DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA NO SÉCULO XXI: REPRESENTAÇÕES ECOLÓGICAS E CONTROLE

Profa. Dra. Cláudia Moura de Melo

ARES, ÁGUAS E LUGARES Grécia 460 a 332 AC

Fatores essenciais

• Clima

• Solo

• Água

• Modo de vida

• Nutrição

OBSERVAÇÃO DE MICRORGANISMOS NA ÁGUA

Século XVI

URBANIZAÇÃO INTENSIFICAÇÃO AGRÍCOLA Incluindo produção de alimentos

ALTERAÇÕES NO HABITAT

POPULAÇÃO HUMANA CAPACIDADE TECNOLÓGICA

ORGANIZAÇÃO SÓCIO CULTURAL

ALTERAÇÕES AMBIENTAIS REGIONAIS

• Aumento da população urbana e de assentamentos periurbanos;

• Invasão suburbana e periurbana em áreas selvagens;

• Fusão de assentamentos • Transportes rápidos de longa distancia; • Expansão/criação dos habitats de hospedeiros e

vetores domésticos e peridomésticos

• Água de recreação e irrigação – expansão de vetores e de animais reservatórios;

• Concentração e convivência de espécies selvagens e domésticas;

• Comércio de carne ; • Acumulação agroquímica e poluição orgânica

• Colapso biótico e abundância de espécies reconhecidamente e potencialmente vetoras e reservatórios;

• Declínio da capacidade natural de regulação de patógenos;

• Invasões e assentamentos humanos aumentando o contato homem-ambiente natural

DINÂMICA ECOLÓGICA-EVOLUTIVA DAS ESPÉCIES Expansão oportunista de habitats/liberação ecológica

Vetores/Reservatórios (domesticação) Transporte de animais selvagens

Espécies reservatórios selvagens Invasões humanas

DINÂMICA HOSPEDEIRO - PATÓGENO Emergência do processo “Biologia Hospedeiro-Parasita”

Novos hospedeiros / Rompimento do limite de persistência do patógeno

Amplificação da transmissão e fluxo gênico (Novos patógenos)

DOENÇAS EMERGENTES ECOSSISTEMA

HUMANO ECOSSISTEMA

NATURAL Continuum Homem – Ambiente Natural Wilcox, BA & Gubler, DJ 2005. Disease ecology and the global emergence of zoonotic pathogens. Environmental Health and Preventive Medicine 10: 263-272.

INDICADORES RELACIONADOS À ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

INDICADORES RELACIONADOS À ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

INDICADORES RELACIONADOS À ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

INDICADORES RELACIONADOS À ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO

SAA – Sistema de Abastecimento de Água SAC – Soluções Alternativas Coletivas

DRSAI – DOENÇAS RELACIONADAS A UM SANEAMENTO AMBIENTAL INADEQUADO

500 mil internações por diarreia e gastroenterite 40% em indivíduos menores de cinco anos

• Responsáveis por até 3/4 de todas as diarreias de origem infecciosa

• Segunda causa de doença mais comum, suplantada somente por infecções respiratórias

• GEs são grandes matadoras, em função da desidratação

• As GEs são responsáveis por meio milhão de mortes/ano

GASTROENTERITES

Sintomas: • Febre • Enjoo • Diarreia • Vômitos • Dores abdominais • Perda de peso • Perda de apetite • Desidratação

Tratamento da Gastroenterite • Vírus: Auto-cura • Bactérias: Antibióticos ou outros medicamentos • Protozoários: Metronidazol • Pessoas com desidratação em grau moderado a grave:

tratamento intravenoso para repor líquidos no organismo

GASTROENTERITES

GASTROENTERITES

Hidratação Oral Receita para 1 copo de 200 ml de soro caseiro: • 1 copo de 200ml de água filtrada ou fervida • Um punhado de açúcar • Uma pitada de três dedos de sal

O soro não deve ser mais doce que água de coco, nem mais salgado que a lágrima

Vacinas: • Monovalente (Rotarix®): Recomendada aos dois e quatro meses de idade • Pentavalente (Rota Teq®): Recomendada aos dois, quatro e seis meses • Aproximadamente 72 €

GASTROENTERITES

FEBRE TIFÓIDE

Sintomas • Dor de cabeça • Mal estar • Manchas rosadas no tronco • Diarreia e constipação • Vômito • Febre alta contínua • Dor abdominal • Tosse • Aumento no volume do baço • Hemorragia intestinal • Desidratação grave • Comprometimento do SNC

Salmonella enterica tiphy

A febre tifóide afeta cerca de 21,5 milhões de pessoas a cada ano e cerca de 200 mil mortes

FEBRE TIFÓIDE

Controle e Prevenção • Coleta e tratamento de esgoto • Distribuição de água tratada • Melhoria na infraestrutura sanitária • Atenção à higiene pessoal • Higienização e cuidados no preparo de alimentos “Boil it, cook it, peel it or forget it!”

Tratamento

CÓLERA

Vibrio cholerae

Sintomas • Diarreia aquosa profusa • Vômito • Cãibras • Desidratação grave

3 a 5 milhões de pessoas infectadas por ano e cerca de 100 mil mortes

Tratamento • Reposição hídrica e de sais via oral • Reidratação intravenosa

CÓLERA

Prevenção e recomendações para áreas endêmicas: • Beber somente água engarrafada, fervida ou quimicamente tratada

ou bebidas gaseificadas

• Evitar água de torneira, de fontes e cubos de gelo de origem duvidosa

• Lavar as mãos frequentemente com água limpa e sabão

• Na ausência de água e sabão, usar higienizador de mãos a base de álcool

• Lavar as mãos antes de preparar e manipular alimentos e após usar o banheiro

• Usar água engarrafada, fervida ou quimicamente tratada para lavar os pratos e utensílios, escovar os dentes, lavar e prepara alimentos e fazer gelo

• Comer alimentos empacotados ou servidos quentes

• Não comer alimentos crus ou frutas e verduras com casca

• Dispor as fezes de forma higiênica para prevenir a contaminação das fontes de água e alimentos

HEPATITE

Sintomas Febre Fadiga Perda de apetite Náusea Vômitos Dor abdominal Urina escura Evacuações cor de argila Dores nas articulações Icterícia

HEPATITE

Hepatite A Virus HAV

Prevenção • Boa higiene pessoal

• Elevados padrões de qualidade para o abastecimento público de água

• Descarte adequado de resíduos sanitários

• Lavagem frequente das mãos após o uso dos sanitários e antes do preparo de alimentos

Não existe tratamento específico para a hepatite A, a prevenção é a abordagem mais eficaz contra a doença

GIARDIA

Quantidade para iniciar uma infecção 10 a 100 cistos

Sintomas Diarreia Gases Fezes gordurosas Cólicas abdominais Dor de estômago Náuseas Vômitos Desidratação (perda de fluidos)

GIARDIA

INFECÇÕES PARASITÁRIAS EM CRIANÇAS

PARASITAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA

CRYPTOSPORIDIUM

9 a 1000 oocistos Sintomas Diarreia aquosa Dores de estômago ou abdominal Desidratação Náusea Vômitos Febre Perda de peso

Sem tratamento específico

CRYPTOSPORIDIUM

ESQUISTOSSOMOSE

ESQUISTOSSOMOSE

ESQUISTOSSOMOSE

CARACTERÍSTICAS GLOBAIS DE DOENÇAS NEGLIGENCIADAS

REFLEXÕES E CONTROLE NO SÉCULO XXI

PRIVADA VERDE

OBJETIVOS DO MILÊNIO – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

Banheiros aumentam o produto interno bruto (PIB) Gastos com o PIB por falta de saneamento: • US$95 milhões na Nicarágua, cerca de 1,5% do PIB • US$6,3 bilhões na Indonésia, cerca de 2,3% do PIB • US$53,8 bilhões na Índia, cerca de 6,4% do PIB • US$17,5 milhões na Libéria, cerca de 2,0% do PIB • US$3 bilhões na Nigéria, cerca de 1,3 do PIB Brasil – R$ 140 milhões/ano gastos com doenças gastrointestinais

Banheiros representam uma oportunidade de negócios No mundo inteiro, 2,5 bilhões de pessoas não possuem um banheiro seguro

Banheiros reduzem custos de saúde Mais crianças morrem de diarreia, um mal diretamente ligado à exposição a fezes,

do que de AIDS, malária e sarampo juntas

Banheiros fazem com que os investimentos em educação cheguem mais longe Perda de 272 milhões de dias letivos devido à diarreia Perda de QI por infecção vermífuga na ordem de 3,75 pontos Países em desenvolvimento: cada 1% de aumento na

escolaridade secundária feminina resulta em 0,3% de crescimento econômico

Banheiros protegem a água – água limpa gera riqueza Reduz gastos com tratamento para abastecimento e utilização agrícola Evita buscar fontes de abastecimento mais distantes dos centros

consumidores Bom saneamento é um pré-requisito fundamental para um setor de

turismo próspero (Turismo – 9% PIB global)

OBRIGADA!

Profa. Dra. Cláudia Moura de Melo claudia_melo@unit.br