doutrinas essencias da fé cristã

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  • 8/14/2019 Doutrinas essencias da F Crist

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    www.teologiacalvinista.v10.com.br

    Apostila das doutrinas essnciasda

    F Crist

    Montado pelosite Teologia Calvinista

    www.teologiacalvinista.v10.com.br

    2 Edio08 de Outubro de 2007

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    ndice

    Introduo 02

    Primeira Parte - Deus Pai 03

    Segunda Parte Deus Filho 10

    Terceira Parte Deus Esprito 22

    Quarta Parte - Igreja 37

    Quinta Parte Salvao e Vida futura 48

    Sobre a Reforma Protestante 57

    Introduo

    Esta apostila pretende apresentar as doutrinas essenciais da f crist. Tomamos como base o Credoapostlico e o dividimos em cinco partes e em cada parte acrescentamos estudos para compreenso decada ponto. Na primeira parte estudaremos sobre Deus Pai, segunda - Deus Filho, terceira - DeusEsprito e a Trindade, quarta - a igreja e quinta sobre a salvao e vida futura.

    Credo Apostlico 1

    Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Cu e da terra.Creio em Jesus Cristo, seu nico Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Esprito Santo;nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Cu; est sentado direita de Deus Pai Todo-poderoso,donde h de vir para julgar os vivos e os mortos.

    Creio no Esprito Santo;

    na Santa Igreja Universal; na comunho dos santos;

    na remisso dos pecados; na ressurreio do corpo; na vida eterna. Amm.

    Sobre o Credo Apostlico:O Credo Apostlico o mais conhecido dos credos, e atribudo pela tradio aos doze apstolos. Masos estudiosos acreditam que ele se desenvolveu a partir de pequenas confisses batismais empregadasnas igrejas dos primeiros sculos. Embora os seus artigos sejam de origem bem antiga, acredita-seatualmente que o credo apostlico s alcanou sua forma definitiva por volta do sexto sculo, quandoso encontrados registros do seu emprego na liturgia oficial da igreja ocidental. O Credo Apostlico,assim como os Dez Mandamentos e a Orao Dominical, foi anexado, pela Assemblia de Westminster,ao Catecismo. No como se houvesse sido composto pelos apstolos, ou porque deva ser consideradoEscritura cannica, mas por ser um breve resumo da f crist, por estar de acordo com a palavra deDeus, e por ser aceito desde a antigidade pelas igrejas de Cristo.

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    Primeira Parte

    Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Cu e da terra.

    A. Creio em Deus Pai, Todo-poderoso,

    Com est declarao, muitas coisas esto embutidas. Quando dizemos crer em Deus Pai, Todo- poderoso estamos professando que Ele esprito, infinito, no tem comeo e nem ter fim, bem-aventurana e perfeio; todo-suficiente, eterno, imutvel, insondvel, onipresente, infinito em poder,sabedoria, santidade, justia, misericrdia e clemncia, longnimo e cheio de bondade e verdade.2

    Comecemos a estudar alguns dos Atributos de Deus Pai, Todo-poderoso.

    01. A Auto-existncia de Deus

    "Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu sDeus." Salmo 90.2

    As crianas, s vezes, perguntam: "Quem fez Deus? " A resposta mais clara que Deus nunca precisou

    ser feito, porque sempre existiu. Ele existe de um modo diferente do nosso: ns existimos de umaforma derivada, finita e frgil, mas nosso Criador existe como eterno, auto-sustentado e necessrio.Sua existncia necessria no sentido de que no h possibilidade de ele cessar de existir.

    A Auto-existncia de Deus uma verdade bsica. Na apresentao que faz do "Deus Desconhecido" aosatenienses, Paulo explica que o Criador do mundo "nem servido por mos humanas, como se dealguma coisa precisasse; pois ele mesmo quem a todos d vida, respirao e tudo mais"(Atos 17.23-25).

    O Criador tem vida em si mesmo e tira de si mesmo a energia infindvel e de nada necessita. A independente auto-existncia de Deus uma verdade claramente afirmada na Bblia(Ver Salmos 90. 1-4, 102.25-27; Isaas 40.28-31; Joo 5.26; Apocalipse 4.10).

    Na teologia, muitos erros so resultados da suposio de que as condies e limites de nossa prpriaexistncia finita se aplicam a Deus. Na vida de f, podemos tambm facilmente empobrecer-nos, sealimentarmos uma idia limitada e pequena a respeito de Deus. A doutrina da auto-existncia de Deus um anteparo e defesa contra esses erros. O princpio de que s Deus existe por si mesmo o distinguede toda criatura e o fundamento daquilo que pensamos a respeito dele.

    Saber que a existncia de Deus independente protege a nossa compreenso a respeito da grandezadele e, portanto, tem claro valor prtico para a nossa sade espiritual.

    Fonte : Bblia de Estudo de Genebra

    02. Santidade

    Eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vs vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo...Levtico 11.44

    Quando a Escritura chama santo a Deus, ou a pessoas individuais da Divindade (como elafreqentemente faz: Lv 11.44,45; Js 24.19; 1 Sm 2.2; Sl 99.9; Is 1.4; 6.3; 41.14,16,20; 57.15; Ez 39.7; Am4.2; Jo 17.11; At 5.3,4,32; Ap15.4), a palavra significa tudo a respeito de Deus que o coloca separado dens e faz dele objeto de nossa reverncia, adorao e temor. Ela cobre todos os aspectos de suagrandeza transcendente e perfeio moral, e, assim, um atributo de todos os seus atributos,salientando a Divindade de Deus em cada ponto. Cada faceta da natureza de Deus e cada aspecto deseu carter pode apropriadamente ser chamado santo, precisamente porque Ele o . A essncia doconceito, porm, a pureza de Deus, que no pode tolerar qualquer forma de pecado (Hc 1.13) e, porisso, impe aos pecadores a constante auto-contrio em sua presena (Is 6.5).

    Justia, que significa fazer em todas as circunstncias coisas que so corretas, uma expresso dasantidade de Deus. Deus manifesta sua justia como legislador e juiz, e tambm como guardador da

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    promessa e perdoador do pecado. Sua lei moral, que requer conduta que se equipare sua prpria, santa, justa e boa (Rm 7.12). Ele julga justamente, de acordo com o mrito real (Gn 18.25; Sl 7.11;96.13; At 17.31). Sua ira, isto , sua ativa hostilidade judicial ao pecado, totalmente justa em suasmanifestaes (Rm 2.5-16), e seus julgamentos especficos (castigos eqitativos) so gloriosos edignos de louvor (Ap 16.5,7; 19.1-4).

    Toda vez que Deus cumpre a promessa de sua aliana, agindo para salvar seu povo, pratica um gestode eqidade, isto , justia (Is 51.5,6; 56.1; 63.1; 1 Jo 1.9).

    Quando justifica os pecadores pela f em Cristo, Ele o faz com base na justia aplicada, isto , o castigode nossos pecados na pessoa de Cristo, nosso substituto; portanto, a forma tomada por suamisericrdia justificadora mostra que Ele absoluta e totalmente justo (Rm 3.25,26), e nossa prpria justificao se revela judicialmente justificada.

    Quando Joo diz que Deus luz, no havendo nele treva alguma, a imagem est afirmando a santapureza de Deus, o que torna impossvel a comunho entre Ele e o profano intencional, e requer a buscada santidade e retido de vida como objetivo central do povo cristo (l Jo 1.5-2.1; 2 Co 6.14-7; Hb12.10-17). A convocao dos crentes, regenerados e perdoados que so, a praticarem uma santidadeque se equipare a prpria santidade de Deus, e desta forma agradando a Ele, constante no Novo

    Testamento, como certamente o foi no Velho Testamento (Dt 30.1-10; Ef 4.1-5.14; 1 Pe 1.13.22). PorqueDeus santo, o povo de Deus deve tambm ser santo.

    Autor: J. I. PackerFonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crist

    03. Onipresena e Onipotncia

    Jeremias 23.24: Ocultar-se-ia algum em esconderijos, de modo que eu no o veja? diz o SENHOR;porventura, no encho eu os cus e a terra? diz o SENHOR.

    Deus est presente em todos os lugares. Contudo, no devemos pensar sobre ele como se ocupassetodos os espaos, porque ele no tem dimenses fsicas. como esprito que ele est em todo lugar. Ainda que isso exceda a compreenso de criaturas como ns, presas ao corpo, o prprio Deus estpresente em toda parte, em sua majestade e poder. Almas necessitadas que oram a ele de toda parte nomundo esto sua vista e recebem sua ateno pessoal. A crena na onipresena de Deus ensinadaem Sl 139.7; Jr 23.23-24; At 17.27-28. Quando Paulo fala do Cristo que subiu ao cu como enchendotodas as coisas (Ef 4.8-10), a disponibilidade de Cristo em toda parte, na plenitude do seu poder,certamente faz parte do significado. Pai, Filho e Esprito Santo so onipresentes, ainda que a presenapessoal do Filho glorificado no seja fsica (no corpo).

    Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado (J 42.2). J testifica queDeus onipotente. Ele o Todo-Poderoso. Deus tem poder para fazer tudo aquilo que, em sua perfeitasabedoria e vontade, ele deseja fazer. Onipotncia no significa que Deus possa fazer literalmentetudo: Deus no pode pecar, no pode mentir, no pode mudar sua natureza ou negar as exigncias deseu carter santo (Nm 23.19; 1Sm 15.29; 2Tm 2.13; Hb 6.18; Tg 1.13,17). No pode fazer um crculoquadrado, porque a noo de um crculo quadrado contraditria. Deus no pode cessar de ser Deus.Porm tudo o que quer e promete ele pode e far.

    Teria sido um exagero de Davi dizer: Eu te amo, SENHOR, fora minha. O SENHOR minha rocha,a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, afora da minha salvao, o meu baluarte (Sl 18.1-2)?. Teria sido exagero de outro salmista declarar:Deus nosso refgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulaes (Sl 46.1)? Teria sido umengano dizer essas coisas se Deus fosse menos que onipotente e onipresente. Porm o reconhecimentoda grandeza de Deus, incluindo sua onipresena e onipotncia, produz grande f e elevado louvor.

    Fonte: Bblia de Estudo de Genebra, Nota Teolgica.

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    existe teria sido feito (Jo 1.3). A expresso todas as coisas mais bem entendida como referindo-se totalidade do universo (cf.At 17.24; Hb 11.3). Paulo totalmente explcito em Colossenses 1 quandoespecifica todas as partes do universo, tanto as visveis como as invisveis: pois nele foram criadastodas as coisas nos cus e sobre a terra, as visveis e as invisveis, sejam tronos ou soberanias, poderesou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele (Cl 1.16).

    Hebreus 11.3 diz: Pela f entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo queaquilo que se v no foi feito do que visvel. Essa traduo reflete de modo exato o texto grego.Embora o texto no ensine realmente a doutrina da criao ex nihilo , ele chega prximo de fazer isso, visto que diz que Deus no criou o universo de nada que visvel. A idia um tanto estranha de que ouniverso poderia ter sido criado de alguma coisa que era invisvel provavelmente no estivesse namente do autor. Ele est contestando a idia de a criao ter vindo de alguma matria preexistente, epara esse propsito o versculo inteiramente claro.

    Porque Deus criou a totalidade do universo do nada, nenhuma matria no universo eterna. Tudo oque vemos as montanhas, os oceanos, as estrelas, a prpria terra veio existncia quando Deus oscriou. Isso nos lembra que Deus governa todo o universo e que nada na criao deve ser adorado a noser Deus. Contudo , se negssemos a criao ex nihilo , teramos de dizer que algum tipo de matria jexistia e que ela, como Deus, eterna. Essa idia desafiaria a independncia e a soberania de Deus,

    bem como o fato de que a adorao devida a ele somente. Se a matria existisse separada de Deus,ento que direito inerente teria Deus de govern-la e us-la para a sua glria? E que confianapoderamos ter de que cada aspecto do universo cumpre de modo supremo os propsitos divinos, sealgumas partes dele no foram criadas por Deus?

    O lado positivo de que Deus criou o universo ex nihilo que esse universo tem significado e propsito.Deus, em sua sabedoria, criou-o para alguma coisa. Devemos tentar entender esse propsito e usar acriao de modo que ela se encaixe nesse propsito, a saber, o de trazer glria ao prprio Deus.' Almdisso, sempre que a criao nos traga satisfao (cf. 1 Tm 6.17), devemos agradecer a Deus, que crioutodas as coisas.

    2. A criao direta de Ado e Eva.

    A Bblia tambm ensina que Deus criou Ado e Eva de modo especial e pessoal. Ento o SENHOR Deus formou o homem do p da terra e soprou em suas narinas o flego de vida, e o homem se tornouum ser vivente (Gn 2.7). Aps isso, Deus criou Eva do corpo de Ado: Ento O SENHOR Deus fez ohomem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugarcom carne. Com a costela que havia tirado do homem, o SENHOR Deus fez uma mulher e a levou atele (Gn 2.2 1,22). Ao que parece Deus deixou Ado saber o que tinha acontecido, pois Ado diz: ...Esta, sim, osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela ser chamada mulher, porque do homemfoi tirada (Gn 2.23).

    Como veremos adiante, os cristos diferem sobre o grau em que os desenvolvimentos evolutivos sederam aps a criao, talvez (de acordo com alguns) conduzindo ao desenvolvimento de organismosmais e mais complexos. Embora haja diferenas sinceras sobre essa matria entre os cristos comrespeito aos reinos animal e vegetal, os textos bblicos so to explcitos que seria muito difcil paraalguns defender a completa veracidade das Escrituras e, ainda assim, sustentar que os seres humanosso o resultado de um longo processo evolutivo. Quando a Escritura diz que o Senhor formou ohomem do p da terra (Gn 2.7), isso no parece significar que ele tenha utilizado um processo quelevou milhes de anos e tenha empregado o acaso no desenvolvimento de milhares de organismoscrescentemente complexos. E ainda mais impossvel de conciliar com o pensamento evolucionista ofato de que essa narrativa claramente retrata Eva como no possuindo me; ela foi criada diretamenteda costela de Ado enquanto este dormia (Gn 2.21). Mas em uma base puramente evolutiva, isso noseria possvel, pois mesmo o primeiro ser humano fmea teria descendido de alguma criaturaparecida com o ser humano, mas que ainda era animal. O NT reafirma a historicidade da criaoespecial de Eva vinda de Ado, quando Paulo diz: Pois o homem no se originou da mulher, mas amulher do homem; alm disso, o homem no foi criado por causa da mulher, mas a mulher por causado homem (1 Co 11.8,9).

    A criao especial de Ado e Eva mostra que, embora possamos ser iguais a animais em muitosaspectos de nosso corpo fsico, mesmo assim somos muito diferentes dos animais. Fomos criados imagem de Deus, o ponto mais alto da criao de Deus, mais parecidos com Deus que com qualquer

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    outra criatura, designados para governar o restante da criao. Mesmo a brevidade da narrativa dacriao de Gnesis (comparada com a histria dos seres humanos no restante da Bblia) coloca umanfase maravilhosa sobre a importncia do homem em relao ao restante do universo. Ela, assim,resiste s tendncias modernas de ver o homem como destitudo de significado em comparao com aimensido do universo.

    3. A obra do Filho e do Esprito Santo na criao.Deus Pai foi o agente primrio no ato iniciador da criao. Mas o Filho e o Esprito Santo foramtambm ativos. O Filho muitas vezes descrito como aquele por intermdio de quem a criao sedeu. Todas as coisas foram feitas por intermdio dele; sem ele,nada do que existe teria sido feito (Jol.3). Paulo diz que h um s Senhor, Jesus Cristo,por meio de quem vieram todas as coisas e por meiode quem vivemos ( lCo 8.6) e nele foram criadas todas as coisas (Cl 1.16). Essas passagens fornecemo quadro slido do Filho como agente ativo na execuo dos planos e diretrizes do Pai.

    O Esprito Santo estava tambm em operao na criao. Ele geralmente descrito comocompletando, preenchendo e dando vida criao de Deus. Em Gnesis 1.2,... o Esprito de Deus semovia sobre a face das guas, indicando uma funo preservadora, sustentadora e orientadora. J diz:O Esprito de Deus me fez; o sopro do Todo-poderoso me d vida (J 33.4). importante perceber

    que em vrias passagens do AT a mesma palavra hebraica (rach) pode significar, em contextosdiferentes, esprito, sopro ou vento. Mas em muitos casos no h grande diferena de significado,pois, se algum decidisse traduzir alguns termos como o sopro de Deus ou mesmo o vento de Deus,ainda pareceria um modo figurado de referir-se atividade do Esprito Santo na criao. Assim osalmista, falando da grande variedade de criaturas na terra e no mar, diz: Envias o teu Esprito, elesso criados, e, assim, renovas a face da terra (Sl 104.30, RA); observe tambm, sobre a obra doEsprito Santo, (J 26.13; Is 40.13; lCo 2.10).

    B. A criao distinta de Deus e, todavia, sempre dependente dele.

    O ensino da Escritura a respeito da relao entre Deus e a criao singular entre as religies domundo. A Bblia ensina que Deus distinto de sua criao. Ele no parte dela, pois foi ele quem a feze a governa. O termo freqentemente usado para dizer que Deus muito maior que sua criao apalavra transcendente. De maneira muito simples, isso significa que Deus est muito acima dacriao no sentido em que maior que a criao e independente dela.

    Deus est tambm muito envolvido com a criao, pois ela continuamente dependente dele paraexistir e funcionar. O termo tcnico usado para falar do envolvimento de Deus com a criao o termoimanente, que significa permanecer em a criao. O Deus da Bblia no uma divindade abstrataremovida da criao e sem interesse nela. A Bblia a histria do envolvimento de Deus com suacriao e particularmente com os seres humanos criados. J afirma que mesmo os animais e as plantasdependem de Deus : Em sua mo est a vida de cada criatura e o flego de toda a humanidade (J12.10). No Novo Testamento, Paulo afirma que Deus d a todos a vida, o flego e as demais coisas eque nele vivemos, nos movemos e existimos (At 17.25,28). De fato, em Cristo tudo subsiste (Cl1.17), e ele est continuamente sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa (Hb 1.3). Tantoa transcendncia como a imanncia de Deus so afirmadas em um simples versculo quando Paulo falade um s Deus e Pai de todos, que sobre todos, por meio de todos e em todos (Ef 4.6).

    O fato de que a criao distinta de Deus e no entanto sempre dependente de Deus e de que Deusest muito acima da criao e mesmo assim envolvido com ela (em resumo, que Deus tantotranscendente como imanente) .

    Isso claramente distinto do materialismo, que a filosofia mais comum dos descrentes hoje em dia eque nega igualmente a existncia de Deus. O materialismo diria que o universo material tudo o queh.

    Os cristos de hoje que colocam o esforo quase total de suas vidas no objetivo de ganhar dinheiro eadquirir mais posses tornam-se materialistas prticos em suas atividades, ja que suas vidas noseriam muito diferentes se eles realmente no cressem em Deus.

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    A narrativa escriturstica da relao entre Deus e sua criao tambm distinta do pantesmo . A palavra grega pan significa tudo ou cada, e pantesmo a idia de que tudo, o universo total, Deusou parte de Deus.

    O pantesmo nega diversos aspectos essenciais do carter de Deus. Se o universo inteiro Deus, entoDeus no possui personalidade distinta. Deus no mais imutvel, porque, como o universo muda,

    Deus tambm muda. Alm disso, Deus no mais santo, porque o mal no universo tambm parte deDeus. Outra dificuldade que em ltima anlise a maioria dos sistemas pantestas ( como o budismo emuitas outras religies orientais) acabam negando a importncia da personalidade humana individual:como tudo Deus, a meta do indivduo seria mesclar-se com o universo e tornar-se mais e mais unidoa ele, perdendo assim a sua especificidade individual. Se o prprio Deus no possui identidade pessoaldistinta e separada do universo, certamente no devemos nos esforar para possu-la tambm. Assim,o pantesmo destri no somente a identidade pessoal de Deus, mas tambm, de modo definitivo, ados seres humanos.

    A narrativa bblica tambm destri o dualismo . Essa a idia de que tanto Deus como o universomaterial existem eternamente lado a lado. Assim, h duas foras supremas no universo, Deus e amatria.

    O problema com o dualismo que ele indica o conflito eterno entre Deus e os aspectos maus douniverso material. Deus triunfar de modo definitivo sobre o mal no universo? No podemos estarcertos, porque tanto Deus como o mal certamente existem eternamente lado a lado. Essa filosofianegaria tanto o senhorio supremo de Deus sobre a criao como tambm o fato de que a criao veio aexistir por causa da vontade de Deus, que ela deve ser usada unicamente para seus propsitos e que elaexiste para glorific-lo. Essa perspectiva tambm negaria que tudo no universo foi criadoinerentemente bom (Gn 1.31) e encorajaria pessoas a ver a realidade material como m em si mesma,em contraste com a genuna narrativa bblica da criao que Deus fez para ser muito boa e que elegoverna para os seus propsitos.

    Um exemplo de dualismo na cultura moderna a trilogia Guerra nas estrelas, que postula a existnciada fora universal que tem tanto o lado bom como o mau. No h o conceito do Deus transcendente esanto que governa tudo e certamente triunfar sobre tudo. Quando os no-cris-tos hoje comeam aficar conscientes da realidade espiritual no universo, eles muitas vezes se tornam dualistas,reconhecendo apenas que h aspectos bons e maus no mundo sobrenatural ou espiritual. Omovimento Nova Era na maior parte dualista. Naturalmente Satans est se deliciando por haverpessoas pensando que existe uma fora m no universo que talvez seja igual ao prprio Deus.

    A viso crist da criao tambm distinta da perspectiva do desmo . O desmo a viso de que Deusno est agora diretamente envolvido com a criao.

    O desmo geralmente sustenta que Deus criou o universo e muito maior que ele (Deus transcendente). Alguns destas tambm concordam que Deus tem padres morais e por fim vaiconsiderar as pessoas responsveis no dia do juzo. Mas eles negam o envolvimento atual de Deus como mundo, no dando assim espao algum para sua imanncia na ordem criada. Ao contrrio, Deus visto como o relojoeiro divino que deu corda no relgio da criao no incio, mas depois o deixoufuncionar por si prprio.

    Ao mesmo tempo em que o desmo afirma a transcendncia de Deus, ele nega quase toda a histria daBblia, que a histria do envolvimento ativo de Deus no mundo. Muitos cristos nominais oumornos so de fato destas prticos, j que vivem longe da orao genuna, adorao, temor de Deusou confiana contnua em Deus para que este cuide das necessidades que surgem.

    C. Deus criou o universo para mostrar a sua glria

    Est claro que Deus criou seu povo para a sua glria, porque ele fala de seus filhos e filhas comoaqueles a quem criei para a minha glria, a quem formei e fiz (Is 43.7). Mas no so somente os sereshumanos que Deus criou com esse propsito. Toda a criao foi feita para mostrar a glria de Deus.Mesmo a criao inanimada, as estrelas, o sol, a luz e o cu testificam da grandeza de Deus: Os cusdeclaram a glria de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mos (Sl 19.1,2). O cntico daadorao celestial em Apocalipse 4 conecta a criao de todas as coisas por Deus com o fato de que ele digno de receber a glria que elas lhe conferem: Tu, Senhor e Deus nosso, s digno de receber a

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    glria, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foramcriadas (Ap 4.11).

    O que a criao mostra a respeito de Deus? Primeiramente ela mostra seu grande poder e sabedoria,muito acima de qualquer coisa que poderia ser imaginada por qualquer criatura.

    Mas foi Deus quem fez a terra como seu poder, firmou o mundo com a sua sabedoria e estendeu oscus com o seu entendimento (Jr 10.12). O simples olhar para o sol ou para as estrelas nosconvence do infinito poder de Deus. E mesmo a breve inspeo de qualquer folha de rvore, ou damaravilha da mo humana, ou de qualquer clula viva nos convence da grande sabedoria de Deus.Quem poderia fazer tudo isso? Quem poderia fazer isso do nada? Quem poderia sustentar tudo isso diaaps dia por anos sem fim? Tal poder infinito e capacidade complexa esto completamente alm denossa compreenso. Quando meditamos nisso, damos glria a Deus.

    Quando afirmamos que Deus criou o universo para mostrar a sua glria, importante que percebamosque ele no precisava cri-lo. No devemos pensar que Deus precisava de mais glria do que ele tinhadentro da Trindade por toda a eternidade ou que ele estava de alguma forma incompleto sem a glriaque haveria de receber do universo criado. Isso seria negar a independncia de Deus e sugerir queDeus precisava do universo a fim de ser plenamente Deus. Ao contrrio, devemos afirmar que a criao

    do universo foi um ato de Deus totalmente livre. No era um ato necessrio, mas foi algo que Deusescolheu fazer .Tu, Senhor [...], criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas(Ap 4.11). Deus quis criar o universo para demonstrar sua excelncia. A criao mostra sua grandesabedoria e poder, bem como, de modo supremo, todos os seus outros atributos. Parece ento queDeus criou o universo para se deleitar na criao, pois, como a criao mostra os vrios aspectos docarter de Deus, ele tem prazer nela.

    Isso explica por que temos prazer espontneo em todas as espcies de atividades criadoras que temos. As pessoas com habilidades artsticas, musicais ou literrias tm prazer em criar coisas e v-las, ouvi-las ou ponderar sobre a obra criada. E um dos aspectos encantadores da humanidade em contrastecom o restante da criao a nossa capacidade de criar coisas novas. Isso tambm explica por quetemos prazer em outras espcies de atividade criativas: muitas pessoas apreciam cozinhar, decorar acasa, jardinagem, trabalhar com madeira ou outros materiais, produzir invenes cientficas ouinventar novas solues para problemas de produo industrial. Mesmo as crianas gostam de colorirquadros ou construir casas de bloquinhos de plstico. Em todas essas atividades, refletimos em escalamenor a atividade criadora de Deus, por isso devemos ter prazer nela e agradecer a Deus por ela.

    Em todas essas atividades, refletimos em escala menor a atividade criadora de Deus, por isso devemoster prazer nela e agradecer a Deus por ela.

    D. O universo que Deus criou era muito bom

    Esse ponto a seqncia do ponto anterior. Se Deus criou o universo para mostrar a sua glria, entodevemos esperar que o universo cumpra o propsito para o qual ele o criou. De fato, quando Deusterminou a sua obra de criao, ele teve prazer nela. No final de cada estgio da criao, Deus viu que oque ele havia feito era bom (Gn 1.4,10,12,18,21,25). Ento, no final dos seis dias da criao, ...Deus viutudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom (Gn 1.3 1). Deus teve prazer na criao que elehavia feito exatamente como havia proposto fazer.

    Mesmo havendo pecado no mundo agora, a criao material ainda boa vista de Deus e deveria ser vista como boa por ns tambm. Esse conhecimento vai nos livrar de um ascetismo falso que v ouso e o prazer da criao material como errado. Paulo diz que ... tudo o que Deus criou bom, e nadadeve ser rejeitado, se for recebido com ao de graas, pois santificado pela palavra de Deus e pelaorao (lTm 4.4,5).

    Embora a ordem criada possa ser usada de modo pecaminoso e egosta, desviando nossas afeies deDeus, no devemos deixar o perigo do abuso da criao de Deus privar-nos de desfrut-la de modopositivo, com gratido e alegria, para o bem do seu Reino. Logo aps Paulo ter advertido contra odesejo de ser rico e do amor ao dinheiro (cf. lTm 6.9,10), ele afirma que o prprio Deus que detudo nos prov ricamente, para a nossa satisfao (lTm 6.17). Esse fato incentiva os cristos aencorajar o desenvolvimento industrial e tecnolgico apropriado (juntamente com a preocupaoambiental), e a usar de modo alegre e agradecido todos os produtos da exuberante terra que Deus

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    criou com a imensa variedade de comidas, roupa, habitao, assim como dos produtos modernoscomo automveis, avies, cmeras, telefones e computadores.Todas essas coisas podem sersuperestimadas e usadas indevidamente, mas em si mesmas no so ms; representam odesenvolvimento da boa criao de Deus e devem ser vistas como belos dons de Deus.

    Autor: Wayne Grudem

    Fonte: Teologia Sistemtica do autor. Ed. Vida Nova

    Segundo Parte

    Creio em Jesus Cristo, seu nico Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Esprito Santo;nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Cu; est sentado direita de Deus Pai Todo- poderoso, donde h de vir para julgar os vivos e os mortos.

    A. Creio em Jesus Cristo, seu nico Filho, nosso Senhor,

    01. A Divindade de CristoMc 2.28; Jo 1.1-14; Jo 8.58; Jo 20.28; Rm 9.5; Fp 2.9-11; Cl 1.19; 1 Jo 5.20

    "E sabemos que j o Filho de Deus vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que verdadeiro; e no que verdadeiro estamos, isto , em seu Filho Jesus Cristo. Este o verdadeiro Deus ea vida eterna." (1 Jo 5.20)

    Para ser cristo, indispensvel ter f na divindade de Cristo. Esta uma parte essencial do Evangelhode Cristo no Novo Testamento. Mesmo assim, em todos os sculos, a Igreja tem sido obrigada a lidarcom pessoas que alegam ser crists e ao mesmo tempo negam ou distorcem a divindade de Cristo.

    Na histria da Igreja houve quatro sculos durantes os quais a confisso da divindade de Cristo foiuma questo crucial e polmica dentro da Igreja. Foram os sculos IV, V, XIX e XX. Visto estarmos vivendo num sculo em que as heresias esto assaltando a Igreja, urge que a confisso da divindade deCristo seja resguardada.

    No Conclio de Nicia, no ano 325 d.C., a igreja, em oposio heresias Ariana, declarou que Jesus gerado e no criado, e que sua natureza divina da mesma essncia (homo ousios) que a do Pai. Essaafirmao declarou que a segunda pessoa da Trindade uma em essncia com Deus o Pai. Quer dizer,o "ser" de Cristo o ser de Deus. Ele no simplesmente Deidade - ele a Deidade.

    A confisso da divindade de Cristo extrada do testemunho multiforme do Novo Testamento. Como o Verbo Encarnado, Cristo revelado como sendo no s preexistente em relao criao, mas tambmeterno. A Bblia diz que ele estava no princpio com Deus e tambm que ele Deus (Jo 1.1-3). O fato deele estar com Deus exige uma distino pessoal na Deidade. O fato de ser Deus exige sua incluso na

    Deidade.Em outros textos, o Novo Testamento atribui a Jesus termos e ttulos claramente divinos. Deusconcedeu-lhe o preeminente ttulo de Senhor (Fp 2.9-11). Como o Filho do Homem, Jesus reivindicaser Senhor do sbado (Mc 2.28) e ter autoridade para perdoar pecados (Mc 2.1-12). Ele chamado o"Senhor da glria" (Tg 2.1) e recebeu adorao de bom grado, quando Tom confessou: "Senhor meu eDeus meu!" (Jo 20.28).

    Paulo declara que a plenitude da Deidade habita em Cristo corporalmente (Cl 1.19), e que Jesus superior aos anjos,, tema este reiterado no livro de Hebreus. Adorar um anjo, ou qualquer criatura,no importa quo exaltada ela seja, violar a proibio bblica contra a idolatria. A expresso "Eu sou"repetida no Evangelho de Joo tambm testifica sobre a identificao de Jesus Cristo com a Deidade.

    No Sculo V, o Conclio de Calcednia (451 d.C.) afirmou que Jesus era verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. O conclio declarou que as duas natureza de Jesus humana e divina, eram semmistura, confuso, separao ou diviso.

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    Sumrio1. A divindade de Cristo uma doutrina essencial do cristianismo.

    2. A Igreja enfrentou crise causadas por heresias concernentes divindade de Cristo nos sculos IV. V,

    XIX e XX.3. O Conclio de Nicia (325 d.C.) afirmou a divindade de Cristo, declarando que ele da mesmasubstncia ou essncia que o Pai, q que ele no era um ser criado.

    4. O Novo Testamento afirma claramente a divindade de Cristo.

    5. O Conclio de Calcednia (451 d.C.) declarou que Jesus era verdadeiramente Deus.

    Autor: R. C. SproulFonte: 1 Caderno Verdades Essenciais da F Crist R.C.Sproul. Editora Cultura Crist.

    02. A Humanidade de CristoJo 1.1-14; Gl 4.4; Fp 2.5-11; Hb 2.14-18; Hb 4.15

    "E o Verbo se fez carne, e habitou entre ns" Jo 1.14a

    Uma das doutrinas mais vitais do Cristianismo histrico que o Deus Filho tomou uma verdadeiranatureza humana. O grande Conclio de Calcednia, no ano 451 da era crist, afirmou que Jesus verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus, e que suas duas naturezas so assim unidas, semmistura, confuso, separao ou diviso, cada natureza retendo seus prprios atributos.

    A humanidade de Jesus tem sido atacada principalmente em dois aspectos. A igreja primitiva teve delutar contra a heresia do docetismo, a qual ensinava que Jesus no tinha um corpo fsico real ou uma verdadeira natureza humana. Essa doutrina argumentava que Jesus apenas "parecia" ter um corpo,mas na realidade ele era uma espcie de ser fantasmagrico. Justamente contra isso, Joo declarou veementemente que aquele que negasse que Jesus realmente se manifestou na carne era do Anticristo.

    A outra grande heresia que a Igreja rejeitou foi a heresia do monofisismo, a qual argumentava queJesus no tinha duas natureza, mas apenas uma. Essa natureza nica no era totalmente divina nemtotalmente humana, mas um misto de ambas. Essa natureza era chamada "teantrpica". A heresia domonofisismo defende uma natureza deificada ou uma natureza divina humanizada.

    Formas sutis de monofisismo tm ameaado a Igreja em todas as geraes. A tendncia segue nadireo de permitir que a natureza humana seja engolfada pela natureza divina de tal maneira que aslimitaes reais da humanidade de Jesus so removidas.

    Temos de distinguir entre as duas naturezas de Jesus sem separ-las. Quando Jesus demonstra fome,por exemplo, vemos isso como uma manifestao da natureza humana, no da divina. O que se dizsobre a natureza divina ou da natureza humana pode ser afirmado com relao pessoa. Na cruz, porexemplo, Cristo, o Deus-homem, morreu. Isso, entretanto, no que dizer que Deus morreu na cruz.Embora as duas naturezas permanecessem unidas depois da ascenso de Cristo, ainda temos dedistinguir as naturezas, considerando o modo como ele est presente conosco. Entretanto, em suanatureza divina Cristo nunca est ausente de ns.

    A humanidade de Cristo como a nossa. Ele tornou-se homem "por nossa causa", Ele entrou em nossasituao para agir como nosso Redentor. Tornou-se nosso substituto, tomando sobre si nossospecados, a fim de sofrer em nosso lugar. Ele tambm tornou-se nosso campeo, cumprindo a Lei deDeus em nosso favor.

    Na redeno, existe uma dupla mudana. Nossos pecados so atribudos a Jesus. Sua justia atribuda a ns. Ele recebe o castigo merecido pela nossa humanidade imperfeita, enquanto nsrecebemos a bno devida sua humanidade perfeita. Em sua humanidade, Jesus tinha as mesmas

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    limitaes comuns a todos os seres humanos, exceto que ele era sem pecado. Em sua naturezahumana, ele no era onisciente. Seu conhecimento, embora fosse acurado e exato, no era infinito.Havia coisas que ele no sabia, como por exemplo, o dia e a hora de sua volta Terra (). claro queem sua natureza divina ele onisciente e sua conhecimento ilimitado.

    Como ser humano, Jesus estava restrito pelo tempo e espao.Como todo ser humano, ele no podia

    estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. Ele suava. Sentia fome. Chorava. Sofria dores. Ele eramortal, capaz de sofre a morte. Em todos esses aspectos era como ns.

    Sumrio

    1. Jesus tinha uma verdadeira natureza que estava perfeitamente unida sua natureza divina.

    2. O docetismo dizia que Jesus no tinha um corpo fsico real.

    3. A heresia do monofisismo envolve a deificao da natureza humana, de modo que a humanidade deJesus eclipsada pela sua divindade.

    4. A humanidade de Cristo a base de sua identificao conosco;

    5. Jesus tomou nossos pecados sobre si e partilha conosco sua justia.

    6. A natureza humana de Jesus tinha as limitaes normais do ser humano, exceto que ele era sempecado.

    Autor: R. C. SproulFonte: 1 Caderno Verdades Essenciais da F Crist R.C.Sproul. Editora Cultura Crist.

    02. A impecabilidade de Jesus

    "[Cristo] ... no cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano." 1 Pe 2.22

    O Novo Testamento insiste que Jesus era totalmente isento de pecado ( Jo 8.46; 2 Co 5.21; Hb 4.15;7.26; 1 Pe 2.22; 1 Jo 3.5). Isto quer dizer que no somente Ele nunca desobedeceu a seu Pai, mas queamava a lei de Deus e sentia sincero prazer em cumpri-la. Nos seres humanos degradados h semprealguma relutncia em obedecer a Deus, e algumas vezes ressentimento que se transforma em diodiante das alagaes que Ele faz sobre ns (Rm 8.7). Mas a natureza moral de Jesus era inocente, comfoi a de Ado antes de seu pecado, e em Jesus no havia nenhuma inclinao de afastar-se de Deus quepermitisse a Satans tirar proveito de todo seu corao, mente, alma e fora.

    Hebreus 4.15 diz que Jesus foi "tentado em todas as coisas, nossa semelhana, mas sem pecado". Istosignifica que todas as tentaes que enfrentamos - para satisfazer erradamente os desejos natura os docorpo e da mete, evitar assuntos morais e espirituais, desviar-se da moral e buscar caminhos fceis, sermenos do que amvel, solidrio e bondoso para como os outros, tornar-se autoprotetor eautocomiserativo etc. - vieram sobre Ele, mas Ele no cedeu a nenhuma delas. A oposio opressorano o subjugou, e diante da agonia do Getsmani e da cruz lutou contra a tentao e resistiu ao pecado,a ponto de ter seu sangue derramado. Os crentes devem aprender com Ele a proceder da mesmamaneira (Hb 12.3-13; Lc 14.25-33)

    A impecabilidade de Jesus era necessria para a nossa salvao. No fosse Ele " um cordeiro semdefeito e sem mcula", seu sangue no teria sido "precioso" (1 Pe 1.19). Ele mesmo teria necessitado deum salvador, e sua morte no nos teria redimido. Sua obedincia ativa (perfeita conformidadepermanente lei de Deus para a raa humana, e sua vontade revelada para o Messias) qualificouJesus a tornar-se nosso Salvador ao morrer por ns sobre a cruz. A obedincia passiva de Jesus(suportando o castigo da lei violada de Deus como nosso substituto imaculado) coroou sua obedinciaativa para assegurar o perdo e aceitao daqueles que colocaram sua f nele (Rm 5.18,19; 2 Co 5.18-21; Fp 2.8; Hb 10.5-10)

    Autor: J. I. PackerFonte: Teologia Concisa, pg. 110, Ed. Cultura Crista.

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    04. Jesus Cristo como o Unignito

    Jo 1.1-18; Cl 1.15-19; Hb 1.1-14

    "Deus nunca foi visto por algum. O Filho unignito, que est no seio do Pai, esse o revelou." Jo 1.18

    A referncia bblia a Jesus o unignito do Pai" (Jo 1.14) tm provocado grandes controvrsias nahistria da Igreja. Devido ao fato de Jesus ser chamado tambm de "o primognito de toda a criao"(Cl 1.15), tem-se argumentado que a Bblia ensina que ele no divino, e, sim, uma criatura exaltada.

    As testemunhas de Jeov e os Mormons negam a divindade de Cristo apelando para esses conceitos. principalmente devido a essa negao da divindade de Cristo que esses grupos sos considerados comoseitas e no como denominaes crists.

    A divindade de Cristo tornou-se uma questo crucial no sculo IV, quando o herege rio negou aTrindade. O principal argumento dele contra a divindade de Cristo antecipou os argumentos atuais dasTestemunhas de Jeov e dos Mrmons. rio foi condenado como herege no Conclio de Nicia no ano325 d.C.

    rio alegava que a palavra grega traduzida por "unignito" significa "acontecer", "tornar-se", ou"comear a ser". Aquilo que gerado deve ter um incio no tempo. Tem de ser finito com relao aotempo, que um sinal da condio de criatura. Ser o "primognito de toda a criao' pressupe o nvelsupremo da condio de criatura, uma categoria, mas que os anjos, mas no vai alm do nvel decriatura digna de adorao. rio via a atribuio de divindade a Jesus Cristo como uma blasfmia erejeio do monotesmo bblico. Para rio, Deus deve ser considerado como um", tanto no ser comoem pessoa.

    O Credo de Nicia reflete a resposta da Igreja heresia ariana. Confessa que Jesus era "gerado, nocriado". Nesta frmula simples a Igreja demonstrava zelo em se proteger contra a idia de interpretaro termo unignito significado ou implicando um condio de criatura.

    Alguns historiadores tm falhado em relao ao Conclio de Nicia, engajando-se na defesa especial ouno exerccio da ginstica mental ao fugirem do significado claro e simples da palavra grega, unignito,e da frase primognito de toda a criao. A igreja, porm, no fugiu arbitrariamente do significadosimples desses termos. Havia bases justificveis para proteger o termo unignito com qualificativo"no criado".

    Primeiro, a igreja estava procurando entender esses termos no contexto total do ensino bblicoconcernente natureza de Cristo. Convencida de que o Novo Testamento claramente atribui divindadea Cristo, a Igreja se ps contra lanar uma parte das Escrituras contra outras.

    Segundo, embora o Novo Testamento fosse escrito na lngua grega a maioria das formas depensamentos e conceitos est saturada de significados hebraicos. Os conceitos hebraicos so expressospor meios do veculo da lngua grega. Este fato soa como uma advertncia contra a interpretao muitoliteral com base nas difceis nuanas do grego clssico. Assim como Joo usa o termo logos parareferir-se a Jesus, seria um erro saturar esse termo exclusivamente com as idias gregas associadas aouso da palavra.

    Terceiro, o termo unignito usado numa forma modificada no Novo Testamento. Em Joo 1.14 Jesus referido como "o unignito do Pai". Em algumas tradues, em Joo 1.18 ele chamado de o "Filhounignito", Existem evidncias significativas nos manuscritos que sugerem que o original grego dizia"o Deus unignito". Tivesses esse texto sido aceito, acabaria o debate. Entretanto, se tratarmos o textocom redigido "o Filho unignito", ainda teremos um modificador crucial. Jesus chamado o nicogerado (gr. monogenais). O prefixo mono no grego mais forte do que a palavra nico em nossoidioma. Jesus absolutamente singular em sua genitural. Ele o nico gerado. Ningum ou nenhumoutro gerado no sentido como Jesus o foi. O fato de a Igreja falar sobre Jesus como o eternounignito uma tentativa de fazer justia a isso. O Filho procede eternamente do Pai, no comocriatura, mas como a Segunda Pessoa da Trindade.

    O livro de Hebreus, que tambm refere-se a Jesus como sendo o "gerado" (Hb 1.5), talvez seja aepstola que nos fornece a mais elevada Cristologia encontrada no Novo Testamento. O nico livro que

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    rivaliza com Hebreus nesse aspecto o Evangelho de Joo. Joo quem claramente chama Jesus de"Deus". Tambm Joo quem fala de Cristo como o "unignito".

    Finalmente, a frase "primognito de toda a criao" deve ser entendida a luz do contexto da cultura judaica do sculo I. Deste ponto de vista, podemos ver que o termo primognito refere-se condioexaltada de Cristo como o herdeiro do Pai. Assim como o filho primognito geralmente recebia a

    herana patriarcal, assim Jesus, como o divino Filho, recebe o reino do Pai como herana.Sumrio

    1. O Fato de Jesus ser chamado O unignito do Pai e de primognito de toda a criao tem criadocontrovrsias na histria da igreja quanto sua divindade.

    2. Testemunhas de Jeov e os Mrmons usam tais passagens para negar a divindade de Cristo.

    3. o Credo de Nicia claramente expressa que Jesus era "gerado, no criado". Essa distino cuidadosaera um reflexo da afirmao do Novo Testamento da divindade de Cristo.

    4. Jesus chamado "o unignito do Pai. Jesus o nico gerado do Pai, no como criatura, mas como o

    eterno Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Trindade.5. O termo primognito deve ser entendido a luz do contexto da cultura judaica do sculo I. Jesus oprimognito de toda a criao no sentido de que ele o herdeiro de tudo aquilo que pertence ao Pai.

    Autor: R. C. SproulFonte: 1 Caderno Verdades Essenciais da F Crist R.C.Sproul. Editora Cultura Crist.

    05. Salvador, mas no Senhor?

    O anunciado debate senhorio-salvao, a viso amplamente sustentada de que Jesus pode ser oSalvador de uma pessoa sem ser o seu Senhor, est finalmente recebendo a crtica que merece.Contudo, h perigos em ambos os lados deste debate.

    Por um lado, h aqueles que afirmam que uma pessoa pode se virar para Cristo em f sem nunca sesubmeter ao Seu senhorio. Somos salvos, eles dizem, fazendo de Cristo Salvador, no O fazendoSenhor. O outro lado reage dizendo que isso f do diabo isto , o tipo de f da qual Tiago falouquando perguntou retoricamente, Pode, acaso, semelhante f salv-lo? (Tiago 2:14). A f salvadorainclui no apenas a dependncia em Cristo para a libertao do julgamento, mas compromisso comCristo e submisso ao Seu senhorio.

    No caso daqueles que negam a necessidade de fazer de Cristo, Senhor, deveramos responder, emprimeiro lugar, concordando que no somos salvos fazendo de Cristo, Senhor. Mas tambm nosomos salvos fazendo de Cristo, Salvador. No fazemos nada de Cristo! Ele Salvador e Ele Senhorsem levar em considerao o que pensamos ou fazemos dEle. Na verdade, porque Ele Salvadorcompletamente parte de nossa atividade que somos salvos em primeiro lugar. Ele veio a nsestvamos mortos (Efsios 2:5). Ele nos regenera, nos d o dom da f e, ento, nos justifica atravsda f em Cristo. A escola de pensamento fazer dEle seu salvador adere ao que tem sido chamadoregenerao que provm de deciso. Para muitos, esta pequena obra que fazemos que se tornamerecedora da vida eterna.

    Uma segunda falha no ensino Salvador, mas no Senhor o recorrente erro wesleyano de tornar justificao e santificao dons que so separadamente obtidos atravs de atos separados de f. Deacordo com as Escrituras, h um ato de f que nos une a Cristo e, uma vez unidos a Ele atravs desteato de f, tanto a justificao (a declarao de justia de uma vez por todas) quando a santificao (umprocesso gradual, lento e doloroso de crescimento na justia) se tornam nossos em Cristo. Somos justificados de uma vez, mas s somos santificados em um processo gradual. Contudo, tanto adeclarao quanto o processo so dados apenas atravs da mesma condio de f em Cristo somente(Romanos 8:30; 1 Corntios 1:30; Efsios 2:8-10).

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    Por isso, neste campo deveramos insistir na unio com Cristo como a obra soberana de Deus em noapenas tornar possvel uma nova vida, mas cri-la onde nenhuma causa existia alm da Sua prpria vontade e esforo.

    aceito pela razo que se ns fazemos de Cristo, Salvador, podemos tambm determinar sepermitiremos que Ele seja nosso Senhor. Mas a Bblia no fala sobre permitir que Ele seja ou faa isso

    ou aquilo. Porque Deus quem efetua em vs tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade (Filipenses 2:13). Conseqentemente, inevitvel que a rvore boa produza bons frutos. Aqueles a quem Deus regenera tornam-se rvores vivas. No fostes vs que me escolhestes a mim;disse Jesus, pelo contrrio, eu vos escolhi a vs outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permanea (Joo 15:16). Quando a salvao vista como programa de homem, deixadopara o homem escolher se deixar Deus fazer isso ou aquilo, mas quando vista como programa deDeus, h uma confiana e uma certeza que ningum a quem Deus regenera ser chamado de cristocarnal. Lutero disse, Se as obras e o amor no florescerem, no f genuna, o evangelho ainda noganhou posio segura, e Cristo no ainda corretamente conhecido. Novamente, se temos Cristo,temos Sua santidade imputada (justificao) como tambm Sua santidade transmitida (santificao).Sem o sentido de uma, no pode haver sentido da outra.

    Ao mesmo tempo, no entanto, h um perigo igual quando reagimos contra esta falsa mensagem:

    enfatizar a inevitabilidade do fruto a ponto de subestimar a realidade da pecaminosidade emandamento. Novamente, simultaneamente pecador e justificado. Calvino nos preveniu a esserespeito. Existe a igreja visvel, constituda de todos os cristos professos de todos os tempos e lugarese, ento, existe a igreja invisvel, constituda de todos os verdadeiros crentes. Para pertencer primeira, uma pessoa precisa confessar a Cristo, ser batizada, e receber a Santa Comunho. Eaceitamos todos em nossa congregao que pertencem igreja dessa forma, quer paream ou nopossuir o zelo ou grau de compromisso que esperaramos. Visto que definitivamente no podemossaber o nmero de crentes genunos (igreja invisvel), no devemos nos tornar polcia dos frutos. Nasprprias palavras de Calvino, Saber quem so seus uma prerrogativa que pertence unicamente aDeus (2 Timteo 2:19)...Porque aqueles que parecem totalmente perdidos e acima da esperana so,pela Sua bondade, chamados de volta ao caminho; enquanto aqueles que, mais do que os outros,parecem estar firmes, freqentemente caem.

    H ainda outra falha mais crtica, como a vejo, com algumas verses do senhoria salvao. Isto , atendncia de alargar a definio de f ao ponto onde realmente se torna uma obra. Por exemplo, osReformadores definiram f como conhecimento (compreenso dos fatos do evangelho), aceitao (serconvencido de que eles so verdadeiros), e confiana (confiar a salvao da alma a Cristo com base noconhecimento e aceitao). Apesar disso, um proponente dominante do senhorio salvao escreveua f circunda a obedincia e que a confiana (terceiro aspecto da f) a determinao da vontadepara obedecer vontade. Pode bem ser um caso de semntica aqui, mas quando estamos falando domaior e mais santo assunto de todos das Escrituras, cada palavra importante. A f no circunda aobedincia. Este o ponto do apstolo Paulo em Romanos 4, e, quanto questo, por todos os seusescritos: Somos justificados pela graa atravs da f no atravs da obedincia. Assim, quandofazemos da obedincia um aspecto da f, maculamos a f e as obras, a justificao e a santificao.Uma vez justificados, a f e as obras no so divergentes a primeira produz as ltimas. Porm, a f sempre divergente do mrito. O fruto que observamos ou deixamos de observar nunca pode ser usadocomo uma vara de medida; neste caso, a f produz mrito em vez de obras, e isso claramente noescriturstico. Justia de obras pode facilmente se confundir com f quando a f definida como secircundasse a obedincia. Alm disso, confiana justificadora no a determinao da vontade emobedecer verdade, mas a confiana que Deus nos d de que Cristo j cumpriu nossa obedincia.Estas palavras so, de fato, importantes.

    Todavia, embora a f no circunde a obedincia, ela a produz. E, embora a confiana certamente noseja a determinao da vontade em obedecer verdade, confiar em Cristo pela f apenasinevitavelmente levar a uma nova vontade de obedecer verdade. Para o campo Salvador, mas noSenhor, deve haver um reconhecimento de que a f inevitavelmente produz obedincia devido iniciativa soberana de Deus (em vez de uma pessoa faz-lo Senhor). E para a escola senhoriosalvao, deve haver o reconhecimento de que, embora a f inevitavelmente produza obedincia, a fno , apesar disso, obedincia.

    A Reforma realmente respondeu esta questo de uma forma s vezes negligenciada por ambos os ladosdo presente debate. Por exemplo, Lutero falou sobre sermos justificados s pela f, mas no pela f que

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    est s. queles que adicionariam f um elemento de obedincia ativa (outro que no a de Cristo), osReformadores repreenderiam, F apenas! Mas aos antinomianos (i.e., aqueles negariam o efeito daf salvadora), eles insistiriam que a f verdadeira nunca isolada. Isso, de fato, a semente que cai nosolo rochoso ou sufocada pelas ervas daninhas. Outra definio da posio Reformada expressa noCatecismo de Heidelberg. Somos advertidos contra qualquer perfeccionismo, At mesmo o melhorque fazemos nesta vida imperfeito e manchado com o pecado, fazendo com que toda obedincia

    seja, na melhor das hipteses, imperfeita. Isso, naturalmente, consistente com Isaas 64:6, onde nos dito, todas as nossas justias so como trapo da imundcia. Mesmo assim, o Catecismo apressa-seem responder pergunta, Este ensino no faz com que as pessoas se tornem indiferentes e ms?No. impossvel que aqueles enxertados em Cristo pela f verdadeira, no produzam frutos degratido.

    Eis aqui, ento, dos dois corrimes da Reforma: somos justificados unicamente pelo conhecimento,aceitao e confiana na pessoa e obra de Jesus Cristo. Porm, qualquer pessoa justificada, foiregenerada, enxertada na vida de Cristo, e frutos de gratido inevitavelmente se seguiro. Sem uminteresse no Salvador e na Sua Palavra e sacramentos, no h vida. O senhorio de Cristo no umaopo para os cristos de primeira classe, mas uma inevitabilidade para todos os que compartilhamSua vida.

    Autor: Michael HortonFonte: As Doutrinas da Maravilhosa Graa, Michael Horton, Editora Cultura Crist, pginas 169-173.http://www.monergismo.com/textos/sotereologia/salvador_senhor.htm

    B. o qual foi concebido por obra do Esprito Santo; nasceu da virgem Maria;

    01. Nascimento virginal

    Quando falamos da humanidade de Cristo, convm comear pela considerao sobre o nascimento virginal de Cristo. A Escritura assevera claramente que Jesus foi concebido no ventre de sua me,Maria, por uma obra miraculosa do Esprito Santo, sem pai humano.

    foi assim o nascimento de Jesus Cristo: Maria, sua me, estava prometida em casamento a Jos, mas,antes que se unissem, achou-se grvida pelo Esprito Santo (Mt 1.18). Logo em seguida o anjo doSenhor disse a Jos, que era comprometido com Maria: Jos, filho de Davi, no tema receber Mariacomo sua esposa, pois o que nela foi gerado procede do Esprito Santo (Mt 1.20). Ento, lemos: Aoacordar, Jos fez o que o anjo do Senhor lhe tinha ordenado e recebeu Maria como sua esposa. Masno teve relaes com ela enquanto ela no deu luz um filho. E ele lhe ps o nome de Jesus (Mt1.24,25).

    O mesmo fato afirmado no evangelho de Lucas, onde lemos a respeito da apario do anjo Gabriel aMaria. Aps o anjo ter-lhe dito que ela teria um filho, Maria disse: Como acontecer isso, se sou virgem? O anjo respondeu: O Esprito Santo vir sobre voc, e o poder do Altssimo a cobrir com asua sombra. Assim, aquele que h de nascer ser chamado Santo, Filho de Deus (Lc 1. 34,35; cf. 3.23).

    S essa afirmao da Escritura sobre o nascimento virginal de Cristo j nos d a autorizao suficientepara abraar essa doutrina. Contudo, h tambm algumas implicaes doutrinrias cruciais donascimento virginal que ilustram sua importncia. Podemos v-las ao menos em trs reas:

    a. Ela mostra que em ltima instncia a salvao vem do Senhor, O nascimento virginal de Cristo olembrete inconfundvel do fato de que a salvao no pode nunca vir por intermdio do esforohumano, mas deve ser obra sobrenatural de Deus. Esse fato estava evidente j no comeo da vida deJesus: Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascidodebaixo da Lei [...] para que recebssemos a adoo de filhos (Gl 4.4,5).

    b. O nascimento virginal tornou possvel a unio da plena divindade com a plena humanidade em umas pessoa. Esse foi o meio que Deus usou para enviar seu Filho (Jo 3.16; Gl 4.4) ao mundo comohomem. Se pensarmos por um momento em outros modos possveis pelos quais Cristo poderia ter vindo ao mundo, nenhum deles seria claramente a unio entre divindade e humanidade em umapessoa. Provavelmente teria sido possvel Deus criar Jesus como ser humano completo no cu e envi-lo do cu para a terra sem o concurso de qualquer progenitor humano. Mas assim seria muito difcil

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    vermos como Jesus poderia ser plenamente humano como ns somos. Por outro lado, provavelmentetambm teria sido possvel Deus enviar Jesus ao mundo com dois pais humanos, tanto o pai como ame, e fazer unir miraculosamente sua plena natureza divina natureza humana em algum ponto, bem no comeo de sua vida. Mas assim seria difcil entendermos como Jesus poderia ser plenamenteDeus, j que sua origem seria igual a nossa em cada detalhe. Quando pensamos nessas duas outraspossibilidades, isso nos ajuda a entender como Deus, em sua sabedoria, ordenou a combinao da

    influncia humana e divina no nascimento de Cristo, de forma que sua plena humanidade seriaevidente a partir de seu nascimento humano comum procedente de uma me humana, e a sua plenadivindade seria evidente a partir do fato de sua concepo no ventre de Maria pela obra poderosa doEsprito Santo.

    c. O nascimento virginal tambm torna possvel a verdadeira humanidade de Cristo sem o pecadoherdado. Como j observamos no captulo 14, todos os seres humanos herdaram do primeiro pai, Ado, a culpa legal e a corrupo da natureza moral. Mas o fato de que Jesus no teve um pai humanosignifica que a linha de descendncia de Ado parcialmente interrompida. Jesus no descendeu de Ado exatamente da mesma forma que quaisquer outros seres humanos descenderam de Ado. Issonos ajuda a entender por que a culpa legal e a corrupo moral que pertencem a todos os outros sereshumanos no pertencem a Cristo.

    Mas por que Jesus no herdou a natureza pecaminosa de Maria? A Igreja Catlica Romana responde a essa pergunta dizendo que a prpria Maria foi livre do pecado,mas a Escritura em nenhum lugar ensina tal doutrina, que alis no resolveria o problema de formaalguma (pois por que, ento, Maria no teria herdado o pecado de sua me?). Uma soluo melhor dizer que a obra do Esprito Santo em Maria deve ter evitado no somente a transmisso do pecado deJos (por Jesus no ter tido um pai humano), mas tambm, de modo miraculoso, a transmisso dopecado de Maria: O Esprito Santo vir sobre voc [...] Assim, aquele que h de nascer ser chamadoSanto, Filho de Deus (Lc 1.35).

    Essa traduo do texto grego ("Assim, aquele que h de nascer ser chamado Santo, Filho de Deus) melhor do que a feita pela ARC e pela RA (por isso, tambm o ente santo que h de nascer serchamado Filho de Deus). Ela melhor porque outros exemplos da literatura antiga mostram que aexpresso grega to gennmenon deve ser entendida como a criana por nascer

    Autor: Wayne GrudemFonte: Teologia Sistemtica do autor, Ed. Vida Nova

    02. O Verbo se fez Carne

    E o Verbo se fez carne e habitou entre ns, e vimos a sua glria, como a glria do Unignito do Pai,cheio de graa e de verdade (Joo 1:14).

    [Leia Lucas 1:1-56]

    Nenhuma mente pode jamais compreender, nem lngua terrena descrever, o grande mistrio dapiedade: Deus se manifestou em carne. Aquele beb nascido em Belm prprio Deus eterno.Embora Ele fosse dependente do leito do seio de Sua me para viver, Ele o Deus que formou os seiosque O amamentavam. Embora Maria O segurasse em seus braos, Ele o Deus que sustenta todas ascoisas pela palavra do Seu poder. Embora Ele tenha aprendido a andar e falar, e tenha crescido comoqualquer outra criana, Ele o Deus onisciente e onipotente. Embora Ele tenha vivido como umhomem em obedincia deliberada, voluntria e perfeita lei, Ele o Deus que deu a lei Moiss.Embora Ele tenha morrido sob a penalidade da lei como um homem em lugar de pecadores, aquelehomem que morreu Deus!

    Por que Cristo nasceu? Por que o Filho de Deus assumiu a humanidade? Esta uma palavra fiel edigna de toda aceitao: que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores' (1 Timteo 1:15). Atansio disse: Cristo se tornou o que ns somos para que Ele pudesse nos tornar o que Ele . OFilho de Deus se tornou Filho do homem para este propsito: para que os filhos dos homens possam setornar filhos de Deus. A. W. Tozer colocou isso da seguinte forma: A majestade terrvel da Deidade foimisericordiosamente envolvida no frgil envelope da natureza humana para proteger a humanidade.

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    O nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, se tornou um homem porque no era possvel para Deussalvar pecadores de qualquer outra forma. Para ser o nosso Salvador, foi necessrio que o prprio Deusse tornasse um de ns, osso dos nossos ossos e carne da nossa carne. Fosse Ele somente Deus, nuncapoderia ter sofrido a punio do pecado como o nosso Substituto. Fosse Ele somente homem, nuncapoderia satisfazer a ira e justia infinita de Deus contra o pecado. Mas Aquele que tanto Deus como

    homem, em uma pessoa gloriosa, tanto sofreu como satisfez a penalidade da lei como o Substituto dopecador.

    Embora eu no possa entender nem explicar completamente a maravilha e o mistrio da Sua pessoa,eu posso e na verdade confio naquele homem que Deus como meu nico e todo-suficiente Salvador. Visto que Deus se tornou homem e sofreu no lugar de homens, Ele capaz de salvar todos que confiamnEle.

    Autor: Don FortnerFonte: http://www.monergismo.com/textos/cristologia/verbo_fez_carne_fortner.htm Traduzido por: Felipe Sabino de Arajo NetoCuiab-MT, 29 de Junho de 2005.http://www.monergismo.com/

    C. padeceu sob o poder de Pncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiudos mortos ao terceiro dia; subiu ao Cu; est sentado direita de Deus Pai Todo-poderoso,

    01. Sacrifcio

    "A quem (Jesus Cristo) Deus props, no seu sangue, como propiciao, mediante a f... " Rm 3.25

    Expiao significa consertar, apagar a ofensa e dar satisfao por erros cometidos, reconciliando assimas pessoas separadas e restaurando entre elas a relao rompida.

    A Escritura menciona todos os seres humanos como necessitados de reparao de seus pecados, pormfaltos de todo o poder e recursos para faz-lo. Ofendemos nosso santo Criador, cuja natureza odiar opecado (Jr 44.4; Hc 1.13) e puni-lo (Sl 5.4-6; Rm 1.18; 2.5-9). Nenhuma aceitao haver da partedesse Deus, ou comunho com Ele, a menos que a reparao se faa, e considerando que h pecadomesmo em nossas melhores aes, qualquer coisa que faamos na esperana de repar-lo podesomente agravar nossa culpa ou piorar nossa situao. Isto torna danosa a insensatez de procurarinstituir uma justia prpria diante de Deus (J 15.14-16; Rm 10-2, 3); isto simplesmente no pode serfeito.

    Entretanto, contra este pano de fundo da desesperana humana, a Escritura anuncia o amor, a graa, amisericrdia, a piedade, a bondade e a compaixo de Deus _ o Criador ofendido, que prov em simesmo a expiao que aquele pecado tornou necessria. Esta maravilhosa graa o centro focal da f,esperana, adorao, tica e vida espiritual do Novo Testamento; de Mateus ao Apocalipse ela refulgecom opulenta glria.

    Quando Deus tirou Israel do Egito, Ele instituiu como parte do relacionamento pactual um sistema desacrifcios que tinha no seu centro o derramamento e oferta do sangue de animais sem defeito parafazer expiao para vossas almas (Lv 17.11). Esses sacrifcios eram tpicos (isto , tipos, poisapontavam para algo mais adiante). Embora os pecados fossem, de fato, deixados impunes (Rm3.25) quando os sacrifcios eram oferecidos fielmente, o que efetivamente os apagava no era o sanguedo animal (Hb 10.11), mas o sangue do anttipo, o Filho de Deus sem pecado, Jesus Cristo, cuja mortena cruz fez expiao por todos os pecados cometidos antes do evento, bem como por todos os pecadoscometidos depois dele (Rm 3.2526; 4.3-8; Hb 9.11-15).

    As referncias do Novo Testamento ao sangue de Cristo so comumente sacrificiais (por exemplo, Rm3.25; 5.9 Ef 1.17; Ap 1.5). Como sacrifcio perfeito pelo pecado ( Rm 8.3; Ef 5.2; 1 Pe 1.18,19), a mortede Cristo foi nossa redeno (isto , nosso livramento por resgate: o pagamento de um preo que nostornou livres do perigo da culpa, escravido ao pecado e expectativa da ira; Rm 3.24; Gl 4.4,5; Cl 1.14). A morte de Cristo foi o ato de Deus de reconciliar-nos com Ele, superando sua prpria hostilidade

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    contra ns, provocada pelo pecado (Rm 5.10; 2 Co 5.18,19; Cl 1.20-22). A Cruz foi a propiciao deDeus (isto , aplacou sua ira contra ns pela expiao de nossos pecados e, assim, os removeu de sua vida). Os textos-chave aqui so Romanos 3.25; Hebreus 2.17; 1 Joo 2.2 e 4.10, em todos os quais ogrego expressa explicitamente a propiciao. A cruz tinha seu efeito propiciatrio, porque em seusofrimento Cristo assumiu nossa identidade, por assim dizer, e suportou o julgamento retribuidor ans destinado (a maldio da lei, Gl 3.13), como nosso substituto, em nosso lugar, com o registro

    condenatrio pregado por Deus em sua cruz como uma relao dos crimes pelos quais Ele estava entomorrendo (Cl 2.14; cf Mt 27.37; Is 53.4-6; Lc 22.37).

    A morte expiatria de Cristo ratificou a inaugurao da nova aliana, pela qual o acesso a Deus emtodas as circunstncias garantido pelo s sacrifcio de Cristo, que cobre todas as transgresses (Mt26.27,28; 1 Co 11.25; Hb 9.15; 10.12-18). Aqueles que pela f em Cristo receberam a reconciliao, neleso feitos justia de Deus (2 Co 5.21). Em outras palavras, eles so justificados e recebem o status defilhos adotivos na famlia de Deus (Gl 4.5). Depois disto, vivem sob o amor motivador de Cristo paracom eles, o qual os constrange e controla, amor que se fez conhecido e medido pela cruz (2 Co 5.14).

    Autor: J. I. PackerFonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista.

    02. AscensoJesus Cristo foi elevado ao cu

    "Aconteceu que, enquanto os abenoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o cu. " Lucas 24.51

    A ascenso de Jesus foi um ato de seu Pai ao retir-lo do olhar fixo de seus discpulos nas alturas (umsinal de exaltao) e envolv-lo em uma nuvem (um sinal da presena de Deus). Esta no foi umaforma de viagem espacial, mas a segunda parte (sendo a Ressurreio a primeira) do retorno de Jesusdas profundezas da morte ao apogeu da glria. Jesus predisse a Ascenso (J 6.62; 14.2,12;16.5,10,17,28; 17.5; 20.17), e Lucas a descreveu (Lu 24.50-53; At 1.6-11). Paulo a celebrou e afirmou oconseqente senhorio de Cristo (Ef 1.20; 4.8-10; Fp 2.9-11; 1 Tm 3.16), e o escritor de Hebreus aplicouesta verdade para o incitamento dos coraes pusilnimes (Hb 1.3; 4.14; 9.24). O fato de ter sido JesusCristo entronizado como senhor do universo deve servir de enorme estmulo para todos os crentes.

    A Ascenso foi, de um ponto de vista, a restaurao da glria que o Filho tinha antes da encarnao; deoutro ponto de vista, a glorificao da natureza humana de um modo jamais acontecido antes; e de umterceiro ponto de vista o comeo de um reino que nunca havia sido exercido desta forma. A Ascensoestabelece trs fatos:

    1. A subida pessoal de Cristo. Jesus ascendeu ao lugar de poder, concebido como um trono, modireita do Pai. Sentar-se nesse trono, como o gro-vizir da corte persa costumava fazer, ocupar aposio de governador executivo como representante do monarca (Mt 28.18; Ef 1.20-22; Co 15.27; 1 Pe3.22).

    2. A onipresena espiritual de Cristo. No santurio celestial da Sio celestial (Hb 9.24; 12.22-24), Jesus acessvel a todos os que invocam (Hb 4.14), e Ele poderoso para ajud-los, em qualquer parte domundo (Hb 4.16; 7.25; 13.6-8).

    3. Ministrio celestial de Cristo. O Senhor reinante intercede por seu povo (Rm 8.34; Hb 7.25).Embora a petio ao Pai seja parte da atividade intercessria (Jo 14.16), a essncia da intercesso deCristo a interveno em nosso interesse (desde seu trono), e no splica em nosso favor (como se suaposio fosse compaixo sem status ou autoridade). Com soberania, Ele agora nos concedeprofusamente os benefcios que seu sofrimento conquistou para ns. Ele advoga (em nosso favor) _por sua presena no trono de seu Pai (B.F.Wescott). A vida de nosso Senhor no cu sua orao(H.B. Swete). De seu trono ele envia o Esprito Santo constantemente para enriquecer seu povo (At2.33; Jo 16.7-14) e prepara-o para o servio (Ef 4.8-12).

    Autor: J. I. PackerFonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista.

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    03. Entronizando

    "Depois de ter feito a purificao dos pecados, assentou-se direita da Majestade nas alturas."Hebreus1.3

    O papel atual de Cristo na glria comumente mencionado como sua sesso celestial . Sesso (do

    latim sessio ) significa assentada, ou ato de se reunir. O Novo Testamento refere-se atividadecelestial de Jesus como estar em posio de agir (At 7.26; Ap 1.1-16; 14.1), andando np meio de seupovo (Ap 2.1) e cavalgando para batalha (Ap 19.11-16), mas em geral expressa sua atual autoridade,dizendo que Ele est sentado mo direita do Pai_ no para descansar, mas para governar. O quadrono de inatividade, mas de autoridade.

    No Salmo 110 Deus coloca o Messias a seu lado direito como rei e sacerdote_ como rei para ter todosos seus inimigos sob seus ps (v.1), e como sacerdote para servir a Deus e canalizar a graa de Deuspara sempre (v.4). Embora pessoalmente o Messias possa estar lutando 9vv. 2,3,5-7), sua posionormal sempre sentado sua direita de Yahweh. Em Atos 2.34,35, Hebreus 1.13 e 10.12, e Mateus22.44, esta imagem aplicada diretamente a Jesus Cristo, que reina ativamente desde a Ascenso noreino medianeiro de Deus.

    Cristo governa sobre todas as esferas de autoridade que existem, tanto angelicais como humanas (Mt28.18; 1Pe 3.22). Seu reino, em um sentido direto, a igreja, que Ele lidera como seu corpo e governapor sua Palavra e Esprito (Ef 1.22,23). O estado no a forma do reino de Deus, como era no VelhoTestamento: a espada no usada para impor o reino de Cristo (J 18.36), mas Cristo de seu trono usaa autoridade secular para manter a paz civil e a ordem, e ordena a seus discpulos que se submetam asuas regras (Mt 22.21; Rm 13.1-7). Os cristos sentem-se grandemente confortados, sabendo queCristo o Senhor de todos; eles procuram em todas as esferas da vida fazer sua vontade e lembrar-se ea outros de que todos so responsveis perante Cristo como Juiz, sejam eles governadores ougovernados, maridos ou esposas, pais ou filhos empregadores ou empregados. Todos os seres racionaisprestaro finalmente contas de seus atos a Cristo como Juiz (Mt 25.31; At 17.31; Rm 2.16; 2 Co 5.10).

    A sesso de Cristo continuar at que todos os seus e nossos inimigos, incluindo a morte, sejamreduzidos a nada. A morte, o ltimo inimigo, cessar de ser quando Cristo em sua volta ressuscitar osmortos para o julgamento (J 5.28,29). Uma vez executado o julgamento, o trabalho do reinomediador terminar e Cristo triunfantemente entregar seu reino ao Pai (1 Co 15.24-28).

    Autor: J. I. PackerFonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista.

    D. donde h de vir para julgar os vivos e os mortos.

    01.Segunda Vinda

    Jesus Cristo retornar a terra em Glria.

    "MAS, irmos, acerca dos tempos e das estaes, no necessitais de que se vos escreva; Porque vsmesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor vir como o ladro de noite; Pois que, quandodisserem: H paz e segurana, ento lhes sobrevir repentina destruio, como as dores de partoquela que est grvida, e de modo nenhum escaparo. Mas vs, irmos, j no estais em trevas, paraque aquele dia vos surpreenda como um ladro; " 1 Ts 5.1-4

    O Novo testamento anuncia repetidamente que Jesus Cristo voltar algum dia. Essa ser sua "visitareal", seu 'aparecimento" e "vinda" (grego: parousia). Cristo voltar a este mundo em glria. Osegundo advento do Salvador ser pessoal e fsico (Mt 24.44;At 1.11; Cl 3.4; 2 Tm 4.8; Hb 9.28), visvele triunfante (Mc 8.38; 2 Ts 1.10; Ap 1.7). Jesus vem para encerrar a histria, levantar os mortos e julgar o mundo (Jo 5.28,29), conceder aos filhos de Deus sua glria final (Rm 8.17,18; Cl 3.4), eintroduzi-los em um universo reconstrudo (Rm 8.19-21; 2 Pe 3.10-13). Sua execuo desta agenda sera ltima fase e triunfo final de seu reino mediatrio. Uma vez que essas coisas se cumpram, aaplicao da redeno contra a oposio satnica, que era a obra especfica do reino, terminar.Quando Paulo diz que Cristo ento "entregar o reino" e se tornar sujeito ao Pai (1 Co 15.24-28), eleno est insinuando qualquer diminuio da honra subseqente de Cristo, mas est significando ocompletamento do plano para trazer os eleitos ao cu que o Filho ressurreto foi entronizado para

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    realizar. Os eleitos em glria, purificados e aperfeioados, honraro para sempre o Cordeiro comoaquele que foi capaz de abrir o livro do plano de Deus para cumprimento e aplicao da redeno nahistria, e fazer acontecer o que estava planejado (Ap 5). Na nova Jerusalm, Deus e o Cordeiro estoentronizados e reinam juntos para sempre (Ap 22.1,3)). Mas este reinado a crescente conexo servo-Senhor entre Deus e os justos que se segue era do reino mediatrio, e no a continuao daquelereino como sul.

    Em 1 tessolonicenses 4.16,17, Paulo ensina que a vinda de Cristo ter a forma de um descida desde ocu, anunciado por um resso de trombeta, um clamor , e a voz do arcanjo. Os que morreram emCristo j tero sido levantados e estaro com Ele, e todos os cristos na terra sero "arrebatados" (isto, levados s nuvens para o encontro com Cristo no espao), para que possam em seguida retornar terra com Ele, como parte de sua escolta triunfante. A idia de que o arrebatamento os leva para foradeste mundo por um perodo antes de Cristo aparecer uma terceira vez para uma "segunda vinda" temsido amplamente defendida, mas falta-lhe apoio escriturstico.

    Embora alguns dos detalhes dados por Paulo tenham significao simblica (a trombeta, como umclarim militar, chama a ateno para a atividade de Deus, x 19.16,19; Is 27.13; Mt 24.31. 1 Co 15.52; anuvens significa a presena ativa de Deus, x 19.9,16; Dn 7.13; Mt 24.30; Ap 1.7), ele parece estarfalando literalmente, e o fato de o que ele descreve estar alm de nosso poder de imaginao no nos

    deve impedir de tomar sua palavras no sentido de que isso ser assim.O Novo Testamento especifica muito do que suceder entre as duas vindas de Cristo, mas, afora qqueda de Jerusalm em 70d.C. (Lc 21.20,24), as predies sugerem processo e no eventos isoladosidentificveis, e no revelam sequer uma data aproximada do reaparecimento de Jesus. O mundogentio ser chamado f (Mt 24.14); os judeus sero trazidos ao reino (Rm 11.25-29, uma passagemque pode ou no antecipar uma converso nacional); haver falsos profetas e falsos Cristo ouanticristos (Mt 24.5,24; 1 Jo 2.18,22; 4.3). Haver apostasia da f e tribulao para os fiis (2 Ts 2.3; 1Tm 4.1; 2 Tm 3.1-5; Ap 7.13,14; cf. 3.10). Um "homem da iniqidade", aparentemente no identificvel,acerca do qual Paulo havia falado aos tessaocicenses em um ensino oral que no possumos (2 Ts 2.5),devia ou deve aparecer (2 Ts 2.3-12). Se o perodo de mil anos de Apocalipse 20.1-10 realmente ahistria do mundo entre as duas vindas de Cristo, haver uma ltimo e apical luta de poder de algumaforma entre as foras anticrists do mundo e o povo de Deus (vv 7-9). Nenhuma data, contudo, podeser inferida desses dados; o tempo do retorno de Jesus permanece completamente desconhecido.

    A volta de Cristo ter o mesmo significado para os cristos que estiverem vivos quando acontecer comoa morte tem para os cristos que morrem antes de acontecer: ser o fim da vida neste mundo e o incioda vida naquilo que tem sido retratado como "um ambiente desconhecido com habitantes bemconhecido" (cf. Jo 14.2,3). Cristo ensina (Mt 24.36-51) que ser um trgico desastre se a parousiaencontrar algum despreparado. Em vez disso, a idia do que vir deve estar constantemente emnossas mentes, incentivando-nos em nosso atual servio cristo (1 Co 15.58) e ensinado-nos a viver,como se ela fosse iminente, prontos a nos encontrarmos com Cristo a qualquer momento (Mt 25.1-13).

    Autor: J. I. PackerFonte: Teologia Concisa, pg. 159, Ed. Cultura Crista.

    02. O Tribunal do Juzo

    Deus julgara toda a humanidade

    "Ento dir tambm aos que estiverem sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogoeterno, preparado para o diabo e seus anjos" Mt 25.41

    A certeza do julgamento final forma a moldura em que se coloca a mensagem do Novo Testamentosobre a graa salvadora. Paulo em particular acentua esta certeza resaltando-a para os sofisticadosatinienses (At 17.30,31) e expondo-a minuciosamente na primeira parte de Romanos, o livro do NovoTestamento que contm a apresentao completa do evangelho (Rm 2.5-16). da "ira vindoura" no"dia da ira de Deus, quando seu justo juizo ser revelado", diz Paulo, que Jesus Cristo nos salva (1 Ts1.10; Rm 2.5; cf. Rm 5.9; Ef 5.6; Cl 3.6; Jo 3.36; Ap 6.17; 19.15). Por toda a indignao, ira, fria deDeus, de que se fala com freqncia, judicativa; estas palavras sempre indicam o santo Criador julgando ativamente o pecado, do modo como a ira faz aqui. A mensagem do juzo vindouro para todaa humanidade, com Jesus Cristo completando a obra de seu reino mediatrio, agindo como juiz em

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    nome de seu Pai, estende-se por todo o Novo Testamento (Mt 13.40-43; 25.51-46; Jo 5.22-30; At10.42; 2 Co 5.10; 2 Tm 4.1; Hb 9.27; 10.25-31; 12.23; 2 Pe 3.7; Jd 6-7; Ap 20.11-15). Quando Cristo voltar e a histria se completar, todos os humanos de todas as eras ressuscitaro para o juzo tomaroseu lugar perante o tribunal de Cristo. O evento inimaginvel, sem dvida, mas a imaginaohumana no a medida do que o Deus soberano pode fazer e far.

    No juzo todos daro conta de si mesmo a Deus, e Deus, por meio de Cristo, "dar a cada um segundo oque tiver feito" (Rm 2.6; cf. Sl 62.12; Mt 16.27; 2 Co 5.10; Ap 22.12). O regenerado, que, como servos deCristo, aprenderam a amar a justia e desejar a glria de um cu sagrado, sero reconhecidos, e com base na expiao e mrito de Cristo em seu lugar, recebero o galardo que buscaram. Os restantestero um destino proporcional ao modo de vida mpia que escolheram, e esse destino lhe vir deacordo com seu prprio demrito (Rm 2.6-11). O quando eles conheceram da vontade de Deus ser ogabarito pelo qual seu demrito ser medido (Mt 11.20-24; Lc 11.42-48; Rm 2.12).

    O juzo demonstrar, e, portanto finalmente reivindicar, a perfeita justia de Deus. Em um mundo depecadores, em que Deus "permitiu que todos os povos andassem nos seu prprios caminhos" (At14.16), no de admirar que a impiedade seja desmedida e haja dvida sobre se Deus, sendo soberano,pode ser justo, ou, sendo justo, pode ser soberano. Mas, para Deus, julgar com justia sua glria, e oJuzo Final ser sua autodefesa final contra a suspeita de que Ele cessar de preocupar-se com a

    justia (Sl 50.16-21; Ap 6.10; 16.5-7; 19.1-5)No caso daqueles que professam que so de Cristo, o retrospecto de sua palavras e obras reais (Mt12.36,37) ter o mrito especial de revelar a evidncia que mostra se sua profisso fruto de umcorao regenerado honesto (Mt 12.33-35) ou meramente a repetio oral de um religiosidadehipcrita (Mt 7.21-23). Todas as coisas sobre todas as pessoas sero expostos no Dia do Juzo (1 Co4.5), e cada um receber de Deus segundo o que o realmente . Aquele cuja f professada no seexpressou em um novo estilo de vida, marcado por averso ao pecado e obras de servio consagrado aDeus e aos puros, estaro perdidos (Mt 18.23-35; 25.34-46; Tg 2.14-16).Os anjos cados (demnios) sero julgados no ltimo dia (Mt 8.29; Jd 6), e os santos sero envolvidosno processo (1 Co 6.3), embora a Escritura no revele seu exato papel.

    Autor: J. I. PackerFonte: Teologia Concisa, pg. 235, Ed. Cultura Crista.

    Terceira Parte

    Creio no Esprito Santo;

    A. Creio no Esprito Santo,

    01. Dinvidade do Esprito Santo

    Gn 1.12; At 5.3,4; Rm 8.9-17; 1 Co 6.19,20; f 2.19-22

    Na liturgia da Igreja, freqentemente ouvimos as palavras: "Em nome do Pai e do Filho e do EspritoSanto, amm". Esta expresso uma frmula trinitariana que atribui divindade a todas as trs pessoasda Trindade.

    Semelhante, cantamos:Glria seja dada ao Pai e ao Filho e ao Esprito Santo. Como era no principio, hoje e para todossempre, eternamente. Amm, Amm.

    Este cntico atribui glria eterna s trs pessoas da Trindade. O Esprito Santo recebe glria junto como Pai e o Filho.

    Enquanto a divindade de Cristo foi debatida durante sculos e o debate continua ainda hoje, a

    divindade do Esprito Santo geralmente aceita na Igreja. A razo pela qual a divindade do EspritoSanto nunca tenha sido alvo da controvrsia, talvez seja porque nunca assumiu a forma humana.

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    A Bblia claramente representa o Esprito Santo como possuindo atributos divinos e exercendoautoridade divina. Desde o sculo IV, praticamente todos os que concordam que ele uma pessoatambm concordam que o Esprito divino.

    No Antigo Testamento, o que se diz de Deus freqentemente tambm se diz do Esprito de Deus. Asexpresses "Deus disse" e o "Esprito disse" so repetidamente intercambiadas. Estes padro continua

    no Novo Testamento; talvez em nenhum outro texto isso fique to claro como em Atos 5.3,4, ondePedro diz: "Ananias, por que encheu Satans teu corao, para que mentisses ao Esprito Santo,reservando parte do valor do campo?... No mentiste aos homens, mas a Deus". Resumindo, mentir aoEsprito Santo o mesmo que ao prprio Deus.

    As Escrituras tambm se referem aos atributos divinos do Esprito Santo. Paulo escreve sobre aoniscincia do Esprito em 1 Corntios 2.10,11: "Mas Deus no-lo revelou pelo Esprito; porque oEsprito a todas as coisas perscruta, at mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabeas coisas do homem, seno o seu prprio esprito, que nele est? Assim, tambm as coisas de Deus,ningum as conhece, seno o Esprito de Deus. O salmista atesta sobre a onipresena do Esprito noSalmo 139.7,8: "Para onde me ausentarei do teu Esprito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aoscus, l ests; se fao a minha cama no mais profundo abismo, l ests tambm;" . O Esprito tambmoperou na criao, movendo-se sobre a face das guas (Gn 1.1,2).

    Como uma declarao conclusiva sobre a divindade do Esprito Santo, temos a bno de Paulo nofinal da sua segunda carta aos Corntios: "A graa do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e acomunho do Esprito Santo sejam com todos vs." (2 Co 13.13).

    Sumrio1. A liturgia da igreja atribui divindade ao Esprito Santo.

    2. O Antigo Testamento reconhece atributos e autoridades divinos do Esprito Santo.

    3. O Novo Testamento reconhece atributos divinos do Esprito Santo.

    Autor: R. C. SproulFonte: 2 Caderno Verdades Essenciais da F Crist R.C.Sproul. Editora Cultura Crist.

    02. A Personalidade do Esprito Santo

    Jo 16.13; 2 Co 13.13; 1 Tm 4.1; Tg 4.5; 1 Jo 5.6

    "Todavia digo-vos a verdade, que vos convm que eu v; porque, se eu no for, o Consolador no vir a vs; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencer o mundo do pecado, e da justiae do juzo." (Jo 16.7,8)

    Na noite em que minha esposa se converteu a Cristo, ela exclamou: "Agora eu sei quem o EspritoSanto". Antes daquele momento, ela pensava no Esprito como uma "coisa" e no como um serpessoal.

    Quando falamos da personalidade do Esprito Santo, queremos dizer que o Terceiro Membro daTrindade uma pessoa e no uma fora. Isso muito claro nas Escrituras, onde s pronomes pessoaisso usados em referncia ao Esprito. Em Joo 16.13, Jesus disse: "Mas, quando vier aquele Esprito de verdade, ele vos guiar em toda a verdade; porque no falar de si mesmo, mas dir tudo o que tiverouvido, e vos anunciar o que h de vir.".

    Visto que o Esprito Santo uma pessoal real e distinta, e no uma fora impessoal, podemosexperimentar uma relacionamento pessoal com ele. Paulo abenoa a igreja de Corinto de uma maneiraque enfatiza isso: "A graa do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunho do Esprito Santosejam com todos vs." (2 Co 13.13 - ou em algumas versos 2 Co 13.14). Ter comunho com algum entrar em relao pessoal com ele. Alm disso, somos intimados a no pecar contra, resistir ouentristecer o Esprito Santo. Foras impessoais no podem ser "entristecidas". Tristeza s pode serexperimentada por um ser pessoal.

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    O Esprito Santo uma pessoa, e por isso correto orar a ele. Seu papel na orao nos assistir, paranos expressarmos adequadamente ao Pai. Assim como Jesus intercede por ns como Sumo Sacerdote,tambm o Esprito Santo intercede por ns em orao.

    Finalmente, a Bblia fala do Esprito Santo desempenhado tarefas que s pessoas podemdesempenhar. O Esprito conforta, guia e ensina os eleitos (ver Jo 16). Essas atividades so feitas de

    uma maneira que envolve inteligncia, vontade, sentimentos e poder. Ele sonda, escolhe, revela,conforta, convence e admoesta.Somente uma pessoa poderia fazer tais coisas. A resposta do cristo,portanto, no mera afirmao de que tal ser existe, mas antes, obedecer, amar e adorar o EspritoSanto, a Terceira Pessoa da Trindade.

    Sumrio

    1. O Esprito Santo uma pessoa, no uma fora impessoal.

    2. A Bblia usa pronomes pessoas ao referir ao Esprito Santo.

    3. A obra do Esprito Santo tanto requer como exibe personalidade.

    4. O cristo experimenta um relacionamento pessoal com o Esprito Santo.5. o Esprito Santo deve ser cultuado e obedecido.

    Autor: R. C. SproulFonte: 2 Caderno Verdades Essenciais da F Crist R.C.Sproul. Editora Cultura Crist.

    03. O testemunho Interior do Esprito Santo

    Jo 15.13; At 5.32; At 15.28; Rm 8.16; Gl 5.16-18

    "E ns somos testemunhas destas coisas, e bem assim o Esprito Santo, que Deus deu queles que lheobedecem." At 5.32

    Em qualquer tribunal de jri que inclua testemunhas, o depoimento delas crucial para o caso. Otestemunho importante porque destina-se a ajudar-nos a chegarmos verdade sobre o caso. Emalguns julgamentos, o depoimento de algumas testemunhas questionado em razo de o carter delasser suspeito. O testemunho de um psicopata mentiroso tem pouqussimo valor. Para que otestemunho tenha credibilidade, a testemunha precisa ser confivel.

    Quando Deus testifica sobre a verdade de alguma coisa, seu testemunho certo e totalmenteinquestionvel. O testemunho que tem Deus como autor no pode falhar. Ele de fato um testemunhoinfalvel. Procede do carter mais elevado possvel, da fonte mais profunda de conhecimento e da maissuprema autoridade. A confiabilidade do testemunho de Deus fez Lutero certa vez declarar: "OEsprito Santo no ctico." As verdades que p Esprito Santo revela so maus certas do que a prpria vida.

    Joo Calvino ensinava que apesar de as Escrituras manifestarem sinais claros e inquestionveis da suaautoridade divina e exibir evidncias satisfatrias de sua origem divina, essas evidncias no nospersuadem plenamente at que, ou a menos que, sejam seladas em nosso corao por meio dotestemunho interior do Esprito Santo. Calvino reconhecia a diferena entre prova e persuaso. Mesmoque sejamos capazes de oferecer provas objetivas e conclusivas sobre a verdade das Escrituras, isso no garantia de que as pessoas iro crer nelas, aceit-las ou abra-las. Para que sejamos persuadidosquanto verdade das Escrituras, precisamos de ajuda do testemunho interior do Esprito. Ele nos levaa concordar com as evidncias irrefutveis da verdade da Bblia ou aceit-las.

    E seu testemunho interior, o Esprito Santo no oferece nenhuma informao nova e secreta, nemnenhum argumento mais engenhosos ao qual no podemos ter acesso por outros meios. Pelocontrrio, ele opera em nosso esprito para quebrar e vencer nossa resistncia verdade de Deus. Elenos move a redermos-nos ao ensino claro da Palavra de Deus e a abra-la cheios de confiana.

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    O testemunho interior do Esprito no uma figura para misticismo nem um escape para osubjetivismo, onde os sentimentos pessoais so elevados condio de autoridade absoluta. Existeuma diferena crucial entre o testemunho do Esprito Santo ao nosso esprito e o testemunho humanodo nosso prprio esprito. O testemunho do Esprito Santo a Palavra de Deus. Chega a ns com aPalavra e atravs da Palavra. No um testemunho separado ou desprovido da Palavra.

    Assim como o Esprito Santo testifica ao nosso esprito de que somos filhos de Deus, confirma suaPalavra a ns (Rm 8.16), assim ele tambm nos assegura intimamente que a Bblia a Palavra de Deus.

    Sumrio1. O testemunho de Deus totalmente confivel.

    2. A Bblia oferece evidncias objetivas de que a Palavra de Deus.

    3. No somos totalmente persuadidos quanto verdade das Escrituras sem o testemunho do EspritoSanto.

    4. O testemunho interior do Esprito no oferece argumento novo mente, mas opera em nossocorao e em nosso esprito nos levando a aceitarmos as evidncias que j esto l.

    5. A doutrina do testemunho interno do Esprito Santo no uma licena para acreditarmos que tudoo sentimos ser verdadeiro de fato verdadeiro.

    Autor: R. C. SproulFonte: 2 Caderno Verdades Essenciais da F Crist R.C.Sproul. Editora Cultura Crist.

    04. O Esprito Santo como Santificador

    Jo 15.26; 2 Co 3.17,18; Gl 4.6; Fp 2.12,13; 1 Pe 1.15,16

    Deus chama todas as pessoas para espe