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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PRÁTICAS MOTIVACIONAS APLICADAS NA EDUCAÇÃO
ESPECIAL E INCLUSIVA.
Lucinda Francisca de Souza Oliveira.
Matr. 51262
Profª Orientador (a) Maria Esther
de Araujo.
Profª Co-orientadora Giselle
Böger Brand
Brasília
2013
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
PRÁTICAS MOTIVACIONAS APLICADAS NA EDUCAÇÃO
ESPECIAL E INCLUSIVA.
Lucinda Francisca de Souza Oliveira.
Matr. 51262
Monografia apresentada ao
Instituto A Vez do Mestre como
requisito parcial par AA obtenção
do título de especialista em
Psicomotricidade
Profª Orientador (a) Maria Esther
de Araujo e Profª Co-orientadora
Giselle Böger Brand
Brasília
2013
2
resumo
Falar em afetividade é falar no maior instrumento de socialização que interfere no meio social do individuo. Delimita-se dizer que o afeto faz parte do processo das práticas motivacionais aplicadas na educação especial e inclusiva. Para enfatizar a pesquisa em questão parte da analise da Afetividade e o Meio Social, a Afetividade do Educador no Contexto Escolar e a Afetividade do Educador no Contexto Social. Dessa maneira, procura-se analisar através de analises bibliográficas os seus meandros para com os educandos no ambiente escolar e no seu convívio familiar. Finaliza-se dizer, que a analise final, nos remete ao crescimento do educando como um ser sociável, capaz em sua totalidade de um crescimento cognitivo. Palavras –Chaves: Cognitivo. Afetividade. Inclusão.
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METODOLOGIA
A afetividade é parte de nossa vida psíquica, social e emocional e,para
estudar o ser humano temos que considerar a importância dos afetos. Muitas
vezes programamos uma forma de agir e quando nos deparamos com a
situação fazemos tudo completamente diferente. Isto acontece porque os
afetos interferem no nosso comportamento.
Vários autores como Wallon, Vygotsky, Paulo Freire e outros enfocaram
a afetividade como principal instrumento de socialização. A metodologia
utilizada respalda-se na pesquisa bibliográfica e de campo com abordagem
qualitativa. Participam da pesquisa professores de escola pública e privada de
Sobradinho-DF, onde está sendo aplicado um questionário contendo dez
perguntas fechadas e relatos de alunos e professores a fim de vislumbrar
opiniões, proporcionando uma discussão dos resultados encontrados acerca do
tema.
Será estudado inicialmente, o referencial teórico que aborda e aprofunda
o tema eixo da pesquisa. Logo após será feita a pesquisa de campo
fornecendo dados para conclusão do estudo, onde a metodologia e todos os
procedimentos de pesquisa, já mencionados fornecerão resposta a
problematização e garantirá conhecimento sobre o tema.
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LISTA DE SIGLAS
APAE ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS
S.D SINDROME DE DOWN
TDA TRANSTORNO DO DEFICIT DE ATENÇÃO
TDAH TRANSTORNO DO DEFICIT DE ATENÇÃO COM HIPERATIVIDADE
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LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Resolução de conflitos por meio da afetividade 27
Tabela 02 - Identificando problemas emocionais 28
Tabela 03 - Formação socioemocional da criança 28
Tabela 04 - A falta de efetividade do professor 29
Tabela 05 - Afetividade entre professor e aluno 29
Tabela 06 - Professora afetuosa 30
Tabela 07 - Afetividade em todo o âmbito escolar 31
Tabela 08 - Aprendizagem na Educação Especial 32
Tabela 09 - Integração da criança ao meio 33
Tabela 10 - Resolução de problemas emocionais 33
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I
1 AFETIVIDADE E O DESENVOLVIMENTO SOCIOEMOCIONAL 09
1.1 A Afetividade e o Meio Social 10
1.2 A Afetividade do Educador no Contexto Escolar 13
1.3 A Afetividade do Educador no Contexto Social 14
CAPÍTULO II
2 AFETIVIDADE E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 18
2.1 A Família – Primeiro Agente Educador e Afetivo 19
2,2 O Papel da Escola Inclusiva no Desenvolvimento Afetivo e Cognitivo do Educando
21
CAPÍTULO III
3 ANALISANDO OS RESULTADOS 24
3.1 Fatores que Chamam a Atenção dos Professores Para o Encaminhamento dos Alunos
24
3.2 Pesquisa sobre afetividade e Aprendizagem no Centro Especial de Sobradinho
27
3.3 Análise e Discussão dos Resultados 28
CONSIDERAÇÕES FINAIS 37
BIBLIOGRAFIA 39
ANEXOS 40
7
INTRODUÇÃO
Este tema foi escolhido com o intuito de mostrar como a afetividade está
presente em todas as relações humanas. O carinho, o amor, a raiva, o ciúme, a
tristeza ou alegria são indícios emocionais ou sentimentais provocados pelo
campo afetivo do indivíduo. Este fator exerce grande influência na construção
do ser humano, visto que a construção socioemocional ocorre a partir das
relações afetivas. Embora a primeira responsável pela formação da criança
seja a família, é na escola que a mesma desenvolve suas habilidades de
interação com o meio, que por sua vez é a responsável pela ampliação do
indivíduo como um todo.
É de extrema importância que o educador seja afetuoso, saiba ouvir,
compreender, orientar a criança para que a mesma adquira autonomia e
autoconfiança, uma vez que a criança com necessidades especiais também
possui uma carência afetiva, que em muitas das vezes, a família não consegue
suprir.
A afetividade é parte de nossa vida psíquica, social e emocional e, para
estudar o ser humano temos que considerar a importância dos afetos. Muitas
vezes programamos uma forma de agir e quando nos deparamos com a
situação fazemos tudo completamente diferente. Isto acontece porque os
afetos interferem no nosso comportamento.
Uma das competências cabíveis ao educador é o equilíbrio emocional.
Dependendo do tipo das relações interpessoais que são mantidas com criança
especial, decorrerá a qualidade de todo o processo de ensino e aprendizagem
desta criança, pois não há como separar o pedagógico do humano. Tanto para
professores, quanto para os alunos, o processo educativo envolve a
demonstração de competências e habilidades, envolve até uma série de
exigências e de fatores externos ao ambiente de sala de aula.
É de extrema importância pequenos gestos como: um elogio, uma frase
de incentivo, até mesmo um olhar carregado de um sorriso geram a motivação.
Conclui-se que educar é saber respeitar as diferenças, é valorizar a
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individualidade, estabelecendo valores e regras para cada momento, ou seja, é
um ato de amor.
Neste sentido, este estudo tem como objetivo geral investigar a
afetividade do professor/aluno, e prioritariamente das crianças especiais, como
contribuição para o desenvolvimento sócio emocional na Escola Inclusiva. E
como objetivos específicos compreender a importância da afetividade na
construção social e emocional do educando; investigar a afetividade como fator
primordial no desenvolvimento sócio emocional da criança de educação
especial e inclusiva; identificar as consequências da falta de afeto do professor
dentro da sala de aula, com crianças na Escola Inclusiva.
Não há um efeito mais importante que uma dose de afetividade na
construção de uma sociedade humana. Manter as relações equilibradas entre
professor e aluno é importante, principalmente no âmbito escolar, essas
relações podem ser construídas de forma tanto positiva como negativa, dessa
forma questiona-se: Como a afetividade do professor pode contribuir para o
desenvolvimento socioemocional da criança com necessidades especial?
Por meio do amor, compreensão, paciência e atenção, o educador
transmite a segurança necessária para que o aluno armazene em sua mente
confiança e seja receptor ativo daquilo que o educador está transmitindo. É
preciso estreitar laços, conhecere respeitar as individualidades de ambas as
partes.
Espera-se que o educador explore a qualidades da criança, leve em
conta suas experiências, no entanto deixe que o aprendizado situe no
dualismo: afetividade e responsabilidade.
O presente trabalho está composto por três capítulos assim
apresentados: inicialmente a introdução com os objetivos dos estudos. No
primeiro capítulo o referencial teórico que aborda e aprofunda o tema eixo da
pesquisa. Seguido do segundo capítulo a importância da afetividade no
desenvolvimento cognitivo. O terceiro apresenta a pesquisa de campo com a
coleta de dados e a análise com apresentação dos resultados obtidos.
Finalizando com as considerações finais.
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CAPITULO I
1 AFETIVIDADE E O DESENVOLVIMENTO
SOCIOEMOCIONAL
Somos humanos, e como tais, estamos sempre em busca e algo que
justifique a nossa existência, que nos dê razão para viver. Essa busca faz dos
educadores uma fonte inesgotável de questionamentos e dúvidas a solucionar.
Uma delas é o descontrole emocional dos alunos, justamente quando se fala
de uma Educação de Qualidade e, Educação para Todos. O que falta?
Intrinsecamente ligada à cognição, a afetividade constitui-se fator
essencial na vida escolar, devendo, pois o professor, sobretudo da Educação
Inclusiva, estar ciente dos problemas que pode enfrentar e preparar para
resolvê-los. Isso porque muitas crianças revelam rejeição à escola devido a
uma primeira dificuldade, às vezes, a deficiência física, os problemas
neurológicos ou uma infância tumultuada e carente de afetividade,
principalmente da figura materna.
Não podemos, no entanto, desprezar os primeiros anos de vida da
criança que são a base para um desenvolvimento da afetividade e formação da
personalidade, observando, sobretudo a relação que a criança tem com sua
mãe, para podermos entender a construção da afetividade familiar. Muito
menos podemos depreciar os fatores sociais, culturais, religiosos, genéticos e
neurológicos que podem interferir significativamente nessa formação.
Conceituar afeto, amor sempre foi algo muito fácil e, ao mesmo tempo,
muito difícil, pois para os amantes o amor é mais bem definido, sentindo e não
falando, descrevendo. Poetas e apaixonados o conceituam das mais variadas
formas desde o início dos tempos. Porém, vejamos o que dizem aqueles que
tentam racionalmente, explicar a afetividade.
Segundo Galvão (1999), são quatro os temas fundamentais nos quais
Wallon se baseou para elaborar seu projeto teórico, no qual pretendeu fazer a
10
psicogênese da pessoa completa: afetividade, movimento, inteligência e a
questão da pessoa, do eu. Pensando, pois em afetividade pode-se definir como
sendo “Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob forma de
emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor
ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou
tristezas.” (GALVÃO, 1999, p.).
Sendo assim, destacamos o valoroso papel do professor na
compreensão do grau de maturidade neurológico da criança para que não
considere certas atitudes, tomadas por elas, como indisciplina, manha,
atrevimento ou hipocrisia. Devemos ter consciência da importância da
afetividade para o desenvolvimento emocional da criança, mas também temos
de considerar os fatores biológicos necessários a esse desenvolvimento. Por
isso, Galvão menciona: “... se a criança está ao sabor de suas emoções, ela
não tem condições neurológicas de controlá-las”. (GALVÃO, 1999, p.66-7).
O amor e o ódio compõem a vida afetiva do ser humano e estão sempre
juntos, interferindo em nossos pensamentos e ações. A compreensão das
emoções e os sentimentos são essenciais no entendimento da afetividade.
Emoções causam efeitos intensos e imediatos no organismo, enquanto que os
sentimentos são mais amenos e duradouros. Quantas vezes nos preparamos
para tomar determinada atitude diante de um problema e a emoção nos fez
reagir de forma totalmente inesperada? As emoções são raiva, medo, nojo,
tristeza, alegria, desprezo, empolgação etc. Sentimentos podem ser: amizade,
ternura, carinho entre outros.
1.1. Afetividade e o Meio Social
Podemos observar que na teoria Walloniana a afetividade é o ponto de
partida do desenvolvimento do indivíduo. Éa partir da organização do contato
com o outro, que a criança cria um vinculo afetivo com a mãe através da
amamentação que logo é substituída por uma relação mais estreita de
conhecimento tanto para a criança quanto para a mãe.
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Sabe-se que a afetividade é o processo mais complexo do ser humano.
Desde o nascimento a criança é protegida pela mãe e recebe todo carinho nos
primeiros meses de vida. Mas com o passar do tempo na convivência com as
outras pessoas todo esse processo é modificado devido aos rituais impostos
pela sociedade.
Movimentos que antes eram apenas manifestações motoras passam a
serem expressões que demonstram afetividade. Por ainda a criança pequena
não se dispor da linguagem oral, ele tenta chamar a atenção pelos seus gestos
como fonte de comunicação.
Nesse período, as relações familiares são de extrema importância para o
crescimento e o desenvolvimento do homem, pois o meio é uma circunstância
de modelagem e significação para o indivíduo. Aos poucos a diferenciação do
meio social e sua de maneira diferenciada de si e dos outros, e
consequentemente a base do seu próprio “eu”. Mas essa formação de
personalidade, segundo Wallon (1981), acontece de forma gradativa passando
por um processo que percorrerá os estágios do desenvolvimento. Mudanças
passam a formar grupos que vão conquistando a afetividade.
Ainda de acordo com Wallon (1975, p. 164 – 167 apud ALMEIDA, 2001,
p. 89) A emoção em sala de aula, é de grande relevância. Por isso se devem
proporcionar para a criança, nos primeiros anos escolares um ambiente
tranquilo, onde ela sinta-se amada e retribua com facilidade esse afeto. O meio
é um complemento indispensável ao ser vivo. Ele deverá corresponder às suas
necessidades e as suas aptidões. A constituição biológica da criança, ao
nascer, não será a única lei, seu destino posterior pode ser amplamente
transformado pelas circunstâncias de sua existência de acordo com as
necessidades especificas de cada criança.
É por meio do nível de interação com meio que se identifica o estágio de
maturação da afetividade. Essa maturação promove o desenvolvimento do
esquema emocional por meio dos centros nervosos.
À proporção que a criança cresce receber amor não é mais o suficiente,
ela necessita ser respeitado, ter suas vontades próprias, nesse momento ela
começa a criar sua autonomia para a construção de sua personalidade.
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Os problemas físicos e psíquicos são facilmente identificados como
indicadores dos problemas de adaptação e aprendizagem das crianças na
escola. Não podemos deixar de lado os problemas emocionais.
A escola os professores, especialmente da Escola Inclusiva devem estar
preparados para atender prontamente essas crianças, propiciando um clima de
estabilidade emocional e contribuindo para que o ingresso e a permanência da
criança na escola ocorram de maneira normal e tranquila, onde haja uma
socialização efetiva dessa criança com os professores e funcionários da
Instituição, bem como com as demais crianças o nível de aprendizagem deve
ser avaliado observando o fator emocional que condiciona o desenvolvimento.
Os problemas de natureza emocional devem ser trabalhados em
conjunto: escola, família, profissionais de saúde, psicopedagogos. Todos
devem estar atentos e fazer as intervenções terapêuticas necessárias a todo o
momento.
A adaptação do ambiente escolar, principalmente para crianças com
necessidades especiais, no início da escolarização, pode ser motivo de muitas
expectativas e geradoras de segurança ou insegurança por parte dos sujeitos
envolvidos nesse processo, que se veem obrigados a corresponder às
exigências tanto dos pais quanto dos educandos. Seu desempenho, sempre
colocado à prova, é visto como motivo de status e aceitação, tanto por parte
dos adultos como por seus pares. Passar por um desconforto e um sentimento
de desvalorização, que uma vez prolongado pode gerar problemas mais sérios
de adaptação da conduta, além de afetar de maneira intensa a confiança e o
valor atribuído a si mesmo. (MARTINELLI, 2001, p. 114).
Portanto, a criança deve sentir-se segura, acolhida e protegida por todos
envolvidos no seu processo de aprendizagem, e para tanto é necessário que a
família, comunidade e escola estejam sempre presente. Partindo dessa teoria,
verificamos a real necessidade da participação e que todos estejam
comprometidos com algumas deficiências, porém a criança com necessidade
especial deve ter atendimento focado nas potencialidades intrínsecas à sua
condição humana, desenvolvendo seu cognitivo conforme sua capacidade.
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Vygotsky (1994) destaca a importância da afetividade e da interação
social. Traz a ideia da mediação e da internalização como aspectos
fundamentais para a aprendizagem, defendendo que a construção da
afetividade que o conhecimento ocorre a partir de um intenso processo de
interação entre as pessoas. Portanto, é a partir de sua inserção na cultura, na
vida social que a criança com necessidades especial, ou não vai se
desenvolvendo.
1.2. A Afetividade do Educador no Contexto Escolar
A família tem o papel fundamental da educação e socialização,
inicialmente de uma criança. Porém a escola também tem a função
socializadora e ao mesmo tempo age como um elo transformador e
responsável a não só socialização, mas a individualidade do Ser, ou seja, nela
a criança aprende a: dividir, respeitar e espaço do outro, adquire
independência, aprende a fazer questionamentos, análise, e a resolver seus
problemas perante o grupo sem auxílio dos pais, somente sob a orientação do
educador.
Segundo Cavalcante (2005, p 52), a escola deve proporcionar ao aluno
um ambiente acolhedor, onde possa ser ouvido e compreendido. Muitas vezes
a família não tem tempo de escutar a criança, conhecer suas dificuldades e
necessidade. A escola acaba assumindo este papel a criança com necessidade
especial traz consigo, uma carência específica, requer do educador toda
dedicação e para cada situação a sensibilidade deve sustentar o apoio
oferecido no momento. O autor ainda ressalta que:
“A afetividade é combustível das ações. Ao provocar a curiosidade se estimula a afetividade, que é a motivação para o conhecimento. Para que a criança vá adiante, é necessário utilizar a inteligência. Descobrir o que o aluno gosta é importante para que se desenvolva plenamente” (CAVALCANTE, 2005, p.57).
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O professor não deve se preocupar em depositar informações. A
inteligência vai muito além de explanar conteúdos, na escola, principalmente
inclusiva, cada aluno propõe que os educadores usem a criatividade, saiba
aguçar a curiosidade da criança, através de questionamentos, pesquisas e
brincadeiras. Tudo isso estimula, gera motivação e cria vínculo entre professor
e aluno. O professor de criança com necessidades especiais pode utilizar
recursos lúdicos e até mesmo fora do conteúdo para despertar e averiguar
quais são as aptidões da criança. Como por exemplos: integração com a
comunidade, receber em sua escola visitas de grupos de danças, grupos com
trabalhos artesanais. Além de sempre de forma bem humorada e aberta
dialogar e dar oportunidade de diálogo aos alunos.
Cavalcante (2005, p. 55) ainda afirma que uma forma de construir
valores é “dando ao aluno a oportunidade de se colocar no lugar do outro e
achar soluções para seus conflitos, sem agressão.” A sensibilidade deve estar
presente no educador, falar de amor, companheirismo e amizade não são
fáceis, no entanto, é essencial trabalhar, exemplificando, na educação Especial
e Inclusiva para que os alunos aprendam a expressar seus sentimentos.
Confiar em seu aluno e acreditar em sua capacidade transmite
segurança, eleva a autoestima e aumenta o prazer na busca pelo
conhecimento. A motivação gerada pela afetividade estimula a criatividade e a
criticidade dos educandos, tornando-os aptos a questionar e resolver seus
próprios problemas.
Professor e aluno convivem diariamente. Estabelecem uma boa relação
é imprescindível no processo de ensino aprendizagem. Criar um ambiente
amigável, agir com gentileza e cordialidade contribuem para o desenvolvimento
da habilidade emocional do educando.
1.3. A Afetividade do Educador no Contexto Social
O estudo da psicologia dentro do âmbito educacional tem possibilitado
inúmeras descobertas que favorece a visualização do homem como um todo,
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onde a aprendizagem e sua formação dependem de fatores como a relação
indivíduo e sociedade.
O desenvolvimento social e mental está diretamente ligado com as
interações ocorridas desde a primeira infância. Este é um objeto de estudo
significativo no que diz respeito à capacidade de socialização do ser humano.
Desta forma, percebe-se que o desenvolvimento ocorre a partir das
interações sociais. O contexto social auxilia as funções biológicas, o aspecto
social e o comportamento humano serão moldados gradativamente, através
das experiências adquiridas ao longo da vida. Exemplo claro disso: uma
criança com comprometimento físico mais leve consegue através do convívio
com outras crianças “ditas normais”, executar as mesmas tarefas, através das
experiências adquiridas. Esta herança cultural e comportamental inicia-se na
família e vai se transformando contínuas ao longo do convívio social.
A cultura e demais aspectos sociais são primordiais no desenvolvimento
humano. A diversidade de opiniões se deve a várias estruturas sociais
existentes no mundo. As diferenças não se remetem apenas no aspecto
biológico. Este por sua vez também é modificado pelas estruturas
socioculturais.
Boquero (1998, p.64), ressalta que todo o processo de aquisição da
cultura, bem como o conhecimento, se dá através dos processos de
interiorização, que por sua vez ocorrem através de mecanismos psicológicos
que controlam o comportamento humano e suas características.
Este processo não pode ser visto apenas como acúmulo de
informações, mas sim, como um processo de reorganização. Isto acontece
graças à vida social, onde o ser aprende desde criança a regular seus próprios
comportamentos, baseando-se na ética e moral vigentes na sociedade. Neste
sentido. Vygistsky afirma:
“No desenvolvimento cultural da criança, toda função aparece duas vezes: primeiro em nível social, e mais tarde em nível individual; primeiro entre pessoas (interpsicológico) e, depois no interior da própria criança (intrapsicológico). Pode-se aplicar isto igualmente à atenção voluntária, à memória lógica e a formação de conceito. Todas as funções psicológicas se originaram como relações entre seres humanos.” (VYGOSTSKY, 1998, p.94; apud BAQUERO)
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A aquisição cultural e toda a formação da criança ocorrem
primeiramente pelo contato com a sociedade. É neste contato que ocorre o
aprendizado, a relação entre indivíduos, promovendo o desenvolvimento das
funções psicológicas. Este desenvolvimento é de suma importância, pois é por
meio dele que a criança aprimora suas habilidades sociais e emocionais.
Para Vygotsky (1988, p.63 apud BAQUERO, 1998), a afetividade
assume um papel fundamental no que diz respeito ao desenvolvimento do
indivíduo e a formação de conceitos do mesmo. O professor deve intervir no
conhecimento da criança ser o mediador da aprendizagem. Toda interação
social requer algum sentimento.
A criança é transformada pelo meio, sofre alteração através dessa
transformação, é educado para se tornar um cidadão consciente, dentro das
possibilidades do desenvolvimento físico, mental e intelectual, mas sem
esquecer que todo cidadão deve ser respeitado com pessoal humana.
A criança com necessidades especiais, em muitas vezes, chega à
escola com o emocional abalado. Se o professor não tiver comprometido
voltado para o atendimento individual do educando, ele contribuirá para a
formação de um indivíduo apático, retraído, com sérias dificuldades até mesmo
de socialização.
O atendimento na Escola Inclusiva tem o caráter de trabalhar a
socialização com respeito ao desenvolvimento de cada educando. O professor
deve perceber a individualidade de seus alunos. É preciso que ele tenha um
conhecimento das estruturas sociais, econômicas, culturais e emocionais, em
fim, todo o contexto de vida do educando, para que ele seja o mediador. Desta
forma o educador terá uma visão mais ampla do nível em que se encontra cada
educando. É preciso trabalhar de forma diferenciada, ou seja, diversificada
dentro da sala de aula.
Uma agradável relação entre professor/aluno gera um ambiente
favorável e uma boa aprendizagem.
A principal atividade de um educador é incentivar seus alunos para
desempenhar uma boa aprendizagem. Mostrar o educando como é prazeroso
17
estar ali naquele âmbito escolar, junto aos outros é muito mais eficaz que
transmitir conteúdos sem explicação logica.
Na concepção o homem deve ser visto como um ser social, que ao
transformar algo, automaticamente está sendo transformado. As interações
sociais são de suma importância para o crescimento do ser humano. O
ambiente em que a criança cresce influência diretamente em seu
comportamento, bem como seus valores e sua cultura.
18
CAPÍTULO II
2 AFETIVIDADE E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
A família ao se preparar para receber uma criança, faz planos. Fica
deslumbrada com os preparativos e expectativa na futura criança.
Sabe-se que após a confirmação que a criança, a qual acaba de nascer
precisa de cuidados especiais, ou até mesmo terá a nova fase de adaptação
familiar. É motivo de muita preocupação, busca de novos meios de adaptação.
No entanto, com o tempo pais e familiares vão se unindo, e, com
normalidade vão se adaptando e num só pensamento veem que o afeto é o
meio de superação.
Para se desenvolver. A criança precisa de afeto sentir-se amada,
protegida, caso contrário, a falta de afeto aumenta ainda mais, os distúrbios
emocionais e geram mudanças significativas, tanto no aspecto psicológico
quanto no seu aspecto físico, trazendo grandes consequências.
A escola, hoje, é uma aliada a família, É um complemento no
desenvolvimento da criança seja ela “dita normal” ou com necessidades
especiais. No entanto, a afetividade não pode ser vista como um meio de suprir
todos os problemas da criança. De acordo com Freire, é essencial que o
educador seja afetuoso para com os educandos, desde que não interfira nos
cumprimentos éticos e morais da educação:
“A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. O que não posso obviamente permitir é que minha afetividade interfira no cumprimento ético do meu dever de professor no exercício de minha autoridade. Não posso condicionara avaliação do trabalho escolar de um aluno ao maior ou menor bem querer que tenha por ele” (FREIRE, 1996, p. 160).
Segundo Freire (1996, p. 69), não precisa tornar-se um ser
completamente adocicado e muito menos um profissional amargo. A
afetividade representa a alegria de ensinar, de compartilhar experiências. É
19
preciso ter consciência da realidade, pois o afeto ou a carência dele, não dá
direito ao educador de infligir à ética e a moral educacional.
Da mesma forma que a rigidez e a intolerância do educador podem
trazer prejuízos à criança, a afetividade desajustada pode causar uma inversão
no verdadeiro sentido de educar para a vida. A ética do educador é essencial
neste processo, tanto quanto o equilíbrio emocional.
O professor que se mostra exigente perante os alunos, não é
necessariamente desprovido de afeto, pelo contrário, exigir que eles alcancem
seus objetivos de forma saudável, alegre e espontânea é a melhor formas de
transmitir afetividade.
A formação acadêmica dos profissionais da educação, em especial dos
profissionais que trabalham diretamente com crianças especiais têm um
compromisso maior de entrelaçar a afetividade e aprendizagem. Pois a criança
com necessidades especiais, em muitos casos, só consegue relacionar com
pessoa que realmente sentem afetivamente seguras.
2.1 A Família – o Primeiro Agente Educativo e Afetivo
É a família, como grupo social primário, desempenha uma função
formativa e determinativa no desenvolvimento cognitivo-afetivo do indivíduo e
no modo como este se situa e interage na sociedade, mesmo em idade adulta.
Quando nasce um filho especial, com características distintas do padrão
culturalmente reconhecido como “normal”, a estrutura de funcionamento
familiar básico se rompe, os sentimentos e as representações anteriores se
deterioram, e instala-se uma crise de identidade grupal.
Neste percurso, tanto a família quanto a criança especial precisarão
enfrentar a cada dia seus medo, suas frustrações e suas limitações. A relação
com esse filho poderá ter como eixo principal ambivalência de sentimentos,
oscilando entre as condições reais da criança e os estereótipos a ela
impugnados (AMARAL, 1995).
20
A crença nas suas possibilidades de desenvolvimento, a resignação e a
sustentação de sua condição de dependente desestrutura a família, ora dita
“normal no padrão cultural.
A extensão das adaptações e acomodações impostas à família pela
presença de uma criança com necessidades especiais inclui desde
transformações internas de caráter afetivo, temporal e/ou econômico, até as
requisitadas pela interação com as forças externas, oriundas a sociedade mais
ampla. Estas são geralmente engendradas na falta de oportunidades, nas
atitudes preconceituosas e nos rótulos aos qual a criança, assim como os
demais membros, está sujeitos nas suas relações sociais extras familiares.
Segundo Glat e Duque (2003):
“A família passa a se organizar em função dessa condição patológica encarnada pela criança com necessidades especiais. Ela se torna, por assim dizer o cartão de visita da família, o rótulo que identifica todos os demais membros; pais de deficientes... Em termos psicodinâmicos pode-se dizer que ela é a depositaria da doença família, pois sua problemática ofusca e absorve os demais conflitos (GLAT e DUQUE (2003, p.20)
Observa-se que quando a família age assim, de maneira super
protetora, dificulta a autonomia e a independência que a criança deveria
conquistar como condição para o desenvolvimento de suas capacidades. É
comum os pais agirem, inconscientemente, para impedir o crescimento do filho,
na tentativa de se preservarem e, ao mesmo, de preservá-lo de possíveis
“derrotas” diante de dificuldades
Diante de tal quadro, o papel dos profissionais é fundamental para
minimizar esses sentimentos e promover orientações e esclarecimentos sobre
as capacidades da criança portadora de necessidades especiais, bem como
provocar um olhar dos pais sobre si mesmos. Assim orientados e
sensibilizados para a nova situação, os pais podem influenciar positivamente
na autoconfiança da criança para o desenvolvimento e suas capacidades. Além
disso, se tornam mais preparados para lidar com suas próprias emoções,
revendo expectativas, valores e crenças a respeito da condição da criança que
nasceu.
21
Podemos dizer que o apoio dado à família minimiza as ansiedades
frente a criança portadora de necessidades especiais, e promove a busca de
novas alternativas para a organização da vida dessa criança, possibilitando um
enfrentamento dos problemas cotidianos.
Vale ressaltar, também a importância dos grupos e associações de pais
como a APAE, que podem proporcionar, sobretudo, às “novas famílias
especiais” uma rede de apoio, troca de experiência e ajuda mútua de valor
inestimável, e que deve ser incentivado pelos profissionais.
2.2 O PAPEL DA ESCOLA INCLUSIVA NO DESENVOLVIMENTO
AFETIVO E COGNITIVO DO EDUCANDO
A criança que apresenta um desequilíbrio emocional ou deficiência física
ao iniciar a vida escolar apresenta-se com dificuldades em se relacionar e
apreender o conhecimento. Geralmente o educando trás essa carga do próprio
âmbito familiar, genético ou até mesmo neurológico.
Nesse momento é preciso faz uma distinção: afetividade, sentimento,
rejeição e emoção, distúrbios de aprendizagem ou dificuldades de assimilação
do conteúdo em estudo. A criança com necessidades especiais sente-se
insegura, retraída com relação às demais criança. A Escola Inclusiva tem o
papel fundamental na formação do educador: um olha individualizado sobre o
aluno, que lhe garante o respeito à individualidade e o acesso ao
conhecimento, atendendo às suas peculiaridades.
Nessa perspectiva, verifica-se a importância da afetividade do educador
na educação especial e inclusiva para o desenvolvimento integral da criança.
Para Vygotsky (1993), as leis que regulam o desenvolvimento integral
são as mesmas tanto para a criança deficiente quanto para a criança normal.
Nas suas palavras, Vygotsky, a criança cujo desenvolvimento está
impedido por um defeito não é simplesmente uma criança menos desenvolvida
que seus pares, mais precisamente ela tem se desenvolvido diferentemente.
Uma criança em cada estágio de seu desenvolvimento, em cada dessas fases,
representa uma singularidade qualitativa, isto é, uma estrutura orgânica e
22
psicológica específica, exatamente no mesmo caminho, uma criança deficiente
representa qualitativamente uma diferença, um tipo único de se desenvolver
(VYGOTSKY apud KNOX e STEVENS, 1993, p. 16).
A teoria formulada por Vygotsky (1993) propõe que a criança deficiente
seja estudada numa perspectiva qualitativa e não como uma variação
quantitativa da criança normal. Afirma que a deficiência geraria um processo de
compensação, estimulando um direcionamento para o crescimento do
indivíduo.
Ressalta ainda que, caberia à defetologia estudar os ciclos e as
transformações no desenvolvimento, os processos compensatórios que
permitiriam transpor as deficiências, sendo seu objeto de análise as reações
físicas e psicológicas do deficiente. A singularidade do desenvolvimento do
deficiente estaria nos efeitos positivos da deficiência, ou seja, nos caminhos
encontrados para a superação do déficit.
Desta forma, o deficiente não é, nessa concepção, inferior aos seus
pares, (maneira de sentir do portador de deficiência) apenas apresenta um
desenvolvimento qualitativamente diferente e único.
O meio social, para Vygotsky (1993), pode facilitar ou dificultar a criação
desses novos caminhos de desenvolvimento. O defeito, assim, não está no
indivíduo, uma criança que tem um defeito não é necessariamente deficiente,
estando seu grau de normalidade condicionado à sua adaptação social.
Ao se referir às pessoas com deficiência, Vygotsky (1993) ressalta que,
muito mais do que o defeito em si, o que decide o destino da personalidade da
criança é sua realização sócio-psicológica.
Segundo Van der Veer (1996, p. 74-5), uma característica dos primeiros
escritos de Vygotsky na área da defectologia é: sua ênfase na importância da
educação social de crianças deficientes e no potencial da criança para o
desenvolvimento normal.
Esta ênfase estava intimamente ligada à análise de Vygotsky do papel
de qualquer defeito físico na vida da criança. Ele afirmava que todas as
deficiências corporais - seja a cegueira, surdo-mudez ou um retardo mental
congênito - afetavam antes de tudo as relações sociais das crianças e não
23
suas interações diretas com o ambiente físico. O defeito orgânico manifesta-se
inevitavelmente como uma mudança na situação social da criança. Assim, pais,
parentes e colegas irão tratar a criança deficiente de uma maneira muito
diferente das outras crianças, de um modo positivo ou negativo.
A educação não pode ignorar os estudos sobre o funcionamento
cognitivo das pessoas com deficiência intelectual, nem as possibilidades de
solicitação das mesmas dentro de um ambiente cognitivo adequado. A escola
deve resgatar o seu papel de ensinar, considerando o seu potencial de
aprendizagem e não ficando circunscrita aos seus déficits. O acesso ao saber
deve ser garantido a todos.
Aos profissionais que repensam a Educação, dando-lhe um enfoque
multifuncional de cuidado, socialização, cabe pensar a Educação de todas as
crianças e adolescentes, sejam elas deficientes ou não. Necessitamos,
urgentemente, romper a dicotomia, cuidado/educação e, principalmente, como
propõe Stainback, S. e Stainback, W. (1984), fundir os sistemas de ensino
regular e ensino especial. Superar a "velha" proposta da integração, buscando
uma Educação Inclusiva, ou seja, uma educação voltada para todas as
pessoas independente de suas possibilidades cognitivas. (FOREST, M,
LUSTHAUS, E, 1987).
24
CAPÍTULOIII
3 ANALISANDO RESULTADOS
3.1 Fatores que Chamam a Atenção dos Professores para o
Encaminhamento dos Alunos:
Ao contrário do que se pensaas deficiências apresentadas nas crianças,
principalmente no início da alfabetização, não é resultado de má alfabetização,
desatenção, desmotivação, condição socioeconômica ou baixa inteligência. Ela
tem sido vista como uma condição hereditária devido a alterações genéticas,
mas tal fato só acontece, numa pequena porcentagem de casos. Ela também é
caracterizada, em grande parte, por apresentar alterações no padrão
neurológico.
Fique alerta, se a criança apresentar alguns desses sintomas:
• imaturidade no trato com outras crianças;
• fraco desenvolvimento da atenção;
• atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
• dificuldade em aprender rimas e canções;
• fraco desenvolvimento da coordenação motora;
• dificuldades com que-cabeça;
• falta de interesse por livros impressos e/ou virtuais;
O fato de apresentar alguns desses sintomas indica que ela precisa de
maior atenção e/ou estimulação ao seu desenvolvimento. Na idade escolar
educadores estão atentos ao diagnóstico e o acompanhamento adequado, o
quanto mais cedo possível, para que possa prosseguir seus estudos juntos
com aos demais colegas e não tenha prejuízos.
Ao verificar tais sintomas uma equipe multidisciplinar, formada por
psicóloga, fonoaudióloga e psicopedagoga clínica deve iniciar uma minuciosa
25
investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência
do processo de avaliação, verificação e necessidade do parecer de outros
profissionais, como neurologista, oftalmologista e outros, conforme o caso.
A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de
confirmar ou descartar o diagnóstico. É o que chamamos de avaliação
Multidisciplinar e de Exclusão.
Outros fatores deverão ser analisados, como déficit intelectual,
disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas ou
adquiridas),
Neste processo ainda é muito importante tomar o parecer da escola, dos
pais e levantar o histórico familiar e de evolução do aluno. Essa avaliação não
só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um
encaminhamento adequado a cada caso, através de um relatório, por escrito.
Dentre os casos mais comuns atendidos na instituição pesquisada,
podemos citar a dislexia e a síndrome de down.
No caso da dislexia, o encaminhamento é feito com atendimento
individualizado de acordo com as necessidades. Isso permite que seja mais
eficaz e proveitoso, pois o grupo de profissionais que assume o caso não
precisará daquele tempo (muita vez indeterminado) para identificar o problema
e terá mais acesso a parecer importantes para o desenvolvimento da criança.
Ao contrário do que se pensa o disléxico sempre contorna suas
dificuldades. Ele responde muito bem a tudo que passa para o concreto. Tudo
que envolve os sentidos é mais fácil ser absorvido. O disléxico também tem
sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre
educadores e educando.
Outro passo muito importante a ser dado é definir um programa em
etapas e, somente passar para a seguinte, após confirmar que a anterior foi
devidamente obsorvida e sempre retomando as etapas anteriores. É o que
chamamos de sistema Multissensorial e Cumulativo.
Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações,
experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissionais,
escola e família.
26
Todos os educadores que trabalham com a classe sabem que tal aluno
é disléxico e o próprio também sabe disso. Quanto aos colegas, deixamos a
critério do aluno; se ele quiser contar para os companheiros, que o faça; se ele
quiser que nós o auxiliemos a contar para eles, nós o fazemos; se ele não
quiser falar disso com terceiros, ninguém o fará. Dessa forma, temos alunos
que já passaram por séries sem terem chamado a atenção dos colegas e sem
terem sentido a necessidade de revelar-se, assim como temos um aluno que
decidiu abrir o jogo para todo mundo da classe e o fez.
Às vezes os colegas de classe sentem-se mobilizados e querem ajudar,
por que acabam percebendo, em alguns casos isso é visto com naturalidade
pelos educadores e eles se entendem bem.
Já a Sindrome de down é o distúrbio genético mais comum, estímulo em
1 a cada 1000 nascimentos, caracterizada por uma combinação de diferenças
maiores e menores na estrutura corporal. Geralmente a síndrome de Down
está associada a algumas dificuldades de habilidade cognitiva e
desenvolvimento físico, assim como de aparência facial. Essa síndrome
normalmente deixa a criança em desvantagem com deficiência mental e
anomalias que afetam o sistema corporal.
Aspectos podem contribuir para um aumento do desenvolvimento da
criança com síndrome de Down: intervenção precoce na aprendizagem,
monitorização de problemas comuns como a tiróide, tratamento medicinal
sempre que relevante, um ambiente familiar estável e condutor, práticas
vocacionais, são alguns exemplos. Por um lado, a síndrome de Down salienta
as limitações genéticas e no pouco que se pode fazer para as sobrepor; por
outro, também salienta que a educação pode produzir excelentes resultados
independentemente do início. Assim, o empenho individual dos pais,
professores e terapeutas com estas crianças pode produzir resultados positivos
inesperados.Os cuidados com a criança com S.D. não variam muito dos que se
dão às crianças sem a síndrome. Os pais devem estar atentos a tudo o que a
criança comece a fazer sozinha, espontaneamente e devem estimular os seus
esforços. Devem ajudar a criança a crescer, evitando que ela se torne
dependente; quanto mais a criança aprender a cuidar de si mesma, melhores
27
condições terá para enfrentar o futuro. A criança com S.D. precisa participar da
vida da família como as outras crianças. Deve ser tratada como as outras, com
carinho, respeito e naturalidade. A pessoa com S.D. quando adolescente e
adulta tem uma vida semi-independente. Embora possa não atingir níveis
avançados de escolaridade pode trabalhar em diversas outras funções, de
acordo com seu nível intelectual. Ela pode praticar esportes, viajar, frequentar
festas, etc.
3.2 Pesquisa Sobre Afetividade e Aprendizagem no Centro
Especial de Sobradinho.
Ao realizar um projeto é fundamental conhecer o objeto da pesquisa. É
preciso participar observar, conhecer a fundo todas as particularidades acerca
do tema.
Para se chegar a um bom resultado é preciso ir a campo, visitar,
interagir. Destaforma a realidade do tema fica mais próxima do pesquisador
que enxerga com detalhes todas as potencialidades e abrangência do tema.
A pesquisa será descritiva, e o método dedutivo, que visa organizar e
especificar o conhecimento coletado ao longo do projeto de modo a comprovar
a situação-problema levantada: Como a afetividade do professor pode
contribuir para o desenvolvimento socioemocional e cognitivo da criança com
necessidades especiais?
A instituição pesquisa é um Centro de Atendimento a Crianças com
Necessidades Especiais de Sobradinho-DF. É uma escola pública que atende
crianças, adolescentes e também adultos, proporcionando-lhes a integração,
socialização e o desenvolvimento cognitivo de acordo com cada deficiência.
A instituição também atende crianças com necessidades especiais com
comprometimento leve: TDA; TDAH, crianças com comprometimentos
neurológicos. Após análise servirá de objeto de estudo na própria escola.
Percebe-se que a construção do conhecimento se dá a partir das
relações. Esta por sua vez, deve ser baseada na amizade, na confiança e, na
principal característica, no respeito. Desta forma percebe-se que uma boa
28
relação entre professor-aluno é capaz de facilitar na aquisição de
conhecimento. O afeto deve estar na relação entre os dois.
Para este estudo em específico serão selecionados grupos de
professores que trabalham no atendimento de crianças e adolescentes com as
mesmas patologias, porém com idades variadas.
3.3 1 Análise e Discussão dos Resultados;
A análise e discussão dos resultados a partir dos dados coletados de
uma análise teórica e bibliográfica. Tendo como objetivo comprovar a
importância da afetividade do educador no processo de desenvolvimento sócio-
emocional da criança, especialmente da criança com necessidades especiais.
A pesquisa mostra aimportância do amor, do carinho e do respeito
dentro da sala de aula na formação da personalidade da mesma. Participaram
da pesquisa 10 professores do Centro de Atendimento que atende crianças e
adolescentes especiais em Sobradinho.
Questão 01 - Através da afetividade a professora consegue resolver
conflitos ou problemas disciplinares?
Tabela 01 – Resolução de conflitos por meio da afetividade
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 02 20%
Às vezes 08 80%
Total 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
Do inverso pesquisado, oito (80%) dos professores responderam que
somente às vezes o professor consegue resolver conflitos ou problemas
através da afetividade. Dois (20%) dos professores entrevistas acreditam que
sempre é possível resolver conflitos e problemas disciplinares por meio da
afetividade. Nenhuns dos entrevistados responderam que nunca se devem
resolver tais conflitos de forma afetuosa.
29
A disciplina é companheira assídua da afetividade. Por esse motivo,
qualquer pessoa que tente impor disciplina através de gritos e ameaças
(cumpridas ou não) revela desconhecimento do tema. Neste caso, as palavras
tentam obter a obediência ou mesmo a colaboração. (PINHEIRO 2001, p.49)
Questão 02- Os problemas emocionais, você como educador é capaz de
identificar em seus alunos?
Tabela 02 - Identificando problemas emocionais
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 04 40%
Ás vezes 06 60%
Total 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
Do universo pesquisado 60% responderam que somente às vezes são
capaz de identificar problemas emocionais nos alunos. Nenhuma entrevistada
respondeu que jamais identificou problemas emocionais dos alunos. Em geral
as professores trabalham com atenção voltada aos problemas emocionais dos
alunos, mas emoção, por ser imprevisível, surge no momento de completa
vulnerabilidade das crianças. È importante ressaltar que o educador precisa
controlar-se emocionalmente, para depois, compreender os excessos
emocionais dos educandos.
Questão 03-Você concorda com a seguinte afirmativa? A família é
responsável pelo processo socioemocional da criança, mas é no âmbito
escolar que esta construção é evidente.
Tabela 03 - Formação socioemocional da criança
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 05 50%
Às vezes 05 50%
Total 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
30
Segundo Almeida (2001, p. 1010) “a escola possibilita interações
diversas entre parceiros, ao mesmo tempo em que proporciona situações e
experiências essenciais para a construção do indivíduo como pessoas”. A
escola tem como função proporcionar ao educando por meio de interações
sociais, seu desenvolvimento como ser humano, através da afetividade.
Portanto, a escola exerce o papel de socializadora, compreendendo o aluno em
sua totalidade humana e auxiliando-o plenamente na sua construção sócio-
emocional
Questão04 - A falta de afeto por parte do educador, pode causar
transtornos emocionais à criança?
Tabela 04 - A falta de efetividade do professor
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 07 70%
Ás vezes 02 20%
To t a l 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
Do universo pesquisado, sete das educadoras (70%) acreditam na
afetividade entre professora e alunos, o trabalho com crianças especiais
também investe na afetividade entre alunos verso educadores. Dois (20%) dos
entrevistos acreditam que às vezes de afetividade por causar danos
emocionais aos alunos. Nenhuma entrevistada acredita que a falta afeto nunca
causará danos às crianças.
Questão 05- Os novos conhecimentos serão adquiridos através da
afetividade entre professor e aluno?
Tabela 05 - Afetividade entre professor e aluno
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 09 90%
Às vezes 01 10 %
Total 10 100%
31
Do universo pesquisado, oito (80%) das professoras acreditam que a
afetividade entre professor e aluno sempre é importante para a aquisição dos
conhecimentos. Dois (20%) das professoras entrevistas responderam que às
vezes a afetividade entre três professoras e aluno proporciona o desvendar do
conhecimento. Nenhuma das professoras respondeu que afetividade entre
professora e aluno nunca promovem a aquisição de novos conhecimentos.
O conhecimento é, portanto fruto de uma relação. E relação nunca tem
um sentido só. Tende-se, por exemplo, uma relação de amizade. João não é
amigo de Pedro sem Pedro ser amigo de João. A amizade só existe quando os
dois têm amizade recíproca um para como outro. Portanto a amizade não está
nem no Pedro, nem no João, mas na relação que existe entre os dois.
(FRANCO, 1995, p, 28).
O autor afirma que a construção do conhecimento se dá partir das
relações. Esta por sua vez, deve ser baseada no respeito, principal
característica da amizade. Dessa forma percebe-se que uma boa relação ente
professora e aluno é capaz de facilitar na aquisição de conhecimento. O afeto
na relação com crianças com necessidades especiais tende a ser um ponto
essencial na educação dessas crianças.
Questão06 - Os alunos com necessidades especiais devem perceber que
o professor é afetuoso?
Tabela 06 - Professora afetuosa
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 10 100%
T o t a l 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
Do universo pesquisado, dez (100%) das professoras entrevistadas
concordam que a professora da educação especial deve ser mais afetuosa
para com seus alunos.
A professora das crianças com necessidades especiais não pode partir
para a homogeneização e simplesmente ignorar as particularidades das
32
crianças. Ela precisa respeitar e, ter mais atenção, as especificidades das
crianças, sendo que cada uma é dona de uma forma própria de ver e sentir o
mundo e a si mesma.
A professora afetuosa é aquela que compreende e aceita seus alunos,
independente da condição física, social, religiosa ou cultura. É preciso respeitar
a diversidade dentro da sala de aula, este princípio deve partir do educador,
que transmite tais conceitos para as crianças. Esta atitude de respeito mútuo
inicia-se na educação, onde criança aprende desde cedo a conviver e a
relacionar-se com as diferenças.
Questão 07- A professora afetuosa é pertinente somente na educação de
crianças com necessidades especiais?
Tabela 07 - Afetividade em todo o âmbito escolar
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 09 90%
Às vezes 01 10%
Total 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
Do universo pesquisado, 09 (90%) das professoras pesquisadas
responderam que o professor jamais deverá ser afetuoso somente na
educação especial. Dependendo da idade, o aluno especial precisa de uma
nutrição afetiva mais racionalizada.
“É interessante notar que, mesmo conservando o contato corporal como uma forma de carinho, os alunos adultos necessitam de um afeto mais cognitivo, que é sentido por eles quando são, por exemplo, admirados” (ALMEIDA 2001, p. 108)
Independente da idade, das patologias, o ser humano necessita de
afeto, com o passar dos anos, as demonstrações afetivas passam a ter um
caráter mais cognitivo. Na infância, as demonstrações de afetividade são
evidenciadas pelos gestos, ou seja, carinhos. Ao atingir a adolescência, indo
33
até a idade adulta, o ser humano passa a considerar os elogios e a admiração
como sinal de que é amado e respeitado.
QUESTÃO08 - Na Educação especial a professora que ignora os
sentimentos dos alunos é capaz de promover a aprendizagem?
Tabela 08 - Aprendizagem na Educação Especial
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 10 100%
Total 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
Do universo pesquisado, 10 (100%) das professoras acreditam que o
educador que ignora o sentimento dos alunos com necessidades especiais
nunca promoverá a aprendizagem.
“O bom professor é o que consegue, enquanto fala trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma “cantiga de ninar”. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento. Surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas (FREIRE, 1996, p. 124)
Desta forma afirma-se, o bom educador sabe chamar a atenção dos
alunos, fazê-los se interessar pelo estudo. Mas para que isso aconteça é
preciso falar com o coração do educando, apreendê-lo pela alma, percebendo
seus sentimentos. Quando a relação entre professor e aluno é baseada pelo
afeto, o aluno aprende a admirar seu professor, e por essa admiração ele se
esforça para aprender aquilo que o professor ensina.
34
Questão09 - Com o professor afetuoso que a criança possui, ela tem mais
facilidade de integrar-se ao meio?
Tabela 09 - Integração da criança ao meio
Variáveis Frequência Porcentagem
Sempre 08 80%
Ás vezes 02 20%
Total 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
Do universo pesquisado, oito (80%) das professoras acreditam que a
criança que possui uma professora afetuosa terá sempre maiores condições de
integrar-se ao meio, dois (20%) das professoras entrevistadas responderam
que somente às vezes, a professora afetuosa possibilita uma maior integração
para a criança. Nenhuma professora entrevistada respondeu que a professora
afetuosa nunca promoverá uma maior integração da criança ao meio.
Desta forma destaca-se que o processo de desenvolvimento da pessoa
humana se dá a partir do que o meio oferece. A partir deste contato a criança
desenvolve-se tanto organicamente quanto em seu aspecto social. Quando há
afetividade nas relações, seu desenvolvimento ocorre de forma positiva. Diante
disto percebe-se que a professora afetuosa consegue promover uma melhor
integração dentro da sala de aula.
QUESTÃO10 - Os problemas emocionais dos alunos cabem à professora
resolvê-los?
Tabela 10 - Resolução de problemas emocionais
Variáveis Frequência Porcentagem
Ás vezes 10 100%
Total 10 100%
Fonte: Centro Especial de Sobradinho
35
Do universo pesquisado, dez (100%) dos professores responderam que
somente às vezes cabe ao educador resolver os problemas emocionais dos
alunos.
Dentro da sala de aula há situações psíquicas significativas, nas quais
as professoras podem atuar tanto beneficamente quanto, consciente ou
inconscientemente. Agravando condições emocionais problemáticas dos
alunos. Os alunos podem trazer consigo um conjunto de situações emocionais
intrínsecas, ou seja, podem trazer para a escola alguns problemas de sua
própria constituição emociona (ou personalidade) e, extrinsecamente, podem
apresentar as consequências emocionais de suas vivências sociais e familiares
(BALLONE, 2004, p.59).
Nesse sentido, percebe-se que a professora pode contribuir para a
resolução dos problemas emocionais dos alunos. Desde que esteja preparada
para tal. Ao contrário a educadora poderá até agravar a situação.
A partir da pesquisa percebe-se a complexidade do exercício da
afetividade no âmbito escolar. Muitas vezes a criança sofre sérios desgastes
emocionais no âmbito familiar e encontra na escola um refúgio, pois a mesma
proporciona um ambiente não ameaçador. A criança sente-se segura, e vê na
professora a oportunidade de ser amada e respeitada.
Ressalta-se ainda que em termos gerais, as principais causas da
vulnerabilidade aos transtornos emocionais da criança ocorrem no dia a dia,
pequenas eventualidades, como ser o último do time ou chegar atrasado na
escola. Muitas vezes tais transtornos são causados pelos adultos, pois a
criança não possui ainda o controle da sua vida; sua rotina e deveres a serem
cumpridos são estabelecidos pelos adultos.
As condições mais favoráveis à apreensão do conhecimento supõem
uma elevação da temperatura afetiva e uma redução de temperatura
emocional. O vínculo afetivo, sentimental, entre sujeito que investiga e o objeto
investigado sabidamente dinamiza, facilita e fortalece o desencadeamento da
reação cognitiva.
Percebe-se então que a afetividade não influência somente o aspecto
socioemocional, mas também a estrutura cognitiva da criança. Por meio do
36
afeto é possível controlar a emoção, pois “a emoção obscurece a razão e induz
o erro”.
È impossível trabalhar com crianças com necessidades especiais sem
criar um vínculo afetivo, principalmente nos dias atuais onde na maioria das
vezes a família não possui uma base sólida para a construção afetiva da
criança.
O educador precisa ficar atento ao nível de desenvolvimento das
crianças. Um bom relacionamento dentro da sala de aula gera um ambiente
agradável à aprendizagem.
Percebe-se que saber ouvir, orientar e compreender a criança é
conceitos essenciais para a professora das crianças com necessidades
especiais.
37
CONSIDERAÇAÕES FINAIS
A afetividade é o melhor caminho para a aprendizagem dentro da sala
de aula, proporcionando um melhor desenvolvimento cognitivo, mental e
emocional da criança.
Com o passar dos séculos o ser humano evolui, adquiriu novas
necessidades e criou novas tecnologias para supri-las. Junto com a tecnologia
veioa globalização, a comunicação via internet, a competitividade, o
individualismo. Enquanto isso as pessoas ficam cada vez com menos tempo de
se relacionarem. Os diálogos, os contatos diretos se distanciam.
As crianças com necessidades especiais estão inseridas nesse contexto,
sofrem mais com a ausência do contato físico até mesmo de outras crianças,
ditas “normais”, pois a mesmas se envolvem com a “tão moderna” maneira de
se relacionar.
A criança com necessidades especiais chega à escola trás consigo uma
enorme dificuldade em se relacionar, muitas vezes problemas relacionados à
afetividade, ao estado físico, neurológico e outros. Ela cria obstáculos de
socialização entre as demais crianças.
O educador nesse processo deve ser compreensivo, sensível e com
muita habilidade procurar orientar o aluno nas relações que a integra no meio
escolar. O carinho, a paciência são dois instrumentos para que a criança sinta
liberdade de interagir, aprender e conviver com os demais.
O aspecto social nunca deve ser separado do aspecto orgânico, pois
estão interligados no processo de amadurecimento das habilidades humanas.
Desde o nascimento, a criança se torna dependente do meio para sobreviver e
fortalecer suas estruturas orgânicas e desenvolver suas identidades afetivas,
sociais e intelectuais.
De acordo com a pesquisa entende-seque a primeira formação de toda
criança seja a família, a criança é um ser que traz uma enorme bagagem de
conhecimento da sua família e na escola ela desenvolver as habilidades de
interação com o meio e busca a estruturação do ser como um todo
38
Vários autores como Wallon e Vygostsky, enfocaram a afetividade
comprincipal instrumento da socialização.
Educar é um ato dededicação e carinho e, exige tempo, disponibilidade,
é preciso que alguém se disponha a media o conhecimento da situação em que
a criança está vivendo e o que é possível fazer da forma mais adequada para o
seu crescimento.
O estado psicológico do educador deve ser equilibrado principalmente
na educação especial, onde o mesmo tem consciência da capacidade de
transmitir seus sentimentos, características e frustações para as crianças e
saiba lidar com suas próprias frustações.
Percebe-se que saber ouvir, orientar e compreender a criança é
conceitos essenciais para educador. È por meio da construção afetiva que o
educador contribuirá para o desenvolvimento sócio emocional da criança na
educação especial.
39
BIBLIOGRAFIA:
ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. Campinas – SP. Papirus, 2001
ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Bartira, 1995.
ANDRIOLA, Wagner Bandeira e CAVALCANTE, Luanna Rodrigues. Avaliação da depressão infantil em alunos da pré-escola – Psicologia. Reflexão e Crítica, 1999 – Scielo Brasil Disponível em: www psique com br/depressão infantil.
BAQUERO, Ricardo. Vigotsky e a aprendizagem escolar. Tradução: Camila Machado da Costa- Rio de Janeiro: Nova Era 1998.
CAVALCANTE. Meire. Educação dos sentidos: como criar uma escola acolhedora. Inrevista nova escola, março 2005 São Paulo, edição 180.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática EDUCATIVA. São Paulo: Paz e Terra, 1996
GALVÃO, Izabel – Revista Criança da Secretaria de Educação, São Paulo – MEC v. 33
GALVÃO, Izabel, Henri WALLON: Psicologiado Desenvolvimento Infantil. Rio de Janeiro. Ed. Vozes - 2008
LAKATOS, EVA Maria e MARCANI, Marina de Andrade. Técnicas de Pesquisas. São Paulo: Cortez e UNESCO, 1999
40
ANEXOS
Prezada professora,
Eu, Lucinda Francisca de Souza Oliveira, concluinte da Pós – graduação “Lato
Sensu “da AVM - Universidade Cândido Mendes, venho pedir a sua
contribuição respondendo a este questionário com intuito de colher dados para
o meu tralhado de pesquisa. Os questionamentos abaixo forma formulados a
partir do tema: A importância da afetividade no processo de desenvolvimento
sócio-emocional da criança com necessidade especial. Desde já agradeço a
sua colaboração, lembrando que a sua identificação não será necessária.
1. Dados do profissional
Idade:________________________________________________
Sexo:_________________________________________________
Formação:____________________________________________
Tempo de atuação com crianças especiais:__________________
2. Questionamentos:
I. Através da afetividade do (a) professor (a) consegue resolver conflitos
ou problemas disciplinares?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
II. Os problemas emocionais, você como educador (a) é capaz de
identificar em seus alunos?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
III. Você concorda com a seguinte afirmativa: A família é responsável pelo
processo sócio-emocional do indivíduo, mas é no âmbito escolar que
esta construção é evidente.
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
IV. A falta de afeto do professor (a) pode causar transtornos emocionais nos
alunos?
41
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
V. Os novos conhecimentos vão sendo adquiridos através da afetividade
entre professor(a) e aluno?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
VI. Os alunos do ensino especial devem perceber a afetividadedo professor
(a)?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
VII. O professor (a) afetuoso (a) é pertinente somente no Ensino Especial?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
VIII. No ensino Especial o (a) professor (a) que ignora os sentimentos dos
alunos é capaz depromover a aprendizagem?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
IX. Com o (a) professor (a) afetuoso (a) que a criança possui ela tem amis
facilidade de integrar-se ao meio?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca
X. Problemas emocionais dos alunos cabe ao(a)professor (a) resolver?
( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca