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/ anno DOMING-O, 22 DE DEZEMBRO DE 1901 N.° 23 tàflò •t- VSi \ ' Qy\iusy >CC4 SEM AN ARI O NOTICIOSO, LITTERARIO E AGRÍCOLA Asslgnahira Anno, iSooo réis; semestre, Soo réis. Pagamento adeantado. Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale. Avulso, no dia da publicação, 20 réis. . EDITOR — José Augusto Saloio n RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS |i ALDEGALLEGA IMildicaçóes Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, PS 20 réis. Annuncios na 4.° pagina, contracto esp:-cial. Os auto- ;; graphos não se restituem quer sejam ou não publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio expediente Acccitaní-se com grati dão <juaes 9 gaaer noticias que sejam tle iotcressc publico. A Talvez os senhores ima ginem que a escravatura acabou, pelo facto de ter sido abolida por um decre to. Pois eng‘anam-se com pletamente; a escravatura existe ainda, com todas as suas misérias, com todas as suas ignominias. O que somos nós todos senão escravos? Os pro prios altos potentados teem de curvar-se a uma vonta de superior á sua e muitas vezes até dependem de en tes muito inferiores a elles na escala social. O operário, o que tudo produz, o que devia ter no mundo a grande suprema cia, é o escravo dos pa trões; o ministro é o escra vo dos que o influenciam e lhe fazem até ás vezes com metter erros e desacatos que estão bem longe de Ih calar no intimo; os homens mais sabios, mais eloquen tes, mais talentosos, são ás vezes escravos de mulhe res de intelligencia acanha da e mesquinha. Todos nós finalmente somos escravos das nossas paixões. Vae alli aquelle sujeito, acompanhado da esposa e dos filhos, uma familia res peitável. Passa junto del- les uma d’essas mulheres que se vendem e elle enca ra-a com altaneira sobran ceria. Mas o que os senho res não sabem è que elle esteve na vespera em casa dessa mulher, comprando- lhe as caricias, submetten- do-se aos seus caprichos, sendo emfim o escravo daquella para quem agora olhou com desdem. Passa um individuo no rigor da moda, vestindo a primor, luvas, flor na bo toeira, finalmente de um rigor irreprehensivel. To dos imaginam que é um grande senhor, um homem altamente collocado. Pois enganam-se; esse sujeito vive de expedientes, a sua vida é um enygma que só os agiotas conhecem; se o alfaiate, o sapateiro, o lu- veiro, o chapelleiro, quizes- sem fazel-o, podiam, no meio da rua, em publico, tirando-lhe o que era d’el- les, pôl-o exactamente co mo a mãe o deu á luz. Esse homem é portanto escravo dos credores. E a escravatura da mu lher? A prostituição que comeca nas fabricas e vae » acabar no lupanar? Quan tas desgraçadas, victimas da fome e da miséria, ce dem aos galanteios dos que lhe estão superiores em je- rarchia e são depois atira das sem dó, como uma coi sa inutil, para a lama das ruas! Foram apenas um objecto de prazer; passada a febre vem a saciedade e vão depois desfolhar-se no vas flores. Sim, senhores, a escra vatura existe, e nós, os que pensamos, os que traba lhamos de alma e coração na grande obra de regene ração da humanidade, ha vemos de acabar com ella. Supprimindo-se as causas da miséria, não havendo parasitas que suguem o sangue dos que produzem, expulsando da sociedade os entes inúteis que nada fa zem e só servem para im pedir a obra do progresso, nós, prestando um serviço a todos os homens hones tos, teremos apagado a no- doa infamante que ainda hoje mancha o mundo e é uma vergonha para os que se dizem superiores aosani- maes. Joaquim dos Anjos 0 POYO E 0 TRABALHO Ainda que o amor do trabalho se recommenda por si mesmo, e pelas ina- preciaveis vantagens que delle resultam aos indiví duos e á sociedade, não será comtudo supérfluo nem inutil, que as leis e os legisladores empreguem o seu zêlo e auctoridade em inspiral-o e persuadil-o aos povos, já promettendo e distribuindo com descri- Dção adequados prémios e recompensas ás pessoas in dustriosas e laboriosas, já castigando com justa seve ridade a inerte ociosidade dos preguiçosos. O interesse é uma das grandes molas do coração uimuno; e quando elle é bem entendido e subordi nado ás leis, e ás regras da ustiça e da virtude, está tão longe de ser reprovado pela boa e sã moral, que, antes pelo contrario, é um dos mais poderosos meios de que ella se serve para inspirar e fazer amar a pra tica das suas maximas. Deus mesmo, que tem na sua mão o coração do homem, não lhe quiz impôr lei al guma, que não fosse sanc- cionada com a promessa do premio e com a ameaça do castigo. As nacões mais illustra- » das, antigas e modernas, as leis de todos os povos, a prudência de todos os gran des legisladores teem sem pre tido em vista animar com prémios e recompen sas todo o genero de tra balho proveitoso, excitar a industria, estimular a emu lação entre os homens la » . . boriosos, reprimir e casti gar a indolência, a pregui ça, a ociosidade, e favore cer com particulares bene fícios as profissões uteis, especialmente a agricultu ra, rainha de todas ellas, e base fundamental da pros peridade dos estados. Entre os egypcios não ha via ófficio ou profissão que não fosse estimada e que não merecesse a protecção das leis, comtanto que fos se produetiva de algum tra balho util. Aquelle illustrado povo tinha por acção criminosa menosprezar o cidadão, de cujo trabalho resultasse al gum proveito á sua pa tria. Os nossos bons monar- chas seguiram sempre mesma politica. Está cheia a historia portugueza, não só de leis e providencias mas até de exemplos dos nossos principes a favor da industria, do trabalho, das artes e do commercio. D Fernando promettia e dava ?remios a quem fabricasse navios: queria que todos se empregassem em algum ho nesto mister. São notáveis as suas leis contra os vadios e ociosos, contra os que não tinham modo de vida, nem queriam dar-se ao tra balho, e até contra os pro prietários desmazellados, que não cuidavam de culti var as suas terras. A preguiça e a ociosida de são origens fecundas de muitos outros odiosos vi cios: a maledicencia, a men tira, a calumnia, a gula, o roubo, nascem desta má e venenosa raiz. Quem tem occupação, somente pensa no seu tra balho; não faz mal aos seus visinhos; não murmura, não levanta falsos testemunhos; não se dá á gula e á ebrie dade ; não frequenta as ta bernas, nem as casas do jogo. Os preguiçosos e ociosos arruinam a saude própria; arruinam as suas casas e os seus bens; dão maus exem pios a seus filhos; entre gam-se a rixas e contendas perigosas; acham-se em to dos os ajuntamentos da plebe insana e tumultuaria e zombam das leis; parece que nenhum interesse legi timo os liga á sociedade commum. E comtudo a cada passo ouvireis estes homens peri gosos falar em politica censurar e reprovar a sabe doria das leis, queixar-s do peso dos encargos pú blicos, querer prescrevei maximas de boa adminis tração. Estes péssimos ci dadãos sabem tudo, rnenos trabalhar e fazer o bem. Deus disse ao homem «trabalha, e eu te ajudarei» Deus não protege nem aju da a nossa preguiça e os nossos vicios: castiga-os se veramente quando a sua bondade se cança, digamos assim, de nos soffrer e es perar. mem e uma mulher, che gando aquelle a arrastal-a Delos cabellos e batendo- he desapiedadamente. A mulher conseguiu fu gir e recolheu-se em casa de Manuel Branco, o qual fechou a porta. Pois o grande tratante, apezar dos gritos de soc- corro dados por diversas pessoas, arrombou a porta aos soccos e pontapés e trouxe a mulher para a rua aonde continuou a maltra- tal-a. Com respeito a cabos de policia, nem um só appare- ceu, apezar de alguns, se gundo nos informam, mo rarem proximo do logar do conflicto e acharem-se em casa. Esta gravíssima aggres- são foi presenceada por di versas pessoas e um ho mem valente subjugou o bruto, conseguindo a des graçada, amparada por al mas caridosas, refugiar-se em ontra casa. Ao illustre administrador pedimos todo o rigor para um malvado d’esta ordem. Cirave aggressâo Na quarta-feira, 17, pe las 7 horas da noite, deu-se uma grave aggressão, na Estrada Nova, entre um ho MENDES PINHEIilO Tem passado incommo dado de saude este nosso tão illustrado quanto ama- vel collaborador. Dezeja- mos-lhe o prompto e com pleto restabelecimento. DOMINGOS TAVARES Acha-se gravemente in commodado de saude este honrado lavrador e mui digno presidente da cama ra. Estimamos-lhe o com pleto restabelecimento. Respondeu no dia 16 de dezembro em audiência commercial proveniente de quebra, o sr. Evaristo Si mões Quaresma, que feliz mente foi absolvido. Envia mos-lhe os nossos sinceros parabéns. ttalão Ventura Terá logar, hoje, pelas 8 horas e meia da noite, uma grande sessão de illusionis- mo pelo artista Augusto Fortuna, em beneficio de Sebastião Pequenino. O es-

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Page 1: DOMING-O, 22 DE DEZEMBRO DE 1901 23 tàflò•t- >C · ração da humanidade, ha vemos de acabar com ella. Supprimindo-se as causas da miséria, não havendo parasitas que suguem

/ a n n o DOMING-O, 22 DE DEZEMBRO DE 1901 N.° 23

tàflò•t-V Si

\ ' Qy\iusy>CC4

SEM AN A R I O N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A

A sslg n a h iraAnno, iSooo réis; semestre, Soo réis. Pagamento adeantado. Na cobrança pelo correio, accresce o premio do vale.Avulso, no dia da publicação, 20 réis.

. EDITOR— José Augusto Saloion RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS |i

A LDEGALLEGA

IM ildicaçóesAnnuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

PS 20 réis. Annuncios na 4.° pagina, contracto esp:-cial. Os auto- ;; graphos não se restituem quer sejam ou não publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

A c c c i t a n í - s e c o m g r a t i ­

d ã o < ju a e s 9gaaer n o t i c i a s

q u e s e j a m t le i o t c r e s s c

p u b l i c o .

ATalvez os senhores ima­

ginem que a escravatura acabou, pelo facto de ter sido abolida por um decre­to. Pois eng‘anam-se com­pletamente; a escravatura existe ainda, com todas as suas misérias, com todas as suas ignominias.

O que somos nós todos senão escravos? Os pro­prios altos potentados teem de curvar-se a uma vonta­de superior á sua e muitas vezes até dependem de en­tes muito inferiores a elles na escala social.

O operário, o que tudo produz, o que devia ter no mundo a grande suprema cia, é o escravo dos pa­trões; o ministro é o escra­vo dos que o influenciam e lhe fazem até ás vezes com metter erros e desacatos que estão bem longe de Ih calar no intimo; os homens mais sabios, mais eloquen­tes, mais talentosos, são ás vezes escravos de mulhe res de intelligencia acanha­da e mesquinha. Todos nós finalmente somos escravos das nossas paixões.

Vae alli aquelle sujeito, acompanhado da esposa e dos filhos, uma familia res­peitável. Passa junto del- les uma d’essas mulheres que se vendem e elle enca­ra-a com altaneira sobran ceria. Mas o que os senho­res não sabem è que elle esteve na vespera em casa dessa mulher, comprando- lhe as caricias, submetten- do-se aos seus caprichos, sendo emfim o escravo daquella para quem agora olhou com desdem.

Passa um individuo no rigor da moda, vestindo a primor, luvas, flor na bo­toeira, finalmente de um rigor irreprehensivel. To­dos imaginam que é um grande senhor, um homem altamente collocado. Pois

enganam-se; esse sujeito vive de expedientes, a sua vida é um enygma que só os agiotas conhecem; se o alfaiate, o sapateiro, o lu- veiro, o chapelleiro, quizes- sem fazel-o, podiam, no meio da rua, em publico, tirando-lhe o que era d’el- les, pôl-o exactamente co­mo a mãe o deu á luz. Esse homem é portanto escravo dos credores.

E a escravatura da mu­lher? A prostituição que comeca nas fabricas e vae »acabar no lupanar? Quan­tas desgraçadas, victimas da fome e da miséria, ce­dem aos galanteios dos que lhe estão superiores em je- rarchia e são depois atira das sem dó, como uma coi sa inutil, para a lama das ruas! Foram apenas um objecto de prazer; passada a febre vem a saciedade e vão depois desfolhar-se no­vas flores.

Sim, senhores, a escra­vatura existe, e nós, os que pensamos, os que traba­lhamos de alma e coração na grande obra de regene­ração da humanidade, ha­vemos de acabar com ella. Supprimindo-se as causas da miséria, não havendo parasitas que suguem o sangue dos que produzem, expulsando da sociedade os entes inúteis que nada fa­zem e só servem para im pedir a obra do progresso, nós, prestando um serviço a todos os homens hones­tos, teremos apagado a no- doa infamante que ainda hoje mancha o mundo e é uma vergonha para os que se dizem superiores aosani- maes.

Joaquim d o s A n jo s

0 POYO E 0 TRABALHO

Ainda que o amor do trabalho se recommenda por si mesmo, e pelas ina- preciaveis vantagens que delle resultam aos indiví­duos e á sociedade, não será comtudo supérfluo nem inutil, que as leis e os legisladores empreguem o seu zêlo e auctoridade em inspiral-o e persuadil-o aos povos, já promettendo e

distribuindo com descri- Dção adequados prémios e recompensas ás pessoas in­dustriosas e laboriosas, já castigando com justa seve­ridade a inerte ociosidade dos preguiçosos.

O interesse é uma das grandes molas do coração uimuno; e quando elle é bem entendido e subordi­nado ás leis, e ás regras da ustiça e da virtude, está

tão longe de ser reprovado pela boa e sã moral, que, antes pelo contrario, é um dos mais poderosos meios de que ella se serve para inspirar e fazer amar a pra­tica das suas maximas. Deus mesmo, que tem na sua mão o coração do homem, não lhe quiz impôr lei al­guma, que não fosse sanc- cionada com a promessa do premio e com a ameaça do castigo.

As nacões mais illustra- »das, antigas e modernas, as leis de todos os povos, a prudência de todos os gran­des legisladores teem sem pre tido em vista animar com prémios e recompen sas todo o genero de tra­balho proveitoso, excitar a industria, estimular a emu­lação entre os homens la

» . . • boriosos, reprimir e casti­gar a indolência, a pregui­ça, a ociosidade, e favore­cer com particulares bene­fícios as profissões uteis, especialmente a agricultu ra, rainha de todas ellas, e base fundamental da pros peridade dos estados.

Entre os egypcios não ha via ófficio ou profissão que não fosse estimada e que não merecesse a protecção das leis, comtanto que fos­se produetiva de algum tra balho util.

Aquelle illustrado povo tinha por acção criminosa menosprezar o cidadão, de cujo trabalho resultasse al­gum proveito á sua pa­tria.

Os nossos bons monar- chas seguiram sempre mesma politica. Está cheia a historia portugueza, não só de leis e providencias mas até de exemplos dos nossos principes a favor da industria, do trabalho, das artes e do commercio. D

Fernando promettia e dava ?remios a quem fabricasse navios: queria que todos se empregassem em algum ho­nesto mister. São notáveis as suas leis contra os vadios e ociosos, contra os que não tinham modo de vida, nem queriam dar-se ao tra­balho, e até contra os pro­prietários desmazellados, que não cuidavam de culti­var as suas terras.

A preguiça e a ociosida­de são origens fecundas de muitos outros odiosos vi­cios: a maledicencia, a men­tira, a calumnia, a gula, o roubo, nascem desta má e venenosa raiz.

Quem tem occupação, somente pensa no seu tra balho; não faz mal aos seus visinhos; não murmura, não levanta falsos testemunhos; não se dá á gula e á ebrie­dade ; não frequenta as ta­bernas, nem as casas do jogo.

Os preguiçosos e ociosos arruinam a saude própria; arruinam as suas casas e os seus bens; dão maus exem pios a seus filhos; entre­gam-se a rixas e contendas perigosas; acham-se em to dos os ajuntamentos da plebe insana e tumultuaria e zombam das leis; parece que nenhum interesse legi­timo os liga á sociedade commum.

E comtudo a cada passo ouvireis estes homens peri­gosos falar em politica censurar e reprovar a sabe­doria das leis, queixar-s do peso dos encargos pú­blicos, querer prescrevei maximas de boa adminis­tração. Estes péssimos ci­dadãos sabem tudo, rnenos trabalhar e fazer o bem.

Deus disse ao homem «trabalha, e eu te ajudarei» Deus não protege nem aju­da a nossa preguiça e os nossos vicios: castiga-os se­veramente quando a sua bondade se cança, digamos assim, de nos soffrer e es­perar.

mem e uma mulher, che­gando aquelle a arrastal-a Delos cabellos e batendo- he desapiedadamente.

A mulher conseguiu fu­gir e recolheu-se em casa de Manuel Branco, o qual fechou a porta.

Pois o grande tratante, apezar dos gritos de soc- corro dados por diversas pessoas, arrombou a porta aos soccos e pontapés e trouxe a mulher para a rua aonde continuou a maltra- tal-a.

Com respeito a cabos de policia, nem um só appare- ceu, apezar de alguns, se­gundo nos informam, mo­rarem proximo do logar do conflicto e acharem-se em casa.

Esta gravíssima aggres- são foi presenceada por di­versas pessoas e um ho­mem valente subjugou o bruto, conseguindo a des­graçada, amparada por al­mas caridosas, refugiar-se em ontra casa.

Ao illustre administrador pedimos todo o rigor para um malvado d’esta ordem.

Cirave aggressâoNa quarta-feira, 17, pe­

las 7 horas da noite, deu-se uma grave aggressão, na Estrada Nova, entre um ho­

MENDES PINHEIilO

Tem passado incommo­dado de saude este nosso tão illustrado quanto ama- vel collaborador. Dezeja- mos-lhe o prompto e com­pleto restabelecimento.

DOMINGOS TAVARES

Acha-se gravemente in­commodado de saude este honrado lavrador e mui digno presidente da cama­ra. Estimamos-lhe o com­pleto restabelecimento.

Respondeu no dia 16 de dezembro em audiência commercial proveniente de quebra, o sr. Evaristo Si­mões Quaresma, que feliz­mente foi absolvido. Envia­mos-lhe os nossos sinceros parabéns.

ttalão V enturaTerá logar, hoje, pelas 8

horas e meia da noite, uma grande sessão de illusionis- mo pelo artista Augusto Fortuna, em beneficio de Sebastião Pequenino. O es-

Page 2: DOMING-O, 22 DE DEZEMBRO DE 1901 23 tàflò•t- >C · ração da humanidade, ha vemos de acabar com ella. Supprimindo-se as causas da miséria, não havendo parasitas que suguem

O DOMINGO

pectaculo constará dos me-1 Costa e Antonio Pereira lhores jogos do trabalho ~ de Fortuna, que na verda­de é um artista consum- mado digno de todos os applausos.

Sebastião Pequenino, já confiado na protecção do generoso publico aldegal- lense, espera ter uma boa casa, o que antecipadamen­te agradece a todos.

E’ hoje, que o publico te­rá o prazer de. admirar o artista Fortuna.

Com a comparência de grande numero de com- merciantes de todas as clas­ses, realisou-se no dia 18 do corrente, naséde da So­ciedade i." de Dezembro a segunda reunião para se tratàr da fundação da Ás- sociaçao Çbmmérciál.

A’ reunião presidiu o sr. Antonio Maximo Ventura, servindo de secretários os srs. Diogo ígnacio Lucas e Izidoro Maria d’OHveira.

Aberta a sessão, o sr. presidente usou da palavra, enaltecendo o valor da As­sociação e os relevantes serviços que poderá pres­tar ao commercio desta villa, sendo no final do seu discurso alvo duma calo­rosa salva de palmas.

Em séguida procedeu-se á leitura da acta da sessão anterior e dos estatutos, pelos' quaes se deve reger a nova Associação, os quaes foram approvadospor una­nimidade depois de uma breve discussão do art. 2. § 3.°.

Procedeu-se tambem á constituicão, em conformi-J 7

dade com o art. 2.0 § 3.° dos estatutos, de formação das mesas que ficaram com­postas assim:

Pelos negociantes e fa­bricantes de carnes, Fran­cisco da Costa Rodrigues, presidente, Emilio de Jesus Bisca e Joaquim Sequeira, secretários.

Pelos logistas, Antonio Victorino Rodrigues, pre­sidente, José Antonio da

Duarte, secretáriosComo estes senhores se

não achassem presentes o sr. presidente deliberou que se officiasse, consultan­do-os, se acceitam ou não os cargos para que foram nomeiados.

Tomou depois a palavra o sr. Joaquim Miguel de Campos, que elogiou os trabalhos da Commissão Installadora e lhe propôz uni voto de louvor.

Não havendo outros as­sumptos a discutir o sr. presidente deu por encer­rada a sessão;

Completou hontem, 2 1 do corrente, o i.° anniver­sario natalicio, o menino Joaquim, estremecido filho do nosso amigo Joaquim dos Santos Oliveira, digno secretario da administra­ção do concelho.

As nossas felicitacÕes.

ISelivrssínce Deu á luz, com muita fe

licidade, no dia 19 do cor­rente, uma robusta crean ça do sexo masculino í estremecida esposa do nos­so amigo, sr. José Maria de Vasconceilos Junior.

Parabéns.

C alce tan acssíoConsta-nos que a Cama­

ra vae continuar em janeiro proximo com as obras de calcetamento, começando pela rua Formosa.

nt Está sendo levantada a planta e organisado o res­pectivo orçamento especial paraaconstrucção do novo mercado, afim de subir á approvação superior.

CASA LUCAS & Ç .aEstes senhores recom-

mendam ao publico o seu estabelecimento, que se acha completamente for­necido de bebidas finas de todas, as qualidades, pró­prias desta occasião.

Vidé 4-a pagina.

C O F R 1 O E P B R 03L«jy§

O P O R T A - B A N D E I R AAo major Mousinho dAlbuquerque

Eu ouso falar ao povo, que atravéz do mundo novo náo sabe como exultar;que em favor da sua crença, pela voz sublime,.immensa, seu brado faz escutar!

Sou um heroe do passado, a meu ver, inda que ousado, dos. mais.fracos nó condão; más p ’lo Direito e Justiça prompto-a-partilhar da liça,, d^endcndo o meu pendão.

le n h o a alma dum v.alente, e qual outro peito ar.lente esse què Èlv;is só proclama, voz levanto em toda a parte; erguendo, altivo, o Estandaite assignalado pela Fama!

E a Fama p Y o que é soldado e um dia se vê coroado o mais austero caudilho, que: na Patria — solio qu’rido, é sempre, inda que ferido, mais que um heroe,— e um filho!

Filho é o que empunha a lança da Justiça, e jamais cança quando luta com afan; que não recua nem foge,

.0 grande coração d'hoje, o campeão d’ámanhã!

Filho é todo o què batalha, o que rasga a alva mortalha, que envolve O Erro e a Luz, é o que ,dita a Verdade, e aponta co’a Liberdade essas Quinas de Jesus.

ANTONIO JOSÉ. HENRIQUES.

P E N S A M E N T O SA amisade é como um bom café; uma res frio não se

aquece sem pefder bastante do seu sabor'. — Kant.— Agouros em amor são prophecias escriptas na

areia.— Camillo C. Branco.— A mulher que se riu uma ve do marido não póde

mais amal-o. — Balzac.— A liberdade começa onde a ignorancia acaba.— Vi­

ctor Hugo.— Sempre que nos nego cios do Estado os cidadãos

di^em: que me importa? deve-se crer logo que o E s lado está perdido. — Rousseau.

A N E C D O T A S

No comboio:— Jorge, meu filho, olha que se te debruças tanto, o

vento leva-te 0 chapeu.0 pae (tirando de repente 0 chapeu da cabeça do fi­

lho, e escondendo-a alra7l das costas):— Bonito! Id se f o i elle!O pequeno solta um gi'ito, e quer começar a chorar,

mas 0 pae dii~lhe:— Socega, pequeno. Em eu assobiando, o chapeu

volta.Assobia, e põe o chapeu na cabeça do pequeno Jorge.— Vícs? cá está elle.0 pae e a mãe começam a conversar, nisto Jorge

atira com o chapeu pela portinhola, e di\ muito contente:— 0' papd, assobie outra ve .

_iiMiimimiiiMinmi_---------i i i f i i i i i i i i i M i i m i m ---------

0 lio Pancracio entra na casa dum amigo, e dispõe-se a afagar um rafeiro que encontra.

■--Não lhe toques, que te morde, brada-lhe o dono da casa.

— Então porquê?— Porque te não conhece.— Essa é boa! di\-lhe que sou o Pancracio, e logo

me fica conhecendo.

filhimiaaação eleetrieaFoi approvado por de­

creto de 16 do corrente publicado no Diario do Governo n.° 287, o contra­cto da illuminação electri- ca desta villa, celebrado entre a Camara Municipal de Aldegallega e os se­nhores constructores Car­doso, Dargent & C.a.

Itesslí©Queixou-se na adminis­

tração do Concelho, Anto­nio Cordeiro Catran, de que 110 dia 17 do corrente pelas duas horas da madru­gada, Antonio Cebola e Eleuterio Domingues Ju­nior, se introduziram no seu estabelecimento por meio de chave falsa, 11a Praça Serpa Pinto, e dahilhesub- trahiram uma porção de tabaco, 8 kilos de bacalhau e 240 réis em dinheiro, tu­do no valor approximado a 4 $ 5 o o réis.

AGRICULTURA

U íliisaçãiíí textll «Ia giesta

Quem percorrer as vas­tas charnecas do paiz, a? alcantiladas serranias do interior ou os areaes fixa­dos do litoral, terá occa­sião de obsevar a abundan­cia de giestaes que revestem e embellezam o nosso so­lo. Esta vegetação, tão es- pontanea entre nós, é mui­to secundariamente utilisa- da, senão, quasi em abso­luto desprezada pela agri­cultura e inteiramente des­conhecida pela industria, que, com bastante interes­se, a poderia aproveitar. A giesta, sparlium junceum L., é uma planta têxtil; co­mo tal se cultiva em toda a Asia, na Toscania, em França, na Hespanha, em Provença, etc., e para a sua utilisação fabril pratica-se do seguinte modo: Em se­guida á épocha de floração cortam-se as giesteiras á foice e dispõem-se em fei­xes de 10 centímetros de diâmetro pouco mais ou

23 FOLHETIM

Traduccão de Ji DOS ANJOS

 ULTIMA CRUZADAxxvm

Fora de si, tendo arrancado do ros­to a mascara glacial com que cumpri­mentará aquèllás pessoas cuja alegria secreta adivinhava, cujos .mentirosos apertos de mão mais lhe exacerbavam a dor, Guilherme atirou com os far­rapos das luvas para o tapete.

A sr.a de Taillemaure estaca senta­da. Voltara4he: as. costas e parecia inanimada.

O silencio obstinado da marqueza exasperava o sr. de Taillemaure.

Levantou-a com um movimento violento e ápertou-Ihé os pulsos que estallaram.

— A senhora é amante d’aquelle patife, confesse! gritou o sr. de Tail­lemaure.

Regina, fustigada por aquelle insul- ío, deitou-íhe um olhar máu.

— O senhor tem maneira de rústi­co, meu caro, não o sabia ainda! dis­se ella friamente.

Elle teve vergonha do seu arreba­tamento, da sua força de homem. Pe­rante o audaci.oj.o desafio da marqué- za to: nava.se dmido e tornou còm uma anyustia real:

^-Supplico-lhe, Regina...— E rinda que assim fosse, inter­

rompeu, ella, ainda que tivesse cetíi- dõ.ás síipplicas do conde Mohilow,: dé' quem è:a a culpa?-. .. Tenho por­ventura cincoenta annos? Tenho fi­

lhos que mé retenham em casa?... Só, sempre só ... Um marido que não sae da Bolsa, que não quer sa­ber da mulher para nada!

A sr.a de. Taillemaure elevava a voz, prevenia as censuras com quei- xumès de esposa abandonada. Pinta­va a sua existencial como uiri longo martyrio em que as illusões se junta­vam umas ás outras.

A final rjão. tivera defeza para o amor qne se lhe infiltrava no cora­ção.

Quem a defenderá das-tentações?O marido esquecendo se d’élla du­

rante o vefãq todo, nos banhos do mar, náo lhe escreve do, em tres me zes.de solidão, seiião. cartas abçrreci- das, eenquando o conde Mohilow a acompanhava pòr toda a pãrtè como uma sombra, ássaltava-a com as-suas ternuras respeitosas, ajudava-a, em

todas as horas lentas, a soffrer menos com o seu isolamento continuo.

E, com todo o impudor, Regina quasi que confessara o seu adultério. Glorificava-se d’elle, provocava o ma rido indignado. Depois mudou de co­media; correram-lhe as lagrimas. So­luçava.

Devia elle querer-lhe mal por ella ter procurado trazel-o para si exci­tando-lhe o ciume? Não amava, nun­ca amára seriamente senão a elle. O outro importunava a.

Mentia descaradamente, perceben­do- bem que Guilherme a acreditava e não pensava senão em lhe per­doar.

— Náo falemos mais nTs.so, queres? disse'ella enxugando-os olhos e amei- gando-o com as doces entoações da sua voz.

Deitou-se nos braços do marquez

e. como elle lhe beijava loucamente os cabellos louros, disse-lhe algumas palavras em voz baixa.

O sr. de Taillemaure não-foi á Bol­sa.

Fòra bom e clemente. Regina achou-o tolo, falto de energia.

O escandalo foi promptamente aba­fado. Não houve duello. nem proces­so de separação, como esperava a sr.a Stockford.

Arthur Krubstein' habitava n’um dos palacios seculares da rua Lou:s-le- Grand.

Recostado na poltrona, risonho, at- favel, recebia toda a gente, distribuia palavras melifluas, êvangelisava por conta da sociedade. Representava n’um dia vinte papeis differentes..

(Continua).

Page 3: DOMING-O, 22 DE DEZEMBRO DE 1901 23 tàflò•t- >C · ração da humanidade, ha vemos de acabar com ella. Supprimindo-se as causas da miséria, não havendo parasitas que suguem

O DOMINGO

menos, que, por meio de uni maço de madeira dura, são fortemente batidos e collocados depois num fos­so onde se conservam du­rante uma semana em per­manente humidade, á cus­ta de regas diarias nas her­vas e palhas com que se cobre o fosso. São dalli re­tirados os molhos quando se nota que a giesta se acha amollecida suficien­temente, o que de ordiná­rio tem logar ao cabo de uma semana, e então soffre nova batedura até que as fibras se destaquem facil­mente; seccam-se estas ao sol e espera-se pelo inver­no para se proceder á es- padellagem. A filaça que resulta d’esta operação é assedada com um sedeiro de ferro, depois do que se dobra em estrigas, ficando assim prompta para se fiar em roca ou na roda. Trans- formada por este processo a fibra da giesta, obtem-se delia um producto textil delgado, flexivel e muito resistente.

M. Alexandre Vitalis, re- ferindo-se a elle, diz que nas aldeias pobres de Bas- Languedoc, raras são as pessoas que não usam a roupa branca fabricada com teia de giesta, um pou­co avermelhada ao princi­pio, embranquecida, po­rém, com o tempo, gros­seira mas forte. Em Ceven- nes, onde o commercio deste textil é importan­te, emprega-se egualmen- te para factura de cordas, de redes e de saccas de du­ração egual á que teem as fabricadas com a pasta de papel.

Não é moderna esta ap- plicação das fibras de tão vulgar planta, pois que já pelos gregos, romanos e carthaginezes eram empre­gadas na fabricação das velas para os seus navios.

UM S O N H OfConclusiio)

Sahiram a respirar o ar puro da noite. Ella trajava de azul branco, como se o céo lhe tivesse dado um retalho do seu manto e a lua um beijo da sua luz prateada. Era um verda­deiro encanto.

— Amas-me, Deolinda?— Se te amo! Sinto-me

transfigurada por este amor que me enlouquece, que m enche de jubilo e de satisfa­ção intima, que me faz voar o espirito para as regiões da phantasia, e dahi con­templar absorta o Univer­so naimmensidade das suas scenas maravilhosas, no

que elle tem de magestoso e sublime, de grandioso e divino, e afigura-se-me ver em tudo isto, perfeitamen­te estampado, esse teu per­fil risonho, ouvir no mur- murio da brisa essa tua voz tão meiga, e admirar na scintillação das estrellas o brilho insinuante desses teus olhos, donde dimanam filtros, mágicos de amor; e hoje que temos por tecto o firmamento estrellado, por testemunhas estas florzi- nhas que a primavera faz desenvolver, por lampada- rio a lua, que banha de luz esta casa tão isolada, hoje, mais que nunca, sinto dila­tar-se o meu coração de contentamento, porque te amo, porque te adoro, por­que te estremeço, meu que­rido Luiz, anjo puro da mi­nha alma! E confio tanto em ti e na tua dignidade, e é tão ardente este amor, que a esta hora, e num si­tio tão deserto, da melhor vontade te concedi a en­trevista que me tinhas pe­dido.

— Ah! quanto sou feliz em te ouvir essas palavras que traduzem um senti­mento tão radicado no teu espirito, sentimento que brotou tão espontâneo, e que cá está, cá está grava­do no intimo da minha al­ma, aureolado pela paixão que o gerou, illuminado pela chamma de um amor infindo, sentimento em que se resume esse meu idyllio querido, esse idyllio dos nossos amores, que é o meu thesouro, que é o nosso thesouro, Deolinda! Oh! amo-te muito, muito, Deo­linda ...

As arvores, agora agita­das pela brisa, soltavam não sei que namorados queixumes; o rouxinol, oc- culto na folhagem, cantava mais ternamente; e a lua, a virgem das regiões side- raes, essa lá continuava ar­rastando o seu manto de luz no chão azul escuro do firmamento. Convulso, tre­mente, cheio de enthusias- mo, Luiz tentava cingil-a nos braços, e com aquelle esforço de imaginação, acordou.

Do exaltado sentimenta­lismo lyrico descambou no positivismo theorico, e as­sim pensava nesse sonho tão delicioso, tão phantas- tico e tão aureolado das rescendentes flores da poe­sia!

MENDES PIN HEIRO

Pedimos aos srs. assi- gnanles a quem já mandá­mos o recibo, a finesa de nos satisfazerem essa im- portancia em carta regis­trada, afim de nos evitarem mais despegas.

OS NOSSOS 1uitfMXimj A ecaisam os as. segsaisa- íc s assigiEaíssras recehi-

: elasDos éxm:ns srs. :

Antonio Marques Cepi- nha, um semestre, 5oo réis

José Maria de Vascon­cellos Junior, um semestre, 5oo réis.

(ContinuaJ

A ssig u a tiira s dc fóra

Simphronio Fernandes Carvalho, um semestre, 5oo reis.

Antonio Ferreira dos Santos, um semestre, 5oo réis.

José Maria da Silva, um anno, iooo réis.

José Antonio Branco, um semestre, 5oo réis.

Joaquim Paulo da Cos­ta, um semestre, 5oo réis.

D. Maria Pereira da Silva, um semestre, 5oo réis.

Manuel Ferreira de Vas­concellos, um anno, iooo réis.

Hypolito da Silva, um anno, iooo réis.

Francisco dos Santos Quaresma, um anno, iooo réis.

todos os credores incertos para assistirem á dita ar­rematação, e ahi usarem dos seus direitos.

Aldegallega, 3o de no­vembro de 1901.

o ESCRIVÃ O

Antonio Augusto da Silva Coelho.

Verifiquei a exactidão.

O JUIZ DE D IR E IT O

Antonio Augusto Noguei­ra Souto.

AVISO

ANNUNCIOS

MODISTA

Especialidade em corte e execução de Vestidos, Casa­cos e Capas, para senhoras e meninas. Dá licções de córte. — Rua de José Maria dos Santos, n.° 115 , i.° D.

ÍATEJANNU3STCIO

(!g.a P iiblieaiçã»)

No dia 29 do corrente mez, pelo meio dia, á por­ta do tribunal judicial (fes­ta villa de Aldegallega, e nos autos de acção execu­tiva por divida de fóros, que Domingos Tavares, viuvo, desta mesma villa, move contra João Pereira, serralheiro, residente na Moita, se ha de arrematar em hasta publica a quem maior lanço offerecer so bre o valor da sua avalia ção, o dominio util duma fazenda denominada «a Loureirai), situada nas Ar- rotheias, freguezia de Alhos Vedros, que se compõe de terras de semeadura, ba- cello novo e arvores de fru cto, foreira ao exequente em 9^600 réis annuaes, com laudemio de vintena avaliado em 5o i^ 6oo réis. Pelo presente são citados

ALDEGflLLENSEQuerendo o proprietário

deste acreditado estabele­cimento provar a todos os seus estimáveis freguezes 0 seu excessivo reconheci­mento, e dispensar-lhes eguaes attenções ás que todos lhe teem dispensado, resolveu mais esta vez por este meio, e por prospe­ctos que mandará distribuir hoje e terça-feira, partici­par-lhes que no seu esta­belecimento se acha á ven­da um semnumero de ge­neros alimenticios, magní­ficos estimulantes do appe- tite, os quaes prenderão a attenção de todo aquelle que queira dignar-se visitar este. estabelecimento.

Penhoradissimo, pois, se mostra o proprietário para com os seus numerosos freguezes, enviando-lhes as BÓAS FESTAS, filhas da gratidão e não do interesse.

Este estabelecimento aca­ba de receber as finíssimas

B R O A S DE M I L H Ocom cidrão, e de especie.

Além das broas, muitos mais artigos que di\em res­peito a mercearia.

B HO A S !!! B R O A S !!!

1 9 , LARGO D A EGREJ A, 1 9ALDEGALLEGA

D O P O V OPara aprender a ler

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JOMAESHa para vender collec-

ções de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros antigos de diversos idio­mas.

N esta redacção se trata.

M A P P A S D E P O R T U ­G A L

Ha para vender mappas de Portugal, não coloridos, ao preço de 6o réis cada um.

Nesta redaccão se diz iquem os vende.

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4 O DOMINGO

D E P O S I T O DE l  I E i l i f í D E C J M f l t l í C C l ORUA DA PONTE — aldegallega

Tijolos das fabricas mais acreditadas do pais, em todas as qualidades, taes como: tijolo burro, furado, in­teiro, de alvenaria, curvo para poços e mais applica- ções, rebatido, para ladrilho, assim como grande f o r ­necimento de telha de Alhandra, etc.

PREÇOS SEM OOMPETEN CIAp e d i d o s A C S r e s o r i o « J o s é A l e o h i a

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A N T I G A M t R C E A I U A D 0 P O V ODl-;

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R U A DO C A E S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

C d I M O DO POVOALDEGALLEGA DO RIBATEJO

Grande estabelecimento de /acendas por preços limitadíssimos, pois que vende todos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns

AINDA m a is b a r a t o sGrande collecção ddrtigos de Retroseiro.Bom sortimento d'artigos de F A N Q U E IR O .Setins pretos e de côr para Jorros de fatos para homem, assim como todos os

accessorios para os mesmos.Esta casa abriu uma SECCÃO ESPECIAL que muito util é aos habitantes

desta villa, e que e<T COMPRA EM LISBOA de todos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o \êlo na escolha, e o preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capital.

B O A C O L L E C Ç Ã O de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean­ça s de todas as edades.

A CO R PRETA D’ESTE A RTIG O E GARANTIDA A dima desta casa c GANHAR POUCO PARA VENDER MUITO.

JOÃO BENTO & N I N E S D E CARVALHO88, R. DIREITA, 90-2, R. DO CONDE, 2

D E P O S I T OD E

VINHOS, V INAGRES E AGUARDEN TESE FABBICA DE LICORES

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JÍNSEN i C.— LISBOADE

CERVEJAS, GAZOZAS, PIROLITOSVENDIDOS PELO PRECO DA FABRICA

— L U C A S & C.A —L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO

Neste estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

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Aldegallega «lo R ib atejo

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PEDIDOS A LUCAS & C,A — ALDEGALLEGA