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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A ÉTICA APLICADA AO SERVIÇO PÚBLICO
Por: Priscila Leite Borges
Orientador
Prof. Luiz Eduardo Chauvet
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A ÉTICA APLICADA AO SERVIÇO PÚBLICO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Pública.
Por: Priscila Leite Borges
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AGRADECIMENTOS
A Deus, que sem o seu auxílio não
chegaria onde hoje estou.
Aos meus pais Luiz Carlos e
Rosangela, sempre me incentivando a
crescer.
Ao meu marido Rodrigo, pelo
companheirismo nesta jornada.
À minha irmã Patrícia, pelo apoio e
incentivo.
Ao meu orientador Luiz Eduardo, pela
paciência, estímulo e orientação.
Aos colegas de curso que estiveram
comigo nesta caminhada.
Aos professores do curso de Gestão
Pública pelas contribuições
acadêmicas.
4
DEDICATÓRIA
A Deus, por ser o principal fator que guia
meus pensamentos e ações e por me dar
forças para seguir sempre adiante.
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo ressaltar a importância da ética na Administração Pública. O desenvolvimento de uma consciência ética deve ser uma prática constante para os agentes públicos agirem com respeito à cidadania, ao estado de direito e à consolidação a democracia. O servidor ao agir deve ter a consciência pessoal dos seus atos, a justiça deles e o cuidado com sua repercussão sobre o outro. Políticas públicas recentes da Administração Pública Federal ressaltam na preocupação de uma gestão com a preparação de seus agentes para a prestação de serviços de forma eficiente. Palavras-chave: Ética. Administração Pública. Democracia.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I - Ética e Administração Pública 08
1.1 – Diferentes sentidos de Ética; 08
1.2 - Conceito de Administração Pública; 10
1.3 - Agentes Públicos; 13
1.4 - Princípios da Administração Pública 15
CAPÍTULO II - A Conduta Ideal do Servidor Público 21
2.1 - Princípios básicos de conduta no serviço público; 21
2.2 - Educação ética; 26
2.3 - A ética no atendimento ao público 28
CAPÍTULO III – A busca de uma Gestão Pública voltada para a ética 31
3.1 - Conceito de Código de Ética Profissional do Servidor Público e
sua finalidade; 31
3.2 - Os desafios no serviço público; 34
3.3 - Iniciativas da Administração Pública Federal 37
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
7
INTRODUÇÃO
Os diversos acontecimentos negativos acerca do serviço público em
nosso país faz com que reflitamos qual o tipo de atitude é necessário adotar
para a Administração Pública se tornar uma instituição reconhecida e com
credibilidade junto aos cidadãos .
De acordo com ENAP (2012), é essencial que se desenvolva uma
consciência ética para o comprometimento dos agentes públicos em relação à
cidadania, ao estado de direito e à consolidação da democracia. Ao aperfeiçoar
o serviço público, haverá mais justiça na distribuição dos bens.
Desta forma, no capítulo I, abordaremos os diferentes sentidos da
palavra ética, a diferença entre ética e moral, o conceito de Administração
Pública, os agentes públicos e suas categorias e também os princípios da
Administração Pública.
No capítulo II, será apresentada que conduta ideal o servidor público
deverá seguir, princípios básicos, deveres e proibições. Discutiremos a
importância da educação ética no cotidiano do servidor. Também será
abordada a ética no atendimento ao público, com o propósito de tornar o
serviço acessível, eficiente e rápido à população.
E finalmente no capítulo III, terá enfoque a busca de uma Gestão
Pública voltada para a ética, em que explicitaremos o conceito de Código de
Ética Profissional do Servidor Público, abordaremos alguns tópicos sobre
corrupção e quais são as iniciativas da Administração Pública Federal para
combatê-la.
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CAPÍTULO I
ÉTICA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1.1 – Diferentes sentidos de Ética
A Ética é um elemento fundamental tanto nas relações pessoais quanto
nas profissionais e o desenvolvimento de uma consciência ética deve ser uma
prática constante para os agentes públicos agirem com respeito à cidadania, ao
estado de direito e à consolidação da democracia. Segundo definição do
Dicionário Aurélio (século XXI), a ética estuda os juízos referentes à conduta do
homem, do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a alguma
sociedade ou de modo absoluto.
Ao resgatar a parte histórica da palavra “Ética”, verificamos que ela
vem do termo grego ethos e possui dois significados diferentes, podendo os
mesmos serem relacionados. Um primeiro significado é o de casa ou morada.
O segundo é de hábito ou comportamento que resulta da repetição constante,
conforme descreve Enap (2012).
Para Aristóteles que viveu no século IV a.C na Grécia, o ser humano é,
por natureza, um animal político, que se realiza como indivíduo ao participar de
uma sociedade. Por ter a possibilidade de agir racionalmente, o homem é livre
para fazer as suas escolhas e a melhor opção será aquela destinada à
realização do bem.
“Agir de modo certo na situação adequada implica
discernimento e lucidez que são os maiores bens que as
pessoas deveriam buscar.” (ARISTÓTELES apud Enap,
2012, p.9).
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Ao estudar o significado da palavra ética sob o ponto de vista do
filósofo alemão Immanuel Kant, no século XVIII, acredita-se que uma ação
somente é correta eticamente se for exclusivamente movida por uma boa ação.
Agir com ética é agir por dever e sempre motivado na realização do bem
comum e nunca privilegiando somente uma pessoa ou um grupo particular,
acreditava Kant.
O filósofo inglês do século XIX, Stuart Mill defendia uma abordagem
ética chamada de “utilitarismo”. No utilitarismo, o bem de uma ação depende
não tanto da intenção, mas das conseqüências que ela tem. Leva-se em
consideração também que esse bem deve satisfazer a maioria. O bem comum
é condição para se chegar a plenitude individual.
“Uma conduta só pode ser avaliada como boa se for útil,
no sentido de fazer bem ao maior número possível de
pessoas e mal ao menor número possível”. (KANT apud
Enap, 2012, p.12).
Após a apresentação de diversos sentidos da palavra Ética, podemos
sintetizar que a ética é a busca da conduta humana voltada para o bem e o
correto. Conforme define Passos (2012), a palavra virtude está em desuso e a
palavra moral foi substituída por ética.
Etimologicamente, as duas palavras possuem origens distintas e
significados idênticos. Moral vem do latim mores, que quer dizer costume,
conduta, modo de agir; enquanto ética, já vimos anteriormente, vem do grego
ethos e, do mesmo modo, quer dizer costume, modo de agir. Essa identidade
existente entre elas marca a tendência de serem tratadas como a mesma
coisa. Porém, alguns autores, como A.S. Vásques, admitem que elas são
diferentes, embora possuem um estreito vínculo.
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Para eles, a moral, enquanto norma de conduta, refere-se às situações
particulares e cotidianas. Já a ética, destituída do papel normatizador, ao
menos no que diz respeito aos atos isolados, torna-se examinadora da moral.
Poder-se-ia dizer que a moral normatiza e direciona a prática das pessoas, e a
ética teoriza sobre as condutas, estudando as concepções que dão suporte à
moral.
Abaixo verificamos algumas diferenças entre ambas destacadas por
ILB (2012, p. 2):
ÉTICA MORAL
Princípios Costumes
Adquirida pela reflexão Adquirida no meio em que se vive
Imutável (ou mais resistente à
mudança)
Mutável (ou mais aberta à mudança)
Valores Práticas
Imposta pelo indivíduo a si mesmo Imposta pela sociedade
Mais abrangente que a moral Decorrente da Ética
Universal Cultural
(Extraído de ILB, 2012, p. 2)
1.2 – Conceito de Administração Pública
Conforme o art. 1° da Constituição Federal apud ILB (2012):
“A República Federativa do Brasil é formada pela união
indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal.
Constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem
como fundamentos:
I- A soberania;
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II- A cidadania;
III- A dignidade da pessoa humana;
IV- Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V- O pluralismo político”.
“Parágrafo único: Todo o poder emana do povo, que o
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos da Constituição.” (p. 2)
A CF de 1988 comenta que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário
fazem parte dos poderes da União, são independentes e harmônicos entre si.
Os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, conforme
a Constituição Federal apud ILB (2012) são:
I- Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II- Garantir o desenvolvimento nacional;
III- Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV- Promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação. (p. 2)
Como vimos acima, o Estado Democrático de Direito está baseado em
uma sociedade livre, justa e solidária. O Estado deve promover a justiça social
tendo a legalidade presente em seus atos e envolver a sociedade no processo
de decisão e na formação dos atos do governo, exercendo assim, a
democracia.
Antes de verificarmos o conceito de Administração Pública,
diferenciaremos Governo e Administração Pública.
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Governo é o conjunto de poderes e instituições públicas. É aquele que
conduz os negócios públicos. Já a Administração Pública caracteriza-se pelas
funções próprias do Estado e a prática necessária para o cumprimento dessas
funções. É a executora das atividades visando ao bem comum, destaca ILB
(2012).
Segundo o mestre Hely Lopes Meirelles apud Gonçalves (2011) a
Administração Pública pode ser entendida como:
“...o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos
objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto
das funções necessárias aos serviços públicos em geral;
em acepção operacional, é o desempenho perene e
sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do
Estado ou por ele assumidos em benefício da
coletividade. Numa visão global, a Administração é, pois,
todo o aparelhamento do Estado preordenado à
realização de serviços, visando à satisfação das
necessidades coletivas.” (p. 2)
Para Hely apud Gonçalves (2011):
“A Administração não pratica atos de governo; pratica, tão
somente, atos de execução, com maior ou menor
autonomia funcional, segundo a competência do órgão e
de seus agentes.(...) O Governo comanda com
responsabilidade constitucional e política, mas sem
responsabilidade profissional pela execução; a
Administração executa sem responsabilidade
constitucional ou política, mas com responsabilidade
técnica, e legal pela execução. A Administração é o
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instrumental de que dispõe o Estado para por em prática
a opções políticas do Governo”. (p. 2)
Entendemos então, que a Administração Pública coloca em prática as
decisões políticas de seus governantes e os atos praticados por seus agentes
para que o Estado atinja o seu fim devem ser responsáveis, éticos e eficientes.
1.3 – Agentes Públicos
A Administração Pública é movida por pessoas, denominadas de
agentes públicos, que irão externar os atos de governo e executá-los,
concretizando o bem comum a que se destina. Estes podem fazer parte da
composição da Administração ou somente prestarem serviços.
A expressão “agente público” é utilizada:
“Para designar todo aquele que se encontre no
cumprimento de uma função estatal, quer por representá-
lo politicamente, por manter vínculo de natureza
profissional com a Administração, por ter sido designado
para desempenhar alguma atribuição ou, ainda, por se
tratar de delegatório de serviço público”. (Henrique
Savonitti Miranda apud Gonçalves, 2011, p.2).
A principal característica dos agentes públicos é que são pessoas
físicas prestando serviços ao Estado. Segundo Gonçalves (2011), podemos
classificá-los em cinco categorias:
1) Agentes Administrativos: servidores públicos num sentido mais amplo.
São todos aqueles que se vinculam ao Estado ou às suas entidades
autárquicas e fundacionais por relações profissionais, sujeitos à hierarquia
funcional e ao regime jurídico determinado pela entidade estatal a que servem.
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São investidos a título de emprego e com retribuição pecuniária, em regra por
nomeação, e excepcionalmente por contrato de trabalho ou credenciamento.
(...) Os agentes administrativos não são membros de Poder de Estado, nem o
representam, nem exercem atribuições políticas ou governamentais; são
unicamente servidores públicos, com maior ou menor hierarquia, encargos e
responsabilidades profissionais dentro do órgão ou da entidade a que
servem.(...)
Ex: Técnico do INSS.
2) Agentes Delegados: são os particulares que recebem a incumbência
da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em
nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob
permanente fiscalização do delegante.(...)
Ex: São os concessionários, permissionários e autorizatários de serviços
públicos; os leiloeiros, os tradutores públicos.
3) Agentes Honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados
para prestar, transitoriamente, determinados serviços ao Estado, em razão de
sua condição cívica, de sua honorabilidade ou de sua notória capacidade
profissional, mas sem qualquer vínculo empregatício ou estatutário e,
normalmente, sem remuneração.
Ex: é o caso de membros de júri e mesários eleitorais.
4) Agentes Políticos: são os componentes do Governo nos seus primeiros
escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por
nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições
constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional,
desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades
próprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais.
Ex: ministros, congressistas, magistrados, presidentes de estatais, entre outros.
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5) Agentes Credenciados: são os que recebem a incumbência da
Administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa
atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.
Ex: É o caso dos tabeliães.
Segundo ILB (2012), os agentes administrativos compõem a maior
parte da Administração Pública brasileira e dividem-se em:
Agentes temporários: contratados por período limitado de tempo
(ex: agente censitário do IBGE);
Empregados públicos: contratados pelo regime da Consolidação
das Leis do Trabalho – CLT (ex: técnico bancário do Banco do
Brasil);
Militares: os pertencentes aos quadros das Forças Armadas (ex:
sargento da Aeronáutica);
Servidores públicos: contratados pelo regime jurídico trabalhista
de direito público. Ocupam cargos públicos pertencentes à
Administração direta, às autarquias ou às fundações públicas (ex:
enfermeiro do INCA).
1.4 – Princípios da Administração Pública
A Administração Pública deve ter seus atos pautados por princípios
que se encontram no artigo 37 da Constituição Federal. Antes de verificarmos
quais são eles, vejamos a definição de princípios segundo webjur 1(2013):
“São regras que servem de interpretação das demais
normas jurídicas, apontando os caminhos que devem ser
seguidos pelos aplicadores da lei. Os princípios procuram
1Acesso em 19/09/2013 no site: http://www.webjur.com.br/doutrina/Direito_Administrativo/Princ_pios_da_Administra__o_P_blica.htm
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eliminar lacunas, oferecendo coerência e harmonia para o
ordenamento jurídico”. (p.1).
A Administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
Estados, Distrito Federal, Municípios está submetida aos princípios que serão
relacionados mais adiante. Logo, as autarquias, fundações públicas, agências
reguladoras e executivas, empresas públicas e sociedades de economia mista
também serão regidas por estes princípios.
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência são os
princípios elencados no artigo 37 da CF. Vejamo-los abaixo, conforme define
webjur2 (2013).
Princípio da Legalidade:
É fundamento do Estado democrático de direito, tendo por fim
combater o poder arbitrário do Estado. Os conflitos devem ser resolvidos pela
lei e não mais através da força. O administrador não pode fazer o que bem
entender na busca do interesse público, ou seja, tem que agir segundo a lei, só
podendo fazer aquilo que a lei expressamente autoriza e no silêncio da lei está
proibido de agir, sob pena de praticar ato inválido e expor-se a
responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. Já o
administrado pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe e o que silencia a
respeito. Portanto, tem uma maior liberdade do que o administrador.
“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei.” (art. 5°, II da CF apud
webjur, p. 1).
Princípio da Impessoalidade:
A Administração deve manter-se numa posição de neutralidade em
relação aos administrados, ficando proibida de estabelecer discriminações
2 Reforçados também por Gonçalves (2011) e ILB (2012).
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gratuitas. Só pode fazer discriminações que se justifiquem em razão do
interesse coletivo, pois as gratuitas caracterizam abuso de poder e desvio de
finalidade, que são espécies do gênero ilegalidade. Esse princípio também
deve ser entendido para excluir a promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos sobre suas realizações administrativas.
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter
educativo, informativo, ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que
caracterizem promoção pessoal de autoridade ou
servidores públicos.” (art. 37, §1° da CF apud webjur, p.
2).
Princípio da Moralidade:
A Administração deve atuar com moralidade, isto é de acordo com a
lei. Tendo em vista que tal princípio integra o conceito de legalidade, decorre a
conclusão de que ato imoral é ato ilegal, ato inconstitucional e, portanto, o ato
administrativo estará sujeito a um controle do Poder Judiciário. Em síntese,
alerta que “nem tudo que é legal é honesto”. Há casos em que, apesar da
permissão da lei, em certas circunstâncias, uma ou outra ação administrativa
pode caracterizar-se como não moral ou não ética.
“Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público
ou entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada a má fé,
isento de custas judiciais e ônus da sucumbência.” (art.
5°, LXXIII da CF apud webjur, p. 2).
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Princípio da Publicidade:
A Administração tem o dever de manter plena transparência de todos
os seus comportamentos, inclusive de oferecer informações que estejam
armazenadas em seus bancos de dados, quando sejam solicitadas, em razão
dos interesses que ela representa quando atua.
“Todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado.” (art. 5°, XXXIII da CF apud webjur, p. 3).
Princípio da Eficiência:
Exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função
administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com
legalidade e impessoalidade, exigindo resultados positivos para o serviço
público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
membros.
A Administração Pública deve buscar um aperfeiçoamento na
prestação dos serviços públicos, mantendo ou melhorando a qualidade dos
serviços, com economia de despesas. Binômio: qualidade nos serviços +
racionalidade de gastos.
“O servidor nomeado para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público
submete-se a um estágio probatório de 3 anos,
em que o administrador irá apurar a eficiência
na prática.” (art. 41 da CF apud webjur, p. 4)
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O administrador verificará a freqüência, o rendimento do trabalho, o
cumprimento de ordens emitidas pelo superior.
Abaixo verificaremos alguns princípios da Administração Pública não
previstos no artigo 37 da CF.
1) Princípio da Isonomia ou igualdade formal:
Aristóteles afirmava que a lei tinha que dar tratamento desigual às
pessoas que são desiguais e igual aos iguais. A igualdade não exclui a
desigualdade de tratamento indispensável em face da particularidade da
situação.
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza...” (art. 5° da CF apud
webjur, p. 5)
2) Princípio da Motivação:
A Administração está obrigada a motivar todos os atos que edita, pois
quando atua representa interesses da coletividade. É preciso dar motivação
dos atos do povo, pois ele é o titular da “res publica” (coisa publica).
“As decisões administrativas dos tribunais
serão motivadas, sendo as disciplinares
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus
membros.” (art. 93, X, da CF apud webjur, p. 5)
3) Princípio da Autotutela:
A Administração Pública tem possibilidade de rever seus próprios atos,
devendo anulá-los por razões de ilegalidade (quando nulos) e podendo revogá-
los por razões de conveniência ou oportunidade (quando inoportunos ou
inconvenientes).
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Anulação: Tanto a Administração como o Judiciário podem anular um ato
administrativo. A anulação gera efeitos “ex tunc”, isto é, retroage até o
momento em que o ato foi editado, com a finalidade de eliminar todos os seus
efeitos até então.
Revogação: Somente a Administração pode fazê-la. Caso o Judiciário pudesse
rever os atos por razões de conveniência ou oportunidade estaria ofendendo a
separação dos poderes. A revogação gera efeitos “ex nunc”, pois até o
momento da revogação o ato era válido.
Anulação Revogação
Fundamento Por razões de ilegalidade Por razões de conveniência e
oportunidade
Competência Administração e Judiciário Administração
Efeitos Gera efeitos “ex tunc” Gera efeitos “ex nunc”
(Extraído de webjur, 2013, p. 5)
4) Princípio da Continuidade da Prestação do Serviço Público:
A execução de um serviço público não pode vir a ser interrompida.
Assim, a greve dos servidores públicos não pode implicar em paralisação total
da atividade, caso contrário será inconstitucional. (art. 37, VII da CF)
5) Princípio da Razoabilidade:
O Poder Público está obrigado, a cada ato que edita, a mostrar a
pertinência em relação à previsão abstrata em lei e os fatos em concreto que
foram trazidos à sua apreciação. Este princípio tem relação com o princípio da
motivação.
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CAPÍTULO II
A CONDUTA IDEAL DO SERVIDOR PÚBLICO
2.1 – Princípios básicos de conduta no serviço público
A conduta serve para orientar internamente ao homem quanto às suas
ações. Porém, não é medida somente pelo cumprimento às normas, e sim pela
qualidade com que as regras são observadas.
A motivação, o esmero, o gosto com que realiza as suas atividades em
busca de cumprir os seus deveres são iniciativas que demonstram o espírito de
equipe do servidor.
Segundo ENAP (2012), as regra de conduta ajuda o servidor a
desenvolver sua própria orientação interna, dando-lhe segurança e estímulo
para a sua atuação profissional e também para ajudá-lo a alcançar o domínio
dos modos de realizar ou construir algo. Esse domínio implica a familiaridade
com as regras ou procedimentos que indicam o quê e como fazer.
Para ENAP (2012), há dois tipos diferentes de regras de conduta que
são:
REGRAS IMPERATIVAS REGRAS CONSTITUTIVAS:
São regram que simplesmente
proíbem ou ordenam, pressupondo
que o sujeito saiba fazer o que se
ordena e conheça as condutas
proibidas.
São regras que instruem as pessoas a
fazer algo. Elas orientam o sujeito ético a
realizar ou construir o que se deseja.
Como toda regra, elas limitam o leque de
coisas que poderiam ser feitas. Contudo,
ao contrário das regras imperativas, as
regras constitutivas mais orientam a ação
do indivíduo do que a ordenam ou a
proíbem.
(Extraído de ENAP, 2012, p. 5)
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Podemos resumir que as regras imperativas dizem o que não pode ser
feito e o que deve ser feito. As regras constitutivas dizem como fazer, o que
pode e deve ser feito.
As regras de conduta são regras constitutivas estabelecidas a partir de
regras imperativas, nos orientando diante de uma ação desafiadora e
arriscada. Elas nos ajudam no processo de escolha da melhor maneira de agir,
permitindo que definamos os caminhos adequados e nos ajudando a decidir
pelas ações eticamente corretas e politicamente justas.
Vejamos alguns princípios básicos da conduta do servidor público,
como destaca ENAP (2012):
1) Profissionalismo:
O serviço público é uma atividade altamente profissional, visto que é
uma opção dada pelo Estado que convoca para uma dedicação plena nos seus
quadros de carreira.
Vínculo permanente, concentração no trabalho, dedicação, empenho
para servir à comunidade e competência são características que se esperam
dos ocupantes dos cargos públicos.
Além do compromisso ético com o bem comum, uma atitude
profissional exige, entre outras qualidades:
a) Imparcialidade: o serviço público envolve relacionamentos humanos
que podem se chocar com nossos gostos e preferências pessoais – políticas,
ideológicas, religiosas ou o que for.
Às vezes simpatizamos muito com certas pessoas e detestamos
outras, apoiamos um partido ou corrente política e não outra, essa igreja e não
aquela, etc. É claro que o exercício correto de qualquer ofício não pode deixar
que esses gostos e preferências interfiram no que deve ser feito.
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b) Objetividade: significa uma abordagem razoavelmente distanciada e
serena do trabalho a fazer. Isso não significa indiferença ou frieza, trata-se
apenas de evitar que sentimentos explosivos atrapalhem o nosso desempenho.
Não é o caso de sufocar as emoções, mas sim educá-las para seguir o
fluxo racional que leva ao sucesso do trabalho.
c) Excelência: o trabalho profissional é a busca incessante da perfeição.
Nunca alcançaremos a perfeição, mas ao buscá-la, chegaremos ao melhor
possível.
2) Decoro:
É uma “postura” porque une a disposição interna para agir
corretamente com a aparência desse agir. Segundo David Burchell apud Enap
2012, decoro, do latim decorum, é:
“ a face pública de um estado pessoal da
honradez” (p. 8)
A probidade e a integridade são duas qualidades que relacionam-se
com o decoro. Probidade é a qualidade de quem é probo e tem o significado de
retidão, honradez, brio e observância rigorosa dos deveres da justiça e da
ética. A integridade tem significado semelhante e é uma qualidade atribuída a
uma pessoa honesta, incorruptível, cujos atos são irrepreensíveis.
O decoro, a probidade e a integridade além de serem patrimônios
pessoais acabam sendo incorporados à “personalidade” do Estado, pois se
uma administração pública é proba, íntegra e atenta ao decoro é função direta
das características de seus funcionários.
3) Civilidade:
É uma disposição para tornar as relações sociais mais fluentes ou
menos ásperas. Pode especificamente ser:
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a) Prestação de Contas: disposição para justificar publicamente decisões
tomadas ou estratégias adotadas, e abertura para ouvir interpelações, críticas e
sugestões de maneira respeitosa, independente da simpatia pessoal que se
tenha pelo interlocutor.
b) Espírito Cooperativo: é a abertura para acomodar diferenças,
principalmente nos processos de mediação. Ter o “espírito cooperativo” não é
promover a conciliação a qualquer preço, ferindo princípios éticos. É, ao
contrário, credenciar-se como um agente que promova a boa vontade e motive
as ações coletivas construtivas.
Abaixo verificaremos um quadro resumido dos deveres e proibições do
servidor público estatutário:
DEVERES
Atividade Princípio a cumprir
Exercer com zelo e dedicação as atribuições do
cargo MORALIDADE
Ser leal às instituições a que servir MORALIDADE
Observar as normas legais e regulamentares LEGALIDADE
Cumprir as ordens superiores, exceto quando
manifestamente ilegais LEGALIDADE
Atender com presteza: ao público em geral,
prestando as informações requeridas, ressalvadas
as protegidas por sigilo; à expedição de certidões
requeridas para defesa de direito ou esclarecimento
de situações de interesse pessoal; às requisições
para a defesa da Fazenda Pública
EFICIÊNCIA
Levar ao conhecimento da autoridade superior as
irregularidades de que tiver ciência em razão do
cargo
LEGALIDADE
Zelar pela economia do material e a conservação do
patrimônio público ECONOMICIDADE
Guardar sigilo sobre assunto da repartição MORALIDADE
Manter conduta compatível com a moralidade MORALIDADE
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administrativa
Ser assíduo e pontual ao serviço EFICIÊNCIA
Tratar com urbanidade as pessoas MORALIDADE
Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
de poder
LEGALIDADE
Lei n° 8.112/90 – Título IV, Capítulo I, art. 116 apud ILB, 2012, p.2
PROIBIÇÕES
Atividade Princípio violado
Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
prévia autorização do chefe imediato
LEGALIDADE
MORALIDADE
Retirar sem prévia anuência da autoridade
competente, qualquer documento ou objeto da
repartição
LEGALIDADE
MORALIDADE
Recusar fé a documentos públicos LEGALIDADE
Opor resistência injustificada ao andamento de
documento e processo ou execução de serviço EFICIÊNCIA
Promover manifestação de apreço ou desapreço no
recinto da repartição MORALIDADE
Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado
LEGALIDADE
Coagir ou aliciar subordinados no sentido de
filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou
a partido político
IMPESSOALIDADE
Manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função
de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até
o segundo grau civil
IMPESSOALIDADE
Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
outrem, em detrimento da dignidade da função
pública
IMPESSOALIDADE
Participar de gerência ou administração de
sociedade privada, personificada ou não
personificada, exercer o comércio, exceto na
qualidade de acionista, cotista ou comanditário
LEGALIDADE
MORALIDADE
Atuar, como procurador ou intermediário, junto a
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
26
previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro
MORALIDADE
Receber propina, comissão, presente ou vantagem
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
Aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
estrangeiro
LEGALIDADE
IMPESSOALIDADE
MORALIDADE
Praticar usura sob qualquer de suas formas LEGALIDADE
MORALIDADE
Proceder de forma desidiosa EFICIÊNCIA
Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição
em serviços ou atividades particulares
IMPESSOALIDADE
ECONOMICIDADE
Cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
cargo que ocupa, exceto em situações de
emergência e transitórias
LEGALIDADE
Exercer quaisquer atividades que sejam
incompatíveis com o exercício do cargo ou função e
com o horário de trabalho
IMPESSOALIDADE
Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais
quando solicitado LEGALIDADE
Lei n° 8.112/90 – Título IV, Capítulo II, art. 117 apud ILB, 2012, p.4
2.2 – Educação Ética
A educação ética deve estar presente no cotidiano do serviço público.
Postura correta e uma conduta verdadeira são essenciais nas pequenas ou
maiores ações adotadas pelo funcionalismo.
Segundo ENAP (2012):
“A importância da educação ética do servidor
público está no fato de que sua iniciativa no
sentido de aperfeiçoar o serviço público é
fundamental para o aperfeiçoamento do Estado
brasileiro, para que haja mais justiça na
distribuição dos bens.” (p. 19)
27
Constatamos então que, o aprimoramento e o discernimento ético do
servidor público têm um papel importante na melhoria do serviço público em
nosso país, lembrando também da necessidade do aperfeiçoamento das
instituições e aplicação correta das leis em vigor.
Conforme destaca ILB (2012), a verdade é um princípio ético que se
inscreve como pilar da religião e da filosofia. O servidor ao agir deve ter a
consciência pessoal dos seus atos, a justiça deles e o cuidado com sua
repercussão sobre o outro.
Abaixo verificaremos algumas ações éticas que podem ser praticadas
no dia a dia.
Dê o crédito a seus colegas e subordinados, quando tiverem
boas ideias e ações. Não se aproprie do mérito deles;
Não aceite presentes cuja causa esteja em sua função, seu
trabalho;
Seja honesto consigo mesmo e com os outros;
Aja de acordo com a lei (para isso, consulte a legislação, de
modo a assegurar-se da correção de seus atos. Lembre-se de que
a ninguém é dado alegar desconhecimento da lei.)
Considere os recursos públicos como se denominam:
públicos, de todos e para todos.
Seja ético também quando ninguém o estiver observando.
Extraído ILB, 2012, p. 5
Percebemos que o agir de maneira correta deve ser um exercício diário
e consciente, pois traz benefícios a todos.
Para Passos (2012):
"A ausência de comportamentos éticos pode
impossibilitar a convivência das pessoas dentro
28
de uma instituição e, até mesmo, colocar em
risco a vida humana. (p. 103)
O estudo da ética tem por finalidade levar as pessoas a pensar, refletir
sobre seus atos, tendo por base o respeito à pessoa e à verdade. Conforme
Passos (2012) descreve, a falta da ética pode resultar prejuízos incalculáveis,
como: falta de credibilidade, despesas judiciais, dentre outros.
2.3 – A ética no atendimento ao público
Segundo Pereira (2010), a ética no serviço público diz respeito à
responsabilidade do cidadão, dos grupos ou instituições da sociedade pelo
bem comum.
O atendimento prestado ao contribuinte, em muitos casos, ainda é
deficiente tornando a vida dos dependentes dos serviços públicos difícil. Para
Caracas (2009) existe a necessidade de uma gradativa transformação cultural
dentro da estrutura organizacional da Administração Pública.
"Uma reavaliação e valorização das tradições,
valores morais e educacionais que nascem em
cada um de nós e se forma ao longo do tempo
criando assim um determinado estilo de
atuação no seio da organização baseado em
valores éticos." (p. 3)
É necessário estimular o cidadão para uma consciência política
alavancada pelo conhecimento de seus direitos e a busca da democracia.
Conforme Gonçalves (2011), para que o sistema funcione de forma eficaz seria
preciso uma profunda mudança na educação. Os princípios da democracia,
noções de ética e de cidadania teriam que ser trabalhados desde a infância,
29
antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função pública ou
atingir a plenitude de seus direitos políticos.
Pereira (2010) descreve que:
"Os serviços públicos, para serem éticos, hão
de ter também estas qualidades: serem
acessíveis, eficientes e rápidos." (p. 4)
Percebemos que o usuário do serviço público ao buscar o atendimento
espera que o seu problema seja resolvido. Merece um serviço de qualidade em
que atenção, respeito e cortesia estejam presentes. Prioridades a serem
consideradas no atendimento, tempo de espera, prazos para o cumprimento
dos serviços, mecanismos de comunicação com os usuários, procedimentos
para atender as reclamações, identificação dos servidores, condições de
limpeza e conforto nas dependências fazem parte de um bom ambiente
organizacional e devem ser observados pelos órgãos públicos no
estabelecimento dos padrões de qualidade no atendimento, segundo Pereira.
Para Passos (2012), a crise de valores em que vivemos, identificada
pela falta de decoro, de compostura e de desrespeito às leis e regras sociais
decorrentes da pós modernidade, em que a heterogeneidade, a diferença, a
fragmentação e a descontinuidade são privilegiadas levam o Brasil a viver um
momento de redescoberta da ética onde destacam-se os valores econômicos,
os valores morais, os valores políticos e os valores religiosos.
"A consciência ética, como a educação e a
cultura são assimiladas pelo ser humano,
assim, a ética na administração pública, pode e
deve ser desenvolvida junto aos agentes
públicos ocasionando assim, uma mudança na
gestão pública que deve ser sentida pelo
30
contribuinte que dela se utiliza diariamente,
seja por meio da simplificação de
procedimentos, isto é, a celeridade de
respostas e qualidade dos serviços prestados,
seja pela forma de agir ou de contato entre o
cidadão e os funcionários públicos. (Caracas,
2009, p. 4)
Todo e qualquer procedimento que ajude a melhorar o atendimento
prestado ao cidadão é bem vindo para que a sociedade passe a enxergar de
uma maneira melhor o serviço público. Segundo Pereira (2010), é papel do
Estado estar a serviço do homem comunitário e não do homem por si mesmo.
A sua função, no sentido de exaltar a pessoa, é fazer com que essa mesma
disponha de maiores oportunidade de bem viver que dele se possa derivar.
Para ele:
"O Estado tem um compromisso com a pessoa,
e é legítimo que o cumpre com transparência,
não propiciando a alienação da pessoa pela
totalização do seu mecanismo político" (p. 12)
31
CAPÍTULO III
A busca de uma Gestão Pública voltada para a ética
3.1 – Conceito de Código de Ética Profissional do Servidor
Público e sua finalidade
Segundo ILB (2012), Códigos de Ética são documentos criados por
instituições ou categorias profissionais específicas, para regular a atuação
desses agentes. É feito para todos os que exercem uma determinada profissão
ou todos os que integram uma determinada entidade ou órgão público.
Para ENAP (2012):
"É um padrão que serve de guia para a conduta
de um determinado grupo. É um conjunto de
princípios, assumidos publicamente, que
orientam determinadas atividades, de acordo
com os anseios sociais por honestidade,
solidariedade e correção." (p. 10)
Percebemos acima que um código de ética não pode servir como
desculpa ou meio para legitimar comportamentos que a lei proíbe. Deve ter
relação em parte com a lei e em outra, com a moralidade.
A aprovação do Código de Ética Profissional do Servidor Público deu-
se no ano de 1994, na gestão do Presidente Itamar Franco, num período vivido
por grandes conturbações políticas, em que a conduta ética do serviço público,
incluindo o comportamento dos políticos foi fortemente questionada pela
população, conforme descreve Passos (2012).
32
Um código de ética tem muitas finalidades, dentre elas, a
demonstração para a população externa (usuários) e interna (servidores) das
atitudes morais consideradas adequadas e inadequadas. Para Passos (2012):
"Facilitaria a imediata tomada de decisões,
impediria ou diminuiria perda de funcionários
competentes para a iniciativa privada, e o
recrutamento de outros para fazer frente a
necessidades imediatas, atitudes que evitariam
maior desgaste na imagem do governo". (p.
158)
Segundo ela, o Código em análise é constituído por três seções e 25
artigos. A seção I é denominada: Das Regras Deontológicas. Inicia afirmando
que os funcionários, em geral, devem agir com "dignidade, decoro, zelo e
eficácia", para a preservação da honra e tradição do serviço público. A seção II
traz uma orientação de base filosófica, ao afirmar que ao servidor público não
basta saber o que é legal ou ilegal, mas o que é justo ou injusto, honesto ou
desonesto. A seção III aborda sobre nossas ações que visam atingir fins, e
devem garantir o respeito à dignidade da pessoa humana.
Para ENAP (2012), torna-se necessário a observação de alguns pontos
para a elaboração de um Código de Ética: (p. 10 e 11)
* Explicitar os valores afirmados por um grupo e, em seguida, dar uma
concretude maior a eles por meio de normas que sirvam de instrumentos para
realizar os valores afirmados.
* Cuidar para não ser entendido, primariamente, como um instrumento
disciplinar e repressivo.
* Cuidar para que não esteja voltado exclusivamente para "quem não
tem ética". É bem provável que o inverso seja mais verdadeiro.
33
* Articular princípios ou valores que frequentemente entram em
choque, colocando-os em perspectiva, a fim de reconciliá-los ou priorizá-los.
Isso pode ser útil na resolução de dilemas morais, vividos justamente por
aqueles que procuram se conduzir eticamente.
* Ao se definir o seu conteúdo, é bom lembrar que não se está agindo
nem como um legislador no Congresso Nacional nem como um reformador
moral.
* Não se pode ir contra a lei, mas também não se deve simplesmente
repeti-la. É preciso valorizar o aspecto do bom cumprimento da lei,
identificando os casos em que, mesmo dentro da legalidade, cometem-se atos
que, intencionalmente ou não, prejudiquem alguém.
* O código deve ser um instrumento para a resolução de conflitos
morais do grupo a que se aplica, e não um instrumento repressivo ou
disciplinador.
*Não deve haver nenhuma pretensão de uso universal do código: ele
deve servir de guia para a resolução dos problemas específicos do grupo de
servidores compreendido por esse código.
Ao se tratar de uma entidade ou órgão público, eis algumas questões
que devem ser levadas em consideração num código de ética. (ENAP, 2012, p.
11):
1) A finalidade e as características mais gerais da entidade;
2) As relações internas entre os seus servidores e outros
colaboradores;
3) As relações com outras entidades, públicas ou privadas;
4) As relações com o cidadão.
Conforme explicita o Código, o serviço público não deve servir a
interesses particulares em detrimento do bem comum, muito menos em se
tratando de situações ilícitas.
34
"Resistir a todas as pressões de superiores
hierárquicos, de contratantes, interessados e
outros que visem obter qualquer favor,
benesses ou vantagens indevidas em
decorrência de ações imorais, ilegais ou
aéticas e denunciá-las". (artigo XIV, alínea i
apud Passos, 2012, p. 161).
3.2 – Os desafios no serviço público
Diversos são os desafios para que o serviço público se torne mais
eficiente para os cidadãos. Segundo ENAP (2012), ao estudarmos a história do
Brasil, percebemos que na maioria das vezes, o poder do Estado estava
voltado em benefício dos mais poderosos e não para o atendimento dos menos
favorecidos a fim de reduzir as desigualdades. Abaixo, vejamos alguns
conceitos sobre a corrupção (p. 15):
* Patrimonialismo: é uma forma de organização da sociedade
inspirada na economia doméstica e baseada numa autoridade fortalecida pela
tradição. O termo original é do latim, patrimonium, e significa o conjunto de
bens paternos, a herança familiar. Em outras palavras, no patrimonialismo, o
poder do Estado está na mão de determinadas famílias, que se servem dos
recursos públicos como se fossem propriedade privada sua e exercem o poder
não com base na lei, mas no próprio interesse dessas famílias dominantes, que
se estabeleceram no passado e forma se mantendo poderosas ao longo dos
anos.
* Clientelismo: vinculado ao patrimonialismo. Enquanto o
patrimonialismo é o modo como se organiza a sociedade (em torno de famílias
que detêm um grande patrimônio e são consagradas pela tradição), o
clientelismo é a faceta política do patrimonialismo e se define por um modo de
35
relacionamento entre o poderoso e os que dele depende, os seus clientes. Na
Roma antiga, a clientela era uma relação de dependência econômica e política
entre um patrono, que oferecia seu poder de proteção e influência, e o cliente,
que lhe prestava lealdade, serviço militar e, em circunstâncias especiais,
pagava-lhe tributo Tratava-se, portanto, de uma relação de dependência
pessoal, de natureza vertical, ou seja, há no clientelismo um superior e um
subordinado.
* Corrupção: significa, em termos gerais, deterioração, adulteração
das características originais de algo. Em termos de administração pública,
corrupção é o fenômeno pelo qual o funcionário público age de modo diferente
da lei, favorecendo interesses particulares em troca de recompensa. O
peculato (desvio ou apropriação de recursos públicos para uso privado) e o
nepotismo (favoritismo em relação a parentes) são exemplos de corrupção
pública. Trata-se de um comportamento que se define principalmente pela
confusão entre a esfera pública e a esfera privada, entendidos dentro dos
limites da lei no Estado.
Por outro lado, embora se possa esperar menos corrupção num
Estado com menos recursos (pois a esfera pública é menor), o que realmente
parece determinar a possibilidade de corrupção, do ponto de vista jurídico, é a
falta de mecanismos institucionais claros e operacionais de controle e
responsabilização pública do uso dos recursos públicos. Por outro lado, a
corrupção tem também a ver com a falta de disseminação da cultura que
distingue o domínio público do domínio privado e que valoriza o Estado como
instituição que deve estar a serviço de todos, de forma impessoal e não de
interesses individuais.
Assim, do ponto de vista ético, a corrupção é antes de tudo um
problema derivado da falta de separação entre a esfera pública e a privada, ou
seja, o fato de o servidor público tomar os recursos do Estado como se fossem
seus ou do grupo ao qual está ligado. O Estado impessoal, que está a serviço
de todos, baseia-se em relações políticas horizontais, ou seja, não entre
superiores e subordinados, mas entre cidadãos e servidores públicos, com
36
direitos e deveres estabelecidos em lei e da vontade consagrada pelo voto, e
não dependentes da vontade de indivíduos ou famílias poderosas.
Além do clientelismo, que seria o modo mais comum de relação
entre Estado e sociedade no Brasil, tal como vimos acima, a partir de 1930
tornou-se mais comum no Brasil o "insulamento burocrático". Trata-se de um
modo de proceder do serviço público que é imune às ingerências do
clientelismo e que pretende se guiar exclusivamente por critérios técnicos nas
decisões e iniciativas. Foi particularmente importante durante a ditadura do
Estado Novo, quando foram criados vários órgãos públicos destinados a
aumentar a eficiência do serviço público, e no período da ditadura militar
instaurada em 1964. Apesar de não ser clientelista, o insulamento burocrático é
criticável porque se trata de um Estado e um serviço público voltados para si
mesmos e não para atender os direitos do cidadão, criando-se uma burocracia
isolada das demandas sociais.
O controle interno é importante para o aperfeiçoamento do caráter
público do serviço prestado pelo Estado, porém não é o suficiente para a
grande demanda de atendimento aos cidadãos. A mídia é um tipo de controle
mais direto do serviço público. Conforme comenta ENAP (2012):
"Fica o desafio de aproximar o desempenho do
serviço público brasileiro das necessidades do
cidadão, colocando as demandas públicas
acima dos interesses privados de quem está
ocupando um cargo público e acima da
politicagem de grupos que usam a máquina do
Estado para fins exclusivos de sua perpetuação
no poder. Em outras palavras, o desafio é
tornar o serviço público realmente voltado para
o interesse público e o respeito aos direitos do
cidadão. O desafio é aumentar o grau de
responsabilidade pública do Estado." (p. 18)
37
3.3 – Iniciativas da Administração Pública Federal
A Administração Pública Brasileira, na esfera federal, vem
implementando políticas públicas desde meados da década de 1990 com
enfoque em uma gestão mais austera, com revisão de métodos e estruturas
burocráticas de governabilidade. Segundo Gonçalves (2011), aliado a isto,
temos presenciado uma nova gestão preocupada com a preparação dos
agentes públicos para uma prestação de serviços eficiente e moralmente
comprometida com o bem comum, o que engloba uma postura governamental
com tomada de decisões políticas e práticas profissionais responsáveis em
parte por todo o funcionalismo público.
Conforme descreve Suárez e Tellería apud Gonçalves (2011), os
princípios da ética pública devem ser positivos e capazes de atrair ao serviço
público pessoas capazes de desempenhar uma gestão voltada ao coletivo:
* Os processos seletivos para o ingresso na função pública devem
estar ancorados no princípio do mérito e da capacidade, e não só o ingresso
como carreira no âmbito da função pública;
* A formação continuada que se deve proporcionar aos
funcionários públicos deve ser dirigida entre outras coisas, para transmitir a
ideia de que o trabalho a serviço do setor público deve realizar-se com
perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho realizado em benefícios de
"outros";
* A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na
Administração Pública devem estar presididas pelo bom propósito e uma
educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem ser positivos e os
funcionários devem ser esforçar para viver no cotidiano esse espírito de serviço
para a coletividade que justifica a própria existência da Administração Pública;
* A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser o
elemento mais importante da cultura administrativa. A mentalidade e o talento
se encontram na raiz de todas as considerações sobre a ética pública e
explicam, por si mesmos, a importância do trabalho administrativo;
38
* Constitui um importante valor deontológico potencializar o
orgulho que provoca a identificação do funcionário com os fins do organismo
público no qual trabalha. Trata-se da lealdade institucional, a qual constitui um
elemento capital e uma obrigação central para uma gestão pública que aspira à
manutenção de comportamentos éticos;
* A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindível nos
planos de formação dos funcionários públicos. Ademais se devem buscar
fórmulas educativas que tornem possível que esta disciplina se incorpore nos
programas docentes prévios ao acesso à função pública ;
* O comportamento ético deve levar o funcionário público à busca
das fórmulas mais eficientes e econômicas para levar a sério sua tarefa;
* A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da
igualdade e não discriminação. Ademais, a atuação de acordo com o interesse
público deve ser o "normal" sem que seja moral receber retribuições diferentes
da oficial que se recebe no organismo em que se trabalha;
* O funcionário deve atuar sempre como servidor público e não
deve transmitir informação privilegiada ou confidencial. O funcionário, como
qualquer outro profissional, deve guardar o sigilo de ofício;
* O interesse coletivo no Estado social e democrático de Direito
existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições que torne possível
seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um exercício efetivo de todos os
seus direitos fundamentais. Para tanto, os funcionários devem ser conscientes
de sua função promocional dos poderes públicos e atuar em consequência
disto.
A Administração Pública também passou a instituir códigos de
ética de forma a cobrar um comportamento de seus agentes condizente com a
moralidade administrativa. Cabe mencionar segundo ENAP (2012):
* O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do
Poder Executivo aprovado em 22 de junho de 1994;
39
* O Código de Conduta de Alta Administração Federal, de 18 de
agosto de 2000;
* O Código de Conduta Ética dos Agentes Públicos em exercício
na Presidência da República, de 11 de Janeiro de 2002.
s Comissão de Ética
Criada por Decreto Presidencial em 26 de maio de 1999.
Composição:
* Integrada por sete brasileiros que preencham os requisitos de
idoneidade moral, reputação ilibada e notória experiência em administração
pública, designados pelo Presidente da República;
* Seus membros não recebem remuneração. Os trabalhos por ele
desenvolvidos são considerados prestação de relevante serviço público.
Objetivos da Comissão:
* Assegurar um padrão ético efetivo para os ocupantes dos mais
altos cargos do Executivo Federal, por meio de normas de fácil aplicação e
compreensão, suficientes para o cumprimento dos valores éticos estabelecidos
pela Constituição Federal para a Administração Pública;
* Prevenir transgressões éticas durante e depois do exercício do
cargo público;
* Atuar como instância consultiva que proteja o administrador
honesto;
* Fazer com que a ética seja reconhecida como instrumento
imprescindível para uma administração pública efetiva, transparente e
democrática;
Metodologia de Trabalho:
* A perspectiva da Comissão é essencialmente preventiva e
educativa;
40
* Quando se trata de violação de norma legal, a Comissão
encaminha a matéria ao órgão competente para apurá-la;
* A Comissão mantém linha direta de comunicação com cada
autoridade individualmente, por meio de carta, comunicação telefônica e e-mail;
* Os atos normativos e interpretativos são transmitidos a todas as
autoridades e incluídos no site da Comissão;
* A Comissão expede mensalmente cerca de 400 orientações e
30 notificações, que funcionam como alertas para situações que podem
configurar descumprimento das normas de conduta ética;
* Responde a consultas de autoridades que desejam saber se
esse ou aquele procedimento específico pode ser adotado em face das normas
de conduta;
* Distribui um manual de perguntas e respostas mais frequentes,
permanentemente atualizado, às pessoas abrangidas pelos códigos mais
gerais da Administração Federal;
* Orienta as comissões setoriais de ética.
s A Rede de Ética
Abrangência e Objetivo da Rede:
Em maio de 2001 foi estabelecida uma rede de 168 profissionais
com responsabilidade pela gestão da ética em 265 órgãos e entidades
federais. A responsabilidade básica desses profissionais é apoiar a Comissão
no cumprimento das suas funções, assim como zelar pela conduta adequada
em suas respectivas organizações.
Resultados:
Antes da Rede de Ética, 30% dos órgãos e entidades federais
levavam em conta regras de conduta padronizadas para seus quadros. E
pouco mais de 20% dos órgãos e entidades federais cumpriam algumas das
funções de gestão da ética: divulgação, capacitação e monitoramento das
normas.
41
Esse quadro tem se alterado gradativamente em direção a uma
situação que tende a superar o ceticismo às iniciativas nesta área. O Informe
2007 da Comissão de Ética Pública, publicado em janeiro de 2008, registra a
ampliação do quantitativo de participantes do Sistema de Gestão da Ética do
poder Executivo Federal, que inclui, atualmente, 287 órgãos e entidades, 139
Comissões Setoriais de Ética constituídas e 175 representantes setoriais.
42
CONCLUSÃO
A partir do estudo realizado neste trabalho, percebemos que a
Administração Pública deve estar voltada sempre à prática do bem comum com
uma gestão direcionada à preparação dos agentes públicos para um
atendimento eficiente e moralmente comprometida com o bem estar social.
Torna-se um desafio para o Estado Contemporâneo, em meio ao
patrimonialismo, clientelismo e corrupção que sempre estiveram arraigados na
Administração Pública , fazer com que o poder seja usado para fins públicos
em atenção aos direitos civis de todos os cidadãos e a ampliação dos direitos
sociais, com vistas à diminuição das desigualdades.
Iniciativas como o controle interno ajudam no aprimoramento do caráter
público do serviço prestado pelo Estado, além da mídia e também os próprios
cidadãos que através de ouvidorias podem exigir um atendimento eficiente,
denunciar maus gestores e opinar sobre melhorias do serviço.
Verificamos que o aprimoramento e o discernimento ético do servidor
ajuda muito para um serviço público de qualidade. Cabe aos nossos
administradores investirem nesta educação a fim de que a Administração
Pública se torne totalmente ética, funcionando com economia, eficiência e
dentro dos princípios democráticos. Conforme cita Gonçalves (2011):
"É evidente que a nova Administração Pública
deve, cada vez mais, investir em preparação e
atualização de seus agentes públicos para
proporcionar-lhes condições de conhecer as
melhores técnicas e os melhores meios de
atingir um serviço público voltado ao interesse
geral da sociedade." (p. 7)
43
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