documento protegido pela lei de direito autoral · introduÇÃo 09 capÍtulo i principais grandezas...

55
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO Por: Adalberto Jeronimo da Costa Neto Orientador Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves Rio de Janeiro 2012 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

Upload: others

Post on 09-Oct-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Por: Adalberto Jeronimo da Costa Neto

Orientador

Prof. Luiz Cláudio Lopes Alves

Rio de Janeiro

2012

DOCU

MENTO

PRO

TEGID

O PEL

A LE

I DE D

IREIT

O AUTO

RAL

Page 2: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

ILUMINAÇÃO PÚBLICA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Engenharia de Produção

Por: Adalberto Jeronimo da Costa Neto

Page 3: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

3

AGRADECIMENTOS

a minha esposa Carmem e meu filho

Matheus pelo apoio dado ao longo do

curso. E ao meu filho Pedro pelo

suporte fotográfico.

Page 4: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

4

DEDICATÓRIA

dedico à memória do meu pai, um

nordestino de pouca instrução e grande

conhecimento, que só via mudanças

através da educação e a minha mãe,

grande incentivadora de tudo que faço.

Page 5: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

5

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo relatar a história da Iluminação Pública

na cidade do Rio de Janeiro desde sua fundação até os dias atuais, sendo

abordados aspectos técnicos, sociais e econômicos. Procurou-se condensar

informações existentes, em muitos casos, bem específicas, de forma a torná-

las acessíveis a todos, que é o objetivo deste trabalho.

.

Page 6: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

6

METODOLOGIA

Para a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-

Graduação foi aplicada como metodologia, uma pesquisa bibliográfica, que

consistiu de várias consultas a livros, monografias, websites da Internet, leis,

resoluções e normas técnicas do setor elétrico que abordassem o tema

proposto e mostrassem seus aspectos técnicos e sócio-econômicos, trazendo

resposta à questão central deste trabalho e aumento do conhecimento do tema

proposto. Os principais autores utilizados foram DUNLOP, FERREIRA e

MENDONÇA.

Page 7: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II

Uso do Óleo de Baleia 13

CAPÍTULO III

Uso do Gás 17

CAPÍTULO IV

Lâmpadas a Arco Voltaico 23 CAPÍTULO V

Lâmpadas Incandescentes 27 CAPÍTULO VI

Lâmpadas Fluorescentes 31

CAPÍTULO VII

Lâmpadas a Vapor de Mercúrio 34 CAPÍTULO VIII

Lâmpadas Mistas 38 CAPÍTULO IX

Lâmpadas a Vapor de Sódio 40

Page 8: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

8

CAPÍTULO X

Lâmpadas de Multivapores 43 CAPÍTULO XI

Diodos Emissores de Luz (LEDs) 45 CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA 50

ÍNDICE 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO 55

Page 9: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

9

INTRODUÇÃO

Segundo a Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)

nº 456, de 29 de novembro de 2000, define:

Art. 2º, inciso XXIV - Iluminação Pública: serviço que tem por

objetivo prover de luz, ou claridade artificial, os logradouros

públicos no período noturno ou nos escurecimentos diurnos

ocasionais, inclusive aqueles que necessitem de iluminação

permanente no período diurno.

Segundo Dambiski em Aplicação do Programa Nacional de Iluminação

Pública Eficiente (PROCEL-RELUZ):

“A Iluminação Pública é essencial à segurança e qualidade de

vida nos centros urbanos, atuando como instrumento de cidadania, permitindo

aos habitantes desfrutar do espaço público no período noturno. Ela atua na

segurança do tráfego, previne a criminalidade, embeleza as áreas urbanas,

valoriza monumentos de valor artístico, prédios e paisagens, orienta percursos

e permite aos cidadãos aproveitarem melhor as áreas de lazer” (DAMBISKI,

2007, p.4)

Com base nestas afirmações vemos a importância da Iluminação

Pública no ponto de vista legal e social.

Ao longo deste trabalho será visto como isto ocorreu ao longo do

tempo, na cidade do Rio de Janeiro, acrescidos os aspectos técnicos e sócio-

econômicos.

No Capítulo I mostraremos as principais grandezas utilizadas em

iluminação.

Page 10: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

10

No Capítulo II mostraremos a forma de Iluminação Pública utilizada

quando do início do Rio de Janeiro como cidade até a metade do século XIX.

No Capítulo III veremos os meios utilizados para iluminação da metade

até o fim do século XIX.

Nos Capítulos IV e V os meios utilizados na primeira metade do século

XX.

Nos Capítulos VI, VII, VIII e IX as formas utilizadas a partir da segunda

metade do século XX.

Nos Capítulo X e XI as forma de iluminação pública que deverão ser

utilizada, no século atual.

Page 11: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

11

CAPÍTULO I

PRINCIPAIS GRANDEZAS UTILIZADAS EM

ILUMINAÇÃO

Partindo do pressuposto que grandeza é tudo aquilo que se pode medir,

veremos algumas grandezas utilizadas, segundo FRÓES da SILVA, 2006:

Fluxo Luminoso (F)

Quantidade de luz produzida por uma fonte luminosa, emitida pela

radiação. É a potência luminosa, sendo medido em lúmen (fogo, em latim)

abreviatura lm.

Eficiência Luminosa (さ) Relação entre o fluxo luminoso total emitido por determinada fonte e a

potência consumida por esta fonte de luminosidade. Por exemplo, para uma

fonte de 100 W que produz um fluxo luminoso de 1.470 lúmens, tem-se uma

eficiência luminosa de 14,7 lm/W.

Iluminância ou Iluminamento (E)

Trata-se do fluxo luminoso incidente por unidade de área iluminada,

medida em lux.

Luxímetro

Instrumento utilizado para medição de iluminâncias.

Luminância (L)

Medida da luminosidade que um observador percebe refletido desta

superfície, medido em candelas por unidade de superfície (cd/m²). Esta

unidade é conhecida por nit, do latim claridade.

Page 12: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

12

Depreciação do Fluxo Luminoso

Redução progressiva do fluxo luminoso das lâmpadas no decorrer de

sua vida útil, além da redução da iluminância do sistema de iluminação

(luminárias e lâmpadas) por acúmulo de poeira, oxidação etc.

Temperatura de Cor

Termo utilizado para descrever a cor de uma fonte de luz, medida em

kelvin (K). Por exemplo, em 1.500 K a aparência é laranja/vermelho (cores

quentes) e em 9.000 K a aparência é azul (cor fria).

Índice de Reprodução de Cor (IRC)

Quantificação de 0 a 100 de uma fonte quando comparada com uma

fonte padrão de referência da mesma temperatura de cor. Evidencia a

percepção das cores do objeto iluminado.

Vida Mediana

Tempo após o qual 50% das lâmpadas submetidas a um ensaio de vida

atingem o fim de sua vida.

Page 13: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

13

CAPÍTULO II

USO DO ÓLEO DE BALEIA

2.1 – Aspectos Técnicos

Segundo FERREIRA (2009), a instalação no Recôncavo Baiano, no

início do século XVII, dos imigrantes vindos da Biscaia (ou Viscaya), província

da Espanha, devotados à pesca e à industrialização do óleo de baleia,

incentivou a exploração de cetáceos no Brasil.

Por sua longa convivência com empreendimentos baleeiros, esses

imigrantes traziam consigo uma longa experiência no sistema de caça às

baleias, no retalhamento de sua gordura e na extração de seu óleo, tendo

conhecimento na confecção de ferramentas, embarcações, equipamento para

cozimento da gordura e seu armazenamento (tanoaria) e demais atividades

afins.

No Rio de Janeiro, a partir da instalação da Armação (edificação para

fins baleeiros) de São Domingos (hoje bairro de Niterói), na Baía de

Guanabara, em meados do século XVII, a indústria de extração do óleo de

baleia (azeite de peixe) prosperou de tal forma que a cidade se tornaria seu

maior pólo no país.

Segundo DUNLOP (2008), as baleias foram abundantes em nossa

costa, inclusive na Baía de Guanabara. Os primeiros depósitos deste “azeite”

ficavam na antiga rua General Câmara, mais tarde sendo transferidos às

proximidades do Arco do Teles, na praça Quinze de Novembro.

Cada baleia rendia cerca de 20 a 30 pipas de óleo, cada pipa contendo

70 canadas (cerca de 100 litros).

Fizeram-se grandes fortunas, sendo uma das fontes mais rentosas para

o Erário.

No final do século XVIII, começaram a escassear esses preciosos

cetáceos.

Page 14: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

14

2.2 – Aspectos Sócio-econômicos

A cidade do Rio de Janeiro teve seu primeiro reconhecimento quando

da expedição capitaneada pelo navegante português Gonçalo Coelho, em

janeiro de 1504.

Sua fundação ocorreu em 1º de março de 1565, por Estácio de Sá,

entre o Morro Cara de Cão, atual São João, e o Pão de Açúcar. Foi lhe dado o

nome de São Sebastião do Rio de Janeiro, em homenagem ao rei português

D. Sebastião.

Em 1567, após prolongada luta com os índios Tamoios e seus aliados

franceses, a cidade foi transferida para o Morro do Castelo, fundando a

Capitania Real do Rio de Janeiro, sob o comando de Salvador de Sá.

Segundo MENDONÇA (2004), por muito tempo a cidade não tinha

iluminação externa, a não ser o brilho da lua e das estrelas.

A iluminação interna das moradias era feita por candeias (candeeiros),

lamparinas ou velas.

A primeira manifestação de iluminação externa foi quando da

iluminação de altares em torno de santos, diante de oratórios construídos em

várias esquinas para marcar o itinerário de procissões.

A primeira lanterna externa, acesa permanentemente, foi a do Convento

de Antônio, no Largo da Carioca, erguida em 1710. A população da cidade era

de 12 mil habitantes.

A situação da cidade mudou em 1763, quando passou a ser a capital do

Brasil, contando com aproximadamente 30 mil habitantes, na sua maioria

escravos. Nessa época, por iniciativa dos moradores, houve a implantação de

20 lampadários de madeira, envidraçados, a base de azeite de peixe, e

suspensos por varões de ferro. Eram acesos todas as noites, exceto na lua

cheia.

A partir daí começarem a espalhar pela cidade lampadários, custeados

por particulares, em oratórios e tendo como elemento alimentador o óleo de

baleia.

Segundo DUNLOP (2008), no reinado de D. Luiz de Vasconcellos e

Souza (4º Vice-Rei do Brasil), entre 1779 e 1790, foram instalados 73

Page 15: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

15

lampadários nas quatro freguesias da cidade: 22 na da Sé, 27 na da

Candelária, 12 na de São José e 12 na de Santa Rita. O Passeio Público por

ele construído sobre a lagoa do Boqueirão, aterrada com a demolição do morro

das Mangueiras (região por onde hoje seriam as ruas Joaquim Silva e

Visconde de Maranguape), com traçado e embelezamento feito pelo mestre

Valentim (inaugurado em 1783), contava com 9 lampiões de azeite de peixe.

O Conde de Resende (1790 a 1801 – 5º Vice-Rei do Brasil), procurando

melhorar a iluminação pública da cidade, custeou a colocação nas ruas dos

primeiros lampiões de azeite de peixe: 100 lampiões, 4 nas ruas de maior

movimento e 2 nas de menor, suspensos por vergalhões de ferro (postes).

Eles foram instalados entre a Rua Direita (atual 1º de Março) e o Campo de

Santana, parte urbana da cidade, que tinha 40 mil habitantes.

Em 1808, com a chegada da Família Real Portuguesa, a cidade sofreu

total modificação administrativa, social, política e econômica. Passou a ser

necessária a iluminação nas vias públicas com o objetivo de aumentar a

segurança, sendo criada a Inspetoria Geral de Polícia e um imposto para tal

fim (em 1810).

Houve o crescimento da iluminação externa e o aparecimento do

acendedor de lampiões: escravos que normalmente estavam untados de

azeite, com mau cheiro e, em virtude do número de lampiões, vivendo e

dormindo nas ruas.

Assim, sem outro meio mais moderno e eficiente, a iluminação a óleo de

baleia foi se estendendo por toda cidade.

Segundo PONDÉ (1971), entre 1835 e 1838, o número de lampiões já

era de 1.254, a equipe composta de 1 fiel, 43 feitores e 72 serventes, sendo a

população de 125.000 habitantes, morando 90.000 no centro e 35.000 nos

arredores.

Em 1847 eram 1.853 lampiões, com o serviço de 67 escravos,

supervisionados por feitores.

Somente dois oratórios que usavam este tipo de iluminação ainda

existem: o do Convento de Santo Antônio e o de Nossa Senhora da Boa

Esperança, nos fundos da Igreja do Carmo, na rua do mesmo nome.

Page 16: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

16

Figura 1 – Convento de Santo Antônio (Acervo de Pedro Costa, 2012)

Figura 2 – Fundos da Igreja do Carmo (Acervo de Pedro Costa, 2012)

Page 17: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

17

CAPÍTULO III

USO DO GÁS

3.1 – Aspectos Técnicos

A primeira tentativa de iluminação a gás no Rio ocorreu em 1828, com o

decreto imperial de 23 de outubro, concedendo a Antônio da Costa a

autorização para organizar uma companhia para iluminar a cidade com 1.500

lâmpadas suspensas em colunas de ferro (postes). A companhia não logrou

êxito, perdendo a concessão em outubro de 1830.

Outras tentativas de iluminar a cidade por meio de gás foram feitas sem

sucesso entre 1834 e 1840.

Segundo PONDÉ (1971), em 11 de março de 1851 foi assinado um

contrato com Irineu Evangelista de Souza (futuro Barão e Visconde de Mauá),

visando iluminar com gás hidrogenado, oriundo do carvão mineral ou hulha

(importado da Inglaterra), a cidade do Rio de Janeiro. Além disso, visou-se

instalar uma ou mais oficinas para a produção do gás, as canalizações gerais e

as derivações para os bicos dos combustores, assim como lampiões e

candelabros. A luz seria equivalente a seis velas de cerca de seis libras; e o

gás, para particulares, seria fornecido durante o dia e a noite. O Governo

pagaria 27 réis por combustor e os particulares a mesma quantia. Estava

criada a Companhia de Iluminação a Gás, que ao longo de sua existência

possuiu vários nomes e proprietários.

Em 1852, Irineu Evangelista de Souza iniciou a construção do edifício da

Fábrica de Gás no Caminho do Aterrado, entre as travessas de São João e do

Porto, atualmente Avenida Presidente Vargas, 2.610, entre as ruas Carmo

Neto e Comendador Maurity.

Era um terreno alagadiço, logo aterrado com barro do morro do Nheco

(hoje morro do Pinto), pertencente ao futuro Visconde de Mauá. Dois

engenheiros e mecânicos foram contratados para a montagem das instalações

que iam produzir o gás.

Page 18: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

18

Em maio de 1853, grande parte do material já tinha sido recebida e mais

de 8.000 braças (unidade de medida equivalente a dois braços abertos - 2,2

m), ou seja, quase 18 km de canalizações tinham sido instalados. Estas

canalizações eram todas fundidas, bem como os lampiões de ferro, na

Companhia da Ponta da Areia (Niterói), de propriedade do próprio

concessionário.

O sistema de iluminação foi inaugurado em 14 de março de 1854.

Com este tipo de iluminação surgiu a necessidade do poste. O poste era

elemento essencial para levar o gás dos dutos até as luminárias, passando a

ser parte de decoração da cidade com seus desenhos em ferro fundido.

A intensidade da luz era superior à de Londres e não inferior a de

Manchester, como constatou comissão nomeada em 1854 para fiscalizar o

contrato.

Neste mesmo ano começou a substituição da iluminação a azeite de

peixe.

Segundo DUNLOP (2008), em 1855, houve uma epidemia de cólera que

dizimou várias vidas na cidade. Com isso, vários escravos que trabalhavam

com a cal (produzida pela calcinação das conchas de marisco), necessária

para purificação do gás, pereceram. Houve redução no fornecimento do gás.

A solução foi o emprego do barro vermelho, pouco depois substituído

pelo peróxido de ferro.

A expansão da iluminação a gás exigia novos gasômetros: foi construído

um novo no próprio terreno da fábrica. Sua inauguração foi em 7 de setembro

de 1860, bem como a do Canal do Mangue para escoamento dos detritos da

destilação do carvão.

Em 1874, foi criada a Inspetoria Geral de Iluminação Pública para

administrar a iluminação da cidade.

Em 1876, passou-se a usar um tipo de gás, Globe-Gás, em substituição

a iluminação de óleo de baleia existente nos subúrbios.

O método utilizado era o da extração do gás do óleo de nafta, pelo

processo denominado “eolypilo”. Segundo a especificação do contrato, a

chama dos combustores, durante todo o tempo da iluminação, devia manter-se

Page 19: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

19

clara, isenta de fumaças e equivalente à luz de nove velas de espermacete

(óleo de baleia) das que queimam 60 grãos de espermacete por hora.

Em 1º de setembro de 1886 a Fábrica de Gás possuía os seguintes

aparelhos: dois gasômetros de 15.600 metros cúbicos e um de 2.300, podendo

fornecer diariamente 36.000 metros cúbicos de gás para iluminação pública e

particular.

Foi necessária a montagem de mais dois gasômetros para alcançar o

aumento da demanda da cidade: um na Rua 8 de Dezembro, em Vila Isabel

(abril de 1877) e outro na Rua Dona Ana (Orlando Dantas), em Botafogo

(janeiro de 1878).

Em 1878 as canalizações alcançavam 420.000 metros.

Em 1885, de acordo com o contrato, foi colocado um regulador para

manter a intensidade mínima de luz, equivalente a dez velas de espermacete,

queimando 7,8 gramas por hora.

Em 1890, a cidade estava dividida em três distritos, para fins de

iluminação: 1º- centro da cidade, 2º- Botafogo e 3º- Vila Isabel. A capacidade

total era de 31.100, sendo três gasômetros na Fábrica do Aterrado (Av.

Presidente Vargas), um em Botafogo e um em Vila Isabel. Totalizando 445.000

metros de canalizações.

Em 1911, foi construída uma nova fábrica de gás junto ao desaguadouro

do Canal do Mangue, em São Cristovão. Ela possuía um gasômetro com

capacidade de 90 mil metros cúbicos.

Um termo do contrato, datado de 17 de julho de 1933, determinava que

o poder calorífico do gás passaria a ser de 4.300 calorias, ficando dispensada

a exigência do poder iluminante. Foi, tecnicamente, o fim da iluminação a gás.

3.2 – Aspectos Sócio-econômicos

Segundo PONDÉ (1971), no contrato assinado com o Visconde Mauá,

em 1851, para a iluminação da cidade, era este seu perímetro: Botafogo,

seguindo pelo Caminho Novo (atual Rua Marquês de Abrantes), Largo do

Machado, Largo do Valdetaro (em frente ao Palácio do Catete), cais da Glória,

Rua da Lapa, Rua do Passeio, Largo da Ajuda (Cinelândia), Rua e praia de

Page 20: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

20

Santa Luzia, Rua e Largo da Misericórdia, Largo do Paço (praça XV de

Novembro), Rua Direita (1º de Março), Rua de Bragança (Conselheiro

Saraiva), Rua de São Bento, Prainha (Sacadura Cabral), até a esquina da Rua

da Imperatriz (Camerino) e todas as ruas e travessa entre essa linha e o mar.

Depois até o Rossio da Cidade Nova (Praça 11), Rua Formosa (General

Caldwell), Mata Cavalos (Rua do Riachuelo), Santa Teresa (Joaquim Silva) até

encontrar novamente a Lapa.

Os primeiros lampiões a gás (1854) iluminavam as ruas de São Pedro,

Sabão (ambas Av. Presidente Vargas), Rosário, Ouvidor, Direita (1º de Março)

e Largo do Paço (Praça XV), tendo sido o Rio de Janeiro, a primeira cidade

iluminada a gás no país. Em 1854, a cidade contava com 1853 pontos de luz a

gás em 20 km de rede subterrânea de ferro.

Com os novos lampiões, manteve-se a tradição dos acendedores de

lampião, só que agora remunerados.

Com a mudança da iluminação a óleo de baleia para gás, passou-se de

uma iluminação avermelhada e fraca para uma clara e brilhante. Com isso, a

população passou a ter hábitos noturnos: ir a cafés, restaurantes e teatros,

transformando a vida na Corte, que deixou de ser pacata.

Segundo PONDÉ (1971), a sociedade sofreu profunda modificação,

contribuindo também para isso, a mais apurada e melhor educação dos

homens, muitos dos quais a completavam na Europa.

Em abril de 1857, a cidade possuía 3.027 combustores a gás, sendo

2.112 no primeiro perímetro e 915 no segundo, restando 518 lampiões de

azeite.

Em 1865, após vários prejuízos de natureza comercial e natural, o

Visconde de Mauá vendeu a Companhia de Gás para os ingleses. Eram 5.051

combustores, ao custo de 600 contos de réis.

Em 1869, havia 3 gasômetros em serviço, sendo um grande e dois

menores, porém a cidade necessitava de gás, principalmente para a

iluminação dos subúrbios.

Segundo BARATA (2012), em 1870, o serviço de iluminação pública

continuava a ser feito por 5.036 combustores, em nada mudando com relação

Page 21: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

21

ao ano anterior, não obstante as reclamações dirigidas ao governo imperial

tanto pelas autoridades policiais, como pelos moradores das localidades, em

razão da elevada despesa, que este ramo do serviço público exigia,

principalmente nas circunstâncias daquela época, em que a baixa do câmbio

aumentava sensivelmente os sacrifícios do Tesouro Nacional. A despesa com

este serviço orçou no ano de 1870 em 818:695$558, sendo:

Com illuminaçao das praças e ruas da cidade:......811:025$419 Com a do jardim do Passeio Público......................2:376$418 Com a do jardim da praça da Constituição.............1:558$943 Com a remoção de combustores............................2:391$500

Embora a cidade se modernizasse com a instalação da iluminação a

gás, o processo de iluminação a azeite de peixe não morreu logo que se

inaugurou a iluminação a gás e, ainda no ano de 1870, continuava-se a fazer

esse serviço de iluminação pelo sistema de administração. Os lampiões

empregados neste sistema eram em número de 169.

Durante o ano de 1869 despendeu-se com este serviço a quantia de

14:623$185, sendo 7:587$013 com o vencimento do pessoal dele

encarregado, e 7:036$182 com o consumo de azeite e outros objetos. Em

1870, a despesa para cada lampião era cerca de 96$ por ano.

Em 1874 foi assinado contrato com o Tenente-Coronel Antônio José da

Silva para produção do Globe-Gás para substituir o azeite de peixe, na

iluminação pública dos subúrbios da cidade.

Em setembro de 1877, começou a iluminação dos subúrbios com 633

combustores a Globe-Gás, que depois, somados aos novos pontos,

alcançaram 982 combustores. Eram 11 distritos, divididos em 36 seções, tendo

uma equipe de 11 guardas, servindo um de fiel, 36 acendedores e 2 serventes.

Em maio de 1879, chegaram a 1.128, sendo 8 na Ilha do Governador,

com Globe-Gás.

Em 1883, chegaram a 2068 combustores com Globe-Gás.

Em 1889, começou a substituição do Globe-Gás pelo gás corrente,

totalizando 2.351 combustores. Foram substituídos por 2.303.de gás corrente.

Em 1890, eram 10.234 combustores no total.

Page 22: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

22

Em 1901, eram 14.579 combustores e 500 km de tubulações.

Em 1912, eram 22.440 combustores.

Em 1913, começou a substituição do gás pela energia elétrica.

A 31 de dezembro de 1933, foram substituídos os últimos lampiões de

gás (490) por lâmpadas elétricas. Eles se encontravam nos subúrbios cariocas

e, com isso, desapareceu a figura do “acendedor de lampião”, chamados pelo

povo de “profetas”.

A iluminação a gás durou 79 anos, 9 meses e 7 dias.

Figura 3 – Antigas luminárias utilizadas na iluminação a gás na Glória (Acervo

de Pedro Costa, 2012)

Page 23: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

23

CAPÍTULO IV

LÂMPADAS A ARCO VOLTAICO

4.1 – Aspectos Técnicos

O início do século XIX traz para a humanidade o potencial de uma nova

fonte de energia: a eletricidade.

Desde o final do século XVIII se antevia a geração da luz artificial por

essa nova forma de energia, em substituição à combustão, única forma prática

de reprodução do fenômeno luminoso que o homem tinha domínio.

O primeiro trabalho prático seria a lâmpada a arco voltaico de Paul

Jablochkoff, inventada em 1875. Por sua grande intensidade luminosa, tornou-

se um sucesso na iluminação pública até as primeiras décadas do século XX.

Segundo FERREIRA (2009), as lâmpadas Jablochkoff consistiam em

dois bastões de carvão paralelos, espaçados por uma massa isolante, contidos

dentro de um frasco transparente e alimentados por uma das extremidades por

corrente elétrica. Quando ativados, na extremidade oposta formava-se um arco

elétrico de alta intensidade luminosa que lentamente consumia os eletrodos. O

conjunto dispunha de uma fixação externa que o mantinha sempre na posição

vertical.

Figura 4 - Lâmpada Jablochkoff Fonte: www.artes-vivas.blogspot.com.br

Page 24: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

24

A nova fonte de luz possibilitou a reversão da luminária com aplicação

de um refletor superior, o qual desviava para o piso grande parte dos raios

luminosos. Com o fluxo luminoso direcionado para baixo, conseguiu-se melhor

nível de iluminação. Com isso, deu-se liberdade ao poste, que viria a

apresentar novas e revolucionárias formas.

A dificuldade maior para a implantação da iluminação elétrica era a

necessidade de instalação simultânea de um equipamento gerador para

qualquer sistema a ser implementado.

Segundo MENDONÇA (2004), a primeira tentativa de se ter uma central

geradora na cidade do Rio de Janeiro ocorreu em 1887 – a Companhia Força

e Luz instalou uma pequena usina termelétrica no Largo de São Francisco

para iluminação pública na área urbana central. Essa usina chegou a alimentar

100 lâmpadas nas ruas do centro da cidade.

4.2 – Aspectos Sócio-econômicos

Segundo FERREIRA (2009), o registro mais remoto do uso de

iluminação elétrica em nosso País ocorreu no Rio de Janeiro, em 7 de

setembro de 1857, no prédio da Escola Central no Largo de São Francisco

(hoje Faculdade de Ciências Sociais).

Houve um novo registro em 30 de março de 1862 na inauguração da

estátua eqüestre do Imperador D. Pedro I, na Praça da Constituição (atual

Praça Tiradentes).

Em 21 de fevereiro de 1879, D. Pedro II inaugurava a iluminação elétrica

interna da antiga Estrada de Ferro D. Pedro II (hoje Estrada de Ferro Central

do Brasil), substituindo os 46 combustores a gás existentes. O sistema

consistia de seis lâmpadas a arco voltaico (velas Jablochkoff) alimentadas por

dois dínamos Gramme (operando um deles como excitatriz do outro)

acionados por um locomóvel (máquina a vapor automotora) de 7 HP.

Esta instalação foi o primeiro marco da iluminação elétrica no Brasil e,

possivelmente, em toda América Latina.

Em 1881, a primeira iluminação externa pública por eletricidade no país

era também inaugurada no Rio de Janeiro, por ordem de D. Pedro II. Trata-se

Page 25: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

25

da iluminação de um trecho do jardim do Campo da Aclamação (hoje Praça da

República) por 16 lâmpadas a arco voltaico Jablochkoff, alimentadas por dois

dínamos Gramme acionados por um locomóvel.

Em 1º de junho de 1885, o antigo prédio da Biblioteca Nacional, na Rua

do Passeio, era também iluminado com lâmpadas a arco voltaico, contando

para isso com um pequeno gerador exclusivo.

O sistema consistia de seis lâmpadas de arco voltaico tipo Jablochkoff

alimentado por dois dínamos Gramme, acionado por um locomóvel de 7 cv.

Substituíam, com vantagem, 46 bicos de gás.

Na inauguração houve a presença do Imperador D. Pedro II, grande

incentivador das artes e das ciências, sempre presente nos eventos

tecnológicos. Assim, a partir de 1904, a eletricidade começa a ocupar o espaço até

então exclusivo do gás na iluminação pública.

Em 15 de novembro de 1905, foi inaugurada a Avenida Central (hoje

Avenida Rio Branco). Segundo FERREIRA (2009), esta avenida foi um marco

da modernidade na cidade do Rio de Janeiro. Com seus 1.800 metros de

extensão e 33 metros de largura, ligando o novo cais do porto à enseada da

Glória.

Introduzia-se, pela primeira vez, de forma mais extensa, o uso da

eletricidade na iluminação pública do Rio. Foi adotado um sistema misto:

combustores alimentados por gás canalizado e lâmpadas elétricas de arco

voltaico. O sistema completo dispunha de 55 postes elétricos (com 3

luminárias de arco voltaico) , que se estendiam pelo canteiro central da

avenida. Paralelamente, a iluminação a gás contava com postes ornamentais

ao longo do meio fio, de ambos os lados, dispondo de braços com cinco

combustores.

Botafogo foi o primeiro bairro a usufruir das vantagens da eletricidade.

No centro, nos bairros e nos subúrbios erguiam-se altos postes com luz

de arco voltaico. A conservação das lâmpadas em uso era, contudo, muito

trabalhosa, sendo comum, durante o dia, turmas de operários especializados,

Page 26: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

26

substituírem os carvões e limparem os globos, para que a luz não se

ofuscasse.

Estas lâmpadas desapareceram no final da década de 50.

Figura 5 – Sustentação suspensa (sem poste) era usada com lâmpadas a arco

voltaico- Praça XV (acervo de Pedro Costa, 2012)

Page 27: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

27

CAPÍTULO V

LÂMPADAS INCANDESCENTES

5.1 – Aspectos Técnicos

Segundo FERREIRA (2009), experiências de iluminação utilizando fios

de platina já vinham sendo feitas desde 1830. Lâmpadas de vidro evacuadas

já estavam sendo usadas nessa época para evitar oxidação. Entretanto, a

platina queimava rapidamente e as bombas de vácuo não eram capazes de

criar uma aspiração suficiente.

Thomas Edison solucionou esses problemas e, em 21 de outubro de

1879, transformou em realidade o grande sonho de todo o século: uma fonte

de luz artificial prática, segura e barata. Sua inovação, que maravilhara o

mundo, iria sacudir as últimas décadas do século XIX e modificar o

comportamento do homem no século XX.

A nova lâmpada começaria a sofrer, a partir de então, uma série de

aperfeiçoamentos, que viriam a consagrá-la como a solução quase que

absoluta para a iluminação, durante a primeira metade do século XX.

O grande aperfeiçoamento haveria de surgir em 1913, quando foi

introduzido o filamento de tungstênio (ou wolframio) enrolado em hélice,

operando numa atmosfera gasosa inerte. O desempenho da lâmpada,

surpreendentemente, pode chegar à faixa dos 20 lúmens por watt, e lâmpadas

de grande potência (acima de 1.500 watts) puderam ser produzidas.

Esse aperfeiçoamento permitiu que se desenvolvesse lâmpadas para

circuito série, destinadas principalmente à iluminação pública, que vieram a

concorrer com grandes vantagens (desempenho, manutenção, custo, etc) com

as lâmpadas de arco voltaico.

As primeiras experiências com lâmpada série, no Rio de Janeiro, foram

realizadas em 1915. Eram lâmpadas Edison Mazda, projetadas para 7,5

ampéres, 4.000 lúmens e fabricadas pela GE.

Page 28: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

28

Em 1930, nos subúrbios, as lâmpadas de 1.000 lumens foram

substituídas pelas de 2.000 lumens e em ruas de tráfego intenso, as de 4.000

lumens por de 6.000 lumens.

Dados técnicos atuais (GUIA PRÁTICO PHILIPS ILUMINAÇÃO, 2009):

.Vida Média: 1.000 horas

.Eficiência Luminosa: 13 a 17 lm/W

.Potências Usadas em Iluminação Pública: 100, 150 e 200 W

.Equipamento Auxiliar: nenhum

Figura 6– Lâmpada Incandescente (Fonte: www.caroldaemon.blogspot.com.br)

Page 29: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

29

5.2 – Aspectos Sócio-econômicos

Segundo FERREIRA (2009), em 1879, ano do evento extraordinário de

Thomas Edison, D. Pedro II já concedia ao grande inventor (que conhecera

pessoalmente) o privilégio de introduzir em nosso País os aparelhos e

processos dessa invenção destacando a utilização da luz elétrica.

Em dezembro de 1882, o Imperador inaugurou uma instalação no prédio

do Ministério da Agricultura, no Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro),

por ocasião da Exposição Industrial. O sistema constava de 60 lâmpadas

incandescentes, alimentadas por um dínamo de 10 cv, acionado por um

locomóvel.

Existem referências, que nesse mesmo ano teriam sido iluminados

eletricamente as dependências do Palácio de São Cristovão (hoje Quinta da

Boa Vista).

Em 1904, foi implantada na cidade a empresa de origem canadense

The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Company Ltd. A Light, como

ficou conhecida, foi a responsável pela eletrificação da cidade.

Em 1915, já com lâmpadas incandescentes circuito série, essas

lâmpadas passaram a substituir as de arco voltaico. Nessa época existiam

9.428 lâmpadas elétricas e 22.088 bicos de gás.

Em 1920, a iluminação da Avenida Rio Branco, que utilizava lâmpadas a

arco voltaico, começou a ser substituída por 175 lâmpadas incandescentes de

400 watts. A cidade possuía 10.846 lâmpadas elétricas e 10.785 bicos de gás.

Em 1929, a iluminação pública era composta de 17.849 lâmpadas

incandescentes, além de 2.809 a arco voltaico e dos 6.232 combustores a gás

remanescentes.

Em 1930, existiam 20.262 postes com iluminação elétrica, 5.916 bicos

de gás e a população beirava 1 milhão e 400 mil habitantes. O centro urbano

(espaço compreendido entre a Rua do Riachuelo, a Praça da Bandeira e a

Cinelândia) e os bairros de São Cristovão, Maracanã, Tijuca e Botafogo

recebiam iluminação elétrica.

Segundo DECOURT (2009), o Rio de Janeiro, antiga capital federal, era

a cidade que mais possuía pontos de iluminação pública no Brasil até os anos

Page 30: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

30

40, mas a falta de investimentos no setor nos anos 50, por desinteresse da

Light e do governo distrital, já envolvido com a construção de Brasília,

entregaram a cidade aos Cariocas em 1960 como uma das capitais mais mal

iluminadas das Américas.

Nos últimos anos da década de 50, o governo local começou a

determinar que a iluminação pública passasse a ser feita com lâmpadas

fluorescentes.

Figura 7 – Antiga luminária utilizada para iluminação com lâmpada

incandescente (Acervo de Pedro Costa, 2012)

Page 31: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

31

CAPÍTULO VI

LÂMPADAS FLUORESCENTES

6.1 – Aspectos Técnicos

Segundo FERREIRA (2009), embora a lâmpada fluorescente tenha sido

introduzida no mercado pouco antes da II Guerra Mundial, sua origem tem por

base os trabalhos de Cooper-Hewitt, do início do século XIX, pesquisando o

comportamento do vapor de mercúrio confinado em um tubo com atmosfera

rarefeita.

As primeiras pesquisas com gases ionizáveis e vapores metálicos para

condução da energia elétrica com a finalidade de produzir luz remontam a

meados do século XIX e se estenderam às primeiras décadas do século XX. A

elas se dedicaram inúmeros inventores e cientistas, europeus e norte-

americanos.

A substituição de gases rarefeitos pelo vapor de mercúrio daria a

Cooper-Hewitt a oportunidade de lançar, no começo do século XX, uma

primeira lâmpada bem sucedida, com 385 watts e 12,5 lumens/watt, fato

inédito para a época. Era também mais curta (120 cm), mas necessitava de um

retificador.

A idéia mais moderna de se utilizar pós-fluorescentes no interior do

tubo, para gerar luz pela transformação das radiações ultravioletas emitidas

pelas moléculas excitadas eletricamente, só começou a vislumbrar sucesso na

década de 30. Daí surgiu a tradicional lâmpada fluorescente, que ainda vem

sendo continuamente aperfeiçoada.

No Brasil elas chegaram no auge da II Guerra Mundial. Fabricadas pela

GE, inicialmente nas potências de 20 e 40 watts e posteriormente, 15 e 30

watts.

Em 1942, teve início a produção e no ano seguinte a produção dos

reatores, necessários para o funcionamento dessas lâmpadas.

Page 32: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

32

Embora as tecnologias desenvolvidas mais recentemente, com

lâmpadas de grande intensidade e pequenas dimensões, à base de descarga

elétrica em vapores metálicos operando em altas pressões, tenham alijado a

lâmpada fluorescente da iluminação pública e ocupado grande espaço na

iluminação industrial, as características de baixa luminância e grande eficiência

viriam a tornar o sistema fluorescente ideal para a iluminação de interiores, na

qual a altura de montagem limita-se geralmente a 3 ou 4 metros.

Atualmente existem as famílias de lâmpadas fluorescentes compactas,

com baixo consumo de energia elétrica e uso de reator eletrônico embutido no

mesmo corpo da lâmpada.

Dados técnicos atuais - compactas (GUIA PRÁTICO PHILIPS ILUMINAÇÃO,

2009):

.Vida Média: 8.000 horas

.Eficiência Luminosa: 50 a 69 lm/W

.Potência Usada em Iluminação Pública: 18 W

.Equipamento Auxiliar: nenhum

Figura 8 – Lâmpada Fluorescente (Fonte: qnint.sbq.org.br)

Page 33: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

33

6.2 – Aspectos Sócio-econômicos

Segundo FERREIRA (2009), no fim da década de 40, cerca de 10 km de

via pública da Avenida Brasil foram iluminados por lustres contendo 4

lâmpadas de 80 watts, com 1,50 metro de comprimento, instaladas em postes

com 9 metros de altura, em ambos os lados da via. Todo o equipamento foi

importado da Inglaterra.

Nessa mesma época, vários sistemas de iluminação pública com

lâmpadas fluorescentes foram instalados. Dentre eles o da Avenida Perimetral,

que utilizava 6 lâmpadas de 40 watts em cada luminária.

Em 1960, havia 48.600 lâmpadas incandescentes e 2.100 lâmpadas

fluorescentes (Av. Brasil, Av. Perimetral, Largo da Carioca, viadutos, etc).

Em 1963, o Túnel Santa Bárbara recebeu um sistema de iluminação

fluorescente com lâmpadas do tipo Power-Groove (de maior potência

luminosa).

Figura 9 – Luminária com lâmpada fluorescente compacta, Rua do Riachuelo

(Acervo de Pedro Costa, 2012)

Page 34: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

34

CAPÍTULO VII

LÂMPADAS A VAPOR DE MERCÚRIO

7.1 – Aspectos Técnicos

Segundo FERREIRA (2009), as origens das lâmpadas a vapor de

mercúrio coincidem com as da atual lâmpada fluorescente. Ambas surgiram na

década de 30 como decorrência de sucessivos desenvolvimentos tecnológicos,

que tiveram como referência os trabalhos de Cooper-Hewitt no início do século

XX.

São ambas lâmpadas de descarga, em que o meio condutor da corrente

elétrica é constituído principalmente por vapor de mercúrio contido num

ambiente fechado.

A diferença é que uma trabalha com o vapor de mercúrio em alta

pressão (a vapor de mercúrio) e a outra opera com o gás abaixo da pressão

atmosférica (fluorescente).

As de vapor de mercúrio a alta pressão possibilitaram a concentração da

descarga num pequeno bulbo. Com isso, reduziram-se drasticamente as

dimensões da fonte, permitindo ainda que se aumentasse bastante sua

potência luminosa. Obteve-se intenso brilho da fonte de luz, exigindo

aplicações em alturas mais elevadas para afastá-la do campo visual do

observador: perfeito para iluminação pública.

Dados técnicos atuais (GUIA PRÁTICO PHILIPS ILUMINAÇÃO, 2009):

.Vida Média: 9.000 a 15.000 horas

.Eficiência Luminosa: 45 a 58 lm/W

.Potências Usadas em Iluminação Pública: 80,125, 250 e 400 W

.Equipamento Auxiliar: reator

Page 35: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

35

Figura 10 – Lâmpada a Vapor de Mercúrio (Fonte: fisica.cdcc.sc.usp.br)

7.2 – Aspectos Sócio-econômicos

Segundo FERREIRA (2009), no Brasil, o primeiro registro do uso de

lâmpadas a vapor de mercúrio se deu no Rio de Janeiro, em 1936. Foram

utilizadas no Túnel Novo (ou do Leme), principal acesso a Copacabana. A

instalação era constituída de uma fileira de 15 lâmpadas, no centro da

abóboda, ao longo do túnel. Elas foram substituídas por lâmpadas

incandescentes de 300 W quando da duplicação e remodelação do túnel.

No ano de 1953, foi implantado um sistema de iluminação utilizando

lâmpadas a vapor de mercúrio na Avenida Beira-Mar (Praia do Flamengo).

Eram 10 luminárias de fabricação nacional, com reator externo e refrator de

fechamento, equipadas com 88 lâmpadas de 400 W (cor corrigida), instaladas

em postes do sistema existente (incandescente).

Segundo MENDONÇA (2004), em 1963, os serviços de iluminação

pública, administrados pela C.E.E-GB (Companhia Estadual de Energia da

Guanabara), contavam com 59.264 lâmpadas divididas em três categorias. Em

primeiro lugar, lâmpadas incandescentes de capacidade variáveis entre 1.000

e 30.000 lumens, cerca de 5.000 lâmpadas fluorescentes e as 88 lâmpadas de

vapor de mercúrio de cor corrigida, implantada na Avenida Beira-Mar.

Outro grande sistema a vapor de mercúrio foi a iluminação do Aterro do

Flamengo, em 1965. Foram instalados 106 postes de 45 metros de altura, com

6 luminárias especiais no topo (projeto americano) equipadas com lâmpadas

de 1.000 watts.

Page 36: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

36

A partir daí, a expansão da lâmpada a vapor de mercúrio para vias

urbanas de maior interesse, foi relativamente rápido.

Segundo DECOURT (2009), o sistema então foi evoluindo: as luminárias

comuns seriam suportadas por braços curvos, presos nos postes já existentes,

ou então no modelo “padrão Rio” – postes de aço galvanizado, de 09 metros

de altura e curvos. De início, se utilizou as luminárias feitas pela Thonson,

depois as GE, Westinghouse, Sylvania até chegar às Peterco, que agregavam

na luminária o reator e até mesmo se necessário a célula foto-elétrica, tudo

muito prático. Esse modelo dominou a cidade a partir de 1971/72, usando

lâmpadas de descarga de 250 W e 400 W.

Nas grandes vias se optou pelos modelos Philips, de alta capacidade,

usando lâmpadas de 400, 600 e até 1000W de mercúrio. As luminárias da

Philips partiam de um sistema completo: lâmpadas, reatores, chaves

magnéticas, células foto-elétricas, gabinetes de controle, o que dava grande

confiabilidade ao sistema. Elas podiam ser instaladas em postes curvos

“padrão Rio” de 12 metros, como os que existiam na Rio Branco ou por postes

de concreto de 12, 15 e 20 metros, onde eram dispostas em jogos de 3 ou 4

formando pétalas, as luminárias inicialmente podiam comportar até duas

lâmpadas de 400 ou 600 W; as de última geração podiam comportar até duas

de 1.000W.

Entre 1970 e 1974, elevou-se de 477 para 1.344 o número de

logradouros com essa lâmpada. Nesse período foram substituídas 27.700

lâmpadas incandescentes pelas a vapor de mercúrio, beneficiando bairros

como Copacabana, Urca, Ipanema, Leblon, Tijuca, Vila Isabel, Grajaú, São

Cristovão, Engenho Novo, Madureira, Jacarepaguá e Barra da Tijuca.

Segundo MENDONÇA (2004), em 1975, foram instalados 684 pontos de

luz na Avenida Brasil, 270 na Avenida Bento Ribeiro Dantas (Manguinhos), 26

na Praça São Judas Tadeu (Cosme Velho) e 32 na Avenida Almirante Barroso.

Nessas áreas, a iluminação incandescente foi trocada por vapor de mercúrio.

Houve também a troca das lâmpadas de 250 W por de 400 W nas ruas de

tráfego intenso e zonas comerciais.

Page 37: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

37

Em 1976, foram instalados 160 km de redes elétricas em mais de 200

logradouros, ou seja, mais de 7.231 lâmpadas a vapor de mercúrio instaladas

na cidade.

Segundo MENDONÇA (2004), na década de 70, a cidade assistiu à

substituição de boa parte de sua antiga iluminação incandescente pela a vapor

de mercúrio de alta pressão, exceto na Ilha de Paquetá, a pedido de seus

moradores, visando manter o aspecto bucólico do local.

Em 1985, dos 15 mil logradouros da cidade, 3 mil não tinham qualquer

tipo de iluminação. Havia lâmpadas de vapor de mercúrio em 7 mil logradouros

e lâmpadas incandescentes em 5 mil logradouros.

Em 1986, existiam 140 mil pontos de luz a vapor de mercúrio e 50 mil

pontos com lâmpadas incandescentes.

Em 1990, a cidade possuía 330 mil pontos de luz instalados.

No início do século XXI, 380 mil pontos de luz.

Figura 11 - Luminária com lâmpadas a vapor de mercúrio, Avenida Nossa

Senhora de Fátima (Acervo de Pedro Costa, 2012)

Page 38: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

38

CAPÍTULO VIII

LÂMPADAS MISTAS

8.1 – Aspectos Técnicos

Segundo FEREIRA (2009), lâmpada desenvolvida como solução de

baixo custo para o sistema a vapor de mercúrio, a lâmpada híbrida (mista) tem

como alimentação 220 V.

Ela oferecia a vantagem de não usar reator eletromagnético, de alto

custo, em troca de um menor desempenho luminoso.

O conceito empregado foi o de se utilizar um filamento de tungstênio

como limitador de corrente, projetado para operar em série com o tubo de arco,

em substituição ao reator. Para isso, estendia-se a vida do filamento em troca

de uma baixa eficiência luminosa. A vida útil era limitada à duração do

filamento.

Segundo MENDONÇA (2004), como as lâmpadas mistas operavam

somente em 220 Volts, a Light teve que mudar seu sistema original. As

híbridas, por terem fluxo luminoso maior que o das incandescentes, permitiram

o aumento da distância entre os postes e fizeram surgir os postes de estrutura

tubular recurvada. Eles substituíram os ornamentais braços utilizados.

Os novos postes, além de mais altos, sustentavam no topo um conjunto

de luminárias maiores, do tipo “pétala”, o que foi um marco das novidades

estéticas da cidade.

Dados técnicos atuais (GUIA PRÁTICO PHILIPS ILUMINAÇÃO, 2009):

.Vida Média: 8.000 a 12.000 horas

.Eficiência Luminosa: 19 a 27 lm/W

.Potências Usadas em Iluminação Pública: 160, 250 e 500W

.Equipamento Auxiliar: nenhum

Page 39: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

39

Figura 12 - Lâmpada Mista (Fonte: www.osetoreletrico.com.br)

8.2 – Aspectos Sócio-econômicos

As lâmpadas mistas substituíram, por pouco tempo, as lâmpadas

incandescentes, já que as de vapor de mercúrio foram a melhor solução.

Não houve nenhum grande sistema de iluminação pública utilizando

estas lâmpadas, limitando-se, então, a poucos logradouros.

Figura 13 - Luminária com lâmpada mista, Rua do Lavradio (Acervo de Pedro

Costa, 2012)

Page 40: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

40

CAPÍTULO IX

LÂMPADAS A VAPOR DE SÓDIO

9.1 – Aspectos Técnicos

Segundo FERREIRA (2009), embora as lâmpadas a vapor de sódio a

alta pressão sejam atualmente uma das fontes de luz de maior utilização em

termos mundiais (pelas múltiplas vantagens que apresentam), suas origens

remontam ao século XIX.

Nessa época já se vislumbrava a utilização do vapor de sódio, porém as

dificuldades de se trabalhar com ele, por sua agressividade em relação ao

vidro e ao quartzo, fizeram com que só se chegasse a uma lâmpada prática,

comercializável, bem mais tarde, com o aperfeiçoamento do vidro.

Tratava-se de uma fonte luminosa monocromática (de uma só cor),

porém que emitia uma luz surpreendentemente eficiente. Devidamente

aperfeiçoada, chega a atingir acima de 200 lúmens/watt, eficiência até hoje

não igualada por qualquer outra fonte de luz.

Entretanto, apresenta a inconveniência de não reproduzir as cores

(exceto amarelo) e por isso mesmo ter sido rejeitada para aplicações internas.

Seu uso ficou limitado à iluminação urbana e à de rodovias, inclusive

túneis, e outras áreas externas nas quais a reprodução de cores não constitui

um problema maior.

Somente em 1966 surgiu comercialmente a primeira lâmpada a vapor

de sódio a alta pressão. Tinha potência de 400 watts, uma eficiência luminosa

de 105 lúmens/watt e oferecia uma vida de 6 mil horas.

Atualmente, essa nova família de lâmpadas abrange uma vasta gama

de potências (de 35 W a 1.000 W) e chega a atingir 140 lúmens/watt. Sua vida

média (a maior entre as famílias de lâmpadas) chega a 30 mil horas.

Oferecem ainda vantagens adicionais: por serem de pequenas

dimensões e transparentes, permitem o projeto de luminárias menores e de

melhor desempenho ótico; sua longa vida e alta eficiência, bem como a

Page 41: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

41

ausência de mercúrio em seu espectro luminoso, evitando a emissão de

radiações ultravioletas, tornando-a um produto ecológico.

Entretanto, apresentam o inconveniente de sua luz amarelada, que

oferece baixo índice de reprodução de cores.

Dados técnicos atuais (GUIA PRÁTICO PHILIPS ILUMINAÇÃO, 2009):

.Vida Média: 18.000 a 32.000 horas

.Eficiência Luminosa: 80 a 150 lm/W

.Potências Usadas em Iluminação Pública: 70, 100, 150, 250, 400 W

.Equipamento Auxiliar: reator e ignitor

Figura 14 - Lâmpada a Vapor de Sódio (Fonte: portoalegre.olx.com.br)

9.2 – Aspectos Sócio-econômicos

Segundo MENDONÇA (2004), a primeira utilização, no Rio, das

lâmpadas a vapor de sódio de alta pressão, foi na iluminação da Ponte Rio-

Niterói, em 1974.

A partir de 1985, a iluminação utilizando lâmpadas a vapor de sódio a

alta pressão foi aplicada progressivamente em grandes avenidas,

monumentos, túneis e elevados, além do Aeroporto Internacional e do Porto do

Rio de Janeiro.

Segundo DECOURT (2009), a CEE (Comissão Estadual de Energia,

fundada em 1962) e suas sucessoras: CME-Rio (Comissão Municipal de

Energia), após a fusão da Guanabara e do Rio de Janeiro (1975), e extinta em

agosto de 1990, e a RioLuz (Companhia Municipal de Energia e Iluminação),

Page 42: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

42

atualmente, sempre foram estatais e de altíssima eficiência. Essa empresa

sempre usou materiais que em muitos casos foram modernizados e funcionam

até hoje, como as luminárias Peterco de 400W, hoje com os reatores mudados

para sódio. São luminárias de mais de 35 anos que normalmente estão sempre

em bom estado e são facilmente recondicionadas.

Atualmente é a mais utilizada na Iluminação Pública da cidade do Rio de

Janeiro, principalmente em ruas e avenidas.

Figura 15 - Luminária com lâmpada a vapor de sódio, Largo de São Francisco

(Acervo de Pedro Costa, 2012)

Page 43: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

43

CAPÍTULO X

LÂMPADAS DE MULTIVAPORES

10.1 – Aspectos Técnicos

Segundo FERREIRA (2009), as lâmpadas de multivapores, conhecidas

também como lâmpadas de vapores metálicos, constituem a mais recente

inovação na família das lâmpadas de descarga, tendo sido lançadas no

mercado nas últimas décadas do século XX.

Foram desenvolvidas pelos grandes fabricantes de lâmpadas, na busca

de uma solução para o problema da distorção de cores, afim de que sua luz se

assemelhe o máximo possível à natural diurna.

Seus tubos de arco (coração da lâmpada) contem, além de vapores de

sódio e de mercúrio, outros vapores metálicos em menor quantidade, mas

necessários à melhoria na qualidade das cores refletidas.

Dados técnicos atuais (GUIA PRÁTICO PHILIPS ILUMINAÇÃO, 2009):

.Vida Média: 8.000 a 12.000 horas

.Eficiência Luminosa: 72 a 80 lm/W

.Potências Usadas em Iluminação Pública: 70,150, 250, 400 W

.Equipamento Auxiliar: reator e ignitor

Figura 16 – Lâmpadas

de multivapores (Fonte:

tecnolamp.com.br)

Page 44: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

44

10.2 – Aspectos Sócio-econômicos

A disseminação do uso dessa lâmpada é ainda restringida pelo alto

custo, superior a qualquer outra lâmpada de descarga.

Segundo FERREIRA (2009), no Rio de Janeiro são frequentes a

utilização dessas lâmpadas na iluminação de praias (Flamengo), praças

(Paris), jardins (Aterro do Flamengo), fachadas (Theatro Municipal) e avenidas

(Avenida Chile), mantendo a coloração branca da areia e oferecendo à

população uma oportunidade de lazer noturno.

A Rioluz (empresa municipal de iluminação pública) possuía em 2003:

177.058 lâmpadas a vapor de mercúrio. 172.732 lâmpadas a vapor de sódio,

19.559 lâmpadas de multivapores, 1.465 lâmpadas incandescentes, 5.931

lâmpadas mistas e 268 lâmpadas fluorescentes.

Atualmente estão substituídas as lâmpadas incandescentes,

fluorescentes, mistas e de vapor de mercúrio por lâmpadas a vapor de sódio

(amarelas) e multivapor metálico (brancas) de menor potência, por emitirem

maior fluxo luminoso. São ao todo 414.916 pontos de luz.

Foi criada uma taxa para custear a Iluminação pública (lei 5132 de

21/12/2009).

Figura 17 - Luminária com lâmpadas de multivapores, Avenida Chile (Acervo

de Pedro Costa, 2012)

Page 45: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

45

CAPÍTULO XI

DIODOS EMISSORES DE LUZ (LEDs)

11.1 – Aspectos Técnicos

Segundo NOVICKI e MARTINEZ (2008), o LED (do inglês Light

Emission Diode, diodo emisor de luz) é um dispositivo eletrônico semicondutor,

que quando polarizado diretamente (pólo positivo no anodo e pólo negativo no

catodo), dentro do semicondutor ocorre a recombinação de lacunas e elétrons.

Essa recombinação exige que a energia armazenada por esses elétrons seja

liberada na forma de calor ou luz, devido à passagem da corrente elétrica na

junção anodo para catodo.

Diferente de uma lâmpada, o LED não possui filamento, o grande

responsável por converter a maior parte da energia elétrica em energia térmica

(calor) que significa desperdício, pois o objetivo é iluminar e não aquecer. Este

é capaz de produzir muito mais luz visível do que calor ao ser comparado com

uma lâmpada incandescente, o que o torna mais eficiente, chegando a

economizar 50% da energia comparada às fontes tradicionais.

A estrutura básica de um LED é uma pastilha semicondutora sob uma

superfície refletora em forma de concha, envolvida por uma resina que

direciona o feixe luminoso.

Uma das primeiras aplicações do LED era indicar quando o

equipamento eletro-eletrônico estivesse no estado ligado ou desligado, devido

a sua baixa intensidade luminosa.

Ao final da década de 90 surgiram os primeiros LEDs de brilho mais

elevado obtendo-se de 30 a 40 lúmens e podendo atingir ângulos com abertura

de 110 graus para feixes luminosos.

Atualmente com o avanço da tecnologia é possível obter fluxo luminoso

de 200 lm e potências que variam de 1 a 5 W.

Com o desenvolvimento da tecnologia, o LED ganhou espaço em

diversas aplicações na indústria automotiva para sinalização e iluminação em

Page 46: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

46

veículos, letreiros luminosos, iluminação decorativa, iluminação pública, entre

outras.

Dados técnicos atuais (GUIA PRÁTICO PHILIPS ILUMINAÇÃO, 2009):

.Vida Média: 50.000 horas

.Eficiência Luminosa: 15 a 25 lm/W

.Potências Usadas em Iluminação Pública: 1 a 4 W

.Equipamento Auxiliar: nenhum

Figura 18 – Estrutura do LED (Fonte: LEDS para Iluminação Pública –

Novicki e Martinez)

11.2 – Aspectos Sócio-econômicos

Alguns países desenvolvidos já utilizam a tecnologia dos LEDs em suas

cidades para a iluminação pública e os fabricantes ao identificarem essa

tendência, estão apostando na tecnologia, desenvolvendo produtos mais

rentáveis e de alto desempenho.

Page 47: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

47

No Rio de Janeiro, atualmente, são usados de forma experimental na

Iluminação Pública de poucas ruas: Avenida Franklin Roosevelt (próximo ao

Consulado Americano), na Praça Varnhagen (Tijuca) e no bairro de Botafogo.

Segundo NOVICKI e MARTINEZ (2008), a Iluminação Pública é

responsável pelo consumo de 20% de toda a energia gerada pelas centrais

elétricas e a substituição do modelo atual por uma nova tecnologia, LED,

significa menos combustível fóssil sendo queimado, madeira sendo consumida

e CO2 sendo lançado no ar.

Figura 19 – Luminária com LED, Avenida Franklin Roosevelt (Acervo de Pedro

Costa 2012)

Page 48: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

48

CONCLUSÃO

Podemos concluir que, do ponto de vista técnico, a iluminação pública

na cidade do Rio de Janeiro partiu do uso do óleo de baleia, nos seus

primórdios, chegando ao uso dos LEDs, de forma experimental, atualmente.

Ressalta-se que no início do século XVIII, o azeite de baleia era a

forma de iluminação mais usada em países que tinham uma indústria baleeira

organizada.

Esta forma inicialmente usada em altares em torno de santos e

oratórios, estendeu-se para as ruas, principalmente pela necessidade de

iluminação como forma de segurança, notoriamente com a vinda da família

real.

Inicialmente custeado pela iniciativa de particulares, depois pelo poder

público e por último, através de um imposto.

O acendimento e a manutenção dos lampiões eram feitos por escravos

(os acendedores de lampião).

Com a diminuição desses cetáceos ao final desse século, houve a

necessidade da substituição na forma de iluminação.

A forma que sucedeu foi o uso do gás. Porém, devido a sua

complexidade principalmente no campo de infra-estrutura (maquinário,

tubulações, etc) e segurança, várias tentativas não lograram êxito.

Somente na metade do século XIX, conseguiu-se implantar o sistema

a gás, sendo o Rio a primeira cidade do país a usar tal sistema.

Com a nova iluminação a cidade mudou: passou-se a freqüentar,

noturnamente, teatros, cafés e restaurantes; a educação melhorou e os

acendedores de lampião (agora chamados de profetas) passaram a ser

remunerados. O gás foi usado por quase 80 anos na Iluminação Pública.

A eletricidade chegou à Iluminação Pública em nossa cidade no final

do século XIX através do pioneirismo tecnológico de nosso imperador D. Pedro

Page 49: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

49

II, que foi seu grande incentivador. Inicialmente com instalações na Central do

Brasil e no Campo de Santana de lâmpadas a arco voltaico.

O sistema, já no início do século XX, se estendeu a vários logradouros,

dentre eles a Avenida Rio Branco e o bairro de Botafogo, havendo uso tanto

das lâmpadas a arco voltaico como das incandescentes.

A partir da segunda metade do século XX, houve a intenção do governo

de substituir as lâmpadas existentes por fluorescentes, havendo alguns

projetos, sendo os principais o da Avenida Brasil, Avenida Perimetral e Túnel

Santa Bárbara.

A lâmpada a vapor de mercúrio passou a ser bem utilizada a partir da

década de 50, em virtude da necessidade de maiores níveis de iluminação,

impostos pela maior quantidade de carros. Outro fator para a substituição das

lâmpadas fluorescentes foram as luminárias pesadas e de grande extensão, a

fim de permitir o uso de lâmpadas fluorescentes, que eram longas. As

lâmpadas a vapor de mercúrio rapidamente se espalharam pela cidade e são

usadas até hoje.

As lâmpadas mistas foram usadas como uma solução econômica para a

substituição das incandescentes, não atingindo um grande número de

logradouros.

As lâmpadas a vapor de sódio são atualmente as mais utilizadas em

termos mundiais e na cidade do Rio de Janeiro. Possuem somente o

inconveniente de não reproduzir bem as cores.

As lâmpadas de multivapores passaram a ser utilizadas, nessa cidade,

no século XXI. Elas possuem uma ótima reprodução de cor sendo, ainda, de

alto custo. Junto com as a vapor de sódio, são os dois tipos que a Rioluz

almeja para o futuro próximo.

Os LEDs, ainda experimentais, são uma perspectiva de iluminação

pública.

A Iluminação Pública acompanha a cidade: cresce com o número de

habitantes e evolui com seu desenvolvimento e o interesse de seus

governantes.

Page 50: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

50

BIBLIOGRAFIA

Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Resolução nº 456, de 29/

11/2000.

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). NBR 5101/2012 –

Iluminação pública – Procedimento. Rio de Janeiro, 2012.

BARATA, Carlos Eduardo de Almeida. História da Iluminação Pública na

cidade do Rio de Janeiro. Disponível em http://www.rjnet.com.br. Acessado em

10/10/2012.

Câmara Municipal da cidade do Rio de Janeiro. Lei nº 5.132, de 17/12/2009.

Institui a contribuição para custeio do serviço de Iluminação Pública.

DAMBISKI, Leandro Prevedello. Aplicação do Programa Nacional de

Iluminação Pública Eficiente (PROCEL-RELUZ). Trabalho de Conclusão de

Graduação (Engenharia Elétrica), Universidade Federal do Paraná, Curitiba,

2007.

DECOURT, Andre. Uma breve história da CEE-GB/CME-Rio sua sucessora

Rio-Luz e nova maracutaia do Dudu. Publicado em 11/12/2009. Disponível em

http://www.rioquepassou.com.br. Acessado em 11/11/2012.

DUNLOP, Charles Julius. Subsídios para a história do Rio de Janeiro. Rio de

Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2008.

FERREIRA, Milton Martins. A Evolução da Iluminação na Cidade do Rio de

Janeiro. Rio de Janeiro: Synergia: Light, 2009.

Page 51: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

51

FRÓES da SILVA, Lourenço Lustosa. Iluminação Pública no Brasil: Aspectos

Energéticos e Institucionais. Dissertação (Mestrado em Planejamento

Estratégico), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.

GUERRINI, Délio Pereira. Iluminação: teoria e projeto. São Paulo: Érica, 2008.

MENDONÇA, Leila Lobo de. Reflexos da cidade: a iluminação pública no Rio

de Janeiro. Rio de Janeiro: Centro da Memória da Eletricidade no Brasil, 2004.

MOREIRA, Vinicius de Araújo. Iluminação elétrica. São Paulo: Edgard Blucher,

1999.

NOVICKI e MARTINEZ, Jackson Merise e Rodrigo. Leds para Iluminação

Pública. Trabalho de Conclusão de Graduação (Engenharia Elétrica),

Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.

PONDÉ, Francisco de Paula e Azevedo. O Gás na Iluminação e na Calefação

da Cidade do Rio de Janeiro. Guanabara: Companhia Estadual do Gás, 1971.

SANTANA, Rosa Maria Bonfim. Iluminação pública: uma abordagem gerencial.

Dissertação (Mestrado em Regulação da Indústria de Energia), Universidade

Salvador, Salvador, 2010.

http://www.luzphilips.com. Guia Prático Philips Iluminação. Novembro 2009.

Acessado em 24/06/2012.

http://obras.rio.rj.gov.br. Breve história da iluminação pública. Acessado em

10/10/2012.

http://www.artes-vivas.blogspot.com.br. Lâmpada Jablochkoff. Acessado em

01/10/2012.

Page 52: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

52

http://www.caroldaemon.blogspot.com.br. Lâmpada Incandescente. Acessado

em 06/10/2012.

http://qnint.sbq.org.br. Lâmpada Fluorescente. Acessado em 06/10/2012.

http://fisica.edcc.sc.usp.br. Lâmpada a vapor de mercúrio. Acessado em

12/10/2012.

http://www.osetoreletrico.com.br. Lâmpada Mista. Acessado em 12/10/2012.

http://portoalegre.olx.com.br. Lâmpada a vapor de sódio. Acessado em

13/10/2012.

http://tecnolamp.com.br. Lâmpada de multivapores. Acessado em 13/10/2012.

Page 53: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

53

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11

CAPÍTULO II

Uso do Óleo de Baleia 13

2.1 – Aspectos Técnicos 13

2.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 14

CAPÍTULO III

Uso do Gás 17

3.1 – Aspectos Técnicos 17

3.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 19

CAPÍTULO IV

Lâmpadas a Arco Voltaico 23

4.1 – Aspectos Técnicos 23

4.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 24

CAPÍTULO V

Lâmpadas Incandescentes 27

5.1 – Aspectos Técnicos 27

5.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 29

CAPÍTULO VI

Lâmpadas Fluorescentes 31

6.1 – Aspectos Técnicos 31

Page 54: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

54

6.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 33

CAPÍTULO VII

Lâmpadas a Vapor de Mercúrio 34

7.1 – Aspectos Técnicos 34

7.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 35

CAPÍTULO VIII

Lâmpadas Mistas 38

8.1 – Aspectos Técnicos 38

8.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 39

CAPÍTULO IX

Lâmpadas a Vapor de Sódio 40

9.1 – Aspectos Técnicos 40

9.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 41

CAPÍTULO X

Lâmpadas de Multivapores 43

10.1 – Aspectos Técnicos 43

10.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 44

CAPÍTULO XI

Diodos Emissores de Luz (LEDs) 45

11.1 – Aspectos Técnicos 45

11.2 – Aspectos Sócio-Econômicos 46

CONCLUSÃO 48

BIBLIOGRAFIA 50

ÍNDICE 53

Page 55: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · INTRODUÇÃO 09 CAPÍTULO I Principais Grandezas Utilizadas em Iluminação 11 CAPÍTULO II Uso do Óleo de Baleia 13 CAPÍTULO

55

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Instituto A Vez do Mestre Título da Monografia: Iluminação Pública na Cidade do Rio de Janeiro Autor: Adalberto Jeronimo da Costa Neto Data da entrega: 30 de novembro de 2012 Avaliado por: Luiz Cláudio Lopes Alves Conceito: