AUTORA, 2014).
Traçando um paralelo entre a resposta do Sr. Sidney e a definição de Goleman
(2001), percebe-se que a autoconfiança é a competência responsável por tomar decisões e
botá-las em prática. A autoconfiança é definida por Goleman (2001, p. 82) como “Um forte
senso do próprio valor e da própria capacidade”. O autor classifica a autoconfiança como uma
das competências emocionais e afirma que pessoas que possuem esta competência se
consideram catalisadoras, inovadoras e fazem a coisa acontecer.
Compreende-se também, através da resposta do Sr. Sidney, que o mercado de
trabalho atual exige do profissional capacidades que vão além da inteligência intelectual e
estas capacidades podem ser alcançadas através da inteligência emocional. Goleman (2001),
afirma que os parâmetros de mercado de trabalho estão se modificando e as pessoas estão
sendo avaliadas por novos critérios, em que, além do grau de inteligência, graduação e
especialização, a maneira como lidam com elas mesmas e com os outros também é
importante.
O autor relata que, por várias vezes, escutou de pessoas como consultor de
empresas de alto desempenho, que possui histórico escolar de notas baixas, que havia
constatado que a inteligência emocional era mais importante para alcançar a excelência do
que o conhecimento técnico e o adquirido em livros. Afirma também que as pessoas estão
começando a perceber que, para alcançar o êxito, é necessário mais que excelência intelectual
ou o conhecimento técnico e que carecem de outro tipo de habilitação apenas para sobreviver
e prosperar no mercado de trabalho cada vez mais turbulento. Qualidades como resistência,
iniciativa e adaptabilidade estão recebendo uma nova valorização.
A segunda pergunta questiona quais as vantagens que a inteligência emocional
proporciona às empresas e aos profissionais na visão do respondente. Em sua resposta, o Sr.
Sidney afirma que “os profissionais com habilidades emocionais bem trabalhadas têm todo
um diferencial ao trabalhar com equipes e que uma das habilidades, a empatia, quando um
membro consegue se colocar no lugar de outro e perceber as facilidades e dificuldades dos
demais, faz toda diferença” (QUESTIONÁRIO DA PRÓPRIA AUTORA, 2014).
Ainda faz menção a uma equipe em que os membros tenham plena
autoconsciência emocional, possibilitando cada um identificar suas próprias emoções e
reconhecer seu impacto nas ações e decisões. Em seguida, cita as habilidades emocionais,
segundo Daniel Golemam (1995) e afirma que elas têm grande influência para a formação de
um ambiente de trabalho positivo.
Goleman (2001) afirma que o conjunto de competências emocionais está ficando
cada vez mais essencial para se alcançar a excelência em qualquer emprego em qualquer lugar
do mundo. Os profissionais que possuem competências emocionais desenvolvidas estão mais
habilitados para encarar as pressões do mercado. As empresas que possuem profissionais
dotados deste conjunto de competências são beneficiadas. Estes profissionais são mais
preparados para desempenhar suas atividades e contribuem de forma considerável para o
sucesso da empresa e a formação de um ambiente de trabalho positivo.
A terceira pergunta questiona se as empresas reconhecem a inteligência emocional
como um diferencial competitivo. Em sua resposta, o Sr. Sidney afirma que “ainda não se tem
essa visão de forma geral, que boa parte das pessoas acha que isso é para quem é fraco ou
emocionalmente abalado, que ainda não é algo tão conhecido e que em algumas regiões nem
se quer sabem o que é a inteligência emocional” (QUESTIONÁRIO DA PRÓPRIA
AUTORA, 2014).
Goleman (2001) relata que por muitos anos as emoções foram deixadas como um
continente em grande parte inexplorado pela psicologia científica. Porém, hoje já existe o
acúmulo de mais de 25 anos de estudos empíricos que demonstram com precisão inédita o
quanto a inteligência emocional é importante. O autor afirma que as empresas estão
percebendo que até o treinamento mais caro pode dar errado e esta incapacidade surge quando
a inteligência emocional das pessoas e das organizações revela-se como o ingrediente que
faltava na receita para a competitividade.
Analisando o contexto exposto por Goleman, percebe-se que as empresas que
reconhecem a inteligência emocional como um diferencial competitivo são de grande porte e
localizadas nos EUA, onde o conceito está mais expandido. Por outro lado, através da
resposta do Sr. Sidney, percebe-se que ainda existem empresas que desconhecem a
importância da inteligência emocional, porém, a análise do respondente se restringe ao
mercado de trabalho brasileiro, onde o mesmo atua.
A quarta pergunta questiona se a busca das empresas por cursos voltados à
inteligência emocional tem aumentado nos últimos anos e como está a atuação do respondente
no mercado. O respondente afirma que “a busca das empresas tem aumentado e das pessoas
individualmente também”. Quanto a sua atuação, afirma que treinou, juntamente com sua
equipe, mais de 5.000 pessoas em 2013 no Brasil.
O fato da busca por cursos voltados à inteligência emocional estar aumentando no
Brasil significa que, embora o conceito não esteja tão difundido no país, já existem empresas
que compreendem a importância da inteligência emocional para o alcance do sucesso. Esse
fato ratifica a afirmação de Goleman (2001) de que “um número crescente de companhias
vem constatando que o estímulo às habilidade ligadas à inteligência emocional é um
componente vital da filosofia de gerenciamento de qualquer organização”.
A quinta pergunta questiona se é perceptível um retorno positivo das empresas
referente aos resultados dos cursos de inteligência emocional e se a inteligência emocional
pode ser considerada relevante para a consecução do sucesso profissional das corporações e
dos profissionais que nela trabalham. Em sua resposta, o Sr. Sidney afirma que
É perceptível um retorno positivo das empresas, que têm visto que a inteligência
emocional pode ser considerada relevante para o alcance do sucesso, que faz toda a
diferença nas empresas e nas pessoas que passam por seus treinamentos e que tem
relatos de empresas que dobraram o faturamento com os treinamentos de
inteligência emocional (QUESTIONÁRIO DA PRÓPRIA AUTORA, 2014).
Goleman (2001) afirma que muitas empresas descreveram casos bem-sucedidos
que confirmam o valor prático de se trabalhar a inteligência emocional. Segundo o autor, em
estudos realizados a inteligência emocional mostrou-se mais importante que o QI para
proporcionar desempenho profissional destacado. Percebe-se que a afirmação de Goleman
ratifica a resposta do Sr. Sidney.
Diante dos fatos mencionados compreende-se que a inteligência emocional é um
fator relevante para o sucesso profissional dos indivíduos e das empresas. A sexta pergunta
questiona qual o maior beneficio alcançado através da inteligência emocional na percepção do
respondente. Em sua resposta o Sr. Sidney afirma que
o maior beneficio é a realização, e explica que as pessoas, de forma geral, têm
muitas decisões tomadas que não conseguem por em prática, sabem que precisam e
que será o melhor a fazer e não estão habilitadas emocionalmente e que quando se
está habilitado emocionalmente se consegue agir, realizar (QUESTIONÁRIO DA
PRÓPRIA AUTORA, 2014).
Goleman (2001, p. 127) define realização como “O decidido intuito de melhorar
ou atingir um padrão de excelência”. A realização é classificada como uma competência
emocional. Pessoas que possuem esta competência são orientadas para resultados, com um
forte empenho em atingir objetivos e padrões, perseguem informações visando reduzir a
incerteza e encontrar meios para melhorar as coisas, estabelecem metas desafiadoras,
assumem riscos calculados e aprendem a melhorar seu desempenho (GOLEMAN, 2001).
É de fácil percepção que a realização é um importante benefício alcançado através
da inteligência emocional. O intuito de melhorar e alcançar a excelência nas atividades
realizadas é relevante diante de um mercado onde as mudanças são constantes e cujos
profissionais enfrentam alta competitividade. Já as empresas formadas por profissionais que
possuem competências como a de realização têm um diferencial competitivo.
A sétima e última pergunta questiona se, na percepção do respondente, a
inteligência emocional tem poder de mudar um ambiente de trabalho. O respondente afirma
que “sim e que tem visto em seus treinamentos pessoas mudarem de vida por terem
inteligência emocional” (QUESTIONÁRIO DA PRÓPRIA AUTORA, 2014).
Um ambiente de trabalho que possui profissionais com inteligência emocional
tende a ser mais positivo. Esses profissionais compreendem melhor suas emoções e as dos
outros, conseguem se colocar no lugar do colega, lidam com mais facilidade com situações de
tensão, estão mais capacitados para tomar decisões e botar tarefas em prática e são otimistas.
Em suma, através da análise e discussão dos dados, constatou-se que a inteligência emocional
tem grande relevância no ambiente de trabalho, porém, ainda existem empresas que não têm
conhecimento do que é a inteligência emocional e da sua importância.
4 CONCLUSÃO
Nas páginas pretéritas pode-se ver que as ciências humanas têm, a cada dia mais,
buscado analisar e diagnosticar os aspectos relacionados ao ambiente corporativo, procurando
os fatores mais preponderantes para a otimização do trabalho em geral. Nesse sentido, o
ambiente de trabalho é um fator importante. O local onde são desenvolvidas as atividades
laborais deve possuir condições aptas a favorecer que todos os trabalhadores possam oferecer
à empresa onde trabalham o máximo de seu potencial.
Um ambiente de trabalho positivo é capaz de afetar diretamente os resultados da
empresa, o desenvolvimento do trabalho por seus colaboradores e a produtividade da
corporação. O bom relacionamento entre as pessoas que fazem parte da organização é
essencial para a existência de um ambiente de trabalho positivo.
Para isso, as emoções são extremamente relevantes no trato de todos os aspectos
da vida de qualquer pessoa, sendo ainda mais importante o domínio sobre elas. É exatamente
neste aspecto que a inteligência emocional se torna relevante. Ela é a capacidade de saber
lidar com as emoções de forma que elas não tenham a capacidade de o atingir negativamente.
Pode-se perceber que saber lidar com as emoções, especialmente no local de
trabalho, é fator determinante para o sucesso profissional, tanto do profissional quanto da
empresa onde ele exerce suas atividades. Por conseguinte, a inteligência emocional é um forte
aliado para o desenvolvimento corporativo de todo indivíduo, em igual escala de importância
com a formação acadêmica e a experiência profissional.
Percebe-se que sujeitos que conseguem dominar bem seus instintos, desejos,
anseios e sentimentos têm maior possibilidade de desempenhar um melhor nível de trabalho.
A empresa que possui um ambiente corporativo formado por profissionais emocionalmente
inteligentes possui um diferencial competitivo. Estes profissionais saberão enfrentar melhor
os desafios, as adversidades, pressões e situações de conflitos.
Diante do exposto, através da pesquisa bibliográfica desenvolvida e dos dados
coletados por meio da pesquisa de campo, o presente trabalho teve seus objetivos cumpridos e
o seu problema resolvido. Registrando tais considerações, espera-se que ele possa contribuir
para aqueles que desejam aprimorar sua vida profissional e incrementar seus resultados
corporativos, incorporando a inteligência emocional como um forte aliando para a consecução
desses objetivos.
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ZANELLI, José Carlos. ANDRADE, Jairo Eduardo Borges. BASTOS, Antonio Virgílio
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APÊNDICE 1 QUESTIONÁRIO: A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO AMBIENTE
DE TRABALHO
Nome do questionado: Sidney Aquino Monteiro
Formação profissional: master coach febracis/ goldem belt febracis
Atividade principal: atua com treinamento em inteligência emocional
Tempo de atuação/experiência: dois anos
1) Qual a sua visão, como profissional de treinamento na área de inteligência emocional, para
o estudo e aplicação da inteligência emocional no ambiente de trabalho?
2) Na sua visão, quais as vantagens que a inteligência emocional proporciona às empresas e
aos profissionais?
3) As empresas reconhecem a inteligência emocional como um diferencial competitivo?
4) A busca das empresas por cursos voltados à inteligência emocional tem aumentado nos
últimos anos? Como está sua atuação no mercado?
5) É perceptível um retorno positivo das empresas referente aos resultados dos cursos de
inteligência emocional? Se sim, a inteligência emocional pode ser considerada relevante para
a consecução do sucesso profissional das corporações e dos profissionais que nela trabalham?
6) Na sua percepção, qual o maior beneficio alcançado através da inteligência emocional?
7) Na sua percepção, a inteligência emocional tem poder de mudar um ambiente e trabalho?