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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A PARTICIPAÇÃO DO GP EM PROJETOS DE
SUSTENTABILIDADE
Por: Núccia Patrícia Martins Martins
Orientador
Prof. Nelsom Magalhães
Niterói, RJ
Agosto de 2013
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A PARTICIPAÇÃO DO GP EM PROJETOS DE
SUSTENTABILIDADE
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Projetos.
Por: Núccia Patrícia Martins Martins
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O desenvolvimento sustentável é aquele que atende
às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade de as gerações futuras atenderem
suas próprias necessidades.
Fonte: Comissão ONU, 1987
4
AGRADECIMENTOS
Aos ilustres professores do corpo docente do curso
de Pós-Graduação em Gestão de Projetos da AVM
Faculdades Integradas, fundamentais ao meu
aprendizado.
Ao meu orientador prof. Nelsom Magalhães por seu
apoio.
A Alvaro Paulino, Vitor Neto, Natália Raposo, Sonia
Mello e Isis Miranda e demais amigos de sala de
aula, os meus sinceros agradecimentos pelo
companheirismo e apoio.
Finalmente, agradeço a meus pais, Dilza e Suêd,
meu companheiro Adriano, meus filhos, Camilla e
Adriano, meu irmão Sérgio, por estarem sempre ao
meu lado nas salas de aula da vida, ensinando-me
os mais preciosos valores.
Ao bom Deus, agradeço pela saúde, benção e luz
que me acompanharam nesta caminhada.
5
DEDICATÓRIA
Este trabalho é especialmente dedicado a minha
mãe Dilza e a meus filhos Camilla e Adriano.
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RESUMO
O presente trabalho tem como finalidade demonstrar como são as
metodologias de gestão dos projetos de sustentabilidade.
Sabemos que atualmente há uma preocupação muito grande com o
planeta por parte da sociedade. Todos os movimentos que são feitos a favor
da sustentabilidade tem uma aceitação muito favorável pela sociedade,
fazendo com que empresas também adotem este desenvolvimento.
Contudo seria interessante saber qual o método utilizado nos
projetos sustentáveis pelas empresas, pois sabemos que quando há uma
estrutura voltada para gerenciamento de outros projetos, o fator principal é o
resultado econômico que esse planejamento organizacional proporciona.
Assim podemos verificar se o guia Project Management Body of
Knowledge - PMBOK serve de padrão nestes projetos.
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METODOLOGIA
Os métodos utilizados serão pesquisas bibliográficas, pesquisas na
internet, em temas já abordados, como artigos e dissertações, e pesquisas em
empresas que já conduzem projetos de sustentabilidade.
Este contato será com empresas e com pesquisadores de projetos
sustentáveis, através de e-mails e telefone. Será enviado um questionário,
para facilitar e poder direcionar o assunto.
No caso de não haver respostas das empresas, serão abordados
temas já discutidos na nossa literatura.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - REFERENCIAL TEÓRICO 10
CAPÍTULO II - PROJETOS SUSTENTÁVEIS 16
CAPÍTULO III – O ALINHAMENTO DOS PROJETOS
SUSTENTÁVEIS 22
CONCLUSÃO 26
LISTA DE SIGLAS E VERBETES 27
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28
BIBLIOGRAFIA CITADA 29
ÍNDICE 30
9
INTRODUÇÃO
Atualmente a sustentabilidade é um dos assuntos mais priorizado,
pois envolve o futuro do nosso planeta, dos nossos filhos e dos seus
descendentes. A humanidade vem, aos poucos, reconhecendo a relação de
interdependência e a limitação dos recursos naturais. Buscando assim um
desenvolvimento econômico mais equilibrado.
O crescimento populacional e o aumento do consumo individual
estão transformando os recursos em resíduos mais rápido do que a natureza
consegue regenerá-los.
O desenvolvimento sustentável é um desafio da sociedade como um
todo: governos, empresas, cidadãos e entidades da sociedade civil. Existem
diversas maneiras de contribuir com o consumo responsável; o aproveitamento
integral dos recursos, boas condições de trabalho para as pessoas, menor
poluição do ar e menor quantidade de lixo.
Em todas essas contribuições é necessário um planejamento
organizacional, um projeto. É muito comum hoje empresas ter nos seus
portfólios projetos sustentáveis, aumenta a credibilidade, pois demonstra ter
uma responsabilidade legal e moral com os problemas que afligem o mundo.
Dessa forma, por ser um projeto é necessário que tenha uma boa gestão para
que o resultado seja o positivo e contribuindo assim para o real
desenvolvimento sustentável.
10
CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO
1.1 - Metodologias de Gerenciamento de Projetos
O conceito sobre gestão de projetos desenvolvido neste trabalho
destaca algumas definições e explicações presentes em obras literárias. O
guia Project Management Body of Knowledge - PMBOK (2008, capítulo 1), que
nos foi apresentado durante as aulas, diz que:
Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A sua natureza temporária indica um início e um término definidos. O término e alcançado quando os objetivos tiverem sido atingidos ou quando se concluir que esses objetivos não serão ou não poderão ser atingidos se o projeto for encerrado, ou quando o mesmo não for mais necessário. Temporário não significa necessariamente de curta duração. Além disso, geralmente o termo temporário não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado pelo projeto; a maioria dos projetos e realizado para criar um resultado duradouro. Por exemplo, um projeto para a construção de um monumento nacional criara um resultado que deve durar séculos. Os projetos também poderão ter impactos sociais, econômicos e ambientais com duração mais longa que a dos próprios projetos. (guia Project Management Body of Knowledge - PMBOK, 2008, capítulo 1, pág.5).
Varias são as definições sobre o que é um projeto na literatura, até
porque ele não se repete. Não há um projeto igual a outro, mesmo se eles
tiverem escopos idênticos. Vários fatores externos tais como ambientais e
internos o fazem diferente daquele que ele foi espelhado. Então, conclui-se
que projeto é um conjunto de atividades, processos e informações
fundamentadas em análises de estudos ou fatos concretos, com etapas pré-
estabelecidas, seguindo procedimentos formais e necessários, com o objetivo
de sustentar e orientar as tomadas de decisões, tanto financeiras quanto as de
11
execução, sendo um projeto de criação ou de fornecimento de serviço
temporário.
Todo projeto para obter êxito necessita que haja por parte de seus
gestores uma análise criteriosa tanto do ambiente interno, onde se desenvolve
o projeto, quanto do ambiente externo, os riscos e as incertezas. É importante
detectar as necessidades tanto humanas, quanto tecnológicas e financeiras,
além de envolver todos os membros da equipe de forma a obter de cada um o
máximo empenho possível.
O detalhamento inicial do projeto precisa de estratégias muito bem
formuladas. Conforme o guia Project Management Body of Knowledge –
PMBOK:
O termo de abertura do projeto e o processo de desenvolvimento de um documento que formalmente autoriza um projeto ou uma fase. É a documentação dos requisitos iniciais que satisfaçam as necessidades e expectativas das partes interessadas. Estabelece uma parceria entre a organização executora e a organização solicitante (ou cliente, no caso de projetos externos). O termo de abertura do projeto formalmente o inicia. Um gerente de projetos e identificado, selecionado e designado o mais cedo possível, preferivelmente em quanto o termo de abertura esta sendo desenvolvido e sempre antes do inicio do planejamento. E recomendado que o gerente de projetos participe do desenvolvimento do termo de abertura, uma vez que este supre o gerente com a autoridade para usar recursos nas atividades do projeto. (guia Project Management Body of Knowledge - PMBOK, 2008, capítulo 3, pág. 73).
As fases que são posteriores ao termo de abertura são: plano de
gerenciamento do projeto; coleta de requisitos; definição do escopo; criação da
estrutura analítica do projeto (EAP); definição das atividades; sequenciar as
atividades; estimar os recursos das atividades; estimar as durações das
atividades; desenvolver o cronograma; estimar os custos; determinar o
orçamento; planejar a qualidade; desenvolver o plano de recursos humanos;
planejar as comunicações; planejar o gerenciamento dos riscos; identificar os
12
riscos; realizar a análise qualitativa e quantitativa dos riscos; planejar as
respostas aos riscos e planejar as aquisições.
A estrutura analítica do projeto (EAP) é o processo de subdivisão das
entregas, das tarefas, são os requisitos. A EAP segue uma hierarquia a nível
descendente, orientada as entregas do trabalho a ser executado pela equipe.
O detalhamento permite um melhor desenvolvimento do projeto.
Escopo, Tempo, Custos e Qualidade são os principais determinantes
para o objetivo de um projeto: entregar um resultado de acordo com o escopo,
no prazo e no custo definidos, com qualidade adequada; em outras palavras, o
que, quando, quanto e como. Recursos Humanos e Aquisições são os insumos
para produzir o trabalho do projeto. Comunicações e Riscos devem ser
continuamente abordados para manter as expectativas e as incertezas sob
controle, assim como o projeto no rumo certo. E Integração abrange a
orquestração de todas as áreas de conhecimento.
Praticamente todas as áreas de conhecimento são abordadas nas
atividades de Planejamento (definir, estimar e planejar cada aspecto) e de
Monitoramento e Controle (controlar) — no Project Management Body of
Knowledge - PMBOK 4ª edição, o processo de Gerenciar a equipe passou ao
grupo de Execução, deixando apenas a área de RH sem processos no grupo
de Controle.
Na figura abaixo são encontrados os 42 processos nos cinco grupos
de processos de gerenciamento de projetos e nas nove áreas de
conhecimentos de gerenciamento de projetos.
13
Figura 1: Mapeamento de grupos de processos de gerenciamentos de projetos e
áreas de conhecimento. (guia Project Management Body of Knowledge - PMBOK,
2008, pág. 43)
14
Isso mostra que o desenvolvimento de padrões de consenso das
melhores práticas que o guia PMBOK reúne, organiza e formaliza estão
presentes na essência do gerenciamento de um bom projeto.
Os benefícios de se utilizar os conceitos modernos de gestão de
projetos se devem ao fato de englobar a melhor utilização dos recursos da
empresa, redução no tempo de inserção de novos produtos no mercado,
melhor controle e consequente redução dos custos envolvidos nos projetos
que resultam na maior satisfação do cliente e de todas as outras pessoas
envolvidas com o projeto.
1.2 – O que é sustentabilidade?
A preocupação com o meio ambiente teve destaque na segunda
metade do século XX, quando vários desastres ambientais entre 1960 e 1980
– como o da baía de Minamata no Japão, o acidente de Bhopal, na Índia, e o
acidente na usina nuclear de Chernobyl, na extinta União Soviética –
provocaram na Europa um impressionante crescimento da conscientização
sobre os problemas ambientais. Esses danos esporádicos e localizados são
proporcionalmente menores que são causados cumulativamente ao meio
ambiente até os dias de hoje.
Com a conscientização sobre os problemas ambientais, a relação
sociedade e meio ambiente começou a ser observada de maneira mais crítica
e a própria concepção do problema passou para uma forma mais globalizada e
menos localizada. Essa reflexão sobre a crise ecológica moderna no nível
mundial leva ao surgimento de novas alternativas de relacionamento da
sociedade contemporânea com seu ambiente, procurando reduzir os impactos
que ela produz sobre o meio que a cerca.
15
Em 1987, uma comissão da ONU liderada por Gro Harlem
Brundtland – então primeira ministra da Noruega – chegou à definição mais
conhecida de desenvolvimento sustentável: “O desenvolvimento sustentável é
aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”.
Essa definição permite uma visão mais ampla do futuro que vai além
do curto prazo, para que as decisões que se tomam hoje, com respeito ao
meio ambiente e a sociedade, não afetem o futuro dos envolvidos.
Defender o desenvolvimento sustentável não é fazer proselitismo
ambiental. É, sim, mostrar que as chances de futuro dos seres humanos, das
sociedades humanas e de suas organizações dependem de uma mudança na
forma como interagimos, tanto entre nós, quanto com o meio ambiente natural.
E isso depende, mais do que educação recomendada, de experiências
concretas de fazer as coisas de modo diferente.
Portanto, quando falamos em sustentabilidade, estamos pensando
no futuro da humanidade. Uma dependência mutua entre as pessoas, o
planeta e as atividades econômicas.
16
CAPÍTULO II
PROJETOS SUSTENTÁVEIS
Os projetos ambientais são ligados a questões que envolvem melhor
qualidade de vida, mas seu modo de planejamento, execução, monitoramento
e término não diferem de outros projetos. Muitos dos projetos ambientais são
técnicos e é sempre aconselhável que haja um especialista técnico para evitar
respostas negativas.
Um projeto ambientalmente sustentável: � levam em conta as atuais e futuras questões ambientais que poderão afetar o projeto � evita causar danos ao meio ambiente � beneficia o meio ambiente sempre que possível � pratica o manejo sustentável dos recursos – garantindo que os recursos ambientais sejam utilizados de forma a não comprometer sua futura disponibilidade e que sejam substituídos durante o mesmo período.(Tearfund International Learning Zone - TILZ, Roots 13, Seção 5, Sustentabilidade Ambiental, 2010 pág. 45)
Os gestores de projetos são capazes de avaliar as melhores práticas
adequadas nas três dimensões de sustentabilidade – a econômica, a
ambiental e social. Considerando que os padrões de gerenciamento de
projetos reflitam preocupações relacionadas à sustentabilidade.
Em consultas feitas na internet, achei muito interessante um artigo
publicado na revista acadêmica Vozes dos Vales da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, pois eles retrataram como são
atualmente as perspectivas de gestão de projetos e como seria sua adaptação
para sustentabilidade. Eles construíram seis quadros, e cinco deles propondo
os aspectos do desenvolvimento sustentável em cada processo da gestão de
projetos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento, e término.
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Abaixo os quadros:
Quadro 1. Proposta de ampliação de visão na gestão de projetos
Fonte: ROA, Juan Pedro Bretas.; BARROS, Izabela P. A. Felipe. – Práticas de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos, Revista Vozes dos Vales da UFVJM: Publicações Acadêmicas, n°. 03, 2013
Função Visão Atual Visão Proposta Produtos e serviços Estudos de demanda,
pesquisas de mercado, estudos da concorrência, grupos focais, etc.
Ampliar a visão de utilidade do produto ou serviço para seu uso mais amplo. Entender que o produto ou serviço é parte de uma cadeia utilitária mais ampla.
Econômica Foco nos resultados econômicos.
Ampliar os resultados econômicos, equilibrados com os sociais e ambientais, buscando atuar em produtos de alto valor percebido ou de base pirâmide (escala).
Ambiental Análise do impacto ambiental do ciclo de vida do produto, reduzindo-os.
Ampliar a perspectiva, analisando-se a capacidade do produto de enriquecer ativos ambientais.
Social Praticamente inexistente Avaliar as potencialidades sociais que podem ser ampliadas com o produto ou serviço.
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QUADRO 2. Proposta de utilização das diretrizes de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos – Iniciação do Projeto
Fonte: ROA, Juan Pedro Bretas.; BARROS, Izabela P. A. Felipe. – Práticas de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos, Revista Vozes dos Vales da UFVJM: Publicações Acadêmicas, n°. 03, 2013
Processo de Gerenciamento de Projetos (PMI)
Aspectos do Desenvolvimento Sustentável
Iniciação do Projeto: Termo de Abertura Declaração Preliminar de Escopo OBSERVAÇÃO: - Etapa com real possibilidade de se agregar novas questões à organização no campo do desenvolvimento sustentável, como por exemplo, em brainstomings e no alinhamento com diretrizes estratégicas.
Inserir questões ligadas ao desenvolvimento sustentável e diretrizes específicas da empresa, incentivando os profissionais a se questionarem sobre as formas pelas quais o projeto poderia ampliar suas perspectivas. Apresentar sua contribuição para as diretrizes de sustentabilidade da empresa. Definição do gerente: optar por alguém que participe do plano de desenvolvimento e educação da empresa, com uma maior carga de formação em questões ligadas ao Desenvolvimento Sustentável. Premissas do Projeto: deve-se considerar o respeito aos Valores, Premissas e Diretrizes estratégicas para a Sustentabilidade. Restrições: apresentar restrições com a finalidade de não potencializarem as questões da Sustentabilidade em seu escopo. Os marcos do cronograma deveriam prever pontos de controle também com as partes interessadas ampliadas da empresa, envolvidas ou impactadas pelo projeto (Sindicatos, ONGs, Comunidade, etc.) Orçamento: considerar também os investimentos necessários para tratar os impactos sociais ou ambientais do projeto quando de sua implantação.
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QUADRO 3. Proposta de utilização das diretrizes de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos – Planejamento do Projeto
Fonte: ROA, Juan Pedro Bretas.; BARROS, Izabela P. A. Felipe. – Práticas de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos, Revista Vozes dos Vales da UFVJM: Publicações Acadêmicas, n°. 03, 2013
Processo de Gerenciamento de Projetos (PMI)
Aspectos do Desenvolvimento Sustentável
Planejamento do Projeto: Plano de Gerenciamento de Escopo Cronograma do Projeto Orçamento do Projeto Plano de Gerenciamento da Qualidade Dos Recursos Humanos De Riscos Da Comunicação De Aquisições
Critérios de controle e aceitação do escopo: considerar o envolvimento de todas as partes interessadas. Estimativa de Custo / Plano de Contas: segregar os custos incrementados pela adoção das diretrizes de sustentabilidade que ampliaram o escopo do projeto, assim pode-se contabilizar o custo da sustentabilidade e utilizar dados para análise de retorno com o projeto. Padrões, métricas e indicadores de qualidade: considerar ISO e também protocolos como Global ReportingIniciative (GRI), Pacto Global (ou Global Compact proposto pela ONU), etc. Considerar partes interessadas, internas e externas, na estrutura de decisão do projeto no plano de gerenciamento de recursos humanos e nas estratégias de comunicação. Política de incentivo: projetos com escopo apresentando ideias inovadoras no campo do desenvolvimento sustentável poder ter planos específicos e premiação às equipes que o idealizaram e implementaram. Matriz de Riscos: considerar análise dos impactos do projeto na dimensão do desenvolvimento sustentável. Definição dos fornecedores das empresas: Privilegiar fornecedores com maior aderência às políticas e diretrizes do desenvolvimento sustentável, intensificar aquisições de pequenos produtores, pequenos prestadores de serviços, viabilizando os pequenos negócios. Ressaltando que se deve sempre manter, em primeiro lugar, o trinômio qualidade/preço/prazo em foco.
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QUQUADRO 4. Proposta de utilização das diretrizes de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos – Execução do Projeto
Fonte: ROA, Juan Pedro Bretas.; BARROS, Izabela P. A. Felipe. – Práticas de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos, Revista Vozes dos Vales da UFVJM: Publicações Acadêmicas, n°. 03, 2013
Processo de Gerenciamento de Projetos (PMI)
Aspectos do Desenvolvimento Sustentável
Execução do Projeto: Integração Gerenciamento da Qualidade Recursos Humanos Comunicação Aquisições
Responsabilidade da área responsável pela inserção do tema da sustentabilidade: acompanhar e incentivar a adoção dessa nova abordagem de pensar projetos junto à equipe. Distribuição das informações: Considerar todas as partes interessadas, internas e externas. Responsáveis pelo tema de Sustentabilidade: manter informações adicionais de mercado no tema ligado ao projeto e que tenha íntima relação o Desenvolvimento Sustentável, repassar para as equipe de projetos, visando inspirá-las e atualizá-las. Aquisições: Privilegiar fornecedores com maior aderência às políticas e diretrizes do desenvolvimento sustentável, intensificar aquisições de pequenos produtores, pequenos prestadores de serviços, viabilizando os pequenos negócios. Ressaltando que se deve sempre manter, em primeiro lugar, o trinômio qualidade/preço/prazo em foco.
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QUADRO 5. Proposta de utilização das diretrizes de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos – Monitoramento do Projeto
Fonte: ROA, Juan Pedro Bretas.; BARROS, Izabela P. A. Felipe. – Práticas de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos, Revista Vozes dos Vales da UFVJM: Publicações Acadêmicas, n°. 03, 2013
QUADRO 6. Proposta de utilização das diretrizes de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos – Encerramento do Projeto
Processo de Gerenciamento de Projetos (PMI)
Aspectos do Desenvolvimento Sustentável
Encerramento do Projeto: Termo de encerramento
Analisar: lições aprendidas, ideias geradas, conflitos com as partes interessadas e como foram sanadas, inovações realizadas no campo do Desenvolvimento Sustentável.
Fonte: ROA, Juan Pedro Bretas.; BARROS, Izabela P. A. Felipe. – Práticas de desenvolvimento sustentável na gestão de projetos, Revista Vozes dos Vales da UFVJM: Publicações Acadêmicas, n°. 03, 2013
Processo de Gerenciamento de Projetos (PMI)
Aspectos do Desenvolvimento Sustentável
Monitoramento do Projeto: Verificação Escopo Controle de Qualidade Monitoramento e Controle de Riscos Administração de Contratos Gerenciamento de Equipes
À conclusão de cada fase do Ciclo de Vida do Projeto: envolver todas as partes interessadas na conclusão das fases, inclusive as externas. Nas entregas (sign-off) com clientes e/ou stakeholders: envolver todas as partes interessadas na conclusão das fases, inclusive as externas. Monitoramento e Controle de Riscos: considerar todas as adequações feitas devido à inclusão do tema sustentabilidade. Administração de contratos: considerar todas as adequações feitas devido à inclusão do tema sustentabilidade. Gerenciamento de Equipes: considerar todas as adequações feitas devido à inclusão do tema sustentabilidade.
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CAPÍTULO III
O ALINHAMENTO DOS PROJETOS SUSTENTÁVEIS
A análise dos projetos sustentáveis faz-se importante para que
possamos verificar se as metas estão sendo alcançadas, e se os projetos das
empresas empenhadas não estão causando impactos negativos.
Figura 2: Tearfund International Learning Zone - TILZ, Roots 13, Seção 5, Sustentabilidade Ambiental, 2010 pág. 46
Segundo o artigo de Noro; Amarilho; Lengler; Abbade (2012),
publicado no IX SEGeT2012, visou um estudo de caso da empresa ALL -
América Latina Logística sobre a gestão de seus projetos sustentáveis. Tendo
como metodologia além da coleta de dados literários, também foi feito análise
dos documentos da empresa assim como entrevistas com o profissional
responsável, fundamentando melhor seus dados.
A ALL - América Latina Logística, fundada em 1997 é uma empresa
do ramo de operações rodoviárias, é composta de quatro concessões
ferroviárias no Brasil, totalizando 13 mil km de ferrovias, cerca de 1000
locomotivas e 27 mil vagões, por meio dos quais a Companhia transporta
commodities agrícolas e produtos industriais.
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Conforme Noro; Amarilho; Lengler; Abbade (2012), a entrevista feita
ao responsável pela gestão de projetos da ALL foi informado por ele que a
empresa possui mais de um escritório de projetos formalizados, divididos por
áreas, e cada área tem uma coordenação de projetos com um responsável.
Continuando, o entrevistado informou que a empresa optou por uma
linha matricial por projeto como estrutura organizacional. A empresa possui
vários projetos, tanto comerciais simples como complexos. Os projetos são
gerenciados com base em recursos alocados e acompanhados
periodicamente.
A empresa tem como padrão de ferramenta o PMBOK, de maneira
simplificada e adaptada a sua estrutura.
De açor do com a entrevista feita por Noro; Amarilho; Lengler;
Abbade (2012), sobre a influência das variáveis sociais, ambientais e
econômicos na gestão dos projetos, foi observado que a gestão de projetos da
empresa está voltada para a maximização dos resultados econômicos e
financeiros. O bom gerenciamento das partes interessadas, direta e
indiretamente em seus projetos é fundamental. Para tanto, a empresa procura
identificar e gerenciar todos os possíveis impactos de seus projetos à
comunidade e ao meio ambiente.
No ano de 2000 a ALL cria UniALL (Universidade Corporativa ALL)
que é a instituição de treinamento, de reciclagem e de desenvolvimento
adotado na ALL. Ela surgiu para suprir as necessidades de formação de novos
colaboradores, com treinamentos técnicos e de aperfeiçoamentos
característicos ao sistema ferroviário, predominante nos serviços prestados
pela companhia. A UniALL foi se desenvolvendo, aperfeiçoando programas e
processos em diferentes níveis de exigência na companhia.
Em
24
Em janeiro de 2008 á empresa criou o Instituto ALL de Educação e
Cultura, como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP),
aberto a empresas que buscam um mundo sustentável. Sendo assim, seus
projetos são como reforço institucional desta política, envolvendo
fornecedores, colaboradores e terceiros em parcerias mais abrangentes. O
Instituto ALL é o responsável pela execução das iniciativas socioambientais da
companhia, com programas direcionados para seus colaboradores e
comunidade.
O Instituto ALL beneficiou 130 mil pessoas em 2008 e, entre os
principais projetos do Instituto ALL de Educação e Cultura, destacam-se ALL
nos trilhos da Educação, programa de formação de colaboradores como
maquinista e motorista no ensino médio e fundamental, o projeto Trem
Ambiental Vagão Itinerante que leva educação ambiental a jovens de escolas
próximas ás unidades da empresa e o Vagão do Conhecimento, projeto que
leva educação e cultura para a comunidade das principais cidades onde a
empresa atua com oficinas de lixo reciclável e de arte.
Outros projetos sociais são: aulas de informática, palestras
educativas sobre cidadania e segurança, oficina da terceira idade, oficina de
talentos, que são projetos que reciclam a comunidade, oferecendo cursos de
capacitação em mecânica e elétrica a alunos de escolas Públicas Localizadas
próximas á ferrovia. Há também iniciativas ambientais como o plantio de
mudas, com objetivo de recuperar áreas degradadas e a mata ciliar, A ALL em
parceria com órgãos ambientais, envolve escolas públicas no plantio de muda,
em diversas cidades ao longo da linha férrea.
Na ALL a preservação e conservação do meio ambiente é sempre
uma preocupação, porém a companhia está em processo de regularização
ambiental para licenciar toda a malha ferroviária e as bases de apoio. E para
esse alcançar essa regularização, a empresa desenvolveu estudos ambientais
e análises de riscos de toda sua operação. A ALL foi a primeira concessão
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ferroviária do Brasil a receber a Licença de Operação Corretiva do IBAMA, no
trecho ferroviário da Serra do Mar entre Curitiba a Paranaguá (PR).
A ALL também desenvolve alguns projetos de sistema de gestão
ambiental, como o sistema de tratamento de efluentes líquidos, que trata os
seus efluentes líquidos gerados em operações de lavagens de locomotivas e
vagões. O projeto possuiu atualmente 13 estações de tratamento de efluentes.
Outro projeto ambiental de destaque no gerenciamento de resíduos
sólidos é o de reciclagem do óleo lubrificante usado nas operações que são
destinados para usinas de reciclagem.
Já para as pilhas e baterias, a ALL implantou o programa de coleta
e reciclagem “PARTICIPE E RECICLE”, os quais são enviados para reciclagem
e reprocessamento e as lâmpadas são destinadas para empresas que
realizam a descontaminação e a reciclagem das mesmas.
Para a captação e utilização de água da chuva, a empresa
implantou seis sistemas de captação localizados estrategicamente em locais
com maior demanda de consumo de água para lavagem de locomotivas e
vagões. O sistema não utilização de energia elétrica, nem bombas, utilizando a
gravidade para fornecer a água captada.
Desde que a ALL assumiu a concessão da malha ferroviária sul
(Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), ela estuda novas tecnologias
para a substituição de dormentes de madeira nativa, gerando assim o projeto
chamado Dormentes Ecológicos. Em 2004, a ALL viabilizou sua primeira
floresta, em Cacequi, no Rio Grande do Sul.
A ALL demonstrou que está amplamente envolvida em seus
projetos sustentáveis e que gerência adequadamente as três dimensões de
sustentabilidade: econômica, ambiental e social, dentro dos padrões PMBOK.
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CONCLUSÃO
O presente estudo mostrou que os projetos sustentáveis são de um
grau alto de importância e que muitas empresas estão se adequando para
desenvolver metodologias em prol do futuro da sociedade.
Observou-se que a utilização de padrões e diretrizes ainda está muito
fraca e a utilização do PMBOK não é difundido. As empresas que adotam os
padrões do PMBOK são de grande porte e, no entanto os projetos sustentáveis
são desenvolvidos em vários setores de desenvolvimento do país.
Em universidades são desenvolvidos projetos ambientais importantes,
porém sem nenhum planejamento estratégico de gestão. Os cientistas são fieis
a qualidade, mas não se preocupam com o tempo e o custo. Aceitável já que
são mais envolvidos com a pesquisa em si, mas o apoio de uma equipe de
gerenciamento de projetos seria fundamental para o melhor desempenho.
Ler sobre empresas grandes que estão envolvidas com
sustentabilidade é muito gratificante e causa até um sentimento de alívio saber
que a missão de promover um futuro melhor está sendo cumprido, pena que
ainda não são todas.
Acredito que falta também o envolvimento dos governantes
principalmente para aplicar a informação e criar leis de incentivos. O
envolvimento tem que ser de todos: sociedades, governos e entidades,
proporcionando assim uma forma positiva de sustentabilidade.
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LISTA DE SIGLAS E VERBETES
ALL - América Latina Logística
Brainstomings - É uma atividade que serve para testar e explorar a
capacidade criativa de indivíduos ou de um determinado grupo. É
formada pelos termos ingleses "brain" (cérebro) e "storm"
(tempestade).
EAP - estrutura analítica do projeto
GRI - Global ReportingIniciative
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis
ISO - International Organization for Standardization
ONGs – Organizações Não-Governamentais
ONU – Organizações das Nações Unidas
OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PMBOK - Project Management Body of Knowledge
PMI – Project Management Institute
PR – Paraná
SEGeT – Simpósio de Excelência em Gestão de Tecnologia
sign-off - concluído
stakeholders - parte interessada ou interveniente
TILZ - Tearfund International Learning Zone
UFVJM - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
UniALL - Universidade Corporativa ALL
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BELLEN, HANS MICHAEL van. Indicadores de sustentabilidade: uma análise
comparativa. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.
FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS – FGV – Cursos On-line Gratuitos –
Sustentabilidade no dia a dia: orientações para o cidadão, 2011. Disponível
em: <http://nc-www5.fgv.br/cursosgratuitos>
NORO, Greice de Bem.; AMARILHO, Aline.; LENGLER, Letícia.; ABBADE,
Eduardo Botti. – A Gestão de Projetos Sustentáveis: O Caso América Latina
Logística, IX SEGet2012 Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia,
Resende/RJ, 2012.
PMI - Project Management Institute. Um guia do conjunto de conhecimentos
em gerenciamento de projetos: guia PMBOK. 4°.ed. Newton Square: PMI,
2008.
PNDU - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Declaração do
milênio, 2000. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/ODM.aspx>.
ROA, Juan Pedro Bretas.; BARROS, Izabela P. A. Felipe. – Práticas de
desenvolvimento sustentável na gestão de projetos, Revista Vozes dos Vales
da UFVJM: Publicações Acadêmicas, n°. 03, 2013.
ROCHA LOURDES, RODRIGO C. da. Sustentabilidade XXI: Educar e inovar
sob uma nova consciência. São Paulo: Editora Gente, 2009.
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BIBLIOGRAFIA CITADA
PMI - Project Management Institute. Um guia do conjunto de conhecimentos
em gerenciamento de projetos: guia PMBOK. 4°.ed. Newton Square: PMI,
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30
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 4
DEDICATÓRIA 5
RESUMO 6
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
REFERENCIAL TEÓRICO 10
1.1 – Metodologias de Gerenciamento de Projetos 10
1.2 – O que é sustentabilidade? 14
CAPÍTULO II
PROJETOS SUSTENTÁVEIS 16
CAPÍTULO III
O ALINHAMENTO DOS PROJETOS SUSTENTÁVEIS 22
CONCLUSÃO 26
LISTA DE SIGLAS E VERBETES 27
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 28
BIBLIOGRAFIA CITADA 29
ÍNDICE 30