doenças da coróide e da retina. o campo visual é um importante método propedêutico no...
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Doenças da coróide e da retina
O campo visual é um importante método propedêutico
No diagnóstico
Auxilia
No prognóstico da doença
Pela contiguidade entre coroide e retina é
comum o comprometimento da retina quando
há uma afecção na coroide.
Dependendo da posição da afecção no
fundo do olho e do tamanho do processo
inflamatório que se estende à retina, o
defeito de campo pode ser desproporcional
ao observado no fundo de olho.
Se somente a periferia for atingida, em
grande parte , somente um exame
periférico cuidadoso poderá revelar algum
defeito, pois o paciente nada perceberá.
Quando uma área mais central da coroide é
afetada, pode haver comprometimento, por
exemplo, da camada de células ganglionares da
retina, causando grande perda de campo visual
com defeitos característicos de lesão de fibras
nervosas, podendo comprometer quadrantes
inteiros.
Coroidopatia Serpiginosa. É idiopática,crônica e progressiva. Lesões começam ao redor do nervo óptico e estendem-se em todas as direções.
Coroidopatia Serpiginosa ativa As lesões geralmente começam ao redor do nervo óptico e estendem-se em todas as direções..
Cicatriz extensa na coroidopatia serpiginosa avançada. Comprometimento de papila, de mácula, de epitélio pigmentar da retina.
Toxocaríase. Causado pelo toxocara canis (verme canino). Granuloma macular.
Toxocaríase. Granuloma envolvendo a cabeça do nervo óptico causando papilite e escotoma centrocecal.
Grande cicatriz macular devido à toxoplasmose congênita. Causada por toxoplasma gondii (parasita intracelular obrigatório).
Toxoplasmose congênita
Coriorretinite ativa por toxoplasmose próximo de uma cicatriz antiga.
Retinite severa por toxoplasmose adjacente à cabeça do nervo óptico apresentando papilite.
Após tratamento
Buraco macular por edema macular cistóide crônico adjacente à cicatriz de toxoplasmose.
Os defeitos de campo podem aparecer
como únicos
ou associados.
Comumente se observa aumento da mancha
cega ou escotoma central ou ambos numa
patologia envolvendo a papila.O aumento da
mancha cega pode ir de um simples aumento
até à simulação de escotomas arqueados,
como no caso do glaucoma.
Escotoma central
Aumento da mancha cega
Numa patologia envolvendo a papila observa-se aumento da mancha cega ou escotoma central ou ambos.
Se as fibras do feixe papilomacular são danificadas,
pode surgir um escotoma cecocentral.
Os escotomas centrais são comuns nos
pacientes com coroidite, podendo ir de
minúsculos defeitos paracentrais até uma
perda quase completa do campo,
restando ilhas de percepção luminosa.
Principais alterações campimétricas
nas doenças da coroide.
Coroidite disseminada
Coriorretinite por toxoplasmose
Coroidite disseminada
Na fase aguda depressão geral de todas as isópteras.
No processo inflamatório muito intenso o paciente pode ter
apenas percepção luminosa e intensa redução do campo visual.
Com a evolução da doença desenvolvem-se múltiplos
escotomas correspondentes às lesões e, se houver
envolvimento macular surge escotoma central de
tamanho e profundidade variável.
Coroidite focal macular
Neste caso a coroidite se limita apenas à área
macular e no campo visual encontram-se
escotomas centrais, peri ou paracentrais.
Central- há um envolvimento da fixação.Pode comprometer além da fixação o campo circunvizinho.Há uma diminuição ou ausência de sensibilidade visual na região
Escotoma central por lesão macular Pericentral- Rodeia a fixação. Presentes em algumas lesões da mácula e de neurite retrobulbar.
Paracentral -Há envolvimento da região ao lado da fixação, sem comprometimento desta.Geralmente são causados por lesões nos feixes de fibras nervosas originárias ou não da papila. São frequentes no glaucoma e em algumas coriorretinites justapapilares.
Escotomas
Na coroidite focal macular
Um pequeno foco de coroidite parafoveolar
produz um halo de escotoma relativo que é
referido como uma visão borrada, tendo no
seu interior um mínimo escotoma absoluto.
Ao cicatrizar a lesão, este halo de escotoma que é
relativo, pode diminuir ou até mesmo desaparecer
e a acuidade visual retornar ao normal, mas o
pequeno escotoma absoluto permanecerá. Na
coroidite focal macular a forma destes pequenos
escotomas pode ser a mais variada dependendo da
direção para onde se propaga a reação
inflamatória.
Coroidite focal paramacular. O campo visual apresenta um escotoma central tomando a
fixação; paracentral relativo, e paracentral absoluto correspondendo à lesão focal.
Aumento da mancha cega em direção à lesão.
Coroidite justapapilar
Afeta diretamente o disco óptico, gerando
defeitos campimétricos correspondentes à lesão
de fibras nervosas que são os escotomas
arqueados e perdas em setor, sempre
emergindo da mancha cega.
O tamanho das perdas de campo é diretamente
proporcional a gravidade e extensão do processo
inflamatório.
Um aumento temporal da mancha cega de forma
irregular é muito mais comum na coroidite
justapapilar que no glaucoma.
Pode haver dúvida entre coroidite justapapilar e
glaucoma porque tanto ela quanto o glaucoma
apresentam escalão nasal e escotomas arqueados.
Coroidite justapapilar – escalão nasal
Ruptura de coroide-
Quando gera um edema considerável envolvendo a área
macular produz escotomas centrais de densidades
variáveis.
Se houver rompimento de feixes de fibras nervosas,
surgirão defeitos em setor.
Se não houver lesão de feixes nervosos o defeito de
campo corresponderá à lesão do fundo de olho.
Tumores da coroide
Melanoma de coroide
Tumores da coroide
As alterações de campo variam com a posição e o tamanho do tumor.
Os tumores anteriores produzem depressões periféricas ou defeito em setor.
Os tumores do polo posterior podem produzir escotomas centrais ou para centrais.
A diferença para um descolamento de retina é que no tumor
de coroide as bordas são bem delimitadas e a densidade
constante.
Os nevos de coroide normalmente não produzem defeitos
mas, se houver e se modificarem em exames sucessivos
devemos suspeitar de uma malignização.
Os melanomas malignos da coroide podem cursar com um
descolamento de retina e, neste caso haverá um escotoma
absoluto, excedendo os limites do próprio tumor.
Miopia
Nas miopias com degenerações
periféricas pode haver depressão
geral, contração.
Havendo um conus miópico sobre a papila, a associação com colobomas de coroide e papila, atrofias miópicas adjacentes à papila, ocorre aumento da mancha cega de formatos variados.
Miopia
Nas miopias com degenerações periféricas pode haver
depressão geral, contração.
A atrofia, a degeneração e as hemorragias na área macular
dão origem a escotomas centrais, peri e para centrais de
densidades variadas de acordo com o dano.
Quando há dano nas fibras nervosas da papila, forma-se um
escotoma de Bjerrum, semelhante ao do glaucoma.
Quando há dano nas fibras nervosas da papila, forma-se um escotoma de Bjerrum, semelhante ao do glaucoma.
Miopia - Grande escotoma central absoluto que abrange a mancha cega, em virtude de degeneração miópica do polo posterior.
Principais alterações campimétricas nas
doenças da retina.
Qualquer dano aos receptores retinianos
pode causar perda da porção do campo
visual correspondente à área retiniana
afetada,variando a densidade e o tamanho
dos defeitos de acordo com a extensão e a
gravidade das lesões.
Lesões vasculares
Comprometimento das artérias, veias
e capilares da retina e coróide, geram
defeitos ,na maioria dos casos,
profundos,extensos e definitivos.
Oclusão arterialA artéria central da retina é uma artéria terminal e sua
total oclusão gera cegueira completa e definitiva por
isquemia retiniana global. Os efeitos são súbitos e
permanentes.
Uma artéria ciliorretiniana que tem origem na circulação
coroidiana pode gerar duas alternativas:
-Se oclusão total da artéria central da retina e preservação da
ciliorretiniana, permanece preservado o campo visual central;
-se a oclusão se der na artéria ciliorretiniana, a periferia será
normal e apresentará escotoma centrocecal absoluto. Por
falta de irrigação.
Quando oclusão em uma arteríola da papila ou do nervo óptico
anterior,produzem defeitos de feixes de fibras nervosas
semelhantes às do glaucoma.
Quando a oclusão é periférica, podem surgir defeitos em setor e
escotomas isolados.
Próximo à mácula, as oclusões causam escotomas centrais
absolutos, positivos e, em geral, de extensão bem maior que as
áreas comprometidas.
Oclusão arterial afetando os vasos da papila. Defeito paracentral absoluto cercado por halo de escotoma relativo. Aumento da mancha cega por má perfusão da papila.
Oclusão venosaOclusões de ramos são as mais comuns causando
defeitos de pouca gravidade.
Oclusão da veia central da retina gera um quadro de
hemorragia grave com edema na retina.
O defeito principal é um escotoma central de
tamanho e densidade variados.
Oclusão de veia central da retina
Oclusão venosa. Oclusão quase completa da veia central da retina. Grande aumento de mancha cega que se encontra cercada por halo de escotoma relativo, depressão geral das isópteras pelo sofrimento retiniano e área central deprimida, ainda não revelando escotomas.
Retinopatia hipertensivaSó quando compromete as camadas retinianas causa defeitos de campo.
Retinopatia DiabéticaQuando há envolvimento da retina com a
presença de edema macular, grandes
áreas de má perfusão capilar,
descolamento tracional da retina, ocorrem
defeitos de campo visual.
Neuropatia óptica isquêmica induzida por diabetes. Grande escotoma
absoluto se estendendo pela correspondente área isquêmica. Área de
escotoma relativo envolvente. Depressão de todas as isóperas centrais
e parte nasal inferior.
Degeneração macular senil
O defeito mais comum é um escotoma central de
densidade variável.
Degeneração macular senil forma exsudativa. Área paracentral com escotoma absoluto, correspondendo aos neovasos. Área central de escotoma relativo correspondendo ao descolamento seroso.
Retinopatia serosa central
A metamorfopsia é a queixa mais frequente e
o defeito é um pequeno escotoma central
relativo , que regride, quando desaparece a
retinopatia.
Retinopatia serosa central. Escotoma central relativo .
Retinose pigmentar
Inicialmente os campos visuais mostram
um escotoma anular, ocupando meia
periferia. Depois, toda a periferia é
tomada, restando um campo central
tubular.
Retinose pigmentar. Campo tubular.