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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUA ÇÃO LATO SENSUAVM FACULDADE INTEGRADA AUDITORIA INTERNA: Redução de fraudes com a aplicação de controles internos Por: Saulo da Silva Rodrigues Orientadora Prof. Luciana Madeira Rio de Janeiro 2013 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AUDITORIA INTERNA:

Redução de fraudes com a aplicação de controles internos

Por: Saulo da Silva Rodrigues

Orientadora

Prof. Luciana Madeira

Rio de Janeiro

2013

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

AUDITORIA INTERNA:

Redução de fraudes com a aplicação de controles internos

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Auditoria e Controladoria.

Por: Saulo da Silva Rodrigues

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AGRADECIMENTOS

....aos amigos, minha esposa e companheiros de

trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas que, de

alguma maneira, contribuíram para que eu

alcançasse o meu objetivo. Família, amigos e

professores.

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RESUMO

Para evitar e defender-se contra as fraudes, é necessário saber como

as mesmas se processam. Que elementos podem ser criados para permitir

confiança e confiabilidade nas informações geradas. Estudando os vários tipos

de fraudes e de depravação dos costumes e revendo os controles, podemos

proteger o patrimônio da organização, através da pesquisa das fraudes e da

tecnologia disponível para evitá-las.

Neste estudo abordaremos os conceitos que norteiam o assunto objeto

da análise, a aplicação da auditoria interna, seus fundamentos, modelos e

métodos, uma breve descrição das diferenças entre auditoria interna e externa

e seus modelos de avaliação.

O objeto deste trabalho é abordar como a prática de controles internos

podem ajudar a empresa na diminuição das fraudes e contribuir para a

melhoria de seus processo.

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METODOLOGIA

Com objetivo de evidenciar o uso de práticas de controles internos pelas

empresas com foco na prevenção de fraudes. A elaboração deste trabalho foi

baseada nas pesquisas bibliográficas realizadas em livros relacionados ao

assunto abordado, sites, normatização e estudos de casos já publicados.

A pesquisas baseou-se em trabalhos publicados nos últimos o 15 anos,

tendo como base obras relevantes de Ching, Crepaldi, Oriá Filho, Parodi entre

outros, sendo os principais temas abordados, auditoria, controles internos e

fraudes.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I – CONCEITOS 10

CAPÍTULO II – AUDITORIA INTERNA 20

CAPÍTULO III – REDUÇÃO DE FRAUDES – CONTROLES INTERNOS 33

CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASO

General Electric do Brasil - GE 42

CONCLUSÃO 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 49

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INTRODUÇÃO

No mundo globalizado e competitivo todas as organizações

independente do seu porte ou ramo de atividade buscam um diferencial para

maximizar seus lucros e se manterem no mercado, investem em ferramentas

de gestão e inovação para surpreender seus clientes e a concorrência, porém

muitos gestores por vezes acabam negligenciando seus processos internos, o

que torna a organização vulnerável, logo procedimentos fraudulentos se

beneficiam dessa falha e todo o esforço despendido para se obter vantagem

competitiva se torna ineficaz, gerando prejuízo e em alguns casos a quebra da

empresa.

A fraude é um problema real e atual, diante desse fato há necessidade

de reunir esforços para coibir, minimizar as conseqüências de tal prática,

investindo em uma política de controle internos, que visa padronizar, monitorar

e controlar seus processos, de forma a mitigar o dolo para a organização.

O investimento em auditoria e controles internos podem se tornar uma

importante ferramenta de vantagem competitiva, pois com a implementação de

seus métodos, além de prevenir e combater a fraude, com a atuação dos

controles internos poderão ser identificadas possíveis falhas em processos

administrativos, e influenciar positivamente na cultura organizacional das

empresas.

Diante desse cenário surgiu o seguinte problema para ser respondido:

Os controles internos podem contribuir para a diminuição dos riscos de fraudes

nas organizações?

O estudo aqui elaborado tem por objetivo dar subsídios para responder

ao problema levantado, bem como fornecer uma visão sobre o tema. Serão

abordados os conceitos relacionados ao tema, tais como a fraude, seu inicio,

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sua forma e tipo, verificar o perfil dos fraudadores, os conceitos de controles

internos.

O estudo também abordará as diferenças entre auditoria interna e

externa e os tipos de auditoria aplicadas as organizações, além da

evidenciação da redução das fraudes mediante a aplicação dos controles

internos. Para reforçar o estudo foi incluído no trabalho, um estudo de caso

relacionado ao tema.

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CAPÍTULO I

CONCEITOS

O estudo começa por uma breve descrição dos itens que serão

abordados durante o trabalho, os quais são essenciais para que se entenda

melhor os mecanismos e movimentos que envolvem a corrupção e a fraude, de

um modo geral.

1.1. A Fraude

A palavra fraude tem origem do latim fraus, fraudis, e significa: engano,

má-fé, logro. É normalmente compreendida como o engano malicioso, o

procedimento astucioso, intentado de má-fé, destinando a encobrir a verdade

ou a contornar um dever.(MICHAELIS, 1998).

Tem como alicerce atos que causem prejuízos a outrem, de forma que

sua prática. Tem como finalidade o não cumprimento de deveres legais. O ato

é intrinsecamente verdadeiro, mas deriva de causa ilícita, que foge de seu

objetivo social e legal. Para tanto, o fraudador utiliza-se de atos que o direito

permite ou simplesmente não proíbe.(FERREIRA, 1999).

De maneira geral e popularmente conhecida a fraude é um ato

repudiado na sociedade, pois com esta ação o responsável se beneficia em

função de prejudicar alguém, no caso as empresas.

1.2. O Início da Fraude

Como as fraudes são maquinações, elas possuem raízes ou caminhos

iniciais. Um destes caminhos é o de procurar conhecer a fragilidade dos

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controles. Em geral, de início, comete-se um pequeno engano, para verificar-

se como este é percebido. Se o erro não é detectado, se passou

despercebido, é sinal de que coisas maiores podem ser feitas.(PEREIRA,

2009).

Se o fato é percebido, apela-se para uma desculpa, mas, se nada

sucede, é sinal de que o sistema de controle pode estar falhando. Na

ausência, entretanto, de qualquer exigência de prestação de contas, passa-se

então a repetir o processo. Ao perceber-se que os coniventes passivos estão

ao seu dispor, pratica-se com segurança o crime contra o patrimônio da

empresa.(ORIÁ FILHO, 2011).

Fica evidente que a fraude inicia-se muitas das vezes por pequenos

atos, que ganham proporção à medida em que esse ato vai dando resultado ao

fraudador e a empresa não identifica tal ação seja por negligência ou mesmo

por não possuir um controle eficiente em suas operações.

A fraude não é um mal que atormenta apenas grandes corporações, ela

pode se dar em pequenas, médias e grandes empresas, de qualquer ramo e

atividade. Muitos acham que as fraudes surgiram com a globalização, no

entanto isso não é privilégio da nossa época, do momento em que vivemos

hoje. São situações que se arrastam ao longo de toda a história das

civilizações. (ORIÁ FILHO, 2009). como afirma RASMUSSEN (1988):

"Desde os tempos remotos da história da civilização do homem, nas épocas do classicismo, pré-colombiano, idade média até a época atual, os homens que possuem poderes, em certas circunstâncias, têm abusado destes poderes para se enriquecer e lesar as instituições das quais obtiveram confiança e poder." (p.1)

A partir da afirmativa do autor, constata-se que em períodos antes de

Cristo já existiam atos que caracterizavam indícios de fraudes, como o fato

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histórico de Cesar Augustos, imperador de Roma, que mando seu general, o

Tribuno Clemencius Varus , no ano de 63 a.c., comprar armas e alimentos

para preparar as legiões romanas a fim de enfrentar rebeldes tribos

germânicas, lideradas pelo Conde Hermanus der Kerusker na floresta de

Teuteburgo. O citado general pegou o dinheiro fornecido pelo imperador e

desviou a verba para pagar suas dividas de jogo, esta ação do general deixou

a tropa do imperador desguarnecida, o que culminou na perda da histórica

batalha de Teuteburgo, custando ao império romano a perda do controle da

região mais estratégica da Europa Continental (RASMUSSEN, 1988), sem

dúvida esse processo de desvio colaborou para a queda do império romano

que ocorreria trinta anos depois.

Apesar do exemplo citado acima datar-se em período antes de Cristo,

retrata bem o poder devastador que uma fraude pode causar, isso ocorreu em

um império de proporções gigantescas, imagina em empresas o que pode

causar.

1.3 Formas e Tipos

GONÇALVES (1967), relata:

"A verdade é uma só, mas as falsidades dela são numerosas. variam com as vantagens ilícitas pretendidas, com as resistências ou vigilâncias, com os recursos intelectuais do fraudador. Daí as formas de fraudes serem ilimitadas, variando também com as sociedades e as épocas. A variedade de fraudes é ilimitada. Varia com a posição do empregado, suas atribuições, o setor de atividades na empresa, sua imaginação, audácia e habilidade".(p.37 e 44).

MARANGUAPE (2013), lembra que no cotidiano da sociedade brasileira,

tantas e de tão variadas forma e tipos são as fraudes praticadas diariamente

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por todas as camadas sociais, que já viraram rotina e não assustam mais

ninguém, quando aparecem nos meios de comunicação.

Segundo PARODI (2005), existem dois grandes grupos de fraudes nas

quais podem ser incluídas a maioria delas:

"1. Fraudes do tipo "Advance Fee" - aquelas onde com alguma desculpa o fraudador pede algum tipo de sinal ou adiantamento, a qualquer título (por exemplo custos documentais ou advocatícios, seguros, subornos, impostos etc...), para conseguir em favor da vitima um suposto benefício muito maior. O objetivo é ficar com o valor adiantado e deixar a vítima na mão. 2. Fraudes do tipo "Capital Vanish" - aquelas fraudes onde com alguma boa desculpa o fraudador toma posse ou controle direto ou indireto de um valor (normalmente dinheiro) de propriedade da vitima, através da promessa de conseguir uma vantagem relevante (juros elevados, lucro comercial elevado, financiamento a taxa reduzida etc...), e faz com que este montante desapareça (o destino final é sempre o bolso do fraudador). Frequentemente (mas nem sempre), os meios adotados para conseguir este resultado são sutis e engenhosos e mostram um profundo conhecimento do mecanismos legais do mercado."(p.4 e 5).

Nas empresas as fraudes são desencadeadas em seu âmbito interno,

denominadas "fraudes internas", nessa linha PARODI (2005), apresenta outra

classificação de divisão:

A) Fraudes com registro nos livros contábeis

B) Fraudes sem registro nos livros contábeis

Dentre as frades com registro nos livros contábeis, destacam-se:

· Faturamentos irregulares;

· Lançamento de pagamentos indevidos ou fictícios;

· Reembolsos irregulares ou falsos;

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· Alterações, desvios e/ou roubos nos estoques de mercadorias e

bens da empresa;

· Troca de dinheiro da empresa por recebíveis;

· Lançamentos de gastos irregulares;

· Omissões ou falsificações nos registros de operações contábeis ou

de recebíveis;

· Falsificações de faturas ou documentos contábeis;

· Operações financeiras irregulares.

Em relação as fraudes sem registros nos livro contábeis, destacam-se:

· Descontos excessivos ou indevidos à clientes;

· Frequentes vendas com desvio de valor;

· Descontos de fornecedores não repassados à empresa;

· Corrupção geral;

· Ganho de comissões em troca de vantagens;

· Desvio de clientes ou negócios da empresa para outra entidade;

· Negociações de créditos ou dívidas;

· Concessões e benefícios em favor de amigos ou outros tipos de

conflitos de interesses.

Existem diversas formas de classificar, segmentar, agrupar as fraudes

muitos autores se complementam outros divergem, porém todos reconhecem

que a fraude nas empresas é o mal a ser combatido, e que seus reflexos são

por vezes devastadores, influenciando diretamente na perpetuidade da

organização.

1.4. O que leva alguém à praticar fraude

Se o ato de fraudar é repudiado por todos, porque é grande o número de

casos de fraudes com cada vez mais participantes, de todas as classes

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sociais, crenças e etnias, o que leva o ser a prática o ato de fraudar, GIL

(1999), diz que a motivação do fraudador está centralizada em três vertentes:

"1. natureza da satisfação que terá ao perpetrar a fraude ou conivência; 2. aposta na impossibilidade de ser descoberto ou identificado por dificuldades na apuração de provas; 3. expectativa de não ser punido, na eventualidade de ser provada sua ação dolosa no evento, em face da fragilidade de normas e legislação ou de eventuais dificuldades operacionais da organização."(p.23).

Cada individuo é único em sua formação, características, pensamentos

ideologias e crenças, apesar das pessoas se reunirem em uma "comunidade"

o que pode induzir o comportamento de um ser, tornando possível

parametrizar suas ações, deste modo SOUZA (2009), demonstrou o chamado

"Triângulo da fraude", balizadas em três vertentes: pressão, oportunidade e

racionalização.

"Pressão: é o que leva as pessoas a cometerem a fraude.Na maioria dos casos advém de um necessidade significativa ou problema financeiro. Muitas dessa necessidades são visíveis aos olhos do fraudador, a pessoa acredita por qualquer que seja a razão, que seu problemas possa ser resolvido em segredo. Exemplos:

· Dividas; · Vingança; · Vícios - álcool, drogas jogos, etc; · Pressões familiares; · doenças; · Pressões financeiras; · Coerção ou ameaça; · Necessidade para atender metas de produtividade

no trabalho; e · Desejo de símbolo de status, como uma grande

casa, um bom carro, etc. Oportunidade: é a habilidade para cometer a fraude. Ela é criada pela fragilidade dos controle internos, pobre

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gerenciamento e/ou através do uso de uma posição de autoridade. Falhas para estabelecer adequados procedimentos para detectar atividades fraudulentas também aumentam a ocorrência de fraude. Exemplos:

· Controles internos ineficazes; e · Ausência de fiscalização / regulamentação.

Racionalização: justificativa para cometer a fraude e/ou possibilidade de criar situações para que o responsável pela irregularidade possa justificar seus atos. Algumas racionalizações comuns para cometer fraudes são:

· A pessoa acredita que cometer fraude é justificado para salvar um membro da família ou alguém amado;

· Por causa de insatisfação no trabalho (salário, ambiente, tratamento recebido pelos superiores), a pessoa acredita que algo a mais é devido; e

· A pessoa é inapta para entender ou não se importa com as consequências de suas ações ou de aceitar noções de decência e confiança.

Muitos são os fatores que levam as pessoas a burlarem a norma, a

ética, os padrões de decência, em prol de benefício próprio sem se importar

com as consequências que isso pode acarretar, é característica do fraudador

não pensar em quantas pessoas ele está prejudicando, tendo em vista que o

bem estar, e a perpetuidade das atividades de uma empresa refletem

diretamente no bem estar de uma pessoa, de uma comunidade, estado ou

nação.

Diante do mapeamento realizado por diversos especialista na área, em

busca de descobrir a real causa que torna o individuo um fraudador, todos ele

concordam em uma premissa, a falta de acompanhamento e controle interno

da operações de uma empresa é a principal porta de entrada para motiva o

individuo a cometer uma fraude contra uma empresa.

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1.5. Controles Internos

segundo o dicionário MICHAELIS (1998), a palavra "controle" significa

o ato de dirigir e qualquer serviço, fiscalizando e orientando do modo mais

conveniente. É o processo pelo qual uma sociedade ou grupo procura

assegurar a obediência de seus membros por meio dos padrões de

comportamento existentes.

CASTRO (2008), apresenta a definição de controle da seguinte forma:

"A palavra controle é originária de contre-role, registro efetuado em confronto com o documento original, com a finalidade da verificação da fidedignidade dos dados. No italiano, controllo é o mesmo que registro ou exame. Consagrou-se o vocábulo, na técnica comercial, para indicar inspeção ou exame que se processa nos papéis ou nas operações registradas nos estabelecimentos comerciais."(p.27)

"Interno" é o que está dentro, em seu corpo, dessa forma juntando as

palavras temos o controle interno, pegando a raiz do significado de cada

palavra, pode-se dizer que controle interno é o ato de se manter a

conformidade dos processos de uma empresa, sempre com foco em seus

processos, no ambiente interno da organização.

Por controles internos entende-se todos os instrumentos da

organização destinados à vigilância, fiscalização e verificação administrativa,

que permitam prever, observar, dirigir ou governar os acontecimentos que se

verificam dentro da empresa e que produzam reflexos em seu patrimônio.

(FRANCO e MARRA, 2009).

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A Financial Accounting Standards Board (FASB), define controles

internos da seguinte forma:

"controle interno consiste num conjunto de políticas e

procedimentos que são desenvolvidos e operacionalizados

para garantir razoável certeza acerca da confiança que pode

ser depositada nas demonstrações financeiras e nos seus

processos correlatos, bem como na correta apresentação

daquelas demonstrações financeiras, garantindo que foram

preparadas de acordo com os princípios de contabilidade

geralmente aceitos e que incluem políticas e procedimentos

de manutenção dos registros contábeis, aprovações em

níveis adequados e salvaguarda de ativos." (2013).

Para ALMEIDA (2009) o controle interno representa em uma

organização, o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com os

objetivos de proteger os ativos, produzir dados contábeis e ajudar a

administração na condução ordenada dos negócios da empresa.

Diante dos conceitos apresentados é possível interpretar que controles

internos são medias adotadas para manter o controle da empresa, evitando a

vulnerabilidade dos processo de uma empresa, com vista a mitigar casos de

fraudes que possam manchar a imagem da instituição ou mesmo a sua

falência.

Apesar de muitos especialistas defenderem o conceito de controles

internos com foco, na maioria das vezes, na parte financeira, no patrimônio, o

que de certo modo ao final do processo fraudulento é verídico. Controles

internos podem ser aplicados em todos os processo da empresa, fiscalizando

todas as áreas da organização.

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No capitulo seguinte será abordado o tema relacionado à auditoria

interna, seus conceitos e as principais diferenças entre auditoria interna e

externa.

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CAPÍTULO II

AUDITORIA INTERNA

2.1. Auditoria interna x Auditoria externa

A expansão das empresas causou uma grande necessidade de criação

de normas e procedimentos internos nos quais deveriam ter o devido

acompanhamento, a fim de verificar se estes estão sendo seguidos

corretamente pelos funcionários da empresa. Esta verificação é realizada pela

auditoria interna.

A auditoria interna realiza a verificação de todos os processos da

empresa, como: contábeis, administrativos e de produção, permitindo que a

empresa realize um acompanhamento constante nestes processos,

descobrindo erros e falhas as quais se originam de falhas do controle interno.

ALMEIDA (2009), adota a seguinte teoria para o surgimento do auditor

interno:

"O auditor externo passava um período de tempo muito curto na empresa e seu trabalho estava totalmente direcionado para o exame das demonstrações contábeis. Para atender a administração da empresa, seria necessária uma auditoria mais periódica, com maior grau de profundidade e visando também as outras áreas não relacionadas com a contabilidade (sistema de controle de qualidade, administração de pessoal etc.)".(p.29)

ALMEIDA (2009), ainda defende que a atividade de auditor interno é

uma derivação do auditor externo, que por sua vez veio do contador.

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Para CREPALDI (2007), auditoria interna é definida de seguinte forma:

" Constitui o conjunto de procedimentos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação e eficácia dos controles internos e das informações fiscais, contábeis, financeiras e operacionais da entidade. "(p.25)

Uma atividade de avaliação independente dentro da empresa que se

destina a revisar as operações, como um serviço prestado a administração.

(CREPALDI, 2007). A auditoria interna realmente visa a realizar uma revisão

para que seja constatada a veracidade das informações fornecidas.

Mas para quem interessa a apuração da veracidade das informações

fornecidas. Os principais interessados, segundo (FERREIRA, 1999), são:

• Acionistas: Aqueles que têm ação de sociedade anônima, acionário;

• Donos: São os proprietários, aqueles que têm controle absolutamente sobre

a empresa;

• Investidores: aqueles que aplicam ou empregam capitais, recursos ou meios

na empresa;

• Empregados: Aqueles que exercem emprego ou função na empresa;

• Clientes: Aqueles que compram, fregueses;

• Fornecedores: Aqueles que fornecem ou se comprometem em fornecer

mercadorias;

• Sindicatos: Associação de pessoas de uma mesma categoria profissional;

• Governo: Ato ou efeito de governar-se, domínio, controle, regime político de

um estado.

Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle

interno sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários estão

cumprindo o que foi determinado no sistema ou se o sistema não deveria ser

adaptado às novas circunstâncias (ALMEIDA, 2009).

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O autor faz referência à importância da realização da auditoria interna

nas empresas, pois estas são capazes de determinar com exatidão se as

normas e o sistema de controle interno nos quais foram implantados, estão

sendo cumpridos de forma a satisfazer os anseios dos gestores, para que

estes estabeleçam o sucesso destes ou tomem a decisão de modificá-los,

adaptando-os de forma a executarem o propósito pelos quais foram criados.

As técnicas utilizadas tanto pela Auditoria Externa, como pela Auditoria

Interna, são as mesmas. A auditoria em geral procura voltar-se ao Controle

Interno das empresas, pois iniciando pelo Controle Interno esta poderá realizar

seus exames a fim de identificar possíveis falhas no processo dos diversos

setores da empresa e proporcionar a recomendação de melhorias nestes

setores para que estes não venham a conter mais falhas.

Com base nas definições abordadas por (CREPALDI, 2009), pode-se

identificar as seguintes características:

• Auditor externo é independente, contratado para determinada tarefa de

auditoria, enquanto o auditor interno é empregado da empresa sem

independência;

• As tarefas do auditor externo são delimitadas no contrato, enquanto as

tarefas do auditor interno são tão abrangentes quanto forem as

operações da empresa;

• A auditoria externa é eventual, enquanto a auditoria interna é periódica;

• O processo utilizado em ambas é analítico e as técnicas assemelham-

se;

• As bases em que se assentam os exames são as mesmas: a

escrituração, os documentos e os controles;

• Os resultados assemelham-se.

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Diante das características identificadas, observa-se as principais

diferenças, (CREPALDI, 2007):

AUDITORIA EXTERNA AUDITORIA INTERNA

Auditor é independente O auditor é empregado da Empresa

sem independência

As tarefas são delimitadas

no contrato

As tarefas abrangem todas as

operações da empresa

É realizada eventualmente É realizada periodicamente

Fonte: CREPALDI (2007).

Basicamente a auditoria externa o trabalho é realizado por contratação

de profissional independente da empresa, o qual possui o objetivo de atender

a necessidade dos interessados na empresa, verificando as informações

contábeis da empresa, tanto das contas do balanço patrimonial, como das

contas de demonstração de resultados da empresa, constatando assim, a real

situação das mesmas.

A auditoria externa é realizada periodicamente nas empresas, sendo as

S/As – (Sociedades Anônimas), obrigadas por lei a realizarem esta auditoria

sempre que forem publicar seu balanço patrimonial e visam através do auditor

independente dar o devido respaldo a estas informações.

Na auditoria interna o trabalho é realizado por funcionário da própria

empresa, onde este possui o objetivo de satisfazer as necessidades da

administração da empresa, realizando a revisão das operações, como,

também, do controle interno, com o intuito maior de aperfeiçoar estas

operações e induzir aos componentes da empresa a seguirem as normas

estabelecidas pela empresa.

Os trabalhos de auditoria interna podem ser divididos em relação aos

procedimentos operacionais e aos de responsabilidades administrativa,

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possuindo como preocupação maior, a detecção e prevenção de fraudes e

erros dentro das empresas, os quais trazem prejuízos. Na auditoria interna os

trabalhos ocorrem de forma continuada, revisando continuamente todas as

operações da empresa e devendo ser realizada por pessoa independente com

relação às pessoas da qual este examinará os trabalhos, porém, subordinado

apenas à administração da empresa.

É importante compatibilizar os métodos de trabalho da auditoria interna

e dos auditores independentes, em especial nas questões relativas à

avaliação dos controles internos, critérios na fixação de testes de observância

e substantivos, sinais e referencias adotadas nos papeis de trabalho e

cronograma de trabalho (CREPALDI, 2007).

A compatibilização dos métodos de trabalho da auditoria comentada

pelo autor objetiva facilitar o trabalho do auditor externo que aceita o trabalho

do auditor interno como sendo seu, e com isto, reduz bastante o tempo de

permanecia do auditor externo no campo, reduzindo desta forma o custo da

empresa em honorários para o auditor externo.

A auditoria em geral também pode ser classificada de acordo com sua

natureza, podendo esta ter caráter permanente, eventual ou até mesmo de

balanço para fins específicos. No caso da auditoria permanente, a mesma

pode também ser subdividida em dois tipos: auditoria continuada e auditoria

periódica.

A auditoria externa pode também ser executada em caráter

permanente, o que ocorre quando o auditor externo faz um programa de visitas

constantes, além de realizar seu trabalho durante vários anos, sem solução de

continuidade (FRANCO e MARRA, 2009).

Concluindo a afirmação dos autores, a auditoria externa em caráter

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permanente é denominada de auditoria periódica e como o nome já diz, é

realizada periodicamente, quando visitas periódicas estão previstas no

programa do auditor.

A auditoria interna por convicção possui caráter permanente, é

denominada de auditoria continuada, pois esta é realizada dentro da empresa

de forma continuada, realizando a verificação de todos os controles contábeis

e administrativos, detectando falhas e deficiências destes controles, trazendo

vantagens relevantes a empresa e ao auditor, vantagens as quais (FRANCO e

MARRA, 2009), citam abaixo as vantagens para a empresa e para o auditor:

a) O auditor faz uma só vez o levantamento do sistema de organização e

controles internos da empresa, para sua avaliação e consequente

programação da auditoria. Se a empresa contrata esporadicamente auditores,

cada um deles deve proceder, antecipadamente, esses levantamentos,

onerando o custo do serviço. A atualização dos programas de auditoria, já

executados anteriormente, é mais simples do que a elaboração de novos

programas;

b) Conhecidas as falhas e as deficiências da organização e dos controles da

empresa, o auditor não somente aponta essas anomalias, mas também tem

interesse em sua regularização,para facilitar seu trabalho futuro;

c) A familiarização do auditor com a organização e as operações da empresa

torna mais eficiente seu trabalho, o que reduz o tempo necessário para

execução e, consequentemente, seu custo;

d) O fato de a empresa possuir auditor externo em caráter permanente, que se

torna conhecedor de suas operações e seus problemas, permite ao auditor dar

à empresa, também em caráter permanente, eficiente assessoramento em

assuntos contábeis e fiscais;

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e) Realiza os elementos prévios, para programação da auditoria, apenas uma

vez, limitando-se a fazer modificações futuras no programa, somente em caso

de alteração nas condições da organização e controles da empresa;

f) A familiarização com as operações, os controles e a organização da

empresa simplificam seu trabalho, permitindo-lhe maior grau de segurança nos

elementos de convicção que recolhe para julgamento;

g) A existência de cliente em caráter permanente facilita a programação dos

trabalhos e permite a manutenção de equipe estável de assistentes e

auxiliares;

h) O cliente permanente assegura ao auditor um rendimento certo, com o qual

ele pode contar para atender as suas despesas fixas.

2.2. Tipos de auditoria interna

A auditoria interna pode concentrar seu foco em áreas diferenciadas, as

quais, depois de definidas, o contador deverá voltar seus trabalhos apenas em

decorrência das mesmas, podendo, ainda, se fazer necessária a colaboração

de profissionais especializados de outras áreas.

A auditoria interna pode ser aplicadas a diversas áreas, como às que

estão definidas abaixo, (DIAS, 2010):

2.2.1. Auditoria da área Contábil

Trata-se de auditoria voltada exclusivamente à área contábil e possui

como meta, a verificação dos registros contábeis, a fim de constatar se estes

se encontram de acordo com a realidade da empresa.

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Na auditoria da área contábil verificam-se, também, todos os

procedimentos realizados na empresa de forma a avaliar a qualidade dos

controles internos existentes e constatar se as normas e regulamentos da

empresa e das Normas Brasileiras de Contabilidade estão sendo obedecidas.

Dentro desta área, cabem as seguintes avaliações e exames:

· Exatidão, fidedignidade, justeza, completabilidade, tempestividade da

apresentação e da publicação das Demonstrações Contábeis, de

qualquer relatório formal ou institucional, de natureza orçamentária,

financeira, contábil ou tributária;

· Fidedignidade, integridade, adequação, confiabilidade e utilidade dos

registros orçamentários, financeiros, econômicos e contábeis;

· Correção, eficácia e adequação dos controles da guarda, da divulgação,

do arquivo, dos meios de consulta e da informatização da

documentação pertinente à área contábil, bem como das formas de

· identificação, classificação, comunicação e divulgação das respectivas

informações;

· Adequação e eficácia dos controles, registros e meios de proteção dos

ativos e da comprovação de sua existência real, utilidade, ociosidade e

economicidade, bem como a comprovação da autenticidade e

completabilidade dos passivos;

· Eficiência, eficácia e economicidade na utilização de recursos e na

administração contábil-financeira e tributária de fundos e programas;

· Cumprimento das políticas, procedimentos, normas legais e

regulamentos, metas e objetivos compreendidos na área auditada;

· Exame e avaliação das aplicações de recursos, observando o

cumprimento de normas legais, institucionais e aspectos contratuais

pertinentes;

· Avaliação do alcance dos objetivos das operações financeiras,

investimentos, imobilizações, obrigações, despesas, receitas, fundos e

programas, etc.;

· Exame e avaliação das fontes de recursos, observando os aspectos

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econômicos acerca da tempestividade de sua aplicação;

· Exame e avaliação da rentabilidade das aplicações e sua contribuição

na formação do resultado da empresa;

· Transparência, adequação e tempestividade das informações,

particularmente em relação aos Princípios Fundamentais de

Contabilidade;

· Emissão de opinião sobre as Demonstrações Contábeis, fundos e

programas e planos de natureza financeira, instituídos ou administrados

pela empresa;

· Assessoramento ao Conselho Fiscal, em matéria compreendida no

âmbito de sua competência específica; e

· Acompanhamento dos trabalhos de auditoria independente.

Portanto, a auditoria da área contábil com sua abrangência, consegue

visualizar a empresa como um todo, passando informações de grande

relevância aos gestores, para que estes, possam tomar ciência da real

situação financeira da empresa.

2.2.2. Auditoria da área Operacional

A auditoria da área operacional possui como meta dar assessoria aos

gestores na realização da parte operacional da empresa, orientando as

funções e responsabilidades dos mesmos e realizando avaliação da empresa

nos seus diversos setores, constatando se estas atingem os objetivos traçados

pela administração.

A avaliação da organização nos seus diversos setores possui o intuito

também de detectar falhas e irregularidades, nas quais o auditor deverá

sugerir meios de correção para estas.

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2.2.3. Auditoria de Gestão

A auditoria da área de gestão possui como meta realizar trabalho junto

aos gestores na avaliação dos planejamentos estratégicos e táticos, como

também, na tomada de decisões voltadas à política e procedimentos da

empresa.

Esta auditoria atua integralmente junto as atividades dos gestores,

participando de reuniões da diretoria e de projetos para que possa melhor

diagnosticar as deficiências da empresa e corrigi-las. participando de reuniões

da diretoria e de projetos para que possa melhor diagnosticar as deficiências

da empresa e corrigi-las.

2.2.4. Auditoria de Sistemas Informatizados

A auditoria de sistemas informatizados possui como meta examinar e

avaliar todos os sistemas informatizados da empresa, participando

intensamente do processo de planejamento e desenvolvimento destes

sistemas, realizando testes e verificando a aplicabilidade dos mesmos nos

diversos setores, sempre se preocupando com a segurança e devida proteção

de todos os dados da empresa.

A auditoria de uma forma geral deve orientar os gestores sobre a forma

adequada de trabalho dos sistemas informatizados, para que estes possam

desenvolver se trabalho sempre de forma eficiente e eficaz trazendo

benefícios a empresa.

2.2.5. Auditoria Ambiental

A auditoria ambiental é nova na prática da auditoria interna é realizada

de forma mais efetiva nos países mais desenvolvidos e tem como meta avaliar

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os impactos que as empresas possam causar no meio em que estão inseridas.

As empresas ao demonstrarem preocupação com estes impactos conseguem

melhorar de forma significativa a sua imagem no mercado, trazendo com isto,

uma maior facilidade em obter recursos para a empresa como: financiamentos

ou até mesmo a abertura de ações no mercado financeiro.

Hoje se torna imprescindível que as empresas não visualizem apenas

os custos inerentes aos empreendimentos, mas, também, os impactos

ambientais que possam vir a ocorrer diante de tais, podendo, então, a partir

desta visualização, implantar ações para compensar ou até mesmo reparar, os

danos causados ao meio ambiente.

É necessário que a empresa tenha o devido conhecimento em relação à

degradação causada ao meio ambiente e onde esta degradação afeta a

população, constatando, também, o valor das propriedades que se encontram

próximas à empresa.

A auditoria ambiental é realizada através de exames nos quais

possibilitam a criação de relatórios que exibem quais impactos ambientais as

empresas estão causando ao meio ambiente e quais as políticas de

compensação ou reparação deverão ser utilizadas pela gestão da empresa.

2.2.6. Auditoria da Qualidade

A auditoria da qualidade possui como meta examinar e avaliar todos os

processos da empresa verificando a eficiência e a eficácia dos mesmos, a fim

de constatar se estes estão alcançando as metas e padrões previamente

estabelecidos. É função da auditoria da qualidade o assessoramento,

acompanhamento e o devido retorno aos gestores sobre a auditoria realizada,

para que estes possam tomar decisões e medidas necessárias ao bom

andamento dos processos.

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A exigência do mercado tem aumentado bastante com relação a

produtos e serviços, pois a globalização através da rede de computadores fez

com que o mercado se tornasse mais competitivo e, assim, as empresas que

fornecerem os melhores produtos e os melhores serviços, terão seu espaço

garantido neste novo mercado.

Todos os seguimentos do mercado possuem um referencial de

qualidade, que são as normas ISO 9000, onde constam as exigências as quais

as empresas devem procurar estabelecer para que obtenham a qualidade em

suas empresas. qualidade, que são as normas ISO 9000, onde constam as

exigências as quais as empresas devem procurar estabelecer para que

obtenham a qualidade em suas empresas.

Como toda auditoria, a auditoria da qualidade deve ser realizada por

pessoas as quais não trabalhem ou tenham ligação sobre as áreas a serem

auditadas.

Como toda auditoria, a auditoria da qualidade deve ser realizada por

pessoas as quais não trabalhem ou tenham ligação sobre as áreas a serem

auditadas.

Pode-se observar a partir dos tipos de auditoria abordadas que

independente da área interna da empresa ou de seu ramos de atuação, os

métodos buscam a melhoria dos processos através da investigação de

possíveis falhas ou lacunas que possam prejudicar o desenvolvimento da

empresa.

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Em complemento ao estudo dos principais tipos de auditoria, será

possível verificar de forma mais concreta como a aplicação destes tipos podem

contribuir para a redução fraudes. Atribuindo a estes conceitos a prática de

controles internos em uma empresa de forma mais objetiva e direta

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CAPÍTULO III

REDUÇÃO DE FRAUDES – CONTROLES INTERNOS

3.1 Redução da fraudes - controles internos

Se as fraudes surgem, em sua maioria por causa de processo deficitários

dentro das empresas, logo fica evidente que com a aplicação de ferramentas de

controles internos os riscos de fraudes serão mitigados, porém para evidenciar

este argumento, pode-se observar o que diversos especialistas retratam sobre o

caso.

ORIÁ FILHO (2011), relata em sua obra a seguinte pesquisa:

"Uma pesquisa para a dissertação de mestrado, produzida pelo professor Paul Barnes da University of Nottigham, que colheu dados sobre as fraudes no Reino Unido e os comparou com os dados do resto da Europa, apresentou, entre outras conclusões, que a prevenção as fraudes se dará por investimentos em ferramentas de controle e treinamento de auditores dentro das empresas e não em mudanças na legislação civil ou criminal." (p. 213).

Na mesma linha de raciocínio MAUTONE( 2000), acha que as empresa

estão pagando caro pelas reestruturações propostas pelos administradores

"gurus empresarias", que nos anos 80 prometiam revolucionar o mundo

corporativo. Aderindo ao modelo de cortes propostos pela reengenharia dos

processos, que efetivamente reduziam custos, porém nãom se preocupou com

as possíveis consequências ao eliminar departamentos essenciais à segurança,

como os controles internos, ficando muito mais vulneráveis a fraudes.

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Atualmente os processos de controles internos, não possuem apenas a

função de encontrar falhas e evidenciam possíveis processos fraudulentos,

também é utilizada para se adquirir vantagem competitiva. A prática de controles

internos, apesar de muitas vezes mal vista para os demais colaboradores da

empresa, tendo em vista que o foco é identificar falhas no processo, acaba

colaborando para a eficiência a eficácia de seus processos, pois o corpo de

colaboradores a fim de evitar transtornos com o relatório de evidência,

formatado pela auditoria interna, acaba por serem mais eficientes em suas

atividades, mais críticos, realizando a busca pela melhoria continua, pela a

excelência nas atividades.

Assim ORIÁ FILHO (2011), relata que a auditoria interna é um órgão de

assessoria dentro de uma empresa, pois tem a função de auxiliar à alta

administração no cumprimentos das funções de controle das operações.

O 1º Relatório sobre fraudes e abusos no ocupacionais nas empresas no

Brasil, elaborado pela GBE Peritos & Investigadores Criminais, em 1997, lcom

orientação da universidade de São Paulo (USP), indicava que apenas 27% das

empresas tinham auditorias internas. Já em 2002, através do 2º Relatório,

identificou-se uma mudança significativa, neste no relatório 60,47% das

empresas afirmaram que possuíam departamento próprio de auditoria interna e

ferramentas de controle. ORIÁ FILHO (2011).

Este aumento justifica a importância dos controles internos dentro das

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organizações.

Demonstrando a relevância do assunto, MERCOSUL MAGAZINE (2011),

retrata a importância da auditoria interna, como vantagem competitiva:

"As empresas brasileiras adotam cada vez mais uma postura preventiva para evitar fraudes ou no mínimo, detecta-las no inicio. Essa é uma das conclusões de pesquisa da Consultoria Deloitte Touche Tohmatsu. Das 1.642 companhias ouvidas, 80% realizam auditoria interna. Em levantamento parecido, realizado no ano passado, esse número ficava abaixo de 60%. Seria uma resposta das empresas ao aumento das fraude? Nada Disso. Não temos nada que indique aumentos das fraudes, Isso é consequência da globalização, nos países desenvolvidos há muito tempo as empresas realizam auditoria interna, não apenas para se prevenirem contra a fraude, mas também para monitorarem seu processos em busca de melhorias."

As teorias compravam que a aplicação de controles internos contribuem

para a redução das fraudes e auxilia a empresa no processo de melhoria

continua, pois se o seu papel é investigar os processos de forma independente,

mesmo fazendo parte de uma empresa, quem melhor para indicar possíveis

falhas ou mesmo realizar um voto de ajuste dos processos.

Em pesquisa realizada pela KPMG Forensic Service, e divulgada por

ORIÁ FILHO (2011), relativo a fraude no Brasil, apurou-se que as ocorrência em

sua maioria foram descobertas através de práticas de controles internos, na

mesma pesquisa também foi apurada quais os principais planos que deveriam

ser aplicados para mitigar a fraude, a grande maioria respondeu que o principal

investimento seria em melhorias de controles internos.

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As tabelas abaixo demonstram os resultados obtidos pela pesquisa.

Formas de se descobrir ou constatar a fraude

Descrição 2000 2002 2004 2009

Controles internos 32% 51% 52% 25%

Auditoria interna / revisão interna 20% 34% 39% 19%

Informação de funcionários 12% 22% 29% 24%

Informação de terceiros 12% 29% 27% 22%

Investigação especial 11% 22% 18% 15%

Denúncia ou informações anônimas 7% 13% 12% 21%

Coincidência ou acaso 3% 8% 9% 6%

Auditoria externa 1% 2% 2% 2%

Outros 2% 3% 1% --- Fonte: KPMG

Planos para diminuição da possibilidade de fraude

Descrição 2000 2002 2004 2009

Melhoria dos controles internos 93% 84% 84% 93%

Elaboração de um manual de conduta profissional 31% 35% 46% 57%

Treinamento de pessoal 31% 38% 42% 50%

Aumento do orçamento da auditoria interna 24% 27% 34% 24%

Investigações especiais 32% 29% 30% 34%

Sensibilização gerencial 38% 26% 27% 31%

Rodízio de pessoal 23% 14% 14% 12% Fonte: KPMG

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3.2. Principais modelos para avaliação dos controles internos

Com as práticas de controles internos cada vez mais eficientes e seus

constantes aperfeiçoamentos, CHING (2005), apresenta em seus estudos os

seguintes modelos para avaliação dos controles internos:

Ø COSO

Em 1992, o Committee of Sponsoring Organization of the Treadway

Commission - COSO (Comitê das Organizações Patrocinadoras) desenvolveu

um modelo para a avaliação dos controles internos. Este modelo tem sido

adotado e geralmente aceito como estrutura para os controles internos das

organizações que o utilizam para medir a eficiência dos sistemas de controles

internos.

As diretrizes do COSO, publicadas em 1991, não se referem

explicitamente aos controles e procedimentos de divulgação. Ao contrário, a

estrutura descrita pelo COSO é mais abrangente, incluindo tanto os controles e

procedimentos de divulgação quanto aos controles e procedimentos internos

para a emissão de relatórios financeiros.

Na estrutura do COSO os controles internos estão divididos em cinco

componentes inter-relacionados:

a) ambiente de controle: abrange toda a estrutura de controles internos – é o

universo no qual todos os outros elementos existem. O ambiente de controle

inclui conceitos como conduta, atitude, consciência, competência e estilo.

Grande parte de sua força é extraída da conduta estabelecida pelo conselho de

administração e pelos executivos da companhia;

b) avaliação de riscos: envolve a identificação e a análise pela administração

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dos riscos mais relevantes para a realização dos objetivos do negócio. No

decorrer de uma avaliação de riscos, cada objetivo operacional, do nível mais

alto (como “dirigir uma companhia lucrativa”) ao mais baixo (como “salvaguardar

caixa”), é documentado e, cada risco que possa prejudicar ou impedir a

realização do objetivo é identificado e priorizado;

c) atividades de controle: são desenvolvidas para direcionar especificamente

cada objetivo de controle, visando atenuar os riscos identificados anteriormente.

As atividades de controle são políticas, procedimentos e práticas adotadas pela

empresa para assegurar que os objetivos operacionais sejam realizados e as

estratégias para atenuar riscos executados;

d) informação e comunicação: fornece suporte aos controles internos,

transmitindo diretrizes do nível da administração para os funcionários, em um

formato e uma estrutura de tempo que permita aos funcionários executarem

suas atividades de controle com eficácia. O processo também poderia percorrer

o caminho inverso, partindo dos níveis mais baixos da companhia para a

administração e para o Conselho de Administração, transmitindo as informações

sobre os resultados, as deficiências e as questões geradas;

e) monitoramento: é o processo para estimar e avaliar a qualidade dos controles

internos durante avaliações contínuas e especiais. O monitoramento pode incluir

tanto a supervisão interna quanto externa dos controles internos pela

administração, pelos funcionários ou, pelas partes externas.

Ø CoCo

Modelo de controle interno desenvolvido pelo Criteria of Control

Committee of Canadian Institute of Chartered Accountants (Critérios de

Controles do Instituto de Contadores do Canadá). Diferentemente do modelo do

COSO, o modelo do CoCo concentra-se nos valores comportamentais como a

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base fundamental para os controles internos de uma companhia, e não na

estrutura e nos procedimentos de controle.

Para o CoCo, os seguintes aspectos devem ser considerados na

elaboração de um sistema de controle interno:

a) objetivo - para alcançar os objetivos da organização as políticas,

procedimentos e práticas devem ser estabelecidas, divulgadas e respeitadas por

toda a companhia;

b) compromisso - os valores éticos devem ser estabelecidos, divulgados e

praticados por toda a companhia;

c) potencialidade - os colaboradores devem possuir conhecimento, habilidades

e as ferramentas necessárias para suportar a realização dos objetivos da

organização;

d) monitoração e aprendizagem - os ambientes externos e internos devem ser

monitorados para que seja possível identificar a necessidade de reavaliar os

objetivos ou os controles da organização.

Ø Turnbull Report

O Institute of Chartered Accountants in England and Wale - ICAEW

(Instituto de Contabilistas Certificados da Inglaterra) publicou o Código

Combinado de Governança Corporativa, denominado Turnbull Report. As

diretrizes do guia de orientação dos controles internos no Código Combinado

têm a aprovação da Bolsa de Valores de Londres.

Esse modelo recomenda a adoção de um adequado sistema de controle

interno baseado nos riscos do negócio. A gestão apenas dos controles internos

financeiros é insuficiente para uma adequada estrutura de controle interno.

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Devem ser verificados também os riscos relativos à proteção dos ativos e dos

acionistas para o desenvolvimento de um ambiente de negócio de sucesso.

A estrutura dos controles internos de uma companhia possui papel

fundamental no gerenciamento dos riscos que são significativos aos objetivos do

negócio. Conforme o guia de orientação, o sistema de controle interno da

companhia deve:

a) ser alinhado às operações e não ser tratado como uma iniciativa isolada;

b) ser capaz de identificar os riscos dentro e fora da empresa;

c) permitir a cada empresa aplicar o sistema de uma maneira apropriada e

relacionada a seus riscos.

O gerenciamento do risco do negócio mencionado no Turnbull Report

também é apropriado para pequenas companhias que, através da adoção do

código de governança, conseguem manter a capitalização dos recursos. O

gerenciamento dos riscos ajuda a legitimar e a fundamentar os processos que

garantem a continuidade dos negócios.

Ø King Report

O King Report, expedido pelo King Committee on Corporate Governance

(Comitê de Governança Corporativa da África do Sul) (Deloitte Touche

Tohmatsu, 2001) foi desenvolvido com o objetivo de estabelecer e desenvolver

altos padrões de governança corporativa na África do Sul. O King Report

ultrapassa os aspectos financeiros e reguladores usuais da governança

corporativa, direcionando também as questões sociais, éticas e ambientais.

De acordo com esse modelo, o sistema de controle interno deve ser

estabelecido pelos gestores visando à diminuição dos riscos e o alcance dos

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objetivos da companhia. É de responsabilidade dos gestores definirem os riscos

desejados para a companhia, operacionalmente e em outros aspectos. Os

gestores devem determinar o nível de risco prevendo o crescimento nas

oportunidades para a companhia e seus acionistas.

Os modelos abordados acima têm como base o gerenciamento de risco,

com foco na continuidade das atividades das empresas. Os modelos não

abordam apenas o quesito financeiro das empresas, mas também seus

processos, responsabilidades, gestão e aprendizagem. Dos modelos abordados

destaca-se o COSO que tem como premissas eficiência e eficácia das

operações, confiabilidade e cumprimento das leis e regulamentos. O COSO

também se preocupa e simplificar processos, para o alcance dos objetivos da

empresa, logo fundamenta o assunto abordado que a aplicação de controles

internos colabora significadamente para a diminuição das fraudes e aquisição

de vantagem competitiva no mercado.

A seguir será apresentado o Estudo de caso da empresa General Electric

do Brasil, onde foi aplicado um dos modelos aplicados neste capitulo.

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CAPÍTULO IV

ESTUDO DE CASO

4.1. Estudo de caso General Electric do Brasil - GE

Será apresentado na íntegra a pesquisa realizada por CHING (2005), na

empresa General Electric do Brasil - GE, que teve por objetivo verificar o modelo

de controles internos praticados, tendo como base os modelos estudados.

4.2. Apresentação da empresa

Os negócios da GE Brasil estão divididos em 11 unidades de negócios,

sendo: GE Transportation, GE Commercial Finance, GE Insurance, GE

Equipment Services, GE Consumer & Industrial, GE Consumer Finance, GE

Healthcare, GE Advanced Materials, GE Energy, GE Infrastructure e NBC.

A GE foi uma das primeiras multinacionais a investir no Brasil, iniciando

oficialmente suas operações em 1914. Em 1919, através do negócio de

lâmpadas, a GE iniciou suas operações no Rio de Janeiro, onde começou a

produzir lâmpadas em uma fábrica inaugurada dois anos depois. Em 1956,

com o crescimento do sistema de transporte no Brasil, a GE iniciou em São

Paulo as operações de serviços de engenharia e manutenção de

equipamentos ferroviários, principalmente para atender as locomotivas

importadas da GE que estavam em operação no Brasil. Além de investimentos

diretos, a GE Brasil também formou alianças estratégicas, joint ventures e

aquisições para consolidar a sua presença na região. Alguns exemplos de

parcerias de sucesso são: GE Dako, GEVISA e GE Celma.

Em 2004, o lucro da GE Corporate foi de $ 16,6 bilhões de dólares. A

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companhia teve um aumento de 14% nas suas vendas em relação ao ano

anterior, somando mundialmente $ 152.4 bilhões de dólares de vendas anuais

em 2004. No mesmo período, o Brasil obteve $ 1,6 bilhão de dólares de

vendas.

4.3. Estrutura do Controle Interno na GE Brasil

Antes da vigência da Lei Sarbanes-Oxley, a GE Brasil possuía uma

estrutura de controle interno com a finalidade de preservar ativo, monitorar os

controles, avaliar os riscos e oferecer informações fidedignas aos acionistas.

Com o advento da Lei Sarbanes-Oxley, a GE Brasil escolheu o modelo do

COSO. A principal mudança foi o enfoque da auditoria dos controles internos,

que passou a ser baseada nestes padrões.

Em conformidade com a sessão 302 desta lei, a empresa já adotava

como procedimento interno carta de representação, em que o chefe executivo

e responsável financeiro de cada negócio assumia a responsabilidade sobre

os dados reportados. Todos os negócios têm a obrigação de enviar essa carta

de representação ao departamento corporativo, que é o responsável por

consolidar os dados e procedimentos da companhia. A KMPG é a auditoria

independente responsável por auditar e emitir o parecer de avaliação dos

controles internos da empresa. Este parecer é publicado juntamente com a

carta de representação que é assinada pelo seu presidente e diretor

financeiro.

4.4. Análise documental relativa à estrutura de controle interno

Para esta atividade, varias apostilas e relatórios internos da GE foram

examinados e encontram-se descritos nas referências do presente artigo.

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a) Ambiente de Controle

Com a finalidade de prezar a liderança e qualidade da empresa, a General

Electric Brasil tem como filosofia de ética a integridade de todos os envolvidos

com as operações da empresa (fornecedores, clientes, empregados e

prestadores de serviços), para que, desta forma, as informações sejam exatas

e consistentes para atender à legislação, clientes e investidores.

O código de conduta é denominado Integrit; nele as políticas de

integridade, regras e penalidades estão bem definidas. Todos os funcionários

e contratados recebem treinamento sobre as regras de integridade. Todas as

políticas estão disponibilizadas no site da GE Brasil e em livros que são

distribuídos internamente. Auditorias de conformidade são realizadas com

frequência pelo grupo de auditoria interna.

b) Avaliação de Riscos

O conceito de risco abrange toda a circunstância, evento ou fator que

possa impedir que o negócio alcance seu objetivo. Na avaliação dos riscos são

definidas as áreas de exposição dos processos operacionais. Especificamente

na área contábil são tomadas diversas decisões para minimizar os riscos de

registros das transações, são estabelecidos procedimentos padronizados

denominados General Account Procedures – GAP (procedimentos gerais de

contabilidade), que são baseados nas regras do USGAAP (princípios

contábeis norte-americanos). Estes procedimentos são divulgados na intranet

e abrangem os conceitos e utilização de cada conta, procedimentos gerais de

registro e as regras para as demonstrações anuais.

Visando à diminuição dos riscos e exposição a contingências legais e

fiscais pela não obediência aos preceitos locais vigentes, a GE Brasil

estabelece que os procedimentos financeiros e contábeis devem respeitar e

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seguir os padrões determinados pela legislação local e pelos órgãos

reguladores nacionais e internacionais.

c)Atividades de Controle

As atividades de controle ocorrem dentro da organização, em todos os

níveis e em todas as funções. Podem incluir aprovações, autorizações,

verificações, reconciliações, revisões do desempenho operacional, segurança

dos ativos e segregação de funções. Para atender às exigências impostas pela

Lei Sarbanes-Oxley, todos os processos operacionais (contas a receber,

contas a pagar, aprovações etc.) foram mapeados através de fluxogramas, que

demonstram as linhas de responsabilidade de todos os envolvidos nos

processos.

Existe uma grande preocupação com a segurança de informações dos

sistemas de informática utilizados pela GE Brasil, e por tal motivo, a área de

tecnologia da informação determina os controles de acessos, considerando o

perfil dos usuários. São desenvolvidos projetos de conscientização e

importância da segurança dos dados, para que todos os usuários possam

colaborar com a diminuição destes riscos.

A General Electric Brasil tem enfoque para os processos de

controladoria, análises e segurança de informações. Alguns processos são

adotados para se ter maior eficiência e controle, como por exemplo:

a) relatórios financeiros - com o intuito de verificar o progresso de todos os

negócios da GE Brasil, a General Electric Company faz análises trimestrais

dos dados financeiros de todos os seus negócios. Todas as regras, normas,

procedimentos e prazos de entrega dos relatórios são ditados pelo Corporate

americano, que fica localizado em Fairfield - US. Para controlar e analisar

todos os negócios, os relatórios gerenciais são reportados no mesmo padrão,

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por todos os negócios no mundo. Todas as análises quantitativas são feitas a

partir do balanço consolidado enviado por cada negócio. Qualquer variação

superior a 5% em relação à estimativa anual, com o mesmo período nos anos

anteriores ou ainda em relação ao trimestre anterior, é questionada aos

diretores responsáveis, para verificar se existe alguma falha no processo ou

inconsistência nos relatórios gerenciais.

b) controllership e finance council - os financeiros da região se reúnem

trimestralmente para discutir procedimentos, regras, pontos de auditoria,

possibilidades de melhorias etc. Esta troca de experiência auxilia na redução

dos erros e ampliação dos conhecimentos dos executivos.

c) pre closing – em meados de outubro, todos os negócios têm que apresentar

para o controller mundial a expectativa do que será o fechamento anual, os

riscos e os problemas de controladoria;

d) corporate audit staff – o CAS é o corpo de auditores responsável pelos

processos de auditoria interna na General Electric Brasil.

São efetuadas avaliações das deficiências e fragilidades dos controles,

procedimentos e processos seguidos pelo departamento auditado, para avaliar

se tudo está sendo cumprido de acordo com as regras e padrões

estabelecidos pela GE Company e pelas imposições previstas pela Lei

Sarbanes-Oxley. Internamente, o monitoramento dos controles internos é feito

pelo Corporate Audit Staff (CAS), que é o time de auditores internos da

General Electric Brasil. São exigidos, dos auditores do CAS, conhecimentos

ou experiências em finanças, indústria, engenharia, informática, programas de

qualidade etc. Os auditores são treinados durante dois anos e todos os

trabalhos realizados são validados por superiores.

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4.5. Análise do pesquisador

Com base nesses dados analisados, verificou-se que a General Electric

Brasil tornou- se mais eficiente operacionalmente, pois conseguiu reduzir os

pontos de auditoria no decorrer do período. Porém, verificou-se que a divisão

GE Healthcare foi responsável pela maioria dos pontos de auditoria em aberto.

O principal motivo das falhas é a grande rotatividade do seu pessoal de

finanças. Duas sugestões são formuladas: consolidação da equipe de

controladoria desta divisão e um foco na melhoria dos processos dessa

divisão. Essa divisão é de grande representatividade para a corporação e

melhoraria a eficiência operacional da General Electric Brasil como um todo.

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CONCLUSÃO

A contribuição dos controles internos aplicados nas empresas com o

propósito de diminuir os casos de fraudes, melhorar seus processos e adquirir

vantagem competitiva são evidentes no mercado atual, este estudo teve o

propósito de justifica esta afirmativa do mercado globalizado.

Com base nas teorias abordadas, nas opiniões dos especialistas foi

possível verificar a importância dos controles internos nas empresas. O fato

não é novo vem de longa data, porém tem ganhado força com a descoberta

dos gestores. Uma ferramenta de gestão que se bem empregada pode otimizar

processos e se consolidar em vantagem competitiva para a empresa, conforme

pôde ser verificado no estudo de caso apresentado, onde a empresa abordada

obteve melhoria de seus processos após a aplicação dos modelos de controles

internos.

De todo fato ruim para a empresa, no caso a fraude, deve ser tirado

uma lição de aprendizagem, e essa aprendizagem é o que está fundamentado

hoje, a utilização dos métodos de controles internos como ferramenta

essencial para garantir a perpetuidade da empresa.

Diante do estudo realizado foi possível responder ao problema

inicialmente levantado. Os controles internos podem contribuir para a

diminuição dos riscos de fraudes nas organizações?

Conclui-se que as práticas de controles internos não apenas contribuem

para a diminuição das fraudes como também contribuem diretamente para

melhoria continua dos processos internos das organizações.

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