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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONTRIBUIÇÃO PARA GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREA DEGRADADA
POR PROCESSOS EROSIVOS, MUNICÍPIO DE QUISSAMÃ - RJ
Fernanda de Souza Quevedo Barreto
Orientadora
Maria Esther de Araujo
Niterói – RJ
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONTRIBUIÇÃO PARA GESTÃO AMBIENTAL DE ÁREA DEGRADADA
POR PROCESSOS EROSIVOS, MUNICÍPIO DE QUISSAMÃ - RJ
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão Ambiental.
Por: Fernanda de Souza Quevedo Barreto
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AGRADECIMENTOS
A Deus por ser uma força maior que me conduz para a realização dos meus sonhos
A minha mãe Ana Lucia por me incentivar sempre
Ao meu pai que de alguma forma está ao meu lado e se estivesse entre nós não deixaria
que eu desistisse nunca
Ao meu irmão Marcelo pelo seu companheirismo
Aos meus filhos Ana e João pelo fato de existirem e por participarem
de todos os momentos de minha vida
Ao meu mestre, Luiz Antônio por transmitir sua sabedoria, seus conhecimentos, suas
práticas, por estar sempre comigo em todos os momentos me auxiliando, por fazer parte
de minha vida... Gratidão!
5
RESUMO
A degradação dos solos é considerada um dos maiores problemas ambientais que
tem afetado áreas com vegetação natural ou terras agrícolas atualmente, uma vez que
quando o solo se encontra destruído poderá não ter mais sua capacidade de produção e
regeneração. Essa destruição está intimamente associada a processos erosivos através da
modificação de características físicas, químicas e biológicas, e ao antropismo que
também induz ao dano ambiental contribuindo para a erosão acelerada comprometendo
dessa forma a estabilidade do solo, visto que repercute negativamente e altera toda a
diversidade biológica da área. O presente trabalho tem como objetivo compreender a
dinâmica erosiva e a recuperação da área degradada, através de um consórcio de
medidas físicas e biológicas, evitando a evolução dos processos erosivos em curso e o
assoreamento da represa que se encontra na área de estudo, uma vez que dessa forma
possa gerar dados técnicos e científicos que possam contribuir para a gestão ambiental
de áreas degradadas por processos erosivos, analisar e avaliar a dinâmica desses
processos que causaram a degradação da área de estudo e planejar a implantação de
medidas que possam contribuir para a recuperação da área em questão através de
instrumentos como o planejamento e a gestão ambiental
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METODOLOGIA
O presente trabalho foi realizado através de pesquisa bibliográfica e documental
referente à erosão do solo, sua conservação e gestão ambiental com a finalidade de obter
informações para o desenvolvimento desse estudo.
Foi feita pesquisa de dados secundários sobre processos erosivos e erosão do
solo, bem como a obtenção de dados primários através de trabalhos de campo a fim de
compreender a dinâmica dos processos erosivos.
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1. Localização do município de Quissamã, RJ.
FIGURA 2. Mapa Geológico do município de Quissamã, RJ
FIGURA 3. Mapa geomorfológico do município de Quissamã.
FIGURA 4. Mapa de Solos do município de Quissamã.
FIGURA 5. Voçoroca conectada a rede de drenagem.
FIGURA 6. Fotografia area da Mata de São Miguel da Mata de 1981 com destaque para
localização na área de estudo.
FIGURA 7. Fotografia area da Mata de São Miguel da Mata de 2000 com destaque para
localização na área de estudo.
FIGURA 8. Foto aérea da área de estudo.
FIGURA 9. Vista geral da área de estudo in loco com destaque ao fundo para o
fragmento florestal adjacente.
FIGURA 10. Medição da represa
FIGURA 11. Voçoroca
FIGURA 12. Profundidade da voçoroca
QUADRO 1. Valores do monitoramento da voçoroca
QUADRO 2. Valores do monitoramento da ravina
QUADRO 3. Valores do monitoramento do assoreamento da represa
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I 11
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO
1.1. O Município de Quissamã 11
1.1.1. Recursos Naturais 12
1.2- O Surgimento da Monocultura Canavieira no Município 15
CAPÍTULO II 18
ESTUDO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO
2.1. Conceitos 18
2.2. Processos Geológicos e Geomorfológicos no Município 20
2.3. Classes de Solos Encontradas no Município 24
CAPÍTULO III 28
ÁREAS DEGRADADAS POR PROCESSOS EROSIVOS
3.1. A Degradação Ambiental e Seus Fatores 29
3.1. 1. Erosão, Ravinas e Voçorocas 32
CAPÍTULO IV 36
PROCESSOS EROSIVOS EM ÁREA DEGRADADA NO
MUNICÍPIO DE QUISSAMÃ
4.1. Monitoramento da Ravina e Voçoroca 39
4.2. Discussão 44
4.3. Alternativas Para a Recuperação da Área Degradada 44
CONCLUSÃO 47
ANEXOS 48
BIBLIOGRAFIA 60
9
INTRODUÇÃO
Atualmente, a degradação dos solos é considerada um dos maiores problemas
ambientais que tem afetado áreas com vegetação natural ou terras agrícolas, uma vez
que o solo quando destruído perde sua capacidade de produção. Esta destruição está
intimamente associada a processos erosivos que envolvem a modificação de
características físicas, químicas e biológicas dos solos somados à ação antrópica que
também induz ao dano ambiental comprometendo a estabilidade do solo. O processo
tende a se acelerar, à medida que mais terras são desmatadas para a exploração de
madeira e/ou para a produção agrícola, uma vez que os solos ficam desprotegidos da
cobertura vegetal e, conseqüentemente, as chuvas incidem diretamente sobre a
superfície do terreno (GUERRA, 1999). Os danos ambientais ocasionados nesses solos
repercutem negativamente para a sua regeneração comprometendo sua biodiversidade
que já se encontra em total desarmonia na área de estudo.
Áreas degradadas são consideradas aquelas em que o solo sofreu uma destruição
muito severa por fatores externos levando a ruptura dos agregados, causando assim a
erodibilidade do solo. Segundo Araujo et al. (2007), a degradação se apresenta de
diversas formas, sendo a mais conhecida a erosão do solo. No mesmo trabalho, o autor
cita que a degradação ambiental pode ser proveniente, por exemplo, das condições
atmosféricas adversas que vêm sendo induzidas pelo homem, provocando a mudança do
clima global ou da própria cobertura vegetal e da população animal. Desta forma, a
erosão é um desgaste que ocorre na camada superficial do solo acarretando em sua perda
e reduzindo a sua fertilidade.
Processos erosivos como ravinas e voçorocas agem em escalas espaciais e
temporais distintas, onde levam a degradação do solo e conseqüentemente a danos
ambientais que causam um desequilíbrio na paisagem repercutindo negativamente sobre
a sua regeneração natural. Este desgaste da superfície é causado por erosão acelerada
que é caracterizada pela ação antrópica promovendo a velocidade dos processos
erosivos, uma vez que o solo exposto por retirada da cobertura vegetal facilitará que
fatores físicos como água e vento atuem de forma incisiva para a formação de
escoamento superficial e conseqüentemente enxurradas que causarão um desgaste do
solo, além de possíveis deslizamentos e assoreamentos. Geralmente, tais processos estão
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associados ao avanço da agricultura para o plantio de monocultura onde ocorre um
manejo de solo de modo inapropriado.
A relevância dessa pesquisa está centrada na compreensão da dinâmica dos
processos erosivos que causaram degradação do solo em uma área rural situada no
município de Quissamã. Cabe ressaltar que esta área apresentava num passado recente
cobertura florestal de mata de tabuleiros que foi suprimida para dar lugar a monocultura
de cana-de-açúcar em mais recentemente, transformada em pastagens, situação que
propiciou o início de processos erosivos. Outro aspecto que denota a relevância da
pesquisa é a proposição de medidas mitigadoras e de recuperação da área que
proporcionem a redução dos prejuízos econômicos ocasionados pelo assoreamento de
uma represa adjacente ao local do projeto, prolongando a vida útil da mesma. Além
disso, a recuperação da área degradada promoverá também a reintegração da mesma ao
maior fragmento da mata de tabuleiros do município, limítrofe com área de estudo, que
é um importante banco genético e refúgio de vida silvestre da região, onde ocorrem
inclusive espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção.
O presente estudo tem como objetivo a recuperação de área degradada, através
de um consorcio de medidas físicas e biológicas, evitando a evolução dos processos
erosivos em curso e o assoreamento da represa, onde dessa forma possa gerar dados
técnicos e científicos que possam contribuir para a gestão ambiental de áreas degradadas
por processos erosivos, analisar e avaliar a dinâmica dos processos erosivos que
causaram a degradação da área de estudo, planejar a implantação de medidas que
possam contribuir para a recuperação da área de estudo e disponibilizar os dados e
informações oriundos da pesquisa para a inserção em um banco de dados regional sobre
recuperação de áreas degradadas.
A recuperação da área de estudo pode ser possível utilizando-se como
instrumentos o planejamento e a gestão ambiental.
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CAPÍTULO I
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO
1.1 – O Município de Quissamã
Localizado na região Norte fluminense do estado do Rio de Janeiro, o
município de Quissamã se encontra entre os municípios de Macaé e Campos dos
Goytacazes, onde possui uma área total de aproximadamente 660 Km² e uma
vasta região aplainada denominada Baixada Campista. Grande parte de seu
território, cerca de 70%, está situado em uma planície costeira caracterizado pela
restinga, estabelecendo limites com os Tabuleiros e com as colinas Cristalinas
(RAMUZ, 2000).
De acordo com Russo et al. ( 2000, p. 50 ):
O município abriga a maior parte do Parque Nacional da Restinga de
Jurubatiba totalizando 65 % de área de restinga sendo considerado o primeiro
Parque Nacional a ser criado com o objetivo de preservar os ecossistemas
naturais e sua biota. O Parque abrange os municípios de Macaé e Carapebus, que
se encontram a oeste de Quissamã. De acordo com Santos e Bozelli (2003), o
PARNA Jurubatiba possui uma extensão de 44 km de planície costeira e um
complexo lacustre e lagunar costeiro, onde se encontram 18 lagoas de grande
importância para as aves migratórias, brejos e áreas de inundação que
contribuem para o carreamento de matéria orgânica para o oceano.
Possui a segunda maior Lagoa de água doce do Brasil, a Lagoa Feia,
sendo considerado um grande complexo de lagoas e lagunas do estado do Rio de
Janeiro, estando situada na divisa dos municípios de Quissamã e Campos dos
Goitacazes. De acordo com Santos (2013), é o principal manancial hídrico do
O espaço urbano do município de Quissamã é resultado tanto das relações estabelecidas entre sua sociedade local e características do meio, como também é um reflexo de um modo de produção que não se faz presente homogeneamente no espaço.
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município de Quissamã, utilizado para diversos fins, incluindo a captação e o
abastecimento público de água, a irrigação de culturas em propriedades rurais, a
piscicultura e a pesca artesanal. Além disto, a Lagoa Feia tem grande influência
na regulação do nível do lençol freático na região e na amenização do clima local
(CIC, 1994).
FIGURA 1. Localização do município de Quissamã, RJ. Fonte: Google Maps, 2013.
1.1.2. Recursos Naturais
As restingas são ecossistemas formados a partir de acumulações arenosas
litorâneas, de forma geralmente alongada e paralela à linha da costa, que
abrangem uma fauna e flora extremamente ricas, destacando-se tanto pela
paisagem natural, de rara beleza cênica, quanto pelo potencial econômico que
representam, especialmente pelo apelo contemporâneo do ecoturismo (SANTOS
2013). Entretanto, grande parte da restinga se encontra ameaçada pelo
antropismo visando à monocultura de cana-de-açúcar e a pecuária, uma vez que
a degradação vem causando sérios danos ao ecossistema e a conservação de sua
diversidade biológica está ameaçando a biota da região.
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De acordo com o CONAMA, na Resolução 261/1999, restinga é definida
como:
A restinga do município de Quissamã se destaca por ter um trecho único no
litoral do Brasil com espécies vegetais raras e endêmicas, por sua beleza singular
e por se diferenciar biológica e geograficamente das outras restingas
(BARRETO, 2013), onde inclusive grande parte da restinga se encontra
protegida pelo Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (PARNA
JURUBATIBA) sendo criado pelo Decreto s/n de 29 de abril de 1998 com o
objetivo de preservar espécies endêmicas (SANTOS e BOZELLI, 2003).
Possuem áreas inundáveis e brejos que estão dispersos pelo município, incluindo
os cordões arenosos da restinga e as suaves colinas e depressões dos Tabuleiros.
Segundo Balbi (2011), as outras restingas do país não foram contempladas como
a restinga que existe em Quissamã, pois as baixadas litorâneas eram as preferidas
pelos índios e pelos colonizadores europeus, conseqüentemente causando a
devastação dessas áreas.
As restingas são consideradas ecossistemas menores dentro da Mata
Atlâmtica, uma vez que grande parte das espécies vegetais encontradas na
restinga foi adquirida da Mata Atlântica, com espécies comuns entre os dois
ecossistemas e espécies endêmicas de restinga em menor proporção.
De acordo com CIB et al. (2000), apesar de toda a devastação que foi
submetida, a Mata Atlântica abriga ainda níveis altíssimos de riqueza biológica e
de endemismos, entretanto encontra-se em situação crítica de alteração de seus
ecossistemas naturais. Ainda assim possui uma biodiversidade de suma
Um conjunto de ecossistemas de comunidade florística e
fisionomicamente distintas, situadas em terrenos
predominantemente arenosos, de origens marinha, fluvial,
lagunar, eólica ou combinações destas; tais comunidades formam
um complexo vegetativo edáfico e pioneiro, que depende mais da
natureza do solo do que do clima, e encontram-se em praias,
cordões arenosos, dunas e depressões associadas, planícies e
terraços.
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importância para o planeta, na qual detém uma riqueza de espécies de fauna e
flora nativas, destacando-se também como reguladora do ciclo hidrológico e da
qualidade da água dos rios e lagoas, onde ocorre a diminuição do risco de
enchentes e inundações, além de minimizar a erosão dos solos evitando o
assoreamento dos corpos hídricos e beneficiando o clima local.
O Estado do Rio de Janeiro está integralmente inserido no Bioma da
Mata Atlântica que é bastante antiga, acreditando-se que já estava configurada
no início do Período Terciário (INEA, 2013), onde desde esse período espécies
da fauna e flora se refugiaram para áreas mais restritas da mata aumentando a
zona de diversidade favorecendo o endemismo nessa região. Desse modo, o
estado do Rio de Janeiro ocupa uma posição bastante peculiar, pois sua
localização coincide com uma das áreas de maior diversidade do Bioma (RBMA,
2004).
O município de Quissamã abrange a Mata Atlântica de Tabuleiros, que
segundo o IBGE (1993), seus fragmentos florestais estão incluídos na Região
Fitoecológica da Floresta Estacional Semidecidual, em formação florestal típica
de Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas, caracterizada por
apresentar sua distribuição geográfica freqüentemente associada aos Tabuleiros
do Pliopleistoceno do Grupo Barreiras, que ocorrem desde o sul da cidade de
Natal até a região Norte do estado do Rio de Janeiro. Desse modo, a Mata
Atlântica de Tabuleiros de Quissamã formam uma paisagem contínua, onde
predomina uma topografia plana, ondulado e com topos aplainados. De acordo
com Santos (2013), representam um dos ambientes mais importantes do
município, não apenas pelas suas dimensões, mas também por abrigarem os
últimos fragmentos remanescentes da Mata de Tabuleiros em Quissamã.
Corresponde as áreas intensivamente ocupadas por atividades agrícolas,
principalmente a monocultura canavieira que ainda domina a paisagem rural
contemporânea do município. Essas matas sofreram uma grande fragmentação
através dos tempos com o desmatamento para a implantação da monocultura de
cana-de-açucar, onde atualmente ainda ocorrem desmatamento, porém para o
corte seletivo de algumas madeiras nestas formações. Segundo RAMIREZ
(1991), Quissamã sempre teve uma vida muito própria, em torno da qual,
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desenvolveu-se um empreendimento agrícola bastante simples em sua
organização, possuindo características típicas da tradicional sociedade rural.
Através dessa intensa devastação florestal ao longo dos anos, atualmente,
poucos fragmentos de Mata Atlântica de Tabuleiros fazem parte da paisagem
natural do município, onde se encontram apenas fragmentos em propriedades
particulares, que se mostram isolados em diferentes formas e tamanhos, onde a
diversidade biológica desapareceu juntamente com esse bioma. Poucas espécies
da fauna e da flora se apresentam na região estando condenada a extinção.
1.2- O Surgimento da Monocultura Canavieira no Município
A primeira atividade implantada no município foi à criação de gado com
o intuito de abastecer a região com carne e o estado do Rio de Janeiro.
Concomitantemente, outras atividades de subsistências foram surgindo para o
aumento do potencial econômico da região. Segundo Santos (2013), somente
por volta de 1750, quando cultura de cana-de-açúcar passou a ganhar força na
região de Campos dos Goitacazes, a pecuária cede lugar à monocultura
canavieira em Quissamã, tendo sido erguido o primeiro engenho de açúcar do
município, em 1798, na Fazenda Machadinha.
Para Rua (2000, p. 15 ):
Desse modo, houve um aumento repentino na implantação de engenhos
na região Norte Fluminense e nas fazendas do município proporcionando um
desenvolvimento na atividade econômica, uma vez que a sociedade encontrava-
se satisfeita pelo aumento de empregos e barões puderam demonstrar todo o seu
poder de domínio na cidade com seus luxuosos casarões. Contudo, o
desmatamento e a supressão de vegetação da Mata de Tabuleiros se agravaram
“O Norte fluminense sobressai no Estado do Rio de Janeiro como espaço-problema. A região canavieira apesar de ter uma economia não propriamente decadente, comporta problemáticas que vão desde a estagnação dos índices de produtividade até e, sobretudo, a precariedade das condições de vida e do alto índice de desemprego sazonal, com o agravamento das contradições sociais.”
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para ambientar à cana-de-açúcar, impulsionando a economia do município.
Houve corte de árvores de suma importância para o ecossistema, onde a madeira
era usada pelos barões e grandes fazendeiros, e o solo para o plantio.
Segundo relato de moradores locais, com o passar dos anos, os grandes
fazendeiros de Quissamã implantaram em 1877 um engenho no município de
Quissamã, denominado Engenho Central de Quissamã, com características de
cooperativa, a fim de melhorar a qualidade do açúcar e diminuir a mão-de-obra
usada na produção. De acordo com Lima (2000), desta forma coube ao Engenho
Central continuar a tradição açucareira na região, mantendo-se erguido através
dos tempos, apesar das crises do final do século e as do início deste. Desse
modo, o município teve seu desenvolvimento econômico em função da
monocultura canavieira proporcionando também um crescimento para a cidade.
Entretanto, nos 50 anos seguintes houve uma crise na economia do município,
onde os fazendeiros se endividaram e perderam suas terras para o Engenho
Central de Quissamã, onde houve grande monopólio na economia local.
Marchiori (1991, p.20) afirma que:
Entretanto, a industrialização na produção do açúcar proporcionou ao
Engenho Central ser reconhecido como Usina, pelo emprego de técnicas mais
avançadas. Contudo, esse desenvolvimento industrial se confronta com
problemas sociais e econômicos, uma vez que a Usina modifica o cotidiano da
população, sendo agro-industrial sem ser urbano, exercendo sua hegemonia
sobre a população, visto que a grande parte desempregada vende sua força de
trabalho por um valor muito baixo, quase que escrava. Segundo Lima (2000), o
espaço é modificado, a Usina torna-se o eixo central, a mola que movimenta que
sustenta a estrutura social econômica e até política.
Assim, a economia do município se estagnou com a Usina dominando
todo o processo produtivo da cana-de-açúcar por um determinado tempo, porém
“Quissamã teve a primazia de ser o primeiro Engenho Central do país, assim como foi também a primeira companhia a burlar o princípio da dissociação da produção. Desde sua fundação, as canas que abasteciam o Engenho Central advinham, em máxima parte, das fazendas dos proprietários da fábrica...”
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sendo interrompida com a descoberta do petróleo anos mais tarde, onde o
município passou a receber royalties da Petrobrás.
Conforme relato de moradores, o funcionamento da Usina ocorreu até o
ano de 2000, onde esse ciclo da monocultura canavieira foi suspenso para a
produção de açúcar, pois até a presente data o plantio da cana se destina para
outros fins, como a produção de cachaça em um alambique na Fazenda São
Miguel, e com propostas futuras para abertura de uma destilaria no município.
Atualmente, grande parte das fazendas e terras do município ainda
pertence ao Engenho Central mesmo este não se encontrando em funcionamento.
Essas fazendas estão situadas em remanescentes florestais da Mata de Tabuleiros
de Quissamã, onde em um momento pretérito se encontrou devastado pelo
cultivo de cana-de-açúcar. Fragmentos da mata se encontram como secundária,
porém conservada, e uma vasta área desnuda, causada por uma supressão de
vegetação se encontrando para o uso da pecuária, como gado e carneiro, visando
um novo olhar para o sustento. Em vista disso, o uso do solo se encontra
bastante debilitado pelo pastoreio impossibilitando uma sucessão florestal na
área.
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CAPÍTULO II
ESTUDO AMBIENTAL DO MUNICÍPIO
O estudo do espaço geográfico supõe duas preocupações iniciais: compreender a
dinâmica da sociedade humana, que produz e vive nesse espaço, e compreender a
dinâmica da natureza permanentemente transformada pelo homem ao longo de um
processo histórico, na medida em que adquire técnicas que aceleram tal transformação
RUA (2000, p. 153).
A Mata Atlântica de Tabuleiros do estado do Rio de Janeiro encontra-se em
processo de fragmentação florestal, onde antes grandes áreas eram revestidas por
florestas com grande biodiversidade, atualmente os remanescentes de Mata de
Tabuleiros existentes apresentam significativas áreas de cobertura, sendo ainda possível
estudo em suas alterações na dinâmica, na composição e no funcionamento desse
ecossistema. De acordo com Santos (2013), os fragmentos de Mata Atlântica de
Tabuleiros encontram-se recobrindo os topos aplainados dos Tabuleiros, assim como ao
longo de suas suaves encostas, apresentando-se sob as mais variadas situações de uso e
cobertura do solo no entorno, destacando-se a presença de rodovias pavimentadas,
estradas vicinais não pavimentadas, núcleos urbanos, pastagens, canaviais, plantações
de abacaxi, florestas econômicas (eucaliptos), brejos, campos inundáveis e extrativismo
mineral (argila e saibro).
2.1. Conceitos
Compreende-se por geomorfologia a atuação do antropismo ou causas naturais
em relação à superfície terrestre e suas distintas formas de relevo, onde a paisagem
geomorfológica depende de fatores externos, como chuva, vento, caracterizado pelo
intemperismo que influencia na gênese e evolução do relevo. De acordo com Guerra e
Marçal (2006), geomorfologia é o estudo das formas de relevo, levando-se em conta sua
natureza, origem, desenvolvimento de processos e a composição dos materiais
envolvidos. O aspecto do relevo local influencia nas condições hídricas e térmicas do
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solo, refletindo no microclima e dinâmica do ecossistema, nas características e
propriedades do solo. Dessa forma, o clima, sob influência de precipitação, temperatura
e umidade, atua sobre as rochas que darão origem ao solo.
A geomorfologia envolve o planejamento e o manejo ambiental buscando
solucionar problemas relacionados com o meio físico seja por ordem natural, como
catástrofes, deslizamentos de encostas ou pela ação antrópica, uma vez que sua
interferência possibilita danos ao meio ambiente, aos recursos naturais e a população.
Implica em fornecer técnicas de pesquisa e conhecimentos sobre a crosta terrestre,
visando suas formas de relevo e processos associados a paisagem e sua superfície.
Existe também uma relação diretamente com o homem, visto que mudanças ambientais
ocorrem por atividades humanas causando movimentação de massa, remoção de
cobertura vegetal alterando a paisagem. O crescimento populacional está amplamente
relacionado com essas mudanças, pois sua ocupação desordenada em nova área e a
exploração de recursos naturais causa maior pressão no meio físico. Segundo Hooke
(1988), a partir do momento que os humanos vivem, trabalham, constroem na superfície
terrestre, tais atividades produzem necessariamente, mudanças nos ecossistemas
terrestres e aquáticos.
Marques (2005, p.21) cita que:
Assim, o homem é o grande intermediário dessas realizações, interferindo no
ecossistema, na paisagem antes sendo como natural, sucedendo à artificial. O homem é
o grande explorador da superfície, o conhecedor do relevo, de suas formas, de seus
recursos, possibilitando sua adaptação e reconhecimento do ambiente podendo evitar
qualquer impacto negativo.
A análise de todo o complexo conjunto de processos e formas na perspectiva sistêmica e a inserção de noções pertinentes a conceitos probabilísticos remeteram as concepções geomorfológicas a outro patamar. A paisagem geomorfológica e sua evolução dependem de diversos fatores, representados em diferentes escalas de espaço e tempo. Desse modo, a existência de vários fatores influenciando a realização de um ou mais processos tenderia a gerar uma multiplicidade de resultados, sendo alguns mais previsíveis que outros, quando, por exemplo, fosse detectada a presença de um elemento de controle.
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2.2. Processos Geológicos e Geomorfológicos no Município
A planície costeira da região norte fluminense do estado do Rio de Janeiro está
amplamente relacionado a processos geológicos e geomorfológicos que envolvem o
Delta Paraíba do Sul, uma vez que corresponde a um conjunto de ambientes
sedimentares que se associam as ações marinhas, ao regime fluvial e ao comportamento
tectônico para desenvolver essa deposição. É considerado como um sistema ambiental,
admitindo limites, partes componentes e relações externas que determinaram as feições
mais representativas dos modelados conforme os ambientes marinhos, fluviomarinhos,
fluviolacustres e fluviais (ARGENTO, 1979). No litoral, existe uma extensa área de
depósitos marinhos e arenosos, juntamente com lagoas e lagunas, denominado Baixada
Campista. Essa Baixada é caracterizada por inundações recentes do rio Paraíba do Sul,
onde houve depósito de matéria orgânica e inorgânica, e por depósitos marinhos da
restinga, uma vez que se estendem ao longo da margem do rio.
De acordo com Ramuz (2000), a formação da planície costeira presente na região
Norte Fluminense data do Quaternário, última Era geológica, que teve início há pelo
menos 2 milhões de anos, durante a qual grande parte da superfície terrestre esteve
coberta por gelo, sendo caracterizada por freqüentes oscilações do nível do mar. O
Quaternário também é conhecido por Período Glacial, no qual foi marcado por quatro
fases glaciais em que a temperatura atmosférica global aumentava provocando fusão e
por conseguinte a elevação do nível do mar influenciando a costa brasileira,
modificando o relevo de algumas áreas litorâneas. De acordo com o mesmo autor,
formam quatro fatores principais que promoveram a composição das planícies costeiras
arenosas no litoral brasileiro: as fontes de areia, variação do nível do mar, retenção de
sedimentos e as correntes de deriva litorânea, uma vez que as deltações do rio Paraiba
do Sul tem grande influencia nesses processos, pois com o transporte de sedimentos
pela deriva litorânea que são correntes paralelos a costa em direção do Sul para o Norte.
Com isso, os sedimentos vindos da plataforma continental se retém e se deposita em
etapas interpostas estabelecendo cordões paralelos no litoral, onde cada alinhamento
mostra uma composição arenosa que representa sua condição anterior. A Lagoa Feia, da
Ribeira e do Visgueiro localizadas em Quissamã são exemplos dessa formação. Ainda
conforme Ramuz (2000), estes ambientes configuram a expressão mais notável do
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dinamismo costeiro ocorrido durante o Quaternário no litoral do estado do Rio de
Janeiro (Figura 2).
Apesar de uma grande uniformidade na paisagem da planície litorânea, existem
elevações de grande importância para a região denominada Tabuleiros Costeiros da
formação Barreiras, que são colinas arredondadas, constituídas por rochas antigas, onde
se encontram com trechos do Delta do Paraíba do Sul e na planície costeira. Possuem
altitude em torno de 15 a 40 metros, constituindo superfícies irregulares que podem
alcançar até 30 km de largura (RADAM-BRASIL, 1982). CIC (1994) mostra que na
extensa planície costeira, também denominada Baixada Campista, são encontradas duas
grandes províncias geomorfológicas: Tabuleiros, associados ao Grupo Barreiras, e o
Complexo Deltáico do rio Paraíba do Sul, onde se localizam as restingas (Figura 3).
A Formação Barreiras está disposta ao longo da costa brasileira, do Rio de
Janeiro até o Pará, formando uma autêntica “barreira” entre as planícies costeiras e as
formações existentes no interior do continente (RAMUZ, 2000). Com isso, os
Tabuleiros Costeiros são dissecados de topo aplainado sobre a Formação Barreiras, onde
conforme invade o interior do estado do Rio de Janeiro predomina os afloramentos
rochosos do fundamento Pré-Cambriano (GATTO et al. 1983). Ainda conforme o
mesmo autor, o Pré-Cambriano corresponde a Era geológica mais antiga, cujas rochas
tiveram a sua formação há aproximadamente 4 x 10³ milhões de anos atrás. Encontra-se
bem representado na região serrana do Norte Fluminense, principalmente nas escarpas
dos maciços costeiros e nas suaves colinas que formam, junto com os Tabuleiros
Terciários, o último patamar até chegar à extensa planície litorânea.
Segundo Santos (2013), grande parte do município é constituída por formações
Pré-Cambrianas e Cenozóicas, onde se destaca as Terciárias e Quaternárias, que se
encontram ao longo da extensão da planície costeira, principalmente nas restingas e
ambientes com corpos hídricos. A origem de seus sedimentos pode ser continental ou
marinha, sendo transportados e depositados ou no leito dos rios, ou em brejos.
Geologicamente, se prevalecem as areias quartzosas em cordões paralelos, em brejos e
campos inundáveis formando uma paisagem bastante homogênea. Ramuz (2000) cita
que o Pré-Cambriano de Quissamã está representado essencialmente por gnaisses e
migmatitos que se encontram totalmente alterado, originando os solos espessos
existentes sobre as suaves colinas que são separadas por vales, brejos e planícies
fluviais.
22
Segundo Marques (1994), no município de Quissamã ocorre uma série de fatores
espaciais e temporais ocorrentes na evolução da Baixada Sedimentar Campista e dos
Tabuleiros Costeiros do Grupo Barreiras, na qual se inclui a própria formação do
complexo deltaico do Rio Paraíba do Sul. Desse modo, existem três principais formas
de relevo apontadas no município: a planície costeira, as suaves colinas e os Tabuleiros
Costeiros (RAMUZ, 2000). De acordo com o mesmo autor, a planície costeira
representa cerca de 70% da área total do município de Quissamã, distribuindo-se por
todo o território municipal, estabelecendo limites com os Tabuleiros e com as colinas
Cristalinas, uma vez que seus aspectos evolutivos de relevo e de sua distribuição
espacial de origem apresentam formas como terraço marinho, terraço fluvial, restinga,
brejos e lagoas. Lamego (1974) descreve os Tabuleiros como elevações Cristalinas
bastante erodidas no Pleistoceno, favorecendo a extensa deposição de detritos que
originou o delta do rio Paraíba do Sul e conseqüentemente o assoreamento costeiro,
onde resultou a Lagoa Feia, a segunda maior do Brasil.
A origem da formação do relevo no município de Quissamã está fortemente
associada à evolução do delta do Rio Paraíba do Sul. Possuem cordões arenosos que são
responsáveis pela uniformidade do litoral da região, uma vez que através de sua
influencia consegue mudar a direção de córregos que atravessam a planície costeira
levando a barragem de água, desencadeando numa planície de inundação e formações
paludiais, que correspondem a parte mais baixa da planície costeira. Com isso houve a
formação de aluviões e numerosas lagunas, que contribuíram para a formação de
importantes lagoas para o município, como a lagoa Feia, a lagoa Preta, entre outras.
Os Tabuleiros Costeiros dominam uma área de grande importância no
município, onde predomina uma topografia plana com poucas ondulações e topos
aplainados. Os Tabuleiros aparecem por detrás da planície Quaternária e se estendem
pelo interior do município, de forma contínua, com direção dominante NE-SW, desde as
proximidades da Lagoa Feia até os limites territoriais situados a Oeste, próximo à divisa
com o município de Carapebus (LIMA, 2000). Abrigam os fragmentos remanescentes
da Mata Atlântica de Tabuleiros de Quissamã, visto que possui um espaço de suma
importância para o municipio, pela sua dimensão, biodiversidade e conservação.
Atualmente, essas áreas dominam a paisagem rural do município, sendo ocupada pela
monocultura de cana-de-açúcar.
23
No município de Quissamã, os Tabuleiros assumem papel de destaque na
economia do município na medida em que se evidencia o uso intenso destas terras,
principalmente com o plantio da cana-de-açúcar, através de uma prática que não leva em
consideração a natureza do solo (LIMA, 2000). Dominam a paisagem, onde é expresso
por um relevo ondulado, solo argiloso, compactado, sendo economicamente explorado
pelo cultivo da cana-de-açúcar.
Para Marques (1994, p. 139),
FIGURA 2. Mapa Geológico do Município de Quissamã, RJ. Fonte: RUA (2000).
O relevo sempre foi notado pelo homem no conjunto de componentes da natureza pela sua beleza, imponência ou forma. Também, é antiga a convivência do homem com o relevo, no sentido de lhe conferir grande importância em muitas situações do seu dia a dia, como para assentar moradias, estabelecer melhores caminhos de locomoção, localizar seus cultivos, criar seus rebanhos ou definir os limites dos seus domínios. A definição das características geomorfológicas, presentes na região que está inserido o município de Quissamã, obedece a uma serie de fatores espaciais e temporais ocorrentes na evolução da Baixada Sedimentar Campista e dos Tabuleiros Costeiros do Grupo Barreiras, na qual se inclui a própria formação do complexo deltaico do rio Paraíba do Sul.
24
FIGURA 3. Mapa geomorfológico do município de Quissamã. Fonte: RUA (2000).
2.3. Classes de Solos Encontradas no Município
Segundo Aragão (2000), os solos integram um recurso natural não renovável e
por isso, precisam ser estudados tanto no que se referem as suas propriedades físicas e
químicas, quanto a sua gênese, de maneira que se retirem deles produções sustentáveis
evitando sua degradação. Dessa forma, Fonseca (1999) conceitua solo como a interface
entre a litosfera, no sentido geoquímico, e a biosfera, onde permite o crescimento de
plantas enraizadas e outras formas de vida. O que caracteriza o solo é a sua distribuição
em camadas diferentes entre si, onde a organização de seus constituintes e propriedades
está relacionada com a superfície presente que diversifica verticalmente com a
profundidade.
Conforme Guerra e Cunha (2012), a cor do solo é uma das características que
podem fornecer indícios sobre composição, propriedades e origem dos solos tendo
relações com condições atmosféricas e/ou pedoambientais. Com isso, a distinção entre a
cor e a textura revela o solo no campo através de suas propriedades, como a matéria
25
orgânica, as propriedades químicas, o tipo de solo mostrando o estado atual que se
encontra. Cada camada presente no solo especifica seu horizonte e pode variar de
centímetros a metros de espessura. O seu movimento vertical de cima para baixo se
refere ao perfil do solo, onde compreendem três horizontes principais, o A, B e C, uma
vez que o horizonte A e B correspondem ao solo verdadeiro, mais recente, e o horizonte
C se refere ao solo de onde se originou que pode ser uma rocha in situ, solo de um ciclo
pedológico mais antigo ou aluvião transportado. Entretanto, esses horizontes ocorrem
em solos saudáveis, em boa conservação, pois solos imaturos não apresentam a mesma
seqüencia de horizonte, onde um deles pode ficar ausente mostrando um perfil
indefinido.
Fonseca (1999) cita que o desenvolvimento de um perfil de solo ocorre em duas
etapas, sendo a primeira a preparação do material parental e a segunda pela
diferenciação em horizontes, onde os dois processos ocorrem simultaneamente.
Geralmente, o começo da formação do solo se origina do horizonte C que sustenta o
horizonte A. Um horizonte B se desenvolve quando o horizonte A já está bem acima,
tornando o horizonte mais recente, e suas propriedades já se distinguem, tomando
características próprias que as define. Desse modo, os solos podem se distinguir entre si
pelo fato dos horizontes serem diversificados quanto o seu relevo, clima, tempo, sua
biologia e sua origem.
No município de Quissamã as principais classes de solo conforme Aragão (2000)
são: podzóis hidromórficos associados a areia quartzosas marinhas, podzólicos amarelos
associados a gleis pouco húmicos e a podzólicos vermelhos amarelos, gleis húmicos
associados a podzóis hidromórficos e a solos orgânicos ; gleis pouco húmicos
associados a gleis húmicos e solos aluviais e os solos orgânicos ( Figura 4).
Aragão (2000) define as classes de solo encontrada no município como:
Podzól hidromórfico se associa com as areias quartzosas marinhas referidos ao
Holoceno , ocorrendo nas planícies Costeiras , em vegetação de restinga. Em Quissamã
apresenta textura arenosa em todo o perfil e acúmulo de húmus no horizonte B, sendo
considerado um solo inapto ao desenvolvimento de culturas. Corresponde a um terço do
município, sendo utilizados para pastagens, pequenas roças, etc
O podzólico amarelo caracteriza grande parte do município, sendo solos não
hidromórficos, originados de sedimentos da Formação Barreiras do Terciário, na qual
estão inseridos os Tabuleiros Costeiros. Possui os horizontes A, B e C e com uma cor
26
amarela ou alaranjada. É um solo bastante significativo sendo utilizado na monocultura
canavieira.
O glei húmico é um solo pouco profundo, hidromórfico, onde o horizonte A
possui grande quantidade de matéria orgânica oriunda de resíduos vegetais. Possui uma
coloração preta ou cinza escura provenientes de deposições orgânicas, sendo associados
a solos orgânicos e/ou aluviais. São encontrados na margem da Lagoa Feia e na Lagoa
da Ribeira, em Quissamã.
O glei pouco húmico se caracteriza por ser um solo hidromórfico, pouco
desenvolvido, onde o lençol freático fica próximo a superfície o ano todo. É notado
mais nos limites do município, uma vez que sua origem está associada a deposição de
sedimentos do rio Macabu, do rio do Meio e do Rio Velho.
Nas duas ultimas classes de solos citadas acima mostram uma restrição a cultura
e a mecanização, pois o solo é mal drenado com grande afloramento do lençol freático.
Contudo, se houver obras de drenagem poderão ser implantados outros tipos de
monocultura. Existem plantações que se adaptam a esse solo, como a monocultura de
arroz.
Os solos orgânicos são pouco encontrados no município, pois sua drenagem se
dificulta pelo fato de haver o afloramento do lençol freático a superfície. Sua camada
superficial possui maior concentração de matéria orgânica em estagio de decomposição,
onde se apresentam em bacias com acumulação orgânica sobre depósitos flúvio-
lacustres.
27
FIGURA 4. Mapa de Solos do município de Quissamã. Fonte: RUA (2000).
Para elaborar e implantar técnicas de recuperação de áreas degradadas é
necessário conhecer o solo e suas características, técnicas, origem, processos físicos e
químicos.
28
CAPÍTULO III
ÁREAS DEGRADADAS POR PROCESSOS EROSIVOS
Em um pretérito recente, a questão ambiental se referia somente ao meio
ambiente não se importando com a intervenção do homem em seu espaço, onde o
sentido de natureza se relacionava somente com fauna e flora. De acordo com Reigota
(2002), é importante que questões ambientais passem a fazer parte do cotidiano, não
apenas para preservar a natureza, mas sim que todos se conscientizem da importância do
meio ambiente saudável na sua particularidade e amplitude. Atualmente, o antropismo é
a principal preocupação de sua intervenção no meio ambiente, uma vez que causa o
desequilíbrio do ecossistema e a manutenção da biodiversidade afetando diretamente o
solo e alterando toda biota. Segundo Vasquez (2010), as atividades antrópicas atingem
diretamente os ecossistemas e levam a danos ambientais de maior ou menor proporção
atingindo, assim, a estrutura trófica dos mesmos. Desse modo ocorrem perdas no
ecossistema local, remoção de vegetação e erosão causando degradação acelerada do
meio ambiente comprometendo também a estabilidade do solo.
Para Ross (2001, p.322):
A degradação de terras envolve a redução dos potenciais recursos renováveis por
uma combinação de processos agindo sobre a terra (ARAÚJO et al. 2007), visto que o
processo de degradação que o solo se encontra pode não ser reversível dificultando sua
regeneração e implicando na redução de produção de alimentos, pois a formação do solo
ocorre de maneira gradual e lenta necessitando de duzentos mil anos para formar 2,5 cm
de solo, sob condições agrícolas normais ( KENDALL e PIMENTEL, 1994). Como
conseqüência, a degradação em meio rural está associada ao declínio de produtividade
sendo convertidas em pastos ou em áreas abandonadas a ervas daninhas.
A potencialidade dos ambientes naturais e antropizados como definidora das fragilidades ambientais não mais as separando em emergente e potencial. Levando-se em consideração que por mais intocado que esteja um ambiente sempre está sendo indiretamente afetado pela ação antrópica, seja pela poluição do ar, seja pelas águas subterrâneas, entre outros.
29
FAO (1983):
O manejo inadequado do solo em áreas rurais através de mecanização ou de
atividades agrosilvopastoris resulta em degradação ambiental, onde a matéria orgânica é
destruída sendo removida levando à redução da permeabilidade do solo e
conseqüentemente a erosão.
De acordo com Guerra et al. ( 1999), a degradação dos solos afeta tanto as terras
agrícolas como as áreas com vegetação natural e pode ser considerada, dessa forma, um
dos mais importantes problemas ambientais atuais, onde está fortemente associado ao
avanço da agricultura. Com isso, a exposição do solo a agentes erosivos acarretará em
sua perda por erosão, na qual as camadas superficiais do solo são as mais férteis e as
mais fáceis de ser assoreadas. Vasquez (2010) cita que a agricultura promove a
degradação ambiental ao remover a cobertura vegetal, afastar a fauna, expor o solo a
erosão e a compactação, e ainda levar a redução da qualidade dos corpos hídricos ao
assoreá-los.
3.1. A Degradação Ambiental e Seus Fatores
A degradação é o resultado do excesso de energia no ecossistema, na
biodiversidade, onde esse aumento de cargas pode ser mostrada e quantificada. Cada um
dos ecossistemas tem um peso que não só é determinada pelo máximo que pode tolerar,
mas pelo seu impacto nos ecossistemas que estão ao entorno levando a algum impacto..
Segundo FAO (1980), o conceito de degradação de terras se refere a deterioração
ou perda total da capacidade dos solos para uso presente e futuro, onde essas perdas se
referem a erosão seja pelo vento ou pela água e das deteriorações química e física.
Cabe ressaltar que esse tipo de degradação está associado também a hidrologia,
substrato geológico, o antropismo em atividades passadas, atuais e futuras, assim como
o solo propriamente dito. Entretanto, a intervenção humana no ecossistema não significa
Os subsolos geralmente contem menos nutrientes que as camadas superiores, sendo necessário mais fertilizante para manter a produtividade de culturas. Isso, por sua vez, aumenta os custos da produção. Além do mais, a adição somente de fertilizantes não pode compensar todos os nutrientes que se perdem quando a camada superior erode.
30
necessariamente uma degradação, e sim uma alteração no ambiente. Wadt (2003) diz
que essa alteração ocorre juntamente com processos que levam a perda da capacidade
produtiva do sistema que diz que as áreas estão degradadas. Normalmente, o processo
de degradação de terras está relacionado a própria degradação dos solos, embora, os
outros fatores, como a pratica de manejo inadequada, também possam ocasioná-la.
Assim sendo, fatores exógenos oriundos de forças externas representada pelo sol
e a aceleração da gravidade também contribuem para a degradação de solos. De acordo
com Jatobá e Lins (2003), a direção e a intensidade dos processos erosivos são
determinadas, até certo ponto, pela energia solar que controla os fenômenos que
ocorrem na atmosfera, como a precipitação, os ventos, a temperatura do ar, entre outros.
Ainda conforme os mesmos autores, a aceleração da gravidade influencia nos
movimentos dos corpos líquidos e sólidos sobre a superfície terrestre, onde pode ser
citado o fluxo das águas correntes, o deslocamento em massa do regolito e o movimento
das geleiras.
A Geomorfologia e a Pedologia são grandes aliadas na análise de áreas
degradadas explicando a gênese, sua evolução no tempo e seu espaço em diferentes
escalas espaciais e temporais, uma vez que possui grande contribuição para a
compreensão da dinâmica do relevo terrestre e nos diagnósticos de danos ambientais,
mostrando que essas áreas atingidas sofreram algum tipo de impacto em seu relevo
prejudicando o solo e alterando a rocha, ou pela ação antrópica ou pelo intemperismo.
Marques (2001, p.23 ) analisa os relevos como:
Dessa forma, a evolução natural do ambiente sofre com o antropismo através de
sua ocupação no espaço provocando grandes transformações e desequilibrando a
paisagem genuína com suas construções, desmatamentos e queimadas, visto que a
mecânica do solo e das rochas poderá ser alterada ocorrendo fatores erosivos de grande
importância para o diagnostico de áreas degradadas. Segundo Queiroz Neto (1995), a
Pisos sobre os quais se fixam as populações humanas e são devolvidas suas atividades, derivando daí valores econômicos e sociais que lhes são atribuídos. Em função de suas características e dos processos que sobre elas atuam, oferecem para as populações, tipos e níveis de benefícios ou riscos dos mais variados. Suas maiores ou menores estabilidades decorrem, ainda, de suas tendências evolutivas e das interferências que podem sofrer dos demais componentes ambientais ou da ação do homem.
31
agricultura, a mais antiga atividade econômica da humanidade, vem sendo acusada de
agredir o ambiente por meio da destruição da vegetação, ameaças a biodiversidade,
degradação e poluição dos solos. Com isso, as praticas agrícolas causam a diminuição
da fertilidade e da capacidade produtiva do solo. Tendem a gerar uma camada
hidrofóbica, que proporciona movimentos de massa e erosão induzindo a perda do
horizonte A.
O município de Quissamã apresenta sedimentos terciários do Grupo Barreiras
sendo representados por feições geomorfológicas como Tabuleiros (LIMA, 2000), que
são topos aplainados de baixa altitude, onde se estendem pelo interior do município de
forma contínua com o uso intenso dessas terras com a monocultura canavieira e
pastagens. Com isso para manter o plantio e o pasto não são usadas práticas adequadas
para o manejo desse solo ocorrendo erosão, como ravinas e voçorocas, em grande parte
dos Tabuleiros. Ocorre também cultivo de cana-de-açúcar em restinga, onde os
sedimentos quaternários, que são compostos por areias quartzosas, são impróprios para
a agricultura.
Segundo Ramuz (2000, p. 144 ),
Desse modo, a cobertura pedológica torna-se diferenciada na medida em que
fatores exógenos e a intervenção humana alteram seu horizonte, sua morfologia e suas
propriedades acelerando processos físicos e externos causando instabilidade do solo,
desgaste na superfície e nos sistemas de produção, e conseqüentemente em danos
ambientais. Para Araújo et al (2007), a compreensão da dinâmica dos processos
atenuantes que deram origem a degradação , que pode ser relacionada a presença de
erosão dos solos, ou então a movimentos gravitacionais de massa, pode atingir grandes
quantidades de solo num curto espaço de tempo conduzindo a impactos ambientais.
O processo de desmatamento na restinga favorece o transporte de areias pela ação dos ventos, intensificando, conseqüentemente, o assoreamento de canais e lagoas. A prática do desmatamento também conduz a diminuição da matéria orgânica, de vital importância para a renovação de nutrientes do solo.
32
3.1. 1. Erosão, Ravinas e Voçorocas
Erosão superficial ou erosão do solo é a remoção das camadas superficiais do
solo pelas ações do vento e da água (ARAÚJO et al. 2007), que envolve o destacamento
e o transporte de partículas por forças de arrasto, de tração ou impacto em partículas
individuais dos solo quebrando as rochas em partículas menores e enfraquecendo as
ligações entre elas através de processos de intemperismo e a remoção dos fragmentos
quebrados é causado pela erosão.O desgaste da superfície terrestre através da perda da
camada superficial do solo pela ação do vento e/ou da água é considerado a forma mais
usual de erosão. Essa dinâmica erosiva se inicia a partir das primeiras gotas de chuva
quando entram em contato com as partículas do solo que estão expostas e sem cultivo
sendo salpicadas pela ação física da chuva. Essa erosão é do tipo hídrica sendo erosão
pluvial, com efeito splash.
Guerra et al. (1999, p. 17 ) descreve esse processo:
De acordo com o mesmo autor, splash se refere à gota de chuva quando toca o
solo e os desagregam ocorrendo a ruptura dos agregados. Conforme os agregados são
destruídos e a superfície do solo se mantém selada, a ação do splash se encontra mais
resistente nas crostas diminuindo o escoamento subsuperficial.
Segundo Araújo et al. (2007), o ciclo hidrológico é de fundamental importância
para o processo erosivo, pois descreve a seqüência da transferência de água proveniente
da precipitação para as águas superficiais e subterrâneas para o armazenamento e
escoamento superficial. Dessa forma através do gotejamento das folhas e pelo fluxo de
tronco, parte da água da chuva entra em contato com a cobertura vegetal e a outra parte
com o solo causando o splash e se infiltrando, onde aumenta o teor de umidade do solo
podendo haver saturação e formação de poças que supostamente iniciará o escoamento
Primeiro é abordado o papel do splash no processo erosivo a conseqüente formação de crostas com a selagem do solo; depois a infiltração de água e a formação de poças (pounds), à medida que o solo torna-se saturado. A partir daí, a água começa a escoar na superfície, primeiramente em lençol, depois através de fluxos lineares, que evoluem para microrravinas podendo algumas formar cabeceiras, e algumas dessas cabeceiras podem bifurcar formando novas ravinas.
33
superficial. Para Coelho Netto (1998), esse processo será influenciado pelas
3wpropriedades do solo, características das chuvas, tipo de cobertura vegetal, uso e
manejo do solo, características das encostas e microtopografia da superfície do terreno.
Entretanto, pode haver alguma variação relacionada a tipo do uso do solo o que
influenciará na densidade e porosidade, como por exemplo, em áreas de superpastoreio,
onde uma quantidade superestimada de gado pressiona uma determinada área
acelerando a erosão. Logo, segundo Guerra et al. (1999), a pressão exercida pela
ocupação de determinadas áreas, principalmente por atividades agrícolas intensivas,
aliadas a uma despreocupação, tem dado lugar a uma perda dificilmente recuperável do
potencial produtivo de terras, a qual tem como causa principal a erosão acelerada.
Dessa forma é de suma importância conhecer os tipos de erosão do solo e seus
possíveis impactos sobre o ecossistema, compreendendo sua gênese e evolução
indispensável ao uso racional do solo e conhecimento do meio físico, uma vez que o
ambiente geológico é um sistema complexo que abrange processos geodinâmicos, as
rochas, o solo e sua erodibilidade sob o efeito de fatores bioclimáticos, sociais e
econômicos. Existem diversos tipos de erosão do solo que foram analisados pelo
geocientistas, na qual foi observada grande distinção entre erosão natural, erosão
geológica e erosão acelerada. De acordo com Marçal (2000), a erosão natural refere-se a
mecanismos operantes em sistemas não modificados, embora sujeitos a um equilíbrio
dinâmico. A erosão geológica é aquela utilizada numa escala de milhares de anos,
proveniente de constantes modificações nas condições geológicas sendo responsáveis
pelo formato que as rochas se encontram atualmente através do intemperismo. Segundo
a mesma autora, a erosão acelerada é um tipo de erosão que ocorre quando os sistemas
naturais são modificados através da intervenção humana, onde o antropismo é
considerado um agente acelerador da erosão sendo uma taxa que excede a taxa
presumida sob condições naturais. Com isso, existem diferentes tipos e agentes de
erosão que se comportam de forma distinta no meio ambiente com seus aspectos físicos
e sociais, uma vez que o fator populacional é o grande responsável pelas condições de
degradação do solo estar antropizada. De acordo com Araújo et al (2007), embora a
erosão possa ocorrer sem a intervenção humana, na pratica ela geralmente é iniciada
e/ou acelerada por atividades antrópicas que causam o desaparecimento da cobertura
protetora da vegetação natural ou danificam a estrutura do solo
34
Atualmente, o desmatamento é o grande causador para fins de praticas agrícolas
e/ou para o preparo do solo para pastagens levando ao uso intensivo do solo, onde essas
áreas ficam sujeitas a erosão e conseqüentemente a processos erosivos lineares, tais
como ravinas e voçorocas. Conforme Araujo et al (2007), ravinamento é a remoção de
solo pela água por canais visíveis ou canaletas muito pequenas, mas bem definidas,
onde há concentração do fluxo sobre o solo, onde a maior parte da erosão ocorre. No
principio do escoamento superficial, a água é coletada em pequenas canaletas, que
podem erodir mais e evoluir para pequenos canais chamados ravinas. Ainda de acordo
com o mesmo autor, essas ravinas podem, eventualmente, coalescer em canais maiores e
mais profundos, chamados voçorocas, um processo complexo e destrutivo que, uma vez
iniciado é difícil de parar. São maiores que as ravinas e não podem ser removidas pelo
preparo do solo normal, comumente encontrada em pastagens sendo de difícil controle e
retenção. Segundo Guerra (1998), as voçorocas estão associadas com processos de
erosão acelerada e causando instabilidade da paisagem, uma vez que os desmatamentos,
o superpastoreio, as queimadas e o uso do solo para monoculturas causam o surgimento
de voçorocas quando associados a chuva ocasionando movimentos de massa, erosão por
percolação e erosão por lençol (escoamento superficial). Para Marçal (2000), as
voçorocas são características erosivas relativamente permanentes nas encostas, sendo
formadas por um canal de drenagem de paredes lateral íngreme e fundo chatos
terminado numa cabeceira, onde a erosão é intensa e profunda. Algumas vezes, as
voçorocas se aprofundam tanto, que chegam a atingir o lençol freático (Guerra, 1998).
Cabe ressaltar, que a dimensão de largura e profundidade de voçorocas é considerada
acima de 50 centímetros. Abaixo desse valor são intituladas ravinas.
Os solos erodem não apenas porque chove forte, mas porque foram
desmatados e cultivados de maneira imprópria (BOARDMAN, 1999). Com isso, uma
das formas mais extremas de erosão é a deformidade do terreno originada através de
processos de intemperismo que ocorrem por forças de arrasto, de impacto ou tração
quebrando as rochas em pequenas partes e enfraquecendo as ligações entre essas partes.
A mecânica do processo de erosão do solo envolve o destacamento, o transporte e a
deposição da partícula, onde Araujo et al. (2007) diz que as forças de inércia ou coesão
entre as partículas resistem as forças de arrasto ou de tração exercidas pelo fluxo d’água.
O movimento do solo pela água é um processo complexo, influenciado pela
quantidade, intensidade e duração da chuva, natureza do solo, cobertura vegetal,
35
declividade da superfície do terreno (BERTONI E LOMBARDI NETO, 1999). Para
iniciar o processo erosivo a chuva é de suma importância, pois dessa forma ocorre o
movimento da água e conseqüentemente o escorrimento na superfície. De acordo com o
mesmo autor, em cada caso a força erosiva da água é determinada pela interação ou
balanço dos vários fatores favorecendo alguns o movimento do solo e outros opondo-se
a ele. Com isso , o transporte de partículas pela água é carreado pela enxurrada causada
pela sua desagregação favorecendo o escoamento superficial e conseqüentemente o
aparecimento de sulcos e ravinas, visto que uma vez instalado esses fatores erosivos a
perda de solo torna-se constante podendo evoluir para voçoroca.
36
CAPITULO IV
PROCESSOS EROSIVOS EM ÁREA DEGRADADA NO MUNICÍPIO DE
QUISSAMÃ
A área degradada em estudo está situada na Fazenda São Miguel da Mata, tendo
sido monitorada no período de doze meses, compreendido entre dezembro de 2012 a
dezembro de 2013 em uma área de 500 (quinhentos) metros quadrados, coordenadas
UTM (Projeção Universal Transversa de Mercator) 237890 E 7557081 N situada na
parte baixa de uma suave colina na área de Tabuleiros com aproximadamente 15 graus
de declividade, tendo como finalidade observar à dinâmica e evolução de processos
erosivos existentes. Esta área é constituída por solo argiloso sugerindo Latossolo ou
Argissolo, visto que apresenta pouca infiltração e drenagem permitindo assim o
escoamento superficial. Atualmente, não apresenta mais sua cobertura vegetal devido ao
desmatamento inicialmente para a monocultura canavieira e posteriormente para
pastagem.
O monitoramento da área em questão se baseia no modelo teórico de ravinas e
voçorocas, onde mostra que existem três tipos de classificação de voçorocas de acordo
com Oliveira (1999): do tipo conectada a rede de drenagem, desconectada a rede de
drenagem e integradas entre os dois tipos. O modelo de estudo foi do tipo conectado a
rede de drenagem (Figura 5), uma vez que a represa instalada na Fazenda está sofrendo
assoreamento provocado pelas ravinas e voçorocas presentes na área.
FIGURA 5. Voçoroca conectada a rede de drenagem. Fonte: Oliveira (1999).
37
Segundo relatos dos proprietários atuais e comprovados por fotografias aéreas
(FIGURAS 6 e 7) , a área de estudo integrava o maior fragmento de Mata Atlântica de
Tabuleiros do município. Entre os anos de 1981 e 2000, onde houve uma supressão de
vegetação na área de estudo, tendo sido a área incluída ao cultivo da cana-de-açúcar,
uma vez que já ocorria nas proximidades. Atualmente a área é utilizada como pastagem,
tendo sofrido uma raspagem das camadas superficiais do solo para servir como área de
empréstimo na construção de uma barragem adjacente. A partir dessa intervenção
iniciaram os processos erosivos destacando ravinas e voçorocas, visto que através da
remoção das camadas superficiais do solo houve uma alteração de toda a dinâmica
prejudicando os processos físicos, químicos e biológicos do mesmo.
FIGURA 6. Fotografia area da Mata de São Miguel da Mata de 1981 com destaque para
localização na área de estudo. FONTE: PROJIR
Legenda: Área de estudo
38
FIGURA 7. Fotografia área da Mata de São Miguel da Mata de 2000 com destaque para
localização na área de estudo. FONTE: AMPLA
Legenda: Área de estudo
39
4.1. Monitoramento da Ravina e Voçoroca
Em dezembro de 2012 foi realizado o primeiro trabalho de campo, onde foram
mensurados os seguintes parâmetros: profundidade, largura e comprimento de uma
ravina e uma voçoroca, bem como a profundidade da represa, utilizando-se como
referencial a altura média da água a fim de caracterizar a área de estudo. O critério
utilizado para a escolha da ravina e voçoroca foi a que apresentava maior valor dos
parâmetros considerados, medido através de trena, e a represa por uma régua
limnimétrica disponibilizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente do
Municipio.
A cada três meses foi feito uma nova avaliação dos parâmetros acima
mencionados, bem como das variações na altura média da lâmina d’água englobando
assim todas as estações do ano. As figuras 8,9,10,11 e 12 são fotografias obtidas
durante alguns dos trabalho de campo realizados.
Cabe ressaltar que na região Norte fluminense de um modo geral os índices
pluviométricos são considerados baixos, considerando no município de Quissamã
aproximadamente 970 mm anuais, visto que ao longo do ano no verão ocorre a
predominância de chuvas e no inverno pouca chuva, demonstrando que em uma parte do
ano os processos erosivos encontravam-se bastante elevado, sendo assim fatores
naturais determinantes para o surgimento de ravinas e voçorocas. Através da
observação, monitoramento e experimentação em campo e laboratório muitos
mecanismos básicos tem sido identificados (BRYAN e POESEN, 1989; SWANSON
ET AL. 1989) e modelos de diversas categorias tem sido propostos ( WISCHMEIER,
1976; KIRKBY,1987; LANE ET AL., 1988).
40
FIGURA 8. Foto aérea da área de estudo. Fonte: Google Earth (2013).
FIGURA 9. Vista geral da área de estudo in loco com destaque ao fundo para o fragmento
florestal adjacente.
42
FIGURA 12. Profundidade da voçoroca
Além do monitoramento das ravinas e voçorocas foi feito o acompanhamento da
altura média da lamina d’água da represa adjacente, que foi medida através de três
pontos escolhidos aleatoriamente na represa. A média desses três valores foi
considerada como valor referencial para acompanhar o assoreamento da represa. Os
resultados do monitoramento das ravinas e voçorocas bem como as oscilações da altura
da lâmina d’água estão sintetizados nas tabelas abaixo:
Profundidade (m) Largura (m) Comprimento
(m)
1,12 3,32 10,4
1,12 3,32 10,4
1,14 3,33 10,4
1,17 3,34 10,4
QUADRO 1. Valores do Monitoramento da Voçoroca
43
RAVINA
Profundidade (m) Largura (m) Comprimento
(m)
DEZ/12 a
MAR/13
0,30 0,46 11,4
ABR/13 a JUN/13
0,31 0,46 11,4
JUL/13 a SET/13
0,32 0,47 11,4
OUT/13 a DEZ/13
0,36 0,50 11,5
QUADRO 2. Valores do Monitoramento da Ravina
REPRESA
Altura Média da
Lâmina D’água (m)
DEZ/12 a MAR/13
1,2
ABR/13 a JUN/13
1,1
JUL/13 a SET/13
1,1
OUT/13 a DEZ/13
0,9
QUADRO 3. Valores do Monitoramento do Assoreamento da Represa
Os resultados acima representados sinalizam que embora tenham ocorrido
pequenas variações nos valores dos parâmetros analisados ao longo do tempo, tais
oscilações foram mais representativas durante o período das chuvas na região, que
corresponde ao verão, como já era esperado. Possivelmente, num período maior de
monitoramento, as variações seriam mais significativas, sobretudo se a pesquisa
estivesse sido realizada em uma região com um maior índice pluviométrico.
44
4.2. Discussão
De acordo com resultados obtidos por Albuquerque (2007), processos erosivos
causados em voçorocas conectadas a rede de drenagem no rio Coreaú, no Ceará aponta
que ravinas e voçorocas aumentam no período das chuvas de verão da região. Os
resultados encontrados no presente estudo corroboram com a pesquisa supracitada.
Para Nunes e Fushimi (2013), os resultados encontrados evidenciam que o uso
intensivo do solo em Presidente Prudente, SP, pelo pastoreio aumenta
significativamente os processos erosivos lineares rompendo os terraços artificiais
levando a sulcos e ravinas em alto grau de erosão, assim como ocorre na área em
questão.
Comparando os resultados obtidos na tabela acima mencionados em trabalho
realizado por Avila (2009) em voçorocas em solos argilosos do Buraco Fundo, em Santa
Maria, RS foi mensurado em seu trabalho 1 metro de profundidade com vegetação em
seu interior aproximando-se aos resultados encontrados na Fazenda São Miguel da Mata
sugerindo que o aumento de chuvas leva a concentração de água nas voçorocas e seu
assoreamento.
Os resultados obtidos na área de estudo por Viero (2004) na Bacia do Taboão,
RS, mostra que foi encontrado em seu valor mínimo em uma voçoroca 6,0 m de
comprimento, 2,0 m de largura e 1,0 m de profundidade apresentando valores menores
relacionados à área de estudo em questão não sendo causado por desmatamento ou uso
agrícola do solo podendo estar associada ao crescimento da rede de drenagem.
Dessa forma, alguns resultados em trabalhos citados acima apontam que tanto a
chuva como o uso intensivo do solo pelo pastoreio acelera o aumento de ravinas e
voçorocas.
4.3. Alternativas Para a Recuperação da Área Degradada
De acordo com Vasquez (2010), apesar de todo trabalho sobre uma área
degradada objetivar a recuperação de suas integridades físicas, químicas e biológicas
tanto pelo viés ambientalista quanto produtivista, há três resultados finais possíveis, a
saber: restauração, reabilitação e recuperação. Com isso, a melhor forma de recompor
45
uma área é a recuperação de seu ecossistema, uma vez que amplia a diversidade
biológica, estabiliza o solo controlando a poluição edáfica e hídrica.
Vasquez op. cit. diz que reabilitação é o retorno da área ou população degradada
a um estado biológico estável, o qual não necessariamente deverá coincidir com a
condição original da mesma. Assim, os sistemas para recuperação de áreas degradadas
deverão ser específicos para cada situação contemplando, dentre outros fatores,
localização, clima, topografia, estabilidade do terreno, solo, vegetação e a natureza do(s)
agente(s) causador (es) da degradação (LOTT et al. , 2003). Dessa forma, a partir dos
resultados obtidos no presente trabalho pode se indicar como medida para recuperar a
área em questão a implantação de um consórcio de medidas físicas e biológicas, visto
que inicialmente recomenda-se a análise do solo para posteriormente fazer o seu preparo
e correção (calagem) podendo proporcionar uma condição adequada para a vegetação.
Além desses aspectos recomendados, outro fator deverá ser considerado como o manejo
das águas, que segundo Wadt (2003), velocidades excessivas de escoamento da água
superficial (enxurrada) são responsáveis pelo carreamento de partículas do mesmo.
Na etapa seguinte, considerando os resultados obtidos, deverá ser feita a
recomendação de um consórcio de medidas físicas e biológicas mais adequadas para
recuperação da área degradada. Entre as medidas físicas aconselha-se a construção de
canaletas de drenagem próximo as cabeceiras dos processos erosivos a fim de diminuir
o escoamento superficial (run off). Dentro das voçorocas poderá ser usadas paliçadas
para reter os sedimentos que caem a fim de evitar assoreamento. Tais medidas deverão
surtir efeito em curto prazo, diminuindo significativamente o aporte de sedimentos na
represa.
Para as medidas biológicas, com efeito, a médio e longo prazos, recomenda-se
incluir o plantio de essências nativas propiciando a fixação do solo, situação que deverá
ocorrer a partir do crescimento das árvores.
46
De acordo com Wadt (2003, p.44 ):
Entre as espécies nativas utilizadas deverão ser priorizadas aquelas presentes no
fragmento de Mata Atlântica adjacente a área de estudo, conforme levantamentos
florísticos realizados por Santos (2013), apresentados na tabela (ANEXO 1).
A estratégia de recuperação a longo prazo consiste no abandono da área para que haja a recomposição natural da vegetação. O abandono da área (pousio) conduz no desenvolvimento de arbustos e arvores que, com o passar dos anos, podem formar uma vegetação com característica de floresta secundaria, em que muitas das funções das florestas primárias são restabelecidas. Essa vegetação secundaria passa a absorver a água de camadas mais profundas do solo, atuar como sumidouro de carbono atmosférico e transferir nutrientes do solo para a biomassa, onde fica menos suscetíveis a erosão.
47
CONCLUSÃO
Os resultados apontam que as variações em todos os parâmetros foram
consideradas pequenas, uma vez que por ocorrer no município baixos índices
pluviométricos houve pouca alteração no solo por processos erosivos. Observou-se que
a erosão causada na área de estudo também está vinculada com o antropismo através do
desmatamento e pela pastagem.
Após a análise da legislação referente ao uso e ocupação do solo no município de
Quissamã, bem como do capitulo II do Plano Diretor Municipal (ANEXO 2) verificou-
se que não existe nenhum preceito legal que obrigue a recuperação das áreas
degradadas pelos respectivos proprietários. Com isso recomenda-se nesse sentido, a
alteração da lei de uso e ocupação do solo do município propondo uma alteração da
mesma, visto que existe em outros municípios a obrigatoriedade de recuperar áreas
degradadas, onde impõe que os proprietários que degradarem alguma área
recomponham a mesma.
Esta lei que vigora ainda no município foi criada a partir de 1994, uma vez que
encontra-se obsoleta devendo ser revisada para beneficiar a preservação do meio
ambiente de um modo geral, incluindo recuperar áreas degradadas, considerando que os
prejuízos econômicos ocasionados por processos erosivos podem afetar a coletividade,
visto que o aporte de sedimentos pelos bueiros levam a sérios entupimentos, o que
dificulta a drenagem da chuva causando inundações e enchentes prejudicando a rede
fluvial. Na área rural, o principal afetado é o proprietário causando sérios danos para sua
propriedade.
48
ANEXOS
Anexo 1 – Mapa de uso e ocupação do solo Quissamã
Anexo 2 - Lista de espécies nativas recomendadas para a recuperação biológica da área Anexo 3 - Plano Diretor do Município de Quissamã
ANEXO 2
Lista de espécies nativas recomendadas para a recuperação biológica da área
FAMÍLIAS NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR G.E.
Achariaceae Carpotroche brasiliensis (Raddi.) Engler Sapucainha C
Anacardiaceae Thyrsodium spruceanum Benth. Acarana SI
Anacardiaceae Astronium graveolens Jacq. Aderno SI
Anacardiaceae Spondias velunosa Mart. ex Engl. Cajá SI
Anacardiaceae Spondias cf. macrocarpa Engl. Cajá mirim P
Anacardiaceae Astronium concinnum Schott Gonçalo alves SI
Annonaceae Annona acutiflora Mart. Araticum ST
Annonaceae Xylopia ochantha Mart. Coração C
Annonaceae Oxandra reticulata P.F.M.Maas Imbiu C
Annonaceae Unonopsis guattereoides (A.DC.) R.E.Fr. Pindaíba ST
Annonaceae Xylopia sericea A. St. Hill Pindaíba branca ST
Annonaceae Guatteria sellowiana Schltd. Pindaíba puruna ST
Apocynaceae Tabernaemontana salzmannii A. DC. Espeta P
Apocynaceae Rauvolfia mattfeldiana Mgf. Grão de gato SI
Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. Pequiá ST
Apocynaceae Aspidosperma olivaceum Muell. Arg. Pequiá sobre ST
Apocynaceae Aspidosperma cf. discolor A.DC. Quina branca ST
Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassm. Geribá SI
Bignoniaceae Jacaranda puberula Cham. Carobinha SI
Bignoniaceae Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos Ipê macaco ST
Bignoniaceae Handroanthus riodocensis (A.H. Gentry) S. Grose Ipê amarelo ST
Bignoniaceae Sparattosperma leucanthum (Vell.) K.Schum. Ipê branco SI
Bignoniaceae Paratecoma peroba (Record.) Kuhlman Peroba de Campos ST
Boraginaceae Cordia sellowiana Cham. Baba de boi ST
Burseraceae Protium warmingianum Marchand vell aff. Almesca branca ST
Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Breu vermelho SI
Cactaceae Brasiliopuntia brasiliensis (Wild.) A. Berg Mandacaru SC
Celastraceae Maytenus cestrifolia Reiss. Vinhal C
Chrysobalanaceae Hirtella insignis Briq. ex. Prance Macuco ST
Chrysobalanaceae Licania Kunthiana Hook f. Milho torrado C
Listagem geral das famílias em ordem alfabética, espécies, nomes vulgares na região e grupos ecológicos. GE: Grupos Ecológicos; P: Pioneira; SI: Secundária Inicial; Secundária Tardia; C: Clímax Clímax
51
Combretaceae Buchenavia rabelloana Mattos Pequi mirindiba ST
Combretaceae Qualea megalocarpa Stafleu Pequi preto ST
Elaeocarpaceae Sloanea obtusifolia Schum Tapinuã C
Erythroxylaceae Erythroxylum pulchrum A.St.-Hil. Arco de pipa SI
Euphorbiaceae Joannesia princeps Vell. Boleira SI
Euphorbiaceae Pausandra morisiana (Casar.) Radlk. Gabiju C
Euphorbiaceae Senefeldera verticillata (Vell.) Croizat Sucanga SI
Fabaceae Andira anthelmia (Vell.) J.F.Macbr. Andira ST
Fabaceae Mimosa artemisiana Heringer & Paula Angico cangalha P
Fabaceae Centrolobium sclerophyllum Lima Araribá rosa C
Fabaceae Plathymenia foliolosa Benth. Vinhático SI
Fabaceae Melanoxylum brauna Schott Braúna preta ST
Fabaceae Senna multijuga (Rich.) Angico branco SI
Fabaceae Poeppigia procera Presl. Côco d' óleo SI
Fabaceae Schizolobium parahyba (Vell.) Sandw Guapuruvu SI
Fabaceae Hymenaea rubiflora var. rubiflora Ducke Jatobá vermelho ST
Fabaceae Copaifera langsdorffii Desv. Óleo de copaíba ST
Fabaceae Pterocarpus rohrii Vahl. Pau sangue ST
Fabaceae Peltogyne angustifolia Ducke Roxinho ST
Fabaceae Andira ormosioides Benth. Angelim pedra ST
Fabaceae Senegalia polyphilla DC. Britton & Rose Angico preto SI
Fabaceae Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P. Lima Angico rosa SI
Fabaceae Parapiptadenia pterosperma (Benth.) Brenan Angico vermelho SI
Fabaceae Swartzia apetala Raddi Arruda vermelha C
Fabaceae Machaerium ovalifolium Glaziov ex Rudd Bico de pato ST
Fabaceae Swartzia simplex (Sw.) Spreng Canzil ST
Fabaceae Piptadenia paniculata Benth. Cobi ST
Fabaceae Inga striata Benth Inga branco SI
Fabaceae Inga cabelo T.D. Penn. Ingá cabelo ST
Fabaceae Inga aff. cilindrica (Vell.) Mart. Ingá ferro SI
Fabaceae Inga capitata Desv. Ingá mirim ST
Fabaceae Abarema jupunba (Willd.) Britton & Killip Ingarana SC
Fabaceae Machaerium fulvovenosum H.C. Lima Jacarandá cipó ST
Fabaceae Swartzia linharensis Mansano Laranjinha ST
Fabaceae Albizia polycephala (Benth.) Killip Monjolo SI
Fabaceae Acosmium lentiscifolium Spreng. Murta ST
Fabaceae Myrocarpus fastigiatus Fr. All. Óleo pardo ST
Fabaceae Myroxylon peruiferum L.f. Óleo vermelho C
Fabaceae Zollernia ilicifolia Vog. Orelha de onça ST
Fabaceae Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr. Pau jacaré P
Fabaceae Sweetia fruticosa Spreng. Sucupira amarela C
Humiriaceae Humiriastrum spiritu-sancti Cuatr. Carne de vaca C
52
Lauraceae Ocotea mosenii Mez Canela amarela ST
Lauraceae Licaria bahiana Kurz Canela chapéu ST
Lauraceae Ocotea confertiflora (Meisn.) Mez Canela lagiana ST
Lauraceae Ocotea corymbosa (Meis.) Mez. Canela preta ST
Lauraceae Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer & Vell aff. Zé nobre SI
Lechytidaceae Cariniana legalis (Mart.) Kuntze. Jequitibá rosa ST
Lecythidaceae Couratari asterotricha Prance Imbirema SI
Lecythidaceae Lecythis lurida (Miers) Mori Inhaíba C
Lecythidaceae Couratari macrosperma A.C. Smith Pedrão ST
Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. Sapucaia C
Malvaceae Luehea mediterranea (Vell.) Angely Açoita cavalo SI
Malvaceae Guazuma crinita Mart. Algodão da mata SI
Malvaceae Basiloxylon brasiliensis (All.) K.Schum Farinha Seca ST
Malvaceae Eriotheca macrophylla (Schum.) A. Robyns Imbiruçu SI
Malvaceae Pachira stenopetala Casar. Paineira SI
Malvaceae Chorisia glaziovii (Kuntze) Em. Santos Paineira de espinho SI
Malvaceae Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns Paineira rosa SI
Meliaceae Trichilia silvatica C.DC. Coatiboá ST
Moraceae Naucleopsis oblongifolia (Kulm.) Carauta Bainha de espada C
Moraceae Sorocea guilleminiana Gaudich. Folha de serra C
Moraceae Brosimum gaudichaudii Trecul. Leiteira ST
Moraceae Brosimum guianense (Aublet) Huber Vaquinha C
Myrtaceae Eugenia involucrata DC. Araçá SC
Myrtaceae Marlierea excoriata Mart. Araçá verdinho ST
Myrtaceae Marlierea sucrei Barroso et Peixoto Araçá coelho SI
Myrtaceae Eugenia pruinosa Legrand Araçá rosa ST
Myrtaceae Eugenia batingabranca Sobral Batinga branca ST
Myrtaceae Eugenia brasiliensis Lam. Batinga casca grossa C
Myrtaceae Campomanesia guazumifolia (Cambess.) Berg. Gabiroba SI
Myrtaceae Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb. Gabiroba mirim SI
Myrtaceae Plinia involucrata Mc Vaugh Jambre ST
Myrtaceae Eugenia platysema Berg. Pitanga da mata ST
Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz. João mole SI
Olacaceae Heisteria ovata Benth. Chapéu vermelho ST
Peraceae Pera glabrata (Schott) Baill. Cinta Larga SI
Phytolaccaceae Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms. Pau d' alho SI
Phytolaccaceae Seguieria langsdorffii Moq Limãozinho P
Rhamnaceae Ziziphus glaziovii Warm. Quina preta ST
Rubiaceae Simira grazielae Peixoto Araribá vermelho C
Rubiaceae Simira sampaioana (Standl.) Steyermark Araribá ovo C
Rubiaceae Coutarea hexandra Schum. Cabreúva SI
Rubiaceae Guettarda angelica Mart. Gema de ovo SI
53
Rubiaceae Alseis floribunda Schott Goiabeira da mata SI
Rubiaceae Genipa americana L. Jenipapo SI
Rutaceae Neoraputia magnifiea (Engl.) Emmerich ex. Kallunki Arapoca mirim ST
Rutaceae Neoraputia alba (Nees et Mart.) Emerich Arapoca-amarela C
Rutaceae Galipea jasminiflora (St.Hil.)Engler Grumarinho SC
Rutaceae Zanthoxylum cf. juriperinum Poeppig Maminha de porca SI
Salicaceae Casearia decandra Jacq. Café do Mato SI
Salicaceae Casearia ulmifolia Vahl. Ex Vent. Cafezinho SI
Salicaceae Macrothumia kulmannii Sleumer M.H.Aford Coquinho C
Salicaceae Banara brasiliensis (Schott) Benth. Natalina SI
Salicaceae Xylosma prockia (Turcz.) Turcz. Pau-faxo SC
Sapindaceae Cupania scrobiculata L.C. Rich. Camboatá C
Sapindaceae Allophylus petiolulatus Radlk Casca solta C
Sapindaceae Cupania rugosa Radlk. Pau magro C
Sapindaceae Melicoccus oliviformis Kunth subsp. Internedius (Radlk.) Pitomba amarela ST
Sapindaceae Talisia coriacea Radlk. Pitomba arana C
Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart & Eiclher ex. Miqu.) Engl. Banha de onça ST
Sapotaceae Pouteria laurifolia Radlk. Bapeba branca C
Sapotaceae Pouteria aff. filipes Eyma Bapeba ferro C
Sapotaceae Pouteria macrophylla (Lam) Eyma Bapeba pessego C
Sapotaceae Pouteria aff. hispida Eyma Bapeba sapucaia C
Sapotaceae Micropholis crassipedicellata (Mart.ex. Eiclher) Pierre Bapebil C
Sapotaceae Pradosia cochlearia (Lecomte) Pennington. Casca doce C
Sapotaceae Pouteria pachycalyx T.D.Penn. Manteiguinha C
Sapotaceae Pradosia lactescens (Velloso) Radlk. Marmicha C
Sapotaceae Manilkara salzmannii (A. DC.) Lam. Massaranduba C
Sapotaceae Pouteria bangii (Rusby) Penn. Ripeira C
Simaroubaceae Simarouba amara Aubl. Caixeta SI
Simaroubaceae Simaba subcymosa St. Hil. & Tul. Caixetão SI
Siparunaceae Siparuna reginae (Tul.) A. DC. Negreira C
Solanaceae Solanum pseudoquina A.St.Hill. Belonia P
Sterculiaceae Sterculia apetala var. elata Arixixá SI
Trigoniaceae Trigoniodendron spiritusanctense Guimarães et J. Miguel Torradinho ST
Violaceae Rinorea bahiensis (Moric.) Kuntze Tambor ST Fonte: Santos (2013).
54
ANEXO 3
Plano Diretor do Município de Quissamã
CAPÍTULO II – DOS USOS E DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 76 As Zonas e Áreas Reservadas do Plano Diretor diferenciam-se quanto aos seus
critérios e parâmetros de uso e a ocupação do solo.
SEÇÃO I - DA CLASSIFICAÇÃO E INSTALAÇÃO DE USOS DO SOLO Art. 77 Será incentivada a convivência harmoniosa de múltiplos usos do solo nas zonas
urbanas.
Art. 78 A classificação de usos do solo é estabelecida em Residencial, Não Residencial,
Especial e Não Conforme.
Art. 79 A instalação dos usos obedecerá à distribuição estabelecida no Anexo XI desta
Lei.
Parágrafo Único. A destinação de uso preferencial implica em prioridade para criação de
incentivos fiscais e outros, para incentivar a sua consolidação, observados sempre os
requisitos da Lei Complementar Federal 101, de 4 de maio de 2000 – Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Art. 80 Usos não residenciais serão preferenciais ao longo de vias coletoras.
Art. 81 Nas ZIS de Penha e na ZIS de Santa Catarina nos lotes próximos aos corredores
viários turísticos, deverão ser estimuladas atividades de uso comercial de conveniência
turística.
Parágrafo Único: Os imóveis confrontantes ao Corredor Turístico Caminhos do Açúcar deverão ter usos integrados à função principal deste eixo viário, conforme Anexo IV desta Lei. Art. 82 Nas Zonas e nas Áreas Reservadas, usos existentes anteriores à publicação desta
Lei e em desacordo com o que dispõe o seu Anexo XI, serão considerados não
conformes.
§ 1º. Ficam vedadas a ampliação, a reforma ou a alteração de construção em edificações que abrigam atividade de usos não conformes.
55
§ 2º. Na ZIT 2 - João Francisco e na ZIT 3 – Visgueiro, o licenciamento de novos usos em substituição aos usos não conformes nos imóveis existentes deverá ser submetido ao órgão municipal competente, que ouvirá o Conselho Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.
SEÇÃO II - DOS USOS INCÔMODOS E DOS GRANDES EQUIPAMENTOS
Art. 83 A eficiência da estrutura urbana e a convivência harmoniosa entre o uso
residencial e o uso não residencial serão preservadas pela avaliação do nível de
incomodidade dos usos e pelo porte do empreendimento.
Art. 84 Consideram-se usos incômodos as seguintes atividades:
I. Atratoras de alto número de veículos automotores;
II. Comprometedoras da eficiência do tráfego, em especial na rede principal do sistema viário do Plano Diretor;
III. Geradoras de efluentes poluidores ou incômodos;
IV. Geradoras de ruídos em desacordo com a legislação pertinente;
V. Geradoras de riscos de segurança, tais como manuseio e estocagem de produtos tóxicos, inflamáveis, venenosos;
VI. Geradoras de exigências sanitárias especiais. Parágrafo Único. As atividades que constituem usos incômodos constam do Anexo XII desta Lei. Art. 85 Atividades que apresentem usos incômodos ficam sujeitas a condições especiais
para sua instalação, observados o uso e ocupação já existentes no local e deverão,
obrigatoriamente, adotar medidas que os tornem compatíveis com o uso estabelecido no
entorno.
Parágrafo Único. O licenciamento de usos incômodos será submetido ao órgão municipal competente, podendo, a critério deste, ser submetido ao Conselho Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente. Art. 86 Atividades classificadas como de uso incômodo, licenciadas em data anterior à
publicação da presente Lei, serão toleradas desde que atendam às normas ambientais,
sanitárias e de segurança.
56
Parágrafo Único. Os estabelecimentos a que se refere este artigo serão considerados Uso Não Conforme, vedadas reformas, acréscimos ou qualquer tipo de modificação. Art. 87 Consideram-se grandes equipamentos os empreendimentos, públicos ou
privados, passíveis de sobrecarregar a infra-estrutura urbana ou provocar de forma
significativa alterações no espaço urbano ou no meio natural circundante.
Art. 88 Grandes equipamentos e empreendimentos urbanos, públicos ou privados, terão
a sua localização orientada de forma a equacionar o seu impacto sobre a estrutura
urbana, especialmente sobre a rede de tráfego e transporte coletivo, as redes de infra-
estrutura, o meio ambiente e as condições de moradia.
Art. 89 O licenciamento dos empreendimentos considerados de impacto será submetido
ao órgão municipal competente podendo, a critério deste, ser ouvido o Conselho
Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.
Art. 90 Serão sempre considerados grandes equipamentos urbanos:
I. Empreendimentos sujeitos à apresentação de EIA - Estudo de Impacto Ambiental/RIMA - Relatório de Impacto Ambiental, nos termos da legislação pertinente;
II. Empreendimentos que possibilitem a reunião ou aglomeração de mais de 500 pessoas, simultaneamente;
III. Empreendimentos que ocupem mais de uma quadra ou quarteirão urbano;
IV. Empreendimentos com fins residenciais, cuja área construída seja maior ou igual a 25.000m² (vinte e cinco mil metros quadrados) ou área de estacionamento coberta ou descoberta maior ou igual a 8.000m² (oito mil metros quadrados);
V. Empreendimentos para fins não residenciais, com área construída maior ou igual a 10.000m² (dez mil metros quadrados) ou área de estacionamento coberta ou descoberta maior ou igual a 5.000m² (cinco mil metros quadrados).
Art. 91 Os equipamentos de que trata o artigo anterior deverão apresentar Relatório de
Impacto de Vizinhança - RIV, para licenciamento da construção, nos termos desta Lei e
de sua regulamentação ou legislação decorrente.
Parágrafo Único. Independentemente da necessidade da apresentação do RIV, para qualquer tipo de empreendimento com área construída maior ou igual a 10.000m² (dez mil metros quadrados) será sempre exigida comprovação de absorção de águas pluviais. Art. 92 O Relatório de Impacto de Vizinhança - RIV deverá considerar, no mínimo:
57
I. A demanda de serviços de infra-estrutura urbana;
II. A sobrecarga do sistema viário e de transportes;
III. Os movimentos de terra, a produção e o bota-fora de entulhos;
IV. A absorção das águas pluviais;
V. As alterações ambientais e os padrões funcionais urbanísticos da vizinhança. Art. 93 O Poder Executivo através do órgão municipal competente, exigirá do
empreendedor, às suas expensas, obras e medidas atenuadoras e compensatórias do
impacto previsível, baseado na conclusão do Relatório de Impacto de Vizinhança – RIV.
SEÇÃO III – DA OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 94 Os parâmetros de ocupação do solo estão estabelecidos no Anexo X desta Lei.
Art. 95 Os lotes de esquina observarão afastamentos frontais em ambas as divisas
limítrofes ao logradouro, e o afastamento de fundo em uma das divisas internas.
Art. 96 Na ZOP, em edificações residenciais multifamiliares, pavimentos de garagem e
pavimentos de uso comum – PUC, não serão computados no gabarito.
§ 1º. Embasamentos de garagem de que trata este artigo são isentos de afastamento lateral. § 2º Em edificações residenciais unifamiliares, garagem é isenta de afastamento lateral, vedada sua cobertura com laje. Art. 97 Em edificações residenciais multifamiliares será obrigatória destinação de área
de lazer na proporção de 12m² (doze metros quadrados) por domicílio, em pavimento de
uso comum ou no nível do terreno.
Art. 98 Será permitido ocupar até 30% da área mínima obrigatória de recuo de fundo
dos lotes com edículas destinadas a lazer ou garagens, vedada sua cobertura com lajes.
Art. 99 Consideram-se não computáveis para fins de cálculo do coeficiente de aproveitamento:
I. Pavimentos de Uso Comum – PUC e de garagem
II. Sacadas e terraços, varandas, desde que abertas;
58
III. Áreas de lazer e vagas de estacionamento cobertas, desde que não ocupem áreas de recuos e afastamentos mínimos obrigatórios;
IV. Elementos de circulação vertical, como escadas, casa de máquinas e elevadores;
V. Bombas d'água, Transformadores, Centrais de ar condicionado e de Aquecimento de água, Instalação de gás; Contadores e medidores;
VI. Instalações para coleta e depósito de resíduos sólidos;
VII. Guarita;
VIII. Residência de zelador, quando igual ou inferior a 50m² (cinqüenta metros quadrados);
Art. 100 O número mínimo exigido de vagas por edificações obedecerá às seguintes
proporções:
I. Isenção para residências unifamiliares de até 50m² de área construída;
II. Mínimo de 1 (uma) vaga por unidade para residências unifamiliares acima de 50m² (cinqüenta metros quadrados) de área construída;
III. Mínimo de 1 (uma) vaga por unidade para residências multifamiliares;
IV. Isento para uso não residencial de até 50m² (cinqüenta metros quadrados) de área construída;
V. Mínimo de 1 (uma) vaga para cada 50m² (cinqüenta metros quadrados) de área líquida ou fração, para uso não residencial com mais de 50m² (cinqüenta metros quadrados) de área construída;
VI. 1 (uma) vaga para cada 5 unidades de alojamento em hotéis;
VII. 1 (vaga) vaga para cada 200m2 (duzentos metros quadrados) de área construída em indústrias;
Art. 101 Os estacionamentos garantirão as seguintes proporção de vagas para deficientes
físicos:
I. Isento, para até 9 (nove) vagas comuns:
II. Mínimo de 1 (uma) vaga especial, entre 10 (dez) vagas comuns até 30 (trinta) vagas comuns:,
59
III. Mínimo de 3% (três por cento) do total de vagas comuns e fração, para mais de 30 (trinta) vagas comuns.
Art. 102 A cada 12m (doze metros) de testada do lote será permitido apenas uma
entrada de garagem com largura máxima de 5m (cinco metros).
Parágrafo Único: Na ZIS, onde a testada mínima do lote é de 10m (dez metros), será
permitida uma entrada de garagem.
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