afo afrfb 2011.2 - aula 08

76
CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCÍCIOS PROFESSOR: SÉRGIO MENDES Aula 8 Olá amigos! Como é bom estar aqui! "Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim". (Charles Chaplin) "O homem não consegue descobrir novos oceanos se não tiver a coragem de perder de vista a costa." (André Gide) Na certeza de um belo dia e que outros ainda melhores virão, entusiasmados estudaremos nesta aula os principais tópicos da LRF ainda não abordados no nosso curso. Do início dos anos 1980 até meados dos anos 1990, a excessiva instabilidade da atividade econômica, principalmente devido ao descontrole inflacionário e às oscilações das taxas de juros, marcou a história econômica brasileira. Planos econômicos não surtiam os efeitos pretendidos e as finanças públicas se apresentavam sempre desequilibradas. A fim de que as finanças públicas seguissem regras claras e estruturadas que fossem capazes de evitar novos desequilíbrios e induzissem melhores práticas de gestão em todos os entes, foi editada, dentre outras medidas, a Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A responsabilidade fiscal visa evitar que os entes da Federação gastem mais do que aquilo que arrecadam; ou, se necessário, que tais entes recorram ao endividamento apenas caso sigam regras rígidas e transparentes. A LRF tem como base alguns princípios, os quais nortearam sua concepção e são essenciais para sua aplicação até os dias de hoje. Esses pilares, dos quais Prof. Sérgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 1 TOPICOS SELECIONADOS DA LRF

Upload: ketura-paiva

Post on 24-Nov-2015

26 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Aula 8

    Ol amigos! Como bom estar aqui!

    "Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relgio marque meia noite. minha funo escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque est chovendo ou agradecer s guas por lavarem a poluio. Posso ficar triste por no ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanas, evitando o desperdcio. Posso reclamar sobre minha sade ou dar graas por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por no terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tdio com o trabalho domstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepes com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas no saram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomear. O dia est na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende s de mim". (Charles Chaplin)

    "O homem no consegue descobrir novos oceanos se no tiver a coragem de perder de vista a costa." (Andr Gide)

    Na certeza de um belo dia e que outros ainda melhores viro, entusiasmados estudaremos nesta aula os principais tpicos da LRF ainda no abordados no nosso curso.

    Do incio dos anos 1980 at meados dos anos 1990, a excessiva instabilidade da atividade econmica, principalmente devido ao descontrole inflacionrio e s oscilaes das taxas de juros, marcou a histria econmica brasileira. Planos econmicos no surtiam os efeitos pretendidos e as finanas pblicas se apresentavam sempre desequilibradas.

    A fim de que as finanas pblicas seguissem regras claras e estruturadas que fossem capazes de evitar novos desequilbrios e induzissem melhores prticas de gesto em todos os entes, foi editada, dentre outras medidas, a Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A responsabilidade fiscal visa evitar que os entes da Federao gastem mais do que aquilo que arrecadam; ou, se necessrio, que tais entes recorram ao endividamento apenas caso sigam regras rgidas e transparentes.

    A LRF tem como base alguns princpios, os quais nortearam sua concepo e so essenciais para sua aplicao at os dias de hoje. Esses pilares, dos quais

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 1

    TOPICOS SELECIONADOS DA LRF

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    depende o alcance de seus objetivos, so o planejamento, a transparncia, o controle e a responsabilizao.

    O art. 1 da LRF traz seus objetivos: "Art. 1 Esta Lei Complementar estabelece normas de finanas pblicas voltadas para a responsabilidade na gesto fiscal, com amparo no Captulo II do Ttulo VI da Constituio. 1 A responsabilidade na gesto fiscal pressupe a ao planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obedincia a limites e condies no que tange a renncia de receita, gerao de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dvidas consolidada e mobiliria, operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, concesso de garantia e inscrio em Restos a Pagar."

    J de acordo com Machado, os objetivos da LRF so impactar o modelo de gesto do setor pblico na direo de: fortalecer o controle centralizado das dotaes oramentrias, na medida em que exigem o estabelecimento de limites totais de gasto e definem limites especficos para algumas despesas; estreitar os vnculos entre PPA, LDO e LOA, criando mecanismos para que a fase da execuo no se desvie do planejamento inicial; fortalecer os instrumentos de avaliao e controle da ao governamental.

    As disposies da LRF obrigam a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios. Nas referncias Unio, aos estados, ao Distrito Federal e aos municpios, esto compreendidos o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judicirio e o Ministrio Pblico; bem como as respectivas Administraes diretas, fundos, autarquias, fundaes e empresas estatais dependentes. Ainda, a estados entende-se considerado o Distrito Federal; e a Tribunais de Contas esto includos: Tribunal de Contas da Unio, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de Contas dos Municpios e Tribunal de Contas do Municpio.

    Observao: para evitar vrias repeties, alguns temas relacionados LRF no sero reproduzidos novamente neste aulas, pois foram/sero abordados ao longo do curso.

    1. GESTO FISCAL E TRANSPARNCIA

    1.1. Gesto Fiscal

    Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal a instituio, a previso e a efetiva arrecadao de todos os tributos da competncia constitucional do ente da Federao. No entanto, vedada a realizao de transferncias voluntrias para o ente que no observe tal determinao no que se refere aos impostos. Assim, apesar de os requisitos

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 2

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    essenciais da responsabilidade na gesto fiscal contemplarem os tributos, a vedao quanto s transferncias voluntrias se refere apenas aos impostos. Ressalto que tal vedao no alcana as transferncias voluntrias destinadas a aes de educao, sade e assistncia social.

    A LRF trata da fiscalizao da gesto fiscal no art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxlio dos Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministrio Pblico, fiscalizaro o cumprimento das normas da LRF, com nfase no que se refere a:

    Atingimento das metas estabelecidas na LDO. Limites e condies para realizao de operaes de crdito e inscrio

    em Restos a Pagar; Medidas adotadas para o retorno da despesa total com pessoal. Providncias tomadas para reconduo dos montantes das dvidas

    consolidada e mobiliria aos respectivos limites. Destinao de recursos obtidos com a alienao de ativos. Cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos municipais,

    quando houver.

    Compete privativamente ao Presidente da Repblica prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias aps a abertura da sesso legislativa, as contas referentes ao exerccio anterior.

    1.2. Transparncia

    Segundo o art. 48 da LRF, so instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e o Relatrio de Gesto Fiscal; e as verses simplificadas desses documentos.

    A transparncia ser assegurada tambm mediante: Incentivo participao popular e realizao de audincias pblicas,

    durante os processos de elaborao e discusso dos planos, lei de diretrizes oramentrias e oramentos.

    Liberao ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira, em meios eletrnicos de acesso pblico. Os entes da Federao disponibilizaro a qualquer pessoa fsica ou jurdica o acesso a informaes, quanto despesa, referentes a todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execuo da despesa, no momento de sua realizao, com a disponibilizao mnima dos dados referentes ao nmero do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao servio prestado, pessoa fsica ou jurdica beneficiria do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatrio realizado; e quanto receita, referente ao lanamento e ao recebimento de toda a

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 3

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinrios.

    Adoo de sistema integrado de Administrao Financeira e controle, que atenda a padro mnimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da Unio.

    O maior objetivo das regras de transparncia na LRF viabilizar o controle social, ou seja, a participao da sociedade no acompanhamento e na verificao da execuo das polticas pblicas, avaliando os objetivos, os processos e os resultados, visando assegurar que os recursos pblicos sejam bem empregados em benefcio da coletividade.

    2. RELATRIOS

    2.1. Relatrio de Gesto Fiscal

    O Relatrio de Gesto Fiscal - RGF ser emitido, a cada quadrimestre, pelos titulares dos Poderes e rgos, assinado pelo Chefe do Poder Executivo; Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Legislativo; Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de Administrao ou rgo decisrio equivalente, conforme regimentos internos dos rgos do Poder Judicirio; Chefe do Ministrio Pblico, da Unio e dos Estados. O relatrio tambm ser assinado pelas autoridades responsveis pela Administrao Financeira e pelo controle interno, bem como por outras definidas por ato prprio de cada Poder ou rgo.

    facultado aos municpios com populao inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar semestralmente o Relatrio de Gesto Fiscal.

    De acordo com o art. 55, o Relatrio de Gesto Fiscal conter comparativo com os limites de que trata a LRF, dos seguintes montantes:

    despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas; dvidas consolidada e mobiliria; concesso de garantias; e operaes de

    crdito, inclusive por antecipao de receita (tais demonstrativos estaro apenas no RGF do Poder Executivo).

    Se ultrapassado qualquer dos limites, o RGF conter tambm a indicao das medidas corretivas adotadas ou a adotar.

    Apenas no ltimo quadrimestre, o RGF conter demonstrativos: do montante das disponibilidades de caixa em 31/12; da inscrio em Restos a Pagar, das despesas liquidadas; empenhadas e

    no liquidadas; empenhadas e no liquidadas, inscritas at o limite do saldo da disponibilidade de caixa; no inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram cancelados; e

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 4

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    do cumprimento do disposto no inciso II e na alnea b do inciso IV do art. 38, que trata das operaes de crdito por antecipao de receita.

    O relatrio ser publicado at 30 dias aps o encerramento do perodo a que corresponder, com amplo acesso ao pblico, inclusive por meio eletrnico. O descumprimento do prazo impedir, at que a situao seja regularizada, que o ente da Federao receba transferncias voluntrias e contrate operaes de crdito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria.

    2.2. Relatrio Resumido de Execuo Oramentria

    De acordo com o 3 do art. 165 da CF/1988, o Poder Executivo publicar, at 30 dias aps o encerramento de cada bimestre, relatrio resumido da execuo oramentria - RREO.

    Os arts. 52 e 53 da LRF regulamentam o tema. O RREO abranger todos os Poderes e o Ministrio Pblico e ser composto pelo balano oramentrio e por demonstrativos de execuo de receitas e despesas:

    Balano oramentrio, que especificar, por categoria econmica, as receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previso atualizada; as despesas por grupo de natureza, discriminando a dotao para o exerccio, a despesa liquidada e o saldo.

    Demonstrativos da execuo das receitas, por categoria econmica e fonte, especificando a previso inicial, a previso atualizada para o exerccio, a receita realizada no bimestre, a realizada no exerccio e a previso a realizar; e das despesas, por categoria econmica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotao inicial, dotao para o exerccio, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exerccio.

    Despesas, por funo e subfuno.

    Os valores referentes ao refinanciamento da dvida mobiliria constaro destacadamente nas receitas de operaes de crdito e nas despesas com amortizao da dvida. Da mesma forma que na escriturao e consolidao das contas e no RGF, o descumprimento do prazo impedir, at que a situao seja regularizada, que o ente da Federao receba transferncias voluntrias e contrate operaes de crdito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria.

    De acordo com o art. 53 da LRF, acompanharo o RREO demonstrativos relativos a:

    Apurao da receita corrente lquida e sua evoluo, assim como a previso de seu desempenho at o final do exerccio.

    Receitas e despesas previdencirias. Resultados nominal e primrio. Despesas com juros.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 5

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Restos a Pagar, detalhando, por Poder e rgo, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.

    facultado aos municpios com populao inferior a 50 mil habitantes optar por divulgar semestralmente os demonstrativos do RREO (citados acima). No entanto, o RREO deve ser divulgado bimestralmente em todos os entes, j que este perodo o previsto no 3 do art. 165 da CF/1988, conforme estudamos no incio deste tpico.

    J o RREO referente ao ltimo bimestre do exerccio ser acompanhado tambm de demonstrativos do atendimento da regra de ouro (inciso III do art. 167 da CF/1988 e disposies da LRF no 3 do art. 32); das projees atuariais dos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos; e da variao patrimonial, evidenciando a alienao de ativos e a aplicao dos recursos dela decorrentes. Quando for o caso, sero apresentadas justificativas da limitao de empenho e da frustrao de receitas, especificando as medidas de combate sonegao e evaso fiscal, adotadas e a adotar, e as aes de fiscalizao e cobrana.

    3. CONSELHO DE GESTO FISCAL

    O acompanhamento e a avaliao, de forma permanente, da poltica e da operacionalidade da gesto fiscal sero realizados por conselho de gesto fiscal - CGF. O CGF instituir formas de premiao e reconhecimento pblico aos titulares de Poder que alcanarem resultados meritrios em suas polticas de desenvolvimento social, conjugados com a prtica de uma gesto fiscal pautada pelas normas da LRF.

    O Conselho ser constitudo por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministrio Pblico e de entidades tcnicas representativas da sociedade, visando a:

    Harmonizao e coordenao entre os entes da Federao. Disseminao de prticas que resultem em maior eficincia na alocao e

    execuo do gasto pblico, na arrecadao de receitas, no controle do endividamento e na transparncia da gesto fiscal.

    Adoo de normas de consolidao das contas pblicas, padronizao das prestaes de contas e dos relatrios e demonstrativos de gesto fiscal de que trata a LRF, normas e padres mais simples para os pequenos municpios, bem como outros, necessrios ao controle social.

    Divulgao de anlises, estudos e diagnsticos.

    Ainda, a LRF determinou que lei ordinria deve dispor sobre a composio e a forma de funcionamento do conselho.

    4. GERAO DE DESPESA

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 6

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    A gerao de despesa se refere ao aumento de despesa por meio de criao, expanso ou aperfeioamento de ao governamental. Consoante o art. 16 da LRF, a criao, expanso ou aperfeioamento de ao governamental que acarrete aumento da despesa ser acompanhado de: "I - estimativa, com as premissas e metodologia de clculo utilizadas, do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; II - declarao do ordenador da despesa de que o aumento tem adequao oramentria e financeira com a lei oramentria anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias."

    O referido artigo ainda define despesa adequada com a LOA e despesa compatvel com PPA e LDO.

    Adequada com a LOA: a despesa objeto de dotao especfica e suficiente, ou que esteja abrangida por crdito genrico, de forma que, somadas todas as despesas da mesma espcie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, no sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exerccio.

    Compatvel com PPA e LDO: a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e no infrinja qualquer de suas disposies.

    Tais normas constituem condio prvia para empenho e licitao de servios, fornecimento de bens ou execuo de obras, bem como para desapropriao de imveis urbanos a que se refere o 3o do art. 182 da CF/1988. A gerao de despesas ou assuno de obrigaes que no atendam o disposto nos arts. 16 e 17 da LRF sero consideradas no autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimnio pblico. Ressalva-se dessas determinaes a despesa considerada irrelevante, de acordo com o que dispuser a lei de diretrizes oramentrias.

    5. DESPESA OBRIGATRIA DE CARTER CONTINUADO

    Ainda relacionado ao tema gerao de despesas, temos que algumas despesas so consideradas com maior potencial para causar danos ao equilbrio das contas pblicas do que outras. Para essas, a LRF estabeleceu regras mais rgidas para que se realizem ou sejam aumentadas, especialmente aquelas que se prolongarem por mais de dois exerccios, como as despesas obrigatrias de carter continuado.

    Segundo o art. 17 da LRF, considera-se obrigatria de carter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigao legal de sua execuo por um perodo superior a dois exerccios. Por exemplo, o aumento da remunerao de servidores pblicos.

    Muita ateno que nos remeteremos outras vezes ao art. 17 da LRF, o qual

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 7

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    ainda determina que so exigncias para criao ou aumento das despesas obrigatrias de carter continuado:

    Atos que criarem as despesas ou as aumentarem devero ser instrudos com estimativas do impacto oramentrio-financeiro, no exerccio que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes.

    Demonstrao da origem dos recursos para seu custeio. Comprovao de que a criao ou o aumento da despesa no afetar as

    metas de resultados fiscais previstas no anexo de metas fiscais da LDO. Compensao dos seus efeitos financeiros, nos perodos seguintes, pelo

    aumento permanente de receita ou pela reduo permanente de despesa.

    Considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevao de alquotas, ampliao da base de clculo, majorao ou criao de tributo ou contribuio. J a prorrogao de despesa criada por prazo determinado considera-se aumento da despesa.

    A despesa obrigatria de carter continuado no ser executada antes da implementao das medidas referidas, as quais integraro o instrumento que a criar ou aumentar. Logo, o administrador pblico dever implementar essas medidas antes da criao ou do aumento das despesas obrigatrias de carter continuado. Entretanto, as despesas destinadas ao servio da dvida e ao reajustamento de remunerao de pessoal de que trata o inciso X do art. 37 da CF/1988 esto excludas dessas regras. Tal inciso versa sobre a reviso geral anual, sempre na mesma data e sem distino de ndices da remunerao dos servidores e do subsdio de membro de Poder, de detentor de mandato eletivo, de Ministros de Estado e de Secretrios Estaduais e Municipais. uma reviso para manter o poder de compra; logo, reajustes para aumentar o poder aquisitivo, como os que ocorrem em percentuais acima da inflao do perodo, devem seguir as regras da LRF.

    6. RENNCIA DE RECEITAS

    Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gesto fiscal a instituio, previso e efetiva arrecadao de todos os tributos da competncia constitucional do ente da Federao. Desta forma, os entes possuem tributos de competncia prpria e devem explorar efetivamente seu potencial arrecadatrio. No entanto, em geral, os municpios brasileiros de menor porte so os que tm demonstrado menor interesse em arrecadar os tributos, devido a proximidade do eleitor-contribuinte com o prefeito e os vereadores, o que desmotiva tais polticos a adotarem medidas benficas aos cofres pblicos, porm desgastantes e antipticas politicamente. Visando coibir prticas semelhantes, a LRF traz meios e sanes para que o gestor pblico tenha um melhor gerenciamento no tocante receita pblica, como no que se refere renncia de receitas.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 8

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    A renncia de receitas compreende anistia, remisso, subsdio, crdito presumido, concesso de iseno em carter no geral, alterao de alquota ou modificao de base de clculo que implique reduo discriminada de tributos ou contribuies, e outros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado. Note que, ao considerar renncia termos como "iseno em carter no geral", "reduo discriminada" e "tratamento diferenciado", a LRF visa evitar que haja preferncias para apenas alguns poucos em prejuzo dos demais. Por exemplo, a iseno em carter geral no se enquadra no conceito de renncia de receitas da LRF.

    Vamos s definies tomando como base o disposto no Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Pblico e no Cdigo Tributrio Nacional:

    Anistia: o perdo da multa, que visa excluir o crdito tributrio na parte relativa multa aplicada pelo sujeito ativo ao sujeito passivo, por infraes cometidas por este anteriormente vigncia da lei que a concedeu. A anistia no abrange o crdito tributrio j em cobrana, em dbito para com a Fazenda, cuja incidncia tambm j havia ocorrido.

    Remisso: o perdo da dvida, que se d em determinadas circunstncias previstas na lei, tais como valor diminuto da dvida, situao difcil que torna impossvel ao sujeito passivo solver o dbito, inconvenincia do processamento da cobrana dado o alto custo no compensvel com a quantia em cobrana, probabilidade de no receber, erro ou ignorncia escusveis do sujeito passivo, equidade etc. No implica em perdoar a conduta ilcita, concretizada na infrao penal, nem em perdoar a sano aplicada ao contribuinte. Contudo, no se considera renncia de receita o cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrana.

    Subsdio: um incentivo do estado a determinadas situaes de interesse pblico. Por exemplo, para aquisio de casa prpria para a populao de renda mensal inferior a trs salrios-mnimos.

    Crdito presumido: aquele que representa o montante do imposto cobrado na operao anterior e objetiva neutralizar o efeito de recuperao dos impostos no cumulativos, pelo qual o estado se apropria do valor da iseno nas etapas subsequentes da circulao da mercadoria. o caso dos crditos referentes a mercadorias e servios que venham a ser objeto de operaes e prestaes destinadas ao exterior. Todavia, no considerado renncia de receita o crdito real ou tributrio do ICMS previsto na legislao instituidora do tributo.

    Iseno: a espcie mais usual de renncia e define-se como a dispensa legal, pelo estado, do dbito tributrio devido.

    Reduo da base de clculo: o incentivo fiscal por meio do qual a lei modifica para menos sua base tributvel por meio da excluso de qualquer de seus elementos constitutivos. Pode ocorrer isoladamente ou associada a uma reduo de alquota, expressa na aplicao de um percentual de reduo.

    Ainda, outras situaes podem caracterizar renncia de receitas e no apenas

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 9

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    as listadas, j que o conceito compreende tambm outros benefcios que correspondam a tratamento diferenciado. Por exemplo, segundo o art. 146 da CF/1988, cabe lei complementar estabelecer normas gerais em matria de legislao tributria, especialmente sobre adequado tratamento tributrio ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

    De acordo com o 6 do art. 150 da CF/1988, qualquer subsdio ou iseno, reduo de base de clculo, concesso de crdito presumido, anistia ou remisso, relativos a impostos, taxas ou contribuies, s poder ser concedido mediante lei especfica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matrias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuio. Assim, vedada ao Poder Executivo, atravs de ato regulamentar ou de delegao legislativa, a concesso de benefcios fiscais, bem como a edio de lei geral sobre a matria.

    A LRF determina que a renncia de receitas deve ser precedida de um planejamento pormenorizado, a fim de que se identifiquem as consequncias sobre a perda inicial de arrecadao e as medidas para a compensao dessa perda para o ano que entrar em vigor e nos dois seguintes. Assim, segundo o art. 14, a concesso ou ampliao de incentivo ou benefcio de natureza tributria da qual decorra renncia de receita dever estar acompanhada de estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva iniciar sua vigncia e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes oramentrias e a pelo menos uma das seguintes condies:

    Demonstrao pelo proponente de que a renncia foi considerada na estimativa de receita da lei oramentria e de que no afetar as metas de resultados fiscais previstas no anexo prprio da LDO.

    Estar acompanhada de medidas de compensao, no perodo mencionado, por meio do aumento de receita, proveniente da elevao de alquotas, ampliao da base de clculo, majorao ou criao de tributo ou contribuio. Nesse caso, o benefcio s entrar em vigor quando implementadas as medidas citadas.

    Vale destacar que a LRF taxativa, logo, medidas como diminuio de despesas ou aumento de fiscalizao contra a sonegao no so medidas de compensao.

    O disposto acima sobre renncia de receitas no se aplica s alteraes das alquotas dos impostos de importao de produtos estrangeiros (II), de exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE), de produtos industrializados (IPI), de operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (IOF) e ao cancelamento de dbito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrana.

    Relembro que, segundo o art. 5 da LRF, o projeto de lei oramentria anual, elaborado de forma compatvel com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias ser acompanhado do demonstrativo regionalizado do efeito,

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 10

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia, bem como das medidas de compensao a renncias de receita e ao aumento de despesas obrigatrias de carter continuado.

    7. RECEITA CORRENTE LQUIDA

    Um conceito importante da LRF o de Receita Corrente Liquida (RCL), utilizado como referncia na despesa pblica, como no clculo do limite para as despesas de pessoal, dvida pblica, operaes de crdito e concesso de garantia. A RCL corresponde ao somatrio das receitas tributrias, de contribuies, patrimoniais, industriais, agropecurias, de servios, transferncias correntes e outras receitas tambm correntes, deduzidos:

    Na Unio: os valores transferidos aos estados e municpios por determinao constitucional ou legal, e as contribuies mencionadas na alnea "a" do inciso I e no inciso II do art. 195 (relacionadas seguridade social) e no art. 239 da CF/1988 (PIS, PASEP).

    Nos estados: as parcelas entregues aos Municpios por determinao constitucional.

    Na Unio, nos estados e nos municpios: a contribuio dos servidores para o custeio do seu sistema de previdncia e assistncia social e as receitas provenientes da compensao financeira citada no 9 do art. 201 da CF/1988 (compensao entre os diversos sistemas previdencirios).

    No DF, no Amap e em Roraima: recursos transferidos pela Unio decorrentes da competncia da prpria Unio para organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica do DF e dos Territrios; e organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do DF, bem como prestar assistncia financeira ao DF para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio.

    Repare que o conceito de Receita Corrente Lquida visa separar as receitas disponveis a cada um dos entes daquelas que eles no tm autonomia para gerenciar. De nada adiantaria fazer clculos e determinar percentuais em cima de receitas brutas, que na verdade no esto totalmente disponveis aos entes. Assim, ao determinar o limite de despesas com pessoal em relao RCL (veremos nos prximos tpicos), a LRF estabelece um limite percentual sobre as receitas efetivamente disponveis para o pagamento de pessoal.

    importante frisar que a RCL ser apurada somando-se as receitas arrecadadas no ms em referncia e nos 11 anteriores, excludas as duplicidades. Assim, a apurao da RCL feita durante o perodo de um ano, no necessariamente coincidente com o ano civil.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 11

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Por exemplo, se formos calcular a RCL do ms de julho de 2011, para divulgao em agosto, devemos somar a RCL do nosso ms de referncia (julho/2011) e nos 11 anteriores (junho/2011 a agosto/2010).

    R$ Milho

    Ms RCL Mensal Julho/11 550 junho 590 maio 600 abril 650

    maro 550 fevereiro 480 janeiro 520

    dezembro 560 novembro 540 outubro 520

    setembro 510 Agosto/10 500

    Total 6570

    Assim, a RCL apurada no ms de julho de 2011 ser de R$ 6.570.000.000,00.

    8. DESPESAS COM PESSOAL

    8.1. Consideraes Iniciais

    O propsito da LRF a ao planejada e transparente, tendo o objetivo de prevenir riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilbrio das contas pblicas. Os meios utilizados para se atingir este objetivo so o cumprimento de metas de receitas e despesas e obedincia a limites e condies para a dvida pblica e gastos com pessoal. Assim, a finalidade da LRF disciplinar a gesto dos recursos pblicos, atribuindo maior responsabilidade aos administradores pblicos.

    O termo fiscal congrega todas as aes que se relacionam com a arrecadao e a aplicao dos recursos pblicos. Neste caminho, as despesas com pessoal so as que mais despertam a ateno da populao e dos gestores pblicos, em razo de serem as mais representativas em quase todos os entes, entre os gastos realizados. A preocupao gerada diante do excesso de despesas com pessoal objeto de maior detalhamento por meio da LRF. As despesas com pessoal so sempre despesas correntes.

    Segundo o art. 18 da LRF, para os efeitos dessa Lei Complementar, entende-se como despesa total com pessoal: o somatrio dos gastos do ente da Federao com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funes ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espcies remuneratrias, tais como vencimentos e vantagens, fixas

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 12

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    e variveis, subsdios, proventos da aposentadoria, reformas e penses, inclusive adicionais, gratificaes, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuies recolhidas pelo ente s entidades de previdncia. As despesas consideradas como indenizatrias no so consideradas espcies remuneratrias, logo no entram no clculo do percentual de despesas com pessoal. Exemplo: auxlio-alimentao, assistncia pr-escolar, auxlio-transporte, ajuda de custo para o militar removido para outra cidade etc.

    Vale ressaltar que so tambm despesas com pessoal os valores dos contratos de terceirizao de mo de obra que se referem substituio de servidores e empregados pblicos. Sero contabilizados como "outras despesas de pessoal". Por exemplo, a contratao de um professor temporrio para uma vaga de professor efetivo em uma escola despesa com pessoal para efeitos da LRF, j que se refere substituio de uma atribuio de um servidor efetivo. No entanto, a contratao de pessoal para a segurana dessa mesma escola no considerada despesa com pessoal, j que em geral no se trata de substituio de servidores ou empregados pblicos. uma atividade importante, porm acessria, instrumental ou complementar s atribuies legais da escola, no sendo inerente a categorias funcionais abrangidas pelo quadro de pessoal.

    8.2. Limites

    Uma novidade da LRF, em relao s leis anteriores de limites para despesas com pessoal, que os poderes e as trs esferas de governo esto envolvidos nos limites. A limitao visa permitir ao gestor pblico que atenda as demandas da populao como, por exemplo, sade e educao, e no comprometa quase toda sua receita com pagamento de despesas com pessoal.

    0 conceito de RCL, que vimos no tpico anterior, importante porque, segundo o art. 19, a despesa total com pessoal ser apurada somando-se a realizada no ms em referncia com as dos 11 imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competncia. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituio, a despesa total com pessoal, em cada perodo de apurao e em cada ente da Federao, no poder exceder os percentuais da receita corrente lquida, a seguir discriminados: 1 - Unio: 50. II - Estados: 60%. III - Municpios: 60%

    LIMITES DAS DESPESAS COM PESSOAL EM RELAO RCL

    UNIO ESTADOS MUNICPIOS

    50% 60% 60%

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 13

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    As disposies da LRF obrigam a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios. Nas referncias a estados entende-se considerado o Distrito Federal. Logo, o Distrito Federal deve observar o limite estabelecido na LRF para a esfera estadual.

    Na despesa total com pessoal, para fins de verificao dos limites definidos na LRF, consoante o 1 tambm do art. 19, no ser(o) computada(s) a(s) despesa(s):

    Com indenizao por demisso de servidores ou empregados. Relativas a incentivos demisso voluntria. Com convocao extraordinria do Congresso Nacional (a Emenda

    Constitucional 50/2006 vedou o pagamento de parcela indenizatria em razo de convocao do Congresso Nacional).

    Decorrentes de deciso judicial e da competncia de perodo anterior ao da apurao da despesa total com pessoal somando-se a realizada no ms em referncia com as dos 11 imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competncia. As despesas com pessoal decorrentes de sentenas judiciais do perodo atual sero includas no limite do respectivo Poder ou rgo.

    Com pessoal, do Distrito Federal e dos estados do Amap e Roraima, custeadas com recursos transferidos pela Unio decorrentes da competncia da prpria Unio para organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica do Distrito Federal e dos Territrios; e organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio. Nesses casos, as despesas desses entes no so pagas com suas prprias receitas e sim da Unio, logo, no so somadas aos seus limites de 60%.

    Com inativos, ainda que por intermdio de fundo especfico, custeadas por recursos provenientes:

    - da arrecadao de contribuies dos segurados; - da compensao financeira entre os diversos regimes de

    previdncia social para efeito de aposentadoria, assegurada a contagem recproca do tempo de contribuio na Administrao Pblica e na atividade privada, rural e urbana, segundo critrios estabelecidos em lei.

    - das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vinculado a tal finalidade, inclusive o produto da alienao de bens, direitos e ativos, bem como seu supervit financeiro.

    Segundo o art. 20 da LRF, a repartio dos limites globais do art. 19 - Unio (50%), estados (60%), municpios (60%) - no poder exceder os seguintes percentuais:

    I - na esfera federal: a) 2,5% para o Legislativo, includo o Tribunal de Contas da Unio. b) 6% para o Judicirio.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 14

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    c) 40,9% para o Executivo, destacando-se 3% para as despesas com pessoal decorrentes da competncia da Unio para organizar e manter o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico e a Defensoria Pblica do Distrito Federal e dos Territrios; e organizar e manter a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistncia financeira ao Distrito Federal para a execuo de servios pblicos, por meio de fundo prprio, repartidos de forma proporcional mdia das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da RCL, verificadas nos trs exerccios financeiros imediatamente anteriores ao da publicao da LRF. d) 0,6% para o Ministrio Pblico da Unio.

    II - na esfera estadual: a) 3% para o Legislativo, includo o Tribunal de Contas do Estado. b) 6% para o Judicirio. c) 49% para o Executivo. d) 2% para o Ministrio Pblico dos Estados. Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Municpios, o percentual definido para o Legislativo ser de 3,4% e do Executivo ser de 48,6%, o que corresponde, respectivamente, a acrscimo e reduo de 0,4%.

    III - na esfera municipal: a) 6% para o Legislativo, includo o Tribunal de Contas do Municpio, quando houver. b) 54% para o Executivo.

    Observao: Tribunal de Contas dos Municpios diferente de Tribunal de Contas do Municpio.

    H apenas dois Tribunais de Contas do Municpio, pois h vedao constitucional para a instituio de Cortes de Contas municipais, ressalvados os Tribunais de Contas do Municpio de So Paulo e o do Rio de Janeiro, criados antes da CF/1988. Tais Tribunais tm competncia para processar e julgar contas exclusivamente do municpio onde foi criado e no dos outros municpios do Estado. Porm, no h impedimento para que o Estado institua Tribunais de Contas dos Municpios, para apreciar e julgar exclusivamente as contas dos municpios integrantes de seu territrio. Mas h apenas quatro Tribunais de Contas dos Municpios (Bahia, Cear, Par e Gois). Os municpios dos outros estados que no possuem Tribunais de Contas dos Municpios esto sob a jurisdio dos Tribunais de Contas Estaduais.

    Nos Poderes Legislativo e Judicirio de cada esfera, o limite ser repartido entre seus ramos proporcionalmente mdia das despesas com pessoal, em percentual da RCL, verificadas nos trs exerccios financeiros imediatamente anteriores ao da publicao da LRF (1997 a 1999). Por exemplo, o Poder Judicirio do estado X teve como mdias nesses trs anos as despesas divididas por trs rgos de tamanho diferentes, A, B e C, na proporo,

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 15

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    respectivamente, de 20%, 30% e 50% do gasto com pessoal desse Judicirio Estadual. Como a partir da LRF o limite de 6% da RCL para o Judicirio desse Estado, o rateio do limite ser da seguinte forma em relao RCL: 1,2% para o rgo A; 1,8% para o rgo B e 3% para o rgo C.

    Os recursos correspondentes s dotaes oramentrias, compreendidos os crditos suplementares e especiais, destinados aos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica, ser-lhes-o entregues at o dia 20 de cada ms, em duodcimos. Para tais fins, a entrega dos recursos financeiros correspondentes despesa total com pessoal por Poder e rgo ser a resultante da aplicao dos percentuais definidos no art. 20 da LRF.

    Alguns autores acenam com a possibilidade de a LDO estabelecer critrios diferentes da LRF. Mas essa faculdade que estava no 6 do art. 20 da LRF foi vetada: Vetado: 6 do art. 20: "Somente ser aplicada a repartio dos limites estabelecidos no caput caso a lei de diretrizes oramentrias no disponha de forma diferente." Razes do veto: "A possibilidade de que o limite de despesas de pessoal dos Poderes e rgos possam ser alterados na Lei de Diretrizes Oramentrias poder resultar em demandas ou incentivo especialmente no mbito dos Estados e Municpios para que os gastos com pessoal e encargos sociais de determinado Poder ou rgo sejam ampliados em detrimento de outros, visto que o limite global do ente da Federao fixado na Lei Complementar. Desse modo, afigura-se prejudicado o objetivo da lei complementar em estabelecer limites efetivos de gastos de pessoal aos Trs Poderes. Na linha desse entendimento, o dispositivo contraria o interesse pblico, motivo pelo qual sugere-se a oposio de veto." Assim, a LDO no pode dispor de forma diferente da LRF.

    Logo:

    LIMITES POR ESFERA

    FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL

    Legislativo (TCU): 2,5% Legislativo (TCE): 3% Legislativo (TCM): 6%

    Judicirio: 6% Judicirio: 6%

    Legislativo (TCM): 6%

    Executivo: 40,9% Executivo: 49% Executivo: 54%

    MPU: 0,6% MPE: 2% Executivo: 54%

    Nos estados em que houver Tribunal de Contas dos Municpios, o percentual do Legislativo ser de 3,4% e do Executivo ser de 48,6%.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 16

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    8.3 Controle

    Conforme o art. 21 da LRF, nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e no atenda:

    As exigncias para a criao das despesas obrigatrias de carter continuado (art. 17). So elas: atos que criarem as despesas ou as aumentarem devero ser instrudos com estimativas do impacto oramentrio-financeiro, no exerccio que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; demonstrao da origem dos recursos para seu custeio; comprovao de que a criao ou o aumento da despesa no afetar as metas de resultados fiscais previstas no anexo de metas fiscais da LDO; compensao dos seus efeitos financeiros, nos perodos seguintes, pelo aumento permanente de receita ou pela reduo permanente de despesa.

    As exigncias de acompanhamento, para a criao, expanso ou aperfeioamento de ao governamental que acarrete aumento da despesa (art. 16): estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, e declarao do ordenador da despesa de que o aumento tem adequao oramentria e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e com a LDO.

    As exigncias do 1 do art. 169 da CF/1988 (veremos ainda neste tpico).

    O percentual de reserva dos cargos e empregos pblicos para as pessoas portadoras de deficincia e os critrios de sua admisso definidos em lei.

    O limite legal de comprometimento aplicado s despesas com pessoal inativo.

    Tambm nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo Poder ou rgo. comum associar este prazo ao final dos mandatos de quatro anos dos Chefes do Executivo, porm interessante observar que a norma tambm alcana o mandato dos Presidentes de casas legislativas, o qual de dois anos. Logo, um Presidente de uma Cmara Municipal, por exemplo, no poder aumentar a despesa com pessoal nos 180 dias anteriores ao final do seu mandato de dois anos.

    Ainda, consoante o inciso XIII do art. 37 da CF/1988, vedada a vinculao ou equiparao de quaisquer espcies remuneratrias para o efeito de remunerao de pessoal do servio pblico. Logo, nulo o ato aumentativo da despesa com pessoal que promova a vinculao ou equiparao de quaisquer espcies remuneratrias. Ressalta-se que a CF/1988 veda a transferncia voluntria de recursos e a concesso de emprstimos, inclusive por antecipao de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituies financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 17

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Consoante o art. 22 da LRF, a verificao do cumprimento dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20 ser realizada ao final de cada quadrimestre.

    Limite de alerta: compete aos Tribunais de Contas verificar os clculos dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e rgo e alert-los quando constatarem que o montante da despesa total com pessoal ultrapassar 90% do limite.

    Limite prudencial: se a despesa total com pessoal exceder a 95% do limite, so vedados ao Poder ou rgo que houver incorrido no excesso:

    Concesso de vantagem, aumento, reajuste ou adequao de remunerao a qualquer ttulo, salvo os derivados de sentena judicial ou de determinao legal ou contratual, ressalvada a reviso geral anual, sempre na mesma data e sem distino de ndices.

    Criao de cargo, emprego ou funo. Alterao de estrutura de carreira que implique aumento de despesa. Provimento de cargo pblico, admisso ou contratao de pessoal a

    qualquer ttulo, ressalvada a reposio decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das reas de educao, sade e segurana.

    Contratao de hora extra, salvo no caso das situaes previstas na lei de diretrizes oramentrias e no caso de convocao extraordinria do Congresso Nacional (relembro que a Emenda Constitucional 50/2006 vedou o pagamento de parcela indenizatria em razo de convocao do Congresso Nacional).

    Ateno: o limite de alerta ocorre quando os Tribunais de Contas constatam que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite, no havendo nenhuma sano ou vedao, apenas um alerta. J o limite prudencial ocorre quando a despesa total com pessoal excede a 95% do limite, incorrendo em diversas vedaes para o Poder ou rgo que incorrer no excesso.

    Limite ultrapassado (caput do art. 23 da LRF): se a despesa total com pessoal, do Poder ou rgo, ultrapassar os limites definidos no art. 20, sem prejuzo das medidas previstas no art. 22 citadas acima, o percentual excedente ter de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sendo pelo menos um tero no primeiro, adotando-se, entre outras, as providncias previstas nos 3 e 4 do art. 169 da CF/1988.

    Assim, a CF/1988 tambm trata do assunto despesas com pessoal. Segundo o art. 169, a despesa com pessoal ativo e inativo da Unio, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios no poder exceder os limites estabelecidos em lei complementar, que exatamente o que estudamos na LRF, por isso comeamos o estudo da Lei antes da CF/1988. De acordo com o 1 do art. 169 da CF/1988, a concesso de qualquer vantagem ou aumento de remunerao, a criao de cargos, empregos e

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 18

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    funes ou alterao de estrutura de carreiras, bem como a admisso ou contratao de pessoal, a qualquer ttulo, pelos rgos e entidades da Administrao direta ou indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico, s podero ser feitas se houver:

    Prvia dotao oramentria suficiente para atender s projees de despesa de pessoal e aos acrscimos dela decorrentes.

    Autorizao especfica na lei de diretrizes oramentrias, ressalvadas as empresas pblicas e as sociedades de economia mista.

    Continuando, para o cumprimento dos limites estabelecidos com base no que estudamos na LRF, a Unio, os estados, o Distrito Federal e os municpios adotaro as seguintes providncias (so os 3 e 4 do art. 169 da CF/1988):

    Reduo em pelo menos 20% das despesas com cargos em comisso e funes de confiana.

    Exonerao dos servidores no estveis. Exonerao de servidor estvel, desde que ato normativo motivado de

    cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o rgo ou unidade administrativa objeto da reduo de pessoal. O servidor que perder o cargo far jus a indenizao correspondente a um ms de remunerao por ano de servio e o cargo objeto da reduo ser considerado extinto, vedada a criao de cargo, emprego ou funo com atribuies iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

    Vale ressaltar que, de acordo com o art. 37, XV, da CF/1988, a regra que o subsdio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos pblicos so irredutveis, com algumas ressalvas constitucionais, nas quais no se inclui a reduo consensual dos respectivos vencimentos.

    No alcanada a reduo no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o excesso, o ente no poder ( 3 do art. 23 da LRF):

    Receber transferncias voluntrias, ressalvadas as destinadas sade, educao e assistncia social.

    Obter garantia, direta ou indireta, de outro ente. Contratar operaes de crdito, ressalvadas as destinadas ao

    refinanciamento da dvida mobiliria e as que visem reduo das despesas com pessoal.

    8.4 Excees aos Prazos para Reduo das Despesas com Pessoal

    Estas so as excees aos prazos do art. 23 da LRF para a reduo das despesas com pessoal: Aplicao imediata: as restries so aplicadas imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre do ltimo ano do mandato dos titulares de Poder ou rgo. Suspenso: na ocorrncia de calamidade pblica reconhecida pelo Congresso Nacional, no caso da Unio, ou pelas Assembleias Legislativas, na hiptese dos estados e municpios; e em caso de estado de defesa ou de stio decretado na

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 19

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    forma da constituio, enquanto perdurar a situao, sero suspensas a contagem dos prazos e as disposies estabelecidas no artigo. Duplicao: j em caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por perodo igual ou superior a quatro trimestres, os prazos do artigo sero duplicados. Entende-se por baixo crescimento a taxa de variao real acumulada do PIB inferior a 1%, no perodo correspondente aos quatro ltimos trimestres.

    8.5 Despesas com a Seguridade Social

    De acordo com o art. 24 da LRF, nenhum benefcio ou servio relativo Seguridade Social poder ser criado, majorado ou estendido sem a indicao da fonte de custeio total, atendidas ainda as exigncias do art. 17, o qual trata das despesas obrigatrias de carter continuado.

    A Seguridade Social compreende o benefcio ou servio de sade, previdncia e assistncia social, inclusive os destinados aos servidores pblicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

    No entanto, dispensada da compensao por aumento permanente de receita ou pela reduo permanente de outras despesas se o aumento de despesa decorrer de: I - concesso de benefcio a quem satisfaa as condies de habilitao prevista na legislao pertinente; II - expanso quantitativa do atendimento e dos servios prestados; III - reajustamento de valor do benefcio ou servio, a fim de preservar o seu valor real.

    9. DESTINAO DE RECURSOS PBLICOS PARA O SETOR PRIVADO

    Segundo o art. 26 da LRF, a destinao de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas fsicas ou dficits de pessoas jurdicas dever ser autorizada por lei especfica. Alm disso, devem atender s condies estabelecidas na lei de diretrizes oramentrias e estar prevista no oramento ou em seus crditos adicionais. Tais regras se aplicam a toda a Administrao indireta, inclusive fundaes pblicas e empresas estatais, exceto, no exerccio de suas atribuies precpuas, as instituies financeiras e o Banco Central do Brasil.

    Compreende-se includa a concesso de emprstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogaes e a composio de dvidas, a concesso de subvenes e a participao em constituio ou aumento de capital.

    J de acordo com o caput do art. 27, na concesso de crdito por ente da Federao, a pessoa fsica ou jurdica que no esteja sob seu controle direto ou

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 20

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    indireto, os encargos financeiros, comisses e despesas congneres no sero inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captao. Ainda, dependem de autorizao em lei especfica as prorrogaes e composies de dvidas decorrentes de operaes de crdito, bem como a concesso de emprstimos ou financiamentos em desacordo com o caput do art. 27, sendo o subsdio correspondente consignado na lei oramentria.

    Salvo mediante lei especfica, no podero ser utilizados recursos pblicos, inclusive de operaes de crdito, para socorrer instituies do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concesso de emprstimos de recuperao ou financiamentos para mudana de controle acionrio. Isso significa que o Poder Executivo no pode socorrer os bancos sem passar pelo Congresso. No entanto, tal vedao no probe o Banco Central do Brasil de conceder s instituies financeiras operaes de redesconto e de emprstimos de prazo inferior a 360 dias. A Lei de Responsabilidade Fiscal probe o socorro s instituies do Sistema Financeiro Nacional, prevendo, porm, a criao de fundos para a cobertura destas instituies em situao de insolvncia. A LRF prev que a preveno de insolvncia e outros riscos ficar a cargo de fundos, e outros mecanismos, constitudos pelas instituies do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei.

    10. TRANSFERNCIAS

    10.1. Consideraes Iniciais

    Compreendem a entrega de recursos de um ente transferidor a outro, beneficirio ou recebedor. Podem ser voluntrias ou obrigatrias, as quais so decorrentes de determinao constitucional ou legal. As transferncias intergovernamentais ocorrem entre esferas distintas de governo, no guardando relao, portanto, com as operaes intraoramentrias.

    10.2. Transferncias Obrigatrias

    So operaes especiais de transferncias intergovernamentais arrecadadas por um ente, mas que devem ser transferidas a outros entes por disposio constitucional ou legal. Exemplos de transferncias constitucionais: Fundo de Participao dos Municpios - FPM, Fundo de Compensao pela Exportao de Produtos Industrializados - FPEX. Exemplos de transferncias legais: transferncias da Lei Complementar 87/1996 (Lei Kandir), transferncias do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educao (FNDE), como as destinadas ao Apoio ao Transporte Escolar para a Educao Bsica.

    10.3. Transferncias Voluntrias

    10.3.1 Conceito e Exigncias

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 21

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    So operaes especiais em que ocorre a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federao, a ttulo de cooperao, auxlio ou assistncia financeira, que no decorra de determinao constitucional, legal ou os destinados ao Sistema nico de Sade.

    So exigncias para a realizao de transferncia voluntria, alm das estabelecidas na LDO: a) Existncia de dotao especfica. b) Observncia do disposto no inciso X do art. 167 da CF/1988, o qual veda a transferncia voluntria de recursos e a concesso de emprstimos, inclusive por antecipao de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituies financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos estados, do Distrito Federal e dos municpios. c) Comprovao, por parte do beneficirio, de:

    que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, emprstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto prestao de contas de recursos anteriormente dele recebidos;

    cumprimento dos limites constitucionais relativos educao e sade; observncia dos limites das dvidas consolidada e mobiliria, de

    operaes de crdito, inclusive por antecipao de receita, de inscrio em restos a pagar e de despesa total com pessoal;

    previso oramentria de contrapartida.

    vedada a utilizao de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada. Para fins da aplicao das sanes de suspenso de transferncias voluntrias constantes da LRF, excetuam-se aquelas relativas a aes de educao, sade e assistncia social.

    10.3.2 Transferncias Voluntrias e Descentralizao

    A execuo de despesas mediante descentralizao a outro ente da Federao processar-se- de acordo com os mesmos procedimentos adotados para as transferncias voluntrias, ou seja, empenho, liquidao e pagamento na unidade descentralizadora do crdito oramentrio e incluso na receita e na despesa do ente recebedor dos recursos objeto da descentralizao, identificando-se como recursos de convnios ou similares. No entanto, ao contrrio das transferncias voluntrias realizadas aos demais entes da Federao que, via de regra, devem ser classificadas como operaes especiais, as descentralizaes de crditos oramentrios devem ocorrer em projetos ou atividades. Assim, nas transferncias voluntrias devem ser utilizados os elementos de despesas tpicos destas: 41 -Contribuies e 42 - Auxlios; enquanto nas descentralizaes devem ser usados os elementos denominados tpicos de gastos: 30 - Material de consumo, 39 - Outros servios de terceiros - pessoa jurdica, 51 - Obras e instalaes, 52 - Material permanente etc.

    10.3.3 Convnios

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 22

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    0 convnio o principal instrumento de transferncia utilizado pela Administrao Federal para descentralizar obrigaes em cooperao com estados, municpios ou iniciativa privada. o instrumento que disciplina os compromissos que devem reger as relaes de dois ou mais participantes que tenham interesse em atingir um objetivo comum, mediante a formao de uma parceria. Assim, o convnio formaliza um acordo de vontades entre entidades do setor pblico e, ocasionalmente, entre entidades do setor pblico e instituies do setor privado, com vistas realizao de programas de trabalho ou de eventos de interesse recproco, em regime de mtua cooperao.

    Um dos artigos mais importantes relacionados aos convnios o art. 116 da Lei 8.666/1993, o qual determina que se apliquem as disposies da Lei 8.666/1993, no que couberem, aos convnios, acordos, ajustes e outros instrumentos congneres celebrados por rgos e entidades da Administrao.

    A celebrao de convnio, acordo ou ajuste pelos rgos ou entidades da Administrao Pblica depende de prvia aprovao de competente plano de trabalho proposto pela organizao interessada, o qual dever conter, no mnimo, as seguintes informaes: 1 - identificao do objeto a ser executado. II - metas a serem atingidas. III - etapas ou fases de execuo. IV - plano de aplicao dos recursos financeiros. V - cronograma de desembolso. VI - previso de incio e fim da execuo do objeto, bem assim da concluso das etapas ou fases programadas. VII - se o ajuste compreender obra ou servio de engenharia, comprovao de que os recursos prprios para complementar a execuo do objeto esto devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou rgo descentralizador.

    Assinado o convnio, a entidade ou rgo repassador dar cincia dele Assembleia Legislativa ou Cmara Municipal respectiva. As parcelas do convnio sero liberadas em estrita conformidade com o plano de aplicao aprovado, exceto nos casos a seguir, em que elas ficaro retidas at o saneamento das impropriedades ocorrentes:

    Quando no tiver havido comprovao da boa e regular aplicao da parcela anteriormente recebida, na forma da legislao aplicvel, inclusive mediante procedimentos de fiscalizao local, realizados periodicamente pela entidade ou rgo descentralizador dos recursos ou pelo rgo competente do sistema de controle interno da Administrao Pblica.

    Quando verificado desvio de finalidade na aplicao dos recursos, atrasos no justificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, prticas atentatrias aos princpios fundamentais de Administrao

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 23

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Pblica nas contrataes e demais atos praticados na execuo do convnio, ou o inadimplemento do executor com relao a outras clusulas conveniais bsicas.

    Quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partcipe repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.

    A aplicao de saldos de convnio, enquanto no utilizados, varia com a previso de sua utilizao. Sero obrigatoriamente aplicados:

    Com previso de seu uso igual ou superior a um ms: em cadernetas de poupana de instituio financeira oficial.

    Com previso de uso em prazos menores que um ms: em fundo de aplicao financeira de curto prazo ou operao de mercado aberto lastreada em ttulos da dvida pblica.

    As receitas financeiras auferidas com tais rendimentos sero obrigatoriamente computadas a crdito do convnio, e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo especfico que integrar as prestaes de contas do ajuste.

    Para o clculo do dbito correspondente a no aplicao de saldos de convnios, dever ser identificado o perodo em que os recursos ficaram paralisados em conta-corrente bancria e, a partir deste dado, apurado o valor que deixou de ser auferido com a no aplicao, conforme o caso, levantando-se os ndices ocorridos no perodo.

    Nos contratos, convnios, acordos ou ajustes, cuja durao ultrapasse um exerccio financeiro, indicar-se- o crdito e respectivo empenho para atender despesa no exerccio em curso, bem assim cada parcela da despesa relativa parte a ser executada em exerccio futuro, com a declarao de que, em termos aditivos, indicar-se-o os crditos e empenhos para sua cobertura. Logo, as despesas relativas a contratos ou convnios de vigncia plurianual sero empenhadas em cada exerccio financeiro pela parte a ser executada no referido exerccio.

    Quando da concluso, denncia, resciso ou extino do convnio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicaes financeiras realizadas, sero devolvidos entidade ou rgo repassador dos recursos, no prazo improrrogvel de 30 dias do evento, sob pena da imediata instaurao de tomada de contas especial do responsvel, providenciada pela autoridade competente do rgo ou entidade titular dos recursos.

    11. ESCRITURAO, CONSOLIDAO E PRESTAO DAS CONTAS

    11.1. Escriturao das Contas

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 24

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    De acordo com o art. 50 da LRF, alm de obedecer s demais normas de contabilidade pblica, a escriturao das contas pblicas observar as seguintes:

    A disponibilidade de caixa constar de registro prprio, de modo que os recursos vinculados a rgo, fundo ou despesa obrigatria fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.

    A despesa e a assuno de compromisso sero registradas segundo o regime de competncia, apurando-se, em carter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.

    As demonstraes contbeis compreendero, isolada e conjuntamente, as transaes e as operaes de cada rgo, fundo ou entidade da Administrao direta, autrquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente.

    As receitas e despesas previdencirias sero apresentadas em demonstrativos financeiros e oramentrios especficos.

    As operaes de crdito, as inscries em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou assuno de compromissos junto a terceiros, devero ser escrituradas de modo a evidenciar o montante e a variao da dvida pblica no perodo, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de credor.

    A demonstrao das variaes patrimoniais dar destaque origem e ao destino dos recursos provenientes da alienao de ativos.

    Ainda temos as seguintes observaes: Demonstraes conjuntas: no caso das demonstraes conjuntas, excluir-se-o as operaes intragovernamentais (dentro do mesmo governo). Normas gerais: a edio de normas gerais para consolidao das contas pblicas caber ao rgo central de contabilidade da Unio, enquanto no implantado o conselho de gesto fiscal. Sistemas de custos: a Administrao Pblica manter sistema de custos que permita a avaliao e o acompanhamento da gesto oramentria, financeira e patrimonial.

    11.2. Consolidao das Contas

    Consoante o art. 51, o Poder Executivo da Unio promover, at o dia 30 de junho, a consolidao, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federao relativas ao exerccio anterior, e a sua divulgao, inclusive por meio eletrnico de acesso pblico. Para isso, os estados e os municpios encaminharo suas contas ao Poder Executivo da Unio nos seguintes prazos: os municpios, com cpia para o Poder Executivo do respectivo Estado, at 30 de abril; e os Estados, at 31 de maio.

    O descumprimento dos prazos previstos impedir, at que a situao seja regularizada, que o ente da Federao receba transferncias voluntrias e contrate operaes de crdito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dvida mobiliria.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 25

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    11.3. Prestao das Contas

    Os principais dispositivos da LRF que tratam sobre o assunto esto com eficcia liminarmente suspensa devido a uma Ao Direta de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal.

    O primeiro dispositivo com eficcia suspensa o caput do art. 56, o qual dispe que as contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo incluiro, alm das suas prprias, as dos Presidentes dos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio e do Chefe do Ministrio Pblico, as quais recebero parecer prvio, separadamente, do respectivo Tribunal de Contas. O STF entendeu que qualquer prestao de contas por rgo no vinculado ao Executivo somente poderia ser objeto de julgamento pelo respectivo Tribunal de Contas e que a incluso das contas referentes s atividades financeiras dos Poderes Legislativo, Judicirio e do Ministrio Pblico, dentre aquelas prestadas anualmente pelo Chefe do Governo, tornaria incua a distino efetivada pelos incisos I e II do art. 71 da CF/1998 (entre apreciar e julgar as contas), j que todas as contas seriam passveis de controle tcnico, a cargo do Tribunal de Contas, e poltico, de competncia do Legislativo.

    O segundo dispositivo suspenso todo o art. 57: "Art. 57. Os Tribunais de Contas emitiro parecer prvio conclusivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se outro no estiver estabelecido nas constituies estaduais ou nas leis orgnicas municipais. 1 No caso de Municpios que no sejam capitais e que tenham menos de duzentos mil habitantes o prazo ser de cento e oitenta dias. 2 Os Tribunais de Contas no entraro em recesso enquanto existirem contas de Poder, ou rgo referido no art. 20, pendentes de parecer prvio. "

    O STF considerou que a referncia, nele contida, a "contas de poder" estaria a evidenciar a abrangncia, no termo "contas" constante do caput desse artigo, daquelas referentes atividade financeira dos administradores e demais responsveis por dinheiros e valores pblicos, que somente poderiam ser objeto de julgamento pelo Tribunal de Contas competente, nos termos do art. 71, inciso II, da CF/1988. Aduziu que essa interpretao seria reforada pelo fato de essa regra cuidar do procedimento de apreciao das contas especificadas no aludido art. 56, onde tambm se teria pretendido a submisso das contas resultantes da atividade financeira dos rgos componentes de outros poderes manifestao opinativa do Tribunal de Contas.

    O Tribunal de Contas da Unio entende que a medida cautelar concedida pelo Supremo Tribunal Federal em que foi suspensa a eficcia do caput do art. 56 e do art. 57 da LRF no alterou a estrutura do relatrio sobre as contas do Governo da Repblica, haja vista que continua contemplando a gesto e o desempenho dos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio e do Ministrio Pblico da Unio. No entanto, o parecer prvio exclusivo para o Chefe do

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 26

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Poder Executivo, cujas contas sero julgadas posteriormente pelo Congresso Nacional. Nada obsta, contudo, que o Tribunal de Contas da Unio aprecie, em processo especfico, o cumprimento, por parte dos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, das disposies da Lei de Responsabilidade Fiscal.

    Permanecem valendo as demais determinaes da LRF sobre as prestaes de contas:

    As contas do Poder Judicirio sero apresentadas no mbito da Unio, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justia, consolidando as dos demais tribunais.

    A prestao de contas evidenciar o desempenho da arrecadao em relao previso, destacando as providncias adotadas no mbito da fiscalizao das receitas e combate sonegao, as aes de recuperao de crditos nas instncias administrativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento das receitas tributrias e de contribuies.

    Ser dada ampla divulgao dos resultados da apreciao das contas, julgadas ou tomadas.

    Para evitar que as Cortes de Contas emitam parecer sobre suas prprias contas, a Comisso Mista de Oramento prevista na CF/1988, ou equivalente das Casas Legislativas estaduais e municipais, emitir parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas.

    A prestao de contas da Unio conter demonstrativos do Tesouro Nacional e das agncias financeiras oficiais de fomento, includo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social, especificando os emprstimos e financiamentos concedidos com recursos oriundos dos oramentos fiscal e da seguridade social e, no caso das agncias financeiras, avaliao circunstanciada do impacto fiscal de suas atividades no exerccio.

    As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficaro disponveis, durante todo o exerccio, no respectivo Poder Legislativo e no rgo tcnico responsvel pela sua elaborao, para consulta e apreciao pelos cidados e instituies da sociedade. No que tange aos Chefes do Poder Executivo Municipal, o 3 do art. 31 da CF/1988 exige que as contas fiquem, durante 60 dias, disposio de qualquer contribuinte, para exame e apreciao, o qual poder questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei. Assim, a LRF ampliou o prazo constitucional de 60 dias para todo o exerccio tambm para as contas municipais.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 27

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    QUESTES DE CONCURSOS ANTERIORES DA ESAF

    1) (ESAF - Analista Tributrio - Receita Federal - 2009) A respeito dos recursos transferidos mediante convnios, enquanto no utilizados, correto afirmar:

    a) a aplicao no mercado financeiro est condicionada autorizao formal do concedente e os rendimentos devem ser aplicados no objeto do convnio.

    b) a aplicao somente permitida em operaes de mercado aberto lastreadas em ttulos da dvida pblica e os rendimentos devem ser aplicados no objeto do convnio.

    c) os rendimentos da aplicao podero, a critrio das partes, ser aplicados em outro objeto correlato desde que o valor no exceda o valor desse objeto.

    d) por se tratar de recursos destinados ao cumprimento de polticas pblicas, a sua aplicao no mercado financeiro vedada por lei.

    e) devem ser aplicados em caderneta de poupana de instituies financeiras pblicas, se a previso de seu uso for igual ou superior a um ms.

    A aplicao de saldos de convnio, enquanto no utilizados, varia com a previso de sua utilizao. Sero obrigatoriamente aplicados:

    Com previso de seu uso igual ou superior a um ms: em cadernetas de poupana de instituio financeira oficial.

    Com previso de uso em prazos menores que um ms: em fundo de aplicao financeira de curto prazo ou operao de mercado aberto lastreada em ttulos da dvida pblica.

    a) Errada. Possuem aplicaes obrigatrias de acordo com a previso de uso,

    no necessitando de autorizao formal do concedente.

    b) Errada. A aplicao varia com sua previso de uso.

    c) Errada. As receitas financeiras auferidas com tais rendimentos sero obrigatoriamente computadas a crdito do convnio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstrativo especfico que integrar as prestaes de contas do ajuste.

    d) Errada. Possuem aplicaes obrigatrias no mercado financeiro de acordo com a previso de uso.

    e) Correta. Sero obrigatoriamente aplicados, com previso de seu uso igual ou superior a um ms, em cadernetas de poupana de instituio financeira oficial.

    Resposta: Letra E

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 28

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    2) (ESAF - Tcnico de Nvel Superior - SPU/MPOG - 2006) De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico, exceto,

    a) os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias.

    b) o Plano de Contas nico da Unio.

    c) as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio.

    d) o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria.

    e) o Relatrio de Gesto Fiscal.

    Segundo o art. 48 da LRF, so instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e o Relatrio de Gesto Fiscal; e as verses simplificadas desses documentos.

    Logo, o Plano de Contas nico da Unio no um instrumento de transparncia da gesto fiscal, de acordo com a LRF.

    Resposta: Letra B

    3) (ESAF - Procurador - TCE/GO - 2007) So instrumentos de transparncia da gesto fiscal, exceto:

    a) os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias.

    b) as prestaes de contas.

    c) o relatrio resumido da execuo oramentria, divulgado em verso simplificada.

    d) os limites da dvida pblica.

    e) o incentivo participao popular, mesmo durante a fase de elaborao e de discusso dos planos, lei de diretrizes oramentrias e oramentos.

    Segundo o art. 48 da LRF, so instrumentos de transparncia da gesto fiscal, aos quais ser dada ampla divulgao, inclusive em meios eletrnicos de acesso pblico: os planos, oramentos e leis de diretrizes oramentrias; as prestaes de contas e o respectivo parecer prvio; o Relatrio Resumido da Execuo Oramentria e o Relatrio de Gesto Fiscal; e as verses simplificadas desses documentos.

    A transparncia ser assegurada tambm mediante:

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 29

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Incentivo participao popular e realizao de audincias pblicas, durante os processos de elaborao e discusso dos planos, lei de diretrizes oramentrias e oramentos;

    Liberao ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informaes pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira, em meios eletrnicos de acesso pblico. Os entes da Federao disponibilizaro a qualquer pessoa fsica ou jurdica o acesso a informaes, quanto despesa, referentes a todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer da execuo da despesa, no momento de sua realizao, com a disponibilizao mnima dos dados referentes ao nmero do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao servio prestado, pessoa fsica ou jurdica beneficiria do pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatrio realizado; e quanto receita, referentes ao lanamento e o recebimento de toda a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos extraordinrios.

    Adoo de sistema integrado de administrao financeira e controle, que atenda a padro mnimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da Unio.

    Logo, apesar de presentes na LRF, os limites da dvida pblica no so instrumentos de transparncia da gesto fiscal.

    Resposta: Letra D

    4) (ESAF - AFC/STN - 2008) Segundo dispe a Lei Complementar n. 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, as despesas de carter continuado so as que tm a seguinte caracterstica:

    a) so as despesas correntes e de capital definidas como necessrias manuteno dos projetos criados no Plano Plurianual - PPA.

    b) so as despesas correntes e de capital destinadas ao custeio da mquina administrativa decorrentes de determinaes da Lei de Diretrizes Oramentrias

    - LDO.

    c) so os gastos relativos implantao de programas e servios decorrentes da reestruturao de rgos do Estado.

    d) so as despesas correntes derivadas de lei, medida provisria ou ato administrativo normativo que fixe para o ente a obrigao legal de sua execuo por um perodo superior a dois exerccios.

    e) so os gastos permanentes oriundos de determinao legal ou judicial e que devem ser pagos com recursos dos exerccios seguintes.

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 30

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    Segundo o art. 17 da LRF, considera-se obrigatria de carter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisria ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigao legal de sua execuo por um perodo superior a dois exerccios.

    Resposta: Letra D

    5) (ESAF - AFC/STN - 2008) A concesso ou ampliao de incentivo ou benefcio de natureza tributria da qual decorra renncia de receita dever estar acompanhada:

    a) de exposio de motivos que justifique politicamente a finalidade da renncia.

    b) de decreto regulamentador que identifique exatamente o valor da receita objeto da renncia.

    c) de estimativa do impacto oramentrio-financeiro no exerccio em que deva iniciar sua vigncia e nos dois seguintes.

    d) de estudo de impacto oramentrio-financeiro que comprove a necessidade da renncia, como instrumento de poltica fiscal que atenda ao plano plurianual.

    e) de portaria regulamentadora expedida por autoridade competente que explicite, objetivamente, o valor da receita objeto da renncia.

    Segundo o art. 14 da LRF, a concesso ou ampliao de incentivo ou benefcio de natureza tributria da qual decorra renncia de receita dever estar acompanhada de estimativa do impacto oramentrio-financeiro no

    W m W _ M a

    exerccio em que deva iniciar sua vigncia e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes oramentrias e a pelo menos uma das seguintes condies:

    Demonstrao pelo proponente de que a renncia foi considerada na estimativa de receita da lei oramentria e de que no afetar as metas de resultados fiscais previstas no anexo prprio da LDO; ou

    Estar acompanhada de medidas de compensao, no perodo mencionado, por meio do aumento de receita, proveniente da elevao de alquotas, ampliao da base de clculo, majorao ou criao de tributo ou contribuio. Nesse caso, o benefcio s entrar em vigor quando implementadas as medidas citadas.

    Resposta: Letra C

    6) (ESAF - Analista Contbil-Financeiro - SEFAZ/CE - 2007) Para os efeitos da Lei Complementar n.101/2000, considera-se despesa com pessoal:

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 31

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    a) as reparaes econmicas a anistiados polticos no membros da administrao pblica.

    b) o auxlio-alimentao dos servidores.

    c) a terceirizao de atividades no previstas nos planos de carreira dos servidores.

    d) as aposentadorias e penses relativas a ex-chefes de poder executivo.

    e) as aposentadorias e penses pagas pelo regime geral da previdncia social.

    a) Errada. As reparaes econmicas a anistiados polticos no membros da administrao pblica so despesas consideradas como indenizatrias, logo no so consideradas despesas com pessoal.

    b) Errada. O auxlio-alimentao dos servidores tambm despesa indenizatria.

    c) Errada. A terceirizao de atividades no previstas nos planos de carreira dos servidores no considerada despesa com pessoal. Os valores dos contratos de terceirizao de mo-de-obra que se referem substituio de servidores e empregados pblicos que sero contabilizados como despesas com pessoal.

    d) Correta. As aposentadorias e penses relativas a mandatos eletivos so despesas com pessoal.

    e) Errada. As aposentadorias e penses pagas pelo regime geral da previdncia social no so computadas em despesas com pessoal.

    Resposta: Letra D

    7) (ESAF - Analista Contbil-Financeiro - SEFAZ/CE - 2007) Com base na Lei Complementar n. 101/2000, a receita corrente lquida compreende o somatrio de todas as naturezas de receitas correntes, deduzida(s):

    a) as transferncias a Estados, Distrito Federal e Municpios destinadas ao custeio do Sistema nico de Sade.

    b) as parcelas entregues por Municpios aos Estados e Distrito Federal por determinao constitucional.

    c) a contribuio dos trabalhadores e empregadores para o custeio do regime geral da previdncia social.

    d) as receitas correntes prprias arrecadadas pelas autarquias e fundaes pblicas.

    e) as contribuies dos entes pblicos para os fundos de penso das empresas estatais.

    A receita corrente lquida compreende o somatrio de todas as naturezas de

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 32

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    receitas correntes, deduzidas, entre outros, na Unio, nos Estados e nos

    Municpios, a contribuio dos servidores para o custeio do seu sistema de

    previdncia e assistncia social e as receitas provenientes da compensao

    financeira citada no 9o do art. 201 da Constituio (compensao entre os

    diversos sistemas previdencirios). Resposta: Letra C

    8) (ESAF - AFC/CGU - Correio - 2006) A respeito das regras para a escriturao e consolidao das contas pblicas estabelecidas pela Lei Complementar n. 101/2000 - LRF correto afirmar, exceto que

    a) as disponibilidades de caixa devem ser escrituradas de tal forma que os recursos vinculados a fundo, rgo ou despesa obrigatria fiquem identificados e escriturados de forma individualizada.

    b) o fluxo financeiro dever ser registrado pelo regime de competncia.

    c) as demonstraes contbeis do setor pblico alcanam inclusive as empresas dependentes.

    d) a demonstrao das variaes patrimoniais dar destaque origem e ao destino dos recursos

    provenientes da alienao de ativos.

    e) nas demonstraes conjuntas as operaes intragovernamentais devem ser excludas.

    a) Correta. Segundo o art. 43, 1o, as disponibilidades de caixa dos regimes de previdncia social, geral e prprio dos servidores pblicos, ainda que vinculadas a fundos especficos a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituio, ficaro depositadas em conta separada das demais disponibilidades de cada ente e aplicadas nas condies de mercado, com observncia dos limites e condies de proteo e prudncia financeira.

    b) a incorreta. A despesa e a assuno de compromisso sero registradas segundo o regime de competncia, apurando-se, em carter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.

    c) Correta. As demonstraes contbeis compreendero, isolada e conjuntamente, as transaes e operaes de cada rgo, fundo ou entidade da administrao direta, autrquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente.

    d) Correta. A demonstrao das variaes patrimoniais dar destaque origem e ao destino dos recursos provenientes da alienao de ativos.

    e) Correta. No caso das demonstraes conjuntas, excluir-se-o as operaes intragovernamentais.

    Resposta: Letra B

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 33

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

    9) (ESAF - Analista - Planejamento e Execuo Financeira - CVM - 2010) De acordo com disposies da Lei Complementar n. 101/2000 - LRF, a escriturao das contas pblicas deve obedecer aos seguintes preceitos, exceto:

    a) as despesas e a assuno de compromissos devem obedecer ao regime de competncia.

    b) a consolidao das contas dos entes ser realizada at trinta de junho pelo Poder Executivo de cada esfera de governo.

    c) os recursos provenientes da alienao de ativos devero ser destacados na Demonstrao das Variaes Patrimoniais.

    d) as operaes intragovernamentais devem ser excludas das demonstraes conjuntas.

    e) nas demonstraes contbeis isoladas, bem como nas consolidadas estaro compreendidas as transaes de cada rgo, inclusive das empresas dependentes.

    a) Correta. A despesa e a assuno de compromisso sero registradas segundo o regime de competncia, apurando-se, em carter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa.

    b) a incorreta. O Poder Executivo da Unio promover, at o dia 30 de junho, a consolidao, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federao relativas ao exerccio anterior, e a sua divulgao, inclusive por meio eletrnico de acesso pblico. Para isso, os Estados e os Municpios encaminharo suas contas ao Poder Executivo da Unio nos seguintes prazos: os Municpios, com cpia para o Poder Executivo do respectivo Estado, at 30 de abril; e os Estados, at 31 de maio.

    c) Correta. A demonstrao das variaes patrimoniais dar destaque origem e ao destino dos recursos provenientes da alienao de ativos

    d) Correta. No caso das demonstraes conjuntas, excluir-se-o as operaes intragovernamentais.

    e) Correta. As demonstraes contbeis compreendero, isolada e conjuntamente, as transaes e operaes de cada rgo, fundo ou entidade da administrao direta, autrquica e fundacional, inclusive empresa estatal dependente

    Resposta: Letra B

    10) (ESAF - AFC/STN - 2008) Nos termos da lei de responsabilidade fiscal, e para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituio, a despesa total com pessoal, em cada perodo de apurao e em cada ente da Federao, no poder exceder os percentuais da receita lquida, a seguir discriminados:

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 34

  • a) Unio (40%), Estados (40%), Municpios (40%).

    b) Unio (50%), Estados (50%), Municpios (50%).

    c) Unio (60%), Estados (60%), Municpios (60%).

    d) Unio (50%), Estados (40%), Municpios (30%).

    e) Unio (50%), Estados (60%), Municpios (60%).

    Segundo a LRF:

    Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituio, a despesa total com pessoal, em cada perodo de apurao e em cada ente da Federao, no poder exceder os percentuais da receita corrente lquida, a seguir discriminados:

    I - Unio: 50% (cinquenta por cento);

    II - Estados: 60% (sessenta por cento);

    III - Municpios: 60% (sessenta por cento).

    LIMITES DAS DESPESAS COM PESSOAL EM RELAAO A RCL

    UNIAO ESTADOS MUNICPIOS

    5G% 60% 60%

    Resposta: Letra E

    11) (ESAF - Analista Contbil-Financeiro - SEFAZ/CE - 2007) Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, no correto afirmar acerca da apurao dos limites com pessoal:

    a) no sero computados no limite de pessoal da Unio os valores transferidos ao Distrito Federal e aos Estados do Amap e Roraima.

    b) as despesas com pessoal da administrao direta decorrentes de sentenas judiciais sero includas no limite do respectivo rgo ou entidade.

    c) no sero computadas as despesas com pessoal decorrentes da convocao extraordinria do Congresso Nacional.

    d) sero computadas as despesas com pessoal decorrentes de deciso judicial da competncia do mesmo perodo de apurao do limite.

    e) no sero computadas as despesas com pessoal inativo custeadas por meio de fundo especfico decorrentes da contribuio dos servidores inativos.

    a) a incorreta. No ser computada a despesa com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amap e Roraima, custeadas com recursos

    Prof. Srgio Mendes www.pontodosconcursos.com.br 35

    CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDES

  • CURSO ON-LINE - RECEITA FEDERAL AFO - TEORIA E EXERCCIOS PROFESSOR: SRGIO MENDE