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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O Cérebro e a Aprendizagem de um Novo Idioma Por: Evandro Ricardo Guida Junior Orientadora Marta Relvas Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O Cérebro e a Aprendizagem de um Novo Idioma

Por: Evandro Ricardo Guida Junior

Orientadora

Marta Relvas

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O Cérebro e a Aprendizagem de um Novo Idioma

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Neurociência Pedagógica.

Por: . Evandro Ricardo Guida Junior

AGRADECIMENTOS

....à minha família e amigos.

DEDICATÓRIA

.....dedica-se à família e amigos.

RESUMO

A pesquisa tem como objetivo mostrar que aprender outro idioma não é

tão complicado como se muitas vezes se pensa, mas é algo que se adquire

fácil se souber os fatores envolvidos na aquisição de outra língua. Às vezes a

repetição é um dos meios mais utilizados na aprendizagem, pois através desse

procedimento criam-se novas sinapses e com isso mais fácil será de invocar

uma palavra que se aprende depois de um tempo quer recentemente ou por

décadas. A repetição pode ser comparada ao um músculo, que quanto mais

trabalhar este músculo mais desenvolvido estará e é o mesmo processo que

ocorre com o nosso cérebro. Mas muitas vezes esquecem-se coisas que se ver

recentemente, porém isso é um processo natural do cérebro. Se diminuir na

invocação da memória, mas fácil será a sua extinção nas nossas mentes. O

desejo por querer aprender outra língua é um forte aliado na hora dos estudos,

porque tudo que incentiva mais se empenha por algo que deseja e facilita ainda

mais nos estudos. As crianças têm a capacidade de aprender muitas coisas

com muita facilidade e muitas vezes em curto período de tempo, mas sabe-se

que pessoas na fase adulta também têm esta capacidade. Aprender um novo

idioma na atualidade é de grande importância, pois uma era de globalização

onde muitos recursos na qual onde irá se utilizar ou realizar um desejo de

conhecer outro país ou para qualquer outro fim, é por meio de uma novo

idioma. A pesquisa foi realizada por meios de livros e artigos científicos da

atualidade.

Palavras-chaves: cérebro, idioma, repetição, aprender.

METODOLOGIA

A metodologia do trabalho está sendo realizado através de consultas

bibliográficas por meio de livros e artigos científicos recentes postados on-line,

para que possa ter uma compreensão do que ocorre no nosso cérebro na

aprendizagem de outro idioma. Pesquisa qualitativa com revisão de conteúdos.

Pascoal Cantos Gómes,A Motivação no Processo Ensino/Aprendizagem

de Idiomas:Um Enfoque Desvinculada dos Postulados de Gardner e

Lambert,Trab.Ling.Aplic.,Campinas, (34):53-77, Jul./Dez.1999.

Adriana Angelim Rossa e Carlos Ricardo Rossa, O Paradigma

Conexionista e o Ensino de Língua Estrangeira,Letras de Hoje, Porto Alegre, V.

44, n.3, p. 53-59, jul./ set. 2009.

Ana Maria Roza de Oliveira Henriques de Oliveira, As Neurociências ao

Serviço da Linguagem, Centro de Estudos em Educação, Tecnologias E

Saúde, ESEV Intituto Politécnico de Viseu Portugal.

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Infância e seu Impacto sobre o Desenvolvimento Cognitivo Inicial, Enciclopedia

sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância,York University, Canadá,

publicado on-line em português em 12 de outubro de 2011.

Elena Nicoladis, Segundo idioma/Bilinguismo nos Primeiros Anos de

Vida,com Ênfase em seu Impacto sobre o Desenvolvimento Sociocognitivo e

Socioemocional Inicial,Enciclopedia sobre o Desenvolvimento na Primeira

Infância,University of Alberta Canadá,University of Padova, Itália, publicado on-

line em português em 12 de outubro de 2011.

Iván Antonio Izquierdo, Memório:Tipos e Mecanismos-Achados

Recentes,Revista USP,São Paulo, N.98,P.9-16.Junho/julho/agosto 2013.

Iván Antonio Izquierdo, 1937- A Arte de Esquecer: Cérebro e

Memória/Iván Izquierdo.-2.ed.-Rio de Janeiro:Vieira Et Lent, 2010.

Letícia da Silva Barboza, Fatores que Influenciam no Desempenho de

um Aprendiz de Língua Estrangeira,Letrônica, Porto Alegre v.5, n.3, p. 142-153,

jul./dez.,2012.

Revista Acadêmica Licencia&acturas / Revista de Instituto Superior de

Educação Ivoti - ISEI(Ivoti/RS).

- Vol. 1, n.1 (julho/ dezembro 2013)-. São Leopoldo:Oikos, 2013.

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Simultânea:Uma Análise cognitivado Processamento da Memória de Trabalho

e da Fluência Verbal,PontifíciaUniversidade Católica do Rio Grande do

Sul,Faculdade de Letras,Porto Alegre: 2011.

Andréia Atkinson, Discussões a Respeito do Ensino de Língua

Estrangeira na Educação Infantil,Trabalhode Conclusão de Curso, UNIJUI-

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul,DHE-

Departamento de Humanidades e Educação, Ijuí, 2013.

Webgrafia

www.Wikihow.com.br

www.veja.abril.com.br

www.educationplanner.org

SUMÁRIO

Introdução 10

Motivação e as Diferentes Memórias na Aprendizagem 12

Léxico Mental e o Bilinguismo a Fase de Aquisição 22

Estilos de Aprendizagem 37

Conclusão 47

Bibliografia 48

Índice 50

Introdução

Atualmente o mundo está cada vez mais globalizado e isso que faz com

que os países se tornam cada vez mais próximos e realizando diferentes meios

de negociação e alterando tanto a nossa economia como a o dos outros países

envolvidos. Com esse processo acelerado é de grande importância saber outro

idioma talvez não só um, mas talvez até mais de dois. Mas em grande parte

muitas pessoas não fazem cursos de idiomas devido a vários fatores, entre

estes estão seja a falta de tempo, problemas financeiros ou acredita que, para

que possa aprender um novo idioma tem que ser mais novo ou até mesmo ser

uma criança para um aprendizado rápido e eficiente. Uma criança tem

capacidade de aprender de maneira rápida, mas sabe que até pessoas de mais

idade podem e tem capacidade de aprender novos idiomas. Para esse feito

talvez tenha que criar atividades que estimulem o cérebro relacionado com o

idioma que deseja aprender, uma alimentação adequada que ajuda e preserva

o cérebro pode ser também um ótimo aliado na aquisição do novo idioma.

Sabe que qualquer pessoa pode aprender diferentes idiomas, o que diferencia

de uma pessoa para outra é o fator tempo. Pessoas são diferentes não

somente em questão física, cultural, entretanto os que estão mais ligados na

questão de aprendizagem são os fatores genéticos e fatores externos, mesmo

assim o fator chave é o tempo.

Existem vários tipos de memórias no processo de aprendizagem e cada

pessoa apresenta um estilo de aprendizagem, então se deve descobrir qual é o

mais indicado para cada indivíduo, e após a verificação do estilo de

aprendizagem, escolher exercícios e tarefas adequadas para cada pessoa,

para que tenha êxito de modo mais rápido e melhor no idioma que esteja se

estuda.

Uma vez que as novas informações estão guardadas na mente, a

pessoa deve buscar fazer repetições em determinados intervalos de tempo

para que fiquem cada vez mais arraigadas na memória. Quanto mais

memorizado tiver as palavras adquiridas, os intervalos de estudo podem

aumentar como mudando de um dia para três dias e assim sucessivamente,

isso é para que possa ser gravado na memória de longa duração.Estudar antes

10

e dormir é uma maneira de armazenar informações, pois o conteúdo aprendido

passará da memória curta para a de longa duração, cochilos após cada sessão

de estudo permite que o cérebro retenha informações importantes.

Uma maneira de rápida compreensão do cérebro é quando se aprende o

conteúdo e não o idioma em si. Um exemplo disso é quando tem que saber o

nome dos alimentos do outro idioma, em vez de ensinar como se chamam

alimentos em um determinado idioma, seria mais produtivo aprender sobre

culinária francesa em uma aula inteiramente na língua seria uma forma mais

natural de compreensão para nossos cérebros. E, com isso, estudantes

também passam a se acostumar com a conversação no outro idioma.

Além disso, o cérebro precisa de tempo para adquirir novas informações

já aprendidas e melhorar a compreensão do novo idioma, portanto a pessoa

deve aprender novas informações e revisar o conteúdo aprendido tudo ao

mesmo tempo. O adequado é fazer isso com textos em diferentes tempos

verbais, e/ou com palavras que desconhece. Fazendo deste jeito irá dar a

pessoa uma noção melhor de empregar as palavras adequadamente. Persistir

em decorar o vocabulário por si só, sem diferenças de mudança temporal é

tentar reter na memória, a gramática de um dicionário.

11

Capítulo I

MOTIVAÇÃO E AS DIFERENTES MEMÓRIAS NA

APRENDIZAGEM

A motivação é também um dos grandes fatores para se explicar a

respeito do sucesso ou alguns fracassos que há nas atividades humanas. A

importância desse fator aumenta no contexto educacional, pois se uma pessoa

deseja aprender alguma determinada coisa, o indivíduo irá aprender apesar do

professor, dos livros didáticos utilizados e o contexto em que se

apresenta.Então se conclui que se um aluno estiver altamente estimulado a

aprender algo, as ajudas que ele pode vim a ter no contexto educacional tais

como professor, livros, aparelhos eletrônicos e entre outros meios viram ser

peças secundárias na aprendizagem.

Acredita que o papel da motivação na aprendizagem de um novo idioma

situa em diferentes níveis com características restritivas. A motivação é

associada a atitudes com relação à comunidade de falantes da língua que

deseja aprender, um interesse de interação com pessoas falantes do idioma e

certo grau de auto-identificação com a comunidade com a língua que se deseja

aprender.

Muitas pesquisas realizadas por diferentes autores como Gardner,

Lambert, Smythe, entre outros mostram que aprendizagem está ligada

diretamente com motivação, ou seja, o ato de aprender algo está ligado ao ato

de querer algo. Há também um objeto no meio externo que tende a aumentar

ou diminuir o grau motivacional, que manifesta reações relacionadas ao

objeto.Verifica-se que pessoas tendem a ter reações diferentes ao mesmo

objeto em grau de apreensão, gostos, rejeições gerando alterações de atitude

tanto positiva, onde há aumento da motivação relação a um mesmo objeto ou

estímulo externo, como reações negativas tendo assim a rejeição, causando

diminuição no grau motivacional do sujeito em relação a tal objeto.

A motivação integrativa caracteriza pelas atitudes positivas em relação

ao grupo de falantes do idioma meta, com a vontade e desejo de integrar nesse

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grupo, ou no mínimo, pelo interesse em conhecer membros do referido grupo e

conversar com eles. A motivação instrumental caracteriza-se por um desejo de

obter, devido ao conhecimento de uma língua estrangeira, um reconhecimento

social ou vantagens econômicas. Nesse caso a pessoa dispõe a aprender um

novo idioma para obter aproveito de característica não interpessoal. Esta é

uma concepção de Skinner a respeito do conceito "instrumental". Gardner e

Lamber acreditavam que um aluno com uma orientação instrumental com

respeito à aprendizagem de um idioma pode estar tão motivado quanto um

aluno com uma orientação integrativa. Outro autor, Spolsky, concluiu que para

aprender um segundo idioma é a chave que possibilita fazer parte de outra

sociedade, o desejo de querer se incorporar a tal grupo é um fator

determinante para aprendizagem. Gardner foi o maior responsável por essa

linha de pesquisa criada por ele mesmo, com suas próprias ideias sobre a

motivação de querer aprender um novo idioma envolvendo seus trabalhos,

críticas e revisões levando a elaborar uma bateria de testes para medir a

atitude e a motivação (AMTB, Attitude/Motivation Test Battery; Gardner, 1985;

Gardner et al., 1979).Testes que possibilitam que revisa-se vários estudos

empíricos, incluindo o que ele mesmo postou, permitindo o surgimento do

modelo sócio-educacional.O modelo sócio educacional de Gardner enfatiza a

ideia de que os idiomas, diferente de outras disciplinas educacionais, é que

engloba a aprendizagem de aspectos do comportamento típicos de outra

sociedade linguística.Portanto, as atitudes do aluno em relação a essa

comunidade linguística irá determinar em parte o sucesso da aprendizagem de

um outro idioma.Seguindo esse modelo, Gardner distingue entre: crenças

culturais surgidas a partir do contexto social, motivação, fruto das diferenças

individuais no momento de aprender uma língua, contextos formais e formais

na aprendizagem, e resultados linguisticos e não linguisticos.

Mas além de estar motivado, para que ocorra a aprendizagem e a

retenção dos conteúdos, deve-se lembrar em conta os diferentes tipos e

memória. A memória, segundo Izquierdo, seria a “aquisição, formação,

conservação e evocação de informações” (2011, p. 11). Pois é através da

memória que se aprende, se armazena e se evoca saberes e fatos que foi ou

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serão de grande importância, portanto precisa da memória para manter o

nosso conhecimento do mundo ao nosso redor e de conhecer à nós mesmos.

As memórias podem ser divididas em dois grupos quanto ao conteúdo que são:

as declarativas (eventos, fatos, conhecimentos).A memória declarativa está

relacionada ao armazenamento e à evocação de informações que são

aprendidas e processadas de forma mais consciente. Para Squire, a memória

declarativa é divida em duas: semântica e episódica. A memória semântica

relaciona-se com o conhecimento dos fatos sobre mundo, incluindo o

linguístico e a memória episódica refere-se à capacidade de experimentar ou

evocar fatos relacionados a seus contextos originais, como diz Tulving.A

memória declarativa semântica está relacionado com o conhecimento que nós

temos sobre os fatos do mundo, incluindo a parte linguistica onde pode se pode

fazer compartilhamentos coletivos desse conhecimento, enquanto a episódica

são as vivências, ou seja, memórias individuais.

E as de procedimento ou hábitos, adquiridos e evocados de maneira

quase automática, como andar de bicicleta. A memória procedimental tem

relação com a aquisição e o conhecimento inconsciente de hábitos e

habilidades motoras. Essa distinção, de acordo com Izquierdo (1989), se

baseia no "saber que" (declarativa) e no "saber como" (procedimental). Na

memória declarativa participa o hipocampo, enquanto nas memórias de

procedimentos ou hábitos, o hipocampo parece estar envolvido apenas nos

primeiros momentos após o aprendizado, sendo eles dependes de

basicamente de circuitos subcorticais que inclue o núcleo caudato e circuitos

cerebelares.

Por volta do fim do século XIX, Santiago Ramón Y Cajal, fundador da

neurociência tinha postulado que as memórias obedecem as modificações da

estrutura e função das sinapses. Nas últimas décadas pode se demonstrar que

isso é verdade, as alterações moleculares sinápticas que realiza a formação,

persistência e evocação das memórias em várias regiões encefálicas.

Denominam-se sinapses as junções entre neurônios, geralmente entre

as terminações de seus prolongamentos. Os prolongamentos se chamam

axônios que se dirigem a outros neurônios, e dendritos aqueles que sobre os

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quais terminam os axônios.Na maioria das sinapses funciona através da

liberação de substâncias denominadas neurotransmissores, os quais se liga

proteínas específicas denominadas receptores, e a ativação desencadeia

sequências complexas de processos moleculares.Os neurotransmissores

podem estimular ou inibir o próximo neurônio.O neurotransmissor excitatório

mais comum é o glutamato, e o inibitório mais comum é o ácido gama-amino-

butírico.Outros neurotransmissores como dopamina, noradrenalina, serotonina

e acetilcolina desempenha em geral funções moduladoras, relacionadas com

as emoções, o alerta e o estado de ânimo.

Todas as memórias são associativas, são adquiridas através de ligação

entre um grupo de estímulos, um livro como exemplo, e outro grupo de

estímulos como: material lido, aquilo que se aprende e algo que causa

prazer.O do segundo grupo, que é de consequências biológicas maiores, é

denominado de estímulo condicionado ou reforço.Há algumas formas de

aprendizado sem que haja qualquer estímulos.A forma mais simples dessas

formas de "aprendizado negativo", associa-se um estímulo repetido com a falta

de qualquer consequência, denominando-se habituação.

Porém, no ponto de vista de funções, há um tipo de memória que é

extremamente importante da aquisição como no momento da evocação de toda

e qualquer outra memória, declarativa ou não que é: a memória de trabalho.

Operacionalmente assemelha-se a memória RAM do computador, onde

mantém "viva" a informação durante segundos ou poucos minutos, enquanto

está sendo percebida ou processada. Essa forma de memória é sustentada

pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal, em rede via córtex

entorrinal com o hipocampo e a amígdala, durante a percepção, a aquisição ou

a evocação. A memória de trabalho dura apenas alguns segundos e não deixa

traços. Quando se ler um texto a segunda ou terceira palavra do texto da frase

anterior, durou 2 ou 3 segundos, para dar sentido à frase e conectá-la com a

seguinte, porém já desapareceu da memória para sempre.

As memórias que mantém além de segundos denomina-se memória de

curta e memória de longa duração. A memória de curta duração dura 0,5-6

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horas e utiliza processos bioquímicos breves no hipocampo e córtex entorrinal.

A memória de longa duração dura muitas horas, dias ou anos. Quando dura-se

anos, chama-se remota, como lembranças de sua infância.Sua formação

requer uma sequencia de passos moleculares que dura de 3 a 6 horas, no

hipocampo, aos núcleos amigdalinos e em outras áreas, durante as quais é

suscetível a numerosas influências.A memória de curta duração mantém a

cognição funcionado as horas que a memória de longa duração leva até

adquirir sua forma definitiva. A construção da memória de longa duração

envolve o hipocampo que é a estrutura central da formação de memórias

declarativas, integrando um circuito que inclui o córtex temporal vizinho (córtex

entorrinal), o núcleo da amígdala e áreas corticais distantes. O hipocampo, a

amígdala e o córtex recebem também terminações de vias nervosas vinculadas

com o afeto, os estados de consciência e o maior ou menor grau de alerta,

ansiedade ou estresse. Essas vias são: a dopaminérgica, a noradrenérgica, a

serotoninérgica e as colinérgicas, que registram e reagem às emoções e

estados de ânimo. A dopamina e a noradrenalina são os neurotransmissores

da vigília e do alerta. A serotonina regula o estado de ânimo, e falha na

depressão. As vias colinérgicas, que usam o neurotransmissor acetilcolina,

regulam uma variedade grande de percepções emocionais. Em todos os casos,

essas vias agem através de receptores específicos para cada

neurotransmissor, localizados no hipocampo, na amígdala e no córtex.

Sequência é parecida com a da potenciação de longa duração nessa estrutura,

como era de esperar, dado o fato de que ambas consistem em alterações

perduráveis da função sináptica “plasticidade” na mesma estrutura. A

potenciação de longa duração é o aumento de tamanho da resposta de um

grupo de neurônios desencadeada pela sua estimulação repetitiva durante

alguns segundos, e ocorre no hipocampo durante a consolidação de memórias.

Dependendo dos parâmetros de estimulação e/ou do estado prévio de cada

sinapse, pode ocorrer, em vez de uma potenciação, uma depressão de longa

duração (LTD) da resposta dessa sinapse. Sistematicamente, a potencialização

de longa duração e a depressão de longa duração são parecidas, pois ambas

envolvem em uma ativação inicial de certo tipo de receptores ao ácido

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glutâmico, o principal neurotransmissor excitatório; a entrada na célula pós-

sináptica de cálcio, seguida da ativação de várias enzimas dependentes desse

íon, que permitem a transferência de íons fosfato de umas proteínas a outras e

a subsequente ativação da transcrição do DNA, leva à síntese proteica nos

ribossomos do citoplasma do neurônio ativado. A sequência dos processos

moleculares subjacentes à formação de memórias no hipocampo envolve a

ativação de numerosas enzimas que regulam a atividade de proteínas

preexistentes, e a produção por elas de ativação gênica e síntese proteica.

Muitas das proteínas sintetizadas no hipocampo na formação de memórias se

incorporam às sinapses das células hipocampais com as de outras regiões e

altera sua função, outras regulam esses processos. Uma das principais

proteínas reguladoras das sinapses é o fator neurotrófico derivado do cérebro

(BDNF), que atua tanto durante a formação de memórias, como também várias

horas mais tarde, que quando liberado no hipocampo por estímulos

dopaminérgicos, determina se as memórias que foram consolidadas antes

persistiram durante poucos dias ou durante semanas. Ao mesmo tempo, atuam

também sobre o hipocampo vias noradrenérgicas mediadas por receptores

beta, e terminações colinérgicas nicotínicas. A persistência das memórias

procedurais é muito grande, dura décadas, a das memórias declarativas é

muito menor e declina depois dos 40 anos de idade é devido a isso que explica

o motivo que a partir da idade dos 40 tendemos a recordar menos as coisas

mais recentes. O mecanismo não tem relação com o sono, mas a falta de sono

diminui a persistência das memórias declarativas. Um dos muitos mecanismos

propostos para a persistência envolve a reiteração cíclica da ativação da

enzima cálcio-calmodulina quinase II, e da elevação simultânea dos níveis de

cAMP (sigla do inglês: cyclic adenosine monophosphate) no hipocampo, após a

consolidação. Portanto, a ativação dessa enzima no hipocampo é necessária

para a manutenção das memórias. O processo de formação das memórias de

longa duração é demorada e frágil e que consiste de muitas etapas que podem

falhar. Várias dessas etapas estão sujeitas a poderosos mecanismos de

modulação, através de dois grandes conjuntos de fibras nervosas: onde vias

procedentes da amígdala e do núcleo medial do septuo que, através de

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axônios colinérgicos e glutamatérgicos, modulam intensamente a formação de

memórias no hipocampo. Essas vias estão vinculadas com o conteúdo

emocional das experiências que deixam memórias, ou seja, quanto maior a

emoção, maior sua ativação. Vias nervosas vinculadas com o afeto, as

emoções e os estados de ânimo, procedentes de estruturas subcorticais e

estimuladas pela aquisição de uma experiência nova ou a recordação de uma

experiência antiga. Essas vias regulam enzimas que afetam o metabolismo da

célula nervosa e prejudicam sua capacidade de ativar genes e sintetizar

proteínas e, portanto, gravar memórias. Essas vias agem quase ao mesmo

tempo sobre o hipocampo, o córtex entorrinal e o córtex parietal. Sua excitação

ou inibição é importante para determinar se cada memória de longa duração

será efetivamente formada ou não. Uma estimulação intensa da via

serotoninérgica ou uma inibição das vias dopaminérgica ou noradrenérgica, por

exemplo, podem efetivamente cancelar a formação definitiva de uma memória

horas depois de ter sido adquirida.

A memória de curta duração de acordo com Izquierdo(2011), esse tipo

de memória dura em cerca de 1 a 6 horas, tempo suficiente para que ela se

torne de longa duração.Baddeley(2011) a classifica como a retenção

temporária de pequenas quantidades de material sobre breves períodos de

tempo.

"As memórias são adquiridas sob a influência de um determinado 'tônus'

cerebral dopaminérgico, noradrenérgico, serotonérgico ou beta-endorfínico, e

de um 'tônus' hormonal paralelo. Esses moduladores e hormônios geralmente

facilitam a formação de memórias agindo sobre mecanismos específicos nas

áreas do cérebro que as fazem e, de certa maneira, incorporam informação a

ela"(Izquierdo, 2010).

As principais áreas envolvidas na evocação de memórias declarativas e

de procedimentos são basicamente as mesmas utilizadas para sua formação,

no caso das memórias declarativas, com o passar do tempo, o hipocampo e a

amígdala passam a ter um papel menos importante na evocação e várias

outras regiões do córtex predominam. Na evocação, essas estruturas

participam de maneira harmoniosa. A evocação é fortemente modulada em

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todas elas pela dopamina, noradrenalina e acetilcolina, e inibida pela

serotonina. É inibida também por corticoides procedentes da suprarrenal, que

são liberados em situações de estresse. Os corticoides explicam os famosos

“brancos” na hora da evocação, típicos em exames ou numa apresentação. A

evocação das memórias declarativas e dos hábitos é tão sensível à modulação

por fatores emocionais, ansiedade, ou estresse como sua formação.

A extinção de memória ocorre, pois a repetição de uma memória sem o

“reforço” leva a sua extinção. "Jonh Eccles (1903- 1997) demonstrou que o

desuso das sinapses ocasiona sua atrofia e a consequente perda de suas

funções” (Izquierdo, 2010). Esta constitui um novo processo de aprendizagem,

em que uma nova memória, estímulos sem consequência, substitui

gradativamente a original, os estímulos com consequência. Essa nova memória

requer também expressão gênica e síntese proteica no hipocampo e na

amígdala. Os mecanismos da extinção são semelhantes aos da formação de

memórias, mas, em vez de resultar num aumento das respostas aprendidas,

resultam numa diminuição da probabilidade de sua expressão. Na extinção, o

que se extingue não é a memória em si, senão a probabilidade de sua

evocação. A extinção é simplesmente mais uma forma de aprendizado, ou

seja, de fazer memórias. Muitos pensam que se deve à depressão de longa

duração mais que à potencialização de longa duração de sinapses

hipocampais. A interpolação de uma experiência nova, que desencadeia uma

potenciação de longa duração no hipocampo durante a extinção de uma

memória, também se acompanha de uma potencialização de longa duração

(LTP) ou depressão de longa duração (LTD) no hipocampo. A modificação de

um aprendizado resultante de uma potencialização de longa duração ou

depressão de longa duração hipocampal por outro aprendizado resultante de

outra LTP ou LTD também hipocampal é a consequência da produção de

novas proteínas perto da sinapse que primeiro foi estimulada, outras proteínas

sintetizadas perto de outra sinapse na mesma célula hipocampal, migram à

sinapse anterior e “capturam” as proteínas sintetizadas nela. Esse processo

denomina-se “marcação sináptica” (synaptic tagging), descoberta feita por Frey

19

e Morris no ano de 1997, e explica as interações entre memórias próximas no

tempo, uma mais forte que a outra e ambas dependentes de LTP ou LTD.

Então quanto mais se usa a sinapse melhor será a sua função, quanto

menos usar pior será. Isto pode ser comparado a um atleta que quanto mais

trabalha seu corpo, ou seja, os músculos, melhor será seu desempenho, de

forma semelhante acontece com as funções cerebrais, que afinal são todas

medidas por sinapse. Pavlov há mais de um século disse que a repetição de

uma determinada combinação de estímulos que produz uma leva a uma

melhoria dessa memória, portanto tudo que foi aprendido fica melhor

"armazenado" se há repetição, ao menos que seja uma experiência

inesquecível, tudo que não for recordado será esquecido.

Entretanto, muitas memórias se perdem não somente por desuso de

sinapses, mas pela perda dos prolongamentos sinápticos correspondentes,

axônios ou dendritos.A morte celular e a perda das redes conexões sinápticas

ocorrem ao longo da vida das pessoas.Os neurônios em raras exceções não se

reproduzem,então há perdas que significam a efetiva desaparição das

informações que essas células e prolongamentos carregavam.A perda de

grande intensidade neuronal ocorre por volta dos 9 aos 13 meses de idade,

quando se aprende a caminhar.A partir deste período, o indivíduo vai perdendo

neurônios gradativamente, até o fim de sua vida.

Cada sistema do cérebro precisa de um mínimo de neurônios e

conexões para funcionar corretamente. Pela constante morte celular, esse

número cai abaixo do seu limiar, então o sistema passa a funcionar de maneira

deficitariamente. Declínio da agilidade e a lentidão crescente de nossos

reflexos da adolescência à idade avançada se devem pelo motivo de que cada

vez são menores as células nervosas que o nosso cérebro conserva. Um

indivíduo idoso anda mais devagar do que um adulto, e esse adulto anda mais

devagar do que um jovem, isso dá pela perda gradativa. Apesar de ser mais

sábio uma pessoa de mais idade, no sentido de ter memórias acumuladas em

forma crescente ao longo da vida, porém neurologicamente e fisicamente

menos eficiente.Menos capaz de evocar rapidamente suas memórias, e de agir

conforme seu conteúdo.Por outro lado, como vai perdendo pela falta de uso

20

muitas sinapses que continham memórias, as pessoas são cada vez menos

capazes de reagir conforme elas mandam.Com a idade, apresenta-se cada vez

mais memórias novas, porém também há cada vez mais memórias antigas

fragmentárias ou ausentes.

A perda neuronal que leva a maior lentidão de memória, tanto na hora

da aquisição como na hora da evocação, é considerado fisiologicamente,

desde que estejam dentro de certos limites considerado relativamente

indefinido, diferentes de um indivíduo para outro. Esses limites dependem do

uso prévio de sua capacidade de memória ao longo da vida. Quanto mais usar

a memória mais eficiente será, ao menos que seja algo muito marcante, a

memória vai se perdendo se não recordar.

Quando esquece alguma informação, ou seja, quando o cérebro não

consegue evocar o que foi aprendido, além do processo de deterionamento do

cérebro ao decorrer dos anos, desuso da sinapse responsável pela aquela

informação ou por idade avançada, o ato de esquecer também é um ato de

aprendizagem, pois se manter tudo que foi lido, estudado, aprendido ao

decorrer da vida, os humanos não poderia prosseguir na vida, pois não teria o

que conversar de se entender e aprender já que não teria a possibilidade de o

cérebro armazenar tudo. Mas, a aprendizagem é algo constante está sempre

atualizado com o meio que está o indivíduo e difere de uma pessoa para outra.

21

Capítulo II

LÉXICO MENTAL E O BILINGUISMO NA FASE DE

AQUISIÇÃO

Quando se pensa em neurociência e na observação da aquisição da

linguagem, muitos neurocientistas associam o neurologista francês Paul Broca

(1824-1880) onde na reunião da Societé d’Anthropologie anunciava que tinha

um caso para apresentar, que era de um paciente incapacitado de falar, e que

tinha acabado de falecer. No dia seguinte, voltou com o cérebro do paciente,

onde apresentava uma lesão no córtex frontal esquerdo. Ao longo dos meses

seguintes, Broca apresentava alguns casos semelhantes e, em 1863,

desafiado por casos aparentemente contraditórios, apresentados pelo grande

neurologista Jean-Martin Charcot (1825-1893), descrevia oito casos de afasia,

onde todos tinha portações de lesões no lobo frontal esquerdo. A lateralidade

das lesões chamava atenção de Broca, e levantava a possibilidade de uma

especialização do hemisfério esquerdo para a linguagem. Broca talvez

desconhecesse que alguns poucos dias antes, havia sido depositado na

Académie de Médecine um manuscrito datado de 1836 que constatava uma

associação entre lesões do hemisfério esquerdo e afasia. O manuscrito era de

um médico do sul de França chamado MarcDax (1770-1837), onde esse

manuscrito tinha sido trazido pelo seu filho Gustave Dax (1815-1874), que

também era médico. Baseava em mais de 40 casos clínicos, e foi revisto pelo

Bouillaud, entre outros, mas somente no final de 1864 foi lido na Académie. No

entanto, Broca tinha mantido conservador quanto às suas conclusões,

acreditava que talvez fosse difícil convencer a sociedade científica anti-Gall da

localização da fala, principalmente restringindo a somente um hemisfério.

Porém no ano de 1865, provavelmente ciente das observações de MarcDax,

Broca publicava um trabalho em que tratava diretamente, detalhado, a questão

da lateralidade da fala. Enquanto a capacidade de conceber as conexões entre

ideias e palavras pertencia ambos os hemisférios, Broca argumentava que a

22

capacidade de as exprimir com movimentos articulados na fala era

exclusividade do hemisfério esquerdo.

Desde então aumentava as pesquisas com relação a estudos do

cérebro. Porém, atualmente tem aumentado a popularidade dos estudos sobre

linguagem e cérebro, sendo bem evidente no número de trabalhos publicados

nos pouco mais de uma década, devido ao recurso de novas tecnologias de

imagem, desde a ressonância magnética funcional (fMRI), à magneto-

encefalografia (MEG), à tomografia por emissão de positrões (Pet Scan), a

Espectroscopia por infravermelhos (NIRS), entre outras, que rastream o modo

como o nosso cérebro trabalha, em áreas de estudo, que vão desde à fonética,

passando pela leitura até ao processamento do discurso. Um conjunto destas

técnicas é o chamado hemodinâmico, ou seja, a base das medidas e das

imagens colhidas é a relação entre a atividade neuronal do cérebro e o sangue

o fluxo sanguíneo, volume de sangue ou oxigenação do sangue. O método

mais utilizado neste conjunto de técnicas é a ressonância magnética funcional

(fMRI) que gera imagens com uma enorme resolução espacial, na ordem de

1mm. E a mais recente, a Espectroscopia por infravermelhos (NIRS) que

fornece uma capacidade que permite saber sobre o funcionamento e a

organização espacial do cérebro.

As conclusões destas pesquisas são de grande importância para

repensar, como importante é aquisição da linguagem nos seus diferentes

ângulos, os métodos de alfabetização e o ensino-aprendizagem da leitura e da

escrita, além de esclarecer sobre as dificuldades que os alunos possam

apresentar, decorrentes de distúrbios de atenção ou da dislexia. As três áreas

que mais desenvolveram neste contexto da importância da neurociência no

processamento da linguagem: primeiro foi a perceção da fala e o

reconhecimento da linguagem falada, o segundo foi a representação e o

processamento das palavras e o terceiro o processamento do discurso. A

percepção da fala parece ser o básico para o sistema da linguagem.

Verificação, análises e compreensão deste contínuo sinal variável é o maior

23

desafio dos sistemas perceptivo e cognitivos. Mapear as vibrações no ouvido

(os sons) até as abstrações das palavras são bastante complexos, envolve

estádios do percurso auditivo que vão desde a cóclea ao córtex. Vários estudos

foram realizados nesta área que tenta demonstrar o quanto complexo é o

estudo da fala, sugerindo que usa uma variedade de sentidos para a percepção

da fala, sugerindo que o cérebro usa a fala como algo que se ouve, ver e o

sentir. O objetivo principal da percepção da fala é o de identificar as palavras

no contexto da linguagem falada, que percebe de que modo as palavras e os

seus morfemas são acedidos durante a percepção, produzidos e representados

no cérebro humano, as palavras têm uma ligação entre o sentido e o som. Em

diferentes línguas, uma determinada palavra tem a mesma representação

léxico-semântica, mas uma enorme variedade fonológica. A capacidade para

aprender, ler e escrever está na plasticidade dos neurônios para que se recicle

novas aprendizagens, a dominância e a especialização das várias áreas

secundárias e terciárias do hemisfério esquerdo para a linguagem verbal, a

interconexão entre as várias, inclusive as que processam a significação com as

que processam a linguagem verbal simultaneamente, o processamento das

variantes recebidas nas áreas primárias, através do emparelhamento com

formas invariantes mais abstratas que os neurônios permite reconhecer, a

arquitetura neuronal capaz de processar formas sucessivamente mais

abstratas e complexas, como a função semiótica. Os neurônios desta região

estão ligados a todas as regiões que processam a linguagem verbal, bem como

a região que processa o significado. Demonstram capacidade de reconhecer

uma letra como sendo a mesma, independentemente da sua forma e da

posição que ocupa na palavra, pois elas estão associadas à região que

processa o significado. Segundo Scliar-Cabral, o tratamento da escrita começa

na fóvea, parte central localizada na retina, rica em células fotorreceptoras, a

chamada de cones e com elevada resolução para que reconheça o detalhe das

letras. Perante um texto escrito, a cadeia de letras é desmembrada pelos

neurônios da fóvea e deve ser reconstruída antes de ser reconhecida. A

palavra é colocada em milhares de fragmentos, estando perante um sistema de

24

dupla rota: a fonológica e a lexical. A primeira que é a fonológica converte a

cadeia de letras em fonemas, a outra permite o acesso ao dicionário mental

onde o sentido das palavras está armazenado. O campo visual limitado da

fóvea (15°) é a principal razão pela qual os olhos movem incessantemente

durante a leitura. Os olhos humanos não abarcam uma linha inteira, percorre a

linha em movimentos de sacadas (quando não se vê nada) e param num ponto

(ocorrendo a fixação), quando a fóvea é capaz de abranger 3 ou 4 letras à

esquerda e 7 ou 8 à direita do olhar, em sistemas em que a leitura ocorre da

esquerda para a direita.

Segundo Machado e Sacks, o processo de aquisição de uma língua está

ligado a ambos os hemisférios cerebrais, embora a língua materna seja

armazenada, na maioria das pessoas, no hemisfério esquerdo. Oliveira

acrescenta que em relação à língua estrangeira ou um segundo idioma que,

dependendo da idade e da proficiência com que seja aprendida, pode ser

armazenada tanto no hemisfério esquerdo como no hemisfério direito. Contudo,

no momento da fala, ambos os hemisférios são ativados em intensidades e

com funções específicas. O hemisfério esquerdo é comumente responsável

pela fala, escrita e leitura, enquanto o hemisfério direito tem a função de

compreender a prosódia no momento da fala. Os neurônios da região occípito-

temporal ventral esquerda, depois de serem reciclados, mostra a capacidade

de reconhecer uma letra como a mesma, apesar das suas múltiplas variantes.

Não importando se a fonte for maiúscula, minúscula, negrito, itálico, sublinhada

ou manual. A explicação para essa capacidade provém do conceito de fonema,

que é a parte fundamental da linguística da atualidade. O mesmo acontece

com as letras: uma ou mais letras formam os grafemas vinculados aos seus

valores sonoros (os fonemas), ambos com a função de distinguir o significado.

Evidências obtidas por Polk e Farah favorecem a hipótese de uma área para a

forma abstrata da palavra e não perceptual, com essa hipótese pode

compreender que a região específica que processa material escrito é

denominada de região occípito-temporal ventral esquerda, significando que os

grafemas e os fonemas devem estar obrigatoriamente vinculados nesse

processo. Há várias projeções para todas as regiões onde a linguagem verbal é

25

processada, incluindo a região do processamento do significado. A hipótese de

Polk e Farah foi confirmada por Dehaene, Le Clech, Poline, Le Bihan e Cohen

em uma experiência em que apresentaram subliminarmente a primeira palavra

(29 milissegundos), observando o efeito sobre o processamento da segunda

palavra. Não importava se a palavra estivesse escrita na mesma fonte ou não,

o efeito era o mesmo, uma vez que ocorria a redução da atividade na região

occípito-temporal ventral esquerda. Verificaram que o efeito não é observável

na região primária da visão, uma vez que essa é sensível às mudanças de

fonte. Somente a região occípito-temporal ventral esquerda operando com as

invariâncias das fontes, isto é, com construtos mais abstratos, importantes para

a atribuição dos mesmos valores às letras que, em diferentes fontes, não

compartilham nenhum traço. Se o método global fosse correto, a palavra

escrita seria reconhecida pela sua configuração, exatamente o que o

hemisfério direito faz: reconhece REGRA e regra como diferentes pesquisas

realizadas por Dehaene, Jobert, Naccache, Ciuciu, Poline, LeBihan e Cohen no

ano de 2004. O mesmo se dá com as crianças que não aprendem os princípios

do sistema alfabético e somente reconhecem logotipos, e apenas a região do

hemisfério direito é iluminada durante as experiências e não a região occípito-

temporal ventral esquerda. Outra evidência trazida à neurociência é a de que a

região occípito-temporal ventral esquerda prefere as cadeias de letras bem

formadas às cadeias que desobedecem às regras grafotáticas de uma dada

língua, também não prefere números. Mostra que o conhecimento não é algo

inato, ou seja, os neurônios precisam ser reciclados para aprender um dado

sistema de cada língua, também prova que a região é especializada para o

reconhecimento da palavra escrita. Experiências recentes puseram fim na ideia

de que o mandarim era uma língua escrita processada pelo hemisfério direito,

fatores experimentais mostraram que a leitura do mandarim ativa a mesma

região occípito-temporal ventral esquerda, com praticamente todas as mesmas

propriedades observadas, quando os sujeitos lêem sistemas alfabéticos. Os

psicolinguistas consideram que existe um dicionário interno, o léxico mental,

onde estão arquivados os vários elementos da linguagem que é um sistema

mnemônico, onde o indivíduo ao falar consulta o léxico em busca de

26

informações semânticas, sintáticas e fonológicas necessárias à expressão

verbal dos seus pensamentos. Há pesquisas que atualmente apresentam

diferentes léxicos, de acordo com o tipo de informação que armazena como as

informações semânticas (significado) que seria armazenada num conjunto de

regiões cerebrais, as sintáticas (organização da estrutura frasal) em outras

regiões e as fonológicas (pronúncia/compreensão auditiva) em outro conjunto

do cérebro. Os mecanismos de consulta a esse dicionário mental são

extremamente eficientes, pois permite o reconhecimento e a produção de cerca

de três palavras por segundo, isso significa que é aproximadamente quase 200

palavras por minuto, onde acredita que um falante culto terá um dicionário

mental de10. 000 a 100.000 entradas de pares arbitrários de som/sentido. Por

outro lado o modo como as palavras são armazenadas no cérebro permite ao

falante/ouvinte extrair rapidamente da informação armazenada, numa

economia de meios com informação similar, com objetivo de recuperar a

informação necessária à compreensão de outras palavras. O dispositivo que

armazena toda a informação lexical do falante é sensível a diferenças e níveis

do som, mas categóricas em nível do significado. A maneira de estar

organizado esse léxico mental no cérebro provavelmente não seria por ordem

alfabética, pois essa ordem é arbitrária, de natureza cultural, outro ponto é que

seria mais difícil encontrar e emitir palavras iniciadas por letras do meio do

alfabeto o que não seria verdadeiro, em outro ponto é porque é mais fácil

compreender e emitir as palavras que usamos frequentemente. Aquelas que

não usamos podem ser esquecidas do dicionário, o que significa que o

conteúdo do léxico é flexível e dinâmico dependendo do uso. Então a hipótese

mais aceita no campo científico propõe que o léxico mental seja organizado por

redes semânticas, isto é, por redes de significados. Todas as associações que

fazemos de uma informação nova a algo já conhecido passa a fazer parte de

nossa rede semântica. Alguns pacientes portadores de lesões cerebrais

localizadas que apresentavam distúrbios da linguagem, cometem erros de

compreensão e de expressão frequentemente relacionados com o significado

das palavras ou conceitos que querem emitir ou compreender. As redes

27

semânticas provavelmente reuniriam por categorias específicas como: animais,

instrumentos, pessoas, cores, plantas, entre outras coisas.

Com base nessas informações, possibilita identificar regiões cerebrais

específicas para cada categoria. O estudo dos fonemas de várias línguas levou

à elaboração de alfabetos fonéticos que são utilizados em alguns dicionários

bilingues para facilitar a identificação da pronúncia das palavras. Essa

uniformidade sonora de vários fonemas através de diferentes línguas é

considerada uma evidência dos universais fonêmicos, propostos por Chomsky.

Apenas uma parte dos fonemas de cada língua é universal. A outra parte é

específica de grupos de idiomas, ou mesmo de um único idioma. Considera

que os universais fonêmicos constituem o acervo inato de movimentos do

aparelho fonador, comandados e compreendidos de modo único na natureza

pelo sistema nervoso humano. A localização do léxico fonológico tem sido

identificada usando métodos de imagem funcional. Observa que o

processamento fonológico se mostrou lateralizado à esquerda nos homens,

mas bilateral, nas mulheres. As estratégias de busca do léxico fonológico

empregadas pelas mulheres são diferentes do que dos homens. A consulta ao

léxico fonológico permite reconhecer os sons característicos de cada idioma,

identificando os fonemas que compõem as palavras. O léxico sendo um

sistema mnemônico é provável que ele contenha arquivos ecóicos de fonemas,

palavras, e, até mesmo, expressões idiomáticas ou modos de pronunciar

sequências de palavras. O léxico fonológico deve guardar os fonemas tais

como pronunciados nas expressões de cada língua ou dialeto regional e esses

arquivos são diferentes daqueles que representa as versões escritas das

palavras. Alguns psicolinguistas consideram que a identificação das palavras

ocorre passo a passo.

Patricia Kuhl afirmava que um "cérebro bilíngue reflete as capacidades

dos seres humanos para o pensamento flexível". “As crianças bilingues

aprendem que os objetos e os eventos no mundo têm dois nomes.” Nas suas

pesquisas mostraram que entre o oitavo e o décimo mês de idade, os bebés

monolingues são cada vez mais capazes de distinguir os sons da fala da sua

língua materna, enquanto a sua capacidade para distinguir sons de uma língua

28

estrangeira diminui. Um exemplo citado é que: entre os oito e dez meses de

idade, bebês expostos ao inglês detectam melhor a diferença entre os sons "r"

e "l" do que bebês japoneses, que não estão tão expostos a estes sons. O

cérebro infantil sintoniza com os sons da língua durante este período sensível

do desenvolvimento. Quando o cérebro está exposto a dois idiomas, e não só a

um, responde adaptando e permanecendo aberto por mais tempo até mostrar o

estreitamento da percepção que as crianças monolingues costumam mostrar

no final do primeiro ano de vida. Então acredita que bebês criados em famílias

que se fala em mais de um idioma têm maior capacidade de prolongar as suas

capacidades de aprendizagem linguística em comparação com as demais

crianças. Kuhl foi a primeira a relacionar atividades cerebrais com exposição a

idiomas e fala, na infância. Os resultados podem ajudar a impulsionar pessoas

a aprender línguas estrangeiras.

Atualmente tem se aumentado a tendência de aprender um novo idioma,

isso é para que possa ter uma condição melhor no Mercado de Trabalho,

oportunidade de estudos no país que fala a língua que escolheu para estudar,

que possa viver nesse país ou outros fatores. Então muitas pessoas levam em

conta que quanto mais jovem se aprende uma língua estrangeira melhor será o

desempenho do aprendiz. Isso porque a idade em que se inicia esse

aprendizado, a idade de aquisição tem sido considerada um fator determinante

para o sucesso da aprendizagem fazendo que o aprendiz da língua estrangeira

possa atingir níveis de proficiência similares aos de um falante nativo.

DeKeyser e Larson-Hall, no ano de 2005, chama este fator de “younger is

better phenomenon” onde se criou várias pesquisas e debates sobre o assunto.

A origem para esse fenômeno se dar por explicações biológicas e inatas

expandidas por Lenneberg, de 1967, que propôs a existência de um período

durante a vida humana propício para a aprendizagem de uma língua. Segundo

o autor, após este período, que compreende entre os três anos de idade e o

início da puberdade, a aprendizagem até pode ocorrer, mas os resultados

obtidos não serão similares as de um aprendiz precoce. O autor baseava em

bases biológicas para argumentar em favor dessa hipótese, após concluir que

crianças afásicas com lesão cerebral unilateral recuperavam a fala de forma

29

mais bem-sucedida do que adultos com o mesmo dano. Então esse período

que tem sido denominado como período crítico onde a concepção é que

aprender um idioma não é impossível, porém o desempenho do indivíduo que

aprende mais tarde não se aproximará ao de um falante nativo. Então o autor

afirma que entre as idades de três anos e a puberdade a possibilidade para a

aquisição da linguagem é boa, onde parece que o indivíduo é mais sensitivo

aos estímulos e preserva uma flexibilidade para organização do cérebro com

uma complexa integração de processos para elaboração de conversação e

linguagem. Porém depois da puberdade, Lennemberg afirma que essa

habilidade de aquisição vai declinando ao decorrer da vida.

Para Pinker no ano de 1994, afirmava que a aquisição da linguagem

normal ocorre até os seis anos de idade. Depois desse período, um pouco

antes da puberdade, esta fica comprometida, sendo rara posteriormente. Isso

ocorre a mudanças maturacionais no cérebro, como o declínio do metabolismo,

o número de neurônios e a diminuição do número de sinapses cerebrais. Há

um caso de Genie, uma menina que foi privada do contato social até a

puberdade, onde tem sido utilizada para exemplificar a hipótese do período

crítico. A menina aprendeu a falar, porém de forma rudimentar. Segundo

Newport e Johnson, esse exemplo comprova a hipótese do período crítico, uma

vez que Genie não desenvolveu a linguagem de forma equivalente a indivíduos

que adquire a fala quando crianças. Dörnyei também menciona que a privação

social, a falta de alimentação e estímulos pode ter influenciado no

desenvolvimento da competência linguística da criança. Mayberry e Kazmi têm

citado que os indivíduos desenvolvem a linguagem, mas o desempenho não

equivale ao daqueles que aprendem precocemente. Assim como se tem

discutido sobre a hipótese do período crítico na aquisição de uma língua

materna, o mesmo ocorre no aprendizado de uma linguagem estrangeira.

Estudos empíricos têm sido realizados desde então para enfatizar e

exemplificar a relação entre a idade de aquisição e o aprendizado de uma

língua estrangeira, focando em diversos aspectos da língua, como pronúncia,

sintaxe e semântica. Esses estudos demonstraram que o desempenho

linguístico de um aprendiz é afetado pela idade em que este começa a

30

aprender uma segunda língua, sendo sempre enfatizado que quanto mais

precoce se começa o aprendizado de um novo idioma, melhor será o

desempenho do indivíduo. Johnson e Newport em 1989 realizavam uma

pesquisa com um grupo de imigrantes chineses e coreanos que começava a

aprender uma língua estrangeira com diferentes idades. Os indivíduos eram

todos estudantes universitários nos EUA e que já moravam no país há mais de

três anos. A tarefa realizada consistia no julgamento de frases apresentadas.

Os imigrantes deveriam dizer se as sentenças estavam gramaticalmente

corretas. Então através da coleta de dados, concluíram que aqueles indivíduos

que começaram a aprender o inglês entre os três e quinze anos de idade

obtiveram melhores resultados no julgamento gramatical de sentenças em

relação àqueles que começaram após os dezesseis, confirmando assim a

hipótese do período crítico. DeKeyser reaplicou a pesquisa semelhante a citada

antes, porém com imigrantes húngaros nos EUA. O estudo mostrou uma forte

relação entre a idade de chegada ao país americano e o nível de conhecimento

da língua inglesa. O autor concluiu que apenas aqueles que começaram a

aprender a língua estrangeira quando crianças atingiram melhores resultados

no aspecto sintático. Comprovando assim que a idade de aquisição interfere no

desenvolvimento da aprendizagem, independente do tempo de permanência

nos EUA e o grau de formação dos indivíduos. Dörnyei afirma que o

aprendizado de uma língua após a puberdade envolve uma combinação de

fatores sociais, psicológicos e não apenas cognitivos e maturacionais. Esses

fatores apresentam interação entre si de acordo com as características

individuais de cada um. Então pode afirmar que diversas variáveis irão

influenciar na aprendizagem de uma língua estrangeira, tais como, quantidade

e qualidade de estímulo recebida, a necessidade, uso, motivação, semelhança

entre a língua materna e a língua aprendida e estilo de aprendizagem. Essas

variáveis podem ocorrer simultaneamente, variando entre diferentes indivíduos.

Em algumas situações, uma pode ser mais dominante do que a outra, podendo

se diferenciar também em grau de dependência.

Devido a esses fatores de aquisição de aprendizagem, Sakai e

colaboradores em 2004 aplicavam um estudo com gêmeos japoneses,

31

quatorze indivíduos ao total, com treze anos de idade e estudantes de ensino

médio. Os participantes que não possuía experiências anteriores com a língua

inglesa foram treinados por dois meses para a pesquisa, em uma escola

regular, juntamente com seus colegas de turma. Nesse período, os alunos

receberam instruções sobre o passado dos verbos em inglês sendo sessenta

quatro regulares e sessenta quatro irregulares. Os pesquisadores queriam

verificar se haveria alteração na ativação cerebral antes e após o treinamento,

ou seja, se um novo aprendizado modificaria isso. Os alunos foram submetidos

à técnica experimental de neuroimagem no período inicial e ao término. A

tarefa executada foi dividida em quatro blocos: os dois primeiros envolvendo a

língua inglesa e os outros, a língua japonesa. Durante a execução da

avaliação, os participantes deveriam identificar e relacionar o verbo no infinitivo

ao verbo no passado. Em cada bloco foram apresentados oito verbos. Na

primeira etapa, sete regulares e, na segunda, apenas um verbo regular. O

estudo chegou a conclusão de que houve aumento de ativação cerebral na

área do giro frontal inferior esquerdo, a área de Broca, após o treino de dois

meses. Sugerindo que o processamento sintático tanto de uma língua japonesa

como de uma língua inglesa envolve a mesma região do cérebro, a diferença

apresentada consiste no volume de ativação dessa área. Entretanto, ao

término do período estipulado de instrução de verbos em inglês, os indivíduos

obtiveram um nível de proficiência elevado sobre o assunto independente de

sua idade. Esse resultado também indica que a influência do ambiente, como

também o tipo de instrução recebida pelos participantes pode interferir. Pode

destacar também fatores genéticos, uma vez que a ativação cerebral aumentou

consideravelmente em cada par à medida que o desempenho individual de

cada um melhorou. Porém houve uma pesquisa realizada por Dowens e outros

pesquisadores no ano de 2011, que realizavam uma análise do desempenho

linguístico de vinte e seis chineses, entre vinte e vinte e quatro anos de idade,

que iniciaram os estudos de espanhol após os dezoitos anos. Esses indivíduos

possuíam um elevado nível de proficiência e utilizavam o idioma diariamente.

Para o estudo foi aplicada a técnica de ERP-Event Lated Potentials. Os

participantes deveriam ler frases apresentadas em uma tela e confirmar se

32

estas estavam certas ou erradas. As frases continham erros gramaticais

referentes à concordância de gênero e número entre substantivo e adjetivo e

substantivo e artigo tanto no início quanto no meio da frase, além da

concordância entre sujeito e verbo. O objetivo da pesquisa era examinar se os

processamentos neuronais desses indivíduos eram similares no

processamento da língua materna e da língua estrangeira, considerando a

influência de diversos fatores no desempenho dos participantes. Nesse estudo,

os pesquisadores queriam comprovar se a idade de aquisição e a proficiência

dos indivíduos interferiam e em que grau, uma vez que ainda não estava

evidente como se dava essa interferência. A partir dos dados coletados através

da ERP, observa que os participantes atingiam P600, reforçando que a idade

de aquisição não é o único fator que afeta o processamento sintático, uma vez

que esse resultado tem se aproxima ao processamento sintático de uma língua

materna. Dessa forma, pode se afirmar que a proficiência dos participantes é

um fator de relevância e que justifica o bom desempenho dos indivíduos.

Nessa pesquisa, foi objeto de estudo também a relação entre a língua materna

e a língua estrangeira, se haveria transferência de conhecimentos da língua

materna para a língua estrangeira. Entretanto os pesquisadores constavam,

que os aspectos sintáticos avaliados na tarefa em espanhol não existem na

língua chinesa. Devido a isso, verifica que no caso dos chineses por não haver

estruturas similares entre língua chinesa e a língua espanhola, não existe a

interferência das estruturas, da organização da língua materna, o que

comprova assim que o resultado obtido, onde os participantes apresentavam

um elevado grau de proficiência. Uma das primeiras preocupações que os

pesquisadores abordam foi a ideia de que o bilingüismo poderia confundir as

crianças. A questão do impacto potencial do bilinguismo sobre o

desenvolvimento infantil sempre foi importante, mas manifesta cada vez mais

como uma preocupação crítica nas sociedades modernas, informações sobre o

desenvolvimento linguístico, cognitivo e educacional de crianças com

backgrounds linguísticos diversificados são essenciais para a interpretação do

desempenho dessas crianças na escola e para a avaliação de seu

desenvolvimento. Com base nisso, pesquisas podem citar um estudo de Peal e

33

Lambert, que constituiu um ápice na área e demonstrava superioridade geral

de bilíngues em comparação com monolíngues em uma grande variedade de

testes de inteligência e de aspectos de desempenho escolar, e outras

pesquisas recentes identifica áreas nas quais crianças bilíngues são superiores

e outras áreas nas quais o bilinguismo não tem efeitos sobre o

desenvolvimento. Além disso, pesquisas mostram o que o bilinguismo não

provoca confusão, não tem impacto negativo inerente sobre o

desenvolvimento, e sim vantagens sociocognitivas significativas. O

desenvolvimento sociocognitivo refere à forma pela qual as crianças mudam

com a idade em termos de capacidade de pensar sobre questões sociais e de

comunicação. O desenvolvimento socioemocional refere como as crianças

mudam com a idade em termos do processamento de emoções em um

determinado contexto social e comunicativo.

Exemplos mostram que crianças com proficiência limitada no idioma

utilizado na escola certamente terão mais dificuldades acadêmicas e sociais, e

é importante identificar essas dificuldades para que possa compreender quais

intervenções ou abordagens remediadoras são necessárias. Em primeiro lugar,

é necessário estabelecer se a aquisição de linguagem ocorre no mesmo ritmo

e da mesma forma em crianças que aprendem simultaneamente dois idiomas

ou que estão aprendendo um segundo idioma depois de terem dominado um

primeiro. Haverá consequências sobre o desenvolvimento cognitivo normal em

termos da capacidade da criança de adquirir novos conceitos ou de

desempenhar diversos cálculos. Assim essas pesquisas produziram resultados

principais. Em termos de proficiência geral em linguagem, crianças bilíngues

tendem a ter um vocabulário menor em cada um dos idiomas do que crianças

monolíngues em seu próprio idioma. Entretanto, sua compreensão da estrutura

linguística, denominada consciência metalinguística, é pelo menos tão boa e

frequentemente melhor do que a de pares monolíngues. Os estudos mostraram

também que crianças bilíngues têm vantagens em termos de compreensão das

necessidades de comunicação de seus parceiros de conversa. Mais cedo do

que crianças monolíngues, crianças pequenas bilíngues mostram sensíveis ao

fato de que não conseguem entender alguém que fala outro idioma. Além

34

disso, crianças bilíngues evidenciam uma compreensão de que outras pessoas

podem ter crenças falsas. Outros estudos mostraram também que crianças

bilíngues obtêm pontuações mais altas do que as monolíngues em diversos

testes de habilidades cognitivas, tais como flexibilidade mental, tarefas não

verbais de resolução de problemas, compreensão da origem convencional de

designações, diferenciação entre semelhança semântica e semelhança

fonética, e capacidade de avaliar a qualidade gramatical de frases.

Para essas crianças, a aquisição de habilidades de leitura e escrita

depende da relação entre os dois idiomas e do nível de proficiência no segundo

idioma. Para haver benefício da aprendizagem de leitura em dois idiomas é

necessário que as crianças sejam bilíngues, e não aprendizes de um segundo

idioma, quando a competência em um deles é limitada. Em comparação com

pares monolíngues, crianças bilíngues entre quatro e oito anos de idade

evidenciam vantagens significativas na resolução de problemas que requerem

controle da atenção a aspectos específicos da formulação e, ao mesmo tempo,

inibição da atenção a aspectos enganadores, que são apresentados com

destaque, porém estão associados a uma resposta incorreta na visualização de

imagens alternativas em figuras ambíguas, e compreensão de diferenças entre

a aparência e a realidade de um objeto enganoso. Uma possível razão da

vantagem do bilinguismo é que as crianças bilíngues precisam aprender a

reduzir as interferências entre seus dois idiomas para falar um deles. Outra

possibilidade é que o bilinguismo treine as crianças em focalizar a atenção nas

variáveis relevantes do contexto, particularmente em informações ambíguas ou

contraditórias. Melhor capacidade cognitiva pode ajudar as crianças a

desenvolver as capacidades de representação que estejam envolvidas na

comunicação eficaz. Por exemplo, conhecer duas palavras que nomeiam o

mesmo conceito pode ajudar a criança a desenvolver a compreensão de que

um objeto ou evento pode ser representado de mais de uma forma, o que pode

promover sua compreensão sobre as perspectivas de outras pessoas. Nos

primeiros estágios da aquisição de um segundo idioma, crianças que ouvem

dois idiomas podem apresentar algum atraso de desenvolvimento em

comparação com crianças monolíngues. Se há atrasos, normalmente são

35

pequenos e pouco duradouros. O contexto no qual um idioma é aprendido

tenha impacto sobre a capacidade de crianças bilíngues de se expressar, e da

precisão com que o fazem. Na medida em que seja encorajado o bilinguismo e

não a perda do idioma nativo/herdado, as crianças têm maior probabilidade de

manter laços fortes com sua cultura e desenvolver laços fortes com a cultura

que deseja aprender, ou seja, o bilinguismo é uma força positiva, que promove

o desenvolvimento linguístico e cognitivo das crianças, melhorando o acesso à

leitura e escrita.

Os estudos apresentados comprovam com a hipótese de que diversos

fatores podem incidir sobre o desempenho dos aprendizes de uma língua

estrangeira, sendo assim difícil determinar qual fator é mais relevante, isso

porque pode variar de indivíduo para outro de acordo com suas características

individuais, de seu ambiente e de suas habilidades e a quantidade de

estímulos. Porém pode observar que há vantagens na aprendizagem em outra

língua quando se começa mais cedo, principalmente no período de aquisição

onde o processo será mais rápido e eficiente. Além disso, há um aumento na

ativação cerebral que ajuda na resolução de problemas, controle de atenção e

vários aspectos que serão válidos tanto na vida na fase da aquisição como em

toda a vida.

36

Capítulo III

ESTILOS DE APRENDIZAGEM

Foi citado como o cérebro aprende um novo idioma desde seus

processos neurais, a idade ideal para aprender outro idioma e outros fatores

que influenciam na aprendizagem de outra língua. Porém antes de começar a

estudar um novo idioma é interessante saber qual é o estilo de aprendizagem

que cada indivíduo apresenta. São três estilos de aprendizagem que são: o

auditivo, o visual e o sinestésico.

A pessoa que aprende de maneira auditiva, essa pessoa escuta alguma

coisa e poderá relembrar as coisas que foram ditas algum tempo depois. Tem a

capacidade armazenar informações por meio de sons e tem facilidade de

entender instruções faladas do que escritas. Pessoas com esse estilo de

aprendizagem tende a aprender por ler algo em voz alta, para que escute a si

mesmo e compreender o que está sendo falado. Indivíduo que tende essa

capacidade provavelmente começa a cantarolar zunir, ou conversar consigo

mesmo quando está entediado. Para que tem essa capacidade existem fatores

que podem fazer com que aprenda melhor, tais com: sentar em lugares onde

pode escutar checar de vez em quando o que se ouve, usar flashcards e lendo

em voz alta para aprender novas palavras, ler histórias, designação de tarefas,

ou orientações em voz alta, escrever a sua própria ortografia e então lendo em

voz alta para que possa recordar o que escreve realizar testes lendo as

questões em voz alta, e estudando novos materiais por lendo em voz alta.

Portanto esse tipo de estilo irá aprender não só lendo, mas por escutar coisas

que se ler.

O indivíduo que aprende de maneira visual aprende por lendo ou vendo

fotos, desenhos, pinturas e outras coisas. Entende e relembra de coisas só

observando. Uma maneira eficiente de aprendizagem nesse estilo é por pintar

ou desenhar aquilo que se aprende onde irá usar métodos de visão primária. O

sujeito com essa capacidade gosta de ver o que está aprendendo. Pessoas

37

com essa tendência com frequência tende a fechar os olhos e visualizar o que

aprendeu para que possa recordar, quando está entediado costuma procurar

algumas coisas para ver. Costuma ter dificuldade em falar em direções e pode

ser facilmente distraído por sons. Costuma ser atraído por cores e falar línguas,

principalmente histórias, pois utiliza imaginações. Existem também fatores para

que possa tem um aprimoramento na capacidade visual, que são: sentar

próximo ou na frente na sala de aula, usar a visão focando nas coisas que

estão sendo aprendidas e usar flashcards para aprender novas palavras e

tentar visualizar coisas que escuta ou ler. Pessoas com esse estilo devem dar

a preferência em lembrar aquilo que viu durante a aprendizagem.

E existe também a pessoa que aprende de maneira sinestésica, onde

esse indivíduo irá aprender por tocar e fazer. O indivíduo com esse estilo tende

de entender e lembrar coisas através de movimentos físicos. Costuma a

preferir coisas que possa tocar mover, construir ou desenhar o que se aprende

e tende a aprender melhor, por algum tipo de atividade está envolvido.

Costuma ser uma pessoa ativa, com frequência expressa com as mãos e

gestos, pode ter dificuldades de sentar em algum lugar e ficar parado.

Sujeitos com esse tipo de estilo costumam fazer coisas em partes ou

fazer coisas em conjunto. Procura razões para consertar alguma coisa ou ficar

movendo de lado em lado quando está entediado. Apresenta boas

coordenações e tem boas habilidades atléticas. Pode lembrar facilmente de

coisas que fez, porém tem dificuldades em lembrar coisas que ver ou escuta.

Essas pessoas com frequência comunicam por tocar e apreciar formas de

expressões físicas. Assim como os outros estilos de aprendizagem, a pessoa

que tem o estilo de aprendizagem por sinestesia também pode aprimorar suas

habilidades por fazer tais coisas que são: participar de atividades que envolva

no tocar, construir, movimentar ou desenhar, pode também fazer projetos de

artes, participar de peças teatrais, andar quando se aprende algo ou quando

relembra, usar flashcards e arranjar grupos de amigos para expor ideias, traçar

palavras com a ponta do dedo para que possa aprender a ortografia, realizar

alguns intervalos curtos durante o estudo ou na leitura, bater com lápis, mexer

os pés ou segurar alguma coisa quando estuda, usar o computador reforçando

38

a aprendizagem por tocar na teclas aquilo que se aprende ou que está se lendo

para que possa aprender de maneira mais eficiente. Nesse estilo a pessoa

deve lembrar que ela aprende melhor, por fazer o que se aprende do que

simplesmente ler, ver ou ouvir.

Muitas pessoas ao redor do Mundo aprendem dois, três ou mais

idiomas, em diferentes épocas de sua vida, mas cada língua que se aprendia a

grande parte das poliglotas utilizavam meios semelhantes. Após verificar o seu

estilo de aprendizagem, os indivíduos podem começar a estudar o básico de

cada idioma. O básico envolvia pronunciações do idioma e entender a

gramática básica. Além das palavras terem pronúncias diferentes, vale

ressaltar que há idiomas que tem entonações diferentes, talvez quatro, sete ou

mais. A professora sugere que após aprender o tom certo, talvez seja

necessário criar um ritmo ou melodias. Apesar de o alfabeto de outro idioma

ser semelhante ao alfabeto a língua materna, não quer dizer que tenha a

pronúncia parecida. Um exemplo que possa citar é alfabeto da língua inglesa

com o alfabeto da língua portuguesa. Tem as mesmas letras, porém o modo

como se diz uma simples vogal é diferente, o "i" na língua inglesa se diz "ai”.

Praticar o alfabeto, principalmente se o idioma que se aprende utiliza um

sistema simbólico alfabético diferente da língua materna. Dependendo da

língua talvez seja necessário memorizar o número de traços de determinada

palavra para que possa tentar passar uma ideia correta na frase correta,

exemplos de idiomas com o sistema de ideogramas com a quantidade de

traços para que possa uma ideia certa é a língua japonesa, língua chinesa e

outras. Talvez se associar imagens de cada letra e som, o cérebro terá um

meio de associar uma letra ao seu respectivo som. Algumas vezes as

associações podem aparecer um pouco engraçada, porém se é um meio de

aprender e de o cérebro associar mais facilmente, é um caminho a ser

utilizado. Também deve se adaptar o modo como se ler a língua que se

aprende, talvez deva aprender a ler de cima para baixo, da direita para

esquerda como a língua japonesa e chinesa ou ler da direita para esquerda a

língua árabe. O ideal é começar com textos simples principalmente se for

textos infantis e em seguida passando por textos mais complexos com palavras

39

desconhecidas e a seguir começar a ler revistas e jornais. Os livros infantis são

de ótima referência para quem está começando na aprendizagem do idioma

estrangeiro, porque esses livros foram criados para crianças a lerem e a

entender o idioma. Desafiar a si mesmo por tentar o compreender o conteúdo

lido por não utilizar o dicionário. Ler livros e revistas que leu na língua materna

e tentar buscar no segundo idioma que se aprende. Como a pessoa já fez a

leitura na sua língua materna, ficará mais fácil fazer as conexões das palavras

de ambos os idiomas e prenderá a atenção do indivíduo se for uma leitura

gratificante. Ler jornais e revistas também é de grande ajuda, pois nos jornais e

revistas englobam vários assuntos e os textos são bem mais curtos se

comparar com um livro. Pode também comprar um dicionário de alta qualidade

ou acessar um dicionário online. Caso encontre uma palavra nova, marca essa

palavra no dicionário e buscar seus significados e como pode ser aplicado em

pelo menos uma frase. Pode também escrever essa nova palavra em um

caderno e estudar por esse caderno para que possa ficar pensando no idioma

escolhido. O ideal é comprar um dicionário ilustrado porque ajuda a aprender

as palavras mais comuns, como substantivos. Há idiomas que uma palavra

pode ter mais de dois ou mais significados, e observar as figuras facilita em

como aplicar em determinado contexto. Entender a gramática básica é por

aprender as vogais, consoantes e tons que é um momento para aprender o

modo como constrói uma frase, mas não limitar somente há um tempo verbal,

mas aprender passado, presente e futuro. Pense em substantivos mais

comuns, verbos em diferentes tempos e adjetivos mais expressivos. Alguns

sugerem que comece com sujeitos da frase (eu, tu, ele, nós, vós, e eles),

depois desse processo deve ir para verbos do tipo: ser, poder, estar, fazer.

Mais além de aprender a formação gramatical e o vocabulário, é de

grande importância dar atenção as regras da gramática. O exemplo é por citar

que "fulano vai feira" ou por falar que "fulano ir a feira", ambos passam certa

ideia, porém ambas as frase não estão escrita corretamente na formação

gramatical na língua portuguesa.Se não der a devida atenção a língua materna,

provavelmente irá acabar realizando o mesmo erro no idioma que se

aprende.Estruturar o idioma e como os sujeitos da frase, tais como masculino,

40

feminino, oculto, indeterminado, objetos que são inseridos de modo correto na

frase.Dominar a estrutura do idioma permite que possa realizar o maior número

possível de combinações com as palavras que são aprendidas.Saber realizar

perguntas, além de frases afirmativas e negativas nos tempos verbais de

passado, presente e futuro, onde possa usar os aproximados vinte verbos mais

utilizados na língua estrangeira que se aprende.Memorizar trinta ou mais

palavras por dia e frases continuamente, em noventa dias o indivíduo terá

aproximadamente um número de alta expressão em requisitos de palavras no

idioma que se aprende, a quem diga que nesse período de estudo a pessoa

possa ter oitenta por cento do idioma que estuda, porém isso talvez de uma

língua para outra.Apesar de ter diferentes estilos de aprendizagem, é

interessante escrever cada palavra por pelo menos doze vezes, pois irá fixar

cada vez mais na memória e que acaba de passar de uma memória de curta

duração para uma memória de longa duração e se acostumar como se

escreve, principalmente se for um alfabeto que apresenta letras diferentes do

alfabeto da língua materna.Experimentar essas palavras que estão mais

memorizadas em diferentes frases, isto acaba por ajudar a praticar cada vez

mais e lembrar destas palavras quando se precisar.Deve ser praticada

constantemente, pois se não usar irá por fim acabar esquecendo tanto como se

escreve como de que modo se emprega nas frases.E estudar adjetivos que

sejam bem expressivos e mais usados no cotidiano como: grande, pequeno,

gordo, magro, difícil, fácil, entre outros.Ouvir o idioma que se aprende é de

suma importância através de filmes, programas de televisão e áudio- aula de

cursos de idioma ou músicas para que possa memorizar as palavras que

deseja aprender.Porém só escutar as palavras não é o suficiente, o adequado

é repetir as palavras em voz alta.Há um método chamado de "shadowing", que

é um método eficaz e utilizado por muitas pessoas que sabem mais de um

idioma.O método é por colocar os fones de ouvido,andar de forma rápida e ao

mesmo tempo escutar o áudio do idioma, deve prosseguir caminhando e

escutando, e repetindo em voz alta e de maneira clara para que possa

memorizar, há uma grande possibilidade de associar o movimento com o

idioma e não vai estar somente focado na memorização.Usar áudio- livros ou

41

áudio - aulas de curso de idiomas, o indivíduo pode escuta o áudio em

qualquer momento da rotina diária, talvez em uma caminhada matinal ou por

escutar quando está indo ao trabalho, isso vai permitir que possa incrementar a

capacidade de compreensão daquilo se escuta e consequentemente a

pronúncia.Escutar segmentos de curtos com durações de aproximadamente de

trinta segundos à um minuto por várias vezes, até conseguir compreender

claramente o que escuta.E mesmo assim, às vezes é necessário escutar a

lição completa mais de duas vezes para aprender tudo que foi aprendido.Ver

filmes, telejornais, seriados e entre outros gêneros sem legenda, também é um

caminho para colocar em prática o que se aprende, por isso é essencial tem

um bom treinamento na parte auditiva.Escutar músicas no idioma estrangeiro

que se aprende é interessante e divertido pois prende a atenção da pessoa e

principalmente se for o ritmo de música que agrada a pessoa e tentar observar

o modo correto que se pronúncia as palavras.

Realizar esses procedimentos é bastante eficiente na aprendizagem,

mas o ideal é praticar com nativos da língua que se aprende. Só aprender o

idioma não é suficiente, mas deve colocar em prática o que se adquire no

período de estudos, porque por outro lado vai acabar esquecendo. Existem

meios para conversar com pessoas nativas do idioma aprendido, e um deles é

por procurar esses indivíduos na cidade que reside, mas caso não seja

possível o ideal é por fazer um curso de idiomas. Ao contatar um nativo,

aprender termos e ditados populares. Quando estiver em um nível mais

avançado, usar algumas expressões idiomáticas, apesar de não utilizar e de

não querer, pelo menos vai reconhecer e entender quando ler ou ouvir.

Através da conversa, o aprendiz do idioma vai ficar cada vez mais aperfeiçoado

no modo de se expressar e novas palavras vão sendo incluídos no léxico

mental. E também deve se lembrar o que foi citado anteriormente, que quando

deixa de evocar certa informação, essa informação vai se deteriorando e vai

ficar todos os mais difíceis de relembrar. A pessoa não deve ficar com

vergonha de falar o idioma, mesmo que ainda não fale fluentemente, pois

requer tempo para que possa ser aperfeiçoar. É bem difícil a pessoa ser fluente

sem conversar com um nativo, incentivar um amigo a aprender o idioma

42

também é de grande ajuda. Não deve hesitar em falar o idioma com nativos e

em público, pois isto irá permite que o aprendiz do idioma possa dominar mais

facilmente e de maneira eficiente. Pode pedir que o nativo corrija caso

pronúncia algo que não esteja de acordo gramaticalmente, tentar usar o idioma

em eventos sociais. Esforçar em sempre estar pensando no idioma que está

aprendendo.

Talvez algumas pessoas possa a vim a pensar que será um processo

difícil na aprendizagem de um novo idioma e que não tem o Q.I suficiente para

aprender outro idioma. Esse tipo de raciocínio é uma ideia infundada, pois o

cérebro dos humanos são semelhantes, desde uma extremidade da Terra para

outra extremidade. O que pode diferenciar talvez sejam os estímulos de uma

pessoa para outra. Porém atualmente há pesquisas que afirma que indivíduos

podem aprimorar o seu Q.I, que apresenta diferentes maneiras de incrementar.

Um dos primeiros métodos é fazer o seu poder do cérebro aumentar

fazendo atividades que o desafiam e ao mesmo tempo seja divertido. Jogos de

tabuleiros podem ser de grande ajuda tais como: xadrez e dama. Fazer caça-

palavras, sudoku, palavras-cruzadas entre outros jogos é um dos métodos

recomendados. E mesmo de após acabar uma determinada atividade e

finalizar, é interessante continuar e aumentar o nível de dificuldade que vai

melhorando o processo de raciocínio lógico.

A segunda maneira é por jogar jogos lógicos e/ou RPG Games. Ambos

os jogos devem usar um raciocínio lógico e contínuo para resolver diferentes

quebra-cabeças. A maioria dos aparelhos eletrônicos pode instalar diferentes

jogos com essa classificação e há vários títulos ficando a critério de cada

pessoa.

A terceira maneira é por jogar vídeo game. Games podem ser de grande

ajuda em estimular o cérebro, especialmente que deve resolver problemas de

maneira eficiente o que acelera o raciocínio. Estudos científicos apresentam

que quem joga o famoso jogo Tetris, a eficiência na atividade cerebral

aumentou. Jogos que tendem a ser realistas e detalhados, o jogo geram uma

atmosfera de realismo para o jogador, e promove estímulos no cérebro, e usará

cada vez mais ações reflexas.

43

Atividades físicas são de ajuda, pois se apresenta uma vida saudável

com o corpo o cérebro irá se beneficiar. A mesma rotina sendo realizada vez

por vez, todo dia o mesmo processo de sentar no mesmo lugar, ir pelo caminho

é algo ruim para o cérebro. O cérebro gosta de novidades, então estudar

arquitetura ou alguma atividade que possa representar visualmente é muito

importante para o cérebro. Com novidades, o cérebro libera o neurotransmissor

dopamina, o que incrementa a capacidade dos neurônios e a sensação de

satisfação. Quanto mais estuda, mais sabedoria haverá e consequentemente o

resultado será o crescimento da inteligência.

Escrever textos em folhas ou no próprio computador usando a mão

oposta do que a dominante. Ou seja, o indivíduo que escreve com a mão

direita, tentar escrever com a mão esquerda. Isso é um dos meios de estimular

o outro lado do cérebro, que não é dominante. Todos têm um lado mais

enraizado do que o outro no fator lateralidade. Quando trabalha ambos os

hemisférios do cérebro, a capacidade do cérebro é incrementada dando

percepções e compreensão do corpo de uma forma geral.

Há evidências de que quanto mais empenhado a pessoa em adquirir

notas boas, melhor será a incrementação da inteligência. Cientistas

apresentam que indivíduos que com notas boas e profissionais que trabalha

constantemente com planejamentos, o cérebro desses indivíduos é

anatomicamente um pouco mais largo. Portanto, aprendizagem em escala

intensa e constantemente desafiando o cérebro é outro meio de aumentar a

capacidade cognitiva do cérebro.

O indivíduo ser ativo na comunidade em que vive e com o mundo ao

redor é importante. Pois interagir com outras pessoas, terá outras opiniões e

outras ideias, e irá aprender mais. Não precisa concorda com tudo que se

escuta, mas acaba fortalecendo suas próprias ideias, adaptando a novas

informações e crescendo em aspecto de conhecimento não só de do ambiente

em que se apresenta, mas sim do mundo.

Leitura constante é importante para habilidade de compreensão do

cérebro e encorajando a concepção crítica. Ler um livro que nunca foi lido

antes, permite que se abram outros horizontes e incrementa o Q.I.Leitura de

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diferentes gêneros é mais produtivo, como ler jornais, e revistas de diferentes

períodos e manuais técnicos.Fazer leitura de algo que é tão comum e de fácil

compreensão, talvez não seja tão eficiente como ler algo de nível alto.Ler

histórias, contos que requer atenção e que tenha palavras que não conhece, é

um outro método de incrementar o conhecimento.

Uma boa alimentação é também importante para um bom

funcionamento do cérebro. Evitar comer todo dia comer comida gordurosa,

para que os vasos sanguíneos não venham ter nenhum tipo de problema

cardiovascular como entupimento das artérias e possa fluir o sangue para o

cérebro. Comer peixe é uma boa alimentação para o nosso cérebro, porque

apresenta ômega 3.

Um grupo de pesquisadores suecos realizaram pesquisas e descobriram

que algumas determinadas partes do nosso cérebro crescem quando nos

empenhamos em aprender uma língua estrangeira em um curto espaço de

tempo.Os pesquisadores da Universidade de Lund selecionaram 14 estudantes

da Academia de Intérpretes das Forças Armadas da Suécia. Esses jovens são

submetidos a uma rotina superintensiva para aprender em apenas 13 meses, a

falar fluentemente russo, árabe egípcio ou dari (dialeto persa usado no

Afeganistão). Nenhum deles tinha qualquer conhecimento prévio da língua

estudada e, para que conseguissem a atingir ao objetivo, entraram em uma

rotina que envolve aulas diárias de oito horas da manhã ao final da tarde, que à

hora de ir dormir. Os autores escreveram que os intérpretes da academia

estudaram numa intensidade sem nenhuma comparação a qualquer outro

curso do sistema educacional sueco. O curso requeria a aprendizagem de

trezentas a quinhentas novas palavras por semana. Das centenas de

candidatos inscritos para o serviço de intérprete somente trinta candidatos

entraram, e ambos já sabiam dois ou três idiomas, além do língua sueca

quando começam as aulas.

Para que pudesse realizar um futuro parâmetro de comparação, a

equipe de Mårtensson selecionou dezessete alunos de medicina e de ciências

da cognição da universidade sueca de Umeå. Eles também convivem com uma

rotina universitária pesada, mas sem foco em aprender idiomas estrangeiros.

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Os dois grupos realizaram exames de ressonância magnética, um

mapeamento do cérebro, antes do início das aulas e após três meses dos seus

respectivos cursos. O resultado é que algumas das regiões do cérebro dos

intérpretes cresceram enquanto que entre os universitários de Umeå, não foi

registrada a mesma alteração.

As áreas que sofreram alterações foram o hipocampo e três partes do

córtex cerebral. Em média, o hipocampo dos intérpretes registra um aumento

de 75 milímetros cúbicos em seu volume enquanto que a espessura das três

partes do córtex, entre o mesmo grupo, aumentou 0,06 milímetros, em média.

De acordo com o pesquisador, o estudo conseguiu medir os efeitos que o

aprendizado de uma nova língua em um nível intensivo causa no cérebro, algo

que não havia sido feito antes, como diz o pesquisador. Segundo o

pesquisador, aprender línguas é uma boa forma de deixar o cérebro em forma.

Aprender um ou mais idioma, requer o mesmo processo sendo que

independente da língua estrangeira que se escolha para aprender,

praticamente todas as línguas tem as mesmas estruturais gramaticais. Em

grande parte dos idiomas, ambas apresentam as frases contendo o sujeito, os

substantivos, as qualidades apresentadas (adjetivos), advérbios, a ação que

está sendo realizada com os verbos mais usados e o local que ocorre a ação,

os idiomas também apresentam cumprimentos e apresentações, pedidos de

desculpas, frases afirmativas, frases negativas, frases de condicionais, entre

outras estruturas apresentadas. Independente do idioma estrangeiro que o

indivíduo deseja aprender, todos os idiomas requerem atenção e empenho. Se

realizar os procedimentos que foram citados anteriormente, poderá ajudar o

processo dos estudos de qualquer idioma. Pode também devolver seus

próprios meios de aprendizagem.

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Conclusão

Para aprender qualquer na coisa na vida, o indivíduo deve fazer aquilo

que deseja, ou seja, a motivação. A motivação é a base para que o processo

de aprendizagem seja mais rápido e eficiente. Com um novo idioma, a pessoa

tem a chave para acesso há uma nova cultura, um caminho que permite entrar

em outra sociedade, que pode aumentar o conhecimento da pessoa e

aumentar o horizonte de como enxergar as coisas de outro jeito. Mas ter só

motivação ainda não será o suficiente, porque se não existir reforços, o

conteúdo que se adquire irá se perder. Há vários métodos para aprender um

novo idioma, então deve descobrir qual é o recomendado para cada pessoa e

após isso seguir em frente com os estudos. No entanto muitas pessoas não

aprendem um novo idioma com certo receio de não conseguir aprender, ou,

não saber por qual recurso utilizar para começar os estudos. Portanto, este

trabalho foi desenvolvido com o objetivo de ajudar as pessoas a querer

aprender um novo idioma e fazer com que o indivíduo descubra o estilo de

aprendizagem e as vantagens que existem em ter outro idioma. Após descobrir

o estilo de aprendizagem, pode utilizar recursos que permite aprender o idioma

desejado e depois é só começar os estudos. Porém, deve lembrar que para ter

êxito e eficiência não requer somente o desejo da pessoa para aprender outro

idioma, mas deve dedicar ao idioma e criar uma rotina de estudo. No princípio

pode parecer difícil os estudos do novo idioma, mas com o tempo o próprio

aprendiz do idioma irá observar que o esforço não será uma recompensa por

um curto período de tempo, mas sim por toda a vida.

47

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Webgrafia:

www.educationplanner.org

www.veja.abril.com.br

www.wikihow.com.br

49

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 9

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I

MOTIVAÇÃO E AS DIFERENTES MEMÓRIAS NA

APRENDIZAGEM 12

CAPÍTULO II

LÉXICO MENTAL E O BILINGUISMO NA FASE DE AQUISIÇÃO 22

CAPÍTULO III

ESTILOS DE APRENDIZAGEM 37

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

ÍNDICE 50

50