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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE BIODIESEIS NA ALEMANHA E NO BRASIL Idila Rafaela Carvalho Gonçalves ORIENTADOR: Prof. Luiz Cláudio Alves Lopes Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE BIODIESEIS NA

ALEMANHA E NO BRASIL

Idila Rafaela Carvalho Gonçalves

ORIENTADOR: Prof. Luiz Cláudio Alves Lopes

Rio de Janeiro

2016

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2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Engenharia da Produção. Por: Idila Rafaela Carvalho Gonçalves

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE BIODIESEIS NA

ALEMANHA E NO BRASIL

Rio de Janeiro

2016

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus amigos da pós – graduação,

Nelson, Monique Daflon e Monique por me ajudar

nos estudos e não me deixar desanimar durante o

curso, aos meus pais por sempre acreditarem na

minha capacidade e ao meu esposo e filha por

entenderem à minha ausência e incentivar em

mais uma etapa da minha formação.

4

DEDICATÓRIA

Dedico a Conceição de Fátima Sales de Carvalho,

minha mãe e maior inspiração.

5

RESUMO

O aumento da demanda energética, as oscilações nos preços dos

combustíveis de tecnologias maduras e a crescente preocupação com o meio

ambiente, tem feito o ser humano buscar combustíveis mais limpos e

provenientes de fonte renovável.

O biodiesel é um combustível em ascensão produzido por diversos

países por todo o mundo. O Brasil e a Alemanha são grandes produtores deste

biocombustível que é menos poluente e pode ser obtido de diversas matérias-

primas e ambos os países encontram-se em posições iguais no ranking dos

países produtores em termos de produção. Diante de tal fato, é realizado um

estudo comparativo entre os países, no qual é feita a análise de fatores que

influenciam no desenvolvimento do biodiesel e é gerada a matriz SWOT como

aliada para avaliar as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, nos

ambientes internos e externos dos países, permitindo que futuramente

possíveis estratégias possam ser adotadas.

6

METODOLOGIA

O presente trabalho será elaborado a partir do tema da Análise

SWOT, delimitando a pesquisa à comparação de países produtores de

biodieseis, apresentando a importância da Análise SWOT na avaliação dos

fatores que influenciam na produção de biodiesel e na tomada de estratégias

Para tal foi utilizado o processo metodológico de consultas a monografias,

dissertações, artigos científicos, livros, relatórios de instituições publicas e

privadas, matérias em revistas e sites.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Energia e Desenvolvimento 09

CAPÍTULO II

Panorama do Biodiesel 16

CAPÍTULO III

Metodologia de Estudo 26

CAPÍTULO IV

Indicadores / Fatores de Estudo 29

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE DE FIGURAS 46

ANEXOS 48

8

INTRODUÇÃO

Segundo Lobo (2009), a sociedade tem tido o grande desafio de

suprir a demanda energética mundial e o avanço da tecnologia tem colaborado

para o aumento do consumo dos derivados de petróleo.

Além das frequentes oscilações no preço do barril de petróleo e a

recente alta no preço do etanol, há uma preocupação ambiental que ficou

registrada desde 1997 com o Protocolo de Kyoto, devido à emissão de gases

causadores do efeito estufa e contribuintes do aquecimento global. Este

aumento da magnitude do aquecimento eleva a probabilidade de impactos

graves, profundos e irreversíveis e os cientistas definiram dois grandes

objetivos até o final do século, a redução das emissões poluentes entre 40% e

70% até 2050 e uma redução à zero até 2100 (IPCC, 2014).

Em busca de fontes de energias renováveis e menos poluentes, os

combustíveis originários da biomassa surgem como uma excelente opção para

substituir ou complementar o uso dos combustíveis de origem fósseis, ainda

geram renda para agricultura familiar (KLEIN, 2014), sendo apontados como

uma alternativa para contribuição do desenvolvimento sustentável nas áreas

ambiental, social e econômica (TREVISANI et al., 2007) e nesse contexto, o

biodiesel tem despertado muita atenção e gerado muitos estudos (FRANÇA,

2008), pois é possível obtê-lo das mais variadas fontes de ácidos graxos ,

inclusive de resíduos graxos. Essa facilidade em conseguir a matéria – prima

faz com que os mais diferentes países e culturas possam produzir o biodiesel e

a necessidade do biodiesel tem crescido no Brasil graças ao Programa

Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), uma vez que é almejado

gradativamente o aumento do biodiesel em diesel até atingir B20 (20% de

biodiesel em diesel) (ARANDA et al., 2015). Em 2015, Brasil ficou em segundo

lugar como país consumidor de biodiesel, seguido da Alemanha em terceiro

lugar (MME, 2016) e em termos de produção os dois países estão em posições

empatadas (MME, 2015).

9

CAPÍTULO I

ENERGIA E DESENVOLVIMENTO

A energia é originária do grego enérgeia e do latim energia, antes de

1800 foi utilizada para explicar fenômenos denominados vis viva (força viva),

somente em 1807 que a palavra energia foi sugerida pelo médico e físico

Thomas Young e era vista como a capacidade de um corpo realizar algum tipo

de trabalho mecânico (BUCUSSI, 2007). Entretanto, a Eletronuclear possuí

uma definição mais científica:

Energia é o potencial inato para executar trabalho ou realizar uma ação. (ELETRONUCLEAR)

1.1. Brasil

De acordo com Castellanelli (2008), matriz energética é entendida

como uma representação da quantidade energia oferecida ao povo de um

território, a análise dessa matriz energética é fundamental para o planejamento

estratégico do setor energético, nesta análise é observada a quantidade de

recursos naturais utilizados para a geração da energia.

O Brasil apresenta uma matriz energética limpa quando comparada

aos padrões mundiais, pois o mesmo dispõe de diversos recursos naturais,

utilizando fontes de energias renováveis e mostrando que é possível ser

sustentável (FERREIRA e FERNANDES, 2015). Segundo a Resenha

Energética Brasileira de 2016 divulgada pelo Ministério de Minas e Energia

(MME), a Oferta Interna de Energia (OIE) em 2015 ficou em 299,2 milhões de

toneladas de petróleo, mostrando uma retração de 2,1% em relação à oferta do

ano de 2014 e desta energia ofertada 41,2% são de fontes renováveis

conforme figura 1.

10

Figura 1 - Tabela de Oferta Interna Energética.

Fonte: MME, 2016.

Apesar de o país apresentar um grande potencial para geração de

energia, em alguns momentos o Brasil mostrou sua inexperiência na área de

gestão energética, levando a medidas severas para sanar as fragilidades do

setor de energia, como em 2001 com a ação do racionamento de energia, em

2005, o uso das bandeiras tarifárias estipuladas pela Agência Nacional de

Energia Elétrica (ANEEL) conforme figura 2 que mostra o aumento no preço da

energia ao consumidor em Real por barril equivalente de petróleo (bep) e as

crescentes oscilações dos preços dos derivados de petróleo conforme as

figuras 3 e 4 mostram para a gasolina e o óleo diesel (ANP, 2015).

Figura 2 – Aumento da tarifa residencial de eletricidade.

Fonte: MME, 2016.

11

Figura 3 – Comportamento dos preços médios mensais da gasolina automotiva no Brasil.

Fonte: ANP, 2015.

Figura 4 – Comportamento dos preços médios mensais do óleo diesel* no Brasil.

Fonte: ANP, 2015.

Por conta das incertezas energéticas, as pesquisas, o consumo e

produção de energias renováveis apresentam crescimento a cada ano

conforme figura 5, que mostra aumento na produção de etanol. No setor do

biodiesel, incentivados em 2004 pela criação do Programa Nacional de

12

Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), institucionalizando a base normativa

para produção e comercialização do biodiesel no país e leis e atos normativos

infralegais.

Figura 5 – Produção de etanol.

Fonte: MME, 2016.

Além de leis e normativos, foi autorizada a mistura biodiesel e diesel

fóssil, passando a ser obrigatória a mistura com a adição de 2% do biodiesel ao

diesel fóssil (B2) em 2008. Em 2010, o Conselho Nacional de Política

Energética (CNPE) notando o amadurecimento do mercado Brasileiro autorizou

a adição de 5% do biodiesel ao diesel fóssil e segundo o Boletim Mensal dos

Combustíveis Renováveis 96ª ed., em 23 de março de 2016 foi sancionada a

Lei n° 13.263, que alterou a Lei n° 13.033 de 24 de setembro de 2014, que

dispõe da adição de 7% do biodiesel ao óleo diesel comercializado a todos os

tipos de consumidores em todo território nacional. A nova lei estipula o

aumento gradativo dos percentuais de biodiesel ao óleo até 2019, atingindo a

porcentagem de 15% após testes conforme figura 6 (MME, 2016).

Figura 6 - Percentuais do biodiesel na mistura.

Fonte: MME, 2016.

A nova lei contribuiu para os aumentos da demanda e produção no

país em 2015, mostrando um crescimento de 15,1% sobre os índices de 2014.

13

Desta forma, o biodiesel respondeu pelo por 1,1% da matriz energética

Brasileira conforme figura 7.

Figura 7 – Produção de biodiesel.

Fonte: MME, 2016.

1.2. Alemanha

A preocupação com o meio ambiente circunda a política de todos os

países, principalmente em relação à emissão de dióxido de carbono, conforme

figura 8 que mostra emissão em milhões de toneladas de CO2, na Alemanha

não foi diferente, surgindo então de um movimento local, engajado com o

conceito de energia renovável, a ideia de mudar a matriz energética no país, a

fim de transformá-la em uma matriz mais limpa ou verde até o ano de 2050. Em

pouco tempo, houve a descentralização do movimento, tornando-se algo mais

profissional, passando a incluir a produção de energia eólica offshore e a

criação de uma expressão Alemã “Energiewende”, que significa a

transformação da energia baseada em combustíveis fósseis como carvão,

petróleo e o gás, para uma baseada em fontes renováveis (NNPETRO).

14

Figura 8 – Emissões de CO2 por setor da economia de 1973 a 2011.

Fonte: IEA, 2013.

Em 2000, a nova Lei de Energias Renováveis (EEG, sigla em

Alemão) foi implementada e deu-se início a mudança energética, porém a

participação da energia renovável não chegava a 7% de contribuição na matriz

energética e era de grande importância aumentar essa contribuição, já que

diversos setores da economia Alemã fazem uso em grande quantidade dos

combustíveis fósseis, chegando a importar como mostra a figura 9 do ano de

2012.

Figura 9 – Importação de fontes de energia na Alemanha.

Fonte: GONÇALVES, 2015.

Em 2006 o etanol era a “menina dos olhos” do então presidente

Lula, enquanto na Alemanha o biodiesel era a “joia da coroa” da chanceler,

Residencial

Transporte

Ind. Manufatura e

Construção

Eletric. e Calor

Outras Ind.

Outras

Carvão Petróleo Gás Natural Urânio

15

Ângela Merkel, que defendia a preservação do meio ambiente, alegando que

era necessário reagir para reduzir as emissões do gás dióxido de carbono e a

retirada das usinas nucleares até o ano de 2022, visto que a União Europeia

pretendia reduzir as emissões deste gás em 120 gramas por quilômetro até o

ano de 2012 (NICACIO, 2007). Entretanto, para que fosse atingida a redução

das emissões uma mudança da matriz era inadiável e para isso, foram criadas

tarifas para atrair investidores em novas tecnologias (GONÇALVES, 2015).

Neste mesmo ano, a Alemanha foi declarada como a maior produtora de

biodiesel pela European Biodiesel Board (EBB), onde a produção do ano

anterior atingiu 1,67 milhões de toneladas de biodiesel (LIMA et al., 2008). Em

2015, ocorreu um marco histórico no país Germânico, onde 78% da energia

utilizada no país era de origem renovável, o que equivale a produção de 50

usinas de carvão.

Atualmente, existem disponíveis nos postos combustíveis para

abastecimento as misturas de 5% a 20% de biodiesel em diesel e em alguns

casos, para veículos autorizados, têm-se combustíveis com 100% de biodiesel

(B100), porém com a imposição do governo de cobrar um imposto de 18

centavos de Euro por litro, o biodiesel puro não tem sido tão atraente quanto o

diesel de petróleo (TECOSOL).

16

CAPÍTULO II

PANORAMA DO BIODIESEL

O biodiesel é uma mistura de alquilésteres de cadeia linear, obtida

da transesterificação catalítica dos triglicerídeos de óleos e gorduras com

álcoois de cadeia curta conforme figura 10.

Figura 10 – Reação de Transesterificação de triglicerídeos.

Fonte: LOTERO et al., 2005.

Este biocombustível tem se tornado uma alternativa interessante

para os motores diesel, pois ele possui propriedades similares ao óleo diesel

mineral, podendo inclusive, substituí-lo com pouca ou nenhuma mudança no

motor (MACHADO et al., 2006).

O biodiesel é um exemplo, já em aplicação, do emprego da

biomassa para produção de energia, este apresenta vantagens sobre o diesel

de petróleo, segundo LOTERO et al. (2005) pois não é tóxico e é proveniente

de fontes renováveis, além da melhor qualidade das emissões durante o

processo de combustão (CORRÊA, 2006).

O biodiesel já vem sendo utilizado em todo o mundo. No Brasil seu

uso tornou-se obrigatório desde 1º de janeiro de 2010, onde todo o diesel

comercializado passou a conter 5% de biodiesel em sua composição. O Brasil

e a Alemanha estão entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel

do mundo.

17

O biodiesel fornece uma quantidade de energia cerca de 10% menor

que o diesel de petróleo, mas seu desempenho motor é praticamente o mesmo

no que diz respeito à potência e ao torque (LOTERO et al., 2005).

Além disso, este biocombustível pode ser obtido a partir de qualquer

fonte de ácidos graxos, inclusive resíduos graxos aparecem como matéria-

prima. Nesse sentido, podem ser citados os óleos de frituras, as borras de

refinação, a matéria graxa dos esgotos, óleos, gorduras vegetais ou animais e

diversas outras fontes (FRANÇA, 2008), conforme figura 11.

Figura 11 – Matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel no Brasil.

Fonte: ANP, 2016.

O processo de produção do biodiesel ocorre conforme o diagrama

mostrado na figura 12, onde alguns fatores devem ser levados em

consideração para que seja obtida uma excelente conversão.

A matéria-prima deve possuir o mínimo de umidade e acidez, a

reação de transesterificação pode empregar como agente transesterificador

tanto álcoois metílicos quanto etílicos, para que a reação seja mais rápida,

utilizam-se catalisadores, podendo ser básicos ou ácidos (NOGUEIRA, 2010).

18

Figura 12 – Diagrama de blocos do processo de produção do biodiesel.

Fonte: NOGUEIRA, 2010.

Segundo a UBRABIO (2010), o biodiesel oferece inúmeras

vantagens em relação ao diesel fóssil como ser uma energia renovável com

alto potencial de geração de empregos e renda, sobretudo no campo, menos

poluente que o diesel, proporcionando importante ganho ambiental, possibilita

a utilização de créditos de carbono, ser um ótimo lubrificante para motores e

seu risco de explosão é baixo, o que facilita questões relacionadas a transporte

e armazenamento.

2.1. Biodiesel no Brasil

O biodiesel no Brasil é obtido a partir de diferentes fontes

oleaginosas como soja, dendê, girassol, mamona, algodão, amendoim, algas,

19

gorduras animais como frango, porco, boi e óleos, gorduras residuais como

restaurantes e esgotos e esse biocombustível pode substituir totalmente ou

parcialmente o diesel de petróleo em veículos ou máquinas geradoras de

energia, apesar da diversidade de matérias-primas para produção do biodiesel,

no país a matéria-prima predominante é a soja, seguida da gordura bovina

como foi mostrado na figura 11 (CARVALHO, 2013).

De acordo com o Programa Nacional de Produção e Uso do

Biodiesel (PNPB) criado em 2005, a comercialização do biodiesel é realizada

por meio de leilões públicos, assim pode se garantir a descentralização da

produção pelo grande produtor, garantindo igualdade de acesso aos

fornecedores, desenvolvendo regiões menos favorecidas e de agricultura

familiar.

O país possuí grande vantagem geográfica, pois devido sua posição

no Globo terrestre, ele dispõe de altas taxas de luminosidade e temperaturas,

além de recursos hídricos, territórios abundantes e diferentes climas por todo

território nacional, permitindo o cultivo de diferentes matérias-primas em cada

região do país como mostra a figura 13 (ANP, 2016).

Figura 13 – Percentual das matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel por região em junho de 2016.

Fonte: ANP, 2016.

20

Em 2011, o Brasil conquistou a posição de maior consumidor de

biodiesel do mundo, sendo também o segundo maior produtor mundial, atrás

dos Estados Unidos. No ano seguinte, o Brasil estava lado a lado com a

Alemanha na terceira posição na produção. Em 2013, o Brasil perdeu um lugar

de novo se tornando o quarto maior produtor mundial do biodiesel, atrás de

EUA, Argentina e Alemanha e no ano de 2015 o Brasil superou a Alemanha em

consumo conforme figura 14 (CARVALHO, 2013; ANP, 2016).

Figura 14 – Consumo de biodiesel pelos principais produtores.

Fonte: ANP, 2016.

A produção do biodiesel assim como o consumo, vem crescendo a

cada ano, graças as sanções de leis com obrigatoriedade do uso do biodiesel,

aos incentivos do Governo Federal como o Selo Combustível Social concedido

aos produtores que adquirem a matéria-prima da agricultura familiar e

assegurem assistência técnica e capacitação. Para incentivar os produtores a

adquirirem o selo, o governo estabeleceu redução das alíquotas PIS/COFINS,

a figura 15 mostra a crescente quantidade de unidades com Selo Social. Essa

medida tem agradado os agricultores que tem a garantia de ter seu cultivo

comprado e aos produtores que possuem benefícios fiscais e exclusividade nos

leilões do lote 1 da ANP (UBRABIO, 2010; ANP, 2016).

21

Figura 15 – Capacidade instalada de produção de biodiesel de empresas com Selo Social.

Fonte: ANP, 2016.

2.2. Biodiesel na Alemanha

A Alemanha já produzia e implementava políticas de estímulo ao

biodiesel desde a década de 80, neste país, a produção ganhava impulso

desde 1990, transformando a Alemanha no maior produtor mundial deste

biocombustível. Tal crescimento ocorreu porque se instalou no país uma

grande rede de postos de combustíveis que disponibilizaram o produto na

forma pura (B100), porém o aumento da produção também se deve ao

programa de subsídios instituído pelo governo, que destinava verbas

expressivas para a produção de óleo vegetal (principalmente da colza, canola e

girassol). Com isso, a produção quadruplicou entre 2002 e 2005, atingindo o

patamar de aproximadamente 2 milhões de litros em 2005.

Registros históricos mostram que o programa biodiesel na Alemanha

ganhou projeção nacional a partir de meados dos anos de 1990, quando os

táxis foram utilizados para promover o produto no país, distribuindo-se folhetos

explicativos sobre o novo biocombustível e suas vantagens, especialmente em

termos de preservação ambiental. Paralelamente a isso, adotou-se outra

estratégia junto aos postos de combustíveis, em que eram disponibilizadas

22

duas bombas para abastecimento: uma com o óleo derivado do petróleo e

outra com óleo biodiesel, identificada com um selo verde. Dados de 2003

revelam que existiam aproximadamente 2.000 postos de combustíveis

distribuindo biodiesel e que a frota que circulava com esse combustível no

mesmo ano era de 2 milhões de automóveis, a figura 16 mostra a evolução das

vendas.

Figura 16 – Venda de biodiesel na Alemanha de 1997 a 2002.

Fonte: UFOP, 2003.

O marco regulatório é outra característica relevante do programa na

Alemanha, tendo em vista que desde 1997 esse mercado é regulado por

legislação própria (DIN 51606), a qual recentemente passou a se adequar à

própria legislação Europeia. Paralelamente, criou-se o grupo misto (governo,

produtores e comerciantes) denominado de “Grupo de Funcionamento do

Biodiesel”, cuja finalidade é implementar mecanismos de monitoramento e de

controle de qualidade do biocombustível produzido (MATTEI, 2008).

Na Alemanha a principal matéria-prima para produção do biodiesel é

o óleo de colza como mostra a figura 17, o biodiesel é obtido da

transesterificação desse óleo com metanol em uma única etapa, fornecendo

um combustível de alto padrão e outro aspecto importante é que o óleo de

23

colza não é utilizado na alimentação humana, surgindo um ponto estratégico,

pois as áreas que não fossem mais necessárias para agricultura alimentícia,

poderiam ser utilizadas para o cultivo de matérias-primas para a produção de

biodiesel com subsídios do governo e isenção de 90% dos impostos, esses

incentivos resultaram num rápido crescimento da produção, chegando a atingir

o valor de 1,8 milhões de toneladas em 2005 como mostra a figura 18 (UFOP,

2003; BIODIESELBR, 2007; UFOP, 2013).

Figura 17 – Porcentagem das matérias-primas utilizadas para produção do biodiesel.

Fonte: UFOP, 2013.

Figura 18 – Crescimento do biodiesel na Alemanha.

Fonte: BIODIESELBR, 2007.

Coco

Colza Palma

Soja

24

Em 2007, os incentivos fiscais começaram a ser substituídos,

entrando em vigor Biofuel Quota Act , incidindo impostos sobre o biodiesel e

sobre o óleo vegetal, onde a previsão era de atingir o valor de 45 centavos de

Euro por litro em 2012 como mostra a figura 19.

Figura 19 – Impostos sobre o biodiesel na Alemanha.

Fonte: BIODIESELBR, 2007.

Em 2008, a legislação tributária que entrou em vigor, eliminou a

isenção de impostos aos combustíveis alternativos, desde então o consumo de

biodiesel tem declinado como é possível ver na figura 20 e em 2014, os

ministros de energia da União Europeia decidiram limitar o uso de produtos

agrícolas, utilizados na alimentação, para a produção de biodiesel. Algumas

empresas estão reavaliando o mercado do biodiesel na Alemanha, visto que o

cenário não é o mesmo do início da produção do biocombustível (HOGAN,

2015).

25

Figura 20- Consumo do biodiesel na Alemanha.

Fonte: LANE, 2015.

Bioetanol

B100

BX

26

CAPÍTULO III

METODOLOGIA DE ESTUDO

A metodologia de estudo será análise SWOT ou FOFA em

Português é uma ferramenta estratégica simples que permite posicionar ou

verificar a posição de uma empresa, neste caso dos países, em relação ao

ambiente. A sigla SWOT vem do Inglês e é um acrônimo formado a partir de

quatro palavras, Strenghts (Força), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities

(Oportunidades) e Threats (Ameaças). Essa metodologia é apresentada no

formato de matriz e a matriz é analisada quanto aos fatores (ambientes)

internos e externos, e quanto aos fatores positivos e negativos como mostra a

figura 21 (NOGUEIRA, 2010).

Figura 21 – Matriz SWOT.

Fonte: PAULA, 2015.

A matriz se apresenta na forma de cenários, onde o ambiente

interno engloba as Forças e Fraquezas e o ambiente externo engloba as

Oportunidades e Ameaças. As Forças e Fraquezas estão relacionadas aos

fatores da organização, que são internos e gerenciáveis. Enquanto que, as

27

Oportunidades e Ameaças não estão ligadas às questões organizacionais

internas, não sendo possível manipulá-las diretamente, pode se dizer que são

antecipações do futuro (NOGUEIRA, 2010).

Para estabelecer o que será escrito em cada quadrante, é

necessário entender o que cada um representa e o que pode ser abordado no

mesmo como mostra a figura 22.

Figura 22 – Representações dos quadrantes.

Fonte: BARROS, 2013.

3.1. Ambiente Interno (Forças e Fraquezas)

Para o biodiesel as Forças e as Fraquezas podem ser relacionadas

quanto aos atributos tecnológicos. No caso das Forças, atributos que

impulsionam o desenvolvimento e para as Fraquezas, atributos que

condicionam ou limitam o desenvolvimento. Os fatores que serão analisados

para o Brasil e Alemanha serão:

Fator 1: Produção de alimentos e Produção de biodiesel;

28

Fator 2: Potencial de geração de empregos;

Fator 3: Crescimento da Produção.

3.2. Ambiente Externo (Oportunidades e Ameaças)

Para o biodiesel as Oportunidades e as Ameaças podem ser

relacionadas aos fatores externos que cubram um vasto contexto ou ambiente

no qual o país opera. No caso das Oportunidades, avaliam-se os fatores

externos atraentes que representam a razão para a empresa de existir e

prosperar e para as Ameaças, fatores que representam a ameaça para o

crescimento e desenvolvimento da organização. Os fatores que serão

analisados para o Brasil e Alemanha serão (CHANTHAWONG e DHAKAL,

2016):

Fator 4: Impostos;

Fator 5: Preço das matérias-primas;

Fator 6: Maturidade da Tecnologia.

29

CAPÍTULO IV

INDICADORES / FATORES DE ESTUDO

Este capítulo apresenta uma breve discussão a respeito dos seis

fatores de estudo em cada país e será apresentada a matriz SWOT a partir das

informações da explanação dos fatores.

4.1. Fator 1: Produção de Alimentos e Produção de Biodiesel

Com a crise dos alimentos em 2008 como pode se observar na

figura 23, a produção de biodiesel passou a ser questionada frente à produção

de alimentos, pois a discussão é até que ponto seria possível expandir as

culturas para produção energética sem colocar em risco as culturas destinadas

à alimentação (NOGUEIRA, 2010). A crescente utilização de algumas culturas

para biocombustível ocasionou uma elevação nos preços dos alimentos. Onde

os preços elevados dos grãos podem causar perdas de bem-estar social para

os pobres, em grande parte são eles os consumidores desses grãos.

Entretanto, os produtores familiares, vendedores desses grãos, sairiam

ganhando com os preços mais altos dos alimentos, gerando emprego e

aumentando a renda no meio rural (ALEXANDER e HURT, 2008).

30

Figura 23 – Preços dos alimentos e petróleo no mundo.

Fonte: PLANETA SUSTENTÁVEL, 2009.

No Brasil, existem cerca de 90 milhões de hectares de terras

disponíveis para expansão agrícola, sem levar em conta a existência de 210

milhões de hectares de pastagens com algum grau de degradação, que sendo

recuperadas, poderiam ser utilizadas na produção de alimentos ou de

biodiesel, ver figura 24 (VAZ, 2011).

Figura 24– Uso das terras no Brasil.

Fonte: VAZ, 2011.

31

Na Alemanha em 2010, 17,975 milhões de hectares não possuíam

agricultura como mostra a figura 25, a área total destinada para plantação de

era de 1,461 milhões de hectares, desta área, 531 mil hectares eram

destinados à produção de biodiesel no país para a União Europeia, 214 mil

hectares eram destinados à produção de biodiesel no país, 652 mil hectares

eram destinados à produção de biodiesel fora da Alemanha e União Europeia e

65 mil hectares eram destinados à produção de biodiesel para União Europeia,

mas fora da Alemanha. Em 2016, a área total destinada à plantação de colza é

de 1, 3 milhões de hectares (UFOP, 2016).

Figura 25 – Uso das terras na Alemanha.

Fonte: UFOP, 2016.

Ambos os países possuem terras que podem ser utilizadas no

cultivo de matérias-primas para produção de biodiesel, no caso da colza na

Alemanha, além de fornecer óleo para produção de biodiesel, ela ainda faz a

nitrogenação o solo deficiente (BIODIESELBR, 2006). No Brasil, vem surgindo

um novo conceito de produção de biodiesel a partir das microalgas, que não

Área Total Área para Colza

32

necessitam de solo produtivo para cultivo e também há a produção a partir de

mamona, que não é utilizada na cadeia alimentar humana (NOGUEIRA, 2010).

4.2. Fator 2: Potencial de Geração de Empregos

A geração de empregos está associada ao aumento da produção e

consumo do biodiesel, porém o biodiesel a partir da soja não pode ser

considerado socialmente sustentável, pois não altera o perfil da mão de obra

do complexo da soja (NOGUEIRA, 2010).

Figura 26 – Consumo de biodiesel nos principais países produtores.

Fonte: ANP, 2016.

Ao observar o gráfico na figura 26, nota-se que o consumo de

biodiesel no Brasil é muito superior ao consumo de biodiesel na Alemanha, o

que acarreta em mais geração de empregos no Brasil que na Alemanha

(HOFFMANN, 2006).

33

4.3. Fator 3: Crescimento da Produção

O Brasil mostra um crescimento expressivo na sua produção de

biodiesel, enquanto que a Alemanha apresenta a sua produção de 2014

praticamente igual à produção de 2013 conforme figura 28, ao analisar os

mesmos anos para o Brasil, é possível notar o aumento na produção,

especialmente após o mês de setembro conforme figura 27. Apesar, do

crescimento da produção ser um ótimo indicativo, em contrapartida, tem um

crescimento na geração do subproduto glicerol, este subproduto tem causado

transtornos para os produtores, pois o mercado para ele não é tão atrativo.

Figura 27 – Produção de Biodiesel no Brasil 2013-2016.

Fonte: ANP, 2016.

34

Figura 28 – Produção de Biodiesel na União Europeia (Alemanha) 2006-2014.

Fonte: BIODIESEL MARKET, 2015.

4.4. Fator 4: Impostos

A agricultura familiar no Brasil é mais comum no Norte e Nordeste,

onde se tem uma agricultura menos moderna. Por isso, o Programa Nacional

de Produção e Uso do Biodiesel de 2004, associou a produção de biodiesel à

agricultura familiar, no qual o governo fornece benefícios fiscais e a certificação

através do selo combustível social ao produtor que adquirir sua matéria-prima

da agricultura familiar (NOGUEIRA, 2010).

Inicialmente, na Alemanha, para incentivar a produção de biodiesel,

o governo isentou o biocombustível de impostos, porém em 2008, os impostos

foram adicionados ao valor do B100, fazendo com que o consumo e produção

declinassem (BIODIESEL MARKET, 2015). Entretanto, o parlamento

americano aprovou uma reforma da Lei de Energia Renovável que entrará em

vigor em janeiro de 2017, a qual determina que os geradores de energia mais

baratos serão premiados e limitará o uso da taxa fixa.

Alemanha

35

4.5. Fator 5: Preço das matérias-primas

No Brasil, o óleo da soja é a principal matéria-prima, mas também

existem os óleos de palma (dendê), girassol e canola, além do sebo bovino.

Como mostra a figura 29, o óleo da soja sofreu muitas variações no seu preço

dos anos de 2012 a 2016, ainda pode-se observar que ao comparar janeiro de

2015 com janeiro de 2016, o preço do óleo de soja sofreu uma variação de

quase 30% de aumento (ANP, 2016).

Figura 29 – Preço do óleo de soja.

Fonte: ANP, 2016.

Ao analisar as demais matérias-primas utilizadas na produção do

biodiesel no Brasil, pode-se verificar aumento no preço de todos os óleos no

mercado internacional.

Figura 30 – Preços dos óleos no mercado internacional.

Fonte: ANP, 2016.

36

O mesmo ocorreu para o sebo bovino, apesar de ser uma matéria-

prima com menos excelência, também sofreu um grande aumento no seu valor.

Figura 31 – Preço do sebo bovino no Brasil.

Fonte: ANP, 2016.

Ao analisar o gráfico da figura 32, pode-se notar que o preço do óleo

de colza (verde), na União Europeia, variou tanto quanto o preço do óleo de

soja (azul).

Figura 32 – Preço dos óleos na União Europeia.

Fonte: UFOP, 2016.

37

4.6. Fator 6: Maturidade Tecnológica

Ao analisar o fator maturidade tecnológica, para os dois países,

pode se notar que a Alemanha saiu na frente do Brasil, nada mais justo, visto

que a Alemanha começou as pesquisas e investimentos no biodiesel

pioneiramente. Segundo Neto (2007), a Alemanha chegou a assumir a posição

de maior produtora de biodiesel no mundo, deixando para trás grandes

potências produtoras com França, Estados Unidos da América e Brasil.

Tal maturidade fica evidente ao realizar uma prospecção tecnológica

em patentes na base de dados United States Patent and Trademark Office

(USPTO), uma das maiores base de dados do mundo, que compreendeu o

período de 2001 a 12 de agosto de 2016 para ambos os países.

A busca foi feita por expressões que tivesse DE sigla para Alemanha

na base, no campo País Inventor e biodiesel no resumo, a imagem da busca

está no anexo 2. Para o Brasil, a busca foi feita por expressões que tivesse BR

sigla para Brasil na base, no campo País Inventor e biodiesel no resumo, a

imagem da busca está no anexo 1. Foram encontradas 54 patentes para

Alemanha e 41 patentes para o Brasil. De 2001 a 2010, existiam somente 27

patentes para Alemanha e para o Brasil somente 20 patentes.

Apesar de algumas empresas, como ADM, estarem desistindo das

pesquisas por causa da queda do consumo, a Alemanha continua dando

passos pioneiros e importantes, em agosto de 2016 os Alemães descobriram o

que fazer para separar a biomassa da água utilizada para cultivá-la diminuindo

custos e gastos de energia (BIODIESELBR, 2016).

4.7. Fator 7: Matriz SWOT

Após a explanação dos fatores é possível organizar a matriz SWOT

para o Brasil e a Alemanha, definindo suas forças, fraquezas, oportunidades e

ameaças.

38

4.7.1. Matriz SWOT para o Brasil

39

4.7.2. Matriz SWOT para a Alemanha

40

CONCLUSÃO

A questão da inserção do biodiesel nas matrizes energéticas no

Brasil e na Alemanha é um assunto já consolidado, visto que os países são

grandes produtores mundiais de biodiesel.

O Brasil possuí mais áreas disponíveis para expansão agrícola e

também mais matérias-primas para produção do biodiesel, embora a Alemanha

tenha maior maturidade tecnológica na produção desse biocombustível.

Entretanto, ambos os países precisam desenvolver tecnologias para produção

do biodiesel a partir da microalga.

No Brasil o biodiesel tem gerado novos postos de emprego e o

governo tem fornecido incentivos fiscais, ao contrário da Alemanha que não

tem gerado emprego, pois sua produção está estagnada e o governo aumentou

a carga tributária.

A queda do consumo de biodiesel na Alemanha influencia em

diversos fatores estudados e a matriz SWOT permite de forma clara apresentar

as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para cada um dos países, essa

ferramenta permite que estratégias sejam tomadas a fim de melhorar o

desenvolvimento do biodiesel nos países;

Como sugestão para trabalhos futuros, seria interessante a

aplicação da análise SWOT nas cinco regiões Brasileiras, já que cada uma tem

clima diferente e consequentemente o cultivo de matérias-primas é diferentes,

além de dispor de tecnologias nos mais variados graus de modernidade.

.

41

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46

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Tabela de Oferta Interna Energética 10

Figura 2 – Aumento da tarifa residencial de eletricidade 10

Figura 3 – Comportamento dos preços médios mensais da gasolina

automotiva no Brasil 11

Figura 4 – Comportamento dos preços médios mensais do óleo diesel

no Brasil 11

Figura 5 – Produção de etanol 12

Figura 6 – Percentuais do biodiesel na mistura 12

Figura 7 – Produção de biodiesel 13

Figura 8 – Emissões de CO2 por setor da economia de 1973 a 2011 14

Figura 9 – Importação de fontes de energia na Alemanha 14

Figura 10 – Reação de Transesterificação de triglicerídeos 16

Figura 11 – Matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel no

Brasil 17

Figura 12 – Diagrama de blocos do processo de produção do biodiesel 18

Figura 13 – Percentual das matérias-primas utilizadas para

produção de biodiesel por região em junho de 2016 19

Figura 14 – Consumo do biodiesel pelos principais produtores 20

Figura 15– Capacidade instalada de produção de biodiesel de empresas

47

com Selo Social 21

Figura 16 – Venda de biodiesel na Alemanha de 1997 a 2002 22

Figura 17 – Porcentagem das matérias-primas utilizadas para produção

do biodiesel 23

Figura 18 – Crescimento do biodiesel na Alemanha 23

Figura 19 – Impostos sobre o biodiesel na Alemanha 24

Figura 20 – Consumo do biodiesel na Alemanha 25

Figura 21 – Matriz SWOT 26

Figura 22 – Representação dos quadrantes 27

Figura 23 – Preços dos alimentos e petróleo no mundo 30

Figura 24 – Uso das terras no Brasil 30

Figura 25 – Uso das terras na Alemanha 31

Figura 26 – Consumo de biodiesel nos principais países produtores 32

Figura 27 – Produção de Biodiesel no Brasil 2013-2016 33

Figura 28 – Produção de Biodiesel na União Europeia (Alemanha)

2006-2014 34

Figura 29 – Preço do óleo de soja 35

Figura 30 – Preços dos óleos no mercado internacional 35

Figura 31 – Preço do sebo bovino no Brasil 36

Figura 32 – Preço dos óleos na União Europeia 36

48

ANEXO 1

USPTO - BRASIL

49

ANEXO 2

USPTO - ALEMANHA