Curso de Técnicas e de Temas p/ AFRFB
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Olá, amigos concursandos de todo o Brasil! É uma enorme
satisfação estar aqui com vocês!
Hoje, iniciamos no Estratégia um curso especialmente direcionado para você que se prepara para a prova discursiva da Receita Federal do
Brasil! Será um curso escrito a 4 mãos e 4 olhos atentos! Isso mesmo, meus
amigos! Quatro mãos e olhos!
Cyonil e Erick estão juntos para fornecer a vocês um conteúdo completo de Discursivas aqui no curso Estratégia!
“Como assim conteúdo completo, professor?”
É o seguinte, meu(minha) amigo(a)! Nesse curso, vamos apresentar inúmeras sugestões de questões discursivas envolvendo todas as
disciplinas a serem cobradas nas provas discursivas da RFB. É claro, todas essas questões serão comentadas e resolvidas (apresentação de sugestões
de respostas). Além disso, também iremos contemplá-los com técnicas para
a elaboração das discursivas, fornecendo-lhes a orientação necessária para se sair bem na prova!
Antes de qualquer coisa, uma rápida apresentação!
- Cyonil Borges: Sou professor de Direito Constitucional, Direito
Administrativo e Administração Pública em cursos preparatórios presenciais e
telepresenciais. Fui Oficial de Marinha. Formado em Direito. Pós em Direito Administrativo.
- Erick Alves: Sou professor de Controle Externo e Direito
Administrativo aqui no site do Estratégia Concursos. Fui Oficial do Exército. Atualmente, sou Auditor-Federal de Controle Externo do TCU.
Pessoal, esse curso será “cyonistro”! E não é pra menos...
O concurso de acesso aos quadros da Receita Federal do Brasil é sempre uma boa oportunidade, todavia é bem concorrido, por ser muito
esperado no mundo concursístico.
De sobra, nos dias atuais, o nível dos candidatos costuma ser bem
elevado. Por isso é condição sine qua non para o sucesso uma ótima preparação por meio de cursos direcionados. Enfim, é ideal definir a
estratégia, e que seja cirúrgica.
AULA 00 – CURSO DE TÉCNICAS E DE TEMAS DE DISCURSIVAS P/ AFRFB
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Voilà! Aqui no sítio do curso on-line Estratégia você vai encontrar
os melhores Professores e, por conseguinte, the best materiais do Brasil. Esse new signo Estratégia, no mundo dos concursos, lembrou-me de um filme
daqueles! Será que alguém aí está lembrado(a)? Vou dar uma dica! Leiam o
parágrafo a seguir.
O conceito de estratégia, em grego strateegia, em latim strategi, em francês
stratégie... Os senhores estão anotando? (...) em inglês strategy, em alemão
strategie, em italiano strategia, em espanhol estrategia...". "Senhor
coordenador! O senhor 05 está dormindo."; "Oh, Senhor 05!"; "Sim, senhor!";
"Tenha a bondade. [Entrega a 05 uma granada e puxa o pino] Senhor 05, se o
senhor deixar essa granada cair, o senhor vai explodir o turno inteiro. O senhor
vai explodir os seus colegas, o senhor vai explodir os meus auxiliares, o senhor
vai me explodir. O senhor vai dormir, senhor 05? "Não, senhor!"
Isso mesmo! Trecho recortado do filme Tropa de Elite!
Aqui no curso que acaba de surgir (Estratégia), os alunos que dormirem um só “cadinho” não terão reais chances de aprovação. É
necessária muita estratégia para a aprovação. Como dizem os jurisconsultos (com adaptações): o curso estratégia não socorre aqueles que dormem. Em
linguagem mais concursística: os cursinhos e os professores, ainda que
excelentes, não salvam os preguiçosos. Portanto, se o seu lema é a preguiça, please, peça para sair!
Vamos preparar verdadeiras tropas de elite. Então repitam em ritmo
de “funk”: agora eu sou estratégia e ninguém vai me segurar!
O concurso de acesso aos quadros da Receita tornou-se singular [a
partir do ano de 2009], isso porque, ao lado da parte objetiva, a organizadora (ilustríssima ESAF) encarrega-se de temas e de questões
dissertativas. Logo, praticar a dissertação é muito importante.
Antecipamos que muitos bons candidatos tiram excelentes notas na parte objetiva, porém “escorregam” [e feio] nas discursivas. Outros, no
entanto, “escorregam” na parte objetiva, mas, depois da prova subjetiva, ingressam, inclusive, no número de vagas previsto no Edital! Pura verdade!
E como isso pode acontecer? Estranho, não é verdade? Explicamos.
1) Prova de Auditor:
A prova objetiva está distribuída em três partes: Geral (120 pontos),
Conhecimentos Específicos (partes I e II) (240 pontos). Isso mesmo. Total de 360 pontos. E a prova discursiva, pessoal, com 120 pontos! Ou seja,
25% do total!
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Isso assusta e tranquiliza ao mesmo tempo. Afinal o candidato que
não treinar, antecipadamente, será [infelizmente] surpreendido. Já o candidato precavido tem maiores chances de não ser surpreendido.
Como assim? O curso não vai garantir 100% de aprovação? Vou pagar por um curso e ainda poderei ser surpreendido pela organizadora?
Sim, poderá! Não temos bola de Cristal e nem os “poderes” da Mãe
Dinah. O nosso papel vai ser guiá-los no maior número possível de questões [de temas e questões, ora inéditos, ora de ESAF, ora de bancas em geral,
aplicando-se, nesse último caso, a “Lei de Lavoisier” - tudo se copia].
O “melhor dos mundos” seria o estudo antecipado das discursivas e
não estudadas e praticadas a “toque de caixa”, de última hora, afinal há um período de adaptação. No entanto, a ESAF foi, de certa forma, “maldosa”,
pois, ao antecipar a data das provas, e rechear o Edital de novas matérias, prejudicou a nossa preparação para as provas discursivas. A parte positiva,
nessa história, é que o tempo corre igual para todos, em atendimento pleno ao princípio da isonomia!
Então, o que fazer? Melhor não fazer o curso? Não treinar?
Sinceramente, não treinar antecipadamente é uma atitude negligente e perigosa. Em verdade, muito perigosa. Explicamos. No último
concurso, ano de 2009, a ESAF, “ao soltar” o resultado da prova objetiva, marcou a data das provas discursivas em, praticamente, três semanas. Ou
seja, tempo muito curto para uma ótima preparação. São 120 pontos para Auditor! Detalhe:
- Para Auditor Fiscal RFB, teremos UM TEMA [40 a 60 linhas] E DUAS QUESTÕES [15 a 30 linhas]
A chance de não saber o tema é grande e não podemos, depois de
tantos investimentos e abnegações, contar simplesmente com a sorte (orar para que um tema de nosso conhecimento esteja no dia da prova). As
matérias, objeto da prova discursiva, são gigantes, no caso:
- Para Auditor:
D5 – Administração Geral e Pública e/ou D6 – Direito Constitucional e/ou D7 – Direito Administrativo e/ou D8 – Direito Tributário e/ou D9 – Auditoria e/ou
D11 – Legislação Tributária e/ou D12 – Comércio Internacional e Legislação
Aduaneira.
Sem mais delongas, os amigos (as) devem começar já a
preparação!
Beleza pura, teacher! Mas como prepará-los nesta faina?
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Pensando nisso, decidimos desenhar um curso inovador (antigo
sonho, finalmente concretizado). Um curso na medida certa para a aprovação de vocês (que “pessoal” pretensioso, né? ).
Ponto de partida! Cyonil Borges e Erick Alves são concursandos experientes e, por diversas vezes, já se depararam com provas discursivas
em concursos públicos.
É fato, não somos professores de Português! No entanto, já
vivenciamos diversas provas discursivas na prática (e fomos bem sucedidos!). Assim, vamos orientá-los de maneira bem prática, com exemplos reais de
como elaborar uma resposta a uma questão discursiva! Além disso, sem falsa modéstia, podemos dizer que, juntos, dominamos bem as diversas
disciplinas cobradas na prova!
E só de questões será o curso?
Segundo ponto! Haverá as técnicas de discursivas, e orientações
segundo o espelho de correção apresentado pela ESAF.
Mas qual será a metodologia do curso?
1)- O curso terá 6 (seis) aulas além da demonstrativa! Em
cada uma das aulas, apresentaremos diversas propostas de questões discursivas envolvendo temas das diversas
disciplinas do edital. No caso, serão, no mínimo, três temas por
disciplina objeto de cobrança!
2) No início de cada aula, serão apresentadas técnicas importantes para elaboração de questões discursivas!
3) Ao longo de cada aula, diversas questões discursivas
serão comentadas, sendo apresentados o maior número
possível de argumentos teóricos que permitam ao aluno resolvê-la. Também apresentaremos as propostas de solução dessas
redações. Os comentários às questões discursivas serão resumidos, pois partimos do pressuposto de que vocês já
estudaram as disciplinas em cursos ou livros específicos.
Perceba que, desta maneira, o concursando profissional, temeroso
com a discursiva, vai, em um só tempo, rever a matéria, treinar a discursiva, avaliar seus pontos eventualmente frágeis, e desvendar como “se encaixa” o
tema no número de linhas delimitado pela ilustre organizadora.
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Bom, quando chegar o derradeiro momento, saberemos o suficiente
para com certeza conquistar a vaga (o artigo definido antes de VAGA é demonstração inequívoca de que só precisamos de UMA!).
Com relação à banca ESAF, é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores organizadoras de concursos públicos, preza pela qualidade dos
certames, e, no tocante às provas discursivas, costuma prezar pela novidade dos temas, o que não significa que os assuntos dos temas sejam
novos, viu!
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Vejamos, agora, como será o cronograma do curso!
Aula 00 - Aula demonstrativa
Aula 01 - Técnicas de Discursivas + Apresentação de Temas e Questões (JÁ DISPONÍVEL)
Aula 02 - Técnicas de Discursivas + Apresentação de Temas e Questões (JÁ DISPONÍVEL)
Aula 03 - Técnicas de Discursivas + Apresentação de Temas e Questões (JÁ DISPONÍVEL)
Aula 04 - Técnicas de Discursivas + Apresentação de Temas e Questões
(29/9/2012)
Aula 05 - Técnicas de Discursivas + Apresentação de Temas e Questões
(9/10/2012)
Aula 06 - Toques Finais + Apresentação de Temas + Nossos “chutes” para a prova! (15/10/2012)
Prova de Auditor (24 TEMAS POR AULA):
Matérias
-> Administração Geral (Profº. Rodrigo Rennó);
-> Administração Pública (Profs. Sérgio Mendes e Cyonil Borges);
-> Auditoria (Profs. Claudenir Brito e Rodrigo Fontenelle);
-> Comércio Internacional+Legislação Aduaneira (Profº Ricardo Vale);
-> Direito Administrativo (Profº Cyonil Borges);
-> Direito Constitucional (Profº Cyonil Borges);
-> Direito Previdenciário (Profº Ali Jaha);
-> Direito Tributário (Profº Cyonil Borges);
-> Legislação Tributária (Profº George Firmino).
- METODOLOGIA DO CURSO:
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Passando à metodologia a ser adotada no presente curso, informamos
que ela está baseada, essencialmente, em três pilares:
I) Objetividade: vamos tratar dos assuntos de forma direta, sem
“pirotecnias jurídicas", buscando o que há de mais importante para ser destacado em cada questão, sem, obviamente, perder de vista os pontos
cruciais (mais cobrados em concurso) de tão ricas disciplinas. As aulas serão semanais, sendo dois arquivos por semana para cada aula.
II) Concisão: este curso visa ser claro e preciso, sem incorrer na prolixidade
tão comum dos estudos acadêmicos, a qual, apesar de ser importante nas
discussões doutrinárias, muitas vezes acaba por afastar o aluno do foco pretendido, qual seja: a indicação da posição correta que está sendo adotada
pela ilustre organizadora; e
III) Abordagem da matéria sem perda de conteúdo: ressalto que a objetividade e a concisão almejadas não foram pensadas com sacrifício do
conteúdo necessário. Na média, 60 páginas por aula (verdana, fonte 12).
- ORIENTAÇÕES FINAIS:
A seguir, gostaríamos de tecer breves considerações a respeito da
experiência como professores de cursos preparatórios, somada às nossas próprias trajetórias como concursando.
Não há um método único para a aprovação em concurso. Não existe uma “receita de bolo” infalível que possa ser utilizada por todas as pessoas.
Também não há como pré-determinar de forma generalizada um número de horas mínimo ou máximo por dia em que o aluno deve se dedicar aos
estudos, como se fosse a “chave do sucesso”. Não se pode dizer, ainda, que está certo ou errado estudar somente uma matéria (ou mais de uma) numa
semana. Em síntese, o segredo é: crie a sua própria estratégia.
Claro que, a partir de experiência própria, como estudante e, sobretudo, como colaborador na preparação de alunos para concursos,
principalmente os realizados pela Esaf, Cespe e FCC, cheguei a algumas
conclusões:
1. Planejamento: é preciso que se estabeleça um ciclo de estudos. No ciclo, independentemente do número de horas de estudo que for definido
para cada dia da semana, o importante é estudar TODOS os dias, ainda que apenas meia hora. Aqui vale o ditado de que o “hábito faz o monge”. Pode ser
uma matéria de cada vez, mais de uma, ou todas numa semana. Mas é preciso, fundamentalmente, uma rotina, um método, algo padronizado.
Costumo dizer aos candidatos que, independentemente do concurso, são sempre três os requisitos para a aprovação – PLANEJAMENTO (a tal da
rotina), DISCIPLINA (cumprir o planejado) e DISPOSIÇÃO (cumprir o
planejado, com todo afinco possível);
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2. Seu projeto pode durar seis meses, um ano, ou mais anos. De
todo modo, o caminho será mais curto se você não perder o foco no concurso desejado. Costumo afirmar aos colegas que não esmoreçam, continuem
entusiasmados, avançando sobre a matéria, pois como já diz um velho
almirante fuzileiro naval, “um corpo que não vibra é um esqueleto que se arrasta”, ou seja, se você não quer ser um esqueleto se arrastando sobre a
disciplina então vibre com cada tópico novo que você aprende de cada matéria que irá cair na sua prova;
3. Não escolha cursinhos preparatórios por grife. Informe-se sobre
as qualidades dos professores, analisando se atendem às suas necessidades. Verifique com ex-alunos do curso que pretende fazer se as aulas estão em
sintonia fina com o que há de mais recente na jurisprudência dos Tribunais Superiores;
4. Tenha fé. O candidato a concurso público deve ter fé, deve crer que no “dia D” fará a sua melhor prova, deve crer que durante a sua preparação
não medirá esforços para estudar todos os itens do edital e, principalmente, deve crer que é capaz de ocupar aquele tão sonhado cargo público.
Outra coisa, jamais acredite nas “LENDAS” que são contadas nos
corredores dos cursinhos de que “Fulano de tal” passou no concurso
sem estudar porque é muito inteligente. Não caia nessa. Passar em concurso exige: DISCIPLINA e DEDICAÇÃO. Não há glória sem sofrimento,
mesmo para o “Fulano de tal” (o Sr. Inteligência).
Assim, temos a certeza de que, imbuído desse ânimo de confiança, ficará mais fácil assimilar os conceitos constantes dos diversos tópicos do
edital.
Bom, passemos à “aula-demo”. Espero que “se deliciem” com o
assunto.
Abraço a todos,
Cyonil Borges e Erick Alves.
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- INTRODUÇÃO ÀS PROVAS DISCURSIVAS
Tem sido uma constante. Sim, o que tem sido uma constante?
Explico.
O nível de exigência dos atuais concursos públicos tem aumentado
progressivamente, em hipérbole “quase” equilátera. Hoje em dia, para ser
aprovado em um concurso de alto nível [como o da Receita Federal],
não basta que o candidato esteja treinado para resolver questões objetivas
[marcar “XISZINHO”]. O candidato precisa também estar preparado para
enfrentar as temidas provas discursivas, as quais têm deixado de fora das
vagas concorrentes muito qualificados, e, por vezes, posto “pra” dentro
quem estava de fora.
Tradicionalmente, concursos para cargos da área jurídica
(Magistratura, Procurador da República, Procurador Federal, Procurador da
Fazenda Nacional) sempre exigiram um excelente desempenho em provas
discursivas. Atualmente, os resultados finais de concursos como os da Receita
Federal, dos Fiscos Estaduais, do BACEN, do TCU, do MPU, deixam evidente o
peso que uma prova discursiva tem na classificação final de um candidato.
Mas qual é o segredo para resolver uma prova discursiva?
Como se preparar para obter um melhor resultado
nesse tipo de prova? Será que a avaliação das bancas
examinadoras é subjetiva? Como deve ser estruturada a
resposta?
Dúvidas como essas permeiam a mente dos estudantes, os quais,
muitas vezes, veem-se meio que perdidos em sua preparação. Como forma
de ajudá-los nessa jornada, vamos apresentar algumas das boas técnicas de
discursiva. Um dos objetivos do nosso curso é desmitificar as tais provas
discursivas, auxiliando os candidatos a concursos públicos de alto nível a
desenvolver uma resposta adequada para esse tipo de questão.
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Para atingirmos esse objetivo, será observada a seguinte
metodologia:
1) Serão apresentadas, de forma bem sucinta, técnicas de resolução
de provas discursivas. O objetivo dessa parte inicial é estimular o candidato a
aprender a desenvolver aquilo que chamamos de uma resposta
“matematicamente correta”. Não pretendemos apresentar ao leitor um guia
teórico de provas discursivas. Ao contrário disso, a finalidade é desenvolver
no aluno, de forma totalmente voltada para a prática, a habilidade de
resolver as temidas provas discursivas.
2) Serão apresentadas questões de concursos anteriores, e, por
vezes, inéditas, seguidas de uma breve explanação sobre como abordá-las e,
ainda, acompanhadas de propostas de resolução.
A ideia dessa segunda parte das aulas é apresentar diversos estilos
de resolver discursivas para que o aluno possa aprimorar e desenvolver o seu
próprio estilo. Não há um padrão único para se elaborar uma boa redação.
Cada aluno e cada professor resolve a prova de um jeito: alguns planejam a
paragrafação, outros não; alguns citam artigos da lei, outros não. Enfim,
observe os estilos das soluções propostas no curso, absorva o melhor de cada
um e vá praticando!
- A PREPARAÇÃO PARA A PROVA DISCURSIVA
Não é da noite para o dia que o concursando estará apto a resolver
com eficiência uma prova discursiva. A habilidade da escrita é algo que se
adquire gradualmente e com muito esforço e dedicação. Ninguém se torna
um mestre da arte de escrever depois de ler um livro que trata de técnicas de
redação. Pode acreditar. Esse é apenas o primeiro passo!
A habilidade da escrita é algo que se desenvolve com o tempo e por
meio de muito treinamento. Vocês se lembram de que, quando estávamos
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escrevendo nossas primeiras redações, a professora dizia que para escrever
bem era necessário ler muito? Pois é, ela tinha toda razão!
O hábito da leitura influencia decisivamente na escrita. Somente por
meio da leitura habitual é que uma pessoa consegue escrever com
naturalidade. Por isso, a primeira dica que nós temos é que você adquira o
hábito de ler. O concursando, naturalmente, deve ler muito para absorver
todo o conteúdo necessário à aprovação. Mas nossa sugestão é que, pelo
menos durante 30 minutos diários, você se dedique a ler com o objetivo de,
além de absorver conteúdo, entender como o autor estrutura suas frases ao
longo do texto. Nesse tipo de leitura, busque ser bastante crítico, observando
detalhes como a estrutura do texto, tamanho das frases, coesão e coerência
textual. Mais à frente aprenderemos, na prática, como identificar esses
pontos em um texto.
A leitura também irá ajudar no aperfeiçoamento do seu vocabulário,
o qual necessita ser compatível com o assunto sobre o qual você irá discorrer.
Assim, se você irá realizar uma prova de Direito Tributário, precisa estar
acostumado a ler e a empregar na escrita expressões como “fato gerador”,
“hipótese de incidência”, “crédito tributário”, e “capacidade contributiva”. Já
se a prova discursiva for de Direito Constitucional, expressões como “controle
de constitucionalidade”, “cláusulas pétreas”, “doutrina majoritária”, e
“entendimento jurisprudencial” devem fluir com naturalidade.
Em nosso curso, você terá uma ótima oportunidade de praticar o
hábito da leitura, analisando a estrutura das soluções propostas pelos
professores. Procure entender como foi organizado o texto e apresentada a
resposta. Observe o vocabulário utilizado e busque absorver e começar a
utilizar no dia a dia as palavras que você tiver aprendido.
Pronto! Você adquiriu o hábito da leitura! Mas será
que isso já é suficiente para se sair bem em uma prova
discursiva?
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Obviamente a resposta é um sonoro não. Consideramos que outros
dois atributos são essenciais para a resolução de questões discursivas. O
primeiro é o conhecimento sobre o assunto a ser abordado; o segundo é estar
com a escrita treinada para escrever uma resposta “matematicamente
correta”.
Em relação ao primeiro ponto, vale a pena focar seus estudos em
assuntos cuja cobrança em prova seja mais provável. Em Direito Tributário,
por exemplo, temos observado que há uma forte tendência da ESAF em
solicitar que o candidato disserte sobre “lançamento tributário” e “crédito
tributário”. Já em Direito Constitucional, um tema que será sempre fortíssimo
“candidato”, seja qual for a banca examinadora, é “controle de
constitucionalidade.”
Ao longo do curso, vocês terão a oportunidade de se familiarizar
com os pontos da disciplina que dão maior oportunidade de formulação de
questões dissertativas “inteligentes”. Identificados esses pontos, não há outra
maneira de se preparar a não ser estudá-los. Estude-os de forma
aprofundada e entenda seus detalhes mais importantes, para, na hora da
prova, evitar imprecisões em sua dissertação.
Quanto ao segundo ponto, a habilidade da escrita somente se
desenvolve com o treinamento constante. E isso significa reservar um tempo
razoável para resolver questões discursivas. Não adianta nada você ser um
ótimo teórico de técnicas de redação se não colocar seus conhecimentos em
prática. Para isso, algumas dicas se fazem necessárias:
1) Procure simular o ambiente de prova. A realização de uma
prova discursiva é, para muitos, um momento de grande tensão, em que
inúmeras variáveis estarão em jogo, como tempo disponível, número máximo
e mínimo de linhas, tamanho da letra e extensão do tema.
Simular o ambiente de prova significa treinar conforme as condições
de realização da prova previstas no edital. Assim, ao treinar para uma prova
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discursiva, procure ter consciência de quanto tempo você terá disponível para
a resolução das questões e qual o número máximo e mínimo de linhas da
resposta. Para isso, leia atentamente o edital, extraindo dele o maior número
de informações possível.
Pronto! Você já conhece como será a prova! A hora é de colocar as
mãos na massa! Escolha um lugar reservado, pegue uma caneta, uma folha
de rascunho e a folha de respostas utilizada pela banca examinadora. Em
seguida, selecione uma questão discursiva, aperte o cronômetro e comece a
resolvê-la.
Ao fazer isso, o candidato irá se conhecer muito melhor e saberá
quais são seus pontos fracos. Escrever na folha de respostas usada pela
banca é fundamental, pois com isso é possível descobrir se o tamanho da sua
letra está adequado para resolver a questão discursiva dentro do número de
linhas previsto. Da mesma forma, escrever com tempo cronometrado permite
que o candidato saiba como está o ritmo da sua escrita e se será ou não
necessário aumentar a velocidade.
Há pessoas que têm muita facilidade em escrever e, justamente por
causa disso, acabam escrevendo muito em questões discursivas. Ao treinar
simulando a prova (inclusive com a folha de resposta utilizada pela banca),
esse tipo de candidato irá perceber que não será fácil responder uma questão
de 30 linhas. Consequência: já sabendo disso, ele irá se esforçar para ser
mais objetivo ou até diminuir um pouco a letra.
Também há candidatos que, apesar de escreverem bem, têm um
sério problema com o tempo disponível. Alguns extrapolam esse tempo;
outros escrevem rápido demais. Se você é do tipo que demora muito para
escrever, precisará, de alguma forma, aumentar seu ritmo. Já se você
escreve rápido demais, poderá guardar um tempo razoável para fazer um
bom planejamento do seu texto e, ainda, para a revisão.
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2) Faça parte de grupos de estudo. O método de estudo que,
comprovadamente, é o mais adequado na preparação para uma prova
discursiva é o “estudo em grupos”. Hoje em dia, com a Internet, não é mais
necessário que esses grupos se reúnam fisicamente, o que facilita bastante
todo o processo.
Mas por que organizar grupos de estudos? Por que
esse é um método de estudo eficiente?
Simples, pessoal! Escrever não é algo fácil; nós sabemos disso!
Muitas vezes acaba dando preguiça! No entanto, quando você faz parte de
um grupo, você é impelido a escrever, pois assumiu um compromisso com
outras pessoas. Já ouviram falar na famosa “força do grupo”? A União não faz
só açúcar, faz, igualmente, a força! Pois é, o grupo tem força mesmo! Se
você vê as outras pessoas escrevendo, é natural que se esforce também em
redigir.
Mas as vantagens de formar um grupo não param por aí! Essa forma
de estudo permitirá que você tenha um feedback de suas redações. É
possível, por exemplo, que vocês decidam resolver uma questão discursiva
por semana e, ainda, que ela seja corrigida por outro membro do grupo.
Corrigir redações é, de fato, uma excelente forma de aperfeiçoar a
escrita. Ao avaliar uma redação, você irá desenvolver espírito crítico e
aprender a evitar os erros mais comuns. E isso, sem dúvida, irá se refletir no
momento em que você começar a escrever.
Com essa metodologia, podemos dizer que o ganho será triplo! Em
primeiro lugar, ao fazer a redação, você está desenvolvendo sua capacidade
de escrita. Em segundo lugar, ao corrigir a redação, seu senso crítico está
sendo aperfeiçoado. Finalmente, ao receber o feedback, você irá identificar os
pontos negativos na sua escrita, o que lhe permitirá agir em cima deles.
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3) Procurar o auxílio de um professor. No processo de
desenvolvimento da escrita, também consideramos primordial receber o
feedback de um professor. Aprender as técnicas de redação é possível por
meio da leitura de um livro. No entanto, ao colocá-las em prática, você
certamente cometerá alguns erros. É nesse momento que entra o trabalho do
professor, que terá condições de apontar seus pontos negativos.
Um detalhe importante que merece nossa atenção é que, além do
professor saber as técnicas de produção e estruturação de um texto, ele
também precisa ter conhecimento aprofundado sobre o assunto sobre o qual
você discorreu em sua redação. Hoje em dia, em concursos de alto nível, as
bancas examinadoras usam as questões discursivas como forma de medir o
real conhecimento dos candidatos sobre o assunto e a avaliação extrapola a
parte formal do texto.
Dessa forma, não adianta o concursando ser um “Machado de
Assis”, pois se ele não souber o assunto, sua resposta será, muito
provavelmente, um fracasso. Temos observado, inclusive, que muitos alunos
recebem notas baixas em provas discursivas em razão de pequenas
imprecisões cometidas quanto ao conteúdo. Não é que o candidato não saiba
a matéria. Ele sabe, mas no momento de escrever incorre em argumentações
inexatas que causam descontos em sua pontuação. Identificar esses
pequenos desvios é trabalho para um professor especialista, que poderá dar
uns “toques” ao concursando.
Não queremos aqui desmerecer o trabalho dos professores de
“Língua Portuguesa” e “Redação”. Ao contrário disso, achamos que o ideal é
que uma mesma redação seja corrigida por dois professores: um professor de
“Redação” (que a corrigirá quanto aos aspectos formais); e um professor
especialista na disciplina (que a corrigirá quanto ao conteúdo).
Mas como conseguir esse tipo de serviço?
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Amigos, já há disponibilidade no mercado de concursos públicos de
cursos específicos para as provas discursivas, seja em plataforma
telepresencial, vídeo-aulas, aulas escritas ou mesmo presencias. A maioria
desses cursos oferece o serviço de correção de redações por professores
especialistas, metodologia que tem dado resultados bastante positivos.
4) Seguir uma metodologia de estudo: uma metodologia que
poderá ser empregada com o auxílio deste curso e que proporcionará
excelentes resultados, permitindo ainda a assimilação do conteúdo da
disciplina, é a seguinte:
a) Ler sobre um assunto em um livro teórico. Exemplo: o
concursando lê sobre o assunto “imunidades tributárias” em um livro de
teoria de Direito Tributário.
b) Feita a leitura, o candidato faz um resumo da matéria. Esse
resumo pode ser feito à medida que se vai lendo sobre o assunto ou, ainda, a
posteriori. O resumo servirá como fonte para uma futura revisão da matéria,
e será, ainda, o primeiro passo no treinamento para a prova discursiva.
c) Feito o resumo, o aluno deve buscar resolver algumas
questões objetivas sobre o assunto. (essa fase do concurso também é
muito importante!)
d) Agora você já está fera no assunto! Já leu sobre “Imunidades
Tributárias”, fez o seu resumo e resolveu questões objetivas. Portanto, só
falta praticar a discursiva.
e) Escolha uma questão discursiva que trate do assunto
dentre as que serão apresentadas no curso. Leia o enunciado, estude as
orientações do professor e tente resolver a questão por conta própria, antes
de consultar a proposta de solução. Em seguida, compare sua resposta com a
resolução proposta pelo Professor, buscando identificar se você abordou todos
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os tópicos que provavelmente a banca examinadora esperaria. Seja crítico
com seu texto!
Amigos, sabemos que não é fácil seguir essa metodologia, mas
podemos garantir que ela é vitoriosa! Como escreveu Bill Russell1:
“Sucesso é o resultado da prática constante de fundamentos e ações
vencedoras. Não há nada de milagroso no processo, nem sorte envolvida.
Amadores aspiram, profissionais trabalham.”
5) Preparar-se psicologicamente.: Há muitos candidatos que
têm verdadeiro “pavor” às provas discursivas. O receio é tão grande que só
de pensar em escrever o candidato já fica nervoso. No momento da prova,
então, nem se fala! É branco na certa!
Por isso, a preparação psicológica para enfrentar uma prova
discursiva é fundamental. Nós gostamos de dizer que esse tipo de prova é o
que mais mede o conhecimento do aluno, ou seja, se ele realmente está
sabendo o assunto, ele tem tudo para lograr aprovação e classificação.
Basta pensarmos o seguinte: na prova objetiva, existem as famosas
“pegadinhas” das bancas examinadoras, verdadeiras “cascas de banana”, que
acabam enganando até os candidatos mais preparados. Na prova discursiva,
o negócio é bem diferente! Ela representa uma oportunidade do candidato
externar todo o seu conhecimento sobre um tema, isto é, mostrar à banca
examinadora que ele está preparado. Assim, se você está sabendo a matéria,
não há motivo para qualquer tipo de receio. A prova discursiva será um
“passeio”!
Mas e o famoso “branco”? E se acontecer comigo?
Não vamos mentir pra você! O “branco” pode acontecer sim, mas
até isso tem remédio. Sem dúvida alguma, a avalanche de informações que o
1 RUSSELL, Bill; FALKNER, David. Russell Rules. Penguin Putnam, 2001.
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concursando deve guardar é tão grande que pode, em um primeiro momento,
afetar a habilidade de recordação. Segundo psicólogos, essa é a tal “síndrome
da fadiga da observação”!
No entanto, podemos garantir que tudo o que você estudou está em
seu subconsciente. Assim, o importante diante do “branco” é ter calma. Pare
e pense; anote na folha de rascunho todas as ideias que vieram à sua cabeça.
Se você teve “branco”, esteja certo de que vários outros candidatos, inclusive
aqueles que estão entre os mais preparados, também tiveram. É natural! O
jeito é não se desesperar. Em algum lugar da sua memória (às vezes um
pouco escondido!), está armazenado o conhecimento necessário para resolver
a questão.
6) Conhecer a banca examinadora. Em um concurso público, a
banca examinadora é o seu principal adversário e deve ser vencida. Para
isso, precisamos ter em mente a filosofia do mestre Sun Tzu2:
“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa
temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o
inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não
conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”
Mas como conhecer a banca examinadora? Que estratégias você
poderá utilizar para isso?
Bem, pessoal, há vários aspectos importantes a serem analisados!
Antes de mais nada, é necessário conhecer o maior número possível de
questões discursivas de concursos anteriores elaboradas pela banca
examinadora. Conhecendo essas questões, já será possível perceber quais
assuntos são os “queridinhos”, por exemplo, da ESAF, do CESPE, da FCC.
Vocês verão que cada banca possui uma determinada tendência, o que nos dá
boa margem de previsibilidade para uma questão futura. Podem ter certeza
de uma coisa: os professores que acertam os temas a serem cobrados em 2 TZU, Sun. A arte da guerra. Ed. Martin Claret, 2002.
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uma prova discursiva não têm qualquer acesso à Mãe Dináh, tampouco
fizeram um estágio com o Mister M. Na verdade, eles simplesmente
estudaram a tendência da banca e analisaram os temas mais importantes.
Além disso, é fundamental conhecer a grade de correção específica
da banca, isto é, saber exatamente quantos pontos são descontados por cada
tipo de erro de conteúdo ou de uso do idioma. Escrever um texto pensando
na grade de correção é uma excelente maneira de se evitar erros.
(continua na próxima aula)
- TEMAS EM SEQUÊNCIA:
Para que o(a) amigo(a) tenha uma ideia precisa daquilo que vai “enfrentar” no certame público de acesso à Receita Federal, reproduzimos, abaixo,
algumas questões discursivas que serão objeto de estudo ao longo de nosso curso.
Vamos que vamos!
Ah! Apresentamos apenas algumas questões a serem abordadas em nosso curso! Foi só “pra” dar um gostinho!
Pelas nossas contas, serão abordados mais de 100 temas nas nossas aulas! Lembrando: todos eles serão comentados e resolvidos.
Questão nº 01:
(2010/Esaf – MTE – Auditor-Fiscal do Trabalho) O artigo 2.º da
Constituição da República Federativa do Brasil assim dispõe: “São
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”.
A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre
o tema INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando obrigatoriamente os seguintes tópicos:
a) harmonia entre os poderes – divisão de funções entre os órgãos de poder – princípio da indelegabilidade de funções – absoluta ou relativa?
b) independência entre os poderes – absoluta ou relativa?
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c) sistema de freios e contrapesos;
d) exceções ao princípio da divisão dos Poderes – Exemplos
Extensão: de 15 a 30 linhas.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO A Constituição Federal de 1988 (CF/1988), visando, principalmente,
evitar o arbítrio e o desrespeito aos direitos fundamentais do homem, previu a existência dos Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si,
repartindo entre eles as funções estatais. De acordo com a clássica Tripartição dos Poderes, as funções estatais
legislativa, judicial e executiva deveriam ser distribuídas de forma rígida ou absoluta por órgãos distintos e independentes, sem a usurpação e abuso de
funções, permitindo-se assim a harmonia entre eles, num típico sistema de freios e contrapesos, garantidor do princípio da separação dos Poderes.
A CF/1988, apesar de alinhada à doutrina clássica da tripartição de Poderes, estabelece que não é a exclusividade no exercício das funções o que
caracteriza a independência entre os órgãos do Poder, mas sim a predominância do interesse, ou seja, a divisão de poderes adotada por nós é
relativa. Assim, ao lado das funções típicas, os Poderes realizam funções
atípicas, como a edição de medidas provisórias pelo Chefe do Executivo, de natureza legislativa, e a licitação pela Câmara dos Deputados, administrativa.
No entanto, no que concerne às atribuições primordiais, o texto constitucional veda implicitamente a delegação de Poderes, conforme o
princípio da separação de Poderes, no art. 60, §4º, III, da CF/1988. Contudo, essa indelegabilidade não é absoluta, isso porque o Presidente da República
poderá elaborar a Lei Delegada, devendo a delegação ser solicitada ao Congresso Nacional, que a outorgará por resolução, por maioria absoluta,
com ou sem reserva de apreciação do projeto do Executivo. Por fim, há, na CF/1988, diversas prerrogativas, imunidades e garantias
repartidas pelos Poderes para o equilíbrio, o controle e a harmonia do Estado democrático, consagrando a Teoria dos Freios e Contrapesos. São exemplos
de controles recíprocos: a declaração de inconstitucionalidade das leis pelo Judiciário e o poder de veto de projetos de leis pelo Chefe do Executivo e a
fiscalização do Legislativo sobre os atos do Executivo. Tais controles
recíprocos reforçam o caráter relativo da independência entre os Poderes.
Questão nº 02:
(2010/Esaf – AFRB – Auditor Fiscal) A seguinte afirmativa está repleta de erros conceituais. Identifique-os, fundamentando sua
argumentação:
“Pelo fato de integrar, nos termos do Plano Diretor da Reforma do Aparelho
do Estado, o chamado Núcleo Estratégico, a fiscalização tributária se reveste de um caráter eminentemente burocrático. Por conseguinte, seu processo de
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modernização deve ser refratário à incorporação de novas técnicas gerenciais,
limitando-se ao desenvolvimento de ferramentas de acesso aos dados fiscais do contribuinte, a exemplo do que ocorre, há mais de uma década, com a
declaração do imposto de renda via internet.”
COMENTÁRIOS
A questão encontra-se na parte de organização administrativa, trata, mais
precisamente, sobre a Reforma do Aparelho do Estado. Não há grandes problemas na interpretação, pois a organizadora solicita, tão somente, a
identificação de erros e sua respectiva argumentação. A problemática, no dia de prova, foi identificar quais os diversos erros conceituais no texto sugerido.
Segundo o parecer da Esaf (pós-recursos), a questão teve por objetivo a identificação fundamentada, com base no PDRAE, dos seguintes erros conceituais:
(I) a fiscalização tributária integra o grupo das Atividades Exclusivas do Estado;
(II) seu caráter deve ser gerencial;
(III) o processo de modernização não deve ser refratário à incorporação
de novas técnicas gerenciais; e
(IV) o processo de modernização deve atender à necessidade dos
contribuintes, provendo eficiência e eficácia.
Para a organizadora, foram penalizados os textos que:
(I) não identificaram os erros de forma objetiva (erro X, erro Y,...);
(II) não fundamentaram a argumentação (isso é assim por causa daquilo);
(III) discorreram, no todo ou na maior parte, sobre o PDRAE (buscava-se o raciocínio e não a decoreba);
(IV) discorreram sobre história das reformas administrativas, economia política, história política do país ou sobre tudo o mais usado à guisa de
preenchimento de linhas, na falta de domínio sobre o tema proposto.
Vejamos, a seguir, exemplo de redação de conteúdo máximo:
Conforme o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), a
fiscalização tributária compõe as chamadas Atividades Exclusivas do Estado e
não o Núcleo Estratégico. Desta forma, a atividade de fiscalização tributária, apesar de não apresentar um caráter absolutamente gerencial, não se reveste
de um caráter eminentemente burocrático, como dito pela afirmativa.
As Atividades Exclusivas do Estado, segundo o PDRAE, são receptivas às
diretrizes do modelo gerencial, o que torna seu processo de modernização favorável à incorporação de novas técnicas gerenciais, como, por exemplo, o
planejamento estratégico e o “Balanced ScoreCard” (BSC). Assim, não se pode falar que esse processo seja refratário à incorporação das novas
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técnicas gerenciais.
Adicionalmente, as Atividades Exclusivas do Estado, ao incorporarem as ideias do modelo gerencial, tornando-se menos burocrática, começam a
priorizar o controle nos resultados e não nas atividades-meio, portanto, passam a direcionar suas ações com foco nos cidadãos, e tornam-se mais
eficientes e eficazes.
Todas essas características das atividades exclusivas do Estado podem ser identificadas na fiscalização tributária no Brasil, que se apresenta, a cada
dia, mais ágil, eficiente, descentralizada e com foco nos resultados.
Ao compararmos o espelho de correção da Esaf com a dissertação do candidato (Gabriel Pereira), percebemos perfeito encaixe, sendo incabível a atribuição de nota distinta de 10,0. Vejamos:
Item I – A fiscalização tributária integra o grupo das Atividades Exclusivas do Estado;
1.º Parágrafo
(...), a fiscalização tributária compõe as chamadas Atividades Exclusivas
do Estado e não o Núcleo Estratégico. Desta forma, a atividade de fiscalização tributária, apesar de não apresentar um caráter absolutamente gerencial, não
se reveste de um caráter eminentemente burocrático, como dito pela afirmativa.
Item II – Seu caráter deve ser gerencial; e Item III – O processo de
modernização não deve ser refratário à incorporação de novas técnicas gerenciais; e
2.º Parágrafo
As Atividades Exclusivas do Estado (...) são receptivas às diretrizes do modelo gerencial, o que torna, portanto, seu processo de modernização
favorável à incorporação de novas técnicas gerenciais, como, por exemplo, o planejamento estratégico e o “Balanced ScoreCard” (BSC). Assim, não se
pode falar que esse processo seja refratário à incorporação das novas técnicas gerenciais.
Item IV – O processo de modernização deve atender à necessidade dos
contribuintes, provendo eficiência e eficácia.
3.º Parágrafo
(...), as Atividades Exclusivas do Estado, ao incorporarem as ideias do modelo gerencial, (...) começam a priorizar o controle nos resultados e não
nas atividades meio, portanto, passam a direcionar suas ações com foco nos cidadãos, e tornam-se mais eficientes e eficazes.
Agora é sua vez, tente fazer igual ou melhor que a dissertação acima. Em todo caso, recomendo a leitura do livro do Gabriel Pereira e Gisele Sulsbach,
Guia Prático de Discursivas (Editora Método, 2010), bem sintético e objetivo.
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Questão nº 03:
(2009/Esaf – MPOG – Especialista) Nas últimas décadas, o modelo burocrático de administração pública foi fortemente questionado e
reformado, movimento que fez surgir um conjunto teórico conhecido como Nova Gestão Pública, cujas premissas defendem, entre outras, a
ideia de o Estado ser administrado ao estilo da iniciativa privada.
Nesse contexto, explicitando conceitos e fundamentando sua argumentação, responda ao seguinte questionamento:
Considerando que a atual crise financeira mundial, supostamente causada pelo mercado, deu início a um novo ciclo de maior intervenção do Estado na
economia, devemos esperar por um aumento ou por uma diminuição do enfoque gerencialista até aqui perseguido pela administração pública?
Extensão máxima: 15 linhas.
COMENTÁRIOS
Muito bem, é preciso responder à seguinte indagação: “O que o examinador quer que eu faça?” A resposta demandada está colocada de
forma clara, logo no início do enunciado: “responda ao questionamento...”. Trata-se, portanto, de uma breve dissertação, máximo de 15 linhas.
As questões de 15 a 30 linhas podem ser perigosas, afinal devemos, de pronto, decifrar e destrinchar o enunciado, colocando-o em forma mais
prática.
Na presente questão, não há um roteiro, há um texto motivador, uma situação hipotética, mas isso para nós já não é problema. Montemos nosso
planejamento:
• Conceitos de administração burocrática, de nova gestão pública, enfoque gerencialista;
• Fundamentação;
• Conclusão: aumento ou diminuição do enfoque gerencialista?
Não ficou bem mais fácil entender o enunciado?
Em terceiro momento, devemos organizar os parágrafos do texto. O questionamento pode ser elaborado, por exemplo, com um curto parágrafo de
introdução, um parágrafo de desenvolvimento e um parágrafo de conclusão, arrematando a questão. Vejamos:
1.º Parágrafo (introdução) – exposição objetiva de que o Estado e a
Administração estão sofrendo mudanças, havendo maior aproximação entre o modelo da máquina pública e o modelo da iniciativa privada, verdadeiro
processo de reengenharia.
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2.º Parágrafo (desenvolvimento) – esclarecimentos de que o processo de adaptação público X privado acarretou o surgimento da nova administração
pública, a qual defende um movimento mais gerencial, em substituição de
parte dos conceitos da burocracia, logo mais sintonizada com a agilidade das instituições privadas.
3.º Parágrafo (desenvolvimento) – depois de preparado o terreno, o
candidato acha-se apto para responder que a Administração Pública Gerencial emergiu como resposta à expansão das funções econômicas e sociais do
Estado, especialmente diante do agravamento da crise financeira do Estado.
4.º Parágrafo (conclusão) – em síntese, temos que, com a crise financeira, o enfoque gerencialista tende a aumentar, devendo o Estado encontrar novas
ferramentas de adaptação e não centralizar as atribuições, agigantar-se e burocratizar-se.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO
É fácil perceber que o Estado e a Administração Pública não são mais os
mesmos. De fato, mudanças significativas ocorreram ao longo de todo o século XX, não só para o Estado, mas para a sociedade de modo geral. Com
efeito, surgiram teóricos a defender uma adaptação do modelo de funcionamento da máquina pública com o modelo da iniciativa privada.
Nesse processo de adaptação, surgiu a corrente de pensamento conhecida como nova administração pública, a qual defende um movimento mais gerencial, mais eficiente, dos corpos estatais. Esse gerencialismo
substituiria, em parte, conceitos da burocracia estatal, tornando a máquina pública mais arejada, mais leve. O foco da Administração paulatinamente
migraria para a busca de resultados em contraponto à ênfase dos
procedimentos para alcançá-lo, o que caracterizava a ultrapassada Administração burocrática. Esse modelo pós-burocrático ou gerencial
aparenta certa similaridade com a atuação das instituições privadas, e é capaz de responder aos anseios da sociedade com maior agilidade.
Assim, a Administração Pública gerencial emerge como resposta à expansão das funções econômicas e sociais do Estado, bem como ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial. Assim,
com o agravamento da crise financeira do Estado, houve a necessidade de o Estado se instrumentalizar de ferramentas mais flexíveis.
Está-se diante da gênese de um novo Estado, com o aumento do enfoque gerencialista, muito mais cooperativo do que fora há pouco tempo,
que busca na sociedade o parceiro para o atendimento às demandas
coletivas.
Questão nº 04:
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(2009/Esaf – MPOG – Gestor) De acordo com o art. 174 da
Constituição Federal, “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções
de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante
para o setor público e indicativo para o setor privado”. Nas linhas a seguir:
1) informe em que consistem as funções mencionadas;
2) dê um exemplo para cada uma delas.
Extensão máxima: 30 linhas.
PARAGRAFAÇÃO
O roteiro já foi traçado pela ilustre organizadora, restando-nos a
distribuição dos parágrafos de forma simétrica. Vejamos: 1º PARÁGRAFO (introdução) – cabe a exposição de que a atuação do
Estado na ordem econômica ocorre de duas formas: direta e indireta.
Diretamente, o Estado é executor de atividades econômicas que, a priori, são destinadas à iniciativa privada, exemplo das empresas governamentais.
Indiretamente, o Estado é regulador, pois é criador das normas, atua como verdadeiro fiscal da ordem econômica, destacando-se, nesse sentido, as
funções de: fiscalização, incentivo e planejamento. 2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – função de fiscalização e
exemplos) – ao candidato cumpre definir a atividade de fiscalização (entendida como a verificação dos setores econômicos, com a finalidade de
serem evitados abusos de comportamento de particulares, causando encargos a setores menos favorecidos, como os consumidores) e citar exemplos, como
as Agências Reguladoras e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
3º PARÁGRAFO (desenvolvimento – função de incentivo e exemplos) – o incentivo (ou fomento) representa o subsídio que o Governo
oferece para o desenvolvimento econômico e social do país. São exemplos: as
isenções fiscais, o aumento de alíquotas para importação, a abertura de créditos especiais para o setor agrícola, os subsídios, os empréstimos em
condições favoráveis. 4º PARÁGRAFO (desenvolvimento – função de planejamento e
exemplos) – planejamento é definido como um processo técnico baseado na especificação de objetivos e de ações, que serão adotados com intuito de
atingir um novo paradigma, uma nova situação. São exemplos: o PPA, PAC, os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.
5º PARÁGRAFO (conclusão) – esclarecimento de que as atividades de fiscalização, incentivo e planejamento são vitais para o crescimento do
país da forma desejada.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO A intervenção do Estado no domínio econômico dá-se de duas formas:
direta e indiretamente. A atuação direta é excepcional, só sendo admitida nos
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casos de segurança nacional, de interesse coletivo relevante e de permissão
constitucional (monopólio do petróleo, por exemplo). A forma indireta, por sua vez, traduz-se na criação de normas, no estabelecimento de restrições, é
o Estado na qualidade de fiscal da economia. Nessa perspectiva, compete ao
Estado, como agente regulador, fiscalizar, incentivar e planejar. A função de fiscalização representa a verificação dos setores
econômicos, evitando-se as práticas abusivas por particulares, e, assim, não sendo sobrecarregados indevidamente os setores menos favorecidos, os
consumidores, por exemplo. São exemplos: a atuação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica e da Secretaria de Direito Econômico no
combate ao abuso do poder econômico; o controle do abastecimento; e, mais recentemente, o papel das Agências Reguladoras.
Já o incentivo, também denominado de fomento, significa o estímulo que o Estado oferece para o desenvolvimento social e econômico do país,
propiciando a redução de desigualdades sociais e regionais e a busca pelo pleno emprego. São exemplos: as isenções fiscais, os subsídios, o tratamento
diferenciado às empresas nacionais de pequeno porte. Por fim, o planejamento pode ser concebido como um processo técnico
baseado na especificação de objetivos e de ações, que serão adotados com
intuito de atingir um novo paradigma, uma nova situação. São exemplos: os planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento, e,
mais recentemente, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Se, por um lado, o modelo econômico é alicerçado na livre iniciativa e
na livre concorrência; por outro, é inequívoco o dever de atendimento à função social da propriedade, à defesa do consumidor, à defesa do meio
ambiente, dentre outros. Diante disso, somente com a efetiva participação do Estado, em parceria com os agentes privados, será possível o alcance das
políticas que atendam às necessidades da coletividade.
Questão nº 05:
(2007/Esaf – TC/GO – Auditor/Conselheiro-substituto) Discorra
sobre o instituto do acordo-programa, abordando:
a) conceito;
b) seus objetivos;
c) quem pode celebrá-lo;
d) fundamentos que lhe dão amparo no sistema legislativo pátrio; e
e) principais críticas ao instituto.
Extensão mínima: 20 linhas.
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COMENTÁRIOS
Calma, muita calma! Descobrir o que pede o examinador é o ponto de partida. A estruturação da discursiva depende muito ou, sobretudo, da
excelência na interpretação. No caso, o mais difícil, nessa questão, é a
compreensão de que acordo-programa é sinônimo de contrato de gestão.
Quanto ao roteiro, a Esaf já o traçou, logo suficiente seguirmos, atentando, obviamente, para o atendimento aos quesitos “a” a “e”, sob pena
de descontos de omissão de tópico ou de desconhecimento da problemática.
Relativamente à redação do texto, temos que o contrato de gestão, na
realidade, é tão só um pacto firmado pela Administração Pública, uma espécie de acordo-programa, como diz o comando da questão, por intermédio de um
órgão supervisor com outro órgão ou entidade. Por meio do acordo, estabelecem-se indicadores, metas, a serem atingidas, ao passo que se
garantem ao órgão/entidade beneficiário recursos para o alcance dos resultados pretendidos.
Diante do fato de ser um pacto em que os partícipes buscam interesses paralelos, mútuos, a doutrina costuma aproximar os contratos de gestão dos convênios e não dos contratos, pois nesses os efeitos são contrapostos ou
divergentes.
Em termos de fundamentos jurídicos, destacam-se: o art. 37, § 8.º, da Constituição, contrato entre órgãos e entidades da Administração; a Lei 9.637/1998, das organizações sociais; e o art. 51 da Lei 9.649/1998,
regulamentado pelo Decreto 2.487/1998, as agências executivas.
Outra questão importante diz respeito à assinatura do contrato de
gestão entre órgãos, o que foi e ainda é bastante criticado pela doutrina. Como poderiam os órgãos firmar contratos, uma vez que destituídos de
personalidade própria?
A explicação é que esses contratos se assemelham mais a uma forma de ajuste, um acordo, pela melhoria da gestão pública. O nome dado ao
instituto é que é muito ruim. E mais: como pode o contrato de gestão, que não é lei, garantir o incremento de autonomia financeira e orçamentária, por
exemplo? Essas são críticas que serão expostas na solução a seguir. Vejamos.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO
O acordo-programa ou contrato de gestão é um pacto firmado pela
Administração Pública, uma espécie de convênio administrativo, entre um órgão supervisor com outro órgão ou entidade da Administração Pública ou do
Terceiro Setor. Por meio do acordo, estabelecem-se indicadores, metas, a serem atingidas, ao passo que se garantem ao órgão/entidade beneficiário
recursos para o alcance dos resultados pretendidos. O acordo-programa, portanto, assume ou pode assumir tripla configuração.
A primeira é a formação de uma parceria entre o Poder Público e suas
entidades, conferindo a estas maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira, devendo-se, em todo caso, observância às metas de
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desempenho, aos indicadores de eficiência. A formação da parceria, nesse
caso, encontra-se fundamentada no art. 37, § 8.º, da Constituição Federal. Por ilustrativo, podem ser citadas as agências executivas. Nos termos da
Lei 9.649/1998, é previsto, para a titulação de autarquias ou fundações
públicas como agências executivas, o atendimento cumulativo de apresentação de plano de reestruturação ou de desenvolvimento
institucional, ainda que em andamento, e a celebração de contrato de gestão com o respectivo Ministério da área supervisora.
Já a segunda configuração garante a assinatura de contratos de gestão
com entidades não integrantes da Administração Pública. Nesse sentido, a Lei 9.637/1998, a qual trata das Organizações Sociais (OSs), dá a possibilidade
de assinatura de contratos de gestão, ficando obrigadas a atingir metas relacionadas a serviços e atividades de interesse público, atividades relativas
às áreas de ensino, cultura e saúde, por exemplo. Em contrapartida, recebem auxílio da Administração, mediante, por exemplo, transferência de recursos
públicos, cessão de bens e servidores públicos.
Por fim, a terceira configuração é a celebração entre o Poder Público e
seus próprios órgãos, unidades administrativas despersonalizadas,
fundamentada, igualmente, no art. 37, § 8.º, da Constituição Federal. Essa última configuração tem sido objeto de críticas por parte da doutrina: a
primeira apoia-se no fato de que órgãos, por serem despersonalizados, não poderiam assinar contratos; a segunda sustenta-se na ideia de que o contrato
não é lei, logo, não é o instrumento hábil ao incremento de autonomia
financeiro-orçamentária. O que se tem, em verdade, é um acordo operacional, espécie de convênio administrativo, por meio do qual o Poder
Público garante maior autonomia administrativa aos órgãos, em troca de
maior eficiência, com desenho de metas e de indicadores de desempenho.
Questão nº 06:
(2010/Esaf – MTE – Auditor Fiscal do Trabalho) O estudo dos atos
administrativos é elemento fundamental a possibilitar a adequada situação dos servidores públicos e da própria Administração. A
produção de tais atos demanda uma avaliação de aspectos atinentes à regularidade do ato, bem assim à conveniência e à oportunidade em
sua expedição. Nesse contexto, pergunta-se uma vez expedidos, existem atos administrativos que não podem ser revogados?
À luz da doutrina e jurisprudência pátrias, justifique sua resposta, indicando:
a) os fundamentos que confirmam a inexistência de atos administrativos irrevogáveis: ou
b) no caso de resposta afirmativa à pergunta, as hipóteses de irrevogabilidade de atos administrativos.
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Extensão: de 15 a 30 linhas.
COMENTÁRIOS
É uma questão relativamente simples. Caro leitor, responda rápido: qual o ponto central da redação? Dissertar sobre as formas de desfazimento
anulação e revogação, conceituando-as e definindo-as? Obviamente, não! Perceba. Depois da afirmação de que os atos administrativos podem ser
controlados quanto à regularidade (detecção de vícios – anulação), e quanto à conveniência e oportunidade (revogação), a ilustre organizadora restringe o
objeto da prova discursiva ao estudo dos atos irrevogáveis, como se pode notar a partir da pergunta: existem atos que não podem ser revogados?
Sem perder de vista a interpretação do enunciado, vamos à
paragrafação: 1º PARÁGRAFO (introdução) – uma boa dica de “abre-alas” é
capturar as ideias contidas no enunciado da organizadora, utilizando-se, em todo caso, de palavras próximas e não iguais! O concursando pode esclarecer
que a conduta de qualquer agente público deve se guiar nas normas e princípios, evitando-se a invalidação e a revogação (o tema), conforme o
caso. 2º PARÁGRAFO (desenvolvimento – confirmação da existência
dos atos irrevogáveis) – esclarecimentos gerais sobre a revogação (o tema): conceito (desfazimento de ato legal e eficaz), fundamento (poder
discricionário da Administração) e efeito (não retroativos). Porém, o amigo concursando não deve protelar a entrada no tema, de maneira que, depois
dos pormenores sobre a revogação, deve elucidar que há sim atos irrevogáveis, utilizando-se das palavras da organizadora (confirmando a
existência de atos administrativos irrevogáveis), para facilitar a localização
pelo professor corretor. 3º e 4º PARÁGRAFOS (desenvolvimento) – informação de que o
poder de revogação não é ilimitado, isso porque há situações jurídicas que a impedem. Os atos são irrevogáveis pela própria natureza do ato anterior e
pelos efeitos produzidos na ordem jurídica. Suficiente listar exemplos de atos irrevogáveis: atos vinculados, atos complexos, atos geradores de direito
adquirido, entre outros. 5º PARÁGRAFO (conclusão) – é mais do que recomendável que o
amigo concursando retome as ideias e as sintetize. A seguir, uma possível proposta de solução.
PROPOSTA DE SOLUÇÃO
A conduta dos agentes públicos, de qualquer nível da Administração Pública, deve ser sempre pautada nas normas e princípios constitucionais e
legais, preservando-se a integridade de suas ações, e, por conseguinte, evitando-se a retirada de seus atos administrativos viciados por anulação, e
dos atos inconvenientes e inoportunos por revogação.
A revogação é a retirada do ato administrativo legal e eficaz, com
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efeitos não retroativos, tendo por fundamento o poder discricionário da
Administração Pública, porque lhe é facultada a revisão de sua atividade interna por razões de mérito, de conveniência e oportunidade, para adequá-la
à realização do interesse público. Contudo o poder de revogação não é
ilimitado, isso porque há situações jurídicas que a impedem, confirmando a existência de atos administrativos irrevogáveis.
Os atos administrativos são irrevogáveis tendo por fundamento a própria natureza do ato anterior e os efeitos produzidos na ordem jurídica, destacando-se, dentre outros: os atos exauridos ou consumados, com o
fundamento de que o efeito da revogação é não retroativo, não sendo possível, portanto, a retroação para alcançar os efeitos passados; os atos
vinculados, haja vista a revogação ter por fundamentos razões de mérito, aspectos de conveniência e de oportunidade, inexistentes nos atos
vinculados; e os atos geradores de direitos adquiridos, conforme previsto na
jurisprudência do STF (Súmula 473).
Adicionalmente, a doutrina lista os seguintes atos irrevogáveis: os atos integrantes de um procedimento administrativo, porque a prática do ato
sucessivo acarreta a preclusão do ato anterior (p. ex.: a celebração de contrato administrativo impede a revogação do ato de adjudicação); os meros
atos administrativos, como são os atestados, os pareceres e as certidões, porque os efeitos são prefixados pelo legislador; os atos complexos, porque
tais atos são formados pela conjugação de vontades de órgãos diversos, logo a vontade de um dos órgãos não pode desfazer o ato que a lei impõe a
integração de vontades para a formação; e, por fim, a revogação não pode
ser promovida quando se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato.
Por todo o exposto, conclui-se que os poderes garantidos aos administradores públicos são limitados, seja quanto à sua regularidade, seja quanto à sua conveniência e oportunidade, sendo-lhes imposta a autotutela
dos atos administrativos. Porém, mesmo diante de atos inconvenientes e inoportunos, os servidores públicos podem se deparar com situações de
irrevogabilidade, relativamente à própria natureza do ato anterior ou quanto
aos efeitos produzidos na ordem jurídica.
Questão nº 07:
(2010/Esaf – AFRFB) Considerando as atribuições inerentes aos ocupantes do cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e
partindo-se da ideia da divisão de funções entre os três Poderes do Estado, podendo-se, assim, afirmar, em sentido amplo, que todo ato
praticado no exercício da função administrativa é ato da Administração, desenvolva, objetivamente, um texto abordando os
seguintes tópicos:
a) produção de efeitos jurídicos do ato administrativo;
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b) o “motivo” do ato administrativo e os conceitos jurídicos indeterminados;
c) a convalidação do ato administrativo e seus efeitos.
Extensão: de 15 a 30 linhas.
COMENTÁRIOS
Mais uma questão de Esaf. O enunciado não oferece grandes dificuldades, solicitando de nós objetivamente uma dissertação sobre atos
administrativos, seus efeitos, elementos e convalidação.
À época, tive acesso às provas de candidatos, logo fica fácil, agora,
listar exatamente o raciocínio da ilustre organizadora. Vamos ao roteiro:
• Produção de efeitos jurídicos;
• Motivo;
• Conceitos jurídicos indeterminados;
• Convalidação e seus efeitos.
Como já dito reiteradas vezes, o planejamento é o ponto máximo da
prova discursiva. Não podemos deixar de mencionar qualquer dos tópicos, a fim de evitarmos a penalização por omissão de tópico ou desconhecimento
total ou parcial da problemática. A banca não perdoa!
Vamos por partes.
– Efeitos jurídicos
Os atos administrativos produzem efeitos jurídicos imediatos para a Administração e particulares, em geral. Esses efeitos são os mais diversos, os efeitos podem ser, por exemplo: constitutivos, declaratórios, alienativos de
direitos e de obrigações dos administrados ou da própria Administração. A imediata operacionalidade dos atos é garantida pelo atributo da presunção de
legitimidade, enfim, mesmo atos ilegais, enquanto não extintos do mundo jurídico, consideram-se legais e eficazes.
– Motivo do ato
O motivo é entendido como sendo o pressuposto de fato, acontecimento no mundo real, nascimento de filho, por exemplo, e de direito, que
fundamenta a prática do ato, podendo ser vinculado ou discricionário, conforme o caso, lei que permita, licença-maternidade, por exemplo.
O motivo, enquanto elemento de formação dos atos, não se confunde com a motivação, esta é a formalização dos motivos do ato,
ocorrendo prévia ou concomitantemente à edição do ato.
– Conceitos jurídicos indeterminados
Os livros de Direito Administrativo costumam indicar a existência de três modalidades de conceitos jurídicos indeterminados: técnicos, empíricos
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ou de experiência e de valor. Tais conceitos são estabelecidos pelo legislador,
porém, de forma imprecisa, incerta, fluida, conceitos dotados de largueza e ambiguidade, garantindo-se, nesse sentido, ao lado de uma zona de certeza,
uma zona cinzenta ou zona gris – de penumbra, com a existência de
conceitos plurissignificativos, elásticos (leia-se: não exatos, não matemáticos), como, por exemplo, os requisitos de relevância e urgência
presentes para a edição de medidas provisórias.
Os técnicos, apesar de aparentemente fluidos, não garantem margem de manobra para os administradores. Por exemplo: o que é um
prédio em ruínas? Caberia a contratação direta ou sem licitação para sua reforma, sob pena da ocorrência de uma calamidade pública? Perceba a
existência de certa imprecisão, contudo, depois da emissão do laudo técnico pelo setor de engenharia responsável, restará uma única solução por parte do
agente público.
Da mesma forma, os conceitos empíricos ou de experiência, por exemplo: bons antecedentes e força maior, não oferecem flexibilidade aos gestores públicos. Diante do caso concreto, haverá uma única solução
cabível.
Por fim, os conceitos de valor, por exemplo: interesse público,
moralidade administrativa, relevância e urgência. Esses conceitos possibilitam certa margem de discricionariedade, distintamente dos técnicos e dos
empíricos.
– Convalidação
É ato administrativo mediante o qual um ato viciado, com ilegalidade, é corrigido, mantido no mundo jurídico. Com outras palavras, no lugar de
simplesmente retirar o ato administrativo, mantém-no íntegro, com os devidos arremates.
A convalidação ou sanatória de atos viciados ocorre, entre outros princípios, em nome da segurança jurídica, e, pela circunstância de dizer
respeito a ilegalidades, é realizada com efeitos retroativos .
A convalidação pode derivar de um ato privativo da Administração, como é mais comum, ou de um ato do particular afetado pelo
provimento viciado (quando recebe o nome de saneamento, cuidado!).
Por exemplo: o particular “X” recebe a autorização de porte de arma, contudo o setor responsável da Polícia Federal, depois de um ano, em organização aos
processos de autorização, não acha o pedido formal do particular. Assim, sabendo que o pedido do particular é pressuposto legal para a concessão do
ato, caberá ao particular a renovação do pedido, a título de saneamento.
Então, prontos? Mãos à obra! Antes da leitura da proposta de solução, que tal a tentativa de elaboração da sua própria solução?
PROPOSTA DE SOLUÇÃO
No Brasil, vigora a tripartição funcional de Poderes: Legislativo,
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Judiciário e Executivo, cada qual no desempenho de uma função típica:
legislativa, judicante e administrativa, respectivamente. Todavia, essa tripartição é moderada, pois, ao lado das funções primordiais, convivem ou
podem conviver as atípicas, por exemplo: todos se sujeitam ao dever de
realizar concursos públicos, enfim, todos administram.
A função administrativa é materializada em atos e fatos da Administração. Entre esses, destacam-se os atos administrativos, declarações
unilaterais do Estado ou de quem lhe faça as vezes, exemplo das concessionárias de serviços públicos, regidos predominantemente pelo Direito
Público, sujeitos ao controle judicial e aptos à produção imediata de efeitos jurídicos.
Tais efeitos jurídicos imediatos podem ser constitutivos, enunciativos e declaratórios de direitos e de obrigações, atingindo tanto particulares como a
própria Administração. A imediata operacionalidade dos atos é permitida pelo atributo da presunção de legitimidade, afinal mesmo atos ilegais, enquanto
não retirados do mundo jurídico, consideram-se legais e eficazes.
Os atos administrativos são compostos por elementos, entre os quais, destaca-se o motivo, entendido como o pressuposto de fato e de direito que
fundamenta a prática dos atos, sendo inconfundível com a motivação, a
formalização dos motivos, podendo o motivo do ato ser vinculado ou discricionário, conforme o caso.
A discricionariedade dos atos pode ser percebida, por exemplo, no uso, pelo legislador, de conceitos jurídicos indeterminados, aqueles que são estabelecidos de forma imprecisa, incerta, fluida, sendo dotados de largueza e
ambiguidade. Tais conceitos garantem, ao lado de uma zona de certeza, uma zona cinzenta, com a existência de conceitos plurissignificativos, elásticos, como,
por exemplo, os requisitos de relevância e urgência presentes para a edição de medidas provisórias.
A discricionariedade, no entanto, é sempre parcial, não se identificando com a arbitrariedade, esta importa na ilegalidade dos atos, competindo à
Administração a anulação ou a convalidação, conforme o caso. A anulação é a retirada do ato, com efeitos retroativos; já, por meio da convalidação, ato
privativo da Administração, os atos com vícios sanáveis são corrigidos, logo mantidos no mundo jurídico, realizada com efeitos retroativos, desde que não
cause prejuízo ao erário ou a terceiros.