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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Violência nas escolas: alunos desinteressados e professores desmotivados. Por: Beatriz Braga Borges Orientador Prof. Dr. Vilson Sérgio Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Violência nas escolas: alunos desinteressados e professores

desmotivados.

Por: Beatriz Braga Borges

Orientador

Prof. Dr. Vilson Sérgio

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O olhar do psicopedagogo no comportamento social das crianças.

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia.

Por: Beatriz Braga Borges.

3

AGRADECIMENTOS

A minha família e amigos.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a toda minha família,

que me apoiou e incentivou a realizar esta

nova etapa em minha vida. E a todos os

docentes que enfrentam dificuldades ao

longo de suas carreiras, muita das vezes

pensando em desistir. Que este artigo

ajude a todos como também me ajudou.

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RESUMO

Falar sobre violência hoje em dia, infelizmente, ficou mais fácil. Ocorre

diariamente, em diversos lugares e em varias situações, até mesmo dentro das

escolas. A violência escolar tem acontecido cada vez com mais frequência e

precisamos vê-la como uma consequência histórica vivida pela sociedade.

Partimos do pressuposto de que um ensino voltado para o diálogo e a

conscientização para a cidadania é de suma relevância para que ocorra, ou

pelo menos amenize os atos violentos que enfrentamos dentro do ambiente

escolar. Com isto, depois de muito pesquisar, percebemos que o ambiente

escolar deve trazer consigo a realidade do aluno, para assim envolve-lo e criar

um espaço agradável para estar. Sabemos que alunos trazem uma bagagem,

uma vivencia, então devemos conhecer esse sujeito, envolve-lo para que

assim consigamos conviver.

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METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho esta interligada a minha experiência como

docente no ensino fundamental. Visto que nas escolas atuais os alunos tem

tido comportamentos muito agressivos e violentos.

Porem, a construção deste trabalho se fez através de pesquisas bibliográficas

onde encontramos autores como: Beatriz e Bianca Acampora – Eduque sem

bater - psicóloga e psicopedagoga, especialista em educação infantil e arte

terapia.

Cesar Augusto Alves da Silva – Além dos muros da escola – mestre em

educação, professor no ensino publico estadual nos níveis fundamental II,

médio e EJA.

Yves de La Taille - limites: três dimensões educacionais - professor do Instituto

de Psicologia da Universidade de São Paulo. Especialista em Psicologia Moral

(a ciência que investiga os processos mentais que levam alguém a obedecer

ou não a regras e valores).

Estes autores acima citados e outros que serão colocados ao longo deu

origem ao fundamento teórico necessário para concretização de tal projeto.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I -

Breve resumo sobre a violência nas escolas 11

CAPÍTULO II -

Comportamentos sociais e educacionais 16

CAPÍTULO III –

O papel do psicopedagogo dentro da unidade escolar 23

CONCLUSÃO 34

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 36

8

INTRODUÇÃO

A violência nas escolas hoje em dia tem sido tamanha que virou alvo de

debates e discussões entre os educadores de todos os níveis de ensino, desde

a Educação Infantil e porque não dizer até o Ensino Superior. De acordo com o

que AQUINO (1996) afirma, muitos educadores deixam de seguir esta

profissão por medo de enfrentar alunos problemas. “Muitos têm medo de

enfrentar a sala de aula, não apenas por temerem não ter êxito na tarefa de

ensinar, mas, sobretudo por não saberem se receberão tratamento digno por

parte de seus alunos”. (p. 20)

Há vários relatos de professores sobre esta demanda disciplinar, pois

sabemos que a ordem e o respeito ao próximo são uma das maiores

dificuldades no trabalho em sala de aula. Não há professor que goste de

desordem, lógico que é valido lembrar que não existem alunos quietos e

atentos ao professor o tempo todo, afinal estamos lidando com crianças e não

máquinas. Porém quando o caos toma conta e a bagunça se instala o

professor fica inoperante, não consegue controlar a própria turma, e esse

sentimento de incapaz faz com que sua autoestima desfaleça, pensando a

todo o momento se realmente vale a pena prosseguir.

Quando falamos sobre disciplina em sala, lembramos logo dos tempos

antigos de escola onde a educação demandava disciplina, e

consequentemente, se existia disciplina existia também o castigo. Segundo

PARRAT-DAYAN (2011): “O conceito de indisciplina é definido em relação ao

de disciplina: o conceito de disciplina se relaciona à existência de regras e o de

indisciplina à desobediência a essas regras.” (p. 18). Aquele aluno que era

considerado disciplinado tinha consigo a obediência, já os indisciplinados eram

desordeiros e rebeldes.

Porém vemos que houve uma mudança drástica nos atos de ensino

aprendizagem, e podemos entender que é uma melhora na vida do individuo,

pois não adianta ter ordem em sala e alunos que não produzirem e nem se

relacionarem entre si. Os novos métodos de ensino visa o aluno em primeiro

9

lugar, ajudando a se conhecer e a conhecer o mundo em que vive, criando

identidade e autonomia.

O tema abordado é muito complexo, pois a indisciplina como se trata de

um assunto abrangente pode haver muitas causas. Tempos atrás víamos

famílias envolvidas na educação de seu filho, pais presentes, mães

cuidadosas. E tais atitudes faziam do filho um ser mais carinhoso e

respeitador. O que temos visto hoje são famílias desestruturadas, mães e pais

sem paciência, violentos uns com os outros e até mesmo com os filhos. É

difícil hoje em dia encontrar família inserida na escola, preocupada com os

estudos dos filhos.

Concordo quando ACAMPORA (2014) diz:

“Ser pai e mãe no século XXI não é fácil, pois são muitas as oportunidades e ameaças que o mundo atual oferta. É preciso que se queira desempenhar esses papéis compreendendo que o(a) filho(a) não é um brinquedo ou uma propriedade, mas um ser em desenvolvimento sob cuidados que deveriam ser pautados no amor, e isso também implica estabelecer limites.” (p. 15).

É cada vez mais cedo que as meninas estão tendo filhos, muitas

adolescente, que não estão com seu caráter formado. A família que tanto se

prezava antigamente hoje já nem existe mais. Crianças tendo que ser criados

por irmão mais velhos, tios, avos. Crianças sendo violentadas desde cedo,

dentro da própria casa. Crianças que nem ao menos sabem quem são seus

pais. Todos esses acontecimentos confunde a cabeça do sujeito, traumatiza,

abala e gera sentimento de raiva e ódio. Segundo PARRAT-DAYAN, 2011: “as

causas da indisciplina estão mais nos contextos que a produzem do que no

próprio indivíduo”. (p. 9).

Voltemos então para a sala de aula. A indisciplina em sala pode ser

causada por diversos motivos. Há professores que se ofendem, por exemplo,

com um caderno desleixado. Há outros mais radicais que qualquer ruído por

parte do aluno já é questão de desrespeito. São pequenos detalhes diários que

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se juntam e acabam com a relação professor/aluno, tira toda e qualquer

motivação, tanto do educador quanto do educando.

Este problema talvez continue pelo medo que os adultos têm de impor

limites e normas. Como cita AQUINO, 1996: “a indisciplina em sala de aula não

se deve essencialmente a ‘falhas’ psicopedagógicas, pois está em jogo o lugar

que a escola ocupa hoje na sociedade, o lugar que a criança e o jovem

ocupam e o lugar que a moral ocupa”. (p. 22).

Como docente, é fundamental que se conhecer o aluno em todos os

aspectos. Quem esta com ele diariamente, quem são seus pais sua profissões,

onde mora, o que pratica quando não esta na escola, enfim para ter um aluno

disciplinado deve conquista-lo. Quando o professor demonstra interesse pelo

aluno, este ser se enche de orgulho e com isto cria-se vínculos e elos cada vez

mais forte. TIBA (2006) reforça: “Se os professores e pais tivessem

conhecimento do que se passa com seus alunos e filhos, provavelmente

muitos conflitos deixariam de existir.” (p.145).

Devemos estar sempre cientes que não há alunos perfeitos, assim como

não existem professores primorosos. Somos todos seres humanos sujeitos a

erros, a falhas. Cada aluno pode apresentar um comportamento diferenciado

para um determinado professor. Existe a afinidade natural e a repulsa por parte

de ambos. Por isso é importante esclarecer as regras de convivência para que

ocorra o mínimo de conflito em sala. E o mais importante é que o professor

não rotule o aluno só por seu comportamento agressivo, que muita das vezes

só quer chamar a atenção. Pois concordando com TIBA, 2006: “Ser

disciplinado não é obedecer cegamente; é colocar para si próprio, regras de

conduta em função de valores que se quer alcançar.” (p.33).

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CAPITULO I

BREVE RESUMO SOBRE A VIOLENCIA NAS ESCOLAS.

Devemos entender que há vários tipos de violência, como: violência

física, que inclui socos, chutes, crimes, vandalismos e estupros; violência

verbal, que são as humilhações em publico, falta de respeito; há também a dita

violência simbólica que é a falta de interesse dos alunos em sala e a

insatisfação profissional dos professores. Em todos estes tipos de violência, há

sempre uma violência psicológica, tanto em quem pratica quanto em quem

recebe.

Para tentar compreender um pouco os atos violentos que vem

crescendo em nossas escolas e até mesmo em nossa sociedade devemos

levar em conta os fatores que influenciam estas questões. Segundo

WAISELFISZ, 1998:

“O aumento da violência cotidiana configura-se como aspecto representativo e problemático da atual organização da vida social nos grandes centros urbanos, manifestando-se nas várias esferas da sociedade e constituindo-se como um dos principais problemas do momento.” (p.23).

Uma instituição de ensino externamente será influenciada pelo espaço

em que está inserida, tal como por seus gêneros e relações raciais. Porém,

internamente a escola sofrerá talvez por alunos em idades avançadas que não

estão satisfeitos por estar ali, também se deve pensar nas disciplinas e regras

presentes em tal escola, se as punições por falta de comportamento adequado

causam ou não impacto nestes alunos. Enfim, há todo um processo que

devemos levar em conta, pois tudo que está a nossa volta pode nos ser

favorável ou não.

Vejo que nos dias atuais, a indisciplina é um dos maiores problemas

encontrado nas escolas. Também conhecida como, falta de limite, tumulto,

bagunça, desrespeito as autoridades presentes, etc. Observando tais

comportamentos e conhecendo mais sobre a criança e sua vida fora da escola,

percebemos que estão associadas a uma falha psíquica, ou seja, os pais ali

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presentes, que são a base na vida de uma criança ou até mesmo a sociedade

que é onde ela está inserida não demostram afetos ou mesmo vínculos para

que se criem laços afetivos, e com isso uma criança cresce com ódio de uma

sociedade injusta e com raiva de uma família distante, porém dentro de sua

própria casa.

Quando o indivíduo se vê frente a isto ele tenta criar vínculos com

aqueles que lhes agradam, estes jovens são altamente influenciados por

“amigos”, família, sociedade e até mesmo pelas redes sociais. Fora da escola

este indivíduo tenta sobreviver. E será dentro das escolas que ele mostrará

domínio publico.

Todavia não devemos esquecer que a educação e o respeito mútuo

pelos demais, vem de casa. Segundo ACAMPORA, 2014:

“Os pais são os grandes responsáveis por ensinar aos filhos valores e responsabilidade que são formadores do caráter e da personalidade. Quando os pais batem, xingam ou humilham a criança, isso se refletira diretamente na personalidade dela e no modo como percebe as situações.” (p.13).

Pensando assim, antes de rotular crianças por causa de seus maus

comportamentos devemos orientar os pais dos pequenos para que a mudança

aconteça. Se uma criança recebe maus tratos em casa e demonstra isso na

escola, com os colegas, não será gritando ou perdendo a paciência que a

situação será resolvida.

Sabemos que a violência existente no espaço escolar é um obstáculo

muito grande no processo de ensino/aprendizagem; prejudica os alunos

presente em sala, embaraça o professor, pois não conseguirá ministrar a aula

e atrasa o próprio indisciplinado, que parece não se importar com o aprender.

A indisciplina dentro das escolas pode modificar o aluno, a sua

identidade, seu caráter, seu crescimento e desenvolvimento, seu meio social e

cultural. Os alunos estão em continuo processo de crescimento e mudanças,

por mais que os docentes e gestores queiram os discentes não estarão

sempre quietos e comportados, mas também não estarão sempre inquietos.

13

Não terão o mesmo tipo de comportamento ao longo dos anos letivo. Com isso

podemos perceber que parte dessa indisciplina esta relacionada ao

crescimento do aluno.

Ao longo dos anos este aluno perceberá que agindo violentamente não

fará dele uma pessoa respeitável e sim cruel, aonde ninguém quer estar perto.

Porem não temos como garantir que isto aconteça, pois cada criança se

modifica e se molda de um jeito, por isso devemos ajudar a todas e não rotula-

las.

De acordo com ACAMPORA (2014), “quando a criança entra em contato

com a violência, elas não sabem que existe outra forma de relacionamento, é

como se a violência fosse a única alternativa viável de se conseguir o que

quer.”

As condutas violentas na escola têm certa intencionalidade perniciosa.

Podem ser determinados de fora para dentro, como acontece muitas vezes

nos bairros desmoralizados invadidos pela miséria, onde atuantes alheios ao

meio o denigrem e assolam.

Pode tratar-se de alunos problema que adotam a desordem e à

hierarquia escolar, destruindo materiais e atribuindo um clima de desrespeito

permanente.

Ou podem ser simplesmente comportamentos violentos na escola, que

acontecem, sobretudo quando esta não estabelece ambientes

satisfatoriamente serenos para a construção de valores simbólicos a este local.

A violência pode ser repente de muitos casos de indisciplina que não

foram resolvidas e que constituem a origem de um comportamento mais

agressivo. Portanto devemos levar em conta todos os fatores que envolvem

este assunto. Para se tentar amenizar o problema da violência, a escola

deverá avaliar a forma de como é praticado o seu controle, tem que haver uma

organização pedagógica, para conseguir ater a violência, não só no interior das

instituições, mas também no espaço externo.

14

De acordo com MICHAUD, 1989: podemos observar que há uma

envase no modo cultural que permeia o conceito da violência:

“Há violência quando numa situação de interação, um ou vários atores agem de maneira direta ou indireta, maciça ou esparsa, causando danos a uma ou várias pessoas em graus variáveis, seja em sua integridade física, seja em sua integridade moral, em suas posses ou em suas participações simbólicas ou culturais.” (p.14).

A violência escolar torna em evidência os preceitos sociais e suas

reproduções. A instituição de ensino faz parte da sociedade e com isto sofre os

reflexos e vivência dos atos violentos no seu cotidiano. Contudo, a violência

escolar também tem sua formação na relação direta com a unidade de ensino,

no seu processo educacional e nas ações pedagógicas; poderíamos então

considerar uma violência direta do campo educacional. Diante disto

ABRAMOVAY, 2002 cita:

“[...] a compreensão do fenômeno requer atenção tanto dos aspetos externos às instituições de ensino (variáveis exógenas) como as questões de gênero, relações sociais, situações familiares, aspectos da experiência do bairro e aspectos internos (variáveis endógenas) como idade, nível de escolaridade, regras, disciplina, autoridade e sistema de punição.” (p.27).

O embasamento teórico e análises das considerações expostas nos

colocam diante de desafios e empecilhos. Desafios esses que nos mostram

que o tema violência nas escolas tem ganhado destaques entre os

pesquisadores. Todavia os estudos e pesquisas realizados até agora ainda são

bem simples.

Vimos anteriormente que atos violentos não são fenômenos sociais

recentes, entretanto podemos afirmar que têm acontecido alterações nas

condições de percepção e intermédios que se referem a diversos aspectos da

violência.

Neste caso, ressaltamos a precisão de pesquisas empíricas voltadas

para os acontecimentos violentos que assolam as unidades escolares.

Pensando assim CARRA, 2009, afirma que:

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“O clima escolar tem relação com normas, valores e atitudes e constitui um dos principais indicadores do funcionamento da escola. Tem também relação com a compreensão das regras e com a percepção de justiça e proteção existente – ou não – no espaço escolar.” (p.32).

O ambiente escolar é um lugar de formação de caráter e ética dos

indivíduos ali inseridos e não deveria ser um lugar de desordem e medo. As

relações do cotidiano deveriam demonstrar respeito ao próximo, por meio de

atitudes que levem à harmonia e relação das pessoas, visando sempre o ponto

principal, o projeto político pedagógico da unidade escolar.

Uma boa opção seria levar este tema para dentro da sala de aula, ate

mesmo nas séries iniciais. Trata-se de um tema bastante presente em nosso

meio, e tendo a oportunidade de debater em sala se transforma em uma

reflexão que irá auxiliar na transformação social.

Através de atividades, desenhos, filmes, musicas, noticias e outros, os

professores presente em sala, podem abrir possíveis discussões a cerca do

tema, sempre visando o respeito ao próximo. É importante também que todos,

do corpo docente, participem desse processo educativo, pois a escola deve ter

um só pensamento, uma só visão, buscando ao máximo não se contradizer.

Além das discussões e momentos de reflexão, os professores devem

propor soluções e análises críticas acerca dos problemas a fim de que os

alunos se percebam capacitados para agir como cidadãos.

Afinal, a credibilidade e a confiança são as melhores formas de mostrar

para crianças e jovens que é possível vencer os desafios e problemas que a

vida apresenta.

16

CAPITULO II

COMPORTAMENTOS SOCIAIS E EDUCACIONAIS.

As crianças têm comportamentos complicados e multideterminados, e

para entendermos um pouco melhor esse universo é necessário avaliar o

contexto em que vivem. Neste sentido, vemos que no espaço familiar os

exercícios educativos podem gerar habilidades sociais e também favorecer a

origem de dificuldades comportamentais. Segundo BOLSONI-SILVA &

MATURANO 2002:

“Mães e professores podem julgam diferentemente os comportamentos das crianças, pois seus ambientes são distintos, apresentando demandas e exigências próprias, o que justifica avaliações em ambos os contextos para melhor compreender as interações estabelecidas entre os adultos e as crianças e os comportamentos das crianças.” (p. 37).

É importante destacar que há praticas que estimulam os alunos, como a

comunicação efetiva através do olhar para os alunos, falar, ouvir, iniciar

comunicação, buscar aproximação, responder perguntas, elogiar e ser afetivo,

expressar sentimentos positivos, agradecer a elogios, apoiar o aluno apesar do

seu erro e encorajá-lo a novas tentativas, ser amistoso com o aluno e

demonstrar reciprocidade quando o aluno é afetuoso, promover situações

lúdicas, fazer e receber críticas, ouvir e expressar opiniões e alterar o próprio

comportamento, propor situações-problema, estabelecer regras e incentivar

seu cumprimento.

Sabemos que quando os professores incentivavam bons

comportamentos das crianças, elas demonstram contentamento, porém,

quando as crianças apresentam comportamentos que os professores

desaprovavam, tendem a agir com agressividade (gritando, por exemplo), e

podem acontecer os atos violentos. Pois em um ambiente onde não há limites

e regras também não haverá ordem e paz.

CASTRO & BOLSONI-SILVA (2008) afirmam que “o professor,

enquanto mediador das relações estabelecidas na sala de aula pode manter,

fortalecer ou até desestimular comportamentos ligados à interação criança-

17

criança e criança-professor, influenciando tanto os aspectos acadêmicos

quanto os sociais.” (p.32)

A educação está inserida em vários momentos ao longo das

civilizações. Por mais inculta que possa parecer à sociedade, haverá sempre

uma prática educativa com a finalidade de crescer; tanto em grupos isolados

quanto em sociedade. Na educação não é diferente, a evolução se deu aos

poucos para se chegar a uma finalidade. Segundo BRASIL, 1996:

“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.” (p. 34).

Percebemos que em tempos atrás, a aprendizagem dos pequenos

grupos de seres humanos e as sociedades iniciais, se dava como uma

socialização direta da origem mais jovem, mediante a colaboração habitual das

crianças nas atividades da vida adulta. Entretanto, a rapidez do aumento das

comunidades humanas, a complexidade das armações, os diferentes cargos e

afazeres da vida social, tornaram esse processo complexo.

A vida em sociedade vem evoluindo de forma gratificante, hoje já vemos

grupos trabalhando para um bem comum, jovens com objetivos e foco para se

cumprir. Porem não podemos esquecer que ainda há aqueles pequenos

grupos que confrontam uns com os outros. Devemos Compreender que há

condutas sociais demonstradas de forma positiva ou negativa. As ditas

positivas são aquelas que podemos chamar de comportamentos pró-sociais,

ou seja, contêm exigências, gratificações, agrados, etc. Já por outro lado, as

condutas sociais negativas são denominadas de condutas antissociais que

contêm agressões, censuras, ameaças e fraudes, ou seja, atos violentos.

De acordo com LADD (1999) o modo com o qual a criança arquiteta

seus relacionamentos tem um forte efeito sobre seu processo de

desenvolvimento. “É na relação com seus pares que a criança aprende a

dividir, a aguardar a vez e as melhores formas de respeitar e interagir com o

outro.” (p. 57)

18

2.1 – As relações sociais que deve haver dentro das Unidades Escolares.

O professor deverá ocupar uma determinada posição no espaço social e

esse espaço se proclama e, compõe hábitos que estão correlacionados a esse

exercício. Assim que o educador se insere no contexto escolar, e exerce a sua

função docente, automaticamente ele estará envolvido na cultura desse

espaço escolar, dentro de suas regras e métodos que dizem respeito ao

desempenho da escola no contexto social e cultural. Pensando no que diz

MIZUKAMI, 1994:

“A relação entre o mestre e o aprendiz é horizontal e professor e aluno aprendem juntos em atividades diárias. Neste processo, o professor deverá estar engajado em um trabalho transformador procurando levar a aluno à consciência, desmistificando a ideologia dominante, valorizando a linguagem e a cultura.” (p. 46)

Não podemos desconsiderar o fato de que a escola é um lugar de

socialização e aprendizagem, nesse ambiente o individuo pode crescer e se

desenvolver. É também um espaço fundamental para se praticar consciência

crítica, buscar a própria identidade, desenvolver autonomia, dentre outros

valores que são importantes em nossa sociedade.

É valido colocar que as relações e interações existentes nas escolas

não devem ser notadas exclusivamente como conflituosas ou harmoniosas.

Podemos considera-las como diversas, pois apresentam muitas faces. Uma

mesma afinidade pode ter confusão ou ordem, ser negativa ou positiva. O que

estou querendo dizer é que há aqueles alunos que agem com atos violentos

entre si, porém com os professores são amorosos e respeitadores. Como nos

diz ABREU & MASETTO, 1990:

“É o modo de agir do professor na sala de aula, mais do que suas características de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos. O modo de agir do professor em sala de aula fundamenta-se numa determinada concepção do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padrões da sociedade.” (p.115).

19

Passando para a parte da gestão escolar, devemos frisar que este é o

meio pelo qual as unidades educacionais são dirigidas e organizadas, visando

os fatores econômicos, políticos, pedagógicos, sociais, dentre outros. Será a

partir das atuações da gestão que a escola tomará posse de seus processos e

aspectos para o desenvolvimento dos métodos educativos.

Coligada a ela, aparece a democratização da mesma que tem sido um

assunto trivial no meio educacional. Finalmente, essa percepção de gestão

tem trazido novos horizontes para a educação brasileira, pois acomoda

avanços importantes para a educação, tais como a inclusão da comunidade

escolar na escolha da direção e a fundação dos conselhos escolares com

papeis respeitáveis e decisórios. Pois segundo PARO, 2000:

“A administração escolar é portadora de uma especificidade que a diferencia da administração especificamente capitalista, cujo objetivo é o lucro, mesmo em prejuízo da realização humana implícita no ato educativo. Se administrar é usar racionalmente os recursos para a realização de fins determinados, administrar a escola exige a permanente impregnação de seus fins pedagógicos na forma de alcançá-los.” (p. 7).

Pensando assim, a gestão escolar deve estar ciente do seu papel

pedagógico, visto que o produto final de todas as ações da gestão, e também

de toda a equipe escolar que vai de docentes até os demais funcionários, deve

ser a educação em si.

Quando os gestores se apossam desse saber, o seu empenho e

dedicação se tornam estratégias para garantir um método de ensino

aprendizagem que se dê de maneira eficaz. Pensando assim, a gestão ganha

um formato democrático, onde todos buscam melhorar a educação. Para

VERA CANDAU e outros (1995), é importante que "a escola seja um espaço

onde se formam as crianças e os jovens para serem construtores ativos da

sociedade na qual vivem e exercem sua cidadania". (p.43)

20

2.2 – A família na escola.

Para KALOUSTIAN, 1998: “[...] a família é o espaço indispensável para a garantia da sobrevivência de desenvolvimento e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como se vêm estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos o valor ético e humanitário, e onde se aprofundam os laços de solidariedade.” (p.11-12).

É importante que saibamos que a família e a escola são uma equipe.

Por isso é essencial que as duas tenham os mesmos objetivos e finalidades,

para que assim consigam atingir a um mesmo desejo; o da autonomia e

desenvolvimento dos indivíduos ali inseridos.

Todavia devemos ressaltar que além dos objetivos em comum, é preciso

que cada um faça sua parte para que assim se alcance o sucesso, que conduz

as crianças e jovens a um futuro melhor.

O mais viável é que essa parceria entre família e escola seja de uma

forma simultânea, para que ofereça ao aluno uma base na aprendizagem de

maneira que cresçam cidadãos críticos e dispostos a enfrentar as diversas

situações que surgem na sociedade.

ABRAMOVAY, 2006, cita: “A qualidade do cotidiano escolar resulta da

interação entre os atores desse espaço social e interfere decisivamente nos

modos como são geridos os conflitos cotidianos”. (p.17). Conflitos estes que se

transformam em violências escolares, e tornaram-se objeto de constante

preocupação de pais, professores, gestores e estudantes.

Quando a escola passa a ser vista como um espaço onde há

insegurança e temor, deixa de ser um local adequado para aprendizagem e

passa a atingir negativamente no processo de formação dos indivíduos.

Por este ponto enfatizamos a importância da família inserida na escola e

na vida da criança. Por mais difícil que possa ser nós, como gestores e

21

educadores, devemos buscar sempre esta parceria, devem ser criadas

estratégias para que esse vínculo cresça e se fortaleça. Pois segundo

ACAMPORA 2014: “A tendência quando a família realmente participa e está

engajada na mudança é uma transformação que beneficia a todos.” (p. 24).

Podemos entender um pouco a dificuldade de interação entre estas

duas categorias tão presentes na vida das crianças, a relação existente muita

das vezes é permeada por conflitos de diversas ordens, onde há interesses e

visões de mundos distintos e que acabam por caminhar em direções

contrarias. Será exatamente nesse ponto que entrará o dialogo, sem

superestimar nem desfavorecer as ações que cada uma carrega. De acordo

com que diz DAVIS, 1989:

“É, assim, evidenciada a importância destes dois sistemas (família e escola), que são estruturalmente diferentes, uma vez que as crianças na família são usualmente, tratadas como indivíduos e nas escolas, são tratadas enquanto pertença de um grupo. As relações da escola com a criança tendem a ser transitórias, impessoais e racionais. As relações da família com a criança tendem a ser prolongadas, pessoalizadas e emocionais.”(p. 48)

Observamos que os pais podem e devem participar do ambiente escolar

e principalmente na educação de seus filhos, só basta querer dedicar um

tempo para atividades e a escola também deve oferecer opções para tais

ações. Estamos cientes de que não é uma tarefa fácil, requer habilidade e

parceria entre pais, gestores e professores.

Hoje em dia, vemos muitos relatos do corpo docente, e até mesmo de

alguns responsáveis dizendo que determinado aluno é violento ou comete atos

violentos por ser de família desestruturada. São pessoas que vive no ambiente

escolar e tenta achar um meio de identificar o problema de determinado aluno.

Essa tal desestrutura familiar que vem culpando tantos indivíduos, pode

ser composta por dois pontos. O primeiro vem de atitudes consideradas

negativas para a sociedade, como o envolvimento com trafico e drogas. O

22

depoimento sempre será que a família é envolvida com tais malefícios e por

isso não há uma estabilidade em casa. O segundo caso seria uma família sem

o membro oficial, no caso o pai. Uma figura paterna dentro de casa é ao

mesmo tempo uma pessoa que impõem limites e ordem, quando não há esse

modelo convencional mais problemática será considerada a família.

Esse modelo de “família imperfeita” não deve servir de desculpas para

atitudes de crianças violentas. Dentro de casa a criança só quer carinho e

atenção, se ao invés disso só receber tapas e beliscões será isto que ela

passará adiante.

Segundo ACAMPORA, 2014:

“Toda criança precisa de atenção qualificada, isso quer dizer apoio e suporte para aprender, para superar desafios que são apresentados como estímulos a cada momento. O aprendizado se dá a cada instante nas trocas e no modo como a criança é estimulada. Se, para aprender determinados comportamentos, a criança apanha, ela se habitua a aprendizagem por punição e, quando há o desejo dos pais de dialogar, esse espaço já foi perdido.” (p.25)

Não podemos deixar de lembrar que a violência é, primeiramente, a

decorrência de uma relação complexa entre indivíduos e contextos que podem

influir, de varias maneiras o comportamento humano.

Devemos estar constantemente observando atos e fala das crianças,

pois não se pode ignorar, segundo OLIVEIRA,2005, a “natureza antissocial do

ato delinquente que inclui comportamentos como o furto ou roubo e

destrutividade compulsiva além de outros.” (p.86).

Segundo a visão do autor, comportamentos antissociais que a criança

ou até mesmo os adolescentes podem ter, são notados como sintomas que

testam o meio ambiente e manipula um sujeito de cuidar delas, avaliando uma

devida falha ao longo do processo, ou seja, falta de cuidados da família, que

de alguma forma poderá contribuir para violência tanto domestica quanto

escolar.

23

CAPITULO III

O PAPEL DO PSCICOPEDAGOGO DENTRO DA UNIDADE ESCOLAR.

Sabemos que o psicopedagogo é um profissional recomendado para

auxiliar e explicar a escola em relação a diversos aspectos no processo de

ensino-aprendizagem. Será no ambiente escolar que o psicopedagogo irá

contribuir no esclarecimento de dificuldades de aprendizagem que muita das

vezes não tem como causa apenas deficiências do aluno, mas que podem ser

consequências de problemas escolares e/ou familiares.

Seu papel principal será o de avaliar e distinguir os fatores que

favorecem, interferem ou prejudicam uma boa aprendizagem. Apoiar e

assessorar no desenvolvimento de projetos que favoreçam às devidas

mudanças educacionais, visando impedir métodos que acarretem às

dificuldades da construção do conhecimento, também será uma das suas

ferramentas fundamentais.

Aprendemos através estímulos, desde o ventre de nossas mães.

Recebemos estímulos auditivos e sensoriais que são considerados métodos de

aprendizagem. O conhecimento vai surgir aos poucos, ocorre na excitação do

ambiente sobre o indivíduo, onde haverá mudanças de comportamentos diante

de uma determinada situação, recebendo assim interferência de diversos

fatores como social, intelectual, psicomotor e emocional. De acordo com

GOMES & PAVÃO 2013:

“Desde o nascimento, o indivíduo faz parte de uma instituição

social organizada – a família - e depois, ao longo da vida,

integra outras instituições. Nessa interação vai se construindo

uma teia de saberes, onde todos os membros da sociedade

são parceiros possíveis, contribuindo cada um com seus

conhecimentos, suas práticas, valores e crenças.” (p.23).

A psicopedagogia inserida nas instituições é de extrema importância,

pois a nossa rede de informações se molda dentro das instituições de ensino e

com isso é preciso introduzi-la para entendermos como se dão as relações

interpessoais vistas nestes ambientes. Avaliando a escola como responsável

24

por grande parte do desenvolvimento do ser humano, vemos que a tarefa do

Psicopedagogo dentro das instituições escolares tem um costume preventivo

no sentido de procurar instituir capacidades e habilidades para solução de

determinados problemas.

Pensando assim, e devido ao grande número de crianças com

dificuldades de aprendizagem, atos violentos nas escolas e outros desafios

que envolvem a família e a escola; a intervenção do psicopedagogo ganha

espaço nas instituições de ensino.

A escola vem enfrentando sérias dificuldades no que diz respeito à

camada pedagógica e estrutural. É cada vez mais comum vermos professores

insatisfeitos com as condições de trabalho e que muita das vezes tem que lidar

com circunstâncias que não são do seu campo de atuação e tendem a culpar

os atos ocorridos como fatores extraclasses.

Os alunos, por sua vez, mostram-se desinteressados, pois não

conseguem enxergar a necessidade de aprender os conteúdos e

conhecimentos proporcionados pela escola, pois habitam em uma realidade

completamente discrepante com o mostrado na instituição e com isso acabam

sendo rotulados como alunos problema, e parece que aceitam bem essa

realidade. Com relação a isto, SAES, 2012, cita:

“A escola deve ser um espaço de troca de experiências, de aprendizagens, de sustentação de sonhos e desejos, de criatividade, de ajuda mútua, de forma que os educandos entrem em contato com a realidade, encontrem o seu caminho. É necessário compreender e enfrentar os fenômenos da violência, de forma integrada, repensar as relações humanas, para que a educação contínua não seja prejudicada. É importante ressaltar que os planos das escolas devem ir além da programação escolar, que colabore de fato para a formação de cidadãos.” (p.57).

Percebemos que o comportamento, o desenvolvimento cognitivo, social

e afetivo e o processo de aprendizagem dos indivíduos são influenciados pelas

mudanças que ocorre na sociedade atual, rodeada pelo egocentrismo, pelo

capitalismo, pela tecnologia, pela globalização, pela rivalidade, e diversos

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outros fatores. Esses conflitos são abrangidos primeiramente, nos espaços

onde os sujeitos tendem a passar a maior parte do seu período adquirindo

educação básica e os princípios da cidadania, que é o caso tanto da escola

quanto da família. Portanto será nesses ambientes que a indisciplina costuma

se aparecer com maior constância. SANTOS & SILVEIRA, 2011 cita: “É

possível notar que as crianças chegam à escola, cada vez mais sem limites,

sem os comportamentos educativos mínimos, como: respeito, gratidão e

cumprimento de regras básicas, que deveriam ser trabalhados pela família”

(p.12).

Há inúmeros motivos de indisciplina nas instituições de ensino; pode

ocorrer por causa da própria escola, do aluno, pode estar também na família

dos envolvidos, nos costumes e valores que recebem e vivenciam, pode ser

gerado por causa da desigualdade social e tantos outros fatores que

transforma a sociedade. Nós, como educadores, não podemos associar a

indisciplina de alunos somente a falhas na psicopedagogia, devemos estar

cientes de que a realidade que a criança vivencia e esta acostumada pode

entrar em conflito com a vivência na unidade escolar, por este motivo devemos

compreender todo o ambiente e o que deve ser moralmente aceito e

transpassado.

Podemos considerar a indisciplina como um fenômeno complexo e é

diferenciada pela mudança de comportamentos negativos expostos em sala de

aula, na escola e ao redor, que vão desde descumprimentos de atividades

escolares a agressão física, psicológicas, etc. Identificando os motivos desses

comportamentos pode-se dizer se ações são realmente adequadas ou não.

Como cita REIS & ZANELLA, 2008:

“A contribuição de um profissional em psicologia nesse movimento pode ser fundamental, desde que se disponha a conhecer o contexto em que irá intervir, que se disponha a ouvir seus diferentes partícipes e construir com estes espaços de reflexão e ressignificação de práticas e relações.” (p. 12)

26

Observamos que o principal elemento da mediação psicopedagógico

deve ser o aluno; todavia não podemos esquecer que o diálogo entre a escola

e a família é fundamental, pois são estes os dois principais agentes da

formação dos indivíduos. Para se desenvolver, a criança deve se relacionar

com o todo e a partir daí a família adquire um papel de orientador, facilitando o

dialogo juntamente com a unidade de ensino.

3.1 – Com o corpo docente

Devemos colocar a importância de se analisar e refletir na área da

educação, pois trabalhamos com seres humanos que tem desejos, que

sentem, que possuem histórias diferentes, que são diferentes uns dos outros.

Esta ação de reflexão nos leva ao mundo próprio de pensamento e perguntas

e nos reconhecemos como essenciais e, finalmente decidimos por inovar ou

apenas repetir os discursos e teorias que muita das vezes não se tem domínio.

O professor deve ser um construtor do seu próprio conhecimento para

que com isso avance na construção de um novo conhecimento. Deve sempre

estar focado nas mudanças que acontece no mundo, para introduzir novas

experiências em sala de aula. Para LIBANEO 1998, a instituição de ensino é:

“aquela que assegura a todos a formação cultural e cientifica para a vida pessoal, profissional e cidadã, possibilitando uma relação autônoma, crítica e construtiva com a cultura em suas várias manifestações: a cultura promovida pela ciência, pela técnica, pela estética, pela ética, bem como a cultura paralela (meios de comunicação) e pela cultura cotidiana.” (p. 07).

Percebemos que o trabalho do educador influencia na aprendizagem da

criança, e com isto devemos valorizar o momento em sala, com aulas

interessantes e significativas, usando a tecnologia como ferramenta para se

favorecer a aprendizagem. O convívio em sala, a relação professor – aluno

deve ser de puro prazer, as aulas se não forem atrativas não fará com que o

aluno se interesse e ao se dispersar será o fim da aula, pois quando um aluno

não acompanha a aula, ele destoa à turma inteira.

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Estar seguro da desigualdade, das diversidades existente em sala

possibilita o aprender coletivo, a riqueza da troca, o aprender com o outro.

Neste momento o professor não é mais apenas o difusor do conhecimento

mais sim aquele que habitua o ato pedagógico como o espaço para instigar a

aprendizagem. E, será nesta nova qualidade do professor, que a

psicopedagogia pode contrair um novo recorte, tal qual a ampliação da sua

função, que agora não se finaliza somente no aluno.

Para o psicopedagogo, o conhecimento de intercessão junto ao

professor, com um método de parceria, permite uma aprendizagem importante

e enriquecedora, especialmente quando os educadores são conhecedores de

suas disciplinas. Cogitando acerca das implicações, num ato ligado com o

psicopedagogo, o professor se sente desafiado a repor o método pedagógico,

registrando a probabilidade de novos processos.

Ainda sobre a Psicopedagogia no campo da instituição escolar, WEISS

1994, cita “refletir sobre o aprender geral da escola, a busca do conhecimento,

caracterizar como todos vivem o aprender a aprender na busca do

conhecimento atualizado exigido no aqui e agora de nossa sociedade.” (p. 103)

Com isso vemos que a entrada deste profissional se faz através de uma

meta-aprendizagem sendo sucinto que todos os segmentos da escola (direção,

coordenação, professores, alunos, equipe técnica e de apoio), possam pensar,

notar e buscar definição na própria aprendizagem e na dos outros. A função do

Psicopedagogo é de crer que ao compreender essas funções, as

aprendizagens se produzirão de forma mais eficaz.

A atuação do psicopedagogo na instituição, juntamente com o corpo

docente, se dá unicamente pelo atendimento grupal, pela troca de

experiências, buscando fortalecer a construção do conhecimento. Esta forma

coletiva tende a trazer à consciência dos medos e anseios de uma forma que

ajude o aparecimento de soluções na tarefa da interação do grupo, um

verdadeiro trabalho em grupo.

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Com este método o psicopedagogo causará condições para que o

indivíduo no grupo se manifeste e assim será analisado as inseguranças e

anseios juntamente com soluções encontradas no grupo, ou seja, o grupo ali

inserido deverá trabalhar junto para se chegar a uma conclusão. Este trabalho

serve para interagir e unir o grupo de professore e diretores, ajuda na tomada

de decisões e também na confiança de seus respectivos trabalhos, sem contar

com a criação de vínculos nas relações interpessoais.

Entretanto BARBOSA, 2001 cita: “é de competência da psicopedagogia,

intervir para que a aprendizagem na instituição possa estar sempre em

movimento, acompanhando o processo e prevenindo a cristalização de

obstáculos no desenvolvimento de vínculos.” (p. 67).

3.2 – Com os alunos

A indisciplina dentro das escolas é hoje um dos maiores desafios a ser

enfrentados. Os professores, em sua maioria, não sabem como conduzir os

atos desenfreados dos alunos, com isso fica cada vez mais difícil de controlar

a situação em sala de aula. Com tais acontecimentos é comum vermos a

aprendizagem cada vez mais carente, pois professores não conseguem

administrar suas aulas, passam a maior parte do tempo tendo que amenizar o

caos dentro da própria sala.

Cada dia fica mais claro que alcançar a disciplina na escola é um

processo distante, os educadores estão cada vez mais amargurados,

irresolutos, pois têm que aturar a rebeldia dos alunos constantemente e não há

estímulos para amenizar estas situações. Segundo REGO, 1996: “o próprio

conceito de indisciplina, como toda a criação cultural, não é estático, uniforme,

nem tampouco universal. Ele se relaciona com o conjunto de valores e

expectativas que variam entre as diferentes culturas e numa mesma

sociedade.” (p.44).

A tarefa do psicopedagogo será primeiramente de interagir com alunos

que apresentam certa conduta agressiva. Observamos que um indivíduo,

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enquanto interage e se socializa, é capaz de atos e maneiras que permitam

uma melhor afinidade com outras pessoas e ambientes que frequentam, até

mesmo nas agitações diárias chegando assim ao equilíbrio, proporcionado

pela procura de dados teóricos e práticos. Deste modo, o psicopedagogo deve

apresentar a sensibilidade para então descobrir o problema, isto necessita de

uma visão única das situações vivenciadas pelos alunos.

É importante averiguar o porquê de tanta indisciplina, pode acontecer de

o professor julgar um aluno sem entender ao certo o motivo daquele ato

indisciplinado. É preciso ser cauteloso nessa hora, pois um aluno pode agir

desse jeito por vários motivos, tais como medo de encarar uma sala de aula,

ou medo dos colegas ou também por insegurança de responder determinadas

tarefas. Será nesta hora que o educador e o psicopedagogo da unidade

escolar irão intervir e agir para modificar tais situações. Para GESELL, 2002:

“O comportamento é um termo adequado para todas as reações da criança, à medida que o sistema nervoso da criança sofre diferenciações ligadas ao crescimento, às formas de seu comportamento também se diferenciam. Desta forma, pode-se dizer que comportamento é o termo empregado para indicar a forma que as crianças se apresentam, é a reação do indivíduo ao ambiente.” (p.59).

Observamos que nas escolas de hoje a disciplina em sala de aula tem

se tornado uma coisa cada vez mais rara, é preocupante o número de alunos

indisciplinados num mesmo ambiente escolar. Compreendemos que o aluno é

um indivíduo que está sempre no processo evolutivo e as regras de

comportamento têm valor fundamental nesse período de modificação

progressiva para o procedimento desejável. Assim, o grupo de regras de

conduta, estímulos e recursos entram em destaque, para colaborar com o

desenvolvimento do aluno e do convívio com o meio social. AQUINO, 1996,

nos explica que:

“É preciso construir práticas organizacionais e pedagógicas que levem em conta as características das crianças e jovens que hoje frequentam as escolas. A organização do ano escolar, dos programas, das aulas, a arquitetura dos prédios e

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sua conservação não podem estar distantes do gosto e das necessidades dos alunos, pois, quando a escola não tem significado para eles, a mesma energia que leva ao envolvimento, ao interesse, pode transformar-se em apatia ou explodir em indisciplina e violência.” (p. 81).

Com isso devemos lembrar que as escolas precisam estar organizadas

para receber todos os alunos. Ter um bom espaço físico, uma coordenação

pedagógica unificada, o professor deve estar sempre em dia com suas

atividades e os extraclasses também devem ser bem elaboradas, são esses

pequenos detalhes que fazem os alunos enxergarem que alguém quer algo de

melhor pra vida dele e assim a indisciplina será menor, as crianças terão

prazer em frequentar a escola, já que a mesma estará acolhendo suas

necessidades.

É essencial que a escola e todos os seus funcionários estejam dispostos

a acolher as necessidades dos alunos, já que assim a indisciplina pode ser

amenizada. Sendo assim, o papel do psicopedagogo será de visualizar as

causas da dificuldade de aprendizagem, interagir com o indivíduo, orientar

docentes, não esquecendo nunca da realidade de cada sujeito. Pois segundo

PORTO, 2007: "[...] o psicopedagogo atua intervindo como mediador entre o

sujeito e sua história traumática, ou seja, a história que lhe causou a

dificuldade de aprender." (p. 149).

Com isso vemos que o psicopedagogo além de trabalhar com as ações

dos alunos, também precisa conversar de uma maneira informal, para que

assim consiga compreender o que se passa em sua vida e o que influencia em

tais atitudes violentas.

3.3 – Com a família

Vimos anteriormente que não é somente na escola que o individuo

adquire conhecimento e aprendizagem, é também no contato social, inserido

na família e no mundo em que o cerca.

31

Será por meio dessa aprendizagem que a criança conhecerá o mundo

cultural, simbólico e começará a construir seus conhecimentos e saberes.

Apesar disso, temos visto muito hoje em dia, famílias perdidas, que não estão

sabendo agir sobre novas situações. Há pais trabalhando fora o dia inteiro,

pais desempregados, brigas, drogas, pais analfabetos, pais separados e mães

solteiras, violência domestica e sociais, etc.

Com tantos acontecimentos o único modo que a família busca para

aliviar essa tensão é transferindo suas responsabilidades para a escola, e com

isto têm surgido gerações cada vez mais dependentes e escola que acabam

tendo que desviar de seus cargos para acolher essas necessidades.

Segundo IGEA, 2005: “A escola se converteu na principal instituição

socializadora, no único lugar em que os meninos e as meninas têm a

possibilidade de interagir com iguais e onde se devem submeter

continuamente a uma norma de convivência coletiva.” (p 19).

Analisando este aspecto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família

das crianças, principalmente daquelas que apresentam uma maior dificuldade

no processo ensino-aprendizagem. Essa junção pode-se dar por meio de uma

entrevista informal e de uma recordação para entender as informações sobre a

vida cognitiva, emocional e social. Saber o que a família pensa, o que desejam

e anseiam juntos, as expectativas, as metas, tudo influência para que se

chegue a um diagnostico.

BOSSA, 1994 explicita bem este assunto dizendo:

“O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revezável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia, segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito.” (p.74).

Algumas vezes, quando o fracasso escolar não está relacionado com

algumas desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação

32

nesse fracasso. São vistos vários empecilhos como raciocínio lento, falta de

atenção e grande desinteresse. Com isso, para se obter um melhor rendimento

devemos saber onde se encontram tais dificuldades, pois não devemos

esquecer que a escola e o meio social são responsáveis pelo desenvolvimento

cognitivo do aluno.

A família realiza um papel crucial na direção e desenvolvimento do

problema acima citado, uma vez que, não consegue distinguir essa criança

com dificuldades, que encontramos muitas vezes, pedindo por ajuda, por um

carinho, uma afeição que seja. Esta criança dita “carente” acaba não

produzindo na escola, pois quer chamar a atenção para o seu pedido, a sua

necessidade. Por este motivo vemos que os vínculos afetivos são primordiais

para o bom desempenho da criança tanto na escola quanto na sociedade que

esta inserida. Não há como discordar de SOUZA, 1995, quando diz:

“[...] fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento.” (p.58).

Há um anseio por parte da família quando a criança começa a

frequentar a escola, é jogada uma carga alta nas costas da criança, uma

responsabilidade que se a família não ajudar, ela não saberá administrar. E

quando isto ocorre, acabam surgindo frustrações e raivas que acabam por

desmerecer a criança, surgindo então às dificuldades de aprendizagem.

Compreendemos que a criança só vai aprender determinados assuntos se dela

houver interesse, e para que isso aconteça é importante que os pais

contribuam, mostrando o valor e a importância de se frequentar a escola e ter

um interesse por tudo que ali for transpassado.

A intercessão do psicopedagogo se apoia também na inclusão dos

pais no procedimento, por meios de reuniões, facilitando assim o

acompanhamento do trabalho alcançado junto aos professores. Certificada

uma maior abrangência, os pais ocupam um novo espaço, deixando de lado o

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papel de meros espectadores e adotando a caráter de parceiros da escola,

participando e opinando sempre que preciso.

34

CONCLUSÃO

No decorrer deste artigo observamos que o assunto posto em questão é

bastante complexo e que tem aumentado gradativamente, de tal modo que já

se instalou no ambiente escolar. Este trabalho fica como uma forma de

reflexão em cima deste assunto tão polemica e como o mesmo pode

influenciar no processo de ensino aprendizagem.

Não podemos virar as costas para este assunto, nem tão pouco deixar

que passe despercebido. Para que este fato seja ao menos minimizado deve

haver sempre os diálogos nas escolas, debates em sala, conversas informais e

individuais com psicopedagogos, projetos que envolvam as crianças, por fim, a

escola deve ser um ambiente agradável a todos. É fundamental que a família

esteja envolvida, e que a escola esteja disposta, essa união contribui muito

para a redução do problema.

Sabemos que a violência instalada no ambiente escolar muita das vezes

ocorre por motivos fúteis, também por falta de orientação e limites, mas na

maioria das vezes por terem aprendido, dentro da própria casa.

A família é a base da criança, e acompanhamos ultimamente famílias

desestruturadas que de certa forma acabam por traumatizar seus filhos e muita

das vezes colocam a culpa na escola.

Entretanto, qualquer outra escola jamais poderá suprir as qualidades

educacionais da família, nem tão pouco é bom, que a instituição seja

totalmente responsável por transmitir valores para o desenvolvimento da

criança. Esse papel é especial da família, por isto a importância da família

inserida no ambiente escolar. Devemos entender que família e escola são

aliadas e deve caminhar lado a lado, esta parceria de sucesso só fará melhoria

nas escolas.

Porem, a meu ver, não há um remédio imediato para esse vírus que se

espalhou tão rapidamente por nossas escolas. As questões e devidas soluções

35

colocadas ao longo só ajudam a amenizar a situação vivente. Nos, como

educadores devemos mostrar o que é certo, os valores inseridos em nossa

sociedade. Afinal, enquanto tiver um que se importe com o futuro educativo do

país, assim haverá esperança.

36

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WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia Institucional: controvérsias,

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40

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I -

(Breve resumo sobre a violência nas escolas) 11

CAPÍTULO II -

(Comportamentos sociais e educacionais) 16

2.1 – Relações sociais que deve haver dentro das

Unidades escolares 18

2.2 – A família inserida na escola 20

CAPÍTULO III -

(O papel do psicopedagogo dentro da unidade escolar) 23

3.1 – Com o corpo docente 26

3.2 – Com os alunos 28

3.3 – Com a família 30

CONCLUSÃO 34

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 36

ÍNDICE 40