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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Inclusão Escolar dos Alunos com Deficiência Física Por: Andréa Borges de Menezes Orientador Prof. Mary Sue Pereira Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Inclusão Escolar dos Alunos com Deficiência Física

Por: Andréa Borges de Menezes

Orientador

Prof. Mary Sue Pereira

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Inclusão Escolar dos Alunos com Deficiência Física

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Educação Especial e Inclusiva.

Por: Andréa Borges de Menezes

3

AGRADECIMENTOS

....aos meus pais que sempre me

apoiaram em minha luta pelo

conhecimento.

4

DEDICATÓRIA

.....dedico aos meus pais e meu irmão.

5

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I - Deficiência Física: Causas e Conseqüências 8

CAPÍTULO II- Infraestrutura Escolar para atender os alunos deficientes 18

CAPÍTULO III – As garantias legais da educação inclusiva brasileira 26

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA 36

ÍNDICE 38

6

INTRODUÇÃO

O tema do presente trabalho foi escolhido por saber o quanto é

necessário à escola estar preparada quanto a acessibilidade bem como quanto

em recursos pedagógicos para atender alunos deficientes físicos, favorecendo-se

assim a aprendizagem deles. Tem, portanto como objetivo geral caracterizar o

significado de inclusão do deficiente físico no ambiente escolar.

É possível notar que o processo de educação inclusiva gera vários

impactos na educação. Essa discussão é fundamental a fim de estabelecer

prioridades para a ação inclusiva, no que se refere à necessidade da escola estar

preparada para questões de acessibilidade, recursos pedagógicos, tudo o que

puder para o favorecimento do ensino aprendizagem do aprendente deficiente.

Com o passar do tempo procurou-se mudar o olhar sobre os deficientes

físicos e eles passaram a ter direitos assegurados por lei.

A inclusão de alunos com deficiência contribuiu para a construção de

uma nova sociedade, desenvolvida por meio de transformações nos ambientes,

nos procedimentos técnicos e na mentalidade da população, inclusive da própria

pessoa com deficiência.

O acesso e a permanência dos alunos com deficiência nas escolas da

forma como vêem sendo operacionalizados a partir das políticas de inclusão

escolar e servem como acobertamento do caráter seletivo da escola brasileira. A

escola necessita de uma estrutura adequada para atender esta demanda de

alunos para que possa de maneira inclusiva e não exclusiva, atender as

diversidades humanas.

As características da escola e a forma com as equipes escolares se

apropriam das propostas e ações políticas, potencializam de modo diferente a

7

implantação da inclusão. A inclusão dos alunos cadeirantes nas escolas de Ensino

Fundamental, se faz necessária a cada ano, com ela, o desafio de garantir uma

educação de qualidade para todos.

Na escola inclusiva os alunos aprendem a conviver com a diferença e

se tornar cidadãos solidários, As escolas devem preparar seu ambiente para que

os alunos cadeirantes se sintam acolhidos de fato pela instituição de ensino,

fazendo com que possam estabelecer condições de igualdade e acessibilidade

para que permaneçam na escola.

Mas, para que sejam incluídas e não se tornem meros figurantes de um

sistema e sim protagonista do próprio aprendizado, é fundamental que a

instituição escolar reveja suas premissas.

8

CAPÍTULO I

Deficiência Física: Causas e Consequências

...Deus é maior que todos os obstáculos.

Existem várias definições para deficiência física. A deficiência física

pode ser entendida como uma mudança que provoca dificuldades de locomoção

impedindo ao deficiente uma vida de forma totalmente independente. Ou com uma

incapacidade, que limita ou impede o indivíduo. As deficiências não podem ser

medidas e definidas unicamente pela avaliação médica e psicológica.

O decreto federal nº 5.296 é, hoje, o instrumento que define legalmente

as deficiências, dividindo-se em cinco grandes categorias:

• Física

• Auditiva

• Visual

• Mental (intelectual)

• Múltipla

A deficiência física de refere ao comprometimento do aparelho

locomotor que compromete o sistema Osteoarticular, o Sistema

Muscular e o Sistema Nervoso. As doenças ou lesões que afetam

quaisquer desses sistemas, isoladamente ou em conjunto, podem

produzir grande (sic) limitações físicas de grau e gravidades

variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de

lesão ocorrida. (BRASIL 2006, p.28 apud SCHIRMER, 2007,

p.23)

9

1.1 - Causas

As doenças que afetam ou comprometem o sistema ósteo-articular, o

sistema muscular e o sistema nervoso, podem produzir quadros de limitações

físicas de grau e gravidade variáveis devido à lesão ocorrida. Assim, a deficiência

acaba interferindo na movimentação ou locomoção do indivíduo.

Em relação às crianças, as causas da deficiência física podem ser:

Pré-natais: problemas durante a gestação, remédios ingeridos

erradamente, tentativos de aborto mal sucedido, perdas de sangue durante a

gestação, crises maternais de hipertensão, problemas genéticos. Infecções intra-

uterinas como rubéola, toxoplasmose, sífilis, radiações, etc.

Perinatais: problemas respiratórios na hora do nascimento,

prematuridade, bebê que entra em sofrimento por passar da hora do nascimento,

cordão umbilical enrolado no pescoço, posição incorreta da criança para nascer.

Pós-natais: infecções no cérebro como meningite e encefalite,

inflamações e abscessos no cérebro, traumatismo no crânio, parada cardíaca,

infecção hospitalar e fator RH.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 3%

(três por cento) da população nos países desenvolvidos, contra 10% (dez por

cento) nos países subdesenvolvidos, tem probabilidade de nascer com uma

deficiência e adquiri-la posteriormente. Nesse percentual enquadram-se as

pessoas com todos os tipos de deficiência.

10

No Brasil, segundo o censo realizado no ano de 2000, pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira com mais de

24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.

Em países considerados em desenvolvimento, onde prevalecem

condições de desnutrição, precariedade de instalações sanitárias, doenças

incapacitantes, práticas irracionais com o parto e tratamento inadequado de

infecções, a situação de milhões de deficientes seja bastante agravada em função

da combinação da deficiência com a pobreza.

As causas das deficiências podem ser diversas, podendo estar ligadas

também a problemas genéticos, complicações na gestação ou gravidez, doenças

infantis e acidentes. São considerados fatores de risco: violência urbana, uso de

drogas, acidentes desportivos, sedentarismo, acidentes de trabalho,

epidemias/endemias, tabagismos, agentes tóxicos, maus hábitos alimentares e

falta de saneamento básico.

As doenças que afetam ou comprometem o sistema ósteo-articular, o

sistema muscular e o sistema nervoso, podem produzir quadros de limitações

físicas de grau e gravidade variáveis devido à lesão ocorrida. Assim, a deficiência

acaba interferindo na movimentação ou locomoção do indivíduo.

O termo paralisia cerebral serve para designar um grupo de limitações

psico-motor resultantes de uma lesão no sistema nervoso central.

O Sistema Nervoso Central tem como meta importante controlar a

maior parte do nosso corpo. Ele recebe várias informações dos diferentes órgãos

sensoriais, e reúne todas essas informações para determinar a resposta a ser

executada pelo corpo. A resposta é expressa pela fala, comportamento motor,

atividade mental, sono, equilíbrio interno do corpo, busca de alimentos, entre

outros.

11

A deficiência física tem como principais comprometimentos à

amputação (total ou parcial), ou seja, a falta de um membro, sua má-formação ou

deformação, uma alteração que afeta o sistema esquelético e muscular.

Baseando-se no decreto nº 3.298 de 1999 (BRASIL, 1999) da

legislação brasileira, encontra-se os conceitos sobre deficiência, no qual são

esclarecidas possíveis dúvidas, conforme segue:

Art 4º: I - deficiência física – alteração completa ou parcial de um

ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o

comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma

de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,

tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia,

amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo,

membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto

deformidade estéticas e as que não produzam dificuldades para o

desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº

5.296, de 2004).

Essas deficiências que possuem diversas causas podem aparecer de

formas distintas.

Além de todas as deficiências citadas encontramos também: a ostomia,

a colostomia, a ureterostomia, a traqueostomia, a gastrostomia, a jejunostomia,

entre outras.

Umas das doenças que já foi a maior causa de deficiência física no

Brasil é a paralisia infantil poliomielite, que atualmente está erradicada, graças às

campanhas de vacinação e à tomada de consciência dos pais, que compreendem

a importância desta vacina.

12

O que fazer quando encontrar um deficiente físico:

• Não segure a cadeira de rodas. Você pode estar querendo

ajudar, mas é preciso lembrar que ela faz parte do espaço

corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo;

• Se a conversa com um deficiente físico, principalmente se este

usar cadeira de rodas, se alongar um pouco, procure sentar. É

incomodo ficar olhando para cima;

• Não fique constrangido ao usar os termos”andar” ou “correr”. As

pessoas usam cadeiras de rodas também usam estas palavras;

• Fique atento com a presença de barreiras físicas que impeçam

que o deficiente possa se deslocar livremente;

• Em muitas cidades já existem vagas especiais para os

deficientes físicos estacionarem seus carros. Não ocupe estas,

pois isto faz parte de uma grande conquista;

• A arquitetura da maior parte dos prédios não está adaptada para

as necessidades especiais destas pessoas. Se de alguma forma

você pode influir na construção de qualquer obra, lembre-se de

projetar acessos para os deficientes.

1.2 – Conseqüências

De acordo com o grau de gravidade da deficiência, no qual atingem

áreas do cérebro responsáveis pelo desenvolvimento motor, pode caracterizar em

perda total dos movimentos ou dificuldades na fala.

13

As deficiências físicas de origem cerebral causada por lesões no

cérebro afetam diferentes segmentos no corpo.

Os deficientes físicos severos têm sua aparência física diferenciada dos

demais.

Muitos deficientes físicos severos não apresentam comprometimento

cognitivo. Portanto não devemos pensar que eles não podem aprender, pois é

apenas seu corpo que o impossibilita de realizar a troca com o meio, e não sua

mente. Devemos diferenciar suas lesões, sabendo ou não se existem limitações

cognitivas ou não desde o nascimento, lesão medular e paralisia cerebral, e entre

outras.

A partir dos estudos de cada caso, podemos avaliar e direcionar os

estímulos que deverão ser usados para facilitar e adaptar ao cotidiano e ao

ambiente o deficiente.

Todo deficiente físico, sendo severo ou não, precisam ter seus direitos

assegurados perante a lei e todas as outras pessoas, sem ou qualquer distinção.

Sabendo-se que a deficiência não pode fazer de uma pessoa um ser que deve ser

desprezado perante a sociedade ou pelo poder público. Tendo o tratamento

necessário para que possa ter sua vida tanto pessoal quanto profissional

assegurada perante a sociedade.

Os portadores de deficiência física motora precisam de ambientes

adaptados às suas deficiências para viverem com cidadania.

Quando falamos do âmbito escolar podemos perceber que o Brasil

ainda não oferece infraestrutura adequada aos deficientes.

14

A escola tem papel importante, porque este é um dos espaços onde

pode desenvolver seu potencial intelectual e interagir com outras pessoas em

suas faixa etária. Claro que serão necessárias adaptações, o uso de recursos

especiais, o conhecimento prévio da deficiência em questão e cabe à família fazer

esta ponte, passando as informações necessárias referentes às necessidades

especiais, os limites e potencialidades deste indivíduo.

No Brasil, a necessidade de se pensar um currículo para a escola

inclusiva foi oficializada a partir das medidas desenvolvidas junto à Secretaria de

Educação Especial do Ministério da Educação com a criação dos Parâmetros

Curriculares Nacionais. Neste documento explicita-se o conceito de adaptações

curriculares.

De modo geral, pode-se falar em dois tipos de adaptações curriculares,

as chamadas adaptações de acessibilidade ao currículo e as adaptações

pedagógicas. As primeiras se referem à eliminação de barreiras arquitetônicas e

metodológicas, sendo pré-requisito para que o aluno possa freqüentar a escolar

regular com autonomia, participando das atividades acadêmicas propostas para os

demais alunos. Estas incluem as “condições físicas, materiais e de comunicação”,

como por exemplo, rampas de acesso e banheiros adaptados, apoio de intérpretes

de LIBRAS e / ou capacitação do professor e demais colegas, transcrição de

textos para Braile e outros recursos pedagógicos adaptados para deficientes

visuais, uso de comunicação alternativa com alunos com paralisia cerebral de

expressão oral, etc.

As tecnologias assistivas podem ajudar as pessoas com deficiência

física motora a ter uma vida independente e digna.

A tecnologia assistiva é o nome utilizado para identificar todo o arsenal

de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades

15

funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover sua

independência e inclusão.

Podem ser usadas constantemente ferramentas que foram

especialmente desenvolvidas para favorecer e simplificar as atividades cotidianas

com vários recursos que são assimilados a nossa rotina e, são instrumentos que

facilitam o desempenho m funções pretendidas. De igual forma, as pessoas

deficientes, utilizam tais ferramentas, só que especialmente adaptadas para elas a

fim de ampliar sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidade

de seu aprendizado e trabalho. Proporcionando assim qualidade de vida e

inclusão.

Assim como a tecnologia assistiva deve ser usada, as escolas devem

ser adaptadas a fim que os deficientes se sintam de fato incluídos e não apenas

inseridos naquele lugar de forma obrigatória. Eles precisam estar seguros para

que possam desenvolver suas atividades de maneira normal, fazendo com que se

sintam parte de um todo e não meramente estarem ali de acordo com a lei.

Diante de tantas possibilidades e recursos tecnológicos, fica ainda mais

evidente que o deficiente físico-motor, assim como todos os outros deficientes,

pode e deve ser integrado cada vez mais ao convívio social. Sendo que a

influencia familiar exerce papel imprescindível nesta integração.

Podemos concluir que a inclusão dos portadores de deficiência é um

processo que exige respeito ao próximo, tanto da pessoa que recebe esse

individuo quando do próprio deficiente e principalmente a aceitação das diferenças

de cada um.

16

É preciso antes de tudo que o próprio deficiente se aceite dentro de

seus limites para que então seja aceito pela sociedade.

Para que de fato a inclusão venha acontecer basta que as legislações

sejam levadas a sério e algumas aperfeiçoadas e que a pessoa envolvida neste

processo no caso aqui o professor seja um atuante e que esteja em constante

aperfeiçoamento podendo assim atender as necessidades do aluno.

Sabemos que educar uma criança portadora de necessidades especiais

é uma experiência nova para o professor e também um desafio. E que não

devemos olhá-la como se fosse um estorvo dentro da sala de aula, pois acreditar

na capacidade e em sua potencialidade é acreditar que o professor pode sim

trabalhar para que se construa um futuro melhor sem discriminação, sabendo que

estas crianças tem muito a nos ensinar e que são tão ou mais inteligentes aos

ditos normais.

Incluir não é colocar o individuo junto aos demais apenas, mas buscar

em nós mesmos caminhos, vontade para que possamos ajudá-los a ser um

vencedor e então também junto com os portadores seremos também vencedores.

Vencendo a indiferença, o descaso, a falta de compreensão, a falta de cidadania e

principalmente a falta de amor ao próximo.

A diversidade humana está sendo cada vez mais reconhecida,

valorizada e considerada como condição primeira para implementação de

arrojados projetos sociais e educacionais. É nessas e em outras ocasiões

similares que podemos constatar o peso e a importância da diversidade como

meio pelo qual aprendemos mais sobre nós mesmos e sobre os outros.

17

A intenção de incluir todos os alunos nas escolas comuns implica que

reconheçamos as diferenças e a multiplicidade dos saberes e das condições sobre

as quais o conhecimento é aplicado

A Educação Especial já não é mais concebida como um sistema

educacional paralelo ou segregado, mas como um conjunto de medidas que a

escola regular põe ao serviço de uma resposta adaptada à diversidade dos

alunos.

Neste contexto, a instituição escolar passa a ser alvo de

questionamentos e de conflitos, provavelmente, por expor a diversidade e o

compartilhamento de interesses, contradições, expectativas e identidades. Muitas

são as ansiedades que movimentam as transformações em busca do que se julga

ser o ideal, correspondendo às necessidades específicas de todos.

A inclusão é, portanto, um conceito revolucionário, que busca remover

as barreiras impostas pela exclusão em seu sentido mais pleno.

18

CAPÍTULO II

Infraestrutura Escolar Para Atender os Alunos

Deficientes

Quando falamos sobre infraestrutura escolar, temos que falar de uma

escola para todos, não só uma escola que esteja preparada para aquele ou outro.

As políticas públicas para inclusão de alunos com

necessidades educacionais vêm sendo amplamente discutidas.

No caso específico dos cadeirantes, é preciso dar

garantias de acesso e locomoção durante todo o percurso de ida e vinda dentro do

ambiente escolar, fazer o aluno presente, participativo e integrante no processo

ensino aprendizagem.

Com base nesse princípio acredita-se que o conhecimento

da proposta para Educação Inclusiva possa contribuir para a construção de uma

sociedade mais igualitária, solidária e, portanto, comprometida com seu propósito

mais significativo: humanizar. Além do mais é necessário reconhecer as

possibilidades para gerar inclusão dentro do ambiente escolar e com a escola tem

contribuído para este processo.

Existem várias leis específicas sobre inclusão, porém há

muitas contradições e dificuldades para efetivação desta proposta. Para efetivar

uma inclusão de fato, não basta simplesmente o cumprimento da lei, mas sim o

incluí-lo de fato.

O papel da escola é incluir de todas as formas e não apenas aqueles

com necessidades especiais. Uma escola inclusiva precisa estar comprometida

19

com o ideal da educação para todos e compreenda a inclusão como um

paradigma que vem atender as idéias de democratização do ensino com

qualidade. Para isso, faz-se necessário que a escola desenvolva uma estrutura

organizada e contínua.

Além de uma infraestrutura adequada, a escola deve ter funcionários

especializados com consultores e facilitadores em questões específicas aos

alunos com necessidades especiais.

A Lei Nº 10.098/00 (BRASIL, 2000), deixa bem claro que todas as

escolas devem promover ambiente acessível, adequando os espaços que

atendam à diversidade humana e eliminando as barreiras arquitetônicas. Também

baseado no Decreto Nº 5.296/04 que estabelece normas gerais e critérios básicos

para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com

mobilidade reduzida e dá outras providências. Dando então um prazo de 30

meses para que lugares públicos organizem seus espaços de forma a torna-los

acessíveis.

A escola tem que proporcionar um ambiente agradável, confortável e

prazeroso, onde os alunos tenham condições de aprender, desenvolver-se

superando seus medos e desafios que venham encontrar no seu dia a dia,

ajudando então a encontrar meios facilitadores de ensino e aprendizagem e

locomoção no ambiente escolar.

O espaço escolar é um fator importante para que se possa

compreender sua relação com a aprendizagem. Uma escola sem uma estrutura

física adequada pode criar no aluno um quadro de abandono ou de

desvalorização.

A escola não é um local que abriga alunos, professores, é um local em

que se realizam atividades de aprendizagem.

20

A escola é mais que uma estrutura física; é clima, é trabalho, produção

de aprendizagem, relações sociais e principalmente formação de pessoas. O

espaço tem que gerar idéias, sentimentos, busca do conhecimento, despertar o

interesse de aprender, além de ser alegre e confortável, tem que ser pedagógico.

Na escola além do conteúdo, os alunos aprendem lições sobre o corpo e a mente,

o movimento e o pensamento. É um lugar em que os alunos fazem a construção

do conhecimento.

O ambiente escolar tem total importância não apenas dimensões

sociais. É essencial ao desenvolvimento dos alunos, um lugar estimulante e ao

mesmo tempo desafiar para que o aluno possa desenvolver suas atividades

estudantis, e acima de tudo, um local onde o aluno possa desenvolver seu senso

crítico.

O espaço escolar é muito importante para os alunos, levando em conta

que eles passam parte de sua vida neste ambiente e não apenas para serem

educados, mas também aprenderem a socializar com as demais pessoas ao seu

redor. Então podemos concluir que a aprendizagem tem relação com o espaço

físico em que se desenvolve uma atividade de ensino. O espaço físico e estrutural

de uma escola deve ser organizado de modo que atenda as necessidades sociais,

cognitivas e motoras do aluno.

De acordo com Geraldo Peçanha de Almeida, os alunos com

deficiência precisam de ambientes adequados.

É preciso que todos vejam a importância dos ambientes

educativos em sua complexidade e em sua totalidade. A escola

formal é, sim, o mais importante espaço a ser conquistado neste

momento por ser o mais urgente e por ser aquele que, por meio

das imposições legais, deve construir em um ambiente educativo

21

para inclusão. (BRASIL 2011, p.67 ALMEIDA, Geraldo

Peçanha de).

Para que haja uma estruturação e organização de um ambiente escolar,

deve-se levar em conta o tipo de atividade que será executada no ambiente.

Todos os ambientes devem estar de acordo coma lei de acessibilidade, a fim de

proporcionar a todos o livre acesso ao ambiente escolar, fazendo-se com que

todos que convivam no ambiente e sentir-se agradável e acolhido no ambiente

escolar.

Após a adequação do ambiente, podemos analisar se a escola cumpre

ou não o seu papel na aprendizagem, pois como já foi elucidada a escola de

qualidade é aquela que permite atender as necessidades sociais, cognitivas e

motoras.

Quando um ambiente escolar está adequado, ele torna-se um meio de

convívio social e de lazer, portanto um fator influente no desenvolvimento da

capacidade moral do aluno que buscará cada vez mais se integrar com as

pessoas a sua volta.

Estudar num ambiente agradável, reconhecendo a variedade de

circunstancias que cada escola apresenta, pode contribuir positivamente no

processo de aprendizagem e ao mesmo tempo torna-se estimulante, fazendo com

que o aluno tenha um ótimo desenvolvimento e crescimento não só intelectual,

mas principalmente o emocional.

A escola deve ser o espaço que deve ter o maior número de ajustes

possíveis, para a acessibilidade do deficiente. Os espaços internos e externos,

utensílios, mobiliários, meios de transportes precisam ser avaliados e adaptados

são primordiais para que aconteça uma escola inclusiva.

22

Para que às exigências e expectativas da educação inclusiva, a escola

precisa estar preparada para receber alunos com deficiência, isto inclui adequação

da infraestrutura, dos procedimentos de ensino, proposta pedagógica, preparação

dos recursos humanos, integração entre escola e família.

O acesso e a permanência à escola são um direito de todos os alunos,

para que isso aconteça é preciso mudar as escolas que ainda reagem às

diferenças dos alunos com medidas excluentes.

Para que a escola seja inclusiva do ponto de vista da infraestrutura,

devem ser construídos espaços escolares adequados que possam receber todas

as crianças, não só as portadoras de necessidades especiais.

Para que às exigências e expectativas da educação inclusiva, a escola

precisa estar preparada para receber alunos com deficiência, isto inclui adequação

da infraestrutura, dos procedimentos de ensino, proposta pedagógica, preparação

dos recursos humanos, integração entre escola e família.

Para que a escola seja inclusiva do ponto de vista da infraestrutura,

devem ser construídos espaços escolares adequados que possam receber todas

as crianças.

Diante das necessidades que um indivíduo que utiliza uma cadeira de

roda possui as condições oferecidas a eles no ambiente escolar e nas ruas ainda

são deficientes e precisam de adaptação mais abrangente.

23

Com a chegada à escola, o deficiente já se depara de início na estrada

de alguns prédios com dificuldades de acesso, pois nem todos oferecem essas

condições e aos outros ambientes, o que impede e impossibilita o cadeirante de

se locomover com autonomia nestes locais.

As instituições de ensino precisam respeitar às limitações de pessoas

com necessidades especiais oferecendo a estas condições dignas de

sobrevivência e acesso aos direitos inerentes a todo ser humano é um desafio a

ser superado através de políticas públicas realmente voltadas para este fim.

O ambiente escolar pode ser o maior propício para se fazer discussões

envolvendo órgãos públicos, e interação destes sujeitos à comunidade, buscando

soluções para melhorar a acessibilidade e a aprendizagem das pessoas co

deficiência física.

A acessibilidade nas escolas faz com que o aluno se torne mais

independente e que consiga transitar, relacionar-se, comunicar-se em todos os

ambientes com segurança, autonomia e independência.

As instituições de ensino devem promover as condições de

acessibilidade aos ambientes.

Geralmente, o conceito de acessibilidade está associado apenas à

barreira física e, com soluções para eliminá-la, em síntese, bastaria a adequação

da estrutura, as quais, muitas vezes, encontram-se fora das especificações

técnicas.

Para que uma escola seja realmente inclusiva, é necessário remover as

barreiras que dificultam o recebimento de alunos com necessidades especiais.

24

Nas instituições escolares, a gestão deve estar sensibilizada e

consciente sobre o real papel da escola e, em todos os níveis, desenvolver o valor

da inclusão com principio norteador da educação. Junto a isso, deve desenvolver

estratégias e níveis de acessibilidade que contemplem a diversidade. É preciso

entender que a acessibilidade e a garantia de ser, ir e vir de todo indivíduo e que

desenvolver essas condições é fazer a inclusão acontecer.

O ambiente escolar deve ser planejado e estruturado, pois é por

meio deste método que o desenvolvimento infantil será promovido

e terá um papel decisivo no futuro do indivíduo. Para que haja

esse planejamento e estruturação adequada, faz-se necessária a

ampliação do raio de abrangência da reflexão pedagógica.

(ALVES, Fátima, 2012)

A educação é um processo social que ajuda a formar cidadãos deve-se

dar devida atenção a infraestrutura e ao espaço físico escolar uma vez que na

escola que o aluno passará grande parte do seu tempo; Sendo, portanto, nela que

ele irá desenvolver suas atividades motoras suas habilidades.

Uma breve compreensão da importância que a infraestrutura e o

espaço escolar apresentam e de como se relacionam com o processo de

aprendizagem é um fato de grande relevância para que se possa estabelecer o

desenvolvimento das capacidades físicas, intelectuais e morais. Uma habilidade é

desenvolvida quando o indivíduo consegue associar seu conhecimento adquirido

ao meio que se vive.

Podemos concluir que na escola inclusiva o processo educativo é

entendido como um processo social, onde todas as crianças portadoras de

necessidades especiais têm direito à escolarização, o mais próximo possível do

25

normal. O alvo a ser alcançado é a integração da criança, portadora de deficiência

na comunidade. O seu objetivo maior é fazer com que a escola atue através de

todos os seus escalões para possibilitar a integração das crianças que dela fazem

parte.

Uma escola inclusiva é aquela no qual a educação para todos, que visa

reverter o percurso da exclusão, ao criar condições, estruturas e espaços para

uma diversidade de educandos. Assim, a escola será inclusiva quando

transformar, não apenas a rede física, mas a postura, as atitudes e a mentalidade

dos educadores, e da comunidade escolar em geral, para aprender a lidar com o

heterogêneo e conviver naturalmente com as diferenças.

Os sistemas de ensino devem dar respostas às necessidades

educacionais de todos os alunos, pois o movimento inclusivo nas escolas, por

mais contestado que ainda seja, até mesmo pelo caráter ameaçador de toda e

qualquer mudança, especialmente no meio educacional, é irreversível e convence

a todos pela sua lógica e pela ética do seu posicionamento social.

26

CAPÍTULO III

As garantias legais da educação inclusiva brasileira

Antes do século XX não existia idéia de inclusão, a maioria das pessoas

(principalmente mulheres, deficientes físicos e mentais, de outras raças que não a

branca, e pobres) não tinha o direito ou as condições mínimas para freqüentarem

a escola.

No século XX, começa a chamada segregação (isolar, separar), mais

pessoas têm acesso à escola, porém dificilmente se misturam com os alunos

representantes da classe dominante. Na segunda metade do século surgem as

“escolas especiais” e mais tarde as classes especiais dentro das “escolas

comuns”. Surge assim uma aberração pedagógica, a separação de dois sistemas

educacionais, por um lado a educação comum e do outro a educação especial.

Há muito tempo a sociedade brasileira tem uma dívida com as pessoas

portadoras de deficiências ou com mobilidade reduzida, pois essas pessoas

ficavam, e a maioria ainda fica, alijada do processo social pleno. Com o passar do

tempo obteve-se a mudança de um Estado omisso, no ponto de vista legal, para

um Estado responsável e sabedor dos seus deveres. Assim, a Legislação nacional

foi-se aperfeiçoando com o passar do tempo. Um dos primeiros passos dados

nesse sentido foi a ratificação do Brasil à Carta das Nações Unidas, em 26 de

junho de 1945, a qual reconhece a dignidade e o valor inerente da pessoa humana

bem como a igualdade entre estas (ONU, 1945).

Muitos anos se passaram desde a publicação da Carta das Nações

Unidas, mas os deficientes não tinham, ainda, o direito ao acesso em locais

públicos. Foi então, criada a Lei n. 7405, de 11 de novembro de 1985, a qual

tornou obrigatória a colocação do Símbolo Internacional de Acesso em todos os

locais e serviços que permitam sua utilização por pessoas portadoras de

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deficiência, além de determinar formas construtivas, mostrando como deveriam

ser os prédios de uso público. Nota-se, mesmo sendo essa Lei de 1985, ainda

assim é inicipiente o seu uso, pois traz poucos avanços no que tange às

edificações públicas (BRASIL, 1985).

A inclusão começou como um movimento de pessoas com

deficiência e seus familiares na luta pelos seus direitos de igualdade na

sociedade. E como a maioria desses direitos começa a ser conquistado a partir da

educação, a inclusão chegou até a escola (espelho da sociedade).

A Constituição brasileira prevê a mais de duas décadas a inclusão de

alunos com deficiência nas classes comuns, estabelecendo igualdade de

condições para o acesso e a permanência na escola. Embora ainda existiam

resistências, essas crianças deixaram de ser “invisíveis”, não se encontram mais

“escondidas” e já ocupam seu espaço no ambiente socioeducativo. Os resultados

preliminares do Censo Escolar de 2012 indicam, mais uma vez, aumento nas

matrículas em educação especial na rede pública. Mas, para que sejam incluídas

de fato, e não se tornem meros figurantes de um sistema e sim protagonista do

próprio aprendizado, é fundamental que a instituição escolar reveja suas

premissas.

Outras leis e iniciativas foram criadas, sempre garantindo direitos ou

dando prioridade aos deficientes. Por exemplo, no ano de 2209, o Senado Federal

lançou uma cartilha, com o título: Acessibilidade: Direitos das Pessoas com

Deficiência ou Com Mobilidade Reduzida. Essa publicação contém o conjunto de

Leis Complementares sobre a acessibilidade dos portadores de deficiência

(BRASIL, 2000).

Mas, em relação ao ambiente escolar, o avanço maior que ocorreu foi

na aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9394,

que foi promulgada em 20 de novembro de 1996. Ela dedicou um capítulo inteiro

28

para a educação especial, obrigando os Municípios, Estados e União a darem

tratamento digno ao deficiente (BRASIL).

Segundo dados preliminares do Censo Escolares MEC/Inep de 2012, o

Brasil ampliou em 7,64% o número das matrículas em educação especial na rede

pública em relação ao ano anterior, passando de 584.124 para 628.768

matrículas. Os dados finais de 2012 para a rede particular de ensino ainda não

foram divulgados, mas em 2011 foram registradas 163.409 matrículas de alunos

com deficiência em estabelecimentos privados – 20% delas em escolas inclusivas,

as demais (130.7980 ) em instituições exclusivas e classes especiais.

A questão da acessibilidade dos portadores de necessidades especiais

é uma preocupação nas políticas educacionais e nas escolas de forma em geral.

Entende-se que as pessoas com deficiência, no caso dos cadeirantes devem ter

os seus direitos preservados de ir e vir, e de forma especial o que diz respeito ao

acesso à educação.

O acesso dos cadeirantes nas escolas é um assunto de extrema

importância, pois segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL,

1996) eles devem ser incluídos nas escolas junto com outros alunos sem a

deficiência. Na prática, isto não se verifica, uma vez que nem todas as escolas

possuem acesso para pessoas com deficiências.

A gradual presença de alunos com deficiência no ensino

regular freqüentando classes comuns ao lado de outros estudantes colocou em

xeque a escola, como instituição, e revelou quão conservador era o sistema de

ensino em vigor até então. Além disso, mostrou também como a própria formação

de professores para a Educação Básica estava contaminada por clichês e

estereótipos e responda insatisfatoriamente às necessidades de todos os

estudantes. O aluno com deficiência é o grande bode expiatório de um processo

de formação docente em alguns momentos fracassado e de uma estrutura escolar

que precisa ser modificada. Ele propicia essa mudança, revela onde a escola tem

29

de se renovar – e não para favorecer só essa criança, mas para aprimorar o

aprendizado de todos os alunos. Temos uma escola que se mantém igual e

reproduz modelos e movimentos há anos, e uma sociedade que pede um ensino

muito mais dinâmico. Um professor com maior rigidez, que não enxerga essa

escola em outro contexto, responsabiliza o aluno com deficiência.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (inicialmente

4.024/61, hoje revogada) chama atenção para a educação especial como algo

recente, deixando clara a educação dos deficientes. Partindo desta Lei começa-se

então abrir portas para as classes menos favorecidas participem deste ciclo

escolar.

Hoje, os deficientes possuem seus direitos assegurados

pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) 9.394/96, como vemos nos

artigos 58, 59.

Como podemos ver no Art.58 dessa mesma Lei, a educação escolar

preferencialmente deve ser oferecida na rede regular de ensino, para todos os

alunos deficientes.

Art.58 refere-se assim:

§1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado,

na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela

especial.

§2º.O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou

serviços especializados, sempre que, em função das condições

dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns

de ensino regular.

Art.59 que propõe:

30

Art 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com

deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas

habilidades ou superdotaçãoLRedação dada pela Lei nº 12.796,

de 2013) I. currículos, métodos, técnicas educativas e organização

específica, para atender às suas necessidades; II.terminalidade

específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido

para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas

deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o

programa escolar para os superdotados; III. Professores com

especialização adequada em nível médio ou superior, para

atendimento especializado, bem como professores de ensino

regular capacitados para a integração desses educandos nas

classes comuns; V. educação especial para o trabalho, visando a

sua integração na vida em sociedade, inclusive condições

adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no

trabalho competitivo, mediante articulação com órgãos oficiais

afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade

superior nas áreas artísticas, intelectual ou psicomotora; V. acesso

igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares

disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. (BRASIL,

1996)

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação

Inclusiva, lançada pelo MEC em 2008, define a educação especial como

modalidade de ensino transversal, realizada de forma complementar ou

suplementar a escolarização dos estudantes com deficiência. Transtornos Globais

do Desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação, matriculados em

classes comuns do ensino regular. No mesmo ano, o Brasil ratificou e aprovou a

Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiências da ONU com força de

emenda constitucional. Por meio dela, o Estado assegura a oferta de um sistema

31

educativo inclusivo em todos os níveis de ensino e garante, ao público-alvo da

educação integral, acesso ao ensino de qualidade e gratuito na comunidade em

condições de igualdade. Como são regidas pela mesma legislação, as escolas

privadas têm igual obrigação de matricular essas crianças e promover a inclusão.

Mas muitas matrículas continuam sendo recusadas sob os argumentos

de falta de recursos (materiais ou financeiros) ou despreparo do corpo docente,

especialmente na rede particular.

Negar ou fazer cessar matrícula por motivo de deficiência é crime, com

pena de reclusão de um a quatro anos.

Ainda pairam certos mitos sobre como se dá, na prática, a educação

especial nas escolas comuns, daí o receio ou o preconceito. O papel da educação

especial é oferecer recursos, tecnologias assistivas, códigos e equipamentos às

pessoas com deficiência e ensina-las a se utilizarem deles para que, diante das

barreiras conquistem a autonomia e a independência desejáveis. Não se trata de

ensinar a ler, escrever ou fazer conta, como muitos ainda acham, eles precisam

aprender de fato.

O Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um serviço da

educação especial, previsto em lei, em caráter complementar ou suplementar à

escolarização. Implica a criação de um espaço dentro das dependências escolares

– a Sala de Recursos Multifuncionais (SEM) – destinado ao atendimento de alunos

com deficiência.

O ambiente escolar sendo acessível, principalmente ao aluno

cadeirante, proporciona a ele um sentimento de independência, motivação e

inclusão na sociedade. A principal referência de contato com a vida social ampla é

na escola. Neste ambiente, o aluno usuário de cadeira de rodas necessita sentir-

32

se aceito e realizar as mesmas atividades dos demais para sua inclusão nesse

processo.

Quando falamos das dependências escolares temos que falar sobre o

mobiliário escolar. Ele deve ser acessível para o aluno cadeirante e possibilitar a

aproximação da cadeira de rodas a mobília. No caso da carteira escolar, este deve

ter a largura, a altura e o formato de modo a atender suas necessidades. Todo o

mobiliário existente dentro da sala de aula deve estar disposto de maneira a

facilitar manobras que o cadeirante necessita para se locomover.

O aluno, não encontrando adaptação no ambiente escolar construído,

pode sentir que aquele lugar não é para ele, porque não atende suas

necessidades básicas de locomoção e de conforto. Tendo em vista o número de

horas que ele passa na escola, esse fato pode acarretar em desmotivação devido

as barreiras encontradas que são físicas e até mesmo emocionais.

Quanto ao deslocamento e ao acesso, é imprescindível que seja

pensado não somente no ir e vir, mas no alcance e livre acesso do aluno

cadeirante ao quadro negro, a sua classe e seus objetos pessoais. Deve-se

projetar pensando nas medidas necessárias para o alcance frontal, lateral e da

superfície de trabalho.

A movimentação de alunos na escola em relação ao deslocamento dos

cadeirantes aos diferentes ambientes internos escolares deve ser feito pelo menos

em uma rota acessível interligando o acesso de alunos a todas as dependências

das escolas, sendo assim os cadeirantes podem circular individualmente ou em

grupos maiores pelas dependências da escola.

A escola desta maneira torna-se inviável levando à evasão escolar. O

ideal para a acessibilidade no espaço construído escolar é o sentimento do aluno

em poder ir aonde o outro vai, acessar todos os ambientes e sentir-se capaz,

33

tendo motivação a aprender e a se relacionar. Com isso o aluno poderá ter

perspectivas para ir adiante, ter visão de futuro almejando seu espaço em alguma

área profissional. Por se tratar de edificação de uso público, será considerada

acessível, quando seus espaços puderem ser utilizados por todas as pessoas,

inclusive aquelas que possuem alguma restrição quanto a sua condição física.

Sendo assim, a principal regra a ser cumprida para a edificação deste ambiente, é

a construção dos espaços em conformidade com as normas técnicas da ABNT.

Os profissionais da construção civil envolvidos devem cumprir com exatidão estas

normas para que o ambiente atenda com conforto e segurança as necessidades

dos alunos, professores ligados a escola e a comunidade com um todo.

Merece destaque ainda que a conscientização de que cada ser humano

em especial tem suas necessidades próprias e, em se tratando de obra pública

estas necessidades multiplicam-se. E isto se aplica para quem tem ou não

restrição de mobilidade, para aqueles que possam desenvolver restrições

temporárias e pela própria condição natural de envelhecimento.

O cadeirante é um dos sujeitos da transformação, reforma ou

construção da escola acessível e é foco deste trabalho. Desta maneira é

necessário o estudo das dimensões reais, como se dá a sua locomoção e seu

espaço para o deslocamento e a transposição de obstáculos.

34

CONCLUSÃO

Ao término desta monografia, pode-se verificar a necessidade do

professor aprimorar seus conhecimentos continuamente e sempre se

aperfeiçoando. Cabe também ao professor ensinar e recorrer a recursos que

propiciem a aprendizagem, atendendo as reais necessidades e considerando

características individuais de todos os seus alunos.

Pode-se também refletir sobre os desafios e possibilidades da inclusão de

alunos cadeirantes nos anos iniciais do ensino fundamental e também conhecer

os desafios dos mesmos no seu cotidiano escolar.

Foi possível concluir que para ocorrer a inclusão escolar ainda são

necessárias muitas mudanças nas escolas para proporcionar aos alunos

deficientes uma aprendizagem de qualidade, e independente da dificuldade

possam ter oportunidades adequadas de ensino e que sua inclusão não seja

apenas uma integração física ou social, mas sim relacionada a aprendizagem.

A partir da dificuldade do aluno é necessário rever barreiras para que o

processo de ensino e aprendizagem ocorra efetivamente sem discriminação

devido às diferenças.

Outro ponto que foi considerado neste trabalho foi a legislação. Sabemos

que o Brasil é um país evoluído em termos de legislação que preconiza o

atendimento às pessoas com necessidades especiais e a garantia se seus direitos

a respeito do acesso a edifícios e construções públicas. Porém, se analisarmos o

meio urbano, podemos observar que nossa arquitetura não foi projetada para a

diversidade, sendo injusta com essa parcela da população, pois a presença

constante de obstáculos e barreiras arquitetônicas.

35

Sabemos que ainda existe muito preconceito quando falamos em

deficiência. Muitas pessoas ainda permanecem em seus lares, escondidos por

suas famílias. Por isso, é importante que a acessibilidade não seja somente de

ordem física, mas também priorize a sociabilidade e o convívio dentro do ambiente

escolar.

Infelizmente ainda são poucas pessoas com deficiência que podem ter

benefícios. Por isso, é fundamental que as famílias recebam auxílio do Estado,

para que se possa atender as necessidades básicas dos deficientes.

Pensar nas pessoas, na garantia de seus direitos, na formação da

cidadania é sempre importante. Devemos acreditar que através de atitudes como

essas podemos formar o mundo um pouco menos desigual.

36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Minha escola recebeu alunos para inclusão.Que

faço agora? Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.

ALVES, Fátima. Inclusão muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio.

Rio de Janeiro: Wak Editora, 2012.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.NBR 9050. Rio de Janeiro:

2004.

BARLOTTI, Celina Camargo. Inclusão Social das pessoas com deficiência.Utopia

ou possibilidade. São Paulo: Paulus, 2006.

BRASIL, Constituição (1988).Constituição da República Federativa do Brasil:

promulgada em 5 de outubro de 1988, São Paulo: Saraiva, 1990.

BRASIL.IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Lei 9.394/96.

BRASIL, Padrões Mínimos de Qualidade do Ambiente Escolar/MEC, 2006.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Carta das Nações Unidas, de 26 de

junho de 1945.

SCHIRMER,C. R. et al. Atendimento educacional especializado: deficiência física.

São Paulo: MEC/SEESP, 2007.

37

STAINBACK, S; STAINBACK, W. Inclusão: uma guia para educadores.Tradução

Magda França Lopes. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

SUMÁRIO 5

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I 8

DEFICIÊNCIA FÍSICA

1.1 - Causas 9

1.2 – Conseqüências 12

CAPÍTULO II 18

INFRAESTRUTURA ESCOLAR PARA ATENDER OS ALUNOS DEFICIENTES

CAPÍTULO III 26

AS GARANTIAS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA BRASILEIRA

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36

ÍNDICE 38