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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU PROJETO “A VEZ DO MESTRE” “A IMPORTÂNCIA DA ARTETERAPIA NO RESGATE DA SAÚDE DE PACIENTES HOSPITALIZADOS” Por CARLA MARIA SERRA COSTA CASAGRANDE ORIENTADOR: PROF: NILSON GUEDES DE FREITAS RIO DE JANEIRO AGOSTO/2003 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

“A IMPORTÂNCIA DA ARTETERAPIA NO RESGATE DA SAÚDE DE PACIENTES HOSPITALIZADOS”

Por

CARLA MARIA SERRA COSTA CASAGRANDE

ORIENTADOR: PROF: NILSON GUEDES DE FREITAS

RIO DE JANEIRO

AGOSTO/2003

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

“A IMPORTÂNCIA DA ARTETERAPIA NO RESGATE DA SAÚDE DE PACIENTES HOSPITALIZADOS”

Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção de Grau de Especialista em Arteterapia.

Prof. Orientador: Nilson Guedes de Freitas.

Rio de Janeiro

Agosto/2003

3

AGRADECIMENTOS

A minha mãe, ao meu pai e minha irmã, pelo

incentivo na minha busca pelo crescimento

profissional e pessoal, pela experiência de vida e

sabedoria. Agradeço também ao meu marido, pelo

carinho e cumplicidade, e a minha filha, pelo amor

e paciência, durante a feitura deste trabalho.

Enfim, agradeço a Deus por estar aqui e agora.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha filha Paloma, e a

todos aqueles que estão em busca, incessante, de

si mesmos.

5

RESUMO

Este artigo aborda a contribuição terapêutica da arte na situação de pacientes em situações críticas, possibilitando a melhoria da qualidade de vida, contribuindo, desta forma, com a equipe médica. Através de fundamentações teóricas de que a doença agiria como uma válvula de escape para sentimentos de medo, incerteza, busca, auto-estima, etc, e, através da arte, tendo como facilitadores os materiais e as técnicas expressivas, os conflitos interiores seriam exteriorizados sob uma forma visual. Para isso, o arteterapeuta se utiliza de recursos como desenho, pintura, modelagem, expressões corporais, etc., proporcionando modificações internas e externas. Desta forma, a arteterapia nos hospitais tem como objetivo possibilitar o desenvolvimento criativo, aumentar a auto-estima de pacientes em salas-de-espera, internações, intervenções e promover e integrar a equipe médica, facilitando a descoberta de potencialidades e auxiliando na formação de personalidades e no processo natural de auto-conhecimento.

Palavras-chaves: internação, perda e família.

6

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................7

1. CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA A COMPREENSÃO DA DOENÇA ..........................9

1.1. A doença e os sintomas ...............................................................................................13

2. A ABORDAGEM TERAPÊUTICA ..............................................................................17

2.1. O espaço arteterapêutico ..............................................................................................21

2.2. Materiais e técnicas expressivas ..................................................................................23

3. A ARTE PROMOVENDO A SAÚDE: UMA POSSIBILIDADE DE

COLABORAÇÃO COM O TRATAMENTO MÉDICO ...................................................31

CONCLUSÃO ..................................................................................................................37

BIBLIOGRAFIA ..............................................................................................................38

ANEXOS ............................................................................................................................39

7

INTRODUÇÃO

Médicos e psicólogos defendem a importância da Arteterapia no resgate da saúde de

pacientes hospitalizados. Estes têm muitos sentimentos que acham difíceis de

compartilharem, conteúdos internos que, aparentemente, são desconhecidos e difíceis de

lidar. Eles precisam de assistência para expressarem seus sentimentos de ansiedade, solidão,

frustração, depreciação e medo. Muitos estão confusos e assustados com as mensagens que

recebem acerca de si mesmos, mensagens que às vezes subestimam as suas capacidades e

potencialidades. Freqüentemente ficam ansiosos, deprimidos, preocupados e temerosos em

relação a si próprios e à vida, principalmente ao futuro. De qualquer forma, todos guardam

no inconsciente seus medos, suas dores, suas frustrações, seus fantasmas, emoções

desagradáveis e freqüentemente dolorosas.

Dentro deste contexto, a Arteterapia promove um diálogo com o inconsciente,

favorecendo a liberação de conteúdos internos que precisam ser expressos, através do seu

potencial criativo, para que o paciente possa vivenciar sua doença, transportando para os

materiais expressivos, angústias, sonhos, frustrações e esperanças. O paciente, desta forma,

tem a oportunidade de tornar claras coisas a seu respeito. Suas necessidades, vontades, e

podem ganhar força para lidar com os problemas e conflitos que precisam enfrentar,

conduzindo ao equilíbrio da personalidade, voltando sua atenção para a saúde e,

conseqüentemente, se afastando da doença.

No capítulo I há um exame do conceito de doença. Segue-se a idéia de que para

ocorrer, esta exigiria como fator suficiente algum tipo de sofrimento na esfera emocional.

Na base desse sofrimento haveria sempre um estado de desassossego íntimo, de

insatisfação interior e, assim, a doença apareceria como conseqüência e forma de escape.

Dentro dessa concepção, a doença é percebida como a incapacidade do indivíduo de, em

algum estágio da sua vida, de resolver de forma adequada e satisfatória seus conflitos

8interiores. O indivíduo inconscientemente lança mão da doença para externar seu conflito

interior e ameniza-lo.

O capítulo II reflete a importância no lidar com a arte, o porquê de usar as imagens

visuais como produto da função imaginativa do inconsciente, o reconhecimento do espaço

arteterapêutico como um espaço de experimentação e reflexão acerca do fenômeno artístico

não importando a qualidade das produções mas sim, a priorização da expressão dos

sentimentos. Segue-se também comentários suscintos sobre algumas técnicas expressivas

utilizadas que contribuem para explorar as imagens do mundo interior.

Por último, no capítulo III, examinamos o modo como o método arteterapêutico

pode ser explorado e integrado ao atendimento médico, seja ele nas salas de espera,

acompanhando internações, com crianças, idosos, deficientes físicos, diminuindo o stress e

a ansiedade, aumentando a esperança e o entendimento e colaborando com o tratamento

médico.

9

1. CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA A COMPREENSÃO DA DOENÇA.

A doença, seja ela qual for, pode ser entendida como uma perturbação não

resolvida no equilíbrio interior do ser vivo, dentro de determinadas constantes químicas,

físicas e imunológicas, e em sua interação com o ambiente que o cerca.

A concepção do psiquismo e de seu caráter dinâmico, segundo a Psicanálise, nos

indica que também existe aí um equilíbrio a manter que influencia e é influenciado por

outras variáveis. Podemos dizer que dentro de certa faixa, há saúde, pouco além há doença

e, além de certos limites, há incompatibilidade com a vida. Essa perturbação no equilíbrio

pode vir tanto do interior do indivíduo quanto do meio externo. Em qualquer dos casos, a

primeira reação do organismo é tentar restabelecer o equilíbrio.

O entendimento do processo de saúde /doença inserido no ciclo vital de uma pessoa

nos permite três observações importantes: a primeira é que segundo o curso natural, a

doença seria um evento tardio, alcançando o indivíduo na velhice, podendo ou não ocorrer.

A segunda insere que não há necessariamente uma delimitação entre a doença e a não

doença. A última nos permite entender que o processo saúde/doença dependerá da carga

genética com que a pessoa nasce e dos fatores de risco a que se expõe ao longo da vida.

Essa conjunção, por sua vez, é modelada pela interação do ser humano com o ambiente

(influência do clima, da água, das condições sanitárias, da poluição e da alimentação) com

o meio social (incluem-se aqui a cultura e as relações com as outras pessoas) e tem como

ponto central o psiquismo e a personalidade do indivíduo. Assim, a dedução dessa

observação é que a doença acontece como decorrência de vários fatores, e não de um único,

é a noção da pluricausalidade das doenças.

10 Existe, então, em todas as doenças, um conjunto de causas externas e internas. As

internas dizem respeito ao padrão genético do indivíduo, a sua personalidade e a seu

psiquismo e, ligado a estes, o estágio de desenvolvimento em que estiver na vida.

A idéia desenvolvida neste trabalho é a de que, sem esquecer a pluricausalidade das

doenças, estas, para ocorrer, exigem como fator suficiente, na maioria das vezes, algum tipo

de sofrimento na esfera emocional. Na base desse sofrimento haveria sempre um estado de

desassossego íntimo, de insatisfação interior e, portanto, teria a doença como conseqüência

e forma de escape.

Dentro dessa concepção, a doença não pode ser percebida como um órgão ou um

conjunto de órgãos que não funciona bem, mas como a incapacidade de um ser vivo de, em

algum estágio da existência, resolver de forma adequada e satisfatória seus conflitos

interiores.

A doença vem como um meio que o indivíduo inconscientemente lança mão para

externar seu conflito interior e amenizá-lo. A saúde não é apenas a ausência da doença, mas

um conceito amplo que envolve o bem-estar, a qualidade de vida e a auto-estima.

Os médicos antigos chamavam a atenção para o fato de que a principal causa das

doenças ser a conduta. Dessa forma, pode-se dizer que o psiquismo é fundamental para a

conservação da saúde. Ele é responsável pela vulnerabilidade biológica do corpo

permitindo o acesso das doenças. O adoecer parece obedecer a uma necessidade do

indivíduo. A doença e a saúde seriam alternativas desse indivíduo. Existiriam várias razões

que atuariam isoladas ou conjuntamente e explicariam tal necessidade e escolha de uma das

alternativas.

A primeira delas explicaria a doença como válvula de escape de conflitos

intrapsíquicos e emocionais. O ego tem seu limite e sua medida de resistência. Quando a

pessoa não está segura e tranqüila interiormente, o ego fica fragilizado e seu limite fica

11mais baixo. E quanto mais baixo, maior o sentimento de desassossego interior. O ego terá

nas manifestações orgânicas a única alternativa para sua desagregação.

A segunda explicação para a necessidade de adoecer seria a incapacidade das

pessoas de exprimir de forma adequada seus conflitos, suas emoções, se utilizando para

isso da linguagem dos órgãos. Pode-se acrescentar aqui a dificuldade encontrada, hoje em

dia na nossa sociedade, à tolerância para as exteriorizações das emoções, dos sofrimentos

psíquicos ou dos afetos. Isso fica bastante evidente no próprio comportamento dos médicos

onde percebe-se que a doença observável recebe mais atenção que aquela que não apresenta

alterações orgânicas. Essa visão estende-se ao grupo social, inclusive familiar. À pessoa

não é dado espaço nem incentivo, coragem para que ela possa expressar suas angústias,

seus temores, decorrentes de seus conflitos psicológicos. Dessa forma, o indivíduo faz do

corpo o palco para a expressão de sua angústia.

Outro motivo para também explicar a necessidade de adoecer seria o desejo de

autopunição. A nível inconsciente, o indivíduo se sente culpado e merecedor de castigo,

mantendo com o corpo uma relação ambivalente de amor e ódio. Ele se preocupa com o

corpo mas alimenta um desejo de puni-lo por se sentir portador de algo mau que precisa ser

extirpado. Pode-se citar aqui como exemplo, aqueles indivíduos que se submetem a várias

operações no decorrer de suas vidas.

A última razão justifica a opção pelo adoecer. São os chamados ganhos secundários

que, em nossa cultura, a doença orgânica traz consigo. Para muitas pessoas, a doença

envolve cuidados, isenta de papéis sociais, preenche carências e necessidades de infância.

A pessoa doente não precisa estudar, trabalhar, é cercada de atenção, não é responsável pela

doença, recebendo assim a indulgência social.

Assim, observarmos que as pessoas adoecem porque têm, de alguma forma,

necessidade de adoecer. Mas o tipo de doença com que cada um adoece obedeceria a

influência de fatores diversos, como o padrão genético com que nasce, e principalmente à

12natureza de conflitos interiores e a forma como o indivíduo lida com eles, além da própria

história da vida.

Ao tentar entender o porquê de um indivíduo adoecer de uma coisa e não de outra,

deve-se primeiro considerar a existência, no organismo, de locais ou órgãos de menos

resistência. Essa fraqueza seria constitucional e genética e estando o organismo sob tensão,

ocorreria um rompimento no ponto mais fraco. Existe também o valor simbólico do órgão e

sua relação com o conflito psíquico da pessoa. Tal significado simbólico do adoecer está

intimamente ligado a incapacidade do doente de expressar seus sentimentos e emoções. O

sintoma físico seria uma forma do indivíduo pedir ajuda. A história do indivíduo, suas

perdas, frustrações e suas capacidades de lidar com elas, ditaria o tipo de doença e a época

da vida em que a doença apareceria. Outras razões deverão se juntar a essa fraqueza interior

para que a doença ocorra.

Outros fatores que influenciariam no adoecer estão ligados a interação com o

exterior em que o indivíduo vive. São eles: o clima, a altitude, a poluição ambiental e as

condições de moradia, transporte e alimentação.

Pode-se resumir que há casos em que a pessoa já nasce com a doença, isto é, o mal

e congênito e assim todos os outros fatores não teriam influência, ou teriam apenas na

maneira do indivíduo de aceitar ou lidar com a doença. Nascer com uma doença é diferente

do nascer com a predisposição hereditária para uma dada doença. Neste último caso, a

doença só ocorrerá se outros fatores também estiverem presentes.

131.1. A Doença e os sintomas.

É comum se falar das mais diferentes doenças, no entanto, há um mal-entendido

geral que envolve o conceito de doença. Assim como saúde, doença é uma palavra que só

pode ser usada no singular. “Doenças” e “saúdes” não têm sentido. São conceitos

singulares, pois se referem a um estado das pessoas e não, como é de costume dizer, a

órgãos ou partes do corpo. O corpo nunca está só doente ou só saudável. O corpo nada faz

por si mesmo. Ele deve seu funcionamento à duas instâncias imateriais que denominam-se

consciência e vida. A consciência apresenta as informações que se manifestam no corpo e

que se tornam visíveis.

Tudo o que acontece no corpo de um indivíduo é a expressão do padrão

correspondente de informação. Cada uma das funções corporais depende de um padrão

correspondente de informação cuja origem é a consciência. Quando essas várias funções se

desenvolvem em conjunto, de forma harmoniosa, aparece um modelo que recebe o nome de

saúde. Entretanto, se uma função falha, a harmonia fica comprometida, fala-se em doença.

Portanto, a doença significa a perda relativa da harmonia que acontece na

consciência e no âmbito da informação e se mostra simplesmente no corpo. Assim sendo, o

corpo é o âmbito de concretização da consciência e, conseqüentemente, também de todos

os processos e modificações que nela ocorrem. Metaforicamente, o corpo representa o

palco sobre o qual as imagens da consciência se esforçam por se expressar. Conclui-se,

portanto, que se a consciência de uma pessoa se desequilibra, o fato se torna visível na

forma de sintomas corporais. Dessa forma, dizer que o corpo está doente não é sensato,

pois só o ser humano pode estar doente e esse ë “estar doente” se mostra no corpo como um

sintoma.

Existem muitos sintomas e todos eles são expressos de um único e mesmo fato que

denominamos doença, e que acontece na consciência de um ser humano. Assim como o

14corpo não pode viver sem uma consciência, ele também não pode ficar doente sem a

consciência. Esse ponto de vista corresponde ao modelo psicossomático.

Utilizando a diferenciação conceitual entre doença (âmbito da consciência) e

sintoma (âmbito corporal), a doença deixará de ser analisada como algo que está

acontecendo no corpo e assumirá um enfoque psíquico.

Assim que o sintoma se manifesta no corpo, ele chama a atenção do indivíduo. O

sintoma é um sinal que atrai sobre si a atenção, o interesse e a energia. Ele atrai nossa

atenção quer queiramos ou não, interrompendo muitas vezes a continuidade do caminho de

vida até então vigente, o curso natural dos processos.

Essa interrupção das funções é sentida como uma perturbação vinda de fora. O ser

humano não quer ser perturbado, e assim começa a luta contra o sintoma. Essa luta consiste

também em tratá-lo e em tentar eliminá-lo.

O que se manifesta em nosso corpo sintoma é a expressão visível de um processo

invisível, o qual deseja interromper nosso caminho indicando que alguma coisa não está em

ordem. É absurdo impedir o sintoma de manifestar-se. O sintoma deve tornar-se supérfluo e

não ser impedido de manifestar-se. Mas para isso, deve-se examinar tudo com mais

profundidade com o objetivo de compreender para que o sintoma está apontando.

Para a medicina acadêmica, o sintoma é um fenômeno cuja origem deve ser

rocurada nos processos mecânicos do organismo, evitando, desta forma, interpretar o

sintoma, e assim, condena o sintoma e a doença ao exílio da ausência de significado. Com

isso, o sinal perde sua verdadeira função: os sintomas transformam-se em sinais sem

significados.

A medicina acadêmica trata com grandes recursos e bastante habilidade os órgãos e

as partes do corpo, mas não trata do ser humano que está doente. Ela persegue a meta de ser

capaz de, a qualquer tempo, eliminar todos os sintomas sem procurar analisar com mais

15sobriedade a viabilidade desse objetivo. Uma visão só será completa quando em vez de

observar sintomas, dar-se início a uma análise da doença propriamente dita.

A doença é um estado do ser humano que indica que sua consciência não está mais

em ordem, não está em harmonia. Essa perda de equilíbrio interior é manifestada no corpo

como um sintoma. Sendo assim, o sintoma é um sinal e um transmissor de informações,

pois, ele interrompe o fluxo da nossa vida e nos obriga a dar-lhe atenção. O sintoma nos

informa que está faltando alguma coisa. Para alguém doente, a consciência sempre capta a

falta de alguma coisa, pois se nada lhe faltasse, ela estaria sadia, ou seja, perfeita e íntegra.

No entanto, quando algo falta à saúde, ela não está sadia, ela está doente. Essa doença se

manifesta no corpo como um sintoma. Então, o que se tem é a comprovação de que algo

nos falta. O sintoma pode nos dizer o que nos falta, mas isso pressupõe um entendimento

da sua linguagem. Toda a nossa linguagem é psicossomática, o que quer dizer que ela

conhece os inter-relacionamentos entre o corpo e a psique. Se for possível decifrar o duplo

significado próprio da linguagem, logo será possível ouvir o que os sintomas têm a dizer e ,

em breve, ser também possível entendê-los.

Assim que as pessoas entenderem a diferença entre doença e sintoma, suas atitudes

e a forma de abordar a doença se modificarão. O sintoma não será mais visto como

inimigo. Será um companheiro, capaz de ajudá-las a descobrir o que lhes falta, que ajudará

em seus esforços de se desenvolverem e tornarem-se cada vez mais conscientes de si

próprios, e dessa maneira, poderá vencer a própria doença.

Na medida em que os sintomas disserem o que de falta nos falta, na medida em que

conscientizarem o indivíduo de assuntos que ainda tem de integrar em si mesmo, eles nos

darão, por meio de processos de aprendizagem e conscientização, a oportunidade de os

transformar em algo de que não são mais necessários.

A cura acontece quando aquilo que está faltando é incorporado. Ela só é possível

através da expansão da consciência. Doença e cura são conceitos gêmeos que só se aplicam

16a consciência, pois um corpo nunca pode estar doente ou saudável. O corpo só reflete os

estados correspondentes e as condições da própria consciência.

Nesse ponto a medicina acadêmica é criticada. Ela não dá atenção à única esfera em

que a cura de fato é possível. Sua ação se restringe a medidas puramente funcionais, apenas

possíveis no âmbito material.

A doença não é uma perturbação ou um desagradável desvio do caminho, pelo

contrário, a doença é o caminho pelo qual o ser humano pode alcançar a cura. Quanto maior

a consciência com que o caminho é enfrentado, melhor se cumprirão os objetivos.

172. ABORDAGEM ARTETERAPÊUTICA.

O ser humano está sempre buscando algo que traduza o seu mundo interno. O

inconsciente está sempre enviando mensagens e símbolos que precisam ser apreciados pela

consciência para que o crescimento aconteça de forma saudável. O ser humano é criativo

por natureza. Não só as pessoas “artistas” é que são criativas, basta usar o próprio potencial.

É preciso descobrir qual o seu potencial e conviver com ele, de forma harmoniosa,

utilizando-se criativamente dele. O artista é aquele que se descobriu e sabe utilizar seu

potencial ou vive em busca dele. Mas não importa o reconhecimento como artista ou não, o

que importa é essa busca, é essa relação com as imagens internas.

A arteterapia ajuda nesse processo de busca e descoberta do próprio potencial

criativo, permitindo ser aquilo que se é, e reconhecer as próprias limitações, ou seja, leva ao

autoconhecimento.

A arteterapia, embora originada de uma atividade milenar, é de aparecimento

recente como instrumento de terapia (data do pós-guerra). Tem-se conhecimento do uso

terapêutico da arte nas civilizações gregas mais antigas. Porém, a arte como profissão

Arteterapia é de uso recente, data de aproximadamente 60 anos.

No final do século XIX renomados psiquiatras europeus demonstraram interesse nas

produções plásticas dos pacientes internados em hospitais psiquiátricos, produzidas em

oficinas de terapia ocupacional. Conhecidos mestres da psiquiatria mencionaram e

valorizaram a arte no processo terapêutico. O papel da arte em relação ao tratamento de

doentes mentais foi enfatizado. Sugeriu-se que a alma sofrida deveria ter acesso ao remédio

da arte natural e vital e acesso à imaginação.

Ela surge das interfaces da arte com outros campos do conhecimento, basicamente a

Educação Artística e a Psicologia. . O temo arteterapia inclui qualquer tratamento

18psicoterapêutico que utiliza a expressão artística – dança, música, teatro, representação

plástica (pintura, desenho, gravura, modelagem, máscara). A palavra arte aqui é utilizada

no sentido adquirido na metade do século XX, não estando a serviço da beleza, da religião

ou da exaltação da natureza, mas como expressão de uma ideologia estética mais ampla, na

qual os opostos não se opõem mais e sim complementam-se.

A importância do lidar com a arte, sua produção, sua influência e sua função

terapêutica, nos é revelada através das imagens produzidas após um diálogo com o

inconsciente onde se favorece a liberação de conteúdos que precisam ser expressos.

A idéia de trabalhar as imagens visuais como produtos da função imaginativa do

inconsciente foi difundida por Nise da Silveira, que introduz idéias de Jung, no Brasil. Ela

não aceitava a denominação de arteterapia, inicialmente, pois considerava que a palavra

arte tinha denotações de valor estético. O que distinguia a arteterapia das práticas adotadas

por Nise da Silveira no Museu de Imagens do Inconsciente, com pacientes

neuropsiquiátricos, é que, na arteterapia as atividades incluem a intervenção do

arteterapeuta que orienta a sessão, enquanto no Museu de Imagens do Inconsciente, os

trabalhos realizados são absolutamente livres e espontâneos. Posteriormente, ela conhece

no trabalho de Margareth Naumberg uma outra concepção por meio da qual as técnicas da

arteterapia baseiam-se no conhecimento de que todo ser humano possui capacidade para

projetar seus conflitos interiores sob uma forma visual. (SILVEIRA, 1980).

A arteterapia é , portanto, um processo terapêutico que se baseia na criação e análise

de séries de produções artísticas. Essas séries permitirão acompanhar com bastante clareza

os processos intrapsíquicos e identificar temas significativos. Tais produções indicam

motivos e a existência de uma continuidade no fluxo de imagens do inconsciente.

O símbolo é o intermediário que agrupa esses processos inconscientes e os situa,

aos poucos, no nível consciente. Cabe ao arteterapeuta, portanto, utilizar técnicas que

possibilitam situações, para que os símbolos sejam expressos livremente. Para isso, o

19arteteerapeuta poderá lançar mão de recursos como associações livres, desenho, pintura,

modelagem, esculturas, expressões corporais, psicodrama, musical, interação entre técnica

plástica e o verbal (desenhando o símbolo e escrevendo palavras que o explicitem), fazendo

uma poesia com o símbolo. E outros recursos como armar um brinquedo, fantasia dirigida,

caixa de areia, e tantas outras variações de técnicas criativas, verbais, plásticas, corporais,

dramáticas, musicais, quantas sejam necessárias a cada paciente.

No processo arteterapêutico são utilizados diferentes materiais plásticos que

servirão de veículos indispensáveis à expressão de conteúdos internos que, aparentemente,

são desconhecidos e difíceis de lidar. Cada questão e solução no lidar artístico corresponde

a uma questão e solução de ordem psíquica. O paciente ao produzir imagens está em

contato com conteúdos de sua psique, já que a arte é um espelho do seu interior. A

produção artística, desse modo, vai proporcionar algumas modificações internas e externas

tais como: coragem, disciplina, adequação, auto-estima, entre outras.

Ao se dar início a uma produção plástica depara-se com um momento onde as

primeiras diretrizes serão dadas e depois é preciso ir investindo, acrescentando e dando

continuidade a imagem que está sendo produzida. É importante estar atendo, envolvido

com a criação e saber deixar fluir o que o trabalho está pedindo. Não interessa se a arte é

figurativa ou abstrata, o que importa é a expressão do que se está sentindo, é promover a

compreensão e o manejo do processo da prática artística.

Sabe-se que o processo psíquico desenvolve seu dinamismo através de imagens

simbólicas. O símbolo é o mecanismo psicológico que transforma a energia psíquica.

Desde modo, a exteriorização de imagens simbólicas nas produções artísticas poderá

promover a transferência de energia de um nível para outro. A imagem passa a ser viva,

atuante e poderá ter eficácia criativa. Exprimir emoções através de produções artísticas,

torna-se uma excelente forma de confronta-las permitindo que a imaginação desenvolva-se

livremente e permitindo ao indivíduo que participe concretamente do produto imaginado.

20 Existem muitas correntes teóricas que se utilizam da arteterapia , o que torna

complexa a formação que determinará a postura do arteterapeuta. Na educação ela tem uma

aplicação que é diferente da clínica, e assim por diante. Há que considerar ainda as diversas

correntes do pensamento teórico. Portanto, existem várias formas de experimentar a

arteterapia.

Alguns arteterapeutas vêem a estética como valor importante, outros valorizam

principalmente o simbolismo e outros ainda dão maior importância ao fazer simplesmente.

O certo é que a arteterapia tem suas funções específicas e importantes para ajudar o ser

humano nos processos de cura e crescimento.

Após ter sido utilizada no passado como atividade secundária e acessória no

tratamento em hospitais psiquiátricos europeus e norte-americanos, a arte como terapia,

Arteterapia, tem hoje uma presença marcante nos estudos e utilização prática por

arteterapeutas de vários países. A arteterapia utiliza conhecimentos das áreas de psicologia

e das artes plásticas. Porém, sua prática, sua metodologia e fundamentação teórica estão se

estruturando em um saber próprio, com formação específica.

O processo arteterapêutico viabiliza o fazer criativo, o crescimento interior,

solidifica a relação do indivíduo consigo mesmo e com uma linguagem artística. Este

processo acontece através do lidar com diferentes modalidades expressivas. Assim, com

materiais expressivos diversos, treinamento adequado e disponibilidade interna, temos a

bagagem pronta para a fascinante jornada de caminhar ao lado dos que buscam a si

mesmos. Cabe ao arteterapeuta o papel de guia, pois a forma como ele facilita, insere, o

indivíduo no processo de criação e a posterior leitura de sua obra, vai ser um fator relevante

na relação que se desenvolve entre o terapeuta e seu cliente, entre este e sua produção

plástica, sua arte, sua criatividade e seu estar no mundo. E a cada imagem, e a cada

símbolo, vamos encontrando o outro e a nós mesmos. No processo de arteterapia vamos

compartilhar a experimentação, as construções, destruições, reconstruções e transformações

21que o material expresssivo propicia e viver o mútuo descobrimento proporcionado pelo

processo de criação.

2.1 O Espaço arteterapêutico

Sem uma compreensão do papel da arte no processo terapêutico como facilitadora

da expressão e da comunicação do paciente e, ao mesmo tempo, como elemento de

transformação da consciência, não é possível esclarecer a visão do papel do espaço

arteterapêutico.

Na formação da arteterapia, encaramos o espaço arteterapêutico como um espaço de

experimentação e reflexão acerca do fenômeno artístico a partir da própria prática dos

pacientes. Não se trata de formar artistas nem de proporcionar uma formação completa em

teoria e história da arte, mas de possibilitar um encontro com materiais e técnicas a partir

das quais cada paciente poderá iniciar, ou prosseguir, a sua busca de um aprofundamento da

sua relação com a arte. O espaço arteterapêutico tem o papel de buscar, através da prática e

da reflexão, uma transformação na própria relação do paciente com a arte.

É importante que se ressalte que o ambiente onde se realiza sessões de arteterapia, o

setting arteterapêutico, quando bem planejado, criará uma atmosfera de descontração, onde

as diferenças são valorizadas. Os freqüentadores de um setting necessitam de sentir

segurança e liberdade, para deixar aflorar, bem como expressar seus sentimentos, podendo

transitar pelos diversos materiais que a arte lhe proporciona.

22 Durante as sessões de arteterapia não entra em julgamento a qualidade das

produções, assim os tradicionais conceitos de belo ou feio não são conhecidos. Não existe a

preocupação de se fazer algo que seja aceitável pelos outros. Não havendo o incômodo da

censura passa-se a priorizar a expressão dos sentimentos, daqueles que estão enraizados no

indivíduo. Sem o controle externo, sem o receio de não ser aceito, o mesmo passa a ter

maior liberdade psicológica.

A liberdade psicológica é uma conseqüência da segurança psicológica. A pessoa

psicologicamente livre é capaz de aceitar a si mesma pelo que é, sem medo de que riam

dela, pode dar expressão simbólica a seus impulsos e pensamentos, sem ter que reprimi-los,

distorce-los ou oculta-los, pode manipular os conceitos e palavras de maneira brincalhona e

modos singulares, sem sentir-se culpada, e encara o desconhecido e o misterioso seja como

um desafio sério a ser enfrentado, seja como um jogo de jogar.

Dentro de um ambiente descontraído, onde as emoções podem ser expressas sem

limitações, as potencialidades tendem a ficar presentes e a se mostrarem espontaneamente,

abrindo caminho para a manifestação inconsciente.

Nas sessões de arteterapia onde as condições do setting são favoráveis, os conteúdos

mais profundos do indivíduo é acessado, dando início a uma amostra, através dos símbolos,

dos conteúdos mais secretos da personalidade. Há um afloramento de imagens trazidas do

inconsciente pelos participantes. Os conflitos então vêm à tona e se deixam ser vistos nas

produções artísticas.

Em relação a utilização da arteterapia com pacientes hospitalizados, é preciso que o

espaço hospitalar possa garantir um lugar criativo, acompanhado por um profissional de

arteterapia, que acompanhe o paciente em seu encontro com a arte, e desse modo possa

também evitar que o seu dia-a-dia no hospital se restrinja apenas ao tratamento e a

medicação. É preciso garantir um cuidado que envolva corpo, mente e espírito, ou seja,

dentro de uma concepção holística que vê o paciente de forma integral.

232.2. Materiais e Técnicas expressivas

A arte, como modalidade de trabalho terapêutico, utiliza a arte em todas as suas

manifestações expressivas como instrumento do processo terapêutico onde o indivíduo

expressa suas imagens internas e inconscientes através de uma experiência artística.

Em arteterapia os materiais são veículos indispensáveis à expressão de conteúdos

internos que, aparentemente, são desconhecidos e difíceis de lidar. Não é necessário

conhecimento artístico prévio, já que manipular materiais também é uma forma de se

expressar, assim como a palavra. A prática das artes plásticas nos leva ao

autoconhecimento, todavia existe a necessidade de se dar, doar, entregar e se dedicar.

O paciente ao produzir imagens está em contato com conteúdos de sua psique, já

que a arte é um espelho do seu interior. Não interessa se a arte é figurativa ou abstrata, o

que importa é a expressão do que se está sentindo, é promover a compreensão e o manejo

do processo da prática artística. A produção artística vai proporcionar algumas

modificações internas e externas.

Os materiais artísticos possuem atributos que, ligados ao potencial criativo de cada

indivíduo em relação a tal material, favorecem ao desenvolvimento do mesmo. No processo

arteterapêutico são utilizados diferentes materiais plásticos tais como: lápis (grafite,

colorido, aquarelável e cera), pastéis (seco e a óleo), tinta (óleo, acrílica, aquarela, guache,

nanquim, etc), sucatas (diversos tipos de potes, panos, espumas, palitos, fios, etc), papéis

(cartolina, seda, celofane, camurça, etc), massas (argila, papier-marchê), biscuit, etc) entre

outros tantos, cabendo ao arteterapeuta ser um facilitador, estimulando, auxiliando e

esclarecendo sobre o uso e os recursos destes materiais, que deverão ser oferecidos um de

cada vez, para que a pessoa ao lidar com os mesmos, o faça da forma mais prazerosa

possível. Também poderá ser feito o uso de artes cênicas, através da dramatização, da

música, da literatura (contos de fadas, poesia, etc) e outros.

24 Quando se usa a arteterapia como facilitadora num processo terapêutico é

necessário que se conheçam os materiais utilizados. Para praticar a arte com a finalidade

terapêutica, a pessoa deve experimentar um número maior de materiais, conhecendo suas

facilidades e dificuldades. É indispensável que o arteterapeuta conheça perfeitamente tudo

aquilo que ele propõe: dos próprios materiais como a pintura ou a argila, aos instrumentos e

suportes, por exemplo, pedir a uma paciente que pinte na parede com uma tinta guache

muito líquida, é colocá-lo em uma situação desconfortável.

O arteterapeuta deve dispor de alguns materiais básicos para iniciar um bom

trabalho. O importante nos materiais não é seu valor monetário ou qualidade – claro, que,

às vezes, influencia – mas a possibilidade de serem transformados e misturados a outros

materiais.

Todos os materiais da natureza são susceptíveis de mudanças. Por isso constituem

elementos importantes para o trabalho em terapia. A argila é um elemento primordial nas

transformações, assim como a água também é vital. As tintas, pincéis, lápis, pastéis, papéis,

fitas, linhas, tecidos, fios, contas, etc, são todos elementos de que também pode-se dispor

para enriquecer o trabalho e que possibilitarão inúmeras expressões transformadoras.

Abaixo seguem observações suscintas sobre os diversas materiais e técnicas e suas

vantagens específicas:

.Materiais secos

São os lápis, pastéis, marcadores, canetas hidrográficas, etc.

São mais fáceis de controlar do que o material úmido ou fluido. Isto pode ser

importante para pessoas com deficiências que tornem a ação mecânica de usar materiais

fluidos muito difícil. Também podem ser úteis para iniciantes, se esses estiverem temerosos

de usar tinta e precisarem ter controle sobre o material para se sentirem seguros. Num nível

prático, muitas situações só permitem o uso de material seco, por exemplo: visitas

25domiciliares com materiais, salas que necessitem ficar limpas ou que não tenham acesso à

água, sessões muito curtas em que não haja tempo suficiente para expor os materiais no

início ou para limpa-los no final, e assim por diante.

O lápis é o material mais fácil de controlar, mas é difícil conseguir um efeito

intenso ou massas de cores com ele. As canetas hidrográficas e os marcadores são fáceis de

usar. Têm cores nítidas e fortes.Tornam possíveis os efeitos intensos, mas a expansão das

cores é difícil. Existe a possibilidade de se obter canetas grandes, fáceis de segurar. Os lápis

de cera são relativamente fáceis de controlar, não gasta rapidamente. Às vezes é difícil

obter profundidade de cor com eles. É um bom material para crianças, porém alguns

adultos têm dificuldades em lidar com ele porque o associam à infância. O pastel oleoso é

relativamente fácil de se controlar, possui cores fortes e possibilita várias texturas e massas

de cores. O giz e pastel seco são relativamente fáceis de usar, mas os efeitos podem borrar

com facilidade e precisam ser fixados. O carvão é bem difícil de usar, borra facilmente, mas

é muito bom para se conseguir efeitos intensos e para desenhos grandes.

. Tintas

As tintas são muito mais fluidas e, portanto, mais difíceis de controlar do que o

material seco, mas também são mais gratificantes pelos efeitos que permitem e muitos

pacientes gostam de usa-las.

A aquarela é a tinta mais fluida e mais difícil de ser manipulada, os erros não podem

ser corrigidos. Isso pode ser ameaçador, mas também pode auxiliar as pessoas a aceitar seus

erros e viver com eles. A tinta acrílica é fácil de usar, permite uma variedade de texturas,

seca com muita rapidez e erros são facilmente corrigíveis. Pode-se obter efeitos intensos

26com ela. A tinta para pintura a dedo é grossa, tem uma boa qualidade tátil e é boa para

trabalhos de regressão e para crianças.

. Pincéis

É importante ter pincéis de vários tamanhos e, principalmente, os maiores.

. Papéis

O suporte de expressão mais usual é o papel, seja por sua disponibilidade,

adaptabilidade, praticidade ou custo.

Existe hoje uma gama de papéis adequados a diferentes usos. É importante assegurar

a disponibilidade de tamanhos variados, inclusive de folhas grandes. A variedade de cores

também é útil, mas os papéis branco, cinza e amarelo-claro servem para a maioria dos

casos. O papel deve ser suficientemente grosso, ao lidar com a pintura, para que o uso seja

agradável.

. Pintura

É o revestimento de uma superfície com matéria corante.

Partindo da necessidade de deixar uma marca, de apropriar-se de um objeto, o

homem, no curso de sua história, nunca cessou de pintar. Mesmo que os objetivos pareçam

ter variado no tempo, a pintura é sempre o reflexo de sua época e de suas preocupações. A

27pintura favorece a liberação do criar, ou seja, a partir da iniciativa de pintar, o sujeito

prontifica-se a deparar-se com conteúdos mais internos e assumi-los. A pintura possui o seu

próprio valor terapêutico especial. Quando a pintura flui, amiúde o mesmo acontece com a

emoção.

. Desenho

É a representação de formas sobre uma superfície, por meio de linhas, pontos e

manchas.

Trabalha a ordenação dos conteúdos e disciplina, na medida que o desenho requer

uma certa intelectualização e ordenação dos conteúdos. O ato de desenhar é uma poderosa

expressão de si mesmo que ajuda a estabelecer a auto-identidade e proporciona uma forma

de expressar sentimentos.

A forma está ligada ao movimento enquanto a cor é somente sensação. A forma

apela à abstração, ao conhecimento do objeto, enquanto a cor provoca sensibilidade e a

intuição. A forma evoca o gesto, a cor traduz a emoção. Na análise da produção, é

importante fazer a distinção entre a análise do desenho, mesmo que tenha sido feito com

pincéis, e da utilização das cores.

. Modelagem

É a criação de formas tridimensionais moldando materiais maleáveis.

A modelagem, em geral, trabalha a flexibilidade e a aceitação. Para se trabalhar com

massas é necessário estar ciente do limite, da flexibilidade do material e, assim, o aceitar.

28 A argila está ligada a nosso universo quotidiano. Ela é símbolo de nascimento, de

vida, de morte. Por isso, nossos afetos nela se projetam muito mais espontaneamente que

em qualquer outro material modelável tal como os materiais sintéticos. A flexibilidade e

maleabilidade da argila adaptam-na às necessidades mais variadas. Ela é mole, sensual,

sendo atraente para qualquer idade. Promove a manifestação ativa de um dos processos

internos mais primários. Proporciona a oportunidade de fluidez entre material e

manipulador. Ela oferece tanto experiência tátil quanto cinestésica. Muitas crianças com

problemas motores e perceptuais necessitam deste tipo de experiência. Ela aproxima as

pessoas de seus sentimentos.

. Escultura

Visa estruturação e constituição, ou seja, refere-se a construção de algo com valor

subjetivo que requer estruturação. Ajuda a lidar com os limites do real, do sólido, mas

também ajuda a trabalhar a própria flexibilidade como no caso da argila.

. Colagem

É a composição de formas e imagens elaboradas a partir de materiais diversos,

superpostos ou colocados lado a lado.

O manusear gravuras muitas vezes faz com que o sujeito, através de um material

estruturado como as figuras, encontre um pouco de si e, a partir disso, fale sobre sua

história. Escolher imagens e organizá-las pode ser um primeiro passo, menos assustador do

que fazer imagens, já que reduz a ansiedade de se atuar como um artista. A colagem

também tem um efeito de distanciamento, no qual as imagens escolhidas podem ter ou não

uma relação direta com a pessoa que as escolheu. Por exemplo, pode ser mais fácil escolher

29“figuras furiosas” de revistas do que fazer um desenho da própria raiva. Algumas vezes,

tópicos difíceis podem ser abordados de forma indireta dessa maneira.

. Sucata

O trabalho com sucata favorece o encontro com o lúdico, com o primário, com o

primordial. O sujeito, através dessa técnica, tem a possibilidade de criar algo que o

represente ou que represente alguma coisa importante sobre a sua história através de sua

identificação com alguns destes materiais e posterior construção.

Partindo da necessidade de deixar uma marca, de apropriar-se de um objeto, o

homem, no curso de sua história, nunca cessou de pintar. Mesmo que os objetivos pareçam

Ter variado no tempo, a pintura é sempre o reflexo de sua época e de suas preocupações. A

pintura favorece a liberação do criar, ou seja, a partir da iniciativa de pintar, o sujeito

prontifica-se a deparar-se com conteúdos mais internos e assumi-los.

. Máscara

Algo fascinante para todos, objeto que disfarça, que simula e transforma. O próprio

vocábulo “persona” significa originalmente em latim, máscara, a pessoa que se transforma

em outro ser.

A máscara pode ser definida como uma cobertura, um disfarce, colocada sobre o

rosto para dissimulá-lo ou substituí-lo por outro artificial, criando assim a ilusão. A

máscara corresponde ao estado rudimentar da consciência em que não há distinção absoluta

entre ser e parecer e em que a modificação da aparência determina a modificação da própria

essência. A máscara está frequentemente associada aos princípios básicos do teatro. Como

30o teatro, a máscara amplia conceitos, exagera fatos, amplia a vida, mostra algo além do que

aparenta. Através da confecção de máscaras em arteterapia, com suas inúmeras

possibilidades, surgirão os símbolos necessários para a compreensão e transformação dos

conteúdos inconscientes que representam. Os símbolos inconscientes transitarão para a

consciência. Deste modo, contribuirão para a expansão de toda a estrutura psíquica do ser

humano, objetivando resgatar a qualidade de vida do indivíduo.

Fazer arte é transformar. Então, qualquer técnica ou material, seja ele, duro, mole,

áspero, rugoso, liso, quente, frio, etc, que proporcione transformação, faz parte da bagagem

do arteterapeuta e daquele que quer descobrir mais sobre si mesmo.

. Contos de fadas

Os contos de fadas representam um fenômeno universal: a expressão mais simples e

pura dos processos psíquicos do inconsciente coletivo. As imagens dos contos de fadas são

criativas e sugerem soluções. Seus enigmas transformam-se em veículos que ativam a

capacidade de imaginar, amadurecer e transformar. Muitas vezes, através da meditação

sobre a natureza da estória, é possível para o paciente analisar o impasse existencial pelo

qual está passando e assim vislumbrar a possibilidade de sua resolução. Assim, o conto tem

função terapêutica porque facilita ao paciente encontrar sua própria solução através da

contemplação do que a estória parece dizer sobre os conflitos internos num determinado

momento da vida

313. A ARTE PROMOVENDO A SAÚDE: UMA POSSIBILIDADE DE COLABORAÇÃO

COM O TRATAMENTO MÉDICO.

A arteterapia aplicada em hospitais é bastante específica, principalmente devido às

limitações como, espaço físico, condição corpórea da pessoa que a utilizará, horários

estabelecidos, dificuldades de uso de alguns materiais e condições burocráticas da

instituição. Apresenta várias vantagens também, como o atendimento do paciente no leito

ou nas salas de espera.

Depois que o arteterapeuta se encontra inserido e adaptado à rotina hospitalar, assim

como ter sido apresentado aos clientes com quem pretende trabalhar, terá como trabalhar

inicial uma pesquisa da problemática da pessoa, tempo de internação, o tempo provável que

terá para usar a arteterapia, enfim, fazer uma avaliação da situação. Depois entrará em

contato com o paciente; no primeiro momento fará uma entrevista, onde ficará sabendo se a

pessoa quer trabalhar com materiais, de quais mais gosta e como gostaria de utilizá-los.

Com esses dados o arteterapeuta poderá formular um programa com as técnicas e materiais

a serem utilizados. É bom lembrar que no hospital normalmente o trabalho é reduzido, pois

a questão tempo é o principal fator de desarmonia do processo. O atendimento dever ser

breve e, portanto, há uma preocupação com os conteúdos que emergem e que não poderão

ser trabalhados, por falta de tempo. Algumas técnicas simples, como desenho livre, contos

de fada, colagem, jogos, são muito usadas, pois além de não precisarem de muitos

materiais, são facilmente conduzidos. Mais uma vez, deve-se ter consciência dos limites e

não provocar o que não se pode conter, ou não se estar preparado ou habilitado a fazer.

Também pode ser feito em hospitais atendimento grupal. Em enfermarias, pode-se

escolher um horário que dê para estimular a todos com alguns materiais e técnicas. A

proposta da arteterapia em hospital é viabilizar uma descarga de energia através da

utilização dos materiais, tirando tensões e angústias do próprio corpo e projetando-as num

32objeto, com um desenho, por exemplo. A arteterapia também influencia na auto-estima e

percepção do seu próprio potencial de cura. Em alguns casos de trabalhos em hospitais há

um índice de cura ou melhora considerável através do tratamento com a arteterapia,

principalmente em crianças. A arteterapia é utilizada em instituições de reabilitação física,

deficiência mental como a APAE, hospitais de clínica geral, setores das doenças

degenerativas como o câncer (como acontece no INCA), AIDS, esclerose múltipla,

Alzeimer, etc.

O uso de técnicas também pode facilitar ou melhorar o trabalho interdisciplinar da

equipe hospitalar, o atendimento mais humanizado e o bem-estar e reconhecimento das

dificuldades, do trabalho, além de diminuir as tensões e o stress.

Abaixo, seguem algumas observações sobre a contribuição terapêutica da arte na

situação de vários tipos de pacientes.

1 – Pacientes de psicogeriatria em hospitais de saúde mental.

Trata-se de pessoas idosas, retiradas da sociedade por causa da senilidade, confusão,

andar sem rumo, incontinência, etc. Para estas, a arteterapia. Freqüentemente, deve se

concentrar em orientação da realidade e em atividades que as auxiliem a manter a

concentração em tarefas cotidianas, de forma que possam continuar ativas. Também pode

ser útil incluir atividades que ajudem a lembrar-se de suas conquistas e que lhes dêem um

sentido de dignidade.

2 – Pacientes esquizofrênicos crônicos

Freqüentemente, são pessoas internadas há muitos anos, por razões que não

provocariam internação hoje em dia. Alguns podem estar em processo de reabilitação para

um estado em que possam viver fora do hospital com muito tratamento de apoio. Outros já

33têm sua vida organizada no hospital e nunca o deixarão. Com freqüência , apreciam arte,

mas tendem a repetir o mesmo “motivo” muitas vezes, ou podem apenas se ocupar de

tarefas limitadas. Alguns serão capazes de executar atividades mais complexas, e atividades

que ampliem habilidade e sua imaginação podem ser importantes. Geralmente, trabalham

bem se a atividade estiver associada a um acontecimento específico, como um passeio no

hospital.

3 – Pacientes internados em estado grave

Trata-se de pacientes com uma grande variedade de doenças e dificuldades

diagnosticadas como depressão, histeria, psicose, esquizofrenia,anorexia, etc.

Freqüentemente estarão no mesmo grupo de arteterapia e o arteterapeuta pode nem saber o

diagnóstico oficial de cada paciente. De modo geral, quaisquer tema que não exijam grande

envolvimento pessoal são adequados. Talvez seja útil pedir-lhes que concetrem sua

atenção nos acontecimentos que causaram a internação, p. ex.: “Como vim parar aqui?”. Os

arteterapeutas que trabalham com anoréxicos podem considerar úteis os temas de imagem

corporal.

4 – Deficientes mentais

Deficientes mentais hospitalizados estão freqüentemente em grandes instituições

que têm uma multiplicidade de regras como forma de dar aos pacientes um senso de

segurança. O trabalho arteterapêutico pode entrar em conflito com o espírito característico

nesse tipo de instituição, principalmente se enfatizar a individualidade e a pesquisa.

Entretanto, a arte pode abrir caminhos para a espontaneidade e a criatividade, que podem

trazer muitos ganhos pessoais. É necessário ter o cuidado de encontrar os melhores

materiais com os quais trabalhar, p. ex.: lápis de cera são fáceis de usar; as sessões não

devem ter intervalos nem ser muito compridas.

34

5 – Idosos

Os idosos encaminhados para hospitais-dia ou centros de assistência, geralmente

precisam de mais estrutura do que precisavam em épocas anteriores de suas vidas, já que

seus problemas (solidão, perdas, problemas de saúde, inabilidade para lidar com o novo,

etc.) os deixam inseguros. Eles se cansam com facilidade, de forma que, se possível, os

grupos devem acontecer pela manhã. Será preciso considerar o esquema de horário de

transporte, das refeições, etc. É preciso estar atente para atender a todo tipo de

incapacidades tais como surdez, visão falha, artrite, etc. Algumas delas podem ser

superadas com uma reflexão cuidadosa sobre o suporte para o trabalho: assentos

confortáveis, lentes de aumento para a realização de algumas atividades, boa iluminação,

pincéis e lápis grandes, etc.

A arteterapia pode auxiliar idosos a recordar sua vida e a falar sobre ela, dos fatos

felizes e infelizes, de forma que possam celebrar suas conquistas, ver sua vida em

perspectiva e conservar um senso de dignidade. A arteterapia também pode celebrar

habilidades atuais e aumentar a interação social.

. Pacientes terminais e com câncer

Na psicologia atual estamos habituados a procurar razões em nosso passado para

explicar problemas atuais. Entretanto, pacientes com câncer enfrentam um bloqueio no

futuro, e isso precisa ser reconhecido. Temas que os ajudem a encarar o futuro incerto

podem ser úteis. Os pacientes terminais precisam de uma atitude de aceitação e de uma

abordagem honesta sobre a morte, tabu em nossa cultura. Eles podem usar a arteterapia

para expressar seus sentimentos e para se reconciliar com a morte.

35

. Deficientes físicos

Pessoas em cadeira de rodas podem até mesmo participar de uma pintura se os

pincéis estiverem presos a varas e o papel estiver no chão. A simples arrumação das coisas

de modo que a pessoa com deficiência física possa utilizar tinta ou argila pode fazer

maravilhas para a auto-estima e para que ela se sinta uma pessoa normal. Entretanto, a

deficiência física de algumas pessoas as impedem de atingir o resultado que esperam e isso

as torna muito frustradas. Assim, é importante tentar usar a própria deficiência física para

trazer um sentimento de realização.

. Deficientes visuais

Os deficientes visuais podem participar de houver uma atenção especial a suas

necessidades. Isso significa priorizar o uso de materiais táteis, como argila, sucata, tecidos,

etc.

. Deficientes mentais

As atividades adequadas para as pessoas com deficiência mental podem ser aquelas

relacionadas a eles mesmos e ao mundo ao seu redor.

36. Alcoolistas

Muitos centros de tratamento de alcoolistas, além de auxiliar a pessoa a se

desenvolver, também tentam examinar o padrão de eventos que a levou a beber e examinar

algumas das questões a isso relacionadas.

O processo terapêutico é desenvolvido, assim, através de diferentes modalidades

expressivas, utilizadas de forma espontânea pelo indivíduo. O trabalho com esses recursos

artísticos permite também que elementos da natureza e do próprio dia a dia venham a fazer

parte das atividades, possibilitando uma maior interação do homem com o ambiente e

grupo social, desfrutando de uma vida mais saudável.

O arteterapeuta deve estar atento para as oportunidades que surgem, ser flexível e

ter a capacidade de improvisar, criar e modificar o seu planejamento, de forma a aproveitar

criativamente as oportunidades para aplicação diversificada dos materiais comumente

utilizados nas artes plásticas, ou seja, ele precisa estar com seus canais criativos abertos

para ter a sensibilidade de perceber quando e como utilizar as técnicas e materiais

adequados para obter melhor resultado com o paciente.

37CONCLUSÃO

Com base na fundamentação teórica de que a expressão visual proporciona um

trabalho em que nossas experiências internas tomam a concretude de uma mensagem

complexa que enviamos a nós mesmos, chega-se a conclusão de que a Arteterapia desperta,

mobiliza, facilita e promove processos de expansão de consciência e transformação interior.

Desta forma, como vimos no capítulo II, as técnicas expressivas possibilitam o

desenvolvimento do potencial criativo, da auto-expressão, da imaginação e autonomia de

descarregar energias e tensões e, de exteriorizar os sentimentos.

Sem dúvida alguma o trabalho com pacientes hospitalizados apresenta limitações

espaço-temporais dependendo do local e do momento dos encontros, assim como o

empenho de cada participante, mas contribui para explorar as imagens do mundo interior,

traduzindo as emoções e fantasmas armazenados interiormente, diminuindo o stress, a

ansiedade, o medo e a angústia diante das impossibilidades, que acompanham a internação

ou antecede uma intervenção cirúrgica, aumentando a esperança, o entendimento e a

colaboração com o tratamento medico.

Conforme mais arteterapeutas se estabelecem em instituições que atendem pacientes

internados ou em salas-de-espera, começa-se a perceber de que a arteterapia não é mais

somente um modo de tratamento adjunto. A arteterapia está se tornando, em si mesma, o

principal método de tratamento de problemas humanos. Seria muito proveitoso demonstrar

a importância de sua utilização na reabilitação de pacientes com tendências suicidas, no

acompanhamento de familiares de pacientes terminais e, quiçá, na vivência da perda em

pacientes idosos. A comunidade de saúde mental não representa mais uma nova fronteira

para os arteterapeutas.

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39

ANEXOS