documento protegido pela lei de direito autoral · refletindo sobre que condições que são...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Diversos olhares
LUIZA HELENA DE SANT’ANNA COSTA
Prof.ª Orientadora: Ms. Narcisa Mello
SÃO GONÇALO
2014
DOCU
MENTO
PRO
TEGID
O PEL
A LE
I DE D
IREIT
O AUTO
RAL
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Diversos olhares
LUIZA HELENA DE SANT’ANNA COSTA
Monografia apresentada, ao Instituto A vez do Mestre, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Educação Infantil e desenvolvimento.
Orientador: Ms. Narcisa Mello
SÃO GONÇALO
2014
3
Agradeço em especial a Deus pelo dom da vida e a minha família pelo incentivo. Meus agradecimentos sinceros, aos meus alunos que me proporcionaram a curiosidade necessária para buscar novos horizontes.
4
EPÍGRAFE
Lili inventa o Mundo
Lili vive no mundo do faz de conta.
Faz de conta que isto é um avião. Zzzzzuum.
Depois aterrissou em um pique e virou um trem.
Tuc tuc tuc...
Entrou pelo túnel, chispando.
Mas debaixo da mesa havia bandidos.
Pum! Pum! Pum! Pum!
O trem descarrilou. E o mocinho? Meu Deus!
No auge da confusão, levaram Lili para a cama, à força.
E o trem ficou tristemente derrubado no chão,
Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.
(Mário Quintana)
5
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo, verificar a existência ou não de benefícios no ato de brincar para a aprendizagem dos alunos de instituições pré-escolares. Investigando na História a relação das brincadeiras infantis com as diversas concepções de infância ao longo do tempo, traçando um paralelo entre o ideal e o real, refletindo sobre que condições que são favoráveis a introdução do brincar como aliado dos objetivos pedagógicos do currículo infantil, analisando na legislação a garantia do direito da criança de 0 a 6 anos a educação e cuidado. Destacando os principais autores, que defendem as brincadeiras livre e dirigida nas escolas como forma de aprender prazerosamente. E por fim, pesquisando formas de aliar corretamente a brincadeira à rotina de aprendizagem das crianças nos espaços escolares infantis. Chegando a conclusão de que a escola, como complemento da ação da família, deve proporcionar aos alunos a maior variedade de experiências possíveis através do lúdico. Mas antes de tudo, este trabalho visa defender o direito da criança com menos de seis anos a uma educação sistematizada e de qualidade, visa contribuir para um novo olhar sobre a infância em direção a uma Pedagogia da Educação Infantil.
6
METODOLOGIA
Os instrumentos utilizados para auxiliar na realização da pesquisa, serão exclusivamente
documentos oficiais e uma vasta bibliografia que trata do assunto, pois através da
reflexão das ideias de autores como Piaget, Vygotsky, Froebel, Kishimoto, Oliveira e
entre outros . E dos olhares dos mesmos, acerca da importância do lúdico nos espaços
pré-escolares, pude corroborar com os dados empíricos colhidos nos documentos
citados.
7
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS Art. - Artigo DCNEI - Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. RECNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
8
O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: DIVERSOS OLHARES.
INTRODUÇÃO
Por que a brincadeira?..................................................................................................09
CAPÍTULO I
1- História do brincar ou o brincar na História............................................................12
1.1 - Justificando a brincadeira de forma geral............................................................16
1.2 - O direito a brincadeira.........................................................................................19
CAPÍTULO II
1 - Objetivo do brincar dirigido nas escolas................................................................,23
2 - Em defesa do brincar livre nas escolas....................................................................26
CAPÍTULO III
1 - Brincar é uma necessidade da criança pequena e consequentemente da Educação
Infantil..........................................................................................................................28
CONCLUSÃO.............................................................................................................35
BIBLIORAFIA...........................................................................................................37
WEBGRAFIA.............................................................................................................40
ANEXOS.....................................................................................................................41
9
INTRODUÇÃO
Por que a brincadeira?
O brincar na Educação Infantil é um tema de pesquisa relativamente novo, porém muito
rico em especificidades que devem ser desvendadas pelos educadores que atuam neste
segmento.
Neste trabalho, pretende-se fazer uma contribuição ainda que breve para a análise deste
tópico e acima de tudo defender o direito da criança pequena ao brincar; tanto dentro,
como fora da escola e respaldá-lo cientificamente com vistas a uma melhor qualidade na
Educação Infantil.
A questão central deste trabalho é a forma como a brincadeira se desenvolve na escola,
sabe-se que o ato de brincar tanto livremente como sob orientação direta do professor é
algo intrínseco à aprendizagem infantil nos espaços pré-escolares, porém sob que
circunstâncias essas brincadeiras são realizadas? Que benefícios reais as crianças, bem
como o educador estão recebendo ao dedicar seu tempo às atividades lúdicas? E quais
os principais objetivos do brincar nos espaços escolares?
Nesse sentido, este estudo é de suma importância para elucidar essas questões. Como
aponta Wajskop (2012), pois se debruçando sobre os autores que descrevem o tema
como “um fenômeno infantil e fato sociocultural”, podemos compreendê-lo melhor.
É, portanto, objetivo geral dessa pesquisa desvelar as resistências à brincadeira como
fonte primeira de aprendizagem pelas crianças na Educação Infantil, além de, identificar
os principais benefícios das brincadeiras livre e dirigida nas escolas e propor
alternativas para aliar a brincadeira à rotina de aprendizagem das crianças nos espaços
infantis.
A Educação Infantil, em comparação com o ensino fundamental no Brasil, tem sido
alvo de pesquisas muito recentemente (aproximadamente a partir da década de 70) e
10
junto com essa atenção do meio acadêmico, pelo desenvolvimento e aprendizagem dos
pequenos,veio à defesa do ato de brincar aliado à aprendizagem.
Autores como Piaget, Luria, Vygotsky, Froebel, Kishimoto e Oliveira têm defendido o
tempo e o espaço para as brincadeiras infantis, mas na prática isso não é bem
compreendido, pois muitos educadores enxergam o momento de brincadeira dos
pequenos, como um tempo de não intervenção e não se apropriam dos saberes que ali
emergem.
Visto que o ato de brincar é muitas vezes mal aproveitado nas unidades de Educação
Infantil, consideramos que uma reflexão, sobre a teoria e a prática que os envolvem
podem ajudar na melhora da qualidade da Educação Básica.
Este estudo foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, essa pesquisa foi
efetivada no período de janeiro do ano de dois mil e treze a janeiro do ano seguinte.
Essa pesquisa, foi organizada em três capítulos e em cada um deles explanou-se sobre a
razão pela qual as brincadeiras infantis, devem ocupar um lugar privilegiado no
planejamento e nas ações das Unidades de Educação Infantil.
O primeiro capítulo trata do brincar na história. Uns dos principais brinquedos e
brincadeiras dos povos antigos tratam das diferentes concepções e conceitos de infância,
ao longo do tempo. Também nele descrevem-se as características que diferenciam jogo,
brinquedo e brincadeira para melhor compreensão das esferas de ludicidade adotadas
nas escolas. Além de observar, como através de leis e decretos o país tem progredido
grandemente na tarefa de proporcionar aos pequenos, a garantia do direito a educação e
cuidado, tendo as unidades de Educação Infantil o objetivo de complementar a ação da
família, na aprendizagem das crianças de 0a 5 anos.
No capítulo posterior, revisamos os principais autores que recomendam o uso de
brincadeiras e jogos educativos na pré-escola. Como forma não só de tornar a
aprendizagem mais prazerosa, como também de tornar a própria prática pedagógica
mais condizente com especificidades, que a clientela exige, ressaltando a importância da
11
interferência correta do professor nas brincadeiras infantis. E também expor,
argumentos de que a brincadeira livre precisa ser mais bem explorada nas escolas, pois
se constitui de uma fonte de subsídios que auxiliam na compreensão da forma como as
crianças interagem, entre si e entre o que acontece ao seu redor.
No terceiro e último capítulo, discorremos sobre a aptidão natural das crianças no uso
da brincadeira como fonte primeira de aquisição de conhecimentos, salientando que a
qualidade e a versatilidade com que esses conhecimentos serão adquiridos pelas
crianças, cabem geralmente ao adulto, pois é ele que dá a conhecer a sua cultura ás
gerações futuras, e em circunstâncias onde a família e a comunidade estejam impedidas
de desempenhar esse papel, o mesmo acaba sendo desenvolvido pela escola.
12
Capítulo I
1-HISTÓRIA DO BRINCAR OU O BRINCAR NA
HISTÓRIA
De acordo com a história; na Antiguidade as crianças não eram tidas como indivíduos
muito importante na sociedade, tampouco suas atividades eram foco de interesse dos
adultos, assim como suas brincadeiras.Portanto, não existem muitos registros de como
as crianças, exerciam sua aptidão natural para recrear-se e consequentemente aprender
sobre o mundo a sua volta.
Até a Idade Média, segundo Áries (1981) a criança era tida como um adulto em
miniatura. Participando de todas as atividades, das demais pessoas de sua comunidade
(fossem elas próprias ou impróprias para crianças em nosso conceito atual).
Existem registros de que os brinquedos já existiam no Oriente, não com as
características que conhecemos hoje, mas com usos que eram pertinentes à época, eles
faziam parte do cotidiano dos adultos e foram paulatinamente incorporados ao universo
infantil, como o cubo e o pião que eram usados em cerimônias de adivinhação do
futuro, pelos povos da Índia, do Egito e da Pérsia.
Já o dominó, nada mais é do que uma planificação dos dados usados nos jogos de sorte
e azar, criados pelos chineses que chegaram ao Brasil, pela mão dos portugueses
tornando-se um passatempo, muito apreciado no país.
Outro brinquedo de origem oriental é a pipa, também criada pelos chineses a princípio
como um sinalizador militar ou ainda com um significado religioso, como objeto capaz
de espantar maus espíritos.
Entre os brinquedos mais antigos de que se tem notícia está à bola, utilizada pelos povos
da China, Japão e posteriormente da Grécia e de Roma, era um objeto de uso esportivo.
Outro brinquedo que perpassou séculos e séculos é a boneca, símbolo da inocência
feminina inicialmente, era utilizado por ambos os sexos, pois naquela época ainda não
existia o pensamento sexista; inicialmente era confeccionada com diversos materiais
13
tais como madeira, argila, palha e espiga de milho. Existem relatos de bonecas,
encontradas nos túmulos das crianças do Antigo Egito, na Grécia Antiga e em Roma.
Já no Ocidente, não existem muitos registros específicos das brincadeiras infantis, o que
se sabe é que a maioria dos brinquedos foi trazida pelos povos do Oriente, durante
algumas guerras, onde os povos conquistados eram obrigados a incorporar a cultura de
seus conquistadores. (vide anexo)
Porém, sabe-se que o conceito de criança e brincadeira que conhecemos hoje, começou
a se delinear com o advento da Revolução Francesa, se estabelecendo com a Revolução
Industrial, onde a burguesia entendia o infante como “alguém a ser preparado para
algo”.
“As instituições pré-escolares nasceram no século XVIII em resposta à situação de pobreza, abandono e maus-tratos de crianças pequenas cujos pais trabalhavam em fábricas, fundições e minas criadas pela Revolução Industrial que se implantava na Europa Ocidental.” (OLIVEIRA, 2010, p.14)
Esse novo modo de enxergar “o adulto em formação” transportou as crianças de modo
geral para outra realidade, para outro patamar, pois a sociedade era em sua grande parte
agrícola, e com isso passou paulatinamente e intensivamente para o que viria a ser um
mundo essencialmente urbano.
Desde a segunda metade do século XIX, os países mais desenvolvidos vinham cuidando da implantação definitiva da escola pública, universal e gratuita. De fato, esse século se caracterizou, quanto à educação, pela acentuada tendência do Estado de agir como educador. É que as exigências da sociedade industrial impunham modificações profundas na forma de se encarar a educação e, em consequência, na atuação do Estado, como responsável pela educação do povo. As mudanças introduzidas nas relações de produção e, sobretudo, a concentração cada vez mais ampla de população em centros urbanos tornaram imperiosa a necessidade de eliminar o analfabetismo e dar um mínimo de qualificação para o trabalho a um máximo de pessoas. (ROMANELLI, 2013, p.62)
E a forma da criança relacionar-se com o mundo, através de jogos e brincadeiras foram
sofrendo alterações (conscientes e inconscientes), vindo a constituir-se como
conhecemos hoje.
14
Segundo Bem e Tavares (2001), ainda no século XV, “os artistas da época retratavam as
crianças brincando, especialmente com brinquedos como cavalo de pau, cata-vento e
pássaros de estimação.”
No Brasil, as brincadeiras e brinquedos tradicionais e folclóricos são contribuições das
três matrizes étnicas, que compõem nossa população, durante os tempos da colonização
portuguesa.
Segundo Cascudo (1984) e Kishimoto (1999 e 2003), os jogos tradicionais infantis fazem parte da cultura popular, expressam a produção espiritual de um povo em uma determinada época histórica, são transmitidos pela oralidade e sempre estão em transformação, incorporando as criações anônimas de geração para geração. Ligados ao folclore, possuem as características de anonimato, tradicionalidade, transmissão oral, conservação e mudança. As brincadeiras tradicionais possuem, enquanto manifestações da cultura popular, a função de perpetuar a cultura infantil e desenvolver a convivência social.”(BERNARDES,2005, p.543...)
São considerados brinquedos e brincadeiras tradicionais no Brasil: o bodoque
(estilingue), o pião, a amarelinha, a cabra-cega, a pipa, a boneca no faz de conta que são
de origem européia. Já o arco e flecha, o tacape, os jogos de imitação, a cama de gato
(brincadeira do elástico) e a peteca são de origem indígena.
Infelizmente, não existem muitos registros que nos mostrem a efetiva contribuição dos
africanos nos brinquedos e brincadeiras tradicionais brasileiros, até pela forma com que
a sua inserção se deu em nossa cultura através da escravidão, e uma vez que suas
tradições culturais eram passadas principalmente pela oralidade, as novas gerações,
entretanto, podem elencar como brincadeira africana que foi trazida para o Brasil a
mancala, além de outras que detêm características da cultura popular africana são elas: a
batata –quente, escravos de Jó, capitão do mato ou bandeiras, também conhecida como
polícia e ladrão, chicotinho - queimado e o jogo barra-manteiga. (FILHO, 2010)
Como aponta Kramer (2006), ao longo do tempo existem várias formas de se conceber a
criança, primeiro “como um ser sem alma, passando a um adulto em miniatura, em
seguida um ser inocente como uma folha em branco, em um sujeito em
desenvolvimento e por último em um sujeito de direitos.”
15
Esse crescente interesse pela infância e pelo desenvolvimento infantil, proporcionou a
criança, um lugar de destaque na sociedade e no ambiente acadêmico. Estudiosos como
Jean Piaget, Sigmund Freud, Phillippe Áries entre outros somaram grandes
contribuições para a forma como entendemos a criança hoje.
E também, a forma com que entendemos a brincadeira, como característica do cotidiano
infantil, não como passatempo ou forma de recreação, mas como uma forma específica
e bem elaborada de aprender, compreender e contextualizar um ambiente, a cultura, a
própria língua e etc.
16
1.1 - Justificando a brincadeira de forma geral.
Depois desse resumo histórico, podemos concluir que em praticamente todas as
sociedades (com maior ou menor intensidade) a brincadeira, pode ser observada como
parte integrante da infância.
‘‘Da mesma forma, se pode observar, que assim como a percepção de infância sofreu
modificações ao longo da história. Assim como afirma Bem & Tavares (2012), o ato de
brincar também se modificou substancialmente.”
Atualmente, o entendimento de que o brincar é característica estrutural da infância é
recorrente, e não só o brincar é altamente estimulado pelos estudiosos, como também
todas as demais atividades lúdicas presentes na cultura infantil, como o canto, a dança, a
dramatização, as artes (pintura, recorte, colagem, modelagem etc).
Estudos recentes apontam para várias vantagens de uma vida lúdica rica para o
desenvolvimento global das crianças, entretanto, tão importante quanto o entendimento
da importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil, como forma de auxílio
na construção do pensamento, na aquisição de conhecimentos, nas habilidades afetivas e
sociais, na conquista da dimensão simbólica do pensamento,Também é importante para
entender as diferenças entre as três esferas do brincar (KISHIMOTO, 2008), ou seja,
estabelecer os conceitos de jogo, brinquedo e brincadeira.
Um jogo pressupõe geralmente, a necessidade de duas ou mais pessoas, algumas regras
para validação e a existência ou não de algum material concreto, como os jogos de par
ou ímpar ou xadrez.
Ainda sobre o jogo, segundo Elkonin (2010), existe uma particularidade importante “ao
jogar a criança desenvolve conhecimentos importantes, pois exerce ações e papéis
sociais diferentes, além de estabelecer novas realidades e formas de se relacionar com o
outro.”
Um brinquedo é um objeto, que tem a finalidade propiciar uma brincadeira, todavia,
através do jogo sócio dramático as crianças demonstram ter a incrível capacidade de
17
fazer de conta, ou seja, elas têm por hábito fazer qualquer material transformar-se em
brinquedo, como um graveto que pode se tornar uma varinha mágica.
Ainda sobre o brinquedo, segundo Fantacholi (2009), a brincadeira de faz de conta
constitui em uma ação privilegiada no papel de brinquedo infantil, uma vez que, através
dele a criança tem a oportunidade de experimentar comportamentos, além de seus
comportamentos habituais, experimentando um salto de desenvolvimento pela
brincadeira.
Já a brincadeira é o ato de brincar em si, que pode englobar um jogo ou um brinquedo,
como também outras esferas de ludicidade como citadas acima.
De acordo com Kishimoto:“... para a criança em idade escolar, o brinquedo é uma coisa
muito séria, pois ela não separa a situação imaginária do real.” (Kishimoto, 2008, p. 62)
Para Vygotsky, “a imaginação em ação é a primeira possibilidade de ação da criança
numa esfera cognitiva que lhe permite ultrapassar a dimensão perceptiva motora do
comportamento.” (KISHIMOTO, 2008)
Segundo Piaget, a representação em atos, através do jogo simbólico, a primeira
possibilidade de pensamento propriamente dito, marcando a passagem de uma
inteligência sensório - motora para uma inteligência representativa pré - operatória.
(KISHIMOTO, 2008)
Sendo assim, entende-se que não só o jogo, o brinquedo e a brincadeira devem ser
valorizados durante a infância, como também as outras esferas da ludicidade para que o
indivíduo possa ampliar seus conhecimentos satisfatoriamente, em busca da autonomia
e da realização pessoal.
Segundo o RCNEI, em suas brincadeiras as crianças transformam os conhecimentos que
já possuem em conceitos gerais, esses conhecimentos provêm de suas experiências
fragmentadas que durante o ato de brincar, se tornam experiências significativas.
(BRASIL, 1998)
Uma vez que já descrevemos os principais conceitos ligados ao ato de brincar, iremos
descrever criteriosamente e defender academicamente os benefícios da atividade lúdica,
como propiciadora de aprendizagem nas escolas.
18
De acordo com Fantacholi (2009), as brincadeiras infantis propiciam ao organismo o
conhecimento do próprio corpo e do corpo do outro, através primeiramente dos órgãos
dos sentidos, os pequenos desenvolvem as chamadas inteligências práticas no período
sensório-motor.
Para ela, o brincar é importante no desenvolvimento dos pequenos, porque estabelece
sempre desafios, pois à medida que a criança cresce vão conhecendo jogos e
brincadeiras cada vez mais elaborados, de acordo com as faixas etárias, eles vão
aumentando de complexidade gradativamente, começando de jogos estritamente
sensoriais até os que exigem pensamento exclusivamente abstrato.
Através da brincadeira, os sete eixos presentes nessa corrente de pensamento são
trabalhados concomitantemente: coordenação motora, esquema corporal, equilíbrio,
organização espaço- temporal, ritmo, lateralidade e percepção.
Uma vez que já conceituamos, o principal eixo componente do lúdico na infância pode
de modo mais coerente, demonstrar sob que parâmetros a brincadeira, é entendida,
como principal fonte de aprendizagem na pré-escola.
De acordo com Antunes (2009), “tanto através de tarefas que envolvem o lúdico como
das que não envolvem acontece à aprendizagem, a diferença está em que a segunda
alternativa é menos prazerosa e mais mecânica.”
Segundo o mesmo autor, houve um período, em que o tempo destinado a brincadeira e o
tempo destinado a aprendizagem, eram muito distantes na escola, não se compreendia
que os dois momentos, podiam ocorrer simultaneamente.
19
1.2- O direito a brincadeira.
É difícil estabelecer um perfil específico, para as crianças que frequentam a pré-escola
no Brasil, justamente pela heterogeneidade que compõe o nosso país.
É muito grande a diversidade da clientela, em idade pré-escolar tanto cultural como
socialmente.
Como dissemos anteriormente, foi a partir da década de 1970 que a Educação Infantil
começou a definir seu papel dentro da Educação Básica, tanto que as principais leis que
tratam da Infância, foram desenvolvidas a partir deste período com a Constituição da
República Federativa do Brasil (1988), a Lei do Estatuto da Criança e do Adolescente
(1990), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), além da Emenda
Constitucional nº 59 que prevê a obrigatoriedade do ensino para crianças e jovens de 04
a 17 anos (2009), bem como os principais documentos oficiais: Referencial curricular
nacional para a educação infantil (1998), Diretrizes curriculares nacionais para a
educação infantil (1999),Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das
crianças de 0 a 6 anos à educação (2006).
Desde a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, compreende-
se que “cabe prioritariamente aos municípios à oferta de vagas no ensino fundamental e
na educação infantil”, porém pela demanda efetivamente maior o que se observa é a
expansão das redes de ensino fundamental alcançando níveis muito maiores do que os
das redes municipais de Educação Infantil. (BRASIL, 1988)
Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, houve um significativo avanço
nas políticas de proteção aos pequenos, bem como na fiscalização da promoção de seus
direitos, nele fica assegurado ao menor durante o processo educacional o respeito aos
seus valores culturais e contexto social favorecendo, portanto, a uma proposta
pedagógica voltada para os interesses das crianças, ou seja, a exploração do ambiente
por meio das brincadeiras, principalmente do faz-de-conta.
No art. 58: O processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. (BRASIL, 1990)
20
Para muitos autores, os idealizadores da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, foram muito genéricos ao tratar da educação das crianças de 0 a 6 anos de
idade, deixando inúmeras brechas para interpretações errôneas da lei, porém para um
pesquisador atento voltado para o prisma do brincar, o trecho abaixo consiste em um
tópico muito interessante:
Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico,psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.( Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996)
Quando o documento finaliza dando a Educação Infantil, a meta de complementar a
ação da família e da comunidade permite ao leitor,o professor e o pesquisador do
lúdico como forma principal de aprendizagem pré-escolar, a certeza de que é
incumbência da escola propiciar ao educando todo tipo de experiência lúdica ,que lhe
for possível, sobretudo aquelas a que normalmente não teria acesso em seu local de
origem.
Já a Emenda Constitucional nº 59, constitui-se em um grande passo na proposta de
efetivar os direitos fundamentais da criança pequena, tornando a sua matrícula
obrigatória nos estabelecimentos de ensino, tornando os municípios de fato responsáveis
pela demanda da população entre 04 e 05 anos, além de prever sua incorporação nos
programas de distribuição de recursos públicos, demonstrando a intenção de oferecer
uma educação básica de qualidade à sociedade.
“Art. 208. I- educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete)
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não
tiveram acesso na idade própria;”
Mais uma vez no RCNEI, há a orientação da dedicação de uma parte do tempo
destinado às atividades permanentes de educação dos pequenos, as brincadeiras livre e
dirigida pelo educador, nos espaços externos e internos das instituições, igualmente
distribuído entre outras atividades vistas como “mais pedagógicas.”
21
Consideram-se atividades permanentes, entre outras:
• brincadeiras no espaço interno e externo;
• roda de história;
• roda de conversas;
• ateliês ou oficinas de desenho, pintura, modelagem e música;
• atividades diversificadas ou ambientes organizados por temas ou materiais à escolha
da criança, incluindo momentos para que as crianças possam ficar sozinhas se assim o
desejarem;
• cuidados com o corpo.
Nas DCNEI, observa-se que a orientação oficial é aliar os conhecimentos previstos nos
currículos com as esferas de ludicidade como forma de transformar o aprendizado em
algo prazeroso.
Este é, pois o grande desafio que se coloca para a Educação Infantil: que ela constitua um espaço e um tempo em que, de 0 a 3 anos haja uma articulação de políticas sociais, que lideradas pela educação, integrem desenvolvimento com vida individual , social e cultural, num ambiente onde as formas de expressão, dentre elas a linguagem verbal e corporal ocupem lugar privilegiado, num contexto de jogos e brincadeiras, onde famílias e as equipes das creches convivam intensa e construtivamente, cuidando e educando. E que, para as dos 4 aos 6 anos, haja uma progressiva e prazerosa articulação das atividades de comunicação e ludicidade, com o ambiente escolarizado, no qual desenvolvimento, socialização e constituição de identidades singulares, afirmativas, protagonistas das próprias ações, possam relacionar-se, gradualmente, com ambientes distintos dos da família, na transição para a Educação Fundamental.(BRASIL,1999,p: 07)
No documento elaborado pelo Ministério da Educação chamado Política Nacional de
Educação Infantil: pelo direito das crianças de 0 a 6 anos à educação também existe a
referência ao brinca,r como ferramenta do processo de aprendizagem, orientando que :
O processo pedagógico deve considerar as crianças em sua totalidade, observando suas especificidades, as diferenças entre elas e sua forma privilegiada de conhecer o mundo por meio do brincar. (BRASIL, 2006, p:17)
22
Visto isso, pode-se compreender que o direito a brincadeira e o bom uso do tempo
dedicado a ela, nos espaços escolares de Educação Infantil, estão assegurados
oficialmente, faltando somente, portanto que seja implantado e fiscalizado efetivamente
nas escolas.
23
Capítulo II
1- OBJETIVO DO BRINCAR DIRIGIDO NAS ESCOLAS.
Como já dissemos anteriormente, no passado os momentos de brincar e estudar na
pré-escola eram visível e propositalmente estanques, pois não se acreditava
verdadeiramente que brincando as crianças, aprendiam muito mais sobre o que
existe a sua volta, do que fazendo exercícios mimeografados e estéreis, totalmente
carentes de significação.
A partir de estudos de pesquisadores como Froebel, Montessori e Decroly, foi-se
alterando essa percepção docente e se introduzindo a brincadeira no currículo por
assim dizer. Um dos principais defensores e pesquisadores do desenvolvimento
infantil foi o pedagogo Froebel que “ajudou a romper com a educação verbal e
tradicionalista de sua época, propondo uma educação mais sensorial com o uso de
materiais tanto lúdicos, como didáticos que ajudariam as crianças a saciarem seus
“instintos infantis” estabeleceu em seus Kindergartens diversos brinquedos e jogos
chamados de prendas e ocupações, como forma de otimizar a aprendizagem de seus
pequenos, bem como aproximar-lhes da rotina doméstica. (WAJSKOP, 2012)
As prendas eram materiais que não mudavam de forma como cubos, cilindros, bastões e lápides que eram usadas pelas crianças como forma de se relacionar com a realidade e a natureza. Já as ocupações eram materiais que tinham diversos usos como argila, areia, papel com elas as crianças faziam diversas atividades de artes plásticas. Discípulo de Pestalozzi, ele era totalmente contra métodos mecânicos e padronizados de aprendizagem, bem como a alfabetização precoce da criança. (Oliveira, 2010)
Ainda sobre Froebel, destacamos em sua teoria a ideias totalmente advindas da
prática, sua preocupação com o desenvolvimento global do individuo e o respeito às
expressões infantis. (Arce, 2002)
Enfim, quando se fala em brincadeira dirigida e/ ou educativa na pré-escola deve-se
ter em mente também a concepção pedagógica que norteia a mesma, pois em uma
instituição que segue a pedagogia tradicional, as brincadeiras não privilegiam a
interação entre os pares. Já em uma instituição progressista, não haverá espaço para
atividades que não incentivem o pensamento reflexivo e a solução de problemas.
24
Sendo assim, observamos que as propostas de brincadeiras de cunho pedagógico
deverão sistematicamente seguir a concepção pedagógica adotada por cada
instituição. Segundo Oliveira: “Cada educador deveria refletir sobre como
determinadas concepções de desenvolvimento guiam, de modo consciente ou não, a
organização que ele faz do ambiente de seus alunos.” (Elkonin apud Oliveira, 2010,
p. 20).
Outra característica importante da brincadeira dirigida é a necessidade de
organização prévia do espaço, de materiais e do tempo necessários, todos esses
fatores têm que fazer parte do planejamento do professor, pois geralmente exercem
enorme influência no desenvolvimento, e no êxito da habilidade e do tema que se
pretende ensinar.
Lembrando que um dos principais benefícios do uso do lúdico, nos processos de
ensino é a possibilidade de exercer uma aprendizagem experiencial e, portanto
significativa.
Também é característica da brincadeira dirigida, à interferência constante do
educador para que os alunos não percam o foco, ou seja, para garantir a
aprendizagem.
Entretanto, nem sempre o adulto age para interromper a brincadeira, podendo interferir para garantir sua continuidade, quando percebe que as crianças precisam de um conhecimento especifico para que a brincadeira possa prosseguir, seja procurando um objeto perdido, ensinando a subir ou descer os degraus de uma escada, ou a construir e empinar pipas.” (OLIVEIRA, 2010, p.48)
Por fim, destacamos como característica maior o elemento pedagógico da
brincadeira dirigida, não estamos dizendo aqui que toda brincadeira dirigida deve
prioritariamente conter um tópico do currículo a ser desenvolvido, mas sim que toda
brincadeira dirigida é pedagógica por si só, pois através das propostas e
interferências do professor as habilidades físicas e sociais são adquiridas.
Entretanto, infelizmente existem algumas práticas que privilegiam o uso de
materiais didáticos e brinquedos, como forma de seduzir o aluno para aproximá-lo
do conteúdo programático, que se pretende ensinar. Nelas, o aluno não tem papel
25
ativo, não possui iniciativa nenhuma, cabendo ao professor despistá-la da falta de
espontaneidade do ato em prol de objetivo escolarizante. (Wajskop, 2012)
Por isso, também é importante destacar o brinquedo educativo, no tempo do
Renascimento, porém ganhou expressão com a expansão da educação infantil
durante o século XX.
Entendido como recurso que ensina, desenvolve e educa de forma prazerosa, o brinquedo educativo se materializa no quebra-cabeças,”nos jogos de tabuleiro, encaixe. Seu uso consciente promove situações de ensino - aprendizagem que desencadeiam processos interativos de cognição, afetividade e percepção. (KISHIMOTO, 2008)
O centro da discussão não se encontra no uso de jogos educativos, mas nas
concepções pedagógicas incorretas e por vezes não conscientes que o acompanham.
Portanto, o brincar utilizado como recurso pedagógico não deve ser dissociado da atividade lúdica que o compõe, sob o risco de descaracterizar-se, afinal, a vida escolar regida por normas e tempos determinados, por si só já favorece este mesmo processo, fazendo do brincar na escola um brincar diferente das outras ocasiões. (FANTACHOLI, 2009, p: 09)
Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, durante as
atividades dirigidas o professor pode observar registrar e intervir nas situações no
momento em que elas acontecem ajudando o aluno, a estabelecer diversas hipóteses
de ação e reação as situações:
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem. A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças, oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacional infantis. Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (BRASIL, 1998, p. 28-29)
26
2-Em defesa do brincar livre.
Um dos mais importantes princípios existentes na teoria elaborada por Froebel é a
“auto-atividade livre”, nela segundo ele, a criança tem de ter a mente ativa e livre para
explorar, escolher, questionar e agir. Para ele na primeira infância, a aprendizagem
sempre deve partir dos conhecimentos que o indivíduo já possui princípio
posteriormente levantado por Vygotsky em seus estudos, sobre as zonas de
desenvolvimento real e proximal. (ARCE, 2002)
Quando as crianças brincam livremente, elas podem exercer o controle de situações que
geralmente são conduzidas pelos adultos, principalmente nas brincadeiras de faz-de-
conta, também conhecidas como brinquedo sócio-dramático.
Escolhendo o papel social que quer desempenhar a criança, passa de indivíduo passivo
que assiste com curiosidade as situações que o ambiente lhe providencia, para o de
individuo ativo, que conduz as situações de acordo com sua imaginação, preparando-se,
portanto para novas experiências e representações.
Durante a brincadeira livre a criança explora ao máximo sua capacidade de inovar, pois
usa tudo que já conhece como trampolim para novas experiências. A brincadeira é para
ela, ainda que inconscientemente, seu principal canal de comunicação com o mundo dos
adultos a sua volta. (KISHIMOTO, 2008)
Geralmente nas unidades de educação infantil a brincadeira livre, acontece nos espaços
externos, onde as crianças podem pegar um pouco de sol e respirar ar fresco, não raro
essas atividades, dispõem de um espaço de tempo igual ou maior que o utilizado nas
atividades em sala de aula e constituem em momento de descanso, pelo menos das
cordas vocais dos educadores.
Nesses espaços externos ocasionalmente existem áreas verdes, onde os pequenos podem
ter contato com areia, água e vegetação e podem explorar com curiosidade fenômenos
da natureza. Para Oliveira (2002), a desatenção do educando no momento da
27
brincadeira livre das crianças é um prejuízo sem dúvida para o enriquecimento das
práticas exercidas em sala de aula, pois durante estes momentos ocorrem interações
riquíssimas entre as crianças e o meio. Além de situações de faz-de-conta muito
elaboradas, que podem ser incentivadas no momento em que acontecem ou
posteriormente contextualizadas em sala de aula. (2002)
Para Froebel, “existem muitas ocasiões em que o adulto deve brincar junto com a
criança para auxiliá-la a manter o interesse vivo.” (ARCE, 2002, p. 61)
Um dos equívocos mais comuns em se tratando de educação infantil é a ideia de que
durante a brincadeira livre, o educador deve se manter distante, pelo contrário o mesmo
deve participar ativamente, incentivando, questionando e fornecendo apoio
incondicional ao aluno em suas experiências, pois somente assim os objetivos deste
momento serão alcançados, possibilitar ao aluno explorar ao máximo o ambiente e as
situações.
Para que os objetivos do brincar livre sejam cumpridos na pré-escola é importante que
todos os envolvidos no processo, tenham consciência de que existe um modo correto de
vivenciar a ludicidade na infância, de que brincar torna o ato de aprender mais
prazeroso, mas que não se trata apenas de lazer e nem tampouco apenas de
aprendizagem.
O momento do brincar livre deve ser entendido pelas crianças e pelo educador como
uma oportunidade de exercer o protagonismo, sendo espontâneo, criativo, expressivo e,
sobretudo feliz.
Brincar não é apenas ter um momento reservado para deixar a criança à vontade em um espaço com ou sem brinquedos e sim um momento que podemos ensinar e aprender muito com elas. A atividade lúdica permite que a criança se prepare para a vida, entre o mundo físico e social. Observamos, deste modo que a vida da criança gira em torno do brincar, é por essa razão que pedagogos têm utilizado a brincadeira na educação, por ser uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de construção de conhecimento. (FANTACHOLI, 2009, p. 10)
28
Capítulo III
1 - BRINCAR É UMA NECESSIDADE DA CRIANÇA E DA EDUCAÇÃO INFANTIL.
Atualmente, “o lúdico em suas mais diversas formas é em geral, incentivado na
sociedade. É aceitável que a brincadeira bem como, a frequência na escola constitui-se
em meios de formar um indivíduo globalmente equilibrado.” (BERNARDES, 2005, p:
43)
A brincadeira pode ser entendida, como forma primeira de contextualizar a criança, de
introduzi-la em seu meio social, pois as crianças ao reproduzirem as ações,
comportamentos e ofícios dos adultos passam a compreender melhor a comunidade que
as cerca. Além disso, através desse jogo sócio - dramático os pequenos, muitas vezes
travam contato com símbolos e significados que mais tarde serão úteis contribuições
para sua inserção no mundo letrado.
Ainda sobre o brincar nos espaços escolares, segundo Wallon (2011), a afetividade
durante o processo ensino-aprendizagem é um fator preponderante, podendo inclusive
determinar o sucesso ou fracasso do mesmo. Ele explica que as emoções têm um papel
crucial no desenvolvimento do ser humano, é por meio delas que primeiramente
expressamos nossos desejos e frustrações. Segundo ele, o modo como lidamos com
nossas emoções confere grande impacto na construção de nossa personalidade. Raiva,
alegria, medo e tristeza são sentimentos que interferem na relação da criança com o
meio e, consequentemente interferem na qualidade de sua aprendizagem.
Tendo como ponto central a teoria Walloniana, as brincadeiras no ambiente escolar
também têm a atribuição de ajudar a criança a se conhecer emocionalmente, pois em
suas brincadeiras principalmente de faz de conta, elas se sentem seguras para lidar com
situações e emoções com as quais ainda não consegue lidar totalmente. (SANTOS,
2011)
29
Neste sentido, entende-se que a brincadeira proporciona interações sociais e cognitivas
capazes de auxiliar na aprendizagem. A ludicidade, é uma necessidade do indivíduo em
crescimento e sua falta causam graves danos ao desenvolvimento global do mesmo,
uma vez que as relações interpessoais e trocas de experiências que ocorrem
naturalmente durante as brincadeiras, são responsáveis por fomentar importantes
habilidades sociais necessárias ao convívio em comunidade. A privação dessas
vivências infantis, pode acarretar no adulto uma postura desatenciosa, sem afetividade e
por vezes, de passividade ou agressividade.
O brincar torna-se necessidade na escola de Educação Infantil, na medida em que seus
efeitos socializadores e integradores são um dos principais objetivos do currículo pré-
escolar.
Em algumas comunidades por diversos fatores, a escola acaba sendo uma das únicas transmissoras da cultura popular, cabendo aos educadores dar a oportunidade aos alunos de vivenciar experiências, que suas gerações passadas experimentaram, resgatando um conhecimento lúdico, que corre o risco de se perder no tempo ao ceder lugar para os brinquedos e brincadeiras industrializados por assim dizer, pois através que algumas brincadeiras a criança recria e assimila interações humanas advindas de outros contextos históricos e culturais. (WAJSKOP, 2007, p.25)
Sem dúvida, uma criança residente de um centro urbano, em comunidades carentes, em
situação de risco não tem muitas opções ou espaços de lazer. Crianças cujos pais,
trabalham e ficam a maior parte do tempo aos cuidados de terceiros, não têm muito
incentivos ou estímulo afetivo/emocional para brincar. Por tudo isso a escola, como
instituição social, foi ainda que inconscientemente assumindo a tarefa de ser um lugar
acolhedor e seguro para a brincadeira acontecer.
Ainda segundo Wajskop (2012), a valorização do brincar na pré-escola deve ocorrer
pelos seguintes fatores: através das brincadeiras infantis, torna-se mais fácil verificar o
que as crianças já sabem e planejar ações que contribuam para novas aprendizagens, por
constituir-se em um espaço socializador, a escola proporciona novas relações afetivas
capazes de tornar os pequenos, mais autônomos e questionadores, as brincadeiras que
ocorrem na escola tanto as dirigidas como as livres tornam-se riquíssimas fontes de
30
registro e avaliação pelo professor, a organização de atividades lúdicas com viés
folclórico (cantos, danças, brincadeiras típicas da região) podem contribuir para a
aproximação entre família e a escola, entre outros.
Segundo Brougére (2012), “o brincar é uma aptidão natural das crianças, porém a
brincadeira tem que ser aprendida, ou seja, aprender-se a brincar. Nesse sentido, mais
uma vez, a escola pode ser elencada como instituição com papel social relevante na
aquisição de conhecimentos e habilidades a serem adquiridos através da brincadeira em
todas as suas esferas de ludicidade.”
Apesar do crescente uso de jogos e brincadeiras na sala de aula, algumas instituições
vão mais além e de acordo com a disponibilidade, adotam um espaço exclusivo para
brincadeiras, as chamadas brinquedotecas.
As brinquedotecas são geralmente um ambiente criado especialmente para promover a brincadeira livre e dirigida, visando proporcionar as crianças diversas oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem. Se bem usadas constituem-se em um ótimo instrumento pedagógico. Geralmente são organizadas por área de interesse: faz de conta ou dramatização, jogos de tabuleiro ou de construção, pintura ou artes plásticas, leitura e contação de histórias e até o uso de jogos de computador. É importante destacar que uma brinquedoteca instalada em uma creche, por exemplo, deve conter somente artefatos específicos da faixa etária dos pequenos. (FERREIRA, 2012)
Na área do faz de conta ou dramatização é interessante ter objetos diversos para
confecção de cenários, uma caixa com diversos fantoches e dedoches, diversas fantasias
e roupas, um espelho para que as crianças se vejam enquanto experimentam os adereços
e talvez um kit de maquiagem que seja específico para a pele infantil e não cause
alergias, além de um espaço para apresentações e para quem vai assistir.
A área de jogos de tabuleiro ou de construção deve conter mobília do tamanho dos
pequenos com prateleiras, além de cadeiras e mesas onde eles possam se agrupar em
duplas ou em grupos e jogar sem preocupações.
Já na área destinada a atividade de artes, deverá ter uma fonte de água para lavagem dos
materiais como pincéis, brochas, aquarelas, lápis de diversas cores, gizes de cera, tintas,
31
argila, papéis etc. Talvez uma caixa com sucata, possa auxiliar na confecção de peças de
arte.
A área de leitura e contação de histórias deve ser um espaço mais silencioso e tranquilo,
com estantes com diversos livros desde os emborrachados para os bebês, aos clássicos
infantis para as turmas maiores, pode conter áudio-livros e filmes, o que acarretaria a
existência de um aparelho de som ou TV e DVD, neste espaço são recomendáveis, que
o solo seja recoberto de material antialérgico e antiderrapante para que as crianças
possam se aconchegar como quiserem para ouvir ou ler histórias.
E o espaço de jogos interativos, deve conter diversos computadores postos lado a lado
interligados por rede, onde os alunos em pequenos grupos podem encontrar jogos
educativos e ferramentas que estimulem a percepção visual e auditiva.
Sobre a brinquedoteca ainda é razoável, destacar o que diz Wajskop (2008), “nenhum
brinquedo é brinquedo em sí, ele se faz brinquedo. Somente a possibilidade de brincar
com um objeto é que faz dele um brinquedo.”
Por isso, é útil observar que os brinquedos existentes no local precisam parecer
atraentes as crianças e não aos adultos, ou seja, por mais vistoso que um brinquedo
possa ser somente, se tornará “brinquedo realmente” diante da manipulação e
imaginação de uma criança. Ainda segundo a autora Wajskop (2008), “através do
contato, da manipulação e do uso dos brinquedos pelas crianças, há uma aprendizagem
multidisciplinar das formas de ser e pensar da sociedade.”
O professor não deve, portanto, encarar o momento de uso da brinquedoteca como livre
de intervenções por parte dele, e sim utilizar esse momento para garantir a sua
integração com a turma, brincando juntamente com os alunos.
Contudo, é importante destacar que a “brinquedoteca na escola é um local para
brincadeiras que potencializa aprendizagens e não, um local para aprendizagem através
da brincadeira”, como aponta LIMA & DELMÔNICO (2010).
32
Diante de uma composição de família, cada vez mais heterogênea que se ocupa muito
menos de seus próprios filhos e uma geração de crianças, que passa muito mais tempo
diante da televisão, computadores e videogame. A escola, mesmo na pré-escola, precisa
se tornar cada vez mais interessante, do ponto de vista da aquisição de saberes
sistematizados.
Segundo John Dewey, é através da experimentação e cooperação que se aprende a
resolver problemas, para ele a melhor forma de aprender é fazendo. (CUNHA, 2011)
Para Delors, coordenador do relatório “Os quatro pilares da educação” da UNESCO,
mais tarde editado no livro: Educação: um tesouro a descobrir, o indivíduo do século
XXI deve estar preparado para as demandas que a sociedade da informação lhe imporá,
em resposta a um modelo de Educação que corre o risco de tornar-se ultrapassado pela
rapidez e facilidade com que alguns saberes se tornam obsoletos, foram formulados um
conjunto de quatro aprendizagens, que seriam fundamentais ao longo da vida, são eles:
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser.
“Nessa visão prospectiva, uma resposta puramente quantitativa à necessidade insaciável de educação – uma bagagem cada vez mais pesada – já não é possível nem mesmo adequada. Não basta, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É, antes, necessário, estar a altura de aproveitar e explorar, do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos, e de se adaptar a um mundo de mudanças. (DELORS,2003, p. 89)
Segundo suas ideias a escola, deve organizar para oferecer aos alunos os quatro pilares
do conhecimento, concomitantemente ao currículo.
O primeiro deles é o aprender a conhecer, refere-se ao impulso de continuar aprendendo
ao longo da vida, ou seja, saber dominar os instrumentos de obtenção do conhecimento.
Através dele o professor, confere aos alunos a consciência de que o conhecimento
nunca está acabado, há sempre coisas novas a se descobrir.
33
“Deste ponto de vista, há que repeti-lo, é essencial que cada criança, esteja onde estiver,
possa ter acesso, de forma adequada, as metodologias científicas de modo a tornar-se
para toda vida ‘amiga da ciência’’. (DELORS, 2003)
Já o aprender a fazer, faz referência ao uso dos saberes na vida prática, na resolução de
problemas do cotidiano, em se falando de relações de trabalho é importante destacar que
onde há uma máquina executando um trabalho, houve antes uma mente que percebeu
sua necessidade, a idealizou, buscou conhecimento para projetá-la e a construiu.
O aprender a viver juntos, diz respeito à valorização das diferenças, à promoção da
inclusão e do modo de vida cooperativo.
Na Educação Infantil, geralmente, os alunos são incentivados a ter uma postura de
abertura e curiosidade em relação ao outro, até na fase egocêntrica os pequenos devem
ser estimulados a resolverem seus conflitos, por meio do diálogo em prol da
convivência pacífica.
Segundo Delors (2003),“desenvolver esta atitude de empatia, na escola, é muito útil
para os comportamentos sociais ao longo de toda vida.”
E por último, o aprender a ser que visa contribuir para o desenvolvimento global do
educando, contribuir para a construção do cidadão crítico, reflexivo e responsável que a
sociedade exige.
Os quatro pilares da educação, dificilmente poderão ser transmitidos aos pequenos
através de atividades em folhas de papel, porém através de cantigas de roda, jogos e
brincadeiras podem auxiliar o aluno na compreensão de seu papel no mundo.
Encorajá-lo a buscar o conhecimento, a desenvolver habilidades práticas através do que
já conhece, a resolver situações de conflitos e desenvolver-se por completo (física,
espiritual e cognitivamente).
34
Para Wajskop (2012), “a criança deve pela mediação do professor construir uma
imagem de si mesma como um sujeito produtor de cultura e não apenas mero
consumidor do que já foi produzido”.
Na instituição de Educação Infantil, os pequenos devem ter a oportunidade de aprender
a interpretar fatos do cotidiano, a se colocar no lugar do outro, conhecer os papéis
sociais que poderá vir a assumir no futuro, a argumentar e ouvir o ponto de vista do
outro, contextualizar as informações que recebe. Conhecer e reivindicar seus direitos,
conhecer e cumprir seus deveres e manter uma postura positiva diante da vida.
Em tudo isso, as brincadeiras infantis são grandes aliadas, pois possibilitam que os
pequenos apliquem este tipo de ensinamento passado pela escola.
35
CONLUSÃO
A pesquisa bibliográfica finaliza-se, enfatizando que além de conceituar termos, e
descrever fundamentos teóricos sobre os benefícios do brincar na escola, um dos
objetivos deste trabalho, é agregar cada vez mais conhecimentos acerca do tema
proposto ao que já se conhece.
Segundo Vygotsky, o ato de brincar facilita a aprendizagem, pois possibilita a
construção do pensamento reflexivo, autônomo e criativo. (ARCE, 2002)
Portanto, a inclusão de atividades lúdicas no cotidiano da Educação Infantil, faz
necessária devido às influências benéficas que as mesmas exercem, devido ao
envolvimento emocional que providenciam, durante o processo ensino e aprendizagem.
Os cursos de graduação em Pedagogia, geralmente não enfatizam os benefícios do uso de brincadeiras como método de ensino. Sendo assim, não preparam corretamente os futuros professores de Educação Infantil para lidar adequadamente com o tema e as especificidades que o envolve. (Kramer, 2006)
Neste sentido, é importante que tanto a unidade forme este educador, para explorar os
benefícios do lúdico em sala de aula, quanto ao próprio educador, buscar subsídios para
que seus alunos aprendam de modo prazeroso, satisfatório e eficaz.
Em todas as culturas as crianças brincam, pois o encantamento e as experiências que o
ato de brincar proporciona, dificilmente serão encontrados em outra atividade.
Brincar com gestos, movimentos, canto, dança, faz de conta, pulos, gritos, correria são
intrínsecos ao ser criança, quem por qualquer motivo se incomoda com o aparente
tumulto que a algazarra dos pequenos faz em alguns períodos na creche e pré-escola,
deve ser alertado, não da inadequação do comportamento das crianças na instituição,
mas sim, da inadequação da sua formação ao pretender trabalhar com crianças
pequenas.
Não só o professor de creches e pré-escolas deve estar preparado para lançar um novo
olhar sobre a brincadeira dos alunos, bem como toda a comunidade escolar deveria ser
36
preparada, para ver além do aparente caos que é uma sala de aula ou pátio cheio de
crianças brincando livremente (VIDE ANEXO).
Todos devem ser conscientizados de que esta é a melhor forma de aprender, não porque
seja mais cômodo para o professor, muito pelo contrário, é de fato muito mais
trabalhoso, mas para o educador infantil também se constitui um prazer, pois ele tem
plena consciência, de que é dessa forma que se verifica como os aprendizados dos
pequenos acontecem verdadeiramente.
Por tudo isso, considera-se o lúdico parceiro insubstituível nos métodos e processos
ligados a aprendizagem da criança pequena.
Zanluchi (2005) afirma que: “Quando brinca, a criança prepara-se para a vida, pois é
através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social,
bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas”.
37
BIBLIOGRAFIA
ANTUNES, Celso. Educação Infantil:Prioridade imprescindível.6.ed.Petrópolis:Vozes,
2009.
ARCE, Alessandra. Friedrich Froebel: o pedagogo dos jardins de infância. Petrópolis:
Vozes, 2002.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro:LTC,
1981.
BEM, Luzia Elias & TAVARES, Livânia Beltrão. O brincar na sociedade
contemporânea. IV FIPED. Fórum Internacional de Pedagogia. Ed. Realize. 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional da Educação. Referencial
curricular nacional para a educação infantil. Brasília, DF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional da Educação. Diretrizes
curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília, DF, 1999.
BRASIL. Lei nº. 9. 394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases
da Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Título IV, p. 5 e Título V
Seção 2, 1996.
BRASIL. Lei nº. 8. 069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF, Capítulo IV 1990.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Infantil e Fundamental.
Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de 0 a 6 anos à
educação. Brasília, DF, 2006.
BRASIL. Ministério da Casa Civil. Emenda Constitucional nº. 59.Acrescenta § 3º ao
art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a
partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União
incidente sobre os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de
que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art.
38
208, de forma a prever a obrigatoriedade do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar
a abrangência dos programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e
dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a
inserção neste dispositivo de inciso VI.Brasília, DF, Senado 2009.
CUNHA, M. V. John Dewey: uma filosofia para educadores em sala de aula. 6. ed.
Petrópolis: Vozes, 2011.
DELORS, Jacques. Educação: um tesouro a descobrir. 2 ed. São Paulo: Editora Cortez,
2003.
FERREIRA, Caroline. Diversão e aprendizagem. Revista Gestão Escolar. Ed. Abril
Nº 21 Agosto de 2012.
FILHO, Antonio Jonas Dias. Jogos, brincadeiras e cantigas de origem africana. São
Paulo. SP: Ciranda Cultural, 2010.
FRIEDMANN, Adriana.O Brincar no Cotidiano da Criança. São Paulo: Moderna, 2006.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. (org) Jogo, brinquedo, brincadeira e da educação. 11
ed. São Paulo: Cortez. 2008.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Brincar: Prazer e Aprendizado. 7. ed. Petrópolis, RJ:
Editora Vozes, 2009.
OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de. (org) Educação Infantil: muitos olhares. 9 ed.
São Paulo: Cortez, 2010.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação do Brasil. 30 ed. Petrópolis.
RJ: Vozes. 2013.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. 7 ed São Paulo SP: Cortez. 2007.
WAJSKOP, Gisela. O brinquedo como objeto cultural. Revista Pátio - Educação
Infantil. Ano 05 nº 15 Nov. 2007/ Fev. 2008.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na educação infantil: uma história que se repete. 9 ed. São
Paulo. SP: Cortez. 2012.
39
ZANLUCHI, Fernando Barroco. O brincar e o criar: as relações entre atividade lúdica,
desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O autor, 2005.
40
WEBGRAFIA
A fascinante história dos brinquedos e das brincadeiras.
URL:http://www.museudosbrinquedos.org.br/modules/news1/index.php?storytopic=2>
Data de acesso: 23/09 2013.
BERNARDES, Elizabeth Lannes. Jogos e brincadeiras tradicionais: um passeio pela
história. Universidade Federal de Uberlândia.
Retirado de: http://www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/47ElizabethBernard.
Data de acesso: 16/09/ 2013.
FANTACHOLI, Fabiana das Neves. A importância do brincar na Educação
Infantil.CESUMAR- Centro Universitário de Maringá. Paraná. 2009.
Retirado de http://monografias.brasilescola.com/educacao/a-importancia-brincar-na-
educacao-infantil.htm. Data de acesso: 08/01/2014.
FANTACHOLI, Fabiana das Neves. A importância do brincar na Educação
Infantil.CESUMAR- Centro Universitário de Maringá. Paraná. 2009.
Retirado de http://monografias.brasilescola.com/educacao/a-importancia-brincar-na-
educacao-infantil.htm.Data de acesso :08/01/ 2014.
SANTOS, Fernando Tadeu. Henri Wallon: Militante apaixonado, o médico, psicólogo
e filósofo francês mostraram que as crianças têm também corpo e emoções (e não
apenas cabeça) na sala de aula. Revista Educar para crescer. Ed. Abril. Janeiro de
2011. Disponível:http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-
307886.shtmlhttp://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-
307886.shtml.Data de acesso : 10/01/2014
41
ANEXOS
Na pintura "Jogos infantis" ou "Brincadeiras de Crianças" de Brueghel Benedikt Tashen
foram retratadas mais de 250 crianças brincando, em cerca de 80 tipos de brincadeiras
em 1560 na Holanda, elas se utilizam de pedaços de madeiras, ossos, arcos, tonéis,
42
bexigas feitas de tripas de porco etc.,Pois brinquedos fabricados especialmente para uso
das crianças no séc. XVI, eram fabricados somente para filhos de famílias abastadas. O
painel de madeira encontra-se em exposição no Museu Kunsthistorisches de Viena.