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DOENÇAS METABÓLICAS Lourdes Caruccio Hirschmann Julho, 2016 Universidade Federal de Pelotas Programa de Pós-Graduação em Veterinária Disciplina de Doenças metabólicas

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DOENÇAS METABÓLICAS

Lourdes Caruccio Hirschmann Julho, 2016

Universidade Federal de Pelotas Programa de Pós-Graduação em Veterinária

Disciplina de Doenças metabólicas

Transtornos relacionados ao metabolismo nitrogenado

Porfirias

Intoxicações por ureia (amônia)

Porfirias

Porfirias é causada devido a transtornos na biossíntese do grupo Heme

Grupo Heme: composto que realiza o transporte de oxigênio na hemoglobina e outras proteínas transportadoras

Grupo Heme: composto que realiza o transporte de oxigênio na hemoglobina e outras proteínas transportadoras

Grupo de doenças hereditárias ou adquiridas onde ocorre a inibição ou insuficiência das enzimas necessárias na síntese do heme

A deficiência destas enzimas gera acúmulo de percursores químicos

Acúmulo de porfirinas (nos tecidos, medula óssea e fígado)

Excesso no sangue, urina e fezes

Causa fotossensibilidade ou causar lesões nervosas

Um problema em uma das enzimas leva ao acúmulo do componente anterior da reação, com isso ocorre a diminuição da produção do grupo heme. Mesmo com pouca atividade enzimática ocorre a produção do grupo heme, mas isto não é o maior problema das porfirias, e sim o acúmulo dos precursores do grupo heme, que são tóxicos ao organismo (Jorge, 2006)

Fonte: http://w3.vet.cornell.edu/nst

Intoxicação por ureia (amônia)

Catabolismo de aminoácidos

Produz ureia

+ proteína na dieta + ureia

plasmática

- proteína na dieta Menor eliminação de ureia Principal via de excreção do

nitrogênio é pela ureia na urina

Ruminantes excretam e reciclam a ureia

Reciclam pela saliva para o rúmen para fornecer fonte

nitrogenada para os microrganismos

ruminais

Numa dieta baixa em proteína desenvolveram mecanismos compensatórios para economizar o nitrogênio eliminado na urina:

intensa absorção da ureia nos dutos coletores

eliminação de ureia muito baixa quando recebem pouca proteína

Etiologia

Intoxicação por ureia muito comum em bovinos através da suplementação de nitrogênio não proteico (NNP);

Forma aguda – os animais recebem grandes quantidades de ureia ou sais de amônia e não estão adaptados para aproveitar estas fontes de nitrogênio ou ultrapassam os limites da sua necessidade;

Por acidente – inadequada mistura dos nutrientes ou os animais tem acesso fácil a fertilizantes

Nitrogênio da ureia é liberado no rúmen na forma de amônia:

Pode ser usado pela microflora ruminal e incorporado a proteína microbiana

Quando é além da utilidade pelos microrganismos:

Absorvido pelo rúmen circulação sanguínea amônia convertida em ureia no fígado ciclo da ureia excretada nos rins

Essa rota é rapidamente sobrecarregada e ocorre acumulo de amônia e ureia no sangue

Caracterizando a intoxicação

Acumulo de NH3 e CO2 no rúmen produtos da hidrólise da ureia

pelas bactérias ruminais

Sinais clínicos

Excesso de NH3 alcaliniza o meio

ruminal e o NH3 e CO2 são absorvidos através da mucosa causando intoxicação sistêmica

Sinais clínicos aparecem de 30-60 segundos após ingestão da ureia

Tremores musculares, salivação, respiração acelerada, atonia ruminal (timpanismo), apatia, ataxia e sudoração

Casos mais complicados podem aparecer

dispneia marcada, prostração, extensão

das extremidades

FC: 100-160 bat./min, regurgitação e morte entre 45 e 120 min. depois da ingestão

Outros sinais: contração da orelha e músculos faciais, ranger de dentes, dor abdominal, micção frequente, andar cambaleante, espasmos violentos e urros

Animais encontrados mortos próximos a

fonte de ureia

Vídeo complementar

Diagnóstico

História de acesso a ureia e sinais clínicos dos animais afetados;

Dosagem de amônia no sangue e urina em animais vivos, pois as proteínas do sangue se degradam rapidamente no pós mortem e produzem amônia;

Valores fisiológicos de amônio urinário varia de 50-800 µM;

Intervalo de referência 2,5-7,0 mmol/L;

Em bovinos intoxicados já foram detectados 3.000-25.000 µM de amônia;

Análise do conteúdo ruminal em animais mortos, forte cheiro de amônia, com pH maior que 7,5;

Quando o bovino urina com maior frequência mais resistente ele é a intoxicação;

Tratamento

Sonda ruminal para aliviar o timpanismo;

Colocar volumes grandes de água gelada (45 litros para um adulto) e ácido acético a 6% ou vinagre;

Vai diluir o conteúdo do rúmen, aumentar a acidez e ajuda a diminuir a produção de ureia;

Rumenotomia e remoção do conteúdo ruminal com aplicação de fluido ruminal de uma vaca sadia pode ser útil;

Pode ser aplicado via endovenosa 300 mL de ácido acético 1%, 500mL de glicose 20% e sais Ca e Mg

Prevenção

Início gradual da suplementação com ureia aumentando aos poucos até atingir 0,1g/kg peso vivo (30-40g pra uma vaca de 400kg);

Assegurar que o gado consuma regularmente a suplementação;

Se houver redução da ureia por 2 dias, recomeçar com o menor nível;

Não deixar os animais com acesso fácil aos fertilizantes a base de ureia;

Proteger os suplementes do contato com a água e misturar adequadamente;

Ter sempre reservas de vinagre a disposição;

Referências

González F.H.D. Corrêa M.N. Silva S.C. Transtornos Metabólicos nos Animais Domésticos. 2.ed. Editora da UFRGS, Porto Alegre. 2014, 344p.

http://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/perfil%20nutricional%20ruminantes.pdf