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Provérbios 22 Silvio Dutra Mar/2016

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Provérbios 22

Silvio Dutra

Mar/2016

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A474

Alves, Silvio Dutra

Provérbios 22./ Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro,

2016.

46p.; 14,8x21cm

1. Teologia. 2. Salomão. 3. Estudo Bíblico.

I. Título.

CDD 230.223

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Provérbios 22

1 Mais digno de ser escolhido é o bom

nome do que as muitas riquezas; e a graça é melhor do que a prata e o ouro.

Nosso Senhor Jesus Cristo não tinha ouro nem prata em seu ministério terreno, mas ele

cresceu em graça diante de Deus e dos homens (Lucas 2.52).

Por seu exemplo e vida, ele recebeu o nome que é sobre todo o nome, digno de honra, louvor e glória para todo o sempre, diante de Deus e dos

homens, e devemos destacar que isto não foi obtido pelas muitas riquezas que adquiriu, pois,

na verdade, não possuiu sequer um lugar que fosse seu, no qual pudesse reclinar a cabeça.

Deus põe valor no bom nome e no viver inteiramente pela Sua graça, porque Ele é a

fonte na qual podemos obtê-los. Já Satanás, um ser miserável em caráter e dotado de toda a

forma de desgraça, nada tem para oferecer aos homens senão apenas as coisas ambicionadas

deste mundo, como fama e riquezas.

Vemos então, quão grande verdade se encontra nas palavras do provérbio, as quais, para os ímpios são apenas uma forma de apanágio e

desculpa para aqueles que não possuem

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riquezas mundanas ou vivem na obscuridade, longe dos holofotes e dos aplausos dos homens.

Um bom nome é adquirido, sobretudo por sermos tementes a Deus e guardarmos os seus mandamentos, por sermos honestos, justos,

misericordiosos e sábios; todas estas coisas são alcançadas por meio de uma vida disciplinada e

sóbria.

As riquezas deste mundo não têm o poder de mudar uma pessoa para que viva segundo a

vontade de Deus, ao contrário, não as torna pessoas melhores, senão arrogantes e

orgulhosas, que na morte têm seus nomes esquecidos, ou se quando lembrados, não é para

sua honra e louvor.

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2 O rico e o pobre se encontram; o Senhor

é o criador de todos eles.

Entre os filhos dos homens a Providência divina ordenou que alguns sejam ricos e outros pobres,

e estes são misturados nas sociedades.

Ambos são necessários neste mundo ainda

sujeito ao pecado, pois se todos fossem poderosos e ricos; quem trabalharia nas

atividades simples e humildes, que são necessárias para a continuidade da vida?

Se todos fossem pobres, quem exerceria liderança, e geraria empregos necessários para a maior parte da população?

Se não houvesse líderes, quem aprenderia a obediência?

E assim, para diversos outros fins Deus dispôs a sociedade de tal forma, que nela sempre

existiria os que lideram e os que são liderados.

Agora, o sentimento de distância e discriminação que é comum de ser visto, especialmente da parte dos ricos em relação aos

pobres, é algo que não foi criado ou intentado por Deus, senão o fruto amargo do pecado que

neles opera.

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O próprio Senhor Jesus Cristo que é o Altíssimo, dono de toda prata e todo o ouro, que é o juiz

tanto de vivos quanto de mortos, o supremo governante de tudo quanto há no universo,

porventura mantém distância daqueles que o procuram e servem em amor? Ao contrário, não

lhes chama de servos, mas de amigos, e faz com que compartilhem da sua intimidade.

Esta noção de grandeza segundo o mundo, que

leva os que são poderosos a manter distância dos que são pobres, é algo perverso aos olhos de

Deus e uma invenção do diabo.

Assim, mesmo as distinções de grandezas que existirão no céu, entre aqueles que se

assentarão à direita e à esquerda do Senhor, e deterão de maior liderança do que outros, não é

para exaltação, mas para serem mais humildes e servos de todos, assim como nosso Senhor

bem o demonstrou em seu ministério terreno.

O coração e o cérebro são os órgãos mais nobres do nosso corpo; no entanto são assim

considerados, porque vivem para servir a todos os demais membros e órgãos que deles

dependem para viver, e exercerem suas funções.

Bem-aventurados são aqueles que entendem estas coisas e as praticam em sua vida social,

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especialmente na comunhão dos santos na Igreja.

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3 O prudente vê o perigo e esconde-se;

mas os tolos passam adiante e sofrem a pena.

Nosso Senhor Jesus Cristo, em face do mundo em que vivemos, cercados de lobos,

recomendou-nos a prudência da serpente associada à simplicidade da pomba.

Quantos males teriam sido evitados, tanto em

relação a nós mesmos, quanto de nós para os outros se aprendêssemos a ser prudentes com a

mesma prudência de Cristo; pela qual podemos antecipar e enxergar a proximidade do mal,

antes mesmo que ele se consuma, de modo que em tempo hábil possamos nos desviar dele.

A importância desse tipo de prudência está em que a maior parte dos males que nos sobrevêm,

chegam sob a capa do disfarce da “amizade”, da “paixão”, de “juras de fidelidade”, que em não

sendo evitados haverão de revelar o seu caráter maligno e destruidor no tempo próprio, depois

de estarmos comprometidos o suficiente para podermos até mesmo enxergar o mal que

estamos sofrendo.

Isto é comum de acontecer com aqueles que se desviam da fé, e abandonam a comunhão dos santos, por não terem sido prudentes o

suficiente para evitarem o jugo desigual com

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incrédulos, e terem tentado estabelecer a comunhão que é impossível entre luz e trevas.

Todavia, a prudência é sábia conselheira e preventiva de muitas outras formas de males,

nos quais, conforme diz o provérbio, os que são tolos, caem em todos eles.

É preciso aprender dizer “não” à tentação. É preciso se afastar dos caminhos da perversidade, e do ajuntamento na roda dos

escarnecedores e ímpios, se pretendermos ter um viver vitorioso e abençoado neste mundo.

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4 O galardão da humildade e do temor do

Senhor é riquezas, e honra e vida.

O provérbio profetiza que o prêmio, a recompensa daqueles que são humildes e têm o temor do Senhor é riquezas, honra e vida.

Isto está explicitamente revelado no Sermão do Monte, nas palavras de Jesus Cristo, quanto à

bem-aventurança e herança eterna que está destinada aos que são humildes, e provam seu

verdadeiro temor a Deus por sua mansidão, misericórdia, paz, pureza de coração e paciência

na tribulação.

A verdadeira riqueza, honra e vida são aquelas que procedem de Deus, e que são eternas em

sua natureza, por serem espirituais. Por isso somos ordenados a buscar as coisas que são do

alto e não as que são terrenas, pois estas são passageiras e não podem enriquecer nosso

espírito com os poderes e virtudes que nos são comunicados pela nova natureza divina, que

recebemos em nossa conversão a Cristo.

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5 Espinhos e laços há no caminho do

perverso; o que guarda a sua alma retira-se para longe deles.

Devemos interpretar este provérbio sob a luz

das palavras do apóstolo Paulo em I Cor 5.9.11:

“Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer absolutamente com os

devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque

então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com

aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou

beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.”

Observe que ele faz uma referência à aplicação

da disciplina da Aliança feita entre os crentes e Jesus, e ordenada por Ele para ser aplicada na Igreja, quanto aos casos daqueles que vivessem

deliberadamente na prática do pecado, e que deveriam por isso ser excluídos da comunhão

dos santos.

Este julgamento é para os que são de dentro, ou seja, que fazem parte da Igreja e se uniram à

mesma por votos e profissão de fé, de serem obedientes às ordenanças de Deus contidas em

Sua Palavra.

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Por conseguinte, não é extensível àqueles que não pertencem à Igreja, por não terem se

associado à sua membresia.

Todavia, não se deve entender, por extensão, que a ordenança apostólica seja uma concessão

para se ter comunhão com os perversos, pois, já em outras partes, em suas epístolas manifestou-

se contrariamente a isto, sob o argumento de que não pode haver comunhão entre luz e

trevas, entre o crente e incrédulo, entre Cristo e Belial.

Qual é então o modo sábio de se proceder, especialmente quando alguém antes de se converter, andava na companhia e tinha muitas

amizades no mundo, vivendo e praticando as mesmas coisas que eles faziam e continuam

fazendo, que são perversas à vista de Deus?

É evidente que a manutenção da amizade

íntima, no compartilhar das mesmas coisas será algo totalmente incompatível com a vida de

santidade e pureza que nos é ordenada pelo evangelho.

E nenhum bom serviço estaremos prestando àqueles que continuam escravizados ao pecado, se não mostrarmos para eles, de modo prático,

que fomos libertados por Cristo, pois não verão qualquer diferença entre o nosso modo de

proceder e o deles.

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Aqueles que amam a Cristo não são mais do mundo, não pertencem ao seu sistema de

impiedade, mas continuam no mundo; e este é o campo da sua missão, de darem o bom

testemunho da sua conversão, de forma que aqueles que também serão alcançados pelo

evangelho possam ser influenciados por suas vidas santas e consagradas ao Senhor.

Este retirar-se do caminho do perverso referido

no provérbio, não consiste em se fazer discriminação do próximo, em se considerar de

essência diferente dele, pois todos somos pecadores, mas até mesmo o bom senso aconselha, independente do fator religioso, que

se evite a intimidade com a má companhia, pois não haverá nenhum ganho edificante nisto para

ambas as partes; a contrário, haverá prejuízo para aquele que deve se consagrar a Deus, pois a

prática do pecado quebra a nossa comunhão com Ele.

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6 Instrui a criança no caminho em que

deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.

Este provérbio é uma profecia e promessa que

se cumpre na vida daqueles, que tendo recebido uma instrução sábia e verdadeira do modo

como se deve andar no caminho de Deus, e que tenha produzido neles uma genuína conversão,

há de permanecer uma verdade, mesmo quando algum deles, por motivo de fraqueza espiritual venha a andar por certo tempo, longe

dos caminhos do Senhor.

Mas, sendo genuinamente convertidos e conhecedores da verdade da Palavra de Deus, é

impossível negar aquilo que temos recebido, e arrancar de nós a nova natureza que nos foi

concedida por meio da fé em Cristo, de maneira que mesmo na velhice avançada, o caminho da

verdade ainda estará lá, adiante de nós. O Senhor é poderoso para nos levantar quantas

vezes sejam necessárias, para prosseguirmos a nossa jornada nesse caminho estreito.

Este é o caráter da aliança que Deus tem feito conosco, através do sangue de Jesus Cristo, a

qual o Deus que não pode mentir profetizou através do profeta Jeremias:

“E farei com eles uma aliança eterna de não me desviar de fazer-lhes o bem; e porei o meu temor

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nos seus corações, para que nunca se apartem de mim.” (Jeremias 32.40)

Em comprovação a esta palavra, Jesus tem prometido não lançar fora a qualquer que tenha

vindo a Ele.

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7 O rico domina sobre os pobres; e o que

toma emprestado é servo do que empresta.

Entre ter poder para humilhar injustamente, e ser pobre o bastante para sofrer humilhações

injustas, suportando com paciência, confiando e se entregando à justiça divina; é preferível esta

última condição, da qual se afirma ser coisa agradável a Deus, do que a primeira, porque

sujeita ao Seu juízo, que caso não se manifeste no presente tempo, há de vir sem qualquer

dúvida no dia do Juízo Final.

Nós vemos isto nas palavras do apóstolo Pedro:

“Vós, servos, sujeitai-vos com todo o temor aos

senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus.

Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos,

padecendo injustamente.

Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a Deus.

Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o

exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se

achou engano.

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O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-

se àquele que julga justamente;” (I Pedro 2.18-23)

O dinheiro que se ganha por conta do nosso trabalho honesto, não é um favor que recebemos, senão uma justa troca da nossa

força de trabalho pela remuneração que lhe seja apropriada e correspondente. Mas, mesmo

neste caso, em razão do pecado, os que pagam pensam equivocadamente que se encontram

numa posição superior ou de liderança sobre aqueles que lhes prestam seus serviços. Porém,

todo empregador que for justo e temente a Deus agirá de outra forma, e será grato a seus

empregados além de lhes pagar o que é devido.

A tal ponto o pecado transfigurou as relações

monetárias, que o mesmo se aplica àqueles que emprestam dinheiro, muitas vezes com juros extorsivos, do que deveriam se envergonhar; no

entanto têm o falso sentimento de que, de alguma forma passaram a ter autoridade sobre

a vida daqueles aos quais emprestaram.

A dívida será liquidada e foi firmada em comum acordo, de maneira que num contexto em que não reine o pecado, este sentimento perverso

estará ausente, e o que empresta se sentirá privilegiado em fazê-lo, pois sabe que com isso

tem cumprido uma ordenança de Deus, que se

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coloca como fiador no lugar daquele que tomou emprestado, caso, por alguma circunstância

inevitável (morte, etc.) não possa saldar o empréstimo tomado. Assim, Deus por sua graça

e poder há de recompensar de alguma forma aquele que emprestou.

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8 O que semear a perversidade segará

males; e a vara da sua indignação falhará.

Ganhos ilícitos não prosperarão. Aquele que semeia a iniquidade, e faz uma coisa injusta na

esperança de obter algo por ela, nunca segará o que vai lhe fazer qualquer bem, nem dar-lhe

qualquer satisfação.

Ele nada conhecerá, senão decepção. Aqueles que criam problemas para os outros nada

colherão além de problemas para si mesmos, porque está determinado que aquilo que o

homem semear é o que ele colherá.

Se a vara da autoridade se transformar em ira e

indignação, a disciplina ou correção intentadas falharão, porque Deus tem prometido honrar

somente a disciplina que for exercida com longanimidade e segundo a Sua Palavra.

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9 Quem vê com olhos bondosos será

abençoado; porque dá do seu pão ao pobre.

Aqui está a descrição de uma pessoa caridosa – ela é conhecida pelo seu olhar de bondade em

relação aos que são pobres. Ela se compadece e reparte o que tem para que possam sobreviver

de maneira digna.

Todo aquele que tem saúde e condições de trabalhar deve fazê-lo para obter seu próprio sustento, mas quando por circunstâncias

adversas, como calamidades inesperadas, e impedimentos diversos lhe impede de

trabalhar, é dever daqueles que lhe são próximos atender suas necessidades básicas de

sobrevivência. Isto deve ser feito com a motivação certa, a saber, por amor e bondade, e

não por mero cumprimento de um dever que nos é imposto por Deus.

Estes que cuidam devem lembrar sempre, do cuidado de Deus sobre os que cuidam daqueles

se encontram em necessidades, de modo que eles próprios são abençoados por Deus, quando

se dispõem ao exercício da caridade da forma como convém ser feita.

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10 Lança fora ao escarnecedor, e a

contenda se irá; cessarão a rixa e a injúria.

O escarnecedor semeia discórdia e faz mal onde quer que esteja. Grande parte da contenda e litígio que perturbam a paz de todas as

sociedades é devido àqueles que desprezam e zombam de tudo o que é tido em comum acordo,

como sendo para o bem comum.

Como o objetivo do escarnecedor é o de transtornar tudo o que seja efetivamente bom, seu procedimento maligno gera contenda, rixa

e injúria, entre aqueles que indevidamente lhe dão ouvidos.

Tais pessoas são incorrigíveis, e o único tratamento para este mal é expulsá-las da sociedade, de forma a se garantir a paz entre

aqueles que têm boa vontade.

Igrejas podem ser desmanteladas por tolerarem em seu meio e darem ouvido àqueles que

escarnecem da Palavra de Deus, e se rebelam a toda forma de instrução que proceda das

Escrituras. Por isso, a ordenança bíblica é que tais pessoas sejam excluídas da comunhão, para

que não venham a contaminar a muitos pelo seu mau exemplo de vida.

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11 O que ama a pureza do coração, e que

tem graça nos seus lábios, terá por seu amigo o rei.

Mesmo um rei ímpio sabe dar o devido valor a um servo que é puro de coração, e tem a graça e

sabedoria de Deus em seus lábios, como a história comprovou no caso do profeta Daniel,

que era tido em alta estima pelo ímpio rei Nabucodonosor.

Agora, se isto é verdadeiro em relação aos governantes ímpios, quanto mais não será quanto aos que são justos?

A pureza de coração, segundo Jesus, no Sermão do Monte, é o que nos leva a privar da

intimidade de Deus.

Um homem honesto, que ama a pureza do coração e odeia toda impureza, não somente é

puro de todos os desejos carnais, como de todo o engano, dissimulação, egoísmo e desígnios

sinistros – ele é justo, correto por princípio, e se deleita em nada mais do que em manter sua

própria consciência limpa e sem ofensa.

Como seu coração é puro, dele não procede todo o mal que Jesus afirmou habitar no coração impuro e pecaminoso; suas palavras devem ser

de edificação e graça, porque seu coração está

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cheio da graça de Jesus, e “porque a boca fala do que está cheio o coração”.

Um homem em cujo espírito não há engano, e cujo discurso é sempre com graça terá a Deus por seu amigo. Isto é uma honra para todos os

santos.

Essa é a base para a nossa felicidade e paz neste

mundo de trevas - ter a Deus por nosso amigo, pois muitas e variadas são as condições adversas

com as quais temos que conviver, especialmente em relação às consequências do

convívio que somos obrigados a ter com aqueles que são ímpios, e amam a prática da impiedade,

quer em nossas próprias famílias, nas escolas, no ambiente de trabalho, nas consequências

dos atos de maus governantes e autoridades, e de todos aqueles que não raro, dependemos

deles e de seus serviços, como no trato comercial, nas unidades de saúde públicas ou privadas, etc.

Somente o testemunho de uma boa consciência e o estarmos convictos de que temos a Deus por

nós e não contra nós, é o único estímulo e conforto que deve manter nossos passos no

caminho da graça e verdade, pois o Senhor tem prometido jamais nos abandonar,

especialmente quanto temos que viver em contextos como estes que temos vivido

presentemente, num mundo no qual a

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iniquidade tem se multiplicado cada vez mais, sem que haja qualquer esperança de mudança

desse terrível quadro.

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12 Os olhos do Senhor preservam o que

tem conhecimento; mas ele transtorna as palavras do prevaricador.

A piedade e a santidade possuem toda uma linguagem que lhes é inerentemente própria.

Por exemplo; quem pode dizer que Jesus é o Senhor, ou Aba Pai, referindo-se a Deus Pai,

senão pelo Espírito Santo.

Toda essa linguagem espiritual é ensinada e aplicada pelo Espírito Santo, somente nos corações e mentes daqueles que são

genuinamente convertidos a Cristo.

Eles conhecem as promessas da Palavra de Deus, e sabem pelo testemunho de suas

próprias vidas, da sua eficácia e veracidade ao vê-las sendo aplicadas em seu próprio caráter,

transformando sua linguagem em uma linguagem pura e santa, que se expressa em

louvores e ações de graças a Deus.

Deus conhece, portanto os que são efetivamente

seus, pelo simples abrir de suas bocas. Por sua forma de conversação ele os conhece, lhes

aprova e tem todo o seu prazer neles, pois pelo seu falar, comprovam o que habita de fato em

suas mentes e corações.

Mas, como estas coisas podem ser vistas naqueles que não conhecem a Deus? Que não o

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amam e não podem, portanto andar em seus caminhos?

Se aqueles que têm o conhecimento de Deus

estão continuamente debaixo do seu olhar vigilante para lhes preservar, por sua graça, na

citada condição, o mesmo já não se pode dizer daqueles que prevaricam perante Ele, pois são

transtornados por suas próprias palavras, pois não há nelas qualquer prova de que conheçam a Deus e a Sua vontade.

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13 Diz o preguiçoso: um leão está lá fora;

serei morto no meio das ruas.

Aqueles que não têm amor ao trabalho sempre acharão desculpas, ainda que sejam as mais descabidas, para justificar sua preguiça.

Pessoas preguiçosas são um grande peso para a sociedade e a própria família, pois não somente

não produzem, como também costumam ter o caráter deformado, e entregue a muitos vícios

que outros terão que sustentar.

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14 Cova profunda é a boca da adúltera;

aquele contra quem o Senhor está irado cairá nela.

Deus pode nos preservar de cairmos nos laços

do adultério. Ele faz isto quando estamos em comunhão com ele, e procuramos viver de

modo fiel, conforme é da Sua vontade para conosco.

Todavia, aqueles que se encontram debaixo da ira de Deus, a saber, todo aquele que não foi

justificado pelo sangue de Jesus, por meio do qual temos paz com Ele por meio da fé, não

podem contar com esta proteção; assim, serão presas fáceis, especialmente dos encantos

enganosos de uma boca que promete fidelidade, mas tem somente o adultério no seu coração.

Casamentos sem conta são desfeitos no mundo

por conta de adultérios, o que não é algo muito comum de se ver entre verdadeiros crentes tementes a Deus, que têm o matrimônio

instituído por ele, como sendo digno de toda a honra, pois sabem que Ele detesta o divórcio.

Dizem que o matrimônio, em face dos muitos divórcios em nossos dias, tornou-se uma instituição falida, mas na verdade nunca foi ou

será, senão somente para aqueles que se encontram debaixo da ira do Senhor e não

podem contar com a sua proteção, com aquela

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transformação de caráter que é essencial para a preservação em amor, de uma união a dois.

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15 A estultícia está ligada ao coração do

menino; mas a vara da correção a afugentará dele.

Esta é uma triste realidade, a saber, que a corrupção está emaranhada em nossa natureza.

O pecado é algo que penetrou em nossa existência; é um alienígena que invadiu o plano

original de Deus para que vivêssemos somente em obediência à sua santa vontade, pela

condição de termos um coração isento de toda forma de maldade.

Esta triste condição, se manifesta também nas

crianças, e daí o provérbio ordenar que elas sejam disciplinadas e corrigidas, de maneira que o pecado não prevaleça em seus

pensamentos e ações.

É no aprendizado da comunhão com Cristo, pela fé e obediência à Sua Palavra, que o mal do

pecado pode e deve ser tratado.

Se não dermos a devida atenção às atitudes e procedimentos pecaminosos de nossos filhos, quando eles começam a se manifestar, ou, se

não tratamos de corrigi-los adequadamente por lhes mostrar qual é a vontade de Deus em cada

caso considerado, o mal não será afugentado, e em prevalecendo poderá crescer e segui-los por

todo o curso de suas vidas.

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Vemos quão grande é a responsabilidade que os pais têm em relação a seus filhos, pois nenhum

deles é exceção para a aplicação desta regra, uma vez que o pecado está inerentemente

ligado à natureza de todas as pessoas, e Deus nos ordena que ele seja mortificado pela cruz de

Cristo, e nos despojemos de tudo o que se refira ao velho homem, que se coloque contra Deus e a Sua vontade.

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16 O que para aumentar o seu lucro

oprime o pobre, e dá ao rico, certamente chegará à penúria.

O provérbio descreve um tipo de Robin Hood às

avessas, que rouba dos pobres para dar para os ricos.

Esta é, a propósito, uma prática muito comum e antiga, em várias nações do mundo, e

recentemente tem sido descoberto o quanto o Brasil está envolvido nisto.

O dinheiro de impostos que em sua grande maioria é arrecadado dos pobres, é negociado entre empresários e políticos ricos, pelo

superfaturamento de obras públicas, de modo que a parte sobrante, que não é pequena, seja

repartida entre eles.

Agora, o que diz o provérbio em relação àqueles que são dados a este e a outros tipos de práticas,

que consistem no enriquecimento ilícito por meio da opressão dos pobres?

Deus está alheio a isto? Eles prosperarão aqui e no outro mundo, por meio desta prática

perversa?

Evidentemente, muito poderia ser dito a respeito do terrível juízo de Deus que aguarda

pelos tais, que de tal forma pervertem o que é

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justo, mas o provérbio se limita a destacar apenas que eles chegarão à penúria. Não

somente à penúria de bens, pois nada carregarão consigo ao deixarem este mundo

pela morte, como também, e principalmente, à penúria espiritual, pois serão pobres e

miseráveis por toda a eternidade, no inferno de fogo, do juízo divino que está preparado para eles.

Em vez de socorrerem o pobre, conforme é da vontade de Deus, eles os oprimirão, para tirar

vantagens pessoais com os recursos que eram destinados aos necessitados.

Que se pode dizer de gente tão pervertida quanto essa, senão que o juízo que lhes aguarda é seguro e certo?

“22 Não roubes ao pobre, porque é pobre; nem oprimas ao aflito na porta;

23 porque o Senhor defenderá a sua causa em

juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida.” (Provérbios 22.22,23)

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17 Inclina o teu ouvido e ouve as palavras

dos sábios, e aplica o teu coração ao meu conhecimento.

18 Porque será coisa suave, se os guardares no teu peito, se estiverem todos eles prontos nos teus lábios.

19 Para que a tua confiança esteja no

senhor, a ti tos fiz saber hoje, sim, a ti mesmo.

20 Porventura não te escrevi excelentes

coisas acerca dos conselhos e do conhecimento,

21 para te fazer saber a certeza das

palavras de verdade, para que possas responder com palavras de verdade aos que te enviarem?

Temos aqui uma exortação séria para obter sabedoria e graça, atentando para as palavras

dos sábios, escritas e pregadas; palavras dos profetas e sacerdotes, particularmente para o

conhecimento que Salomão dá neste livro aos homens sobre o bem e o mal, o pecado e o dever,

as recompensas e as punições.

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O ouvido deve estar inclinado para estas palavras, este conhecimento; em humildade,

atenção sincera e séria, para que sejam aplicados pela fé e pelo amor, com uma estrita

consideração. Sem a aplicação do coração, o ouvir não terá qualquer serventia.

Somos chamados a considerar o valor e peso das coisas que Salomão neste livro, nos dá a conhecer. Elas não são coisas triviais, nem têm

o fim de nos entreter como se fosse um passatempo. Não; são coisas excelentes, que

dizem respeito à glória e santidade de Deus, que se relacionam à felicidade de nossas almas, o

bem-estar da humanidade e de todas as comunidades. São excelentes para serem

aplicadas por governantes, juízes, conselheiros, e outras formas de liderança.

Há uma luz na descoberta destas coisas, e na direção para nós em particular. Elas são dadas a conhecer publicamente, para que todos possam

ler.

Elas não são passageiras e sujeitas a serem

alteradas pelo tempo, mas estão fixadas como a exata Palavra de Deus, que é uma luz sempre presente para nos guiar no caminho em que

devemos andar.

Mas, a ênfase aqui está colocada mais sobre aquilo que é dado a conhecer para você mesmo,

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leitor, que tem se aplicado a lê-las neste momento, pois são poderosas para lhe guiar no

caminho que deve seguir, para o inteiro agrado de Deus. De modo que delas não se pode dizer

que são coisas boas, mas que não se aplicam a nós.

Estas coisas afirmadas nestes provérbios são de grande conforto para nós. Se guardadas em

nossos corações, serão muito agradáveis, e nos proporcionarão uma verdadeira e duradoura

satisfação.

Se fizermos uso dessas palavras em nossas conversações, elas nos darão uma boa reputação, porque por elas o nosso caráter pode

ser conhecido, como sendo procedente de Deus.

Estas coisas estão escritas para que possamos manter a nossa confiança permanentemente em Deus, sobretudo na sua justiça. Por elas a fé

é avivada, pelo aumento do nosso conhecimento do caráter do Senhor.

É uma coisa desejável conhecer não somente as

palavras de verdade, mas ter a certeza delas, para que a nossa fé possa ser inteligente e

racional, podendo crescer até a plena certeza.

Que nós possamos ser úteis a outros para sua instrução, quando o Senhor nos enviar a dar

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testemunho da verdade àqueles que necessitam de salvação ou serem edificados na fé.

Somos embaixadores de Deus para dizermos a

todos, e em toda parte, que se reconciliem com ele por meio da fé em Jesus Cristo.

O conhecimento da verdade nos foi dado para

fazer o bem, a fim de que outros possam ter suas lâmpadas acesas pela nossa luz, e possamos

servir à nossa geração, de acordo com a vontade de Deus.

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22 Não roubes ao pobre, porque é pobre;

nem oprimas ao aflito na porta;

23 porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam lhes tirará a vida.

Temos aqui, uma advertência muito necessária contra as práticas bárbaras e desumanas, de

oprimir as pessoas pobres.

O pecado em si, de roubar os pobres, tornando-os mais pobres é abominável. É ruim roubar

qualquer homem, porém mais absurdo é roubar os pobres, a quem devemos aliviar e socorrer,

contudo desse modo aumentamos suas aflições.

Se somos incentivados a roubar alguém por causa da sua incapacidade em se defender, é

uma grande covardia.

Aquele que rouba e oprime os pobres, o faz para sua conta e risco, porque os oprimidos têm a

Deus por seu patrono poderoso, e justo Juiz que julgará a sua causa.

Os opressores encontrarão nele, um grande vingador que em represália, não lhes demandará a restituição do que covardemente

roubaram, mas fará com que paguem sua dívida com suas próprias vidas, sujeitando-lhes a um

juízo eterno de fogo.

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Assim, esses que roubam dos pobres fazem-se assassinos de si mesmos.

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24 Não faças amizade com o iracundo;

nem andes com o homem colérico;

25 para que não aprendas as suas

veredas, e tomes um laço para a tua alma.

Temos aqui, uma boa precaução contra ser íntimo de pessoas iracundas e coléricas, que não

raro procuram fazer justiça com suas próprias mãos, e não podem tolerar o mínimo de

contrariedade sem que procurem achar algum alívio despejando sua ira sobre aqueles que os

contrariaram.

É a lei da fraternidade que nos acomoda aos nossos amigos, tornando-nos prontos para servi-los, portanto devemos ser sábios e

cuidadosos na escolha de um amigo, para que não venhamos a ser enredados em laços, por

causa do mau temperamento que possuem.

Embora devamos usar de civilidade para com todos, todavia devemos ter cuidado com quem elegemos para ser “amigos do peito”.

Entre outros, um homem que se irrita, se melindra, e é facilmente apto a se ressentir por

afrontas recebidas, não é recomendado para ser amigo daqueles aos quais Deus exige mansidão

e paciência em relação às injustiças que sofrem, pois isto é do seu agrado, que alguém confie nele

e se submeta à paz que vem do Espírito Santo,

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quando recebe afrontas e maldições, e não responde com afrontas, mas com bênçãos.

O provérbio apresenta uma razão para se evitar tal tipo de amizade, a fim de que não

aprendamos os seus caminhos, ou seja, a agirmos da mesma maneira que eles.

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26 Não estejas entre os que se

comprometem, que ficam por fiadores de dívidas.

27 Se não tens com que pagar, por que

tirariam a tua cama de debaixo de ti?

Ao sentimento deve se sobrepor a razão, de maneira que não venhamos a assumir

compromissos por motivos sentimentais, sabendo que não teremos condições de cumpri-los.

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28 Não removas os limites antigos que

teus pais fixaram.

A sociedade se modernizou à custa da remoção dos marcos da boa e sã doutrina, e tradição

recebida de nossos antepassados, sobretudo aquelas que dizem respeito à moralidade e aos

bons costumes, que se norteavam principalmente, pelo respeito e amor ao

próximo.

Uma vez tendo sido tais marcos removidos paulatinamente, especialmente a partir de meados do século XX, o resultado a que temos

chegado é este, que tem tornado a vida em sociedade insuportável, para aqueles que amam

a justiça e a verdade.

É impressionante a velocidade com que a iniquidade se multiplicou no mundo, a par de todo o avanço tecnológico que se tem

experimentado.

As pessoas nunca estiveram tão conectadas, especialmente por meios virtuais, mas de igual modo, os corações nunca estiveram tão

distanciados uns dos outros no que se refere ao exercício da fraternidade, da caridade, da justiça

e do amor.

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Nunca se ouviu tanta murmuração contra amigos de trabalho, tanta perfídia, falsidade, e

traição, especialmente pelas costas.

Em vez de reuniões para o estabelecimento de projetos abençoadores, úteis e edificadores,

multiplicam-se as reuniões para o despejar de amarguras e queixas que transfiram para outros

as nossas próprias deficiências e fracassos.

Especialmente, quando há no grupo social,

pessoas justas, que procuram seguir por caminhos retos e de bondade; estas são taxadas

de idiotas que estão alienados da realidade do mundo, e em certo sentido estão mesmo,

porque é impossível que aqueles que seguem pelas veredas do mal venham a aprovar ou

aceitar de bom grado, os que caminham pelas veredas da bondade e da justiça.

Abraão deixou marcos para Isaque, que por sua vez os deixou para Jacó, e este para seus filhos que viriam a formar as doze tribos de Israel; e,

aqueles que se destacaram entre eles na prática da justiça e obediência aos mandamentos de

Deus, mantiveram os marcos fixados para as gerações seguintes, que os preservaram até

pouco tempo atrás para nós, e que agora há aqueles cujo trabalho tem sido o de removê-los

em nome de uma ampliação de nossa liberdade social, em nome de uma modernização que faça

com que avancemos para patamares mais

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elevados, nos quais os preceitos de Deus não se interponham como uma espécie de

impedimento para o referido avanço.

Não admira que haja tanta corrupção, não apenas entre os governantes, como também em

grande parte da população, e isto não apenas no Brasil, como na quase totalidade das nações da

terra.

Isto é um sinal claro e visível de que a volta de Jesus se aproxima, pois as coisas progredirão de

tal forma e velocidade, que nenhuma alternativa restará, senão que por uma

intervenção direta de Jesus, pelo seu próprio poder, recoloque os marcos que foram

arrancados em seus devidos lugares.

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29 Vês um homem hábil na sua obra?

Esse perante reis assistirá; e não assistirá perante homens obscuros.

Vês um homem diligente e hábil na obra de

Deus?

É provável que ele se destaque em virtude, e venha a assistir perante o Rei dos reis.