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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA CONSTRUINDO UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA ATRAVÉS DA AÇÃO INTEGRADA DO GESTOR ESCOLAR E SUPERVISOR ESCOLAR Por: Andréia Quirino de Abreu Orientadora Prof. Edla Trocoli Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONSTRUINDO UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA ATRAVÉS DA AÇÃO

INTEGRADA DO GESTOR ESCOLAR E SUPERVISOR ESCOLAR

Por: Andréia Quirino de Abreu

Orientadora

Prof. Edla Trocoli

Rio de Janeiro

2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

CONSTRUINDO UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA ATRAVÉS DA AÇÃO

INTEGRADA DO GESTOR ESCOLAR E SUPERVISOR ESCOLAR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Administração e Supervisão

Escolar.

Por: . Andréia Quirino de Abreu

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, pela

vida, por estar sempre no meu

caminho, iluminando e guiando as

escolhas certas.

A minha família à base de tudo pra

mim, apoiando-me nos momentos

difíceis com força, confiança, amor,

ensinando-me a persistir nos meus

objetivos e ajudando a alcançá-los.

Enfim, a todos que contribuíram para o

sucesso deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os

profissionais da educação que trabalham

visando uma escola de qualidade.

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RESUMO

O presente trabalho aborda a construção de uma gestão democrática através

das ações do gestor escolar e do supervisor escolar, onde todos os envolvidos

no processo educacional possam construir o projeto político-pedagógico da

unidade escolar para tomada de decisões concretas. A gestão da escola se

traduz no dia a dia como ato político, pois implica sempre em tomada de

posição dos pais, professores, funcionários, estudantes e de toda comunidade

escolar, pois a função social da escola é melhorar através das parcerias, os

resultados do ensino, consolidando o compromisso com a comunidade,

deixando-a participar, tomar suas decisões, lutar pelo seu ideal e o que com

certeza propiciará na escola a gestão democrática, onde sua construção não

pode ser individual. Portanto, gestão democrática e projeto Político-Pedagógico

estão interligados e trabalham no coletivo, visando, uma educação plena e de

qualidade.

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METODOLOGIA

A pesquisa realizada foi de cunho bibliográfico, com a leitura de diversos

livros, revistas e artigos, buscando também o embasamento na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, sobre os assuntos abordados.

O estudo conceitual sobre cada tema foi realizado analisando de forma

clara e objetiva o papel da gestão e supervisão como meios de apoio ao

professor para melhoria do processo educativo, visando o educando e levando

em consideração que a escola é um sistema social que se compõe de um

conjunto de funções interagindo em diferentes áreas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

A Escola como Sistema e a Divisão de Trabalho 11

1.1 A divisão de trabalho e a distribuição de papeis 13

1.2 Considerações a respeito da equipe técnico-administrativo e ao professor

no processo educativo 14

1.3 Em relação ao supervisor escolar 15

1.4 A gestão democrática 15

1.5 O projeto político-pedagógico na gestão democrática da escola 16

CAPÍTULO II

As Especificidades do Gestor Escolar e do Supervisor Escolar 19

2.1 O papel do gestor escolar 20

2.2 O papel do supervisor escolar 22

2.3 A importância da comunidade no processo de tomada de decisões da

escola 25

CAPÍTULO III

A Integração do Corpo Técnico-Administrativo para a construção da Gestão

Democrática 28

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CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

Este trabalho de conclusão do Curso de Pós Graduação tem como

objetivo promover entendimento do que se espera do novo momento, como um

gestor escolar e supervisor escolar pode tornar possível um caminho para um

ambiente escolar melhor e uma prática democrática efetiva.

O papel do supervisor escolar em um processo de avaliação da

aprendizagem vem tomando como referência os professores e supervisores de

forma crítica e refletiva. Este por finalidade tem como analisar o papel do

supervisor no processo de avaliação aos resquícios do ensino aprendizagem

tradicional que ainda estão emergidos na prática de alguns professores.

Demonstrar como a ação supervisora escolar pode, dentro dos aspectos

práticos e específicos da relação professor versos alunos acompanhar as

mudanças paradigmáticas da avaliação, apesar dos obstáculos que existem no

processo de avaliação.

O supervisor escolar representa um profissional importante para o bom

desempenho da educação escolar e do grupo escolar, expor seu modo de

pensar e opinar, e procurar direcionar o trabalho pedagógico para que se tenha

uma qualidade na educação. Na atualidade o supervisor se direciona para uma

ação mais científica e mais humanística no processo educativo, reconhecendo,

apoiando, assistindo, sugerindo, participando e inovando, pois tem sua

especialidade engajada nos elementos do currículo: pessoas e processos.

Nesse sentido, caracteriza-se pelo que, reúne, articula, enfim soma e não

divide.

Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com

que o educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se que é

viável fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o

interesse do educando para aprender e fazer do professor um mediador do

saber. Trata-se de libertar as antigas práticas educacionais e pedagógicas e

acreditar na possibilidade de construir uma sociedade onde o ser humano

tenha consciência do seu papel e da sua importância perante o grupo.

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A administração da escola e a supervisão escolar se constituem em

duas áreas de atuação decisiva no processo educativo, tendo em vista sua

posição de influência e liderança sobre todas as atividades desenvolvidas na

escola.

O clima emocional de trabalho, o estabelecimento de prioridades de

ação, o tipo de relacionamento professores-professores, professores-alunos,

escola-comunidade, dentre outros aspectos importantes da vida escolar,

dependem, sobremaneira, da atuação dos elementos que ocupam aquelas

posições.

A escola como um sistema social, se compõe de um conjunto de

funções, todas elas mais ou menos inter-relacionadas e todas elas

interinfluentes, de sorte que a maneira como são conduzidas as ações em uma

determinada área afetam, de alguma forma, as ações de outras áreas.

Dessa interinfluência nem sempre se tem consciência e, portanto, nem

sempre age de maneira a somar esforços, de acordo com um ponto de vista e

objetivos comuns.

A questão é polêmica e necessita ser amplamente debatida,

ultrapassando soluções imediatas e defesas meramente corporativistas. É

necessário um avanço teórico que norteie, inclusive os posicionamentos em

relação aos dispositivos legais já referidos, que, caso contrário, podem

constituir-se em retrocesso, uma vez que não expressam os limites e

possibilidades hoje colocadas.

Essas pessoas não chegam à escola como tábuas rasas, pois todas

elas, alunos, professores, gestores e supervisores, têm muito a aprender e a

ensinar no processo educacional. Portanto, o trabalho pedagógico terá

melhores resultados na medida em que for fruto de reflexões coletivas e da

participação de todos.

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CAPÍTULO I

A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DO

TRABALHO

No trabalho, as pessoas convivem e interagem umas com as outras,

comunicam-se, despertam simpatia ou antipatia, aproximam-se ou afastam-se,

entram em conflito, competem, cooperam, estreitam amizades, são sinceras ou

dissimuladas nessas relações.

Essas reações, voluntárias ou inconscientes, o complexo processo de

interação humana, que se expressa sob a forma de comportamentos, verbais

ou não verbais. Não só a palavra, mas um olhar, um gesto, uma expressão

facial, uma postura de corpo, um caminhar, ou até mesmo o calar, o

permanecer em silêncio traduzem uma ideia, um sentimento. Emitimos e

recebemos mensagens num processo constante de intercâmbio entre duas

fontes – eu e o outro.

Sempre somos, portanto, responsáveis pelo sucesso ou fracasso de

uma relação interpessoal.

A interação entre os participantes de um grupo de trabalho não é só o

“estar junto”, trocar ideias ou dividir tarefas do dia-a-dia, mas também enfrentar

dificuldades e superar divergências. A diversidade de pontos de vista

enriquece e amplia a visão particular. Essa relação permite e amplia a visão

particular. Essa relação permite questionar certezas, entabular negociações,

articular ações.

Assim, diminui a resistência às novas formas de pensar, favorecendo a

predisposição à mudança.

Esse processo é lento, demanda tempo, iniciando-se muitas vezes pela

adesão de dois ou três elementos em torno de uma ideia comum. É preciso

propor situações de trabalho coletivo que, de alguma forma, respeitem o

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momento de cada um, sem perder de vista os objetivos que o grupo se propõe

alcançar.

Trabalhar coletivamente não implica todos estarem juntos o tempo todo.

Dependendo dos objetivos que se tem, é possível dividir responsabilidades e

executar atividades com subgrupos ou mesmo individualmente, desde que se

garanta a troca constante de informações e a continuidade do trabalho na

direção dos objetivos que tiverem sido fixados.

Considerando que a liderança pressupõe conhecimento, não se pode pensar em líder que não esteja por dentro do trabalho dos liderados, que não conheça suas práticas e a partir desse conhecimento procure promover a melhoria contínua. (LÜCK, 2008)

Em qualquer grupo, as condições variáveis de alegria, entusiasmo,

moderação, insegurança, medo, hostilidade de cada participante compõem um

determinado “clima”. Cada grupo, portanto, possui uma dinâmica própria, uma

estrutura de funcionamento peculiar.

Um grupo tem movimento, é como se fosse vivo: forma-se, cresce,

evolui, alcança a maturidade. Forma-se ou começa a ser considerado grupo

quando algumas pessoas, movidas por necessidades semelhantes, se reúnem

em torno de uma tarefa específica. Cresce quando se organiza, estabelece

normas de funcionamento, permite a manifestação de opiniões contrárias.

Amadurece quando as diferenças são aceitas, respeitadas; o grupo concentra-

se na superação dos conflitos tornando-se mais produtivo. Quando são

estabelecidos papéis funcionais, um participante propõe desafios, outro

alimenta a discussão, um traz informações, outro discorda, um sintetiza, outro

registra.

A dinâmica de um grupo formado em torno do trabalho escolar depende

muito do empenho dos participantes e de seu saber-fazer pedagógico. Ao

mesmo tempo, o exercício continuado do trabalho coletivo favorece o

crescimento do compromisso e da competência dos educadores.

Ao longo das várias fases por que passa a vida do grupo, os

participantes podem assumir papéis diferentes. Nessa composição de papéis,

as qualidades são multiplicadas e as dificuldades diluídas. Para que o grupo

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caminhe, porém é preciso que alguém seja o articulador do processo grupal, o

incentivador do trabalho coletivo. Dependendo da estrutura funcional de cada

sistema de ensino, ou mesmo do momento porque a escola passa, este

articulador pode ser o coordenador ou o supervisor pedagógico, o diretor ou

assistente. Sua principal função é ir tecendo, com as diferenças individuais,

uma trama grupal, entremeando a imaginação de uns com a concretude de

outros, o conhecimento de uns com a vivência de outros, o retraimento de uns

com o entusiasmo de outros, a serenidade de uns com a afobação de outros, a

sisudez de uns com o riso aberto de outros, construindo um vinculo de

cumplicidade entre todos.

1.1 – A divisão de trabalho e a distribuição de papeis

Como qualquer outra atividade, o trabalho coletivo deve ser avaliado em

relação aos objetivos propostos, para que todos percebam quanto estão

próximos ou distantes de tais objetivos. Ao mesmo tempo, a avaliação do

próprio processo de trabalho em grupo dá a medida do crescimento de cada

um e do grupo como um todo.

Fornecer informações sobre como uma determinada atuação está

afetando outras pessoas é um procedimento valioso que ajuda o indivíduo ou o

grupo a melhorar seu desempenho. Quando um grupo consegue instalar um

clima de confiança para aprender a fazer e receber críticas sem reações

emocionais intensas, ele amadurece, torna-se fonte de crescimento para cada

um de seus componentes, permitindo identificar seus avanços e dificuldades.

A reflexão em conjunto pode auxiliar a equipe a obter um retrato de sua

situação.

Pode-se perguntar, por exemplo:

• Nossos objetivos estão claramente definidos?

• Conhecemos os passos para alcançá-los?

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• Estamos caminhando na direção deles?

• Diagnosticamos causas para os problemas e propomos as

alternativas?

• No grupo, todos os integrantes têm tido oportunidade de

expressar suas ideias e opiniões?

• Está sendo possível conciliar divergências? Como?

• Os participantes estão assumindo as decisões coletivas?

Quando implantado com um sentido definido e um alcance planejado, o

trabalho coletivo configura-se, pois, como a instância privilegiada o

desenvolvimento social e profissional para cada um dos componentes da

equipe escolar e, consequentemente, como gerador de novas ideias, novos

projetos. Enfrentar o novo junto é melhor.

1.2 – Considerações a respeito da equipe técnico-

administrativo e ao professor no processo educativo

Para desenvolver e fortalecer o trabalho coletivo é preciso instalar

algumas condições que são responsabilidade de todos: professores, equipe

técnica e o próprio sistema de ensino. Há que contar com a iniciativa e a

disposição dos participantes, mas isso não basta. A escola precisa organizar

espaço e horários que favoreçam o encontro regular dos professores e planejar

muito bem esses encontros. Nesse contexto, a equipe técnica tem um

importante papel. A composição dos grupos e a periodicidade das reuniões

devem estar a favor do trabalho que se quer realizar, sem prejuízo do

atendimento aos alunos.

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1.3 – Em relação ao supervisor escolar

Face à divisão de trabalho que ocorre nas escolas, e principalmente, em

função da introdução da supervisão escolar, observa-se que na prática o papel

do diretor vem se restringindo ao de administrador dos recursos materiais da

escola e o de administrador de pessoal, considerando em seu sentido

burocrático.

A liderança e inspiração pedagógica, inerentes, em quaisquer

circunstâncias, à sua posição tornaram-se obscurecidas em seu papel, uma

vez entendidas como próprias do supervisor escolar, uma preocupação mais

relativa a métodos, técnicas, conteúdos, que ao sentido do processo educativo.

Enquanto que à supervisão escolar compete dinamizar e assistir na

operacionalização do sentido do processo educativo na escola, e, portanto,

atuar no sentido pedagógico, cabe à sua direção oferecer contínua inspiração

e liderança nesse sentido. Essa responsabilidade não é delegável.

1.4 – A gestão democrática

O conceito de gestão está associado ao fortalecimento da

democratização do processo educacional e pedagógico; à participação

responsável de todos nas discussões, decisões, efetivação das decisões,

acompanhamento e avaliação; e dialogicidade, mediante um compromisso

coletivo como resultados educacionais cada vez mais efetivos.

Este conceito de gestão leva à reflexão de como a participação

acontece no seio da escola, no seu cotidiano, nas relações que se

estabelecem, em como se estrutura a co-responsabilidade e as relações de

poder. Esta reflexão quanto à participação e a ação por ela desencadeada

significam um novo conceito de realidade escolar, em que as relações são

construídas com um objetivo comum.

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A gestão democrática visa:

• Debater as novas competências que promovem uma visão

abrangente do processo educacional na atualidade;

• Analisar os fundamentos das atividades pedagógicas que

envolvem a coordenação, supervisão e orientação educacional, sem

desconsiderar a função social da educação;

• Estimular a formação continuada, global e qualitativa em vista do

desenvolvimento intelectual, emocional e organizacional;

• Oferecer estudos teóricos e práticos acerca dos sistemas

educacionais, haja vista a necessidade de formação intelectual;

• Proporcionar técnicas, métodos e referencial teórico que

possibilitam a criação, planejamento, execução e avaliação de projetos

educacionais.

• Participar da proposta pedagógica do planejamento geral da

escola e comunidade escolar.

Segundo Cury apud Lück (2009), “a gestão democrática da educação é,

ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação,

liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência”.

1.5 – O projeto político-pedagógico na gestão democrática da

escola

A forma como o PPP é formulado ou utilizado pelas escolas, nem

sempre contribui para a efetivação do processo de democratização da gestão

escolar, limitando sua existência um mero documento legal e obrigatório,

apenas existente no campo burocrático.

Com a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE-2014/2024)

estados e municípios terão que cumprir a meta que prevê a efetivação da

gestão democrática em dois anos, sendo necessário o envolvimento de outros

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profissionais envolvidos nas decisões dos processos da escola, sendo de

grande importância a elaboração do PPP de forma coletiva.

Qual é o papel do PPP na escola? Esta pergunta é de extrema

importância, pois leva a refletir sobre os caminhos possíveis a educação

garantidos constitucionalmente (art. 206, VI) e pela lei de diretrizes e bases da

educação/96. Entendemos o PPP na escola como necessário,

independentemente de qualquer decisão política ou exigência legal, pois a

proposta pedagógica é o norte da escola, definindo os caminhos que uma

determinada comunidade escolar busca para si.

Os princípios e fins da educação brasileira proclamam a gestão

democrática como forma de dirigir as escolas, situação que provocou a

reflexão e o repensar sobre a organização escolar e sua estrutura do ponto de

vista interno, bem como na sua projeção exterior e social.

A participação de todos na construção do PPP vem de encontro à visão

de uma educação democrática, que de tão importante está relacionada a

melhoria das condições de vida e de saúde das populações de todo o mundo.

A sociedade, bem como sua inteligência é coletiva e está presente em todos

nós. Portanto, somos todos capazes de opinar, aprender, imaginar, participar,

enfim, de fazer progredir as conquistas e as relações sociais de um

determinado contexto.

Merece destaque o papel da gestão na efetivação de um PPP

emancipatório, em que se vincula à postura adotada pela direção o processo

de consolidação da autonomia escolar, bem como o avanço da gestão

democrática, sendo esta responsável pela articulação dos segmentos

escolares, integrando-os. Portanto, a participação da direção nas reuniões

pedagógicas é importante, lá se pode ouvir e expor argumentos, além de

conhecer, acompanhar e se comprometer com o processo educacional.

Para Libâneo (2001, p. 133),

“o PPP representa a oportunidade de a direção, a coordenação pedagógica, os professores e a comunidade, tomarem sua escola nas mãos, definir seu papel estratégico na educação das crianças e jovens, organizar suas ações, visando atingir os objetivos que se propõem”

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O PPP não é por si só elemento mágico para solucionar os problemas

da escola, sua eficácia e operacionalização estão relacionadas ao

comprometimento dos seus agentes que, por sua vez, se relaciona a

importância dada à participação no momento de sua construção. Portanto, fica

clara a idéia processual e interdependente do PPP como as dos elos de uma

corrente. As ações educativas desencadeadas podem ser inúmeras, mas

todas devem ter o mesmo foco ou diretriz de pensamento.

Assim, a escola agirá como um todo, capaz de fugir das identidades e

ações cristalizadas e institucionalizadas por princípios históricos, que são

excludentes e não atendem aos princípios constitucionais de democracia e

igualdade social.

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CAPÍTULO II

AS ESPECIFICIDADES DO GESTOR ESCOLAR E DO

SUPERVISOR ESCOLAR

A Ação Integrada analisa de forma clara e objetiva o papel da gestão

escolar e supervisão escolar como meio de apoio, ao professor para melhoria

do processo educativo, visando o educando, levando em consideração que a

escola é um sistema social que se compõe de um conjunto de funções todas

elas interajam em diferentes áreas. A escola constitui-se de uma organização

sistêmica, um conjunto de elementos que interagem e se influenciam, por esse

motivo está relacionado na forma de troca de influências, ao meio que insere.

Em consonância ao relacionamento de mutua influência com o meio que

está inserida, a escola tem a função de promover a melhoria da comunidade

que está inserida, sendo assim a escola recebe influência da comunidade,

adaptando seus objetos e programas, métodos e técnicas as suas

necessidades. Podemos concluir em que ao pensar em algum setor da escola,

pensasse nas relações entre os demais setores e inclusive a comunidade

escolar.

Em relação à divisão de trabalho e distribuição de papeis podemos

enfatizar que o gestor não deve acreditar que a sua função dentro da escola é

apenas administrar os recursos financeiros, mas também na função

pedagógica, já que dentro das habilidades desse profissional compete à

dinamização e assistência aos membros da escola para que promovam ações

condizentes com os objetivos e princípios educacionais propostos.

A supervisão apareceu como uma força disciplinadora de inspecionar,

reprimir, checar e monitorar. Essas funções foram se modificando, passando

por controle comportamental em busca de liderança no processo educativo até

a superação da simples tarefa de fiscalização para se tornar supervisor

escolar. A Supervisão Escolar é, na atualidade, um segmento da escola que se

responsabiliza pela articulação das ações pedagógicas, na busca pela

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construção e execução do planejamento escolar, do cumprimento da grade

curricular, buscando adequar a aprendizagem às demandas sociais da

comunidade local.

2.1 – O papel do gestor escolar

O papel do gestor escolar não se resume meramente à administração

da unidade escolar de ensino, mas de um agente responsável por mudanças.

O gestor da atualidade deve gerenciar com responsabilidade,

motivação, preocupado com a formação continuada de sua equipe, interagindo

com a comunidade escolar, atualizando-se e compartilhando conhecimento.

É por isso, que dentro dessa realidade da gestão democrática na escola,

a democratização se faz na prática. Isto quer dizer que a comunidade, a equipe

técnico-pedagógica, tem que se envolver diretamente com os problemas da

sua escola, se interessar com o desenvolvimento diário da escola, pois “a

democracia só se efetiva por atos e relações que se dão no nível da realidade

concreta”. (PARO, 2002, p. 18)

Dentre as atribuições do gestor escolar podemos citar:

• Cumprir e fazer cumprir as leis de ensino e as determinações legais de sua

competência;

• Tomar e dar ciência ao corpo docente, das publicações dos Atos Oficiais

sistematicamente;

• Acompanhar o processo pedagógico desenvolvido na Unidade Escolar,

favorecendo a implementação de estratégias pedagógicas, para a melhoria do

desempenho escolar;

• Estimular, fortalecer e participar do conselho da unidade escolar;

• Assinar, juntamente com o Secretário Escolar, os documentos expedidos

atinentes ao expediente escolar;

• Receber, informar e despachar todo tipo de documentação, encaminhando-a

às autoridades competentes;

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• Zelar para que a freqüência mínima estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases

seja cumprida, criando estratégias que a estimule e impeçam a evasão escolar;

• Zelar pela assiduidade e pontualidade dos profissionais da educação que

atuam na Unidade Escolar, tomando medidas que garantam, de forma plena, a

oferta integral das aulas previstas no calendário letivo;

• Propor e discutir alternativas, objetivando a redução dos índices de evasão e

de repetência, consolidando a função social da escola;

• Propiciar, estimular e apoiar a capacitação contínua dos profissionais sob

sua direção através de grupo de estudos, seminários, fórum de debates,

palestras, oficinas, organizados pela equipe da Unidade Escolar ou promovidos

por outras instituições educacionais;

• Garantir a divulgação, circulação e o acesso de toda e qualquer informação

de interesse da Comunidade Escolar;

• Zelar pela conservação do patrimônio;

• Representar o estabelecimento perante às autoridades federais, estaduais,

municipais e junto à comunidade; mensal, de professores e demais

funcionários;

• Garantir, na forma da lei, o efetivo exercício do servidor no Estabelecimento

de Ensino sob sua responsabilidade;

• Garantir a elaboração, implementação e atualização, junto à comunidade

escolar do Projeto Político-Pedagógico;

• Promover e incentivar a realização de atividades comunitárias com o objetivo

de atender ao Projeto Político-Pedagógico da Unidade Escolar;

• Manter um processo de comunicação claro e aberto entre os membros da

escola assim como entre a escola e a comunidade;

• Favorecer o diálogo entre os membros da escola e a comunidade;

• Tratar a todos os cidadãos igualmente, evitando qualquer tipo de prática que

fira a ética e o decoro público no uso dos equipamentos e serviços da Unidade

Escolar;

• Garantir a execução do calendário escolar e as disposições deste Regimento.

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Podemos enfatizar que o gestor não deve acreditar que a sua função é

apenas administrar os recursos financeiros, mas também na função

pedagógica, já que dentro das suas especificidades está a articulação com a

equipe pedagógica e tem por função a aprendizagem de todos os educandos.

Pode-se dizer que esta é a atribuição mais importante do gestor, mas muitas

vezes, a menos priorizada, devido as demandas legais e judiciais que

aguardam respostas pela parte administrativa da escola.

Se queremos uma escola transformadora, precisamos transformar a escola que temos aí. E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola. (PARO, 2002, p. 10)

2.2 – O papel do supervisor escolar

O papel do supervisor escolar se constitui, em última análise, na

somatória de esforços e ações desencadeados com o sentido de promover a

melhoria do processo ensino-aprendizagem. Esse esforço voltou-se

constantemente ao professor, num processo de assistência aos mesmos e

coordenação de sua ação.

O processo de assistência e coordenação recebeu enfoques variados

durante a história de supervisão escolar, como por exemplo, a melhoria:

• Dos materiais de instrução;

• Dos métodos, técnicas e procedimentos do ensino;

• Dos programas curriculares;

• Do processo de avaliação dos alunos;

• Da descrição de objetivos educacionais;

• Do processo de recuperação dos alunos;

• Do desempenho do professor;

• Outros.

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Embora assumindo uma ação voltada ao professor, nem sempre a ação

do supervisor escolar preocupou-se com a melhoria do seu desempenho.

A preocupação pela melhoria do processo ensino-aprendizagem,

traduziu-se, via de regra, no esforço de analisar algum aspecto desse processo

(qualquer um dos anteriormente apontados, com exceção do desempenho do

professor), organizá-lo, inová-lo, realimentá-lo e entregá-lo ao professor para

que o mesmo aplicasse. E nisso se constituía a assistência ao professor.

Mais recentemente, a supervisão escolar ganhou uma nova dimensão,

mais dinâmica e com maior potencial de eficácia a longo prazo: a melhoria do

desempenho do professor, isto é, o desenvolvimento de conhecimentos,

habilidades e atitudes dos mesmos em relação ao processo ensino-

aprendizagem. Os aspectos de materiais de instrução, métodos, técnicas, etc.,

passam a ser meios ou aspectos desse desenvolvimento.

Dentre a gama de atribuições de uma supervisão escolar podemos citar:

• Responsabilidade pelas atividades pedagógico-didáticas e

curriculares da escola, priorizando a qualidade do cognitivo do processo ensino

e aprendizagem.

• Supervisionar e elaborar diagnósticos, projeto pedagógico-

curricular da escola, junto ao corpo docente, e outros planos e projetos.

• Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do

currículo, além da assistência direta aos professores na elaboração dos planos

de ensino, escolha de livros didáticos, práticas de avaliação da aprendizagem,

adequação de conteúdo, desenvolvimento de competências metodológicas,

práticas avaliativas.

• Coordenar reuniões pedagógicas, promover a

interdisciplinaridade, diagnosticar problemas de ensino e aprendizagem e

adotar medidas pedagógicas preventivas.

• Organizar as turmas de alunos, direcionar professores,

responsável pelo horário escolar além de coordenar o conselho de classe.

• Propor e coordenar atividades de formação continuada e de

desenvolvimento profissional dos professores.

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• Elaborar e executar programas e atividades com pais e

comunidades, especialmente de cunho científico e cultural e acompanha o

processo de avaliação e aprendizagem.

Essa linha de ação conduz com as colocações feitas com relação ao

papel do professor na escola e a necessidade de assisti-lo para que melhor

desempenhe esse papel.

Uma equipe é um grupo de pessoas que trabalha junto, de forma colaborativa e solidária, visando a formação e a aprendizagem dos alunos. Do ponto de vista organizacional, é uma modalidade de gestão que, por meio da distribuição de responsabilidades, da cooperação, do diálogo, do compartilhamento de atitudes e modos de agir, favorece a convivência, possibilita encarar as mudanças necessárias, rompe com as práticas individualistas e leva a produzir melhores resultados de aprendizagem dos alunos (LIBÂNEO, 2008, p. 103).

Ela direciona a supervisão escolar para assumir funções relativas ao

treinamento de professores, nas mais variadas formas; à observação e feed-

back ao seu desempenho; à realização de entrevistas de ajuda, tanto

individualmente como em grupos; à realização de reuniões, etc.

A eficácia da ação do supervisor escolar torna-se pois diretamente

ligada à sua habilidade em promover mudanças de comportamento no

professor, isto é, a aquisição de novas habilidades ou reforço a outras já

existentes; o desenvolvimento de novas perspectivas, ideias, opiniões,

atitudes, etc. Isto porque, em última análise, o aprimoramento do processo

ensino-aprendizagem, preconizado pela supervisão escolar, não depende tanto

de diretrizes pré-estabelecidas e de planos prontos, muitas vezes pouco

aceitos, ou aceitos passivamente pelo professor, mas das condições

apresentadas por este profissional para implementá-los.

Uma das grandes dificuldades da educação reside no fato de que ideias

de inovação propostas não se traduzem em ação onde de fato ocorre a

educação: na sala de aula. Às vezes, observa-se, a nível de proposições, até

uma certa sofisticação de ideias e métodos. Porém, a nível de sala de aula,

encontra-se, muito comumente, o professor atuando orientando por sua

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intuição ou, quem sabe, até por sua exasperação face a sua perspectiva de

desesperança diante das dificuldades que enfrenta.

Somente se poderá afirmar que a educação melhorou a partir do

momento em que houve melhora na sala de aula, isto é, na maneira como se

desenvolve o processo ensino-aprendizagem.

O desempenho do professor em termos de seus conhecimentos,

atitudes e habilidades com relação ao processo ensino-aprendizagem são o

cerne da melhoria da qualidade da educação e, muito mais do que a melhoria

de prédios, de materiais de ensino, de métodos e de programas.

A falta de uma assistência ao professor quanto a seu desempenho em

sala de aula é considerada como uma das importantes causas de embaraço do

processo educativo. Portanto, parece crucial que o supervisor escolar preste

ao professor uma assistência sistemática, no sentido de melhoria contínua do

seu desempenho.

2.3 – A importância da comunidade no processo de tomada de

decisões da escola

No que concerne à participação da comunidade no cotidiano escolar,

Dias (1998, p. 280), enfatiza que “a escola tem [...] a preocupação de

conquistar o apoio da comunidade, considerando-o relevante para uma

atuação eficaz”. De acordo com Libâneo (2008, p. 138-139), “possibilita à

população o conhecimento e a avaliação dos serviços oferecidos e a

intervenção organizada da vida da escola”. Tomando como base este sentido,

Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali oferecida (LIBÂNEO, 2001, p. 139).

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Ainda em relação à participação da comunidade na tomada de decisões

do âmbito escolar têm-se os Conselhos de Classe e os Conselhos de Escola,

Colegiados ou Comissões. Torna-se mister ressaltar que, segundo Libâneo

(2008), surgiram no Brasil desde a década de 1980.

A participação da comunidade no processo de conquista da autonomia

da escola requer, assim, a participação dos pais, entidades e organizações as

quais são paralelas à escola, visto que, no tocante à realidade das famílias,

estas, por sua vez, participam do processo de tomada de decisões nos

Conselhos Escolares, Associação de Pais e Mestres, acompanhando e

avaliando a qualidade dos serviços prestados, além de colaborar no processo

de elaboração e aplicação do Projeto Político-Pedagógico. Desse modo,

Usufruem das práticas participativas para integrarem outras circunstâncias decisórias no âmbito da sociedade civil (organizações de bairro, movimentos de mulheres, de minorias étnicas e culturais, movimentos de educação ambiental e outros), contribuindo para o aumento da capacidade de fiscalização da sociedade civil sobre a execução da política educacional (ROMÃO apud LIBÂNEO, 2008, p. 144).

É correto afirmar que a participação da comunidade no setor

educacional na tomada de decisões dá respaldo aos governos a fim de que

atendam melhor as necessidades educacionais da nação. A este respeito,

Lück (2009) afirma que o gestor deve liderar e garantir a atuação democrática

efetiva e participativa dos conselhos escolares e de classe, grêmios estudantis

entre outros colegiados educacionais.

De acordo com Lück (2009), cabe o gestor escolar estar ciente das

questões da comunidade escolar, interpretando seus processos sociais e

orientando o seu melhor encaminhamento. Afirma também que deve

proporcionar a integração e a articulação entre a escola e a comunidade na

qual encontra-se inserida, com o apoio e plena participação dos colegiados

escolares, mediante a realização de atividades de égide pedagógica, científica,

social, esportiva, cultural entre outras. Para a supracitada autora, a integração

da instituição escolar com a família e a comunidade constitui um fator de

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fundamental importância para o adequado funcionamento da escola, bem

como da qualidade de ensino.

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CAPÍTULO III

A INTEGRAÇÃO DO CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO PARA A CONSTRUÇÃO DA GESTÃO

DEMOCRÁTICA

A gestão democrática consiste em um princípio preconizado na Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº. 9.394/96 e na Constituição

Federal de 1988. Desse modo, é correto afirmar que a escola, para atingir os

objetivos propostos pela atual LDB, é necessário a presença de vários

profissionais para garantir uma educação digna e de qualidade, uma vez que,

conforme as fontes citadas, a educação é um processo social e cooperativo

que requer a participação de todos os profissionais existentes na escola, como

também a participação das famílias e da comunidade. Tomando como base

esta perspectiva Lück (2009), afirma que a gestão democrática deve

proporcionar a participação de todos os segmentos da unidade de ensino, o

planejamento e a execução do plano de desenvolvimento da escola, sob forma

articulada, com a finalidade de realizar uma proposta educacional de acordo

com as necessidades sociais existentes na qual a instituição escolar encontra-

se inserida. De acordo com Libâneo (2008), a participação é o meio

fundamental para garantir a gestão democrática da escola, uma vez que

possibilita o envolvimento de profissionais e a clientela no processo de tomada

de decisões, bem como no adequado funcionamento da organização escolar.

Dessa forma, proporciona melhor conhecimento dos objetivos e metas, da

estrutura organizacional e de sua dinâmica, das relações da escola com a

comunidade, favorecendo, assim, uma proximidade mútua entre educadores,

alunos, pais e comunidade.

Valoriza os elementos internos do processo organizacional – o planejamento, a organização, a direção, a avaliação –, uma vez que não basta a tomada de decisões: é preciso que elas sejam postas em prática em função de prover as melhores condições para viabilizar os processos de ensino e aprendizagem. [...] A gestão participativa é a

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forma de exercício democrático de gestão e um direito de cidadania, mas implica também deveres e responsabilidades, portanto, a gestão participativa é a gestão eficaz. Se, por um lado, a gestão democrática é uma atividade coletiva, implicando a participação e objetivos comuns, por outro, depende também de capacidades e responsabilidades individuais e de uma ação coordenada e controlada (LIBÂNEO, 2008, p. 126).

Cada indivíduo que assume a função de coordenar um grupo, quer pela

imposição de um cargo, quer por uma necessidade circunstancial, traz uma

bagagem própria de conceitos, valores, sentimentos que vão determinar sua

forma de perceber e relacionar-se com as situações que o cercam. Assim, não

há um modelo único de coordenação. Além disso, os diferentes momentos

pelos quais o grupo passa irão exigir um coordenador mais diretivo: que dê

mais informações, que organize o tempo, o espaço, a rotina, as tarefas; que

informe com clareza o que se pretende; que facilite a inclusão das pessoas no

grupo dizendo “ – e você? O que acha?”. Quando o grupo está organizado, o

coordenador passa a ser menos diretivo: sugere, discute, emite opinião,

valoriza a participação de cada um. Seu desafio é permitir o exercício do

conforto, instalar um clima de confiança e respeito pelas diferenças, cuidando

para que o grupo não se afaste de seu objetivo central. Quando a equipe

amadurece, ele só intervém em momentos específicos: amplia as discussões

trazendo subsídios teóricos, promove a avaliação e o replanejamento, com o

grupo.

A presença de um coordenador, portanto, é indispensável na vida de

uma equipe: quase sempre é ele que consegue ver mais longe do que os

outros, uma vez que não se desliga das intenções fundamentais do trabalho.

Considerando que a reflexão é o principal instrumento de mudança, incentiva o

grupo a observar, pensar, analisar, investigar. É ele quem aponta a direção do

trabalho coletivo, pois sabe onde quer chegar e que aliados deve conquistar,

para que o grupo possa superar suas dificuldades e atingir o objetivo proposto.

Coordenar um grupo requer algumas habilidades mas, acima de tudo,

persistência e predisposição para desenvolvê-la. Vale a pena, pois um grupo

coeso é capaz de mobilizar forças de tal forma que o todo constitua um bem

maior que a soma das partes.

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A gestão escolar e a supervisão escolar se constituem em duas áreas

fundamentais no processo educacional. Todos os aspectos relacionados à vida

escolar dependem da atuação das pessoas que ocupam essas funções, e

estes devem trabalhar de forma integrada, não só entre si, mas também com a

comunidade escolar, através de uma gestão democrática.

O Gestor escolar é o principal responsável pela escola, ele tem a função

de fazer com que as atividades sejam realizadas eficiente e eficazmente.

Durante muito tempo esta função foi alvo de criticas, em um primeiro momento,

pela busca de definição em torno de sua atribuição como administrador, e

posteriormente, buscou-se a redefinição de práticas excessivamente

burocráticas, conservadoras, autoritárias e centralizadoras.

Diante das transformações ocorridas, sabemos que muitos gestores

escolares já estão trabalhando embasados em práticas de gestão e liderança

democráticas, atitudes flexíveis e compromisso com as necessárias mudanças

na educação. Assim, as ações do gestor escolar devem estar pautadas na

gestão e administração com conotação pedagógica uma vez que se trata de

uma gestão em função do campo educativo.

De acordo com Libâneo (2008), as atribuições competentes ao gestor

escolar visam dirigir e coordenar o andamento dos trabalhos, a eficácia na

utilização dos recursos, assegurar o processo participativo de tomada de

decisões, assegurar a execução coordenada das atividades e setores da

escola além de articular as relações interpessoais entre escola e comunidade.

Ainda acerca das competências envolvendo a gestão escolar, vale

ressaltar que todas as ações citadas devem estar embasadas dentro de

critérios que envolvam autoridade, responsabilidade, disciplina e iniciativa.

Esses quatro critérios mencionados nortearão as ações no que tange

supervisionar e responder por todas as atividades administrativas e

pedagógicas, bem como as relações com os pais e a comunidade. O gestor

deve assegurar condições e meios de manutenção de um ambiente de

trabalho favorável e de condições materiais necessárias a consecução dos

objetivos da escola, incluindo a responsabilidade pelo patrimônio e sua

adequada utilização.

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O gestor deve buscar os meios e condições que favoreçam a atividade

profissional de todos os funcionários, visando à boa qualidade do ensino, para

isto, deve assegurar o cumprimento da legislação educacional em consonância

com o regimento escolar garantindo a aplicação das diretrizes de

funcionamento da instituição e das normas disciplinares.

Articular de forma eficiente e eficaz os diversos segmentos da escola de

forma a colocar em prática o Projeto Político-Pedagógico, é a atribuição do

supervisor escolar.

Podemos dizer que a primeira atribuição da coordenação é a assistência

pedagógico-didática aos professores, de forma a alcançar a proposta de

qualidade de ensino. Trabalhar junto ao professor de forma a direcioná-lo na

situação mais propícia a aprendizagem do aluno.

O serviço da gestão escolar deve trabalhar de forma integrada com a

supervisão escolar e a orientação educacional, envolvendo os educandos, o

corpo docente, a família e a comunidade movimentando-os para aspectos do

conhecimento e buscando assim uma cultura escolar saudável e inovadora.

A orientação educacional se consolida através de suas atuações que

permeiam o cotidiano escolar, familiar, comunitário e equipe de docentes.

Podemos atribuir ao orientador educacional um papel principal como

profissional que pode auxiliar em diferentes aspectos. De acordo com suas

atuações podemos perceber algumas que são consideradas principais:

• Incentivar o aluno a pesquisa, ou seja, acompanhar a vida escolar

do educando, ajudando–o no processo de aprendizagem, pois é a principal

ferramenta de trabalho do orientador.

• Identificar e assessorar alunos que demonstram dificuldades de

adaptação à escola, dificuldades no rendimento escolar ou outros problemas

no ambiente escolar. Mas essas atividades sempre se realizam com o apoio e

parceria da família, administrador escolar e professores.

• Acompanhar o trabalho do corpo docente em desenvolver o

relacionamento interpessoal com o aluno. De acordo com Sanches apud Lück

(2008, p. 25): “É nesse sentido que entendo serem os orientadores

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educacionais profissionais com possibilidade para facilitar o processo de

relacionamento entre professor e aluno”.

O serviço de orientação educacional atua na educação física e mental.

Pressupõe-se que o aluno precisa estar com o físico e mental ajustado para

uma boa aprendizagem. Trabalha na área de orientação vocacional, e faz a

ligação entre o aluno, o professor e a sociedade.

Com vistas ás atribuições citadas acerca dos instrumentos que

compõem o corpo administrativo escolar, podemos definir a escola como uma

organização sistêmica aberta, composta por um conjunto de pessoas com

diferentes papéis que interagem e se influenciam mutuamente. Desta forma, o

corpo administrativo composto pelo gestor, coordenador pedagógico e

orientador educacional representa, em grau de importância, os principais

articuladores da instituição escolar.

Vale ressaltar a importância de se pensar a forma como as relações são

estabelecidas e sua importância dentro do processo educativo, segundo a

autora, quando se pensa em algum setor da escola, deve-se pensar em suas

relações com os demais setores, bem como com a comunidade. Partindo das

considerações apresentadas, reafirma-se a importância da busca por uma

educação que consiga agregar ao trabalho escolar ações conjuntas, visando

atingir níveis satisfatórios de qualidade cognitiva e operativa das

aprendizagens, associando a isto, ações que assegurem um estreitamento das

relações entre escola, família e sociedade que consequentemente serão

transformados em valores.

Para que se alcance resultados, faz-se necessário pautar-se em

trabalhar o desenvolvimento cognitivo associado às práticas do cotidiano

escolar por meio de projetos integrados que envolvam experiências, unidades,

onde cada especialista educacional assume uma parte do todo.

A gestão além de integrada deve ter como foco o fazer de uma gestão

escolar para comunidade, uma gestão participativa, onde além do corpo

administrativo escolar, tenhamos também pais e alunos inseridos no processo.

A comunidade deve ser uma parceira da escola, e vice versa,

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demonstrando assim uma gestão democrática. A escola e a comunidade só

tem a ganhar com essa parceria.

A gestão democrática implica a participação de todos os segmentos da

unidade escolar, a elaboração e execução do plano de desenvolvimento da

escola, de forma articulada, para realizar uma proposta educacional compatível

com as amplas necessidade sociais.

A democratização da gestão vai trazer a comunidade para a escola e os

benefícios serão para ambos os lados. A formação dos alunos será

beneficiada, e a credibilidade da escola diante a comunidade também se

elevará.

Enfim, todas essas ações servirão como fases que reverterão na

eficácia do processo educativo. Integrar as funções administrativas e manter

contato direto com a comunidade escolar, torna-se essencial ao fato de que a

instituição escolar tem sido alvo de constantes transformações e indagações

quanto ao cumprimento de seu papel enquanto instituição de ensino.

Diante do tema analisado, pôde-se observar a importância de se pensar

o ambiente escolar dentro de uma perspectiva dinâmica, que necessite da

implementação de métodos integrados, a fim de que se alcancem os objetivos

propostos.

“A administração da escola, a supervisão escolar e a orientação educacional se constituem em três áreas de atuação decisiva no processo educativo, tendo em vista sua posição de influência e liderança sobre todas as atividades desenvolvidas na escola. O clima emocional de trabalho, o estabelecimento de prioridades de ação, o tipo de relacionamento professores-professores, professores-alunos, escola-comunidade, dentre outros aspectos importantes da vida escolar, dependem, sobremaneira, da atuação dos elementos que ocupam aquelas posições.” (LÜCK, 2008, p. 7-8)

A Ação Integrada reforça o trabalho coletivo da equipe técnico-

pedagógica da escola, que se torna mais necessária para o desenvolvimento

da educação, cada vez mais vital para o desenvolvimento da sociedade, ao

mesmo tempo se torna mais complexa. Lück (2008) defende o estímulo à

gestão compartilhada em diferentes âmbitos da organização escolar. Onde

isso ocorre, diz ela, nasce um ambiente favorável ao trabalho educacional, que

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valoriza os diferentes talentos e faz com que todos compreendam seu papel na

organização e assumam novas responsabilidades, tendo como objetivo

examinar aspectos relacionados à atuação do diretor da escola, do supervisor

escolar e do orientador educacional, sob o enfoque de sistema, e propor a

adoção de uma linha integrada de ação na perspectiva do processo de

consultoria, pela qual se pode promover o desenvolvimento da escola como

um todo e não apenas a resolução de problemas imediatos, de acordo com o

seu surgimento.

Nessa lógica, tece considerações a respeito do professor e da equipe

técnico-administrativa no processo educativo: o papel do professor é,

basicamente, ajudar o educando a aprender em todos os aspectos, isto é, na

aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes,

valores, ideais ou qualquer tipo de aprendizagem ainda não desenvolvida e

julgada importante e necessária, tanto pessoal quanto socialmente. A eficácia

do processo educativo, dessa forma, está centralizada no professor – seus

conhecimentos, suas habilidades e suas atitudes em relação ao aluno, a quem

deve motivar. Uma preocupação na escola/ambiente escolar, então, é tratar do

desenvolvimento desse professor, orientá-lo e assisti-lo na promoção de um

ambiente escolar e processo educativo, significativos para o educando.

Ao avaliar os papéis desempenhados pela equipe técnico-administrativa,

a autora inicialmente trata do papel do diretor:

“é do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido, e controlando todos os recursos para tal.” (LÜCK, 2008, p. 16-17)

Em algumas escolas, torna-se necessário subdividir o papel do diretor,

daí a importância de se estudar também o papel de outros profissionais

correlacionados, tais como o supervisor escolar e o orientador educacional. O

primeiro, por exemplo, seria o responsável pelos esforços e ações

desencadeados com o sentido de promover a melhoria de processo ensino-

aprendizagem, ou seja, o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e

atitudes dos mesmos em relação ao processo ensino-aprendizagem: materiais

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de instrução, métodos, técnicas (entre outros) passam a compor os meios ou

aspectos desse desenvolvimento. De sua parte, o orientador educacional pode

ser visto em duas dimensões: a orientação direta ao aluno (em que atua como

um aconselhador) ou como prestação de serviços (em que atua como um

consultor para os educadores com alunos portadores de necessidades

especiais de aprendizagem).

“A falta de integração do processo educativo tem uma multiplicidade de aspectos e ângulos. Ela é tanto interna quanto externa, tanto de concepção quanto de ação. Todos os aspectos relacionados à integração ou à falta dela atuam em cadeia de maneira que, havendo dificuldades em um determinado ângulo do processo educativo, naturalmente a mesma promoverá repercussões em outros.” (LÜCK, 2008, p. 29-30)

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CONCLUSÃO

O presente trabalho se constitui em um esforço no sentido de trazer a

analise aspectos relevantes com referência à ação integrada de gestão escolar

e da equipe técnico-pedagógica.

O centro de atenção máxima da escola deve ser o aluno. A escola existe

em função dele, e, portanto, para ele.

A sua organização, em qualquer dos seus aspectos, deve ter em vista a

consideração do fim precípuo que a escola se destina: a criação de condições

e situações favoráveis ao bem-estar emocional do educando, e o seu

desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivos, psicomotor e afetivo, a fim

de que o mesmo adquira habilidades, conhecimentos e atitudes que lhe

permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais.

Na promoção dessas condições e situações, um dos fatores mais

decisivos é o professor. Suas atitudes, práticas, desempenhos, promovem um

impacto significativo no educando, pois elas influem na imagem e de si

mesmos, e, é claro, em aspectos particulares de sua aprendizagem. Portanto,

toda atenção deve ser dada ao desenvolvimento de atitudes, habilidades e

conhecimentos do professor para que possa promover um processo educativo

relevante.

O exercício da gestão escolar e da supervisão escolar se constitui em

papéis-meios, que garantem a melhoria do processo educativo. Sua

assistência e apoio ao professor, no sentido de que esteja cada vez melhor

preparado ao desempenho de suas funções, é vital.

Para que possam prestar esse apoio e assistência, faz-se necessário,

no entanto, que não só atuem integralmente, somando esforços, assumindo

um ponto de vista comum, mas também que adquiram habilidades para tal.

É preciso muita luta contra o comodismo e o imediatismo, pois há

momentos em que trabalhar sozinho é bem mais fácil e mais rápido. É preciso

uma educação coletiva para uma comunicação e a libertação, pois estamos

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habituados a fazer valer nossas ideias “a todo custo” e a tentar “vendê-las” e

“convencer” o outro. Não sabemos perder.

Temos que nos conscientizar de que, quando está em pauta a melhoria

do processo educativo, todos ganham se as decisões tomadas forem fruto de

um intercâmbio efetivo entre os participantes, sem imposição de pontos de

vista de nenhum dos elementos, independentemente de sua posição

hierárquica na instituição.

A discussão aberta aos problemas e a busca coletiva de soluções

enriquece e educa a todos. A coletivização da tomada de decisões relativas ao

processo educacional traz consigo maior interesse e responsabilidade de todos

no desenvolvimento do trabalho educativo. E é a partir desse envolvimento de

todos que conseguiremos caminhar rumo à ação integrada, que desejamos.

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BIBLIOGRAFIA

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTO

03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

A Escola como Sistema e a Divisão de Trabalho 11

1.1 A divisão de trabalho e a distribuição de papeis 13

1.2 Considerações a respeito da equipe técnico-administrativo e ao professor

no processo educativo 14

1.3 Em relação ao supervisor escolar 15

1.4 A gestão democrática 15

1.5 O projeto político-pedagógico na gestão democrática da escola 16

CAPÍTULO II

As Especificidades do Gestor Escolar e do Supervisor Escolar 19

2.1 O papel do gestor escolar 20

2.2 O papel do supervisor escolar 22

2.3 A importância da comunidade no processo de tomada de decisões da

escola 25

CAPÍTULO III

A Integração do Corpo Técnico-Administrativo para a construção da Gestão

Democrática 28

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41

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42