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Documentos ocumentos ocumentos ocumentos ocumentos 246 246 246 246 246 Pelotas, RS 2008 ISSN 1806-9193 Dezembro, 2008 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agropecuária de Clima Temperado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Reciclagem em Reciclagem em Reciclagem em Reciclagem em Reciclagem em inseminação ar inseminação ar inseminação ar inseminação ar inseminação artificial de tificial de tificial de tificial de tificial de bovinos bovinos bovinos bovinos bovinos Lígia Margareth Cantarelli Pegoraro Mara Helena Saalfeld Editores técnicos Editores técnicos Editores técnicos Editores técnicos Editores técnicos

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DDDDDocumentos ocumentos ocumentos ocumentos ocumentos 246246246246246

Pelotas, RS2008

ISSN 1806-9193

Dezembro, 2008Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro de Pesquisa Agropecuária de Clima TemperadoMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Reciclagem emReciclagem emReciclagem emReciclagem emReciclagem eminseminação arinseminação arinseminação arinseminação arinseminação artificial detificial detificial detificial detificial debovinosbovinosbovinosbovinosbovinos

Lígia Margareth Cantarelli PegoraroMara Helena Saalfeld

Editores técnicosEditores técnicosEditores técnicosEditores técnicosEditores técnicos

Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa Clima Embrapa Clima Embrapa Clima Embrapa Clima Embrapa Clima TTTTTemperadoemperadoemperadoemperadoemperadoEndereço: BR 392, km 78Caixa Postal 403, CEP 96001-970 - Pelotas, RSFone: (53) 3275 8199Fax: (53) 3275 8219 - 3275 8221Home page: www.cpact.embrapa.brE-mail: [email protected]

Comitê de Publicações da UnidadeComitê de Publicações da UnidadeComitê de Publicações da UnidadeComitê de Publicações da UnidadeComitê de Publicações da Unidade

Presidente: Walkyria Bueno ScivittaroSecretária-Executiva: Joseane M. Lopes GarciaMembros:Membros:Membros:Membros:Membros: Cláudio Alberto Souza da Silva, Lígia Margareth CantarelliPegoraro, Isabel Helena Vernetti Azambuja, Luís Antônio Suita de Castro, SadiMacedo Sapper, Regina das Graças V. dos SantosSuplentes:Suplentes:Suplentes:Suplentes:Suplentes: Daniela Lopes Leite e Luís Eduardo Corrêa Antunes

Revisor de texto: Sadi Macedo SapperNormalização bibliográfica: Regina das Graças Vasconcelos dos SantosEditoração eletrônica e capa: Oscar Castro

1ª edição1ª edição1ª edição1ª edição1ª edição1ª impressão 2008: 100 exemplares

TTTTTodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosodos os direitos reservadosA reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constituiviolação dos direitos autorais (Lei no 9.610).

Pegoraro, Lígia Margareth Cantarelli Reciclagem em inseminação artificial de bovinos / Lígia Margareth CantarelliPegoraro, Mara Helena Saalfeld. - Pelotas: Embrapa Clima Temperado 2008. 45 p. -- (Embrapa Clima Temperado. Documentos, 246).

ISSN 1516-8840

Bovino - Reprodução – Sêmen. I. Saalfeld, Mara Helena. II. Título. III. Série.

CDD 636.08245

AutorAutorAutorAutorAutor

Lígia Margareth Cantarelli PegoraroLígia Margareth Cantarelli PegoraroLígia Margareth Cantarelli PegoraroLígia Margareth Cantarelli PegoraroLígia Margareth Cantarelli PegoraroMédica VeterináriaDoutora em CiênciasUniversidade Federal de Pelotas - RSEmbrapa Clima TemperadoBr 392 km 78 Cx. Postal 40396001-970 - Pelotas, RS - Brasil([email protected])

Mara Helena SaalfeldMara Helena SaalfeldMara Helena SaalfeldMara Helena SaalfeldMara Helena SaalfeldMédica VeterináriaMestre em CiênciasUniversidade Federal de Pelotas, RSEmater-RSFêlix da Cunha 62696010-000 - Pelotas, RG - Brasil([email protected])

ApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentação

O aumento da produtividade dos rebanhos requer a utilizaçãode animais com potencial genético superior, além de outrosfatores importantes, como manejo sanitário e nutricionaladequados. Entre as técnicas de reprodução assistida, destaca-se a inseminação artificial. Esta técnica ainda é a mais utilizadae de maior abrangência para promover o melhoramentogenético dos rebanhos.

A Embrapa Clima Temperado e a Emater/RS desenvolvem açõesem parceria, tais como, desenvolvimento e capacitação detécnicos e produtores. O curso de reciclagem em inseminaçãoartificial de bovinos visa a atualização dos técnicos do camponesta técnica. Esta série documentos abrange os principaistópicos fundamentais para o sucesso no emprego dainseminação artificial em bovinos.

Chefe-GeralEmbrapa Clima Temperado

Waldyr Stumpf Junior

Sumário

História da inseminação artificialHistória da inseminação artificialHistória da inseminação artificialHistória da inseminação artificialHistória da inseminação artificial ...........................

Definição Definição Definição Definição Definição ............................................................................

VVVVVantagens da inseminação arantagens da inseminação arantagens da inseminação arantagens da inseminação arantagens da inseminação artificial tificial tificial tificial tificial .....................

Desvantagens da inseminação artificial Desvantagens da inseminação artificial Desvantagens da inseminação artificial Desvantagens da inseminação artificial Desvantagens da inseminação artificial .............

Aparelho reprodutor feminino Aparelho reprodutor feminino Aparelho reprodutor feminino Aparelho reprodutor feminino Aparelho reprodutor feminino ................................

Manifestação do cio em bovinos Manifestação do cio em bovinos Manifestação do cio em bovinos Manifestação do cio em bovinos Manifestação do cio em bovinos ...........................

Cio de encabelamento Cio de encabelamento Cio de encabelamento Cio de encabelamento Cio de encabelamento .................................................

Cio silencioso Cio silencioso Cio silencioso Cio silencioso Cio silencioso ..................................................................

Hemorragia do metaestro Hemorragia do metaestro Hemorragia do metaestro Hemorragia do metaestro Hemorragia do metaestro ..........................................

TTTTTécnica de sincronização estral em boécnica de sincronização estral em boécnica de sincronização estral em boécnica de sincronização estral em boécnica de sincronização estral em bovinos vinos vinos vinos vinos ....

Principais enfermidades de interessePrincipais enfermidades de interessePrincipais enfermidades de interessePrincipais enfermidades de interessePrincipais enfermidades de interessereprodutivo reprodutivo reprodutivo reprodutivo reprodutivo .......................................................................

Material necessário para inseminaçãoMaterial necessário para inseminaçãoMaterial necessário para inseminaçãoMaterial necessário para inseminaçãoMaterial necessário para inseminaçãoartificial artificial artificial artificial artificial ...............................................................................

Horário da inseminação artificial Horário da inseminação artificial Horário da inseminação artificial Horário da inseminação artificial Horário da inseminação artificial ...........................

Inseminação artificial em horário único Inseminação artificial em horário único Inseminação artificial em horário único Inseminação artificial em horário único Inseminação artificial em horário único .............

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11111.....

2 .2.2.2.2.

3.3.3.3.3.

4.4.4.4.4.

5.5.5.5.5.

6.6.6.6.6.

77777.....

8 .8.8.8.8.

9.9.9.9.9.

111110.0.0.0.0.

1111111111.....

12.12.12.12.12.

13.13.13.13.13.

111114.4.4.4.4.

Reciclagem em Inseminação artificial de bovinosReciclagem em Inseminação artificial de bovinosReciclagem em Inseminação artificial de bovinosReciclagem em Inseminação artificial de bovinosReciclagem em Inseminação artificial de bovinos

Sêmen Sêmen Sêmen Sêmen Sêmen ................................................................................

Manejo do sêmen Manejo do sêmen Manejo do sêmen Manejo do sêmen Manejo do sêmen .........................................................

Tipos de embalagem de sêmen Tipos de embalagem de sêmen Tipos de embalagem de sêmen Tipos de embalagem de sêmen Tipos de embalagem de sêmen .............................

Cuidados no manejo com o botijão Cuidados no manejo com o botijão Cuidados no manejo com o botijão Cuidados no manejo com o botijão Cuidados no manejo com o botijão .....................

Inseminador Inseminador Inseminador Inseminador Inseminador .....................................................................

Seqüência da inseminação artificial Seqüência da inseminação artificial Seqüência da inseminação artificial Seqüência da inseminação artificial Seqüência da inseminação artificial ....................

Observações importantes Observações importantes Observações importantes Observações importantes Observações importantes .........................................

Conclusões finais Conclusões finais Conclusões finais Conclusões finais Conclusões finais ..........................................................

Referências Referências Referências Referências Referências ......................................................................

Anexos Anexos Anexos Anexos Anexos ...............................................................................

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15.15.15.15.15.

16.16.16.16.16.

1111177777.....

18.18.18.18.18.

111119.9.9.9.9.

20.20.20.20.20.

2121212121.....

22.22.22.22.22.

23.23.23.23.23.

24.24.24.24.24.

Reciclagem emReciclagem emReciclagem emReciclagem emReciclagem eminseminação arinseminação arinseminação arinseminação arinseminação artificial detificial detificial detificial detificial debovinosbovinosbovinosbovinosbovinos

11111. História da inseminação. História da inseminação. História da inseminação. História da inseminação. História da inseminaçãoartificialartificialartificialartificialartificial

Lígia Margareth Cantarelli PegoraroMara Helena Saalfeld

Conforme relatos extra-oficiais, a inseminação artificial (IA) foiutilizada pela primeira vez no ano de 1332 em equinos, pelosárabes. No entanto, a história registra como marco inicial da IAo ano de 1779, quando o monge italiano, Lazzaro Spalanzanidemonstrou que o poder fertilizante do sêmen residia nosespermatozóides. Através de experimentos foi possível onascimento de filhotes de cães pela fecundação de uma cadelano cio através da deposição do sêmen no trato reprodutivo dafêmea. No ano de 1949, pesquisadores como Polge, Smith eParker demonstraram que os espermatozóides de váriasespécies podiam ser conservados à baixas temperaturas napresença de substâncias crioprotetoras por longos períodos detempo. Esta descoberta permitiu a maior difusão da técnica daIA começando inclusive a comercialização deste sêmencongelado (ASBIA, 1980). Atualmente, muitos países utilizam aIA em seus rebanhos bovinos e estima-se que ao redor de 80milhões de vacas são inseminadas anualmente. No Brasil,segundo estimativas, apenas 3% das fêmeas em idadereprodutiva são inseminadas (ASBIA, 2008).

10 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

2. Definição2. Definição2. Definição2. Definição2. Definição

Entende-se por inseminação artificial a deposição do sêmen noaparelho reprodutor feminino através de métodos artificiaiscom instrumental adequado, sendo portanto, uma cópia do queocorre naturalmente durante a cópula.

3. 3. 3. 3. 3. VVVVVantagens da inseminaçãoantagens da inseminaçãoantagens da inseminaçãoantagens da inseminaçãoantagens da inseminaçãoartificialartificialartificialartificialartificial

Dentre as vantagens da inseminação artificial, destacam-se asvantagens de natureza zootécnica, sanitária, econômica esocial.

3.13.13.13.13.1. . . . . VVVVVantagens zantagens zantagens zantagens zantagens zootécnicasootécnicasootécnicasootécnicasootécnicas

O melhoramento zootécnico de rebanhos está entre asprincipais vantagens da inseminação artificial. Com essemétodo de reprodução é possível:

- inseminar centenas de vacas com um único ejaculado,aproveitando todo o potencial de reprodutores consideradosgeneticamente superiores;

- corrigir defeitos de úbere e tetos com a utilização de sêmen detouros melhoradores desses caracteres;

- implantar programas de cruzamentos com maior facilidade;

- reduzir os períodos de serviço, obtendo-se épocas denascimento e desmame bem definidas e também se possibilitaa utilização de sêmen de reprodutor que já tenha morrido.

3.2. 3.2. 3.2. 3.2. 3.2. VVVVVantagens sanitáriasantagens sanitáriasantagens sanitáriasantagens sanitáriasantagens sanitárias

Realiza-se a inseminação artificial por meio de instrumentos, namaioria descartáveis, não havendo contato do macho com afêmea. Por este motivo, exclui-se também a possibilidade do

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touro adquirir ou transmitir enfermidades a outros animais,como pode ocorrer em monta natural.

Os cuidados sanitários com reprodutores doadores de sêmendevem ser rigorosos. Um reprodutor quando ingressa em umacentral de inseminação artificial, é submetido a uma série deexames para fins de diagnóstico de enfermidadestransmissíveis ou não pelo sêmen. A coleta de coleta sêmen éefetuada se todos os resultados forem negativos. Estes examessão repetidos a cada de seis meses. Diante de qualquersuspeita de enfermidade as coletas são suspensas. Levando emconsideração os cuidados sanitários com doadores de sêmen,com as vacas em serviço e com a higiene do instrumentalutilizado, indiscutivelmente a inseminação artificial exerce açãopreventiva na transmissão e disseminação de enfermidades.

3.3. 3.3. 3.3. 3.3. 3.3. VVVVVantagens econômicasantagens econômicasantagens econômicasantagens econômicasantagens econômicas

Viabiliza o uso de sêmen de reprodutores de alto valorzootécnico, sem custos de aquisição e manutenção do animal, etambém a possibilidade de se arrendar touros para centrais deinseminação artificial, com participação na comercialização dosêmen.

3.4. 3.4. 3.4. 3.4. 3.4. VVVVVantagens sociaisantagens sociaisantagens sociaisantagens sociaisantagens sociais

O trabalhador rural, ao concluir o curso prático de inseminador,torna-se uma pessoa mais qualificada. Logo, terá oportunidadede obter uma complementação de sua renda ou um melhorsalário junto ao mercado de trabalho. Além disso, o fato deconviver e trocar informações com técnicos e colegas dediversas regiões, durante o período de realização do curso,proporciona-lhe mais experiência para enfrentar eventuaisobstáculos em sua nova atividade profissional.

12 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

4. Desvantagens da4. Desvantagens da4. Desvantagens da4. Desvantagens da4. Desvantagens dainseminação artificialinseminação artificialinseminação artificialinseminação artificialinseminação artificial

As limitações da metodologia não significam desvantagens; aocontrário, reforçam e relembram os cuidados a seremdispensados na organização de uma empresa rural, comrelação a seus propósitos:

- exige pessoal habilitado e equipamentos especiais;

- aumenta a disseminação de fatores genéticos indesejáveis,quando as qualidades de um reprodutor não são bemconhecidas;

- pode determinar o aumento no grau de consangüinidade deum rebanho, trazendo conseqüências indesejáveis;

- pode provocar lesões e infecções no aparelho genital dafêmea, bem como facilitar a propagação de certas doenças norebanho, quando há negligência no uso do método;

- em criações pequenas e dispersas por uma grande área, bemcomo em grandes rebanhos sem manejo adequado, suautilização apresenta restrições.

5. 5. 5. 5. 5. Aparelho reprodutorAparelho reprodutorAparelho reprodutorAparelho reprodutorAparelho reprodutorfemininofemininofemininofemininofeminino

Para que o inseminador possa desempenhar adequadamentesuas funções, é necessário que adquira noções gerais deanatomia e fisiologia do aparelho genital de fêmeas bovinas,familiarizando-se com os órgãos que o compõem e suasmudanças fisiológicas.

5.15.15.15.15.1. Ovários. Ovários. Ovários. Ovários. Ovários

São duas glândulas de forma ovóide, com 3,5 a 4 centímetrosde comprimento, 2,5 centímetros de largura e aproximadamente1,5 centímetros de espessura. Localizam-se na cavidade

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abdominal e possuem duas funções indispensáveis àreprodução: produção de óvulos e elaboração de hormônios(substâncias químicas responsáveis por modificaçõesfisiológicas como preparação da mucosa uterina, ovulação,mudanças no comportamento psíquico do animal e clínico-morfológico dos órgãos sexuais).

5.2. 5.2. 5.2. 5.2. 5.2. TTTTTrompas uterinasrompas uterinasrompas uterinasrompas uterinasrompas uterinas

São dois condutos finos que unem os ovários aos cornosuterinos. Em seu terço médio superior ocorre a fecundaçãofecundaçãofecundaçãofecundaçãofecundação,ato fisiológico que consiste na fusão do espermatozóide (célulasexual masculina) e do óvulo (célula sexual feminina), formandouma única célula denominada zigoto.

5.3. Útero5.3. Útero5.3. Útero5.3. Útero5.3. Útero

É uma cavidade músculo-membranosa onde ocorre odesenvolvimento fetal. Apresenta três porções bem definidas:cornos uterinos, corpo uterino e colo uterino ou cérvix.cornos uterinos, corpo uterino e colo uterino ou cérvix.cornos uterinos, corpo uterino e colo uterino ou cérvix.cornos uterinos, corpo uterino e colo uterino ou cérvix.cornos uterinos, corpo uterino e colo uterino ou cérvix.

5.4. Cornos uterinos5.4. Cornos uterinos5.4. Cornos uterinos5.4. Cornos uterinos5.4. Cornos uterinos

São dois condutos musculares longos, que une o corpo doútero à trompa. Em um dos cornos desenvolve-se a gestação.

5.5. Corpo uterino5.5. Corpo uterino5.5. Corpo uterino5.5. Corpo uterino5.5. Corpo uterino

É um conduto muscular com apenas 3 a 4 cm de comprimento,que fica entre os cornos uterinos e o colo do útero.

5.6. Colo uterino ou cérvix5.6. Colo uterino ou cérvix5.6. Colo uterino ou cérvix5.6. Colo uterino ou cérvix5.6. Colo uterino ou cérvix

É um órgão cilíndrico, de constituição firme e resistente,apresentando internamente pregas circulares (anéiscartilaginosos), cujo número varia individualmente. O tamanhodeste órgão é de mais ou menos 10 centímetros decomprimento, apresentando variações dependendo da raça,

14 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

idade e número de parições da fêmea. As zebuínas possuem acérvix com maiores dimensões. A abertura externa ou vaginaldo canal cervical, projeta-se no interior da vagina, sob aaparência de uma flor radiada, formando o fundo de sacovaginal.

Para o inseminador, a cérvix é a região mais importante dosórgãos sexuais da fêmea bovina, por ser o alvo de transposiçãodo instrumental, quando da realização de uma inseminaçãoartificial. Chamamos de “alvo do inseminador “.

5.75.75.75.75.7. . . . . VVVVVaginaaginaaginaaginaagina

É um vestíbulo localizado entre o colo uterino e a vulva. Éconstituída de uma membrana dura, cujas pregas estendem-separalelamente ao seu eixo longitudinal. Suas paredes durante ocio ficam cobertas de muco e adquirem uma coloraçãoavermelhada.

5.8. 5.8. 5.8. 5.8. 5.8. VVVVVulvaulvaulvaulvaulva

É constituída por dois lábios externos e um pequeno vestíbuloque se prolonga com a vagina. Em sua parede ventral localiza-se anteriormente a abertura da uretra e divertículo uretral eposteriormente o clitóris, na comissura inferior da vulva.

5.9. Reto5.9. Reto5.9. Reto5.9. Reto5.9. Reto

É a porção final do intestino grosso, local por onde sãoefetuadas as manobras na cérvix, quando da transposição deseus anéis pelo instrumental de deposição do sêmen.

5.15.15.15.15.10. Bexig0. Bexig0. Bexig0. Bexig0. Bexigaaaaa

É um órgão do sistema urogenital, cujo conduto excretório(uretral) desemboca na parede ventral do vestíbulo vulvar. Oconhecimento de sua localização é importante quando daintrodução na vagina, do instrumental de deposição do sêmen.

15Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

6. Manifestação do cio em6. Manifestação do cio em6. Manifestação do cio em6. Manifestação do cio em6. Manifestação do cio embovinosbovinosbovinosbovinosbovinos

O cio (ou estro) é uma manifestação de sinais decomportamento que ocorrem anteriormente ao processo deovulação (liberação do ovócito do ovário). É uma conseqüênciadas mudanças hormonais que ocorrem devido ao crescimentofolicular que antecede a ovulação. A duração do cio pode variarde 4 a 24 horas (média de 18 horas).

Pode-se dividir o estro em dois períodos:

11111. . . . . PPPPPré-estro:ré-estro:ré-estro:ré-estro:ré-estro: onde o animal apresenta como sinaiscaracterísticos a inquietação, nervosismo, cauda erguida,urina constantemente, vulva inchada e brilhante, mucocristalino, transparente e semelhante à clara de ovo, montaem outras fêmeas, mas não se deixa montar. Também ocorrediminuição na produção de leite, perda de apetite,afastamento do rebanho e inclusive a mudança de mugido

Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1Figura 1..... Aparelho reprodutivo da vaca. Fonte: Central deInseminação Artificial, lagoa da Serra (1998)

16 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

do animal. Este período é de 4 a 10 horas.

2. 2. 2. 2. 2. EstroEstroEstroEstroEstro: neste período a fêmea apresenta como sinalcaracterístico o fato de aceitar a monta, aliado aos sinaiscaracterísticos do pré-estro. É importante salientar quetodos os sinais vão diminuindo em freqüência e intensidadeà medida que se aproxima o final do estro.

Um manejo adequado do rebanho permite ao animal aexteriorização normal do cio. Cabe ao inseminador a tarefa demaior importânciamaior importânciamaior importânciamaior importânciamaior importância, ou seja, a observação correta do cio.Muitas causas dos insucessos em programas de inseminaçãoartificial estão relacionadas com falhas na detecção do cio. Arecomendação geral é que se proceda 2 a 3 observações diáriasdo cio de pelo menos 30 minutos cada observação. De acordocom a orientação do médico veterinário pode-se usar apresença de rufiões com buçal marcador ou de vacasandrogenizadas.

77777. Cio de encabelamento. Cio de encabelamento. Cio de encabelamento. Cio de encabelamento. Cio de encabelamento

Algumas vacas podem manifestar cio no período ao redor de 5meses de gestação na época que o terneiro está “encabelando”no útero materno. Portanto, é fundamental que o inseminadorconsulte a ficha de controle do produtor para não causar danosa vacas prenhes. Nesse cio, normalmente não existe nenhumaeliminação de muco, uma vez que o colo está fechado e no seuinterior encontra-se o “tampão mucoso”. Por essa razão,inclusive, o trânsito do aplicador é dificultado e a sensação de“grude” durante a passagem do aplicador é sempre observadanesses casos. O rompimento desse tampão mucoso pelapassagem do aplicador pode levar o animal a abortar. Às vezes,são encontradas situações de vacas inseminadas e parindocerca de 3 a 4 meses após a inseminação. São casos em que serealizou a inseminação em vaca já prenhe. No entanto, uminseminador consciente e observador dificilmente cairá nesseerro. A vaca prenhe nessa época apresenta sinais externosvisíveis de prenhez.

17Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

8. Cio silencioso8. Cio silencioso8. Cio silencioso8. Cio silencioso8. Cio silencioso

É outro tipo de cio que pode ocorrer no rebanho, sendo muitofrequente em rebanho leiteiro. É chamado “silencioso” porqueo animal não apresenta nenhum sinal externo de cio, passandodespercebido ao inseminador. Pode-se suspeitar de que umanimal tenha dado cio silencioso, ao examinar sua ficha econstatar repetições de cio a intervalos maiores, porémmúltiplos de 21. Por exemplo, repetições de cio com 42, 63 dias,etc. Esse tipo de observação de irregularidades no intervalo decio, verificado com freqüência, no entanto conduz a uma gravesuspeita: a existência de falhas na observação do cio.

.9. Hemorragia do metaestro9. Hemorragia do metaestro9. Hemorragia do metaestro9. Hemorragia do metaestro9. Hemorragia do metaestro

Outro ponto importante a ser observado é com relação àhemorragia de metaestro, a qual ocorre normalmente em todasas fêmeas 3 a 4 dias após o cio, independentemente do animalter sido inseminado, coberto ou ter resultado prenhe ou não.

Muitos criadores consideram essa alteração como um sinalpositivo de prenhez. Outros, menos avisados, podem entendercomo uma infecção. Geralmente, as fêmeas européiasapresentam maior volume de sangue e, no gado leiteiro, emfunção do tipo de criação, é mais facilmente observado, maspode ocorrer normalmente em todas as fêmeas.

111110. 0. 0. 0. 0. TTTTTécnica de sincronizaçãoécnica de sincronizaçãoécnica de sincronizaçãoécnica de sincronizaçãoécnica de sincronizaçãoestral em bovinosestral em bovinosestral em bovinosestral em bovinosestral em bovinos

A sincronização de cios (ou sincronização estral) é uma técnicaque implica na utilização de tratamentos hormonais para induzirum maior número de fêmeas ao cio em um menor período detempo. Vários métodos para sincronizar o ciclo estral têm sidodesenvolvidos e utilizados em muitos rebanhos bovinos,visando facilitar e tornar mais eficiente o manejo reprodutivo.

18 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

Com o uso de protocolos de sincronização, o manejo dainseminação artificial (IA) fica mais eficiente, reduzindo ointervalo para a primeira e demais inseminações (SOUZA &FERRUGEM, 1998). Para a devida utilização de protocolos desincronização deve sempre ser consultado o médicoveterinário.

A eficiência de produção aumenta porque a primeirainseminação ocorre em uma idade mais precoce nas novilhas(os intervalos entre gestações sucessivas ficam reduzidos), aprimeira inseminação pós-parto também é antecipada, e o partodas demais vacas pode ser programado.

111110.1 0.1 0.1 0.1 0.1 VVVVVantagens da sincronização estral:antagens da sincronização estral:antagens da sincronização estral:antagens da sincronização estral:antagens da sincronização estral:

reduz a mão-de-obra e custos com inseminador por períodosprolongados;

concentra as inseminações, reduzindo o manejo com osanimais;

programa os partos, sendo importante em propriedadesleiteiras para produzir mais leite quando o preço é melhor, eem propriedades de corte para escolher o melhor período denascimento dos terneiros;

concentra os nascimentos dos terneiros, intensificando emelhorando os cuidados com esses animais, podendo atémesmo ser feito um planejamento de pastagens para adesmama;

111110.2 Considerações para o sucesso da sincronização0.2 Considerações para o sucesso da sincronização0.2 Considerações para o sucesso da sincronização0.2 Considerações para o sucesso da sincronização0.2 Considerações para o sucesso da sincronizaçãoestral:estral:estral:estral:estral:

as vacas devem estar em boa condição corporal para que ostratamentos tenham resultados satisfatórios;

ao se realizar protocolos de sincronização de cio, deve-se teruma previsão de alimentação das vacas que estarão noperíodo pós-parto (pois estas têm suas necessidades de

19Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

mantença, produzir leite, emprenhar novamente em 60-90 diase no caso de novilhas, terminar seu desenvolvimento) e dosterneiros nascidos, quando forem desmamados;

a escolha do sêmen é importante, tanto em relação àqualidade, quanto o touro a ser usado, considerandoprincipalmente novilhas que terão o serviço antecipado;

os custos para o produtor devem ser sempre calculados edemonstrados, antes da realização de qualquer tipo deprotocolo, levando em conta sempre as vantagens enecessidades para o sucesso.

1111111111. P. P. P. P. Principais enfermidades derincipais enfermidades derincipais enfermidades derincipais enfermidades derincipais enfermidades deinteresse reprodutivointeresse reprodutivointeresse reprodutivointeresse reprodutivointeresse reprodutivo

1111111111.1.1.1.1.1. Brucelose. Brucelose. Brucelose. Brucelose. Brucelose

A doença é uma zoonose importante causando aborto embovinos e febre intermitente em humanos. Nos bovinos adoença é causada pela Brucella abortus.

As fontes de infecção mais comuns são os fetos abortados, aplacenta e as descargas uterinas. A transmissão da doençapode ocorrer da vaca para o terneiro e entre os animais(alimentos, secreções, sêmen e pele).

Os abortos ocorrem a partir do 5º ou 6º mês de gestação epodem ser acompanhados de retenção de placenta e infecçãouterina. Nos machos a Brucella abortus pode causar infeccçãonos testículos.

As bactérias desaparecem rapidamente do útero após o abortoou parto e a doença pode se manifestar nas próximasgestações.

Controle: Controle: Controle: Controle: Controle: vacinação das fêmeas de 3-8 meses de idade pelomédico veterinário.

20 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

1111111111.2 L.2 L.2 L.2 L.2 Leptospiroseeptospiroseeptospiroseeptospiroseeptospirose

A leptospirose acomete todas as espécies de animaisdomésticos e é, também, uma zoonose. A fonte de infecçãopara o rebanho pode ser um animal infectado, que contamina aágua, alimentos e pastagens, através da urina, fetos abortadose descargas uterinas. O sêmen é, também, uma fonte deinfecção e a doença pode ser transmitida por monta natural ouinseminação artificial. A introdução de animais novos econtaminados no rebanho pode desencadear o surto. Ainfecção se dá, principalmente, pela pele e mucosa.

Nos bovinos, a doença pode estar latente no rebanho e serprecipitada por estados de estresse, determinando sinaisclínicos variados como diarréia, febre, anemia, icterícia ehemoglobinúria.

Nas leptospiroses que cursam com aborto, que é a forma maiscomum da doença, os demais sinais clínicos podem ocorrer ounão, sendo esta última, a forma mais comum. Os abortos,geralmente, ocorrem no terço final da gestação, tendo sidoobservado infertilidade em vacas infectadas.

Controle:Controle:Controle:Controle:Controle: vacinação dos animais com 4 meses de idade erepetição anual. Em regiões de alta incidência, vacinar a cada 4-6 meses.

Importante:Importante:Importante:Importante:Importante: controle de roedores na propriedade.

1111111111.3. Campilobacteriose.3. Campilobacteriose.3. Campilobacteriose.3. Campilobacteriose.3. Campilobacteriose

É uma doença venérea específica, transmitida pelo coito oupelo sêmen, causada nos bovinos por Campylobacter fetus.Manifesta-se por repetição de cio, abortos, morte embrionária,infertilidade e endometrite com corrimento cervical purulento.

Os machos não desenvolvem nenhum sinal clínico e se tornamportadores permanentes aos 3-4 anos de idade. Os abortospodem ocorrer em qualquer período da gestação, embora

21Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

sejam mais freqüentes em torno dos 4-6 meses e normalmente,não há retenção de placenta.

Controle: Controle: Controle: Controle: Controle: vacinação dos animais.

1111111111.4. .4. .4. .4. .4. TTTTTricomoníasericomoníasericomoníasericomoníasericomoníase

É uma doença venérea causada por um protozoário flageladodenominado Tritrichomonas (Trichomonas) foetus. Caracteriza-se por repetição de cio, morte embrionária, piômetra e aborto. Adoença se assemelha a campilobacteriose. Os machosapresentam, inicialmente, inflamação do prepúcio.

Quando os sinais clínicos desaparecem o animal permanececomo portador e transmissor do agente. Estudos demonstramque um único coito é suficiente para transmitir a doença paranovilhas virgens. Existe, também, a possibilidade detransmissão através de sêmen congelado contaminado.

ControleControleControleControleControle: identificação de animais positivos principalmentereprodutores.

1111111111.5. Neosporose.5. Neosporose.5. Neosporose.5. Neosporose.5. Neosporose

Neospora caninum é um parasito protozoário, queprimeiramente foi reconhecido em caninos e, posteriormentecomo importante patógeno associado a aborto e infecçãoneonatal em bovinos, ovinos, eqüinos e cabras.

A enfermidade caracteriza-se por aborto, natimortos ounascimento de animais fracos que morrem, geralmente, dentrode 2 semanas e tem sido descrita tanto em bovinos de leitequanto de corte em diversos países. Nos Estados Unidos éconsiderada a principal causa de aborto em rebanhos de leitecausando sérios prejuízos econômicos. Os abortos podemocorrer a partir do 3º mês de gestação na vaca, sendo maisfreqüentes entre o 5º-7º mês, embora possam ocorrer até o 9ºmês. Tanto vacas quanto ovelhas ou cabras infectadas nãoapresentam sinais clínicos.

22 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

Controle:Controle:Controle:Controle:Controle: impedir contato dos cães com cochos de água ealimentação e áreas onde o alimento dos bovinos éarmazenado.

1111111111.6. .6. .6. .6. .6. AborAborAborAborAbortos por herpes vírustos por herpes vírustos por herpes vírustos por herpes vírustos por herpes vírus

A rinotraquíte infecciosa bovina (IBR), e a diarréia viral bovina(BVD) são viroses comumente associadas com doençasrespiratórias e perdas reprodutivas em bovinos.

As principais fontes de infecção são secreções nasais egenitais, fluídos fetais e sêmen congelado, onde o vírus semantém por longos períodos. Acredita-se, no entanto, que atransmissão venérea seja a forma mais importante para adoença genital. Os principais sintomas estão associados aabortos e repetição de serviço.

ControleControleControleControleControle: vacinar aos 3 meses de idade, com reforço 30 diasapós. Revacinação anual com dose única.

1111111111.7.7.7.7.7. Causas não infecciosas de abor. Causas não infecciosas de abor. Causas não infecciosas de abor. Causas não infecciosas de abor. Causas não infecciosas de abortostostostostos

As causas não infecciosas são as menos freqüentes e, também,de diagnóstico mais difícil. Estão relacionadas a vários fatores,como estresse, deficiências nutricionais, anormalidadescromossômicas, ingestão de fitoestrógenos que algumasleguminosas possuem e plantas tóxicas.

É recomendando a revisão mais completa sobre doençasreprodutivas de ruminantes no livro de Riett Correa et al. (2007).

12. Material necessário para12. Material necessário para12. Material necessário para12. Material necessário para12. Material necessário parainseminação artificialinseminação artificialinseminação artificialinseminação artificialinseminação artificial

- Botijão de nitrogênio para conservação e armazenamento dosêmen

- Termômetro de –10ºC a +60ºC

23Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

- Nitrogênio líquido

- Álcool

- Garrafa térmica

- Caixa de isopor para descongelamento

- Pipetas

- Seringa pequena e tubo de conexão de borracha

- Luvas plásticas

- Cortador de ampolas

- Papel toalha

- Tesoura

- Bainhas

- Aplicador de sêmen para palhetas

- Balde plástico

- Escova de cabo longo

- Sabão detergente e sabonete

- Desinfetante

- Brincos e aplicador de brincos

- Macacão e avental plástico

- Botas de borracha

- Régua para nitrogênio

- Pinça

- Sêmen

- Formulários para registro

- Caneta esferográfica

24 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

13. Horário da inseminação13. Horário da inseminação13. Horário da inseminação13. Horário da inseminação13. Horário da inseminaçãoartificialartificialartificialartificialartificial

Devido às dificuldades de se proceder a inseminação nohorário ideal (momento da ovulação) a inseminação artificialdeve ser realizada no momento da observação do cio.

As vacas observadas em cio pela manhã (aceitando monta) sãoinseminadas na manhã do mesmo dia. As vacas observadas emcio à tarde serão inseminadas na tarde do mesmo dia (quadroabaixo).

É bom lembrar que a maioria das fêmeas entra em cio à noite ede madrugada, sendo observadas em cio pela manhã, o quesignifica que a maioria das inseminações serão realizadas demanhã.

Existem diferentes comportamentos de cio entre fêmeas dedistintas categorias tais como, vacas em lactação e novilhas. Operíodo de manifestação estral, observado atualmente emconseqüência do aumento dos índices de produção, é em médiade 7,3 h (raça Holandesa) e 7,8 h (raça Jersey) e de 11 a 13 h paranovilhas da raça Jersey e Holandesa, respectivamente.Portanto, a observação de cio é mais difícil nas vacas emlactação do que em novilhas (NEBEL et at., 1997, 2002).

Períodos de observação de cio:Períodos de observação de cio:Períodos de observação de cio:Períodos de observação de cio:Períodos de observação de cio: devem ser feitos quando osanimais não estão envolvidos em outras atividades comoalimentação e ordenha. O ideal para observação do cio devacas de alta produção seria quatro períodos por dia de 15 a 20

Cio observadoCio observadoCio observadoCio observadoCio observado InseminarInseminarInseminarInseminarInseminar

Tarde

Manhã Na tarde do mesmo dia

Na tarde do mesmo dia

25Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

minutos. Como a maioria das vacas apresenta maior índice deatividade sexual entre as 18 horas de um dia até às 6 horas dodia seguinte, ou seja, durante a noite, o ideal seria incluir umperíodo de observação durante a noite .

111114. Inseminação ar4. Inseminação ar4. Inseminação ar4. Inseminação ar4. Inseminação artificial emtificial emtificial emtificial emtificial emhorário únicohorário únicohorário únicohorário únicohorário único

Para bovinos de corte a recomendação é inseminar em horárioúnico, facilitando o manejo. Vacas observadas em cio à noiteserão inseminadas na manhã seguinte. Vacas observadas emcio pela manhã são também inseminadas no mesmo período. Oquadro abaixo ilustra o esquema:

Muitas vantagens podem ser citadas na utilização desseesquema, como por exemplo:

- é mais prático e de fácil execução;

- as fêmeas em cio não ficam presas aguardando ainseminação;

- as fêmeas são recolhidas ao curral, inseminadas eimediatamente após devolvidas ao lote, sendo assimsubmetidas a níveis menores de estresse. Isso deveráconcorrer para um melhor resultado de inseminação artificiale também maior freqüência de aparecimento de cios norebanho.

Cio observadoCio observadoCio observadoCio observadoCio observado InseminarInseminarInseminarInseminarInseminar

Tarde

Manhã Manhã, logo após a observação do cio

Manhã seguinte

26 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

15. Sêmen15. Sêmen15. Sêmen15. Sêmen15. Sêmen

É o produto proveniente das glândulas genitais de um animaldo sexo masculino. O espermatozóide é a célula sexualmasculina e é dividido em cabeça, colo e cauda.

Cabeça: formada por uma dilatação em forma de pêra no qualse encontra o núcleo da célula; colo: forma a região central;cauda: de função propulsora (flagelo) que desaparece após afecundação.

111115.15.15.15.15.1. Caracteres do sêmen. Caracteres do sêmen. Caracteres do sêmen. Caracteres do sêmen. Caracteres do sêmen

VVVVVolume:olume:olume:olume:olume: varia com a raça, indivíduo, regime sexual, regimealimentar, idade, etc. O touro ejacula de 0,5 cc (centímetrocúbicos) a 14 cc, tendo 2 a 4 cc como média.

Cor: Cor: Cor: Cor: Cor: geralmente branco mármore. Quando o animal apresentaproblemas sanitários pode ficar amarelo em conseqüência depus, vermelho pela presença de sangue, podendo aparecertambém uma coloração verde-limão.

Aspecto: Aspecto: Aspecto: Aspecto: Aspecto: geralmente cremoso devido a presença de flocosque se apresentam, quanto a sua natureza: em grandes, médiose finos; quanto à modalidade em: ativos, médios e lentos.

Odor:Odor:Odor:Odor:Odor: característico

Resistência:Resistência:Resistência:Resistência:Resistência: é a capacidade que têm os espermatozóides deresistirem aos meios externos quando estes agirem sobre omesmo.

Diluidor: Diluidor: Diluidor: Diluidor: Diluidor: é toda substância que adicionada ao sêmen permiteo aumento de volume sem alterar suas finalidades qualitativas.

CrioprotetorCrioprotetorCrioprotetorCrioprotetorCrioprotetor: são substâncias que permitem a sobrevivênciados espermatozóides no momento do congelamento.

Congelamento do sêmen: Congelamento do sêmen: Congelamento do sêmen: Congelamento do sêmen: Congelamento do sêmen: após diluição e empalhetamento o

27Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

sêmen é resfriado lentamente até certa temperatura e depoisimerso em nitrogênio líquido a -196°C. A conservação do sêmennesta temperatura evita qualquer espécie de deterioração emantém a sua fertilidade por muitos anos.

16. Manejo do sêmen16. Manejo do sêmen16. Manejo do sêmen16. Manejo do sêmen16. Manejo do sêmen

Constitui um item importantíssimo na técnica da inseminaçãoartificial. É fácil compreender que de nada vale um bom manejoe um inseminador competente se o sêmen aplicado não for deboa qualidade fecundante.

É muito importante que o inseminador e o proprietárioconheçam bem a empresa onde adquirem o sêmen. Devemprocurar acompanhar passo a passo todas as etapas: entradado reprodutor na quarentena, exames sanitários, exames dequalidade de sêmen, cuidados higiênico-sanitários com osreprodutores no núcleo de colheita, higiene antes, durante eapós a colheita, exames de laboratório, etc. Tudo isso lhes darámuita tranquilidade com respeito à qualidade do sêmen.

1111177777. . . . . TTTTTipos de embalagem deipos de embalagem deipos de embalagem deipos de embalagem deipos de embalagem desêmensêmensêmensêmensêmen

Atualmente, quase a totalidade das empresas utiliza o sêmenenvasado em palhetas finas e médias. Algumas empresas eprodutores ainda possuem sêmen envasado em forma depellets, ampolas e minitubos.

1111177777.1.1.1.1.1. P. P. P. P. Palheta fina: alheta fina: alheta fina: alheta fina: alheta fina: embalagem plástica com capacidade para0,25 cm3 de sêmen.

1111177777.2. P.2. P.2. P.2. P.2. Palheta média: alheta média: alheta média: alheta média: alheta média: embalagem plástica há alguns anoslançada no Brasil, com sucesso, em substituição às ampolas.Essa embalagem é hoje mundialmente utilizada, em função dasvárias vantagens apresentadas em relação às demais.

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Atualmente a maioria do sêmen produzido é embalado empalheta média. A palheta média é um canudo plástico decomposição especial, com 133 mm de comprimento, 2,8 mm dediâmetro e volume suficiente para 0,54 cm3 de sêmen. Esse tipode embalagem apresenta vantagens na industrialização dosêmen, permitindo um sensível aumento na produção (4.140doses/hora).

A rotulagem ou identificação e fechamento do sêmen sãoperfeitos. Uma das extremidades é fechada com algodãohidrófobo especial e com talco polivinílico que se gelatiniza nomomento em que o sêmen é aspirado automaticamente para ointerior da embalagem. A outra extremidade é fechada peloprocesso de ultra-som (esmagamento por vibrações). Outravantagem da palheta média é em relação à estocagem que ésensivelmente aumentada. Porém, a maior vantagem da palhetamédia, motivo de sua grande aceitação, está na sua facilidadede utilização, extremamente simplificada em comparação comoutros tipos de embalagem. Além disso, os riscos comacidentes estão praticamente descartados, em razão domaterial plástico utilizado. Ademais, a assepsia eaproveitamento da dose no momento da aplicação são totais,pois o material fecundante sai direto da embalagem para osórgãos genitais da fêmea.

18. Cuidados no manejo com18. Cuidados no manejo com18. Cuidados no manejo com18. Cuidados no manejo com18. Cuidados no manejo como botijãoo botijãoo botijãoo botijãoo botijão

O botijão é um recipiente térmico, utilizado para a conservaçãodo sêmen. Para tanto, deve receber uma substância chamadanitrogênio líquido, que conserva as doses de sêmencongeladas a 196ºC abaixo de zero (-196ºC), por tempoindeterminado.

O botijão é frágil, devendo por isso, ser manipulado com omáximo cuidado, para evitar danos que possam resultar emprejuízos. É interessante a construção de uma caixa de madeira

29Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

que confere maior proteção contra choques além de evitar queele tombe e o nitrogênio seja derramado. O nitrogênio líquidoevapora constantemente, devendo o inseminador estar atentopara evitar a perda do sêmen. O inseminador deverá,regularmente, medir o nível de nitrogênio com o medidorapropriado distribuído pelas empresas abastecedoras. O limitemínimo do nível do nitrogênio para se trabalhar com segurançaé de 15 cm. Para se tomar essa medida, basta introduzir omedidor no centro do botijão, aguardar alguns segundos,retirar e observar uma faixa branca (condensação), que seforma e que corresponde ao nível de nitrogênio no botijão.

Observações importantes:

- manter o botijão em ambiente ventilado, fechando-o com suaprópria tampa;

- nunca vedar a tampa para impedir a evaporação de líquido;

- retirar os canister (canecos) vazios;

- medir regularmente o nível de nitrogênio.

Figura 2.Figura 2.Figura 2.Figura 2.Figura 2. Distribuição de temperaturas no botijão.Fonte: Central de Inseminação Artificial. Lagoa da Serra (1998).

30 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

Para assegurar um nível elevado de fertilidade, é extremamenteimportante que o inseminador tome alguns cuidados aomanejar o recipiente que contém o sêmen. É bom lembrar quemuito próximo à boca do botijão o sêmen poderá ser exposto atemperaturas que poderão causar danos irreversíveis aosespermatozóides. Por essa razão é extremamente importanteque o sêmen envasado em palheta média seja apanhado o maisprofundo possível do botijão. Para tanto é necessária autilização de pinça. O canister (caneco) que contém o sêmendeverá ser elevado no máximo até 5 cm abaixo da boca dobotijão. E, para retirada do sêmen, não se deverá gastar maisque 5 segundos. Portanto, é importantíssimo que oinseminador esteja preparado para realizar a operação de formarápida e segura.

111119. Inseminador9. Inseminador9. Inseminador9. Inseminador9. Inseminador

Dentro do programa de inseminação, o inseminador éfundamental. Os resultados do programa de inseminaçãoartificial dependem de sua dedicação e condição de trabalho.Para que possa estar em condições de desenvolver com êxito oprograma é preciso que o inseminador apresentecaracterísticas básicas.

111119.19.19.19.19.1. Interesse. Interesse. Interesse. Interesse. Interesse

Esta é em qualquer profissão a característica mais importante.É sempre bom destacar a importância do interesse mostradopelo profissional nos resultados de seu trabalho. Umtrabalhador desinteressado desempenhará com desdém todasas suas atividades. Ao contrário, quando o indivíduo gosta deseu trabalho, ele procurará realizar com o máximo cuidadotodas as recomendações recebidas durante o curso,procurando sempre identificar as suas falhas e maneiras dedesempenhar com êxito suas funções.

Todas as outras características do bom profissional serão então

31Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

desenvolvidas normalmente. É muito importante que oinseminador seja honesto consigo mesmo e com seuempregador. Se ele não gosta da atividade que vemdesenvolvendo, deve comunicar isso ao patrão. O empregador,por seu lado não deve se preocupar com isso. Na realidade, eledeve reconhecer e agradecer a honestidade do profissional,porque não há dúvidas com relação aos resultados desastrososque serão obtidos quando o programa é conduzido porprofissional desinteressado.

Cabe ao proprietário procurar identificar pessoas que possamapresentar essa qualidade imprescindível. De modo geral, obom profissional que gosta do trabalho com animais, calmo,educado e trabalhador, desenvolverá com êxito a inseminaçãoartificial.

111119.2. R9.2. R9.2. R9.2. R9.2. Responsabilidadeesponsabilidadeesponsabilidadeesponsabilidadeesponsabilidade

Característica comum ao bom profissional. As tarefas deobservação de cio, horário de inseminação, cuidados nomomento da aplicação do sêmen devem ser observadas comrigor e dedicação. Somente o inseminador interessado eresponsável desempenhará corretamente essas funções.

111119.3. P9.3. P9.3. P9.3. P9.3. Preparoreparoreparoreparoreparo

É básico e fundamental que o inseminador seja bem preparado.Esse é o objetivo do curso de treinamento de inseminadores.Espera-se que todos ao final do curso tenham aprendidocorretamente a técnica da inseminação artificial. É defundamental importância que ao longo do tempo osinseminadores continuem aplicando os conhecimentosadquiridos. As condições adequadas são fornecidas durante ostreinamentos, mas não restam dúvidas de que o êxito nostrabalhos dependerá fundamentalmente do esforço e dedicaçãode cada um. De nada valerão os esforços dos instrutores seessas condições não estiverem presentes em cada um dosparticipantes.

32 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

111119.4. Higiene9.4. Higiene9.4. Higiene9.4. Higiene9.4. Higiene

Fator da maior significação e, muitas vezes, responsável porinsucessos nos resultados da inseminação. É importante que oinseminador observe que antes e durante a colheita do sêmen eno seu processamento laboratorial são cumpridos rigorososcuidados com a higiene. É necessário, portanto, haver umacontinuidade com relação ao aspecto higiênico e que estessejam mantidos no momento da inseminação. Para que sejaexplicada de forma mais fácil, dividiremos esse item em quatroetapas, a saber:

111119.4.19.4.19.4.19.4.19.4.1. Higiene pessoal do inseminador:. Higiene pessoal do inseminador:. Higiene pessoal do inseminador:. Higiene pessoal do inseminador:. Higiene pessoal do inseminador: os cuidados que oinseminador deverá observar, basicamente, são: mãos limpas,unhas muito bem aparadas e um avental próprio que deverá serutilizado apenas durante os trabalhos de inseminação.

111119.4.2. Higiene com o animal: 9.4.2. Higiene com o animal: 9.4.2. Higiene com o animal: 9.4.2. Higiene com o animal: 9.4.2. Higiene com o animal: esses cuidados se resumemnuma boa limpeza do reto e vulva. O inseminador deverá retirarcuidadosamente as fezes do reto do animal e, em seguida, lavarcom água a vulva da vaca no sentido de cima para baixo, paraevitar a entrada de água na vagina. Logo após, secar bem avulva com papel higiênico ou papel toalha.

111119.4.3. Higiene das instalações:9.4.3. Higiene das instalações:9.4.3. Higiene das instalações:9.4.3. Higiene das instalações:9.4.3. Higiene das instalações: o local e equipamentosutilizados na inseminação artificial deverão estar tambémlimpos e asseados.

111119.4.4. Higiene com o material utilizado:9.4.4. Higiene com o material utilizado:9.4.4. Higiene com o material utilizado:9.4.4. Higiene com o material utilizado:9.4.4. Higiene com o material utilizado: todo o materialdeverá ser manipulado com muito cuidado, para evitarcontaminação durante a inseminação. Cuidados especiaisdevem ser tomados com relação aos aplicadores e bainhasapresentadas em embalagens plásticas. A embalagem deve sercortada num canto, apenas o suficiente para retirar uma peça.No caso específico de bainha para palheta média, cortar aembalagem do lado oposto à extremidade que irá penetrar noanimal, ou seja do lado oposto à bucha de algodão.

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Uma observação importante é lembrar que a bainha plástica sódeve ser retirada da embalagem no momento da aplicação dosêmen, após o descongelamento e montagem do aplicadoruniversal. E, no momento da introdução do aplicador, cuidarpara que a ponta não toque as tábuas da mangueira e o animal.A vulva deve ser bem aberta até a completa penetração doaplicador ou bainha na vagina.

Muito importante é manter ao lado do tronco um latão de lixopara colocar todo o material descartável: luvas, bainhas, papelhigiênico, etc.

20. Seqüência da inseminação20. Seqüência da inseminação20. Seqüência da inseminação20. Seqüência da inseminação20. Seqüência da inseminaçãoartificialartificialartificialartificialartificial

Antes de realizar a inseminação o inseminador deve verificar naficha se a vaca está parida há mais de 45 dias, se temapresentado cios normais e se já recebeu outras inseminações.No caso de anormalidades deve-se sempre buscar a orientaçãodo médico veterinário.

Se as informações da ficha estão de acordo e já com o animalno tronco, proceder a um rigoroso exame da vaca, procurandoobservar as condições do muco eliminado através da vulva.Normalmente esse exame é suficiente para se concluir sobre aqualidade do cio. O muco normal que reflete um cio de boaqualidade é semelhante à clara de ovo. Límpido, transparente,brilhante e de consistência nem rala nem espessa.

É importante lembrar que no pré-cio, quando o animal montamais freqüentemente, todo o muco pode ser eliminado. Assim,ao final do cio, quando se vai fazer a inseminação, pode nãomais ser observada a presença do muco. Por esta razão,quando possível, é de vital importância que o muco sejaexaminado já no momento da detecção do cio.

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Quando o animal apresenta infecções uterinas, chamado “ciosujo”, o muco ao exame mostra sinais visíveis de infecção,vindo sempre acompanhado de grumos de pus ou de estrias desangue preto “pisado” ou coagulado. Em situações comoessas, não deve ser efetuada a inseminação, porque o útero doanimal não está em condições de desenvolver uma gestação.Nesse caso, o inseminador deve comunicar o fato ao produtorpara consultar um médico veterinário.

O esquema e medicamentos a serem usados dependerão dotécnico, em função da experiência de cada um.

Deve-se salientar que o muco pode estar acompanhado de umfilamento de sangue vermelho vivo, geralmente devido àruptura de um pequeno vaso no clitóris, em razão do edemageneralizado que ocorre na fase do cio. Essa hemorragia nãotraduz nenhuma infecção e o cio pode ser perfeitamenteaproveitado para a inseminação. Essa ocorrência é maiscomumente observada em fêmeas de raças européias. Caso afêmea, após os exames citados, apresentar-se em condições deser inseminada, é muito importante que o inseminador trabalheobedecendo uma determinada ordem, conforme segue, paraque tudo transcorra normalmente.

Seqüência da inseminação com palheta

1- Examine a ficha da vaca. Contenha o animal no tronco. Faça oexame do muco.

2- Exteriorize a ponta da bainha através de uma pequenaabertura no saco plástico do lado da extremidade ondedeverá penetrar o aplicador. Prepare o aplicador, verificandoa extremidade que será utilizada e retire o êmbolo metálicode seu interior, colocando ao lado. Esta atitude evitará que oêmbolo metálico possa empurrar a bucha da palhetaantecipadamente, fazendo perder parte ou todo o sêmencontido na embalagem.

3- Prepare uma lâmina de barbear e papel higiênico.

35Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

4- Faça a limpeza do reto da fêmea a ser inseminada. Logo após,utilizando somente água, lave bem os órgãos genitaisexternos, e enxugue-os com papel higiênico.

5- Localize o sêmen a ser usado e abra a tampa do botijão.Levante a caneca contendo o sêmen, até no máximo 5 cmabaixo da boca do botijão. Retire a dose de sêmen comauxílio de uma pinça, não gastando mais do que 5 segundospara esta operação.

6- Em seguida, mergulhe a palheta com a extremidade da buchavoltada para baixo em água de 35ºC a 37ºC por 30 segundos.Sêmen acondicionado em palheta fina deve serdescongelado durante 7 segundos.

7- Enxugue a palheta com papel higiênico e, utilizando a lâmina,corte em forma de bisel a extremidade oposta à da bucha.

8- Pressione levemente o êmbolo plástico da bainha com umadas mãos e encaixe nele a extremidade cortada da palhetaaté que esta se firme. Este procedimento evitará que o sêmenpossa refluir entre a bainha e a palheta no momento daaplicação.

9- Introduza o aplicador na bainha, empurrando a palheta até aponta. Fixe a bainha no aplicador através de pressão do anelplástico.

10- Encaixe o êmbolo metálico introduzindo-o vagarosamenteaté onde está situada a bucha da palheta. Após colocar aluva de inseminação artificial, dirija-se à vaca, com oaplicador devidamente montado, tomando todos oscuidados de higiene.

11- Abra a vulva da vaca e introduza, profundamente, oaplicador na vagina. Com um auxiliar esta operação seráfacilitada.

12- Introduza delicadamente a mão esquerda no reto do animalfazendo a fixação do colo. Oriente a introdução do aplicadoraté a entrada da abertura do colo ou cérvix. A partir daí,fazer movimentos com a mão que fixa o colo e não com o

36 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

aparelho, até a completa passagem deste através do colo.

13- Passando o colo uterino, deposite lentamente o sêmen apóso último anel.

14- Retire o aplicador e o braço e faça uma leve massagem noclitóris da fêmea.

15- Libere a bainha utilizada e anote os dados em ficha própria.Logo após envolva a bainha na luva e jogue-as no lixo.Periodicamente fazer a limpeza do aplicador universal comálcool.

2121212121. Observações impor. Observações impor. Observações impor. Observações impor. Observações importantestantestantestantestantes

- Ao encontrar a cérvix, leve-a o mais para trás possível com afinalidade de distender a vagina e de desfazer as pregasvaginais.

- Todo movimento dentro do reto da vaca deve ser suave. Aopassar o 1° anel, é a cérvix que deve ser puxada para a pipetae não a pipeta ser empurrada na cérvix.

- O alvo para a ponta da pipeta é o final da cérvix e o início docorpo do útero. O sêmen deve ser depositado neste local.

- A pipeta nunca deve penetrar no útero.

- Não tente passar por muito tempo a pipeta pela cérvix, pois osprejuízos poderão ser maiores que os benefícios.

- As unhas devem estar bem aparadas para não machucar oreto da vaca.

- Não retire o canister acima do gargalo do botijão denitrogênio.

- O inseminador experiente não deve levar mais de doisminutos para passar a pipeta pela cérvix.

- O inseminador não deve passar mais que 2/3 da cérvix,quando por alguma razão desconfie que a vaca esteja prenha.

O inseminador experiente deve esperar dificuldade na

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passagem da pipeta em até 5% das vacas adultas e até 10%nas novilhas.

2121212121.1.1.1.1.1. L. L. L. L. Lembretes ao inseminadorembretes ao inseminadorembretes ao inseminadorembretes ao inseminadorembretes ao inseminador

- Seja dedicado, responsável e interessado por todos ostrabalhos.

- Trabalhe sempre observando todos os cuidados de higieneaprendidos durante o curso.

- Seja rigoroso no horário das observações do cio e dasinseminações.

- Anote sempre todas as ocorrências e dúvidas verificadas emseu trabalho e procure esclarecê-las com o veterinário, porocasião de sua visita à fazenda.

- Antes de inseminar, observe a ficha da vaca e verifique se elaestá parida há mais de 45 dias, se está ciclando normalmente.Em caso de inseminações repetidas, deve-se sempreconsultar o médico veterinário responsável.

- Ao manejar o botijão e sêmen, observe atentamente: levante acaneca no máximo até 5 cm abaixo da boca do botijão. Retirerapidamente o sêmen (palheta) com auxílio de uma pinça, nãogastando para isso mais de 5 segundos. Imediatamente após,mergulhe totalmente a palheta com a extremidade da buchavoltada para baixo, em água a 35ºC durante 30 segundos.

- Antes de introduzir o aplicador na vagina da vaca, lave comágua e seque bem a vulva. Não permita que a ponta doaplicador toque os lábios da vulva.

- Faça movimentos suaves com a mão que envolve o colo, até oaplicador ultrapassar todos os anéis da cérvix uterina.

- Deposite, lentamente, o sêmen no início do corpo do útero.

- Após a inseminação faça uma massagem no clitóris e anote osdados referentes à inseminação, na ficha da vaca.

- Procure conhecer a empresa que produz o sêmen.

38 Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

- MUITMUITMUITMUITMUITO SUCESSO!O SUCESSO!O SUCESSO!O SUCESSO!O SUCESSO!

2121212121.2. L.2. L.2. L.2. L.2. Lembretes ao criador ou administradorembretes ao criador ou administradorembretes ao criador ou administradorembretes ao criador ou administradorembretes ao criador ou administrador

- Seja também inseminador. Para poder exigir é preciso saberfazer.

- Acompanhe de perto os trabalhos do inseminador e dotécnico. Demonstre interesse pelos resultados dainseminação. Isso servirá de estímulo ao inseminador.

- Estabeleça um prêmio-estímulo pela eficiência doinseminador. Sem dúvida, este fato despertará nele maiorinteresse pelos trabalhos.

- Acasale as fêmeas com os touros mais indicados.

22. Conclusões finais22. Conclusões finais22. Conclusões finais22. Conclusões finais22. Conclusões finais

Acabamos de ver todas as questões que devem ser observadaspara a correta aplicação da inseminação artificial. É oportunolembrar que, basicamente, todos os itens aqui recomendadosnão são exigências exclusivas da inseminação. Mesmo que orebanho esteja sendo trabalhado em regime de monta natural,estas providências precisam ser tomadas para que se possaobter êxito na criação. Não existem diferenças nos doissistemas, a não ser aquelas relativas ao ato da inseminação emsi. Somente um rebanho bem nutrido, bem manejado, livre dedoenças, irá responder de forma eficiente, seja em inseminaçãoartificial, seja em regime de monta natural.

Consideramos de extrema importância que o criador antes deoptar pela inseminação artificial, conheça bem todos fatoresenvolvidos no emprego da técnica. Os comentários de que “ainseminação artificial não funciona”, “a inseminação estraga avaca”, não são verdadeiros. A técnica existe e é de valorextraordinário para o melhoramento do rebanho, mas éfundamental que seja bem aplicada.

39Reciclagem em Inseminação artificial de bovinos

As condições para o bom funcionamento estão à nossadisposição. Cada um vai colher os resultados de acordo com ascondições que dispensar ao programa. Cabe ao criador fazersua escolha. O que esperamos e desejamos é que o programade inseminação artificial seja bem implantado e conduzido, paraque possa conseguir o máximo de sucesso nos sistemas deprodução, além de contribuir para maior difusão da técnica noBrasil.

23. Referências23. Referências23. Referências23. Referências23. Referências

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