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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA MEDIAÇÃO DE CONFLITO NO CONTEXTO FAMILIAR: UM DESAFIO PARA OS PROFISSIONAIS Por: Patrícia Regina Souto Borges Orientador Prof. Willian Rocha Rio de Janeiro 2014 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

MEDIAÇÃO DE CONFLITO NO CONTEXTO FAMILIAR: UM

DESAFIO PARA OS PROFISSIONAIS

Por: Patrícia Regina Souto Borges

Orientador

Prof. Willian Rocha

Rio de Janeiro

2014

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

MEDIAÇÃO DE CONFLITO NO CONTEXTO FAMILIAR : UM

DESAFIO PARA OS PROFISSIONAIS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Mediação de Conflito com

Ênfase em Família.

Por: Patrícia Regina Souto Borges

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AGRADECIMENTOS

Quero aqui registrar, meus

agradecimentos aqueles que de fato

compartilharam nesta etapa evolutiva

de formação. Em primeiro lugar à

Deus pela força e perseverança, à

minha Família - minhas Filhas

Vanessa e Nathália, minha motivação

eterna e aquele que sempre me

incentiva e está ao meu lado, meu

esposo Carlos Alberto.

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DEDICATÓRIA

Para minha Saudosa mãe Luiza.

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RESUMO

A presente pesquisa tem a proposta de discutir a real percepção que

os profissionais possuem acerca dos Desafios, na Mediação de Conflito no

Contexto Familiar e seus respectivos desdobramentos a partir desta

temática. Sugere desta forma uma discussão sobre o assunto em particular

no que tange a questão da família enquanto núcleo fundante, sua

organização e processos de estabelecimento. Para a viabilização da

análise, procedeu se um estudo qualitativo, pois houve a participação ativa

em seu processo, apropriando se de uma entrevista de cume narrativo

possibilitando desta forma o acesso ao discurso enunciado na perspectiva

de dez falas, de dez profissionais que atuam no Centro de Referêcia da

Assistência Social - CRAS, no Município de São João de Meriti. As

entrevistas sequidas de questionário foram realizadas com permisão dos

mesmos. Podemos perceber que as conclusões apontam para a real

necessidade da formação dos profissionais pautados em condições éticas

e com respaldos teóricos medotológicos.

PALAVRA CHAVE: Mediação , Conflito, Familiar, Desafio e Profissionais.

ABSTRACT

The present research has proposed to discuss the real perception

that professionals have about the challenges of Conflict mediation in Family

Context and their ramifications from this theme. Thus suggests a

discussion on the subject in particular regarding the question of the family

as the core founding, organization and processes of establishment. For the

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feasibility analysis, a qualitative study was conducted because there was

active participation in the process, is appropriating an interview ridge

narrative thus allowing access to the speech utterance from the perspective

of ten lines, and ten professionals who work in a Center Referêcia of the

Social-CRAS, in São João de Meriti. The interviews were recorded with

permission of Professional and transcribed with permission. We can see

that the findings point to the actual need of the training guided by an ethical

and theoretical medotológicos backrests.

KEYWORD: Mediation, conflict, family, and professional challenge.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..08

CAPÍTULO I ...10

1.1 Apresentação ..10

1.2 Relevância do estudo..13

1.3 Objetivos do estudo..14

1.3.1 Geral ...14

1.3.2 Específicos ..15

2. CAPITULO II – REVISÃO DE LITERATURA....14

2.1 Mediação de Conflito ..14

2.2 Mediação e sua Gênese: um processo consolidação...17

2.2.1 Mediador ... 18

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Α

2.3 Ética profissional: eixo norteador..22

ヲく4 Categoria Família : uma abordagem necessária..23

2.4.1 Característica da família contemporânea くく26

2.5 Mediação de Conflito no Contexto Familiar..27

3. CAPÍTULO III ..29

3.1 Metodologia . .29

3.1.1 Tipo de Pesquisa ..29

3.2 Universo..30

3.1.3 Instrumento/Procedimento..31

3.2 Análise de Dados ..31

3.2.1 Capacitação dos Profissionais..31

3.2.2 Família ..33

3.2.3 Ética...34

3.2.4 Mediação de conflito..35

3.2.5 Mediação de conflito no contexto familiar..36

3.2.6 Desafio dos profissionais...37

CONSIDERAÇÕES..39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..41

ANEXO A – Questionário... 44

ANEXO B – Termo de Esclarecimento..45

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Β

áNEXO C どTW┝デラ sobre mediação de conflito de autoria da Deputada ZulaiêCobra -Congresso Nacional , 1988 -Projeto de Lei n°. 4827/98...45

ANEXO D - Segundo versão do Ante projeto de Lei de Mediação

Paraprocessual - Luiz Felipe Salomão , 2013 ...46

LISTA DE SIGLAS

CONIMA - Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem

CRAS - Centro de Referência da Assistência Social

LOAS - Lei Orgânica sa Assistência Social

SUAS - Sistema Único da Assistência Social

SMAS Secretaria Municipal de Assistência Social

PNAS- Política Nacional da Assistência Social

NOB - Norma Operacional Básica

MC - Mediação de Conflito

TJ - Tribunal de Justiça

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o Desafio dos

Profissionais que atuam na Mediação de Conflito no Contexto Familiar,

pontuando e articulando a temática, porém não abrangente no que tange a

real proporção da esfera da praxis.

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Γ

Sabemos que a Mediação de Conflito, nesta última década, tomou

proporção no panorama intelectual acadêmico e profissional, é neste viés

que precisamos entender a importância do Desafio dos Profissionais que

atuam na Mediação de Conflito no Contexto Familiar, como um fator

existente na atuação profissional.

No entanto, nossa tentativa será a de trazer uma lente de aumento

para nossas práticas, com o objetivo de entender como estes desafios

permeiam nosso cotidiano, enquanto profissionais.

A idéia é que pelo conhecimento teórico, poderemos desenvolver um

pensamento crítico e consequentemente criar estratégias para superação

dos entravés, impasses, desafios e dificuldades apresentados.

Percebemos que há a necessidade de inserir formas de atuação

profissional, além do fortalecimento da ética, mesmo que está ainda

permaneça sem uma Lei que a regulamente, engendrada em uma

conjuntura política passível de atuação do profissional, no movimento da

realidade vivenciada.

A relevância do profissional que atua neste contexto está em sua

excelência visceral vinculado à concretização da sua atuação,

almplamente reconhecido, necessários na atualidade.

Faz parte da construção deste trabalho, a realização de pesquisas

bibliográficas sobre o histórico da categoria Família enquanto núcleo

fundante e suas respectivas contextualizações.

Também usufruirmos de um questionário direcionado aos

profissionais que atuam diretamente com esta realidade, atuando

diretamente com o núcleo fundante, contribuindo desta forma,

significativamente para análise e considerações finais.

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ヱヰ

Para melhor compreensão do assunto abordado, este trabalho está

organizado em três capítulos: inicialmente discorre se como está a

organização e consecutivamente o problema, relevância e seus respectivos

objetivos.

A revisão de literatura está inserida no segundo capítulo, pautada em

autores que possuem propriedade sobre a temática. O terceiro capítulo

aborda a análise realizada com os profissionais através da entrevista e

questionário. Também apresentaremos a metodologia, o tipo de pesquisa,

universo / amostra, instrumento / procedimento e análise de dados.

Finalizaremos o estudo com considerações, sob a forma de

conclusão, com fundamentação de referências bibliográficas citadas além

do questionário e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido em

anexo.

CAPÍTULO 1

O PROBLEMA

APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

A presente pesquisa tem a proposta de discutir a real percepção que

os profissionais possuem acerca da Mediação de Conflito no Contexto

Familiar e os seus Desafios com seus respectivos desdobramentos a partir

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ヱヱ

da temática.

É sabido que de forma geral, as pessoas sentem dificuldades em

lidar com situações conflituosas, mesmo porque o fator interpletação tende

a se tornar fragmentado. As pessoas ficam envoltas em suas emoções,

encarando suas perspectivas, como "verdade absoluta", desta forma

confusas com suas percepções, consequentemente a relação tem a

tendência de se confundir com o problema .

" CラマヮヴWWミSWヴ ラ ヮWミゲ;マWミデラ S; ラ┌デヴ; ヮ;ヴデW ミ?ラ Y マWヴ;マWミデW ┌マ;

;デキ┗キS;SW ┎デキノ ケ┌W キヴ= ;テ┌S= ノラ ; ゲラノ┌Iキラミ;ヴ ゲW┌ ヮヴラHノWマ;く O ヮWミゲ;マWミデラ Sラ

ラ┌デヴラ ノ;Sラ Y ラ ヮヴラHノWマ; ふくくくぶゎふFキゲエWヴがUヴ┞がヲヰヰヵがヮくヴヰぶく

Importante, ressaltarmos que a convivência social é fonte de conflito,

o ser humano por excelência tem essência conflitante, necessita de outra

para se comunicar, trocar idéias, se relacionar. É de suma relevância

entendermos suas peculiaridades, estratégias, médotos e técnicas

tornando estas informações efetivamente funcionais.

Porém não devemos buscar certezas definitivas, mas sim

desenvolver um questionamento constante com base em técnicas

pertinentes à Mediação. A clareza do processo é fundamental para alcançar

o objetivo.

O CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) é um órgão

vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social do Municípal do Rio

de Janeiro (SMAS), Prefeitura do Município de São João de Meriti e está

destinado à Proteção de baixa complexidade. Este centro é um

equipamento público, de Proteção Social da Política de Assistência Social,

instituido com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Devemos

entender que a Política Nacional da Assistência Social - PNAS, que busca

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incorporar demandas presentes na sociedade, no que tange à

responsabilidade política, objetivando tornar claras as diretrizes na

efetivação social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado, é

regulamentado pela Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS) de

2005, ao qual oferece materialidade aos princípios e diretrizes da Lei

Orgânica da Assistência Social, Lei número 8.742 de 07 de dezembro de

1993 (LOAS) que traz em si a superação da lógica da caridada do favor, a

visão equivocada da incompetência dos pobres é substituida pela noção

de diritos de cidadania e de responsabilidade do Estado na proteção aos

mais vulneráveis.

Os serviços oferecidos pelo CRAS possuem uma organização em

áreas de maior vulnerabilidade social, com foco naqueles que mais

necessitam. Esta instituição desenvolve importante participação no que

tange o aspecto de inclusão, e não somente aos individuos, mas também

as famílias que encontram se em situação de vulnerabilide social e em

situação de conflito de diversas vertentes.

Os serviços desta Instituição tem resultado, segundo norma técnica,

através do Programa de Atenção Integral à Família - PAIF que tem por

objetivo o fortalecimento do convivio familiar e comunitário, através de

acompanhamento psicossocial e de potencialização da rede de serviços. O

Centro de Referência da Assistência Social - CRAS, tem por objetivo

implementar ações integradas para a promoção Familiar, através da

inserção das famílias nos serviços de Assistência local. O Programa de

Atenção Integral à Família - PAIF tem por objetivo o fortalecimento do

convivio familiar e comunitário, através de acompanhamento psicossocial e

de potencialização da rede de serviços e o Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vinculo (SCFV) tem por objetivo atender grupos,

assegurando espaços de convivio familiar e comunitário, desenvolvendo o

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o sentido de pertencimento e de identidade, promovendo a socialização a

convivência dos mesmos.

A Proteção Social Básica oferece atendimento às famílias e cidadãos

em situação de violação de direitos, portanto essa proteção está voltada

para atuação no que diz respeito à garantia de proteção integral, os

mínimos sociais para família e cidadãos em situação de ameaça.

O atendimento baseia se no respeito à heterogeneidade,

potencialidade, valores, crenças e identidade do núcleo fundante. O serviço

articula se com atividades prestadas às famílias nos demais serviços

socioassistenciais nas diversas Política Públicas e com demais órgãos do

sistema de Garantia de Direitos.

Os objetivos desses serviços são a contribuição para o

fortalecimento da família, a restauração e prevenção da integridade da

autonomia do usuário, a reparação dos danos e a reparação e prevenção a

incidência da violação dos direitos; incluir as famílias no sistema de

proteção social e nos serviços públicos, conforme a demanda.

Entendemos que esse serviço deve ser de acolhida, escuta, que deve

haver um estudo social, um monitoramento e avaliação do serviço, de

orientação e encaminhamentos para a rede de serviços locais. Há a

necessidade da construção do Plano Individual e / ou Familiar de

Atendimento, entre outros. E almejamos a redução das violações dos

direitos, seus agravamentos e reincidências, que o usuário tenha acesso

aos serviços socioassistenciais e das políticas públicas setoriais, melhoria

da qualidade de vida das famílias. Analisamos que para se ter êxito nos

serviços que são oferecidos é necessário que haja por parte do poder

público uma vontade política, conjuntamente com a participação da

sociedade civil, para que estes cidadãos tenham condições de acesso à

rede de benefícios assistenciais, com consequência a sua inserção familiar

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e comunitária. A Mediação de conflito é um serviço que pode ser agregado,

pois é neste contexto de situação de vulnerabilidade que deparamo nos

com inúmeros conflitos de lide social. como por exemplo o conflito de

valor que envolve questão ideológica e religiosa; o conflito de

interesse,que perpassa por situações de contradição e reivendicação de

bens e direitos, o conflito de informação, que possui cume

negativo/distorcido, o conflito estrutural podendo ter vertententes

trabalhistas, ambiental, familiar, societário, organizacional, escolar,

comercial, entre vizinhos.

Vivenciamos nesse serviço que a família, tenha um acompanhamento

sistemático, para que ocorra a construção de um projeto de vida ou a

reconstrução dele em conjunto , para que os mesmos consigam ter

autoconfiança e a capacidade de reflexão para sua autonomia.

O interesse pelo o serviço oferecido pela Instituição foi voltada para

os cidadãos e suas respectivas familias. Entendemos que a Mediação é

capaz de reconstruir o projeto de vida do cidadão e de sua família, com uma

ação conjunta de profissionais e dos envolvidos. A realidade é bem difícil e

desafiadora, porque na maioria dos casos a ação nem sempre é conjunta,

percebemos que a questão cultural de cada família tem seu peso,

identificamos uma dificuldade e uma particularidade subjetiva em cada

cidadão.

O interesse por esta pesquisa surgiu a partir da experiência enquanto

profissional de Serviço Social no campo sócio-institucional de um Centro

de Referência de Assistência Social no Município de São João de Meriti.

A partir da experiência e da observação, nos deparamos com a

necessidade de analisar essa temática e a sua atuação com o objetivo de

entender melhor o contexto de tempo e espaço para que assim, possamos

de uma maneira mais eficaz, enriquecer o universo acadêmico, com a

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temática em questão que é relevante, porque é onde se produz

conhecimento, para tentar romper com o senso comum e a banalização que

impera em muitas leituras que apontam para percepções onde estes

cidadãos e suas respectivas familias estão fadados a se tornarem

indivíduos que não tenham lugar na sociedade e em constante movimento

de conflitos.

RELEVÂNCIá DO E“TUDO

O intuito deste projeto é de contribuição para o campo científico, a

área de produção acadêmica, de forma geral vem contribuindo

cientificamente no que tange a discussão da Mediação de Conflito no

contexto familiar e seus respectivos desafios, entraves e extratégias.

Todavia toda forma de contribuição de saberes deve ser

compartilhada, a relevância da produção são direcionados para estudo de

futuros discentes de formação acadêmica ou profissionais que devem

continuar buscando informações a fim de se manterem informados e aptos

a uma dimensão critica.

ゎ ふくくくぶ ラ IラミエWIキマWミデラ IキWミデケaキIラ Y IラミゲキSWヴ;Sラ ;HWヴデラが ヮラキゲ ミ?ラ IラミエWIW

H;ヴヴWキヴ;ゲ ケ┌W が ; ヮヴキラヴキ ノキマキデ;マ ラ IラミエWIキマWミデラが ; IキZミIキ; ミ?ラ Y ┌マ ゲキゲデWマ;

Sラェマ=デキIラ W IWヴヴ;Sラが マ;ゲ Iラミデヴラ┗WヴデキSラ W ;HWヴデラ ふくくくぶゎ ふ L;ニ;デラゲが ヲヰヰヰが ヮくヴヱぶく

Este projeto apresenta se como um tipo de pesquisa exploratória, ou

seja terá uma perspectiva sobre a Mediação de Conflito no contexto

Familiar. Sua relevância será agregar um novo olhar para esta categoria, o

trabalho tem como proposta apresentar uma reflexão da temática,

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ヱヶ

retratando as vivencias coditianas, a partir da atuação dos profissionais de

um Centro de Referência de Assistência Social do Município de São João

de Meriti.

Diante das observações realizadas no equipamento, foi possível

perceber que os profissionais possuem uma ausencia de conhecimento a

respeito da Mediação de Conflito no contexto familiar e demais

desdobramentos da temática em questão, a partir dos discurssos expostos

cotidianamente.

Sabemos que a Mediação de Conflito desenvolveu se de modo

surpreendente na última década, novas obras vem sendo publicadas e a

Mediação de conflito vem tomando espaço nos meios acadêmicos e

intelectuais.

OBJETIVOS DO ESTUDO

OBJETIVO GERAL

Analisar o desafio para os profissionais que atuam em Mediação em conflito

no contexto familiar.

OBJETIVO ESPECÍFICO

Apresentar os desafios dos profissionais na Mediação de conflito,

Apresentar os desafios dos profissionais no contexto familiar

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ヱΑ

CAPÍTULO II

REVISÃO DE LITERATURA

2.ヱ MWSキ;N?ラ SW Cラミaノキデラ

ゎ ふくくくぶ ラゲ Iラミaノキデラゲ ゲ?ラ ゲラIキ;ノマWミデW Iラミゲデヴ┌キSラゲ ;Sマキミキゲデヴ;Sラゲ ;デヴ;┗Yゲ S;

Iラマ┌ミキI;N?ラ S; ゎヴW;ノキS;SWゎ Wマ ゲW┌ IラミデW┝デラ ゲルIキラどエキゲデルヴキIラが ミ; ケ┌;ノ ;マHラゲ

Iラミaノキデラ W ヴW;ノキS;SWが キミaノ┌WミIキ;マ W ゲ?ラ キミaノ┌WミIキ;Sラゲ Wマ ゲW┌ゲキェキaキI;Sラ W

Iラマヮラヴデ;マWミデラ ヮWノラ IラミデW┝デラゎくふFラノェ┌Wヴ わ JラミWゲが ヱΓΓヴぶく

O termo conflito define se como situação imcompatível. Conflito é um

facto social universal e necessário, que se resolva com a mudança social,

Karl Marx afirma que conflito tem sua origem na dialética do materialismo

ou na luta de classes. A construção de definição de conflito tem sua base

em uma idéia destrutiva, agressiva, no entanto os conflitos tem seu lado

positivo, ocasio mudanças que são necessárias para os individuos.

ゎO Iラミaノキデラ ミ?ラ Y ;ノェラ ケ┌W SW┗; ゲWヴ WミI;ヴ;Sラ ミWェ;デキ┗;マWミデWが ふくくくぶ ; ゲラノ┌N?ラ

デヴ;ミゲaラヴマ;Sラヴ; Sラ Iラミaノキデラ SWヮWミSW Sラ ヴWIラミエWIキマWミデラ S; SキaWヴWミN;ゲ W S;

キSWミデキaキI;N?ラ Sラゲ キミデWヴWゲゲWゲ Iラミデヴ;Sキデルヴキラゲ ふくくくぶゎ ふV;ゲIラミIWノラゲが ヲヰヰΒが ヮくヲヰぶく

O conflito decorre da própria convivência entre atores sociais e suas

respectivas contradições e que são mediáveis. Cabe ressaltar que as

mediações tornam se inviáveis perante situações que envolvam violência

de direitos e deveres, ou quando há pessoas que não desejem se

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submeter ao trâmite da mediação, demonstrando falta de colaboração. Há

de se pontuar aqueles que estão ou são incapazes de tomar decisões. Há

situações que podem ocorrer negociações e não mediações, pois estes

estão perante a posição de desigualdade de poder.

Vasconcelos, 2004 define conflito como "um fenomeno inerente às

relações humanas, (...) fruto de posções divergentes, quanto a fatos e

condutas que envolvam expectativas, valores ou interesses comuns (..)". O

conflito, portanto, é inerente à pesssoa humana, uma vez que as mesmas

respondem à estímulos, sejam positivos ou negativos, impulsionando os a

lutar ou a fugir. É da essencia humana a proposta de disputas perante

manifestações de incompatibilidade de diversas naturezas. Moore, 2008

aponta que os conflitos possuem causas multiplas.

A Moderna teoria do conflito nos propociona a percepção da mesma

como um fenomeno de cume natural na relação de qualquer pessoa,

percebido como algo positivo. Quando vislumbrado por este patamar,

podemos pensar em opções para administra lo, entendendo o como o

primeiro passo para a mudança, tendo desta forma a possibilidade de

escolha para a resolução que melhor lhe assente.

Alguns autores sustentam a tese que conflito está inserido em uma

escalada de relações conflituantes que resulta em um circulo vicioso de

ação e reação. O movimento vicioso da ação/reação torna se mais rígida

quando há conflitos. Desde os primórdios da humanidade percebemos

"divergências por metas, objetivos, interesses percebidos (...)

incompatíveis".

Segundo Mello (2004), "não há dados concretos quanto ao marco

histórico inicial da mediação. Contudo, esta prática remonta à antiguidade

chinesa, por influência da filosofia de Confúcio, calcada na reciprocidade,

na paz e na compreensão". Nesse sentido, sustentam Breitman e Porto

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ヱΓ

(2001), "a mediação de conflitos, embora contemporaneamente seja um

procedimento inovador, tem suas origens e razões na civilização chinesa,

com aproveitamento de costumes e utilização de antigas descobertas em

situações semelhantes. A mediação foi retomada em nosso país com o

modelo oriundo da Lei da Arbitragem. São temas antigos, porém com nova

roupagem"く

Portanto, perceber a escala de desenvolvimento do conflito é

estabelecer a exata noção da sua históricidade e sua relevância no espaço -

tempo no contexto da história da humanidade. Os conflitos sempre

existiram,e vão existir, e estes eram mediados através de lideranças

comunitárias. As relações humanas eram horizontalizadas e percebidas

como menos complexas. Nos primórdios da história humana, o homem

possuía condições precárias e o fruto do seu trabalho não era suficiente

para garantir sua sobrevivência. A partir do desenvolvimento da sociedade,

emergiram no cenário social os atores sociais que mantiveram o poder e

utilizavam se de instrumentos para garantir seus feitos, considerando a

natureza das relações conflituosas podemos perceber o grau de violência

dos conflitos que se estabelecem de diversas formas culturais. É notório

que a sociedade está passando por transformações, e isto vem refletindo

de forma significativa nas diversidades nas relações sociais, ocasionando

um aumento considerável de conflitos com diversos desdobramentos.

Mediação conforme Ferreira, 2001, "advém do latim mediatione que

significa intercessão, intermédio (...) intervenção com que se busca

produzir um acordo". (...) Derivado do verbo latino mediare &– de mediar,

intervir, colocar-se no meio". (Müller, 2005).

A mediação tem sua base calcada na comunicação, onde o objetivo é

identificar os interesses e necessidades das partes, geralmente transcorre

em nível não hierarquizado de soluções de problemas, segundo Azevedo,

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ヲヰ

2007 é um processo pelo qual um terceiro imparcial facilita a negociação

entre pessoas em conflito, as habilita a assumir o controle de suas vidas e

concontrar soluções que compatibilizem se aos seus interesses e

necessidades. A mediação é um processo privado, voluntário e informal no

qual o mediador, ou mediadores, ajustam as partes a resolver suas

disputas de modo aceitável à todos".

Sabemos que a mediação é uma proposta eficaz para as soluções de

conflitos, calcado em um ideal de enfrentamento de problemas. É um

instrumento pacífico entre atores em relações sociais . Não é a esmo que a

mediação vem crescendo no âmbito dos exercícios em diversas vertentes

de atuação, este vem desempenhando um papel fundamental de uma nova

cultura para profissionais.

A mediação cumpre um papel fundamental para evitar que os

conflitos cresçam à uma situação de violência, sendo está não somente a

física já que podem ser de ordem moral, psicológica, simbólica, estrutural. É

uma ferramente de alta magnitude, pois atua em uma esfera

extraprocessual de resolução de conflitos, tem objetivo de transformação

de padrões de conduta social e fomentação de convívio social. Desta

forma, percebemos que a mediação atua de forma ativa na pacificação das

relações sociais.

2.ヲ MWSキ;N?ラ W ; ゲ┌; GZミWゲWぎ ┌マ PヴラIWゲゲラ SW CラミゲラノキS;N?ラ

O termo "mediaçao", segundo autores foi utilizado pela primeira vez

nos Estados Unidos na década de 1970, por um profissional da área de

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ヲヱ

Direito, onde o mesmo criou um Centro de Mediação Familiar e a primeira

associação de profissionais.

Podemos perceber que diversos autores conceituam a categoria

mediação com muita propriedade, vejamos algumas:

Monette, 2000 nos afirma que a etimoligia da "palavra mediação

antes de derivar de uma palavra latina (medium, medius, mediator) terá

aparecido na enciclopédia francesa em 1694, cujo aparecimento é

identificado no arredores do século XIII., para designar a intervenção

humana entre duas partes. A raiz ”medi” parece ter sido utilizada pelos

Romanos que a terão recebido, por associação de ideias do nome deste

país desaparecido, a Media, (para resumir), um país vizinho das terras da

antiga Persa que se tornou o Irão".

Segundo Bush e Folger (1996) coadunam com Schinitman (1999)

conceituam a mediação "como um método de solução de conflitos no qual

as partes envolvidas recebem a intervenção de um terceiro, o mediador,

que contribui, por meio da reabertura do diálogo, a chegar a possibilidades

inventivas para a solução da disputa, em que ambos fiquem satisfeitos".

A mediação de conflito no território brasileiro é de fato um processo

eficaz para as mais diversas áreas de atuação,e este adentra em nossa

cultura como uma porta de acesso á justiça e resoluções de conflitos. Os

profissionais da área de mediação conquistaram o respeito através do

trabalho pautado na qualidade técnica desenvolvida pautados no

compromentimento ético. Importante ressaltarmos que a mediação no

Brasil ainda não possui uma Lei regulamentada, no entanto vem se fazendo

estabelecer de forma gradativa.

Nesse diapasão, são objetivos da mediação: a solução dos conflitos

identificados,a Concepção que não há ganhadores ou perdedores no

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âmbito da mediação, e a prevenção de possíveis conflitos.

2.2.1 MEDIADOR: Elemento Fundamental Enquanto Profissional Atuante

O mediador é um profissional que possui sua autonomia, portanto o

mesmo é apto a conduzir o processo de mediação, utilizando os

instrumentos, aos quais identifica que sejam pertinentes a cada situação,

favorecendo desta forma a resolução das questões.

O profissional pode optar por reuniões conjuntas ou individuais

seguindo o quisito confidencialidade. Cada cidadão terá seu momento de

expor suas opniões, fatos sobre as quais estão inseridos na disputa, como

também os interesses e objetivos, além de possíveis soluções para mútuos

benefícios.

A abordagem, ao qual o profissional irá optar é um elemento que

deve ser considerado relevante, pois perceber a área de atuação e

respectivas abordagens irá garantir um bom processo de mediação entre

as partes. O mediador é um individuo que identifica e sabe tirar as pessoas

das posições e coloca las na área de interesse.

Nesse diapasão, existem diversos profissionais aptos, para atuar

como mediador, sendo que é relevante pontuarmos neste momento que

cada profissão é possuidora de habilidades, competências pertinentes a

categoria. A contribuição de saberes dos diversos profissionais é muito

enriquecedor, auxiliando na construção da identidade profissional do

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ヲン

mediador.

ゎふくくくぶ TWミエラ ; Iラミ┗キIN?ラ SW ケ┌W ヮ;ヴ; マWSキ;ヴ ミ?ラ H;ゲデ; ヮラゲゲ┌キヴ エ;HキノキS;SWゲ W

デYIミキI;ゲ WゲヮWIケaキI;ゲが Y ヮヴWIキゲラ Sラマキミ;ヴ; SキaケIキノ デ;ヴWa; SW ゲW キミデWェヴ;ヴ

WマラIキラミ;ノマWミデW Iラマ ラゲ ラ┌デヴラゲくá┌デラ ゲW SWゲキェミ;ヴ マWSキ;Sラヴ キェミラヴ;ミSラ WゲデW

a;デラ ゲキェミキaキI; ┌マ マ;ノ IラマWNラく MWSキ;ヴ Y ┌マ; ゎ;ヴデWゎ ふW Iラマラ デ;ノ ヴWIノ;マ; ラ

エラマWマ ヮラヴ キミデWキヴラぶ SW IラミS┌┣キヴ ┌マ ヮヴラIWSキマWミデラ I;ヴヴWェ;Sラ SW

キミデWミゲキS;SWゲゎく ふRラSヴキェ┌WゲがヱΓΓΓく ヮくヰンぶ

O profissional respaldado técnica, comprometimento, capacitado

segue principios que são fundamentais, que nos serve de pilar, alicerce,

que regem as ações e distinguem os objetivos das práticas dos

profissionais, em sua atuação e que foram concebidos dentro de uma

lógica para se completarem, obdecendo uma determinada ordem.

Portanto, a seguir veremos alguns princípios, as quais a mediação de

conflito desenvolve o trabalho em sua estrutura profissional;

• A Confiabilidade é o princípio fundamental da atuação do mediador,

pois as partes nos trazem questões particulares, de cume íntimo.

Toda situação pontuada durante a mediação deve estar sob sigilo,

respeitando desta forma outro princípio que é o da autonomia de

vontade.

• A autonomia é o príncípio basilar da mediação, possui característica

voluntária, ou seja as partes concordam em participar, podendo há

qualquer momento retirar se do processo.

• A competência parte da priori que o profissional esteja inserido nos

três pilares de consolidação: possuir conhecimento, querer aplica lo

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e realiza lo em sua plenitude alicerçado em bases científicas. Por este

motivo o profissional que atue na mediação só deverá faze lo assim

que possuir as qualificações necessárias para satisfazer as partes.

• A imparcialidade tem o mediador como facilitador da comunicação, o

mesmo não possui interesse subjetivo, partindo desta priore

entendemos que o profissional não deve possuir nenhum conflito de

interesse capaz de afetar sua imparcialidade, este deve compreender

a realidade em sua totalidade,despindo se de preconceitos ou senso

comum.

O profissional, frente à sua nomeação, deve ter a clareza que aceitará

o cargo se estiver inserido dos propósitos de atuação de acordo com os

princípios estabelecidos em sua deontologia.

No entanto, sabemos que ainda não há uma regulamentação, uma lei

que regule nossa prática, contudo o CONIMA nos traz critérios específicos

no que tange a questão ética direcionado aos profissionais em sua

atuação. Vejamos, então:

I. AUTONOMIA DA VONTADE DAS PARTES

A Mediação fundamenta-se na autonomia da vontade das partes, devendo o

Mediador centrar sua atuação nesta premissa.

Nota explicativa:

O caráter voluntário do processo da Mediação, garante o poder das partes

de administrá-lo, estabelecer diferentes procedimentos e a liberdade de

tomar as próprias decisões durante ou ao final do processo.

II. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

O Mediador pautará sua conduta nos seguintes princípios: Imparcialidade,

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ヲヵ

Credibilidade, Competência, Confidencialidade, e Diligência.

Notas Explicativas

Imparcialidade: condição fundamental ao Mediador; não pode existir

qualquer conflito de interesses ou relacionamento capaz de afetar sua

imparcialidade; deve procurar compreender a realidade dos mediados, sem

que nenhum preconceito ou valores pessoais venham a interferir no seu

trabalho.

Credibilidade: o Mediador deve construir e manter a credibilidade perante

as partes, sendo independente, franco e coerente.

Competência: a capacidade para efetivamente mediar a controvérsia

existente. Por isso o Mediador somente deverá aceitar a tarefa quando tiver

as qualificações necessárias para satisfazer as expectativas razoáveis das

partes.

Confidencialidade: os fatos, situações e propostas, ocorridos durante a

Mediação, são sigilosos e privilegiados. Aqueles que participarem do

processo devem obrigatoriamente manter o sigilo sobre todo conteúdo a

ele referente, não podendo ser testemunhas do caso, respeitado o princípio

da autonomia da vontade das partes, nos termos por elas convencionados,

desde que não contrarie a ordem pública.

Diligência: cuidado e a prudência para a observância da regularidade,

assegurando a qualidade do processo e cuidando ativamente de todos os

seus princípios fundamentais.

III. DO MEDIADOR FRENTE À SUA NOMEAÇÃO

1. Aceitará o encargo somente se estiver imbuído do propósito de atuar de

acordo com os Princípios Fundamentais estabelecidos e Normas Éticas,

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ヲヶ

mantendo íntegro o processo de Mediação.

2. Revelará, antes de aceitar a indicação, interesse ou relacionamento que

possa afetar a imparcialidade, suscitar aparência de parcialidade ou quebra

de independência, para que as partes tenham elementos de avaliação e

decisão sobre sua continuidade.

3. Avaliará a aplicabilidade ou não de Mediação ao caso.

4. Obrigar-se-á, aceita a nomeação, a seguir os termos convencionados.

IV. DO MEDIADOR FRENTE ÀS PARTES

A escolha do Mediador pressupõe relação de confiança personalíssima,

somente transferível por motivo justo e com o consentimento expresso dos

mediados. Para tanto deverá:

1. Garantir às partes a oportunidade de entender e avaliar as implicações e

o desdobramento do processo e de cada ítem negociado nas entrevistas

preliminares e no curso da Mediação;

2. Esclarecer quanto aos honorários, custas e forma de pagamento.

3. Utilizar a prudência e a veracidade, abstendo-se de promessas e

garantias a respeito dos resultados;

4. Dialogar separadamente com uma parte somente quando for dado o

conhecimento e igual oportunidade à outra;

5. Esclarecer a parte, ao finalizar uma sessão em separado, quais os pontos

sigilosos e quais aqueles que podem ser do conhecimento da outra parte;

6. Assegurar-se que as partes tenham voz e legitimidade no processo,

garantindo assim equilíbrio de poder;

7. Assegurar-se de que as partes tenham suficientes informações para

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ヲΑ

avaliar e decidir;

8. Recomendar às partes uma revisão legal do acordo antes de

subscrevê-lo.

9. Eximir-se de forçar a aceitação de um acordo e/ou tomar decisões pelas

partes.

10. Observar a restrição de não atuar como profissional contratado por

qualquer uma das partes, para tratar de questão que tenha correlação com

a matéria mediada.

V. DO MEDIADOR FRENTE AO PROCESSO

O Mediador deverá:

1. Descrever o processo da Mediação para as partes;

2. Definir, com os mediados, todos os procedimentos pertinentes ao

processo;

3. Esclarecer quanto ao sigilo;

4. Assegurar a qualidade do processo, utilizando todas as técnicas

disponíveis e capazes de levar a bom termo os objetivos da Mediação;

5. Zelar pelo sigilo dos procedimentos, inclusive no concernente aos

cuidados a serem tomados pela equipe técnica no manuseio e

arquivamento dos dados;

6. Sugerir a busca e/ou a participação de especialistas na medida que suas

presenças se façam necessárias a esclarecimentos para a manutenção da

equanimidade;

7. Interromper o processo frente a qualquer impedimento ético ou legal;

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8. Suspender ou finalizar a Mediação quando concluir que sua continuação

possa prejudicar qualquer dos mediados ou quando houver solicitação das

partes;

9. Fornecer às partes, por escrito, as conclusões da Mediação, quando por

elas solicitado.

VI. DO MEDIADOR FRENTE À INSTITUIÇÃO OU ENTIDADE ESPECIALIZADA

O Mediador deverá:

1. Cooperar para a qualidade dos serviços prestados pela instituição ou

entidade especializada;

2. Manter os padrões de qualificação de formação, aprimoramento e

especialização exigidos pela instituição ou entidade especializada;

3. Acatar as normas institucionais e éticas da profissão;

4. Submeter-se ao Código e ao Conselho de Ética da instituição ou entidade

especializada, comunicando qualquer violação às suas normas.

2.3 Ética Profissional: Eixo Norteador

O que é ser ético? A ética é algo com quem nascemos ou adquirimos

ao longo de nossa vida? Frequentemente deparamo nos com profissionais

que afirmam ter este comprometimento. Diversos autores afirmam que a

ética é um processo que ocorre juntamente com o desenvolvimento

individual.

A ética é considerada uma práxis que impõe uma dimensão de

intervenção profissional lincadas ao compromisso da autonomia,

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ヲΓ

emancipação e expansão dos cidadãos, e neste cenário que o profissional

deverá desenvolver suas atribuições.

Os conceitos de éticas são introjetados socialmente,o mesmo

acontece com outros conceitos, como valor moral. O individuo desenvolve

experiências únicas, levando em consideração a sua historicidade a sua

particularidade e a sua totalidade.

Independente da questão cultural, não existe sociedade sem ética.

A mediação, enquanto campo de atuação profissional, conquistou

seu espaço devido ao seu compromentimento de trabalho pautado na

qualidade e embasado em princípios éticos. Sabemos que a mediação atua

de forma voluntária e colaborativa, no entanto devemos nos a ter que é um

processo de cume confidencial.

Para estabelecer uma mediação é necessário ter a clareza e os

parâmetros fortalecidos na ética, entender que existem principios gerais

que devem ser priorizados onde o mundo globalizado nos remete à uma

nova roupagem e uma nova tendência com capacidade adptativa de

crescimento dentro de um contexto.

ヲくヴ C;デWェラヴキ; F;マケノキ; ぎ ┌マ; áHラヴS;ェWマ NWIWゲゲ=ヴキ;

O conceito de núcleo familiar é de total relevância para a

compreensão do contexto. A conceituação da categoria família é complexa

e pressupõem inúmeras definições de autores por óticas distintas que

oscilam dependendo das mais diferentes abordagens.

A família é um sistema, é a primeira agregação dos individuos, no

qual se conjugam valores, crenças, conhecimentos, práticas formando um

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modelo explicativo.

Em seu contexto histórico, o termo família tem sua origem no latim

FAMULUS, que significa conjunto de servos e dependentes de um senhor.

Este termo veio da Roma Antiga, com o intuito de direcionar um

determinado grupo social. A família grego romana tinha seu alicerce

patriarcal e seus “famulus” compostos por esposa, filhos servos e

escravos.

No entanto, a família em sua face de evolução divide se em três

estágios. O selvagem que corresponde a estruturação por grupos, a

bárbarie, aquela sindiásmica, onde predominava o casal, e a civilização

tendo como característica o período de industrialização e que corresponde

a monogamia.

さふくくくぶ a;マケノキ; ミ;S; マ;キゲ Y Sラ ケ┌W ┌マ ミ┎IノWラ SW ヮWゲゲラ;ゲ ケ┌W Iラミ┗キ┗Wマ Wマ ┌マ

SWデWヴマキミ;Sラ ノ┌ェ;ヴが S┌ヴ;ミデW ┌マ ノ;ヮゲラ SW デWマヮラ マ;キゲ ラ┌ マWミラゲ ノラミェラ W ケ┌W

ゲW ;Iエ;マ ┌ミキS;ゲふラ┌ ミ?ラ ヮラヴ ノ;Nラゲ Iラミゲ;ミェ┑ケミWラゲく Eノ; デWマ Iラマラ デ;ヴWa;

ヮヴキマラヴSキ;ノ ラ I┌キS;Sラ W ; ヮヴラデWN?ラ SW ゲW┌ゲ マWマHヴラゲが W ゲW WミIラミデヴ; ;ヴデキI┌ノ;Sラ

Iラマ ; Wゲデヴ┌デ┌ヴ; ゲラIキ;ノ ミ; ケ┌;ノ Wゲデ; キミゲWヴキSラざく MIOTO ふヱΓΓΑが Pく ヱンヴぶく

A família, ao qual concebemos atualmente é bem diferente no século

passado. A categoria dos profissionais não vislumbravam interesse em

entender o desenvolvimento desta unidade. As famílias até o século XVII

era pública, ou seja as pessoas não tinham a dimensão da particularidade,

todas viviam misturadas: jovens, crianças, homens, mulheres, idosos.

Tanto o trabalho quanto comemorações se realizavam no mesmo lugar. A

divisão do espaço e consequentemente a necessidade de privacidade

ocorreu aproximadamente por volta do século XVIII, é neste período que os

profissionais da época iniciam a representatividade da família com os

moldes, que até hoje perduram como modelo familiar.

É fato, que as famílias vem , em sua estrutura se modificando em

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vários aspectos sociais, fomentando uma nova relidade vivida. O

matrimônio era percebido como uma extensão da construção da origem do

grupo social, constituido pelo marido, pela esposa e seus filhos. A função

do casamento possuia interesses de cume político e de fomentação à

propriedade. O casamento é uma instituição bastante antiga, e está inserida

em um contexto moderno, atualmente deparamo nos com inúmeros

modelos de relacionamento. Portanto devemos refletir sobre o "convite",

que a sociedade nos oferece sobre ter conficções à todo o tempo. Os

novos paradgmas nos proporciona o movimento de questionamento

constante e que devemos realizar sempre.

Todavia o artigo 16 da Declaração dos Direitos Humanos menciona o

direito de homens e mulheres contrair matrimonio e fundar sua família,

gozando de direitos igualitários no que tange o casamento em toda sua

plenitude. Pesquisas demográficas afirmam que o conceito de família tem

variado em função da unidade, este definido como grupo de pessoas que

vivem em uma mesma moradia com efeito de análise. É fato que nossas

famílias vem passando por transformações, as quais estão entrelaçadas

com os aspectos sociais demográficos, históricos e econômicos. Podemos

dizer que a expressão mais marcante dessa transformação ocorreu no final

da década de 60 com o crescimento do número de separações, divorcio e

perda da religião.

Percebemos que é no núcleo familiar que se reestrutura a família, é

neste espaço que consolidamos uma série de valores ao longo de nossa

formação, no relacionamento e pela convivência, consolidamos o “sujeito

social” que somos. Vínculos orientadores que norteiam as relações com

contextos sociais diferentes. Isso se dá devido à forma, ao qual ela foi

repassada (padrões éticos, trajetórias, índoles familiares, questões que são

polêmicas).Um ponto de relevância está na articulação entre a escola e a

família, ao qual possui participação fundamental no aspecto social, onde a

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todo momento nos impõem valores e reafirmados pela instituição familiar,

uma boa educação em seu âmbito familiar garante um alicerce sólido no

que se refere as diversidades culturais e sociais, entendendo que muitos

valores familiares estão acompanhados do fator preconceito. Portanto,

pode se afirmar que a família possui papel importante no desenvolvimento

na saúde e no emocional de seus membros. A família é apontada como

elemento chave não apenas para a sobrevivência dos indivíduos, mas

também para a proteção e a socialização de seus componentes,

transmissão do capital cultural, do capital econômico e da propriedade do

grupo, bem como das relações de gênero e de solidariedade entre

gerações e nesta vertente que os profissionais tem focalizado a família

como objeto de estudo a partir do fator a qual ela desempenha no seu

papel social.

Entendemos, então que a família é a principal responsável pela

formação de consciência cidadã. É na família que o sujeito encontra

condições para desenvolver se e adaptar se , vindo a oferecer segurança e

estabilidade. Segundo Salles, (2006, p 21) é cada vez mais comum a idéia da

família estar à margem da sociedade, sem subsídios para se manter, sem

condições mínimas necessárias que garantam dignidade e segurança,

necessidades básicas para sua existência. Fragilizada pelos processos e

pelas mudanças que marcam a atual realidade, a família vê crescer,

paradoxalmente, suas responsabilidades como mecanismo de proteção

social. Reportando-se a essa realidade, Fitoussi e Rosanvallon (1996)

O conceito de família é subjetivo, depende do contexto que venha a

defini la, seja ele social, político e familiar. A família é um sistema, no qual se

conjugam valores, crenças,conhec imentos, práticas formando um modelo

explicativo de saúde-doença. É fato que podemos ter inúmeras definições

de conceito família, porém em comum é que a união dos membros de uma

família se dá a partir da intimidade, do respeito mútuo, da amizade, da troca

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de carinho e enriquecimento conjunto. Através dessa relação é que se

desenvolve a cultura familiar, como um conjunto próprio de símbolos,

saberes que irão se definir a partir das relações internas e externas.

O conceito de família passou por transformações. Importante

percebemos que As famílias se distinguem como elemento central. São os

membros que os compõem. Esta concepção, considera a família como um

espaço privado diante de uma sociedade desigual.

No contexto de desigualdade destaca se como novos tipos de

família; por conveniência e sobrevivência e vinculos afetivos, a

composição nas últimas três décadas vem passando por alterações do

ponto de vista demográfico e tem como principal característica a redução

de natalidade, aumento de longevidade. É no núcleo familiar que se

reestrutura a família,é neste espaço que consolidamos uma série de valores

ao longo de nossa formação. No relacionamento e pela convivência,

consolidamos o “sujeito social” que somos. Vínculos orientadores que

norteiam as relações com contextos sociais diferentes. Isso se dá devido à

forma, ao qual ela foi repassada (padrões éticos, trajetórias, índoles

familiares, questões que são polêmicas).

ヲくヴくヱ C;ヴ;IデWヴケゲデキI;ゲ S; F;マケノキ; CラミデWマヮラヴ>ミW;

Existem inúmeros conceitos para definir família, porém o ponto em

comum é que a união dos indivíduos de uma família se dá a partir do fator:

intimidade, respeito amizade, amor.

O término do incesto foi a primeira mudança, pois os laços familiares

eram conservados através da união entre parentes consangüíneos,

concluindo assim que a família tinha um espaço fechado, tornando se

posteriormente a lógica de afinidades.

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Porém, no século XVIII, devido ao desenvolvimento da indústria, a

família divide a vida privada da pública, abandonando o caráter extensivo e

focando ao marco da construção “família moderna” adquirindo

responsabilidade de socialização.

Considerando que alguns aspectos como, a religiosidade, a

afinidade ganham ênfase no contexto familiar e estes passam a possuir

papel relevante na construção da personalidade dos membros, utilizando

os costumes, idéias, valores.

Todavia, a partir desta transformação que emergiu as desigualdades

nas relações de gênero, principalmente na esfera domiciliar. A mulher

recebe a responsabilidade de manter o bom funcionamento do seu lar. Com

essa nova função, as mulheres passam a se dedicar ao núcleo doméstico.

É fato que papéis entre gêneros foram distribuídos socialmente,

sendo estas construídas ao longo das décadas. A força masculina se

impõem como algo natural e a família é seu principal veículo de

perpetuação, através de bens.

Na segunda metade do século XX, os movimentos feministas

construíram hábitos e costumes entre mulheres e famílias, como sua

inserção no mercado de trabalho e a utilização de contraceptivos. O

casamento adquire nova face em relação aos casais, baseando se na

complexidade, sendo esta característica denominada nuclear, formada por

pais e filhos, aos quais possuem além de consangüinidade o item

afetividade.

No entanto, as novas relações de poder e seus desdobramentos dão

origem à novos modelos familiares. Podemos citar as unipessoais

(formadas por pessoas que moram sozinhas), as nucleares (formadas por

consangüinidade) e famílias com duas ou mais pessoas sem parentesco

que residam no mesmo domicílio.

A família sempre teve papel na socialização, é nesta esfera de valores

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éticos e humanitário que são absorvidos, como um eixo fundamental para

as relações sociais.

Nas últimas décadas, a vida familiar sofreu diversas modificações em

seu segmento populacional. Estas alterações foram observadas no aspecto

reprodutivo, diminuição de fecundidade e mortalidade, aumento de

longevidade e etc. O primeiro Censo, realizado em 1872 ao último ocorrido

em 2000, levanta estas evidencias.

さO CWミゲラ SW ヱΒΑヲぎIラミゲデキデ┌キ ┌マ; a;マケノキ; ; ヮWゲゲラ; ノキ┗ヴW ケ┌W ┗キ┗W ゲル W ゲラHヴW

ゲキが Wマ エ;Hキデ;N?ラが ラ┌ ┌マ IWヴデラ ミ┎マWヴラ SW ヮWゲゲラ; ケ┌Wが Wマ ヴ;┣?ラ SW ヴWノ;NロWゲ

ヮ;ヴWミデWゲIラが SW ゲ┌HラヴSキミ;N?ラ ラ┌ SW ゲキマヮノWゲ SWヮWミSZミIキ;が ┗キ┗Wマ Wマ ┌マ;

エ;Hキデ;N?ラ ラ┌ ヮ;ヴデW SW エ;Hキデ;N?ラが ゲラH ラ ヮラSWヴが ; SキヴWN?ラが ラ┌ ;ヮヴラデWN?ラ SW

┌マ IエWaWが Sラミラ ラ┌ ノラI;デ=ヴキラ S; エ;Hキデ;N?ラ W Iラマ WIラミラマキ; Iラマ┌マざく

ふOノキ┗Wキヴ;が ヲヰヰンが ヮくヱヱぶく

ヲくヵ MWSキ;N?ラ SW Cラミaノキデラ ミラ CラミデW┝デラ F;マキノキ;ヴ

A Mediação de conflito está inserida em um rico sistema, onde o

contexto familiar, muitas vezes visto como espaço cotidiano oferecem

opções de intervenções pautados em princípios éticos.

A união de duas pessoas, seja ela pela união estável ou pelo vinculo

afetivo estão a mercê de influências transformatórias, e consequentemente

os conflitos nela existente são de difícil solução. O rompimento deste

vínculo possibilita infinitos impactos e consequências no nucleo fundante.

Se ocorrer o contra senso de uma separação, há os re arranjos familiares

que tendem a outros conflitos.

A mediação no âmbito familiar se materializa quando os cidadãos em

questão aceitam participar da mediação, ou seja aceitam receber a

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intervenção de um terceiro, respaldado com técnicas, auxiliando e

facilitando a comunicação, contribuindo desta forma para a reorganização

de um acordo, importante ressaltarmos que não cabe ao profissional o

poder de decisão, atribuição está que sequer lhe é direcionada. As

melhores soluções são as negocidas.

Segundo Ávila, 2002 "a mediação familiar como método de

gerenciamento e resolçução de conflito derivados da família imprescinde

de empatia e cooperação, e não de intimidação ou competição". Importante

que as decisões sejam tomadas pelas partes envolvidas, chegando a um

acordo construido coletivamente com as possibilidades que não leva a um

ganhador ou a um perdedor.

Entendemos que o conflito familiar é um tipo conflito de

relacionamento continuo e interpessoal, e este espaço complexo e

paradoxo reflete a realidade, cujo valores subjetivos estão envoltos e

inseridos em normas comportamentais. As relações familiares perpassam

por ciclos de vida, gerando novas formas de relacionamento através de

estruturas próprias, valores, padrões de interação. Melo 2004, afirma que

"os mediandos esperam, mesmo sem saber , que o mediador identifique os

sentimentos e os processe (...)", pois o conflito no contexto familiar é

sustentado por um turbilhões de emoções.

Entendemos como mediados as pessoas que estão em processo de

mediação, onde mediador atua com o objetivo de buscar a construtução

coletiva das solução do conflito através da viabilização da comunicação

alicerçando diversas técnicas pertinentes a profissão calcadas em seus

princípios éticos.

No entanto, é sabido que existem leis que regulamentam as relações

possibilitando desta forma o convivio em sociedade, porém é percebido

que existem alguns aspectos encontrados nestas relações, como o

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sentimento, que está fora do enquadre legal.

Todavia sabemos que os processos de separação são carregados

de sentimentos dolorosos que atingem diretamente a estrutura emocional,

que é construida ao longo da convivência dos individuos, onde cada um

"luta" pelo o que acredita, a partir deste momento, segundo Mulleが 2005

"fique estabelecido (...) um duelo (...), eivado pela competição e vaidade (...),

da qual decorre um jogo de sobreposição de razões que impede a

compreensão das dimensões sociais, afetivas, morais e suas respectivas

repercussões na família (...)".

Alguns autores pontuam, que são observados relações de poder,

submissão, que culturalmente contribui para fortalecer a desigualdade de

gênero, baseadas no ganhar/perder dando perpetuação ao conflito.

Quando um individuo experimenta a separação, mesmo que carregado de

diversos sentimentos, este perpassa por transformações que são inegáveis

e que são positivas originando possibilidades que antes não era

contemplada.

ゎふくくくぶ NWゲゲW WミデWミSキマWミデラが ; マWSキ;N?ラ SW Iラミaノキデラゲ Y ラ マYデラSラ SW ゲラノ┌N?ラ SW

Iラミデヴラ┗Yヴゲキ;ゲ ケ┌W デヴ;H;ノエ; ミ; ヮWヴゲヮWIデキ┗; SW ケ┌W ラ Iラミaノキデラ ラ┌ ; IヴキゲW ヮラゲゲ┌キ

┌マ ヮラデWミIキ;ノ デヴ;ミゲaラヴマ;デキ┗ラ ふM┑ノノWヴが ヲヰヰヵぶゎく

Na mediação podemos perceber diversos elementos envoltos neste

tipo de conflito, como os afetivos, os não verbalizados, existentes no

campo da psicologia, que geralmente fomenta o conflito. Partindo desta

priore é fundamental identificarmos a situação de forma dialética com sua

particularidade, sua historicidade, sua totalidade e complexidade.

Partindo da premissa que a mediação de conflito familiar tem por

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base de trabalho a perspectiva transformativa Folger e Bush, 1999 em sua

obra La promessa de la mediacion (1996), advogam que o conflito é parte

integrante da vida e capaz de gerar transformações e que o processo de

mediação revela uma capacidade própria de mudança nas pessoas e

promove um crescimento ao auxiliá-las em situações difíceis, tais como as

decorrentes de um conflito".

Na mediação não importa quem ganha ou quem perde, mas sim no

êxito atingido pelos cidadãos no momento da mediação,como nos casos

onde exista a presença dos filhos, prezando a relação que é interpessoal e

continua.

Segundo Moore, 1988 (...) " o uso da mediação tem sido disseminado

como técnica de resolução dos mais diferentes tipos de conflitos", embora

em trâmite de regulamentação é notório sua eficacia no contexto familiar.

Podemos citar o Canadá como exemplo pioneiro de mediação de

conflito familiar e “desde 1.º de setembro de 1997, o governo de Quebec

aprimorou o instituto da mediação familiar, com a promulgação de lei,

dispondo que casal e crianças envolvidos em conflito familiar terão acesso

a uma sessão de informação e a cinco sessões gratuitas de mediação”

(Barbosa, 2004, p.02).

No Brasil, mas precisamente em Santa Catarina o TJ implementou o

projeto piloto de Mediação Familiar, conforme informação disponível na

página do Tribunal de Justiça, internet, o poder judiciário foi motivado pela

experiência bem sucessida por demais paises em relação a utilização do

médoto de mediação. No entendimento do Tribunal de Justiça há o

entendimento que este processo visa a solução do conflito, pautado na

cooperação entre os mediados, além da contribuição do exercício da

cidadania.

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ンΓ

CAPÍTULO III

ンくヱくMWデラSラノラェキ; っ Tキヮラ SW PWゲケ┌キゲ;

A proposta para realização desta pesquisa, consiste na participação

ativa com contínua observação, desvelando a realidade vivida pelos

profissionais que atuam no espaço socio institucional, que atuam com

famílias. Portanto nossa pesquisa será qualitativa.

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A pesquisa bibliográfica foi utilizada no segundo capítulo para a

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ヴヰ

etapa da revisão de literatura. Utilizamos como instrumento a observação, o

questionário aos profissionais que atuam com a realidade da categoria

família em dois equipamentos, para que desta forma entendermos os

desafios que os mesmos estão expostos em seu processo de atuação e

seus consequentes desdobramentos.

3.2く Uミキ┗Wヴゲラ

No espaço sócio Institucional, deparamo nos com dez profissionais,

entre eles duas coordenadoras, uma com formação no Direito e a outra com

formação no Serviço Social, duas psicológas, quatro Assistentes Sociais e

dois administrativos. A proposta do trabalho é a totalidade do universo

apresentado.

1. eixo: a Capacitação dos Profissionais

2. eixo: a Família

3. eixo: a Ética

4. eixo: Mediação de Conflito

5. eixo: Mediação de Conflito no Contexto Familiar

6. eixo: Desafio dos Profissionais

3.3 Instrumentos / Procedimento

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O questionário misto (segue em anexo), a entrevista semi estruturada

foram instrumentos, aos quais utilizamos para o processo de análise, com

o objetivo de aumento da lente de entendimento dos desafios dos

profissionais perante a frente de atuação dos mesmos.

3.4 Análise de Dados

Desenvolveremos, dentro da expectativa da fala dos profissionais

entrevistados, análises a partir de seis eixos. Importante ressaltarmos que

utilizaremos a análise de conteúdo, onde está será fomentada no processo

de tratamento de dados.

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Verifica se no gráfico acima, que 80% dos profissionais entrevistados

realizam capacitações e os 20% restante não realizam nenhuma

capacitação. Desses oitenta por cento, 60% por cento realiza capacitação

da área específica de atuação, 20% por cento realizam capacitação em

outras áreas aliatórias, e os 20% não realizam nenhum tipo de capacitação.

Ao analisarmos a capacitação dos "ditos" profissionais,

identificamos a partir das entrevistas, que os mesmos realizaram em algum

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ヴヲ

momento "capacitação" profissional. Ora sem um foco determinado, que

lhe são oferecidos articulado à uma condicionalidade do espaço de

trabalho.Ora porque percebem a necessidade de faze lo. No entanto todos

pontuam em algum momento a relevância da capacitação dos profissionais

para melhor atuação do trabalho e serviço a ser oferecido.

A capacitação profissional "significa habilitar uma pessoa para o

desempenho de uma função, para um determinado trabalho, mas essa

pessoa tem que ser empreendedor, criativo, polivalente, com uma formação

técnica geral e flexível aos interesses econômicos. O profissional se

capacitando, estimula suas competências básicas como, ter atenção a sua

apresentação, aparência, cuidar de sua auto estima cuidar da

comunicação, melhorar os relacionamentos interpessoais e os trabalhos

em equipe, racioocinar melhor, a fim de , tomar decisões, melhorar sua

capacidade de gerir e de conhecer outras áreas. O individuo que busca

melhorar seu empenho profissional através da capacitação, garante sua

empregabilidade. É primordial que as instituições fomentem esse

desenvolvimento, assim ambos ganham". A partir desta síntese informativa

de definição da categoria capacitação podemos percebe la como um

processo fundamental na construção da identidade profissional, o

conhecimento e condicionantes internos nos é calgado gradativamente,

mesmo que inconsciente.

É através da capacitação que nos contemplaremos com a questão

competência que está divida em três pilares de sustentação profissional:

saber, querer e fazer.

Através do somatório constante de informações que construimos

nosso saber, que fomentamos questionamentos, constantes da realidade e

suas complexidades, portanto podemos afirmar que a capacitação, entre os

demais veiculos de aprimoramento co contexto de atuação, é uma maneira

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que o profissional possui para melhor atuar em seu espaço institucional.

No entanto, observamos que que há profissionais que desenvolvem

uma qualificação mínima, obsuleta, agregada de valores morais ou que vai

de contra mão com o código de ética.

ANÁLISE DO GRÁFICO 2: ANÁLISE SOBRE FAMÍLIA

Verifica se no gráfico acima, que 50% dos profissionais afirmam que

a família é percebida como pilar de toda a sociedade é nela que as relações

se estabelecem, 20% dos entrevistados afirmam que a família está

classificada em diferentes classes, e 30% dos profissionais não souberam

expressar seu olhar sobre a temática.

Identificamos, uma significativa posição a respeito da categoria

família como base fundamental quanto a vínculos afetivos construidos,

segundo Kowalik, 2007 é o núcleo social primário integrado pelas pessoas

unidas pelos vínculos sociais mais fortes.

É sabido que a família, em alguns pontos do preâmbulo da "Carta

dos direitos da família" está sob o prisma de novas teorias, enquanto

instituição e seu papel no que tange a questão política.

Podemos identificar que a família vem gradativamente passando por

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ヴヴ

transformações, inegavelmente como um veículo de comunicação, inserida

na dinâmica humana contraditória e paradoxal, implacavelmente percebida

por suas diferenças classes sociais. Recuperar o conceito de família como

célula constitutiva é pensar e repensar a família em toda sua complexidade,

partindo do entendimento de sua históricidade, percebe la como elemento

capaz na participação e na fomentação do homem em sua trajetória social e

política,é um dos motivos que faz com que a ONU ofereça especial atenção

à família e a seu papel, no processo de desenvolvimento.

Ora, já que a família segundo, as normas de Direito Internacional, é

descrita como fundamento da sociedade é inegável sua garantia de direitos

à proteção, a progredir, a existir, com devido respeito cabendo ao estado

como primazia garantia de integridade e aos mínimos sociais.

ANÁLISE DO GRÁFICO 3: ANÁLISE SOBRE A ÉTICA

Verifica se que no gráfico acima 60% dos profissionais entrevistados

afirmam que a ética é um fator fundamental na atuação do profissional

frente a sua condição de trabalho, 10% dos entrevistados afirmam que a

ética faz parte de um processo de aprendizagem que deve ser exercido

socialmente, e 30% dos profissionais mencionam que a ética é um ítem que

está contemplado no código de ética de todo profissional.

É sabido que tanto a ética quanto a moral tem seu cunho histórico no

processo de organização social perante a necessidade do convivio

coletivo.

Segundo Barroco,2006 a moral é concebida como um conjunto de

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ヴヵ

costumes e hábitos culturais, que transformados em geral determinam

parâmetros de relacionamento e convivências social dos individuos,

segundo ele a moral implica na valorização e conportamentos que se

transformam em deveres e acabam sendo incorporados ao modo de ser

dos individuos, gerando sentimentos, escolhas, desejos, atitudes,

posicionamentos diante da realidade, juizo de valor, senso moral e

consciencia moral, ou seja, responsabilidades diante dos outros e de si

mesmo.

Vasques, 1995, aponta que a moral tem um forte caráter social e a

ética emerge perante a necessidade do aprofundamento da moral,

enquanto ciência da conduta humana.

Alguns autores afirmam que a liberdade é fundamento da ética,

portanto ter ética é fazer escolhas, sejam positivas ou negativas. Também é

sinônimo de competência em exercer sua ação.

Sabemos que cada profissional possui um Código de ética, que

deveria ser respeitado e materializado através das ações dos mesmos. A

Ética está ligada a atuação profissional, não pode ser dicotomizada,a

responsabilidade do profissional com seu código deve ser respeitada

inicialmente pelo próprio profissional, a importância deste

comprometimento deve ser clara e exercida, mesmo que no âmago da

contradição no que tange a atuação em espaços públicos, somos

possuidores dos condicionantes internos, autonomia no exercício

profissional, embora assalariados.

É através do código de ética que o profissional estabelece sua

postura no contexto de atuação, caracterizando se em via legal.

Concluimos, portanto que a ética consolida o perfil e a identidade do

profissional.

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ANÁLISE DO GRÁFICO 4: ANÁLISE SOBRE MEDIAÇÃO DE CONFLITO

Verifica se que no gráfico acima 40% dos profissionais entrevistados

afirmam que mediação de conflito é uma forma eficaz de resolver

problemas, 30% dos entrevistados afirmam que percebe a necessidade de

profissionais atuando no processo de mediação, e 30% dos profissionaiis

não souberam responder.

ANÁLISE DO GRÁFICO 5: ANÁLISE SOBRE MEDIAÇÃO DE CONFLITO NO

CONTEXTO FAMILIAR

Verifica se que no gráfico acima 40% dos profissionais entrevistados

afirmam que a racionalidade deve ser um ítem presente na atuação do

profissional frente a mediação de conflito no conte3xto familiar, 10% dos

entrevistados afirmam que deve se ter o cuidado no atendimento, e 20%

dos profissionais mencionam que executar, intervir e interceder são

necessárias para realizar uma mediação de forma eficaz e 30% não

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ヴΑ

quiseram manifestar opnião.

A família é um organismo vivo, não estático, possuidor de um ciclo de

vida, com seus respectivos "ritos" de passagens, possuidoras de suas

"leis próprias" sob formas sinais, sintomas,compartilhadas verbalmente ou

simplesmente explicítas, corporalmente, que se adequam gerando novas

formas de relacionamento.

Fazer parte, em algum momento desta Instituição, é necessário ter a

consciência de ter o cuidado em sua intervenção e na mediação neste

contexto, uma vez que cada individuo é possuidor de sua historicidade,

particularidade, especificidade, única, complexa. A pergunta que cabe neste

espaço é: Qual o cuidado que devemos ter nos atendimentos onde

identificamos conflito no contexto familiar?

Pensar e repensar em estratégias nos remete a um olhar teórico,

percebendo os papéis, aos quais cada individuo ocupa, perceber a

fragilidade das partes é fundamental e em resposta para auxilia los na

construção do processo inconsciente da imposição internalizada.

O mediador é o profissional que irá auxiliar na comunicação das

partes, o resultado terá importância secundária, o que de fato será exaltado

é a prática da mudança interna em lidar consigo mesmo e com os demais.

A mediação no contexto que envolvam núcleos fundantes são

campos de conflitos, geralmente, de relações de cunho continuo, ou seja

são relações que existem e se prolongam por limites lincados a esfera

afetiva e ou interesses em comum e possuidores de complementos,

portanto concluimos que está categoria, são possuidores de um maior nível

de atenção por parte do profissional.

Algumas extratégias são eficazes neste contexto, no primeiro

momento após o Rapport, podemos desenvolver técnicas de afago,

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técnicas para estabilizar as emoções, Técnicas de perguntas abertas,

Técnicas de restabelecimento do diálogo,Técnicas de busca de critérios

objetivos, Técnica da escuta ativa, enquanto "filtro" das informações.

ANÁLISE DO GRÁFICO 6: ANÁLISE SOBRE OS DESAFIOS DOS

PROFISSIONAIS

Verifica se que no gráfico acima 10% dos profissionais entrevistados

afirmam que a superação é um fator constante no exercício de atuação dos

profissionais, 10% dos entrevistados afirmam que é importante identificar

e realizar o trabalho de todos os evolvidos no contexto, 50% dos

profissionais mencionam que o profissional deve agir com imparcialidade

perante as partes e 30% não souberam responder.

Percebemos que a busca pela interação de saberes, juntamente com

as ações dos profissionais é um dos desafios no campo de atuação dos

mesmos. Podemos mencionar inúmeros entravés, aos quais diariamente

nos deparamos, desde os condicionantes externos, à infraestrutura

deficiênte e precária e até mesmo a desmotivação do próprio profissional

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ヴΓ

em assumir um olhar e uma posição fatalista,assumindo um discurso

preconceituoso e autoritário, reproduzindo desta forma valores de uma

sociedade marcada pela desigualdade.

Entretanto, há os que lidam com estes desafios, fortalecendo se de

iniciativas que tem como objetivo construção de estratégias, buscam ter

clareza de suas competências e atribuições,Identificam os instrumentos e

ferramentas que são mais adequados a cada situação, ampliando desta

forma sua atuação para além das funções legitimando e atingindo sua

profissão e outros profissionais.

Não podemos neste momento nos abster de mencionar a relevância

da imparcialidade do profissional em sua atuação, e a partir deste princípio

que fomentamos a identidade profissional perante nossa demanda.

Portanto podemos mencionar que o profissional que atua nas

interfaces das relações pessoais devem estar fortalecidos em um tripé

fundante: o arcabouço teórico fortalecera a atuação do profissional, a

supervisão onde o objetivo é realizar a superação constante e por fim,

porém não menos importante o auto conhecimento para que as

interferências não sejam postas.

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ヵヰ

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A mediação não é o fim, é o meio. Neste contexto percebemos que a

Mediação de conflito vem gradativamente tomando credibilidade no

contexto brasileiro, como um processo notóriamente eficaz para solução

de problemas, que os profissionais conquistaram respeito em sua atuação

através de sua alta qualidade técnica embasados em príncípios éticos.

Porque está se formando cada vez mais mediadores? A mediação vai

além da simples solução do conflito instaurado, este processo estabelece a

autonomia dos individuos no auxilio da construção dos mesmos em

alternativas para resolução onde o objetivo é o consenso e a realização do

acordo.É notório, por diversas questões, que as pessoas estão cada vez

mais incomunicaveis umas com as outras. Tendo a partir deste

desdobramento a necessidade de um profissional, sendo este, um terceiro

imparcial em atuar, como viabilizador da comunicação, tornando se

imparcial, buscando o conhecimento teórico para sistematizar sua prática

preservando desta forma os princípios básicos de sua conduta

profissional.

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Os mediadores que atuam no processo, oferecem a oportunidade

dos cidadãos a refletirem sobre sua posição perante o conflito e avaliarem

as consequencias das mesmas.

É fundamental resaltarmos neste momento, que a categoria atua

com diversos entraves , no entanto devido ao seu compromentimento

profissional estes desenvolvem estratégias para minimizar a situação

quando identificada sendo condutor do processo e identificando quais as

ferramentais compatíveis, resultante de sua eficiência teórico instrumental.

A mudança comportamental é uma tarefa ardua, o crescer é sempre

algo doloroso, do ponto de vista pessoal, a adequação além de necessária,

faz parte deste processo. Podemos pontuar como grande desafio dos

profissionais,a mudança comportamental, perante a construção da

identidade profissional, a articulação da teoria x prática, o saber realizar

esta co relação é fundamental, a questão de estar sempre aprendendo, o

fazer com qualidade é um desafio diário na atuação do profissional.

A mediação de conflito no contexto familiar apresenta se como uma

proposta alternativa de dissolução conjugal decorrentes do rompimento e

de seus rebatimentos, a partir das constantes transformações sociais, que

neste momento direcionamos a categoria família, constituindo se como

ponto relevante. No conflito é perceptivel a presença de ações e reações

onde se instauram uma escala crescente, chegando a um patamar de

polarização.

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É fato que todos, estamos participando de uma mudança

de¹paradigma. Somos jovens neste quisito, a mediação vem se

sustentando e tomando visibilidade em várias vertentes. As possibilidades

são inúmeras quanto a percepção do trabalho para ser realizado, onde os

profissionais devem realizar o movimento de reflexão constante, direcionar

o olhar nas relações humanas, sendo utilizada quando for possível.

Cabe neste momento ressaltar que o conflito que permeia pelo

contexto familiar é percebido como um relacionamento continuo, onde a

complexidade se apresenta de forma mais densa, e que a preparação da

prática não se resume a uma conceituação teórica, mas sobretudo o olhar

do conflito. é necessário identificarmos os atores sociais, interesses e

posições, questões em comum seus sentimentos.

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Sabe se que a Mediação alimenta se de diversas disciplinas, no

entanto sua estrutura visceral está alicerçada na psicologia.

É relevante, percebermos que é importante, aos que desejam atuar

como mediadores de conflito, conhecer todos os modelos existentes

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enquanto contexto teórico metodológico para alicerçar e formar a

identidade profissional. Cabe ao profissional enquanto autonomo escolher

o modelo, ao qual mais o identifica em termos gerais para sua atuação.No

entanto é possível que o profissional, a partir do domínio da teoria, utilize

se quando pertinente, das ferramentas dos três modelos, são eles : Modelo

Linear, Modelo Transformativo, Modelo Circular Narrativo.

Pensar na complexidade do trabalho de Mediação é necessitar de

um leque opções pautadas em leituras com base acadêmicas, de

informações teóricas e práticas para fundamentar nossa praxis.

Entendendo que a teoria irá alicerçar a prática, e está não pode ser

dicotomizada, percebemos o quão é fundamental termos clareza das

definições, identificando os instrumentos, ferramentas compatíveis e mais

adequados a cada situação.

Sabendo que é na Mediação que podemos observar a função de

ampla pacificação das relações estabelecidas, acreditamos que "ajudar" as

pessoas a resolverem problemas é algo que vai além da identificação das

necessidades e interesses pontuais, as pessoas possuem sua

historicidade, particularidade, conforme afirma Jeiran-François Six

a"mediação consiste em estabelecer ligações onde elas ainda não foram

feitas, suscitar o agir comunicacional onde não existe".

A questão da ética, é um ponto que deve ser crucial no processo de

construção da identidade profissional. É muito difícil se despir do senso

comum, se posicionar de forma imparcial. Adquirir o olhar profissional e

reproduzi lo só será possível através de um senso de ética fortalecido

através de continuo questionamento e reflexões dia a dia.

Mesmo que a mediação se configure neste momento como uma

alternativa ao sistema juriciário,e que está em busca de sua

institucionalização, é fundamental pontuarmos que a mediação de conflito

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no contexto famíliar, tem uma resposta rápida fruto de uma construção dos

envolvidos, gerando ajustes do cidadão e avanços à direção da cidadania.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Justiça. Brasília , 2009

BOFF, Leonardo. Saber cuidar. Ética do humano, compaixão pela terrra, vozes, 1999

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Secretaria Especial de Direitos Humanos SEDH - São Paulo: 2009

DUFFY, Karen Grover. La Mediacíon sua contextos de aplicatión – Una

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ヵヵ

introducción para profesionales e investigadores. Barcelona: Paidos, 1996.

ENAM - Escola Nacional de Mediação e Conciliação. CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, Cartilha do Divorcio para os Pais, Brasília, 2013

ENAM - Escola Nacional de Mediação e Conciliação. CNJ - Conselho

Nacional de Justiça, Cartilha do para os Filhos Adolescentes, Brasília, 2013

FERNANDES, Paulo Porto. A Mediação Aplicada ao Judiciário.Universo Jurídico, Juis de Fora, 2008

FISHER, Roger. URY, William.PATTON, Bruce. Como chegar ao Sim - A

negociação de acordos sem concessões. 2 ed.revisada e ampliada, RJ:

Imago ed, 2005.

KOWALIK, Adam. Noções do Direito Familiar.Panóptica. Vitória,2007

LAKATOS, E. M. e Marconi, M. A. Metodologia científica. São Paulo: Atlas,

1982

______________Ciência e Conhecimento. São Paulo: Atlas, 2000

MINAYO,Maria Cecilia de Souza. Pesquisa social: teoria, metodo e

criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010

MOORE, Chistopher W. O Processo de Mediação - Estratégias e Práticas

para Resolução de Conflitos. Ed.Artme, 1998.

MUSZKAT,Malvina Ester. Guia Prático de mediação de conflitos.2 ed.rev.

São Paulo: Summus, 2008

OLIVEIRA, Raquel Gusmão, SIMONATO, Mariene Aparecida Wischral.

Funções e transformações da família ao longo da história,1º encontro

Pavanaense de Psicopedagogia ABP PPR – Nov/2003

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ヵヶ

PEREIRA, Potyara A. P. Necessidades Humanas: subsídios à crítica dos

mínimos sociais, 5 ed. São Paulo:Cortez, 2008

SERPA,Maria Nazareth. Mediação de Família. Ed. Del Rey: Belo Horizonte,

1999

SOUZA, Herbert José de. Como se faz análise de conjuntura. 30 ed.

Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

VASCONCELOS. Carlos Eduardo. Manual de Conflitos e Práticas

Restaurativas, São Paulo: Medoto, 2008

áRTIGO“

BORGES, Patrícia Regina Souto. Família e Proteção Social Básicas:

Necessidades Básicas dentro do Processo de Intervenção do Serviço

Social, XII ENPESS Encontro Nacional de Pesquisadores em Serviço

Social. 2010

BROTTO, Marcio Eduardo. Decifra me ou deforo te: Reflexões acerca das

relações históricas entre ética e Serviço Social. 2007

PIERRE-Yves Monette, uma reflexão, sobre as diferentes áreas da

mediação. 2000

Sítio do Instituto Português de Mediação Familiar, 12.04.2010

LEITURAS COMPLEMENTARES

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ヵΑ

COBB, Sara .UNA PERSPECTIVA Narrativa DE LA Mediación Hacia Ia

materialización de Ia Metáfora del "narrador de Histórias"

Cambiar a la gente , não sólo las Situaciones : una Visión del conflicto

transformadora y de la Mediación. 1996. Cap. 4 do Livro : La Promessa de

Mediación -RA Baruch Bush, e JP Folger , Granica 1996).

TEXTOS COMPLEMENTARES

PINHO.Humberto Dalla Bernardino de .Mediação: A redescoberta de um

velho aliado na solução de conflitos .

LIMA. Ana Paula Carvalho de. Mediação - Construção de Pontes para uma

melhor compreensão das Margens, 2006

SITES PE“QUI“áDO“

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エデデヮぎっっヮWヮゲキIくH┗ゲ;ノ┌Sくラヴェエデデヮ

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ヵΒ

┘┘┘くI;マ;ヴ;くェラ┗くHヴ

Psicologia experimental

エデデヮぎっっヮデく┘キニキヮWSキ;くラヴェっ┘キニキっPゲキIラノラェキ;ぱW┝ヮWヴキマWミデ;ノ

Psicologia experimental x psicologia sócio-histórica

エデデヮぎっっ┘┘┘くノWゲゲ;くIラマっヮゲキIラノラェキ;っヴХBáХヲヰPWヴキラSラっ;┌ノ;ゲっPゲキIラノラェキ;Хヲヰ“ラIキ;ノХヲヰI

IХヲヰどХヲヰQ┌;SヴラХヲヰRWゲ┌マラХヲヰPRヱくヮSaLキミエ;

Linha do tempo da Psicologia

エデデヮぎっっ┘┘┘くェWラIキデキWゲくIラマっ;デエWミゲっSWノヮエキっヶヰヶヱっノキミエ;ンくエデマ Publicado em 7 de

abril de 2009

Comunicação Não-Violenta

Texto constante no site ┘┘┘くIミ┗Hヴ;ゲキノくラヴェ

áNEXO á

QUE“TIONãRIO

PE“QUI“á PáRá áNãLI“E

O DE“áFIO DO“ PROFI““IONáI“ Ná MEDIáÇÃO DE CONFLITO NOCONTEXTO FáMILIáR

BLOCO I - IDENTIFICAÇÃO

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ヵΓ

1.Entrevistado

1.1 Idade ( ) 20 à 30 ( )31 à 40 ( ) 41 à 50 ( ) 51 à 59 ( ) mais de60

1.2 Escolaridade ( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Graduação( ) Pos Graduação

( ) Mestrado/Doutorado

1.3 Cursos de Atualização na área

BLOCO II -ÉTICA

2. Como você percebe a questão da Ética Profissional no contexto deatução?

BLOCO III - FAMÍLIA

3 As famílias passaram por inúmeras transformações, porém ela possui

concepção enquanto sistema relacional, complexa e articulada

desempenhando papel fundamental na perspectiva de instituição social no

processo de integração e inclusão social de seus membros e da sociedade.

Qual a sua perscepção sobre a categoria família?

Bloco IV - Mediação de Conflito

4. Qual a sua análise sobre a Mediação de Conflito?

4.1 Qual a sua análise sobre o desafio do profissional que atua com a

mediação de conflito?

4.2 Qual a sua análise sobre o desafio do profissional que atua com a

mediação de conflito no contexto familiar?

áNEXO B

TERMO DE CON“ENTIMENTO

LIVRE E E“CLáRECIDO

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ヶヰ

Eu,_______________________________________________________________,após explicação completa e detalhada sobre a natureza, objetivos e procedimentos a serem utilizados na pesquisa Mediação de Conflito no contexto Familiar: um Desafio para os Profissionais - Estudo realizado com a discente concluinte do Curso de Pós Graduação em Mediação em Conflito com ênfase em Família, Concordo em participar como informante nesta pesquisa. Compreendo que as informações por mim fornecidas estarão contribuindo para a melhoria da qualidade da pesquisa, e que serão utilizadas dentro das exigências éticas e científicas, no que diz respeito ao sigilo sobre dados de identificação do informante, e ao uso adequado de metodologia de tratamento das informações, análise e divulgação dos resultados.AUTORIZO a coleta de dados que me foi apresentada sob a forma de entrevista e um questionário.

Local:________________________________________

Data:_____/_____/_____

Assinatura:______________________________________________________

______

áNEXO C

Primeiro texto sobre mediação de conflito de autoria da Deputada Zulaiê

Cobra.

Congresso Nacional , 1988 -Projeto de Lei n°. 4827/98

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ヶヱ

Art. I Para os fins desta Lei, mediação é a atividade técnica exercida por

terceira pessoa, que escolhida ou aceita pelas partes interessadas, as

escuta e orienta com o proposito de lhes permitir que, de modo consensual

previnam ou solucionem os conflitos.

Parágrafo Único - É lícita a mediação em toda matéria que admita

conciliação, reconciliação, transação ou acordo de outra ordem para os fins

que consista a lei civil ou penal.

Art. 2 Pode ser mediador qualquer pessoa que seja capaz e que tenha

formação técnica ou experiência pratica adequadaa natureza do conflito.

&1º Pode se lo também a pessoa jurídicaque nos termos do objetosocial, se

identifiqueao exercício da mediaçãopor intermédio de pessoas físics que

atendam as exigencias deste artigo.

& 2º No desempenho de sua função, o mediador deverá proceder com

imparcialidade, independência, competência, diligencia e sigilo.

& 3º A mediação é judicial ou extrajudicial podendo versar sobre todo

conflito ou parte dele.

Art. 4 Em qualquer tempo e grau de jurisdição, pode o juiz buscarconvencer

as partes da conveniencia de se submeterem a mediação extrajudicial, ou

com a concordância delas, designiar mediador suspendendo o processo

pelo prazo de três meses prorrogado por igual período.

Parágrafo Único: O mediador judicial está sujeito a compromisso, mas pode

recursar se ou ser recusado por qualquer das partes em cinco dias da

designição. Aplicam se lhe, no que caibam as normas que regulam a

responsabilidadee a numeração dos peritos.

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ヶヲ

Art 5 Ainda que não exista processo, obtido acordo,este poderá, a

requerimento das partes, ser reduzido a termo e homologado por sentença,

que valerá como título executivo judicial ou produzira os outroos efeitos

juridicos próprios de sua matéria.

Art. 6 Antes de instaurar o processo, o interessado pode requerer ao juiz

que, sem antecipar lhe os termos do conflito e de sua pretensão eventual,

mande intimar a partecontraria para comparecer a audiência de tentativa de

conciliação ou mediação. A distribuição do requerimento não previne o

juizo, mas interrompe a prescrição e impede a decadência.

Art. 7 Esta Lei entra em vigor a data de sua publicação.

ANEXO D

Segundo texto onde a fonte de inspiração perpassa pela redação

legal da Província de Buenos Aires. Posteriormente à divulgação desse, foi

sistematizada a versão do Ante projeto de Lei de Mediação

Paraprocessual, em outubro de 2002. Em setembro de 2013 Luiz Felipe

Salomão lança o projeto Lei que estabelece os seguintes pontos:

Capítulo I – Disposições Gerais

Capítulo II – Dos Mediadores

Capítulo III – Dos mediadores Judiciais

Capítulo IV – Do proceDIMENTO de mediação

Seção I - Da Mediação Judicial

Seção II – Da Mediação Extrajudicial

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ヶン

Seção III – Da Mediação Pública

Seção IV – Da mediação ラミどノキミW

Capítulo V – disposições finais

Dispõe sobre a mediação,

suas modalidades e dá outras

providências.

Capítulo I – Disposições Gerais

Art. 1º Para fins desta lei, considera-se mediação a atividade técnica

exercida por terceiro imparcial que, escolhido ou aceito pelas partes,

promove a comunicação entre elas com o propósito de diluir ou prevenir

o conflito e de buscar consenso na solução de controvérsias.

Art. 2º A mediação tem por princípios fundamentais:

I. Oralidade;

II. Informalidade;

III. Autonomia da vontade das partes;

IV. Consensualismo;

V. Confidencialidade, na forma da lei;

VI. Igualdade das partes e de seu poder decisório.

Art. 3º Pode ser objeto de mediação toda matéria que verse sobre direitos

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ヶヴ

disponíveis ou de direitos indisponíveis que admitam transação.

§1º Os acordos que envolvam direitos indisponíveis somente terão

validade após a oitiva do Ministério Público, quando devida, e posterior

homologação judicial;

§2º O Ministério Público deverá se manifestar sobre o termo de mediação

no prazo máximo de 15 dias.

Art. 4º Esta lei não se aplica aos conflitos que versem sobre:

I. Filiação, adoção, pátrio poder e nulidade de matrimônio;

II. Interdição;

III. Recuperação judicial e falência;

IV. Medidas cautelares.

Art. 5º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.

Capítulo II – Dos Mediadores

Art. 6º Mediador é o terceiro imparcial, devidamente capacitado, que conduz

o processo de comunicação entre as partes, facilitando a diluição do

conflito e a busca do entendimento e do consenso.

§1º O mediador deve ser aceito por ambas as partes.

§2º É vedado o acréscimo de qualquer outro título à denominação de

mediador, bem como a utilização de símbolos oficiais, excetuando-se os

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ヶヵ

símbolos de carreiras públicas, no âmbito da mediação pública.

Art. 7º O mediador deve atuar em conformidade com o Código de Ética que

lhe seja aplicável e com respeito aos deveres de imparcialidade,

independência, aptidão, diligência e confidencialidade.

Art. 8º Os mediadores extrajudiciais poderão exercer suas funções

vinculados a instituições especializadas em mediação.

Art. 9º Poderá haver co-mediação quando, a pedido das partes ou do

mediador e em razão da natureza ou complexidade do conflito, for

recomendável a atuação conjunta de outros mediadores.

Art. 10º Aplicam-se aos mediadores as mesmas hipóteses legais de

impedimento e suspeição dos juízes, devendo o mediador revelar, antes da

aceitação da função, qualquer fato que comprometa sua imparcialidade em

relação às partes e ao conflito.

Art. 11 O mediador fica impedido, pelo prazo de dois anos, contados do

término da última sessão de mediação em que tenha atuado, de

assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.

Art. 12 Os mediadores, quando no exercício de suas funções ou em razão

delas, ficam equiparados aos servidores públicos para fins da legislação

penal.

Capítulo III – DoS mediadores judiciais

Art. 13 Os Tribunais manterão cadastros atualizados dos mediadores

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ヶヶ

habilitados e autorizados a atuar em mediação judicial.

Parágrafo único. A inscrição no cadastro de mediadores será requerida ao

Tribunal em que o mediador pretenda atuar.

Art. 14 Poderá se cadastrar como mediador judicial aquele que preencha,

cumulativamente, os seguintes critérios:

I. Ser graduado há pelo menos dois anos em curso de ensino superior de

instituição reconhecida pelo Ministério da Educação;

II. Ser capacitado por escola ou entidade reconhecida pelo Conselho

Nacional de Justiça ou pela Escola Nacional de Mediação e Conciliação do

Ministério da Justiça como autorizada para a formação de mediadores.

Parágrafo único. Serão reconhecidas as capacitações que atendam aos

parâmetros curriculares mínimos estabelecidos, em conjunto, pelo

Conselho Nacional de Justiça e pelo Ministério da Justiça.

Art. 15 O registro de mediadores conterá todos os dados relevantes

referentes à atuação do mediador, segundo critérios fixados pelo Conselho

Nacional de Justiça.

Art. 16 Serão excluídos do cadastro de mediadores aqueles que:

I. Assim o solicitarem ao respectivo Tribunal, independentemente de

justificação;

II. Agirem com dolo ou culpa na condução da mediação sob sua

responsabilidade;

III. Violarem os princípios previstos nesta lei;

IV. Atuarem em procedimento de mediação mesmo sendo impedidos ou

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ヶΑ

sob suspeição;

V. Tiverem sido condenados à pena de exclusão do cadastro de

mediadores; ou,

VI. Forem condenados em ação penal ou de improbidade administrativa,

por órgão colegiado.

§ 1º O procedimento disciplinar para a exclusão do Cadastro de Mediadores

será processado e julgado perante o Tribunal em que houver ocorrido a

infração.

§ 2º O Tribunal deverá informar o nome dos mediadores que forem

excluídos de seu cadastro ao Conselho Nacional de Justiça, que

encaminhará tal informação para os demais Tribunais.

§ 3º O mediador que for excluído do cadastro de um dos Tribunais não

poderá solicitar nova inscrição em qualquer parte do território nacional ou

atuar como co-mediador, salvo na hipótese do inciso I deste artigo.

Art. 17 A remuneração devida aos mediadores judiciais será fixada pelos

Tribunais, assegurada a gratuidade para as partes quando comprovada a

hipossuficiência.

Capítulo IV – Do proceDIMENTO de mediação

Art. 18 Na mediação, a comunicação direcionada ao mediador e aos

demais interessados é confidencial, exceto:

I. Por dispensa expressa de todas as partes;

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ヶΒ

II. Quando a mediação envolver o Poder Público na qualidade de parte ou

de terceiro interveniente, ressalvadas as hipóteses de segredo de justiça;

III. Na hipótese do mediador receber informações acerca de um crime ou da

iminência de um crime e nos atos de improbidade e de infração

administrativa.

§ 1º O mediador deve mencionar expressamente às partes as exceções à

confidencialidade, no início da primeira sessão de mediação.

§2º Salvo acordo por escrito das partes em sentido contrário, o mediador

não poderá ser obrigado a depor como testemunha em procedimentos

judiciais sobre fatos conhecidos em decorrência de sua atuação como

mediador.

§ 3º O dever de confidencialidade se aplica às partes, seus advogados ou

defensores públicos, assessores técnicos e outras pessoas de confiança

das partes que tenham, direta ou indiretamente, participado do

procedimento de mediação, exceto por expressa disposição em contrário

daquelas.

Art. 19 Para fins desta lei, as partes interessadas em submeter a solução de

seus conflitos à mediação devem firmar um termo inicial de mediação, por

escrito, após o surgimento do conflito, mesmo que a mediação tenha sido

prevista em cláusula contratual.

Art. 20 Constará, obrigatoriamente, do termo inicial de mediação:

I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes;

II - o local onde ocorrerá a mediação;

III - o nome, profissão e domicílio do mediador, ou dos mediadores, e ainda,

se for o caso, a identificação da entidade à qual as partes delegaram a

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ヶΓ

indicação de mediadores;

IV - a declaração da responsabilidade pelo pagamento das despesas com a

mediação e fixação dos honorários do mediador, ou dos mediadores;

V - a matéria objeto da mediação.

Art. 21 Poderão as partes, facultativamente, incluir no termo inicial de

mediação outras matérias que reputem relevantes, inclusive o escopo do

dever de confidencialidade aplicável a todos os envolvidos no

procedimento, signatários do termo inicial de mediação.

Art. 22 Se, no termo inicial de mediação, as partes tiverem se comprometido

expressamente a não iniciar, em determinado prazo ou enquanto não se

consumar determinado fato, procedimento arbitral ou processo judicial com

relação ao conflito objeto da mediação, o tribunal arbitral ou o Poder

Judiciário dará efeito a esse termo, suspendendo o curso da arbitragem ou

da ação pelo prazo previamente acordado.

§1º O disposto no caput não se aplica às medidas de urgência em que o

acesso ao Poder Judiciário ou à arbitragem for necessário para evitar o

perecimento de direitos.

§2º Ficará interrompido o prazo prescricional a partir da data da assinatura

do termo de mediação.

Art. 23 As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores

públicos, salvo renúncia expressa por escrito daquelas.

Art. 24 O termo final de mediação conterá:

I. A qualificação das partes;

II. A qualificação dos procuradores e prepostos, quando houver;

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Αヰ

III,O resumo do conflito;

IV. A descrição dos direitos e das obrigações das partes, a declaração de

tentativa infrutífera ou a descrição do consenso obtido pelas partes;

V. A data e o local onde foi proferido;

VI. A assinatura do mediador, das partes e, quando houver, dos

advogados ou defensores públicos.

Art. 25 O termo final de mediação tem natureza de título executivo

extrajudicial e, quando homologado judicialmente, de título executivo

judicial.

Seção I - Do Procedimento da Mediação Judicial

Art. 26 A petição inicial será distribuída simultaneamente ao juízo e ao

mediador, interrompendo-se os prazos de prescrição e decadência.

Parágrafo único. Competem aos Tribunais a organização e a disciplina de

funcionamento do órgão que agregará os mediadores.

Art. 27 O mediador designará, no prazo máximo de trinta dias, a sessão de

mediação, dando ciência às partes por qualquer meio de comunicação.

§1º O procedimento de mediação deve ser concluído em até sessenta dias,

contados da primeira sessão, salvo quando as partes, de comum acordo,

requererem sua prorrogação.

§2º Transcorridos sessenta dias sem a obtenção de consenso, e não

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Αヱ

havendo pedido de prorrogação do prazo pelas partes, o mediador lavrará

certidão, que será encaminhada juntamente com a petição inicial ao juízo.

§3º Obtido consenso, a petição inicial, acompanhada do respectivo termo

de mediação, será encaminhada pelo mediador ao juízo, que o homologará,

desde que requerida a homologação por ambas as partes.

Art. 28 Na hipótese de obtenção de consenso na mediação, o Tribunal

poderá isentar as partes do pagamento de custas processuais.

Seção II – Do procedimento da mediação extrajudicial

Art. 29 O convite para iniciar procedimento de mediação extrajudicial

poderá ser feito por qualquer meio de comunicação.

Art. 30 Inicia-se a mediação com o comparecimento das partes e a

assinatura do compromisso de mediação.

Art. 31 O procedimento de mediação conclui-se com a obtenção de

consenso, por vontade Parágrafo único. Não havendo resposta no prazo

de trinta dias da data de recebimento, será considerado rejeitado o

convite para participar de mediação.

de qualquer das partes, a qualquer momento, ou pelo mediador, quando

este entender necessário.

Art. 32 Comprovada a tentativa de mediação extrajudicial prévia ao

ajuizamento da ação, o juízo poderá estabelecer redução das custas

processuais.

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Αヲ

Seção III – Da Mediação Pública

Art. 33 Os órgãos da Administração Pública direta e indireta da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como o Ministério

Público e a Defensoria Pública, poderão submeter os conflitos em que

são partes à mediação pública.

Parágrafo único. Para o exercício da mediação pública, poderão ser

instituídos Centros de Mediação no âmbito de cada entidade ou órgão

público.

Art. 34 Poderá haver mediação pública:

I. Em conflitos envolvendo entes do Poder Público;

II. Em conflitos envolvendo entes do Poder Público e o Particular;

III.Em conflitos que envolvam direitos difusos, coletivos ou individuais

homogêneos.

Art. 35 A submissão do conflito à mediação pública ocorrerá,

preferencialmente, antes da sua judicialização.

Art. 36 Os procedimentos de mediação pública serão estabelecidos em

ato a ser editado pelo dirigente máximo de cada órgão ou entidade da

administração pública direta e indireta, em conjunto com sua assessoria

jurídica.

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Αン

Seção IV – Da mediação ラミどノキミW

Art. 35 A mediação poderá ser utilizada como meio de solução de conflitos

via internet, nos casos de comercializações de bens ou prestação de

serviços via internet.

Art. 36 A mediação via internet terá o objetivo de solucionar quaisquer

conflitos de consumo no âmbito nacional.

Parágrafo único. Quando uma das partes estiver domiciliada no Brasil,

pode haver acordo para aplicação das disposições desta lei à resolução de

conflito oriundo de transações internacionais celebradas através da rede

mundial de computadores ou por outro meio de comunicação que permita a

transação à distância.

CApítulo V – disposições finais

Art. 37 Aplica-se esta lei, no que couber, a outras formas consensuais de

resolução de conflitos, tais como mediações comunitárias, escolares,

penais, trabalhistas, fiscais, em serventias extrajudiciais e outras.

Art. 38 O Ministério da Justiça, por intermédio da Escola Nacional de

Mediação e Conciliação (ENAM), criará e manterá banco de dados

reunindo informações relativas à mediação, para fins de formulação,

planejamento e avaliação de políticas públicas.

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Αヴ

Art. 39 Esta Lei entra em vigor decorridos cento e oitenta dias da data de

sua publicação oficial.