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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM – FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU LOGÍSTICA REVERSA E A SUSTENTABILIDADE DE GRANDES CENTROS URBANOS BRASILEIROS. Milena Villanova Casella Neves ORIENTADOR: Prof. Nelson Magalhães Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

LOGÍSTICA REVERSA E A SUSTENTABILIDADE DE

GRANDES CENTROS URBANOS BRASILEIROS.

Milena Villanova Casella Neves

ORIENTADOR: Prof. Nelson Magalhães

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA Logística Empresarial. Por: Milena Villanova Casella Neves

LOGÍSTICA REVERSA E A SUSTENTABILIDADE DE

GRANDES CENTROS URBANOS BRASILEIROS.

Rio de Janeiro 2016

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos e parentes, pela compreensão nas

minhas ausências por conta dos estudos.

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DEDICATÓRIA

Ao meu pai, por todo apoio de sempre.

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RESUMO

O trabalho estuda o fato de que uma cidade dita como sustentável

muita das vezes não é de fato 100% sustentável. Pois iremos ver que a

nomenclatura não necessariamente está atrelada à funcionalidade.

Ao longo do texto abordaremos diversas soluções ambientais

propostas pelo setor público e privado que são paleativas. Através de exemplos

poderemos perceber que é preciso repensar nas atitudes já tomadas pelos

homens em relação ao meio em que vivemos, para traçar novos caminhos que

possibilitem práticas ambientalmente corretas.

O estudo vai mostrar que um bom começo para essa evolução pode

ser a aplicação da logística reversa no setor empresarial aliada aos incentivos

do governo como um passo para transformar os grandes centros urbanos em

cidades sustentáveis.

Exemplificaremos de diversas formas, ao longo da monografia, que

as participações ativas e o entendimento da corresponsabilização do governo e

do setor empresarial são pontos fundamentais para se ter um ambiente

saudável em harmonia com o meio e o povo.

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METODOLOGIA

A construção desse referencial teórico parte do estudo de cidades

que adotam medidas em prol do meio ambiente como alternativas aos recursos

de gestão convencionais. Sendo assim, no primeiro capítulo desse trabalho,

iremos apresentar uma análise sobre o tema gerador da pesquisa, enfatizando

as diversas abordagens de importantes autores e pontuando suas

contribuições para o entendimento e discussão. No segundo

capítulo elaboraremos uma discussão em torno do problema em questão. Já no

último e terceiro capítulo dessa monografia, teremos a conclusão a respeito da

nossa pesquisa que será uma articulação da hipótese e sua possível

comprovação. As referências bibliográficas utilizadas nessa monografia são

parte bibliográfica, parte eletrônica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Logística reversa e a gestão sustentável nos centros urbanos 12

CAPÍTULO II

Corresponsabilização – governo e setor empresarial 18

CAPÍTULO III

A busca por cidades sustentáveis 30

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA 39

WEBGRAFIA 41

ÍNDICE 42

ÍNDICE DE FIGURAS 43

ANEXO 01 44

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INTRODUÇÃO

Criar um futuro sustentável de maneira econômica, social e

ambiental requer uma quebra de paradigmas quanto ao uso de recursos

naturais, à obtenção desses e à forma como os consumimos. Para que haja de

fato uma transformação comportamental, as organizações, o governo e a

sociedade necessitam reconhecer fazer parte de um sistema complexo,

interdependente e global. Todos os impactos das atividades socioambientais

destes agentes serão repercutidos para todo o meio ambiente e influenciarão a

forma como as futuras gerações viverão.

Faz-se presente, no Brasil e nos demais países, a preocupação em

minimizar a geração de resíduos, reutilizar materiais e reciclar, em diversos

setores das sociedades, porém, ainda não vemos avanços e resultados

satisfatórios em grandes centros urbanos brasileiros.

A gestão de resíduos sólidos no Brasil ainda encontra diversos

obstáculos, principalmente nos grandes centros urbanos. Diversos

municípios brasileiros ainda fazem uso de unidades de destinação

inadequada de resíduos, encaminhando-os para aterros, que não

possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para proteção

do meio ambiente contra danos e degradações.

O objetivo geral desse trabalho é fazer um aprofundamento de

saberes relacionados à logística reversa e suas contribuições no modelo de

gestão sustentável. Pretende-se mostrar aos estudiosos, gestores ou

interessados na área, como a logística reversa se faz instrumento de

desenvolvimento econômico e social.

Aprofundamo-nos a respeito dos conjuntos de ações, procedimentos

e meios viáveis para as empresas implementarem a logística reversa nas suas

gestões. Como por exemplo: o reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros

ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. Para

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tal, é preciso saber, antes de tudo, qual a definição de logística reversa,

precisamos também conhecer a definição de cidades sustentáveis e quais

os pilares que “sustentam” esse tema.

As organizações são parte crucial do modelo de consumo dos

recursos naturais e responsáveis pela manutenção de linhas de produção fabril

que incentivam o consumo desenfreado e a geração de resíduos tóxicos para

os seres humanos, a fauna e a flora. Conceitos baseados em premissas

sustentáveis se apresentam, portanto, como um desafio à transformação dos

modelos de negócios usuais.

Ao longo dos anos há um crescente número de pesquisas que

evidenciam o fato de que empreendimentos que adotam comportamentos

socioambientalmente responsáveis têm uma resposta de desempenho

econômico positivo. A natureza desse desempenho varia de acordo com a

organização e depende de variáveis de contexto como: a particularidade do

mercado, a estratégia adotada e o estágio de desenvolvimento do negócio.

São exemplos de possíveis benefícios relacionados a uma estratégia

organizacional sustentável: ganhos operacionais; aumento da vantagem

competitiva; valorização de marca; desenvolvimento de sistemas de gestão;

identificação de novas oportunidades de mercado e desenvolvimento de uma

rede estruturada de colaboradores.

Entendemos que a construção de cidades sustentáveis pelo mundo

é uma medida necessária e urgente. Diante da variedade de problemas que

permeiam o dia-a-dia da sociedade moderna, podemos notar uma abordagem

que concilia o desenvolvimento nos eixos econômico, ecológico e social. A

reestruturação das cidades em moldes sustentáveis, através de planos de ação

que permeiam todos os setores, tem como objetivos: melhorar a qualidade de

vida, reduzir desperdícios, promover a integração social e a preservação

ambiental.

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Tal processo de conscientização deve-se à percepção de que os

recursos naturais do planeta Terra são finitos e que o ser humano vem os

exaurindo conforme se desenvolve. A sustentabilidade parte do princípio de

que assim como os seres vivos, a Terra é um organismo vivo, um sistema

complexo, dependente de todos os seus componentes para que funcione bem.

Levando isso em consideração, é necessário definir uma melhor maneira de

distribuir os recursos disponíveis no planeta a fim de minimizar os danos que o

homem causou ao meio-ambiente.

Uma das ferramentas de análise do impacto que o homem causa no

meio ambiente foi desenvolvida em 1994, por dois pesquisadores americanos,

William Rees e Mathis Wackernagel, denominada “pegada ecológica”. A pegada

ecológica é uma medida da pressão que o homem exerce sobre a natureza. É

uma ferramenta que avalia a superfície produtiva necessária a uma população

para responder a seu consumo de recursos e a suas necessidades de absorção

dos resíduos. (KAZAZIAN, 2009)

Uma cidade dita como sustentável muita das vezes não é de fato

100% sustentável. A nomenclatura não necessariamente está atrelada à

funcionalidade, pois ainda pouco se sabe sobre o tema e muitas das soluções

ambientais propostas pelo setor público e privado são paleativas. É preciso

repensar nas atitudes já tomadas pelos homens em relação ao meio em que

vivemos, para traçar novos caminhos que possibilitem práticas ambientalmente

corretas. Um bom começo para essa evolução pode ser a aplicação da

logística reversa no setor empresarial aliada aos incentivos do governo como

um passo para transformar os grandes centros urbanos em cidades

sustentáveis. As participações ativas e o entendimento da corresponsabilização

do governo e do setor empresarial são pontos fundamentais para se ter um

ambiente saudável em harmonia com o meio e o povo, apesar de essa

corresponsabilidade ainda não ter sido assumida de maneira efetiva.

Diante destas questões, julgamos necessário e de grande relevância

realizar uma pesquisa abrangente, que analise as diversas facetas que

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permeiam o desafio de tornarmos as cidades sustentáveis através da

implementação da logística reversa nas organizações de grandes centros

urbanos, e nos possibilite construir uma visão assertiva sobre o assunto.

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CAPÍTULO I

Logística reversa e a gestão sustentável nos centros

urbanos

Partindo-se do princípio de que a população cada vez mais almeja

um estilo de vida sustentável, faz-se necessário que todos se questionem,

inicialmente com questões como, por exemplo, o destino final do lixo que

geramos.

Além de pensarmos em reciclar os produtos que descartamos,

devemos também pensar em reutilizar ou até mesmo reduzir a quantidade de

lixo que é gerada por nós. Outros questionamentos que também devem ser

feitos ao pensarmos na fase final de vida dos produtos que consumimos são

questões como: “Porque não existe um padrão de carregador de celular para

quando comprarmos um novo aparelho ser possível utilizar o carregador

antigo? ”, “Para onde vai o lixo que geramos? ”, “Como podemos separá-lo de

forma eficaz? ”, “Quanto custa reciclar os resíduos descartados? ”.

No Brasil, não há uma explanação consistente sobre essas

informações, nem mesmo um órgão governamental responsável pelo descarte

ambientalmente correto dos resíduos gerados pela população. E, em nível de

informação, instrução, pesquisa e até mesmo estudos mais aprofundados na

área, não há uma quantidade significativa de indicadores que sejam

devidamente coletados e transformados em informações palatáveis para

instruir a população.

O descarte correto, a reciclagem, e reutilização de produtos são

alguns exemplos de aplicação de logística reversa em produtos que chegam na

fase final de suas vidas.

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Dentre as alternativas para o destino correto de resíduos sólidos, a

reciclagem parece ser a mais frágil, devido a suas características sociais. É

fundamental levar em consideração a presença do 'catador' em certas cadeias

reversas. Mesmo com esse elo frágil, o Brasil é líder na reciclagem de

alumínio, e está entre os primeiros na reciclagem de papel e plástico.

O estímulo financeiro do mercado de recicláveis é responsável

pelos índices expressivos de recuperação de alguns materiais como

alumínio, plástico e papel.

A parte orgânica dos resíduos sólidos depositadas nos aterros

sanitários influencia na vida útil dos mesmos, pois eles deveriam ser ocupados

apenas por rejeitos (resíduos que não têm condições de serem reciclados ou

reaproveitados) e, uma vez dispostos inadequadamente em lixões, causam

problemas de saúde pública como a proliferação de bichos transmissores de

doenças como moscas e ratos; gera maus odores; polui o solo, as águas

superficiais e subterrâneas e o ar.

De forma a colaborar com a construção de centros urbanos

sustentáveis, as organizações e o governo devem se preocupar com processo

de logística reversa dos produtos, pois ele interfere tanto positivamente,

quando bem empregado, quanto negativamente, quando não há um processo

de logística reversa, aplicado ou mal administrado.

1.1. Logística reversa

A logística avalia como a administração pode alcançar a melhor

rentabilidade nos serviços de distribuição aos consumidores, por meio de um

planejamento bem feito, organização e controle das atividades de

armazenagem e movimentação com o objetivo de facilitar o fluxo dos produtos.

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Normalmente quando se pensa em logística logo vem à imagem do

gerenciamento do fluxo de materiais, desde o ponto de pedido, e sua

consequente aquisição até o consumo do produto. Contudo, também existe o

mesmo fluxo reverso, que nada mais é do que o produto ir do ponto de

consumo até o ponto de origem. Esse fluxo logístico reverso também precisa

ser gerenciado. O fluxo reverso é esse caminho inverso que é realizado em

diversas etapas, onde o produto pós-consumo chega em um local de

tratamento ou destinação final. O termo logística reversa abrange também

outras atividades como o retorno ao fornecedor, revenda, renovação,

remanufatura e recuperação material.

É importante ressaltar que destinação final correta não

significa que o resíduo foi reciclado ou reaproveitado, mas sim que

recebeu um tratamento permitido pela lei. Porém, de acordo com a

PNRS, no seu Art. 9°, os meios de reutilização, reciclagem e

reaproveitamento devem ser considerados como prioritários em relação

a disposição final. Com base nisto, foi feita uma busca pelos principais

mecanismos de logística reversa em uso no país e a situação atual dos

resíduos sólidos sujeitos a cadeia de logística reversa no Brasil.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305

de 2 de agosto de 2010), a logística reversa pode ser definida como

“instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um

conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a

restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento,

em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final

ambientalmente adequada”.

Sempre que aplicada a logística reversa traz consideráveis retornos.

Pois consequentemente acaba-se economizando, por exemplo, com a

utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais

para produção. O que estimula novas iniciativas, dado o reforço positivo

gerado.

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Além disto, o desenvolvimento e melhorias nos processos de

logística reversa produzem também bons retornos, que justificam os

investimentos realizados pelas organizações.

A seguir, a figura 1, nos mostra uma visualização simplificada dos

esquemas dos processos logísticos, direto e reverso.

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1.1.1. Contribuições da logística reversa para os modelos de gestão

sustentável nos centros urbanos

Podemos encontrar nos conceitos introduzidos na legislação

ambiental brasileira pela Política Nacional de Resíduos Sólidos a

corresponsabilidade do ciclo de vida dos produtos e a logística reversa. Essa

responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos vem a ser o

conjunto de atribuições individuais dos fabricantes, distribuidores,

comerciantes, dos consumidores e dos responsáveis pelos serviços públicos

de limpeza urbana onde se deve almejar a minimização do volume de resíduos

sólidos e rejeitos gerados, como também reduzir os impactos que são

causados à saúde pública e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida

dos produtos, nos termos desta Lei.

A PNRS fornece a maior base legal para o desenvolvimento da

logística reversa e da rastreabilidade de resíduos sólidos no Brasil. A PNRS

favorece a realização de consórcios intermunicipais, e estimula incentivos

fiscais. O Brasil possui legislação sólida e abrangente em relação a resíduos

sólidos, porém com pouca efetividade.

A Logística Reversa se faz instrumento de desenvolvimento

econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e

meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao

setor empresarial, que surgem na pós-venda e no pós-consumo, com o intuito

de reaproveitá-los no seu próprio ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou até

mesmo alguma outra destinação.

A Logística Reversa também pode ser entendida como o caminho

inverso, realizado em diversas etapas, que o produto pós-consumo chega até o

seu dispositivo de tratamento ou destinação final.

Apesar de ser fundamental para a destinação adequada de produtos,

a logística reversa é mais utilizada na cadeia de produção de produtos que são

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recicláveis. Nesse caso, o estimulador da cadeia logística não é a diminuição

de riscos ao meio-ambiente e a sociedade, mas sim o valor econômico do

material reciclado, o qual na maior parte das vezes representa uma redução no

consumo de energia e de insumos para a confecção do produto final.

Nosso sistema ainda não é capaz de lidar com setores

informais, o que pode ser visto na forma de contratos frágeis entre

empresas e cooperativas, e não inclusão das cooperativas na coleta

regular por exemplo. Esses problemas acabam por tornar o catador um

ator muito vulnerável socialmente e enfraquecer toda a cadeia reversa.

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CAPÍTULO II

Corresponsabilização – governo e o setor empresarial

É possível encontrar no mercado uma vasta gama de produtos que

adotam um discurso em prol da sustentabilidade, amparados por selos e

apoiados em argumentos como o fato de utilizarem materiais recicláveis e

reciclados. No entanto, na maioria dos casos tais produtos não estão inseridos

em um sistema que de fato preze por um impacto ambiental reduzido (ou, até

mesmo, positivo) dentro dos objetivos globais de uma empresa.

Casos como esse demonstram como uma característica isolada

pode ser manipulada para aparentar um esforço de uma corporação em prol de

ganhos sustentáveis sem de fato trazer benefícios para o meio ambiente. Pelo

contrário, produtos que se balizam de características individuais tendem a

descartar outros diversos quesitos que prejudicam o entorno.

Um grande avanço e passo para a implementação da logística

reversa é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei 12.305 de dois de agosto

de 2010, documento que foi debatido durante 21 anos no Legislativo. A lei

prevê responsabilidades compartilhadas entre cidadão, poder público e setor

privado na destinação de resíduos, e apesar de ter conteúdo muito bom,

poucos setores já a adotaram, por exemplo, há muita dificuldade por parte do

setor empresarial de colocá-la de fato em prática.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – Lei

n°12.305/2010 que, dentre outras medidas, proíbe a criação de “lixões”,

onde os resíduos são lançados a céu aberto, estabelece que todas as

prefeituras devem apresentar um plano de gerenciamento dos resíduos

gerados no município e, ressalta também, que nos aterros sanitários só

poderão ser depositados rejeitos (ou seja, resíduos sem qualquer

possibilidade de reaproveitamento).

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Essas medidas, por consequência, exigem uma política

diferenciada dos municípios em relação aos seus resíduos gerados e

suas respectivas disposições finais. Assim sendo, no Brasil, faz-se

necessária a adoção imediata de um sistema integrado e sustentável de

gestão de resíduos sólidos, para fazer frente ao crescimento na geração

do mesmo e garantir um destino adequado à totalidade destes resíduos.

Outra medida introduzida pela PNRS é a implantação da

logística reversa na cadeia de produção dos bens de consumo. A lei

preconiza a responsabilidade que o gerador tem com o produto

produzido durante todo seu ciclo de vida. No âmbito da logística reversa

podemos entender que os resíduos finais dos produtos podem ser

divididos em dois. Rejeitos não reaproveitáveis, e resíduos reutilizáveis.

Partindo desse princípio é extremamente importante que os

órgãos fiscalizadores de proteção ao meio-ambiente, bem como a

sociedade civil, tenham meios para monitorar a geração e disposição

final de resíduos, capacidade alcançada através da rastreabilidade de

resíduos. A rastreabilidade de resíduos é uma ferramenta que auxilia

tanto a implantação da logística reversa como a análise de ciclo de vida,

uma vez que permite ao investigador saber qual foi o destino final de um

dado resíduo gerado.

O Brasil possui alguns mecanismos de rastreabilidade de

resíduos (legais de âmbito federal e estadual). São Paulo é o estado que

demonstra maior avanço nesse ponto, e em segundo está o estado do

Rio de Janeiro. Porém ambos ainda têm ferramentas muito limitadas,

como é o caso do manifesto de resíduos, fiscalizado pelos órgãos

estaduais e municipais do meio ambiente, que é uma ferramenta pouco

divulgada, de difícil tratamento de dados por se tratar de um documento

físico, passível de fraude, e que é manipulado por um operador humano,

que muitas vezes está sobrecarregado de informação.

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A inexistência de punições mais rígidas faz com que

ferramentas de rastreabilidade sejam pouco utilizadas no Brasil, ficando

limitadas a algumas empresas geradoras de resíduos de grande porte

que passam constantemente por auditorias e que muitas vezes possuem

certificados de performance ambiental. As ferramentas digitais de

rastreabilidade utilizadas ainda são pouco exploradas pelos órgãos

ambientais de fiscalização, o que acaba por dificultar o detalhamento de

dados a respeito da destinação final de resíduos sólidos, e também a

transferência de dados acerca da rastreabilidade de resíduos sólidos

entre as esferas municipal, estadual e federal.

Para garantir a saudável aplicação das ferramentas de

rastreabilidade de resíduos sólidos é importante informar e engajar a

sociedade, para que esta possa atuar como agente de cobrança da

implantação e utilização dessas ferramentas. Dessa forma, é possível

também auxiliar o desenvolvimento da cadeia de logística reversa de

resíduos sólidos no Brasil.

A PNRS (Lei nº. 12.305 de 02 de agosto de 2010) representa um

marco na legislação ambiental brasileira, pois institui, pela primeira vez,

objetivos e instrumentos, bem como diretrizes relativas à gestão integrada e ao

gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às

responsabilidades dos geradores e do poder público e os instrumentos

econômicos aplicáveis. A PNRS usou como base legal para sua criação,

principalmente, a Lei nº 11.445/2007 - Política Nacional de Saneamento

Básico, e a Lei nº 11.107/2005 - Lei Federal dos Consórcios Públicos.

A rastreabilidade de resíduos pode ser aplicada a reciclagem e

tratamento adequado de resíduos sólidos, permitindo que uma quantidade

maior de resíduos sólidos seja disposta de forma ambientalmente adequada. A

Figura 4 demonstra a hierarquia de atitudes a serem tomadas pela cadeia

produtora (e geradora de resíduos). A PNRS tornou essa ordem de prioridades,

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que já vem sendo adotada em outros países, obrigatória no Brasil,

complementando o que antes era conhecido como política dos 3 R's.

Figura 2: Hierarquia de Gestão da PNRS

Disponível em: http://www.crq4.org.br/informativomat_969 Acesso em 04/01/2016.

Embora a lei priorize, nesta ordem, a não geração de resíduos, a

redução, reutilização e, só depois, a máxima reciclagem, ainda não vemos

avanços e resultados nas cidades brasileiras. E o princípio de

corresponsabilidade na gestão dos resíduos ainda não foi assumido pela

sociedade, especialmente pelo setor empresarial e pelos governos.

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2.1. Cidades sustentáveis

Transformar-se em uma cidade sustentável não é uma tarefa fácil,

mas também não é algo inalcançável. É possível diminuir o impacto ambiental

de um centro em urbano quando se opta por formas mais sustentáveis de

organização

Para exemplificar uma cidade sustentável brasileira, podemos citar

Curitiba – conhecida pelos brasileiros como cidade modelo. O aspecto que

mais chama atenção na cidade é a organização do transporte público que é

utilizado por 70% da população.

Figura 3: Estações-tubo na Praça Rui Barbosa - Curitiba

Disponível em: http://www.curitiba-parana.net/urbanismo.htm Acesso em 04/01/2016.

Curitiba também tem um excelente programa em prol conservação

da biodiversidade e de reflorestamento de espécies nativas e conta com uma

área verde de 51 metros quadrados por habitante. Segundo Guimarães (2012),

hoje no Brasil já temos cidades, como por exemplo: Brasília, Goiânia, Curitiba,

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João Pessoa, que mesmo tendo outros problemas, apresentam alto índice de

arborização, de parques, de área verde que proporcionam as cidades uma

qualidade de vida melhor e também é característica de uma cidade sustentável.

As soluções sustentáveis de uma cidade, além de serem

compostas por diversas questões, estão diretamente relacionadas com o

espaço onde esses centros estão inseridos. Este “espaço” pode ser visto sob

uma perspectiva temporal, cultural e geográfica. Observando cidades ditas

modelos de sustentabilidade podemos perceber que a maioria não abrange

todos os indicadores de sustentabilidade existentes. Em nossa pesquisa,

enfatizamos a questão da logística reversa e sua contribuição para centros

urbanos sustentáveis, analisando os incentivos governamentais existentes para

estimular as empresas a implementarem essa prática nas suas realidades

organizacionais.

“Não é possível estabelecer uma definição única ou mesmo uma definição “ótima” para a sustentabilidade urbana, uma vez que cada comunidade irá desenvolver seu conceito próprio, baseado em suas características econômicas, sociais, ambientais e no julgamento de sua população”. (Costa, 2003, p.20)

O Resíduo Zero é um conceito, surgido em 1970, inspirado nos

ciclos naturais de vida, que são eficientes e sustentáveis, em que tudo é

transformado em outros recursos, sem desperdício e sobras.

Muitas cidades da Europa que já adotaram o Resíduo Zero

mostram dados que a coleta seletiva pode chegar a alcançar taxas de

reciclagem de 80% a 90%. A cidade de São Francisco, nos Estados Unidos,

tem meta de diminuir 90% do que era aterrado, já consegue recuperar cerca de

80% dos seus resíduos.

Quando uma cidade decide adotar o conceito Resíduo Zero, isto

significa que ela irá:

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-Minimizar os impactos no solo, na água, no ar e nos ecossistemas, os quais

podem ser nocivos ou malignos a saúde humana, animal e vegetal;

-Elaborar produtos/processos de forma a reduzir o volume e a toxicidade dos

resíduos e materiais gerados;

-Cuidar e tratar os recursos naturais;

-Incentivar a sociedade a consumir produtos e serviços de empresas que

apliquem o conceito de Resíduo Zero.

Quando uma sociedade decide incorporar o Resíduo Zero ela está

decidida também por mudar sua cultura, pois nesse momento ela será baseada

na maior compreensão das relações entre produção, consumo e valorização

dos recursos naturais, públicos e econômicos.

2.2. Governo e a sustentabilidade das cidades

De acordo com Blumenschein (2012), já existem projetos no Brasil

de criação de indicadores de sustentabilidade. Contudo, grande parte dos

projetos é inviabilizada devido à parcialidade de atuação frente à necessidade

de integração do sistema, com intuito de torná-lo o mais sustentável possível.

Há no Brasil um encontro anual com a frente nacional de prefeitos

para premiar experiências administrativas sustentáveis acreditando que assim

haverá um efeito demonstrativo e multiplicador. “As experiências das cidades

podem ser replicadas em outro lugar para termos mais velocidade nas

soluções dos problemas brasileiros”, afirma Guimarães, 2012.

A campanha “Eu voto sustentável” é uma campanha existente no

Brasil que lembra aos eleitores que eles também são responsáveis por cobrar

dos candidatos adoções de compromissos para ter cidades mais sustentáveis.

Durante o Fórum Social Temático (FST), que o ocorreu no ano de

2012, diversos ambientalistas discutiram sobre os desafios da sustentabilidade.

No debate, Frei Betto observou que “desde já precisamos estar alertas ao

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processo eleitoral. Façam uma pauta de compromissos dos candidatos e

perguntem se eles se comprometem com os pontos da pauta. Vamos exigir

compromissos por escrito” (Frei Betto, 2012).

Outra questão importante para a responsabilização governamental

é o conflito de interesses entre as diversas esferas governamentais. As leis

precisam ser claras em relação à responsabilidade dos municípios, estados e a

nação como um todo para que seja possível monitorar e cobrar ações nessas

áreas.

2.3. Setor empresarial e a sustentabilidade das cidades

A responsabilidade e o envolvimento das empresas também são

fundamentais para garantir a sustentabilidade dos centros urbanos, pois elas

movimentam a economia e viabilizam a criação de trabalho e renda ao pensar

em soluções e redesenho de produtos que possibilitem o ciclo de logística

reversa.

Quando bem alinhada ao modelo de negócios, a sustentabilidade

pode funcionar como uma importante ferramenta para a inovação. Adotar

práticas tendo em vista questões como a mudança climática, o esgotamento de

recursos naturais, os níveis crescentes de metais pesados sobre os solos e a

produção desenfreada de resíduos tóxicos, pode se tornar um aspecto

diferenciador de uma empresa.

“A sabedoria popular sustenta que sobrevive o mais apto, o

mais forte, o maior e, em geral, aquele que vence a

concorrência. Isso pode até se aplicar a casos pontuais, mas

de maneira geral não se aplica nos ecossistemas. Nos

sistemas naturais é o mais adequado que prospera. Não é uma

questão de forças e fraquezas, é uma questão de encaixe: ser

funcional e efetivo. Ser o mais adequado implica em um

compromisso energético e material o ambiente em que se está

inserido. ” (Ungart e Mcdonough, 2014, pg.125)

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Ao invés de seguir os processos de produção de bens

convencionais, que consomem recursos da natureza e geram em fim de

ciclo produtos nocivos para o ecossistema, os negócios deveriam trabalhar

com a complexidade da natureza para gerar impactos positivos no meio

ambiente.

Possibilitar uma cadeia produtiva, com política integrada de

produtos, foco na produtividade de recursos e inclusão do consumo de energia

e geração de resíduos visando a otimização, permite as organizações a

tomarem decisões estratégicas como, por exemplo:

-Criar produtos de maior durabilidade, fácil manutenção e conserto, que

possam ser reutilizados de forma segura ou reciclados;

-Não utilizar matérias e substâncias tóxicas;

-Desestimular produção de bens com grande impacto ambiental, e procurar

substituí-los ou até mesmo retirá-los do mercado;

-Aproveitar insumos descartados em outras cadeias produtivas (economia

circular), minimizando a extração de novas matérias-primas e prolongando o

tempo de vida de reservas florestais, minerais etc.

2.4. Corresponsabilização em prol de centros urbanos

sustentáveis

A implementação de ações em prol de centros urbanos sustentáveis

por parte do setor empresarial, é amplamente possível uma vez que os

municípios sejam proativos e colaborativos. Ou seja, desde que os municípios

propiciem acessos a recursos públicos federais, como por exemplo, recursos

disponíveis para que seja possível implementar sistemas de recuperação de

resíduos sólidos.

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Figura 4: O mundo é uma balança. A sustentabilidade é o equilíbrio.

Disponível em: http://fbsustentabilidade.blogspot.com.br/2010/04/sustentabilidade.html Acesso em: 04/01/2016.

Podemos citar como um exemplo para entendermos bem a

corresponsabilização do governo e do setor empresarial a coleta seletiva –

processo de logística reversa. De acordo com a Política Nacional dos Resíduos

Sólidos, a responsabilidade pelo investimento e custeio da coleta seletiva dos

materiais recicláveis assim como a remuneração do trabalho de triagem e pré-

beneficiamento é do setor empresarial. Porém a coleta e tratamento dos

resíduos degradáveis e rejeito é do poder público de cada município.

Entre as empresas que se destacam no cenário nacional da logística

reversa de produtos, a empresa NATURA é a empresa brasileira mais

conhecida. O programa de logística reversa da Natura exerce estudos e

monitora o ciclo de vida das embalagens recicláveis de seus produtos. Os

pontos de venda dos produtos NATURA também funcionam como pontos de

coleta e de recebimento de embalagens usadas. Algumas de suas linhas de

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produtos fazem reutilização da embalagem, aumentando o ciclo de vida desta

embalagem e evitando o desperdício.

Existe a grande necessidade do incentivo às indústrias que

utilizam matéria-prima reciclada, o qual pode ser dado de diversas

formas, principalmente na forma de incentivos fiscais, permitindo que se

crie toda uma cadeia de recuperação de um dado material, com maior

recuperação quanto maior for a sua margem de lucro para os catadores

de material reciclável. Porém o que se vê no país hoje é exatamente o

contrário, pois ocorre a bitributação de matérias primas recicladas.

O governo cobra novos tributos em cima dos produtos feitos a

partir de matérias-primas de produtos que já foram utilizados e

descartados. Esse fato se opõe a PNRS que adota como um de seus

instrumentos, os incentivos fiscais, financeiros e creditícios (artigo 8º,

IX). No artigo 6º, VIII, como princípios e objetivos. O resíduo sólido

reutilizável e reciclável é reconhecido como um bem econômico e de

valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania pela

PNRS.

O reconhecimento do catador e das cooperativas como

agentes centrais na recuperação de resíduos descartados de forma

inadequada. Esses trabalhadores, na sua grande maioria, trabalham na

informalidade, sem qualquer tipo de amparo e capacitação concedida

pelo estado.

Esses agentes deveriam receber incentivos do governo para

prestar um serviço de qualidade, mas na verdade o que se vê são

pessoas trabalhando em condições precárias, sem utilizar, ou utilizar

pouco os equipamentos de proteção individual. Os catadores acabam

por direcionar as suas coletas para os materiais que tem maior valor de

mercado, pois serão esses que lhes trarão algum retorno financeiro,

deixando de lado aqueles que não os interessam financeiramente, mas

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que não por isso não necessitem ser coletados para posterior reciclagem

ou outro tipo de processo logístico reverso.

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CAPÍTULO III

A busca por cidades sustentáveis

Mais da metade da população mundial vive hoje (ano base 2014) em

cidades. Muitos movimentos e políticas por cidades sustentáveis vêm surgindo

em busca da melhoria da qualidade de vida nos centros urbanos.

Essas políticas e movimentos englobam propostas sobre:

Habitação;

Água;

Saneamento;

Resíduos sólidos;

Mobilidade;

Planejamento ambiental, entre outras.

Porém existem diversos desafios para integrar essas políticas. Ainda

é pouco o conhecimento de como tornar essas cidades em centros

sustentáveis. Pedro Wilson Guimarães, secretário, no ano de 2012, de

Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente do

Brasil, afirma que o desenvolvimento sustentável é fundamental para criar um

campo em cidades sustentáveis, saudáveis. Guimarães (2012) acredita que o

conceito de cidade sustentável é sinônimo de uma cidade em que o

planejamento urbano está ligado à gestão urbana. Pois existem muitos planos,

como os planos diretores e, os planos de educação, mas é preciso ter ação.

Já Raquel Naves Blumenschein, professora da Faculdade de

Arquitetura e Urbanismo e coordenadora do Laboratório do Ambiente

Construído, Inclusão e Sustentabilidade da Universidade de Brasília (UnB)

acredita que para falar de desenvolvimento sustentável, particularmente

urbano, por estarmos falando em cidades sustentáveis, é preciso,

primeiramente, aprender de maneira estratégica a integração entre os agentes,

ações e instrumentos.

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Para Blumenschein, o grande desafio do século XXI é como o

governo, sociedade, setor produtivo, academia e 3º setor irão de fato integrar

as ações de maneira sinérgica para trabalhar para um resultado efetivo dessa

sustentabilidade viva dentro da cidade. Ela afirma que “Sustentabilidade tem

que envolver todas essas dimensões: política, econômica, culturais,

ambientais, ecológicas, territoriais. Tem que se pensar, qual é a nossa

estratégia. Cada agente. E como vai fazer para integrar cada estratégia, para

que possa de fato ter resultado. Ao se falar de desenvolvimento sustentável

tem que se falar de estratégia. Estratégia nacional, estratégia estadual,

estratégia municipal, todas integradas. Uma conversando com a outra”.

(Blumenschein, 2012)

Figura 5: Logística Reversa. O que vai, volta!

Disponível em: http://www.doeseulixo.org.br/ultimas-noticias/setor-produtivo-tem-prazo-para-cumprir-logistica-

reversa-das-embalagens Acesso em: 04/01/2016.

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3.1. Breve histórico do gerenciamento dos resíduos sólidos na

Cidade do Rio de Janeiro

A primeira legislação federal a respeito do tratamento de lixo

no Brasil foi promulgada em 1854, a qual passa para o estado a

responsabilidade pela limpeza da cidade. A implantação de um sistema

de esgoto na cidade, em 1864, através de uma companhia inglesa, a

The Rio de Janeiro City Improvements Company Limited, foi um fator

marcante na limpeza urbana do Rio de Janeiro, a companhia possibilitou

uma especialização na limpeza urbana, voltada propriamente para os

dejetos humanos.

Em 1876 a firma de Aleixo Gary, representou um marco

importante para a limpeza urbana do Rio de Janeiro, motivo pelo qual

algumas pessoas usam a designação de “gari“, para empregados da

limpeza urbana. A empresa de Gary operou até 1891, quando os

serviços de limpeza passaram a ser de responsabilidade da Inspetoria

de Limpeza Pública, que iniciou em 1885 a construção de um forno para

queima de lixo em Manguinhos.

Em 1901, devido a dificuldades no sistema de coleta de

resíduos, foi criada a Superintendência de Limpeza Urbana. Já em 1940

foi criada a Diretoria de Limpeza Urbana (DLU), e, em 1975 foi criada a

Companhia de Limpeza Urbana (COMLURB) a qual atua até os dias de

hoje na cidade.

Quanto ao destino do lixo no Rio de Janeiro, a Ilha de

Sapucaia foi utilizada de 1865 até 1949. A partir de então, o lixo passou

a ser levado para o aterro do Retiro Saudoso (Caju), do Amorim e de

Cavalcanti (Marechal Hermes). Apenas na década de 70 a cidade

passou a ter um aterro controlado em Gramacho (Caxias), o qual fechou

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em abril de 2012. O aterro não tinha controle de impermeabilização do

solo e ficava as margens de um manguezal.

A coleta seletiva foi implantada no Brasil em 1985, por

iniciativa da associação de moradores e da Universidade Federal

Fluminense (UFF) no bairro de São Francisco em Niterói. A prefeitura

cedeu um técnico temporariamente e fez a terraplanagem de um local

para o centro de triagem. Em 1988, Curitiba se torna a primeira cidade

do Brasil a ter um sistema integrado de coleta seletiva.

3.2. Educação ambiental

Para aumentar a eficiência de toda a cadeia reversa é necessário

investir em educação ambiental e conscientização da população. Mesmo

quando não há claro interesse financeiro, a educação ambiental e a

fiscalização eficiente podem levar o país a níveis de excelência acerca da

reciclagem de certos tipos de resíduos. É papel das empresas e do poder

público criar o arcabouço que possa resultar em processos reversos

sustentáveis, pois os trabalhos de coleta e fiscalização são fundamentais para

que resíduos perigosos ou não, recicláveis ou não, sejam separados e

destinados de forma eficiente.

Não basta projetar produtos e embalagens com materiais recicláveis,

nem levar em consideração apenas detalhes técnicos, é necessário garantir o

fluxo reverso dos materiais em condições adequadas para seu efetivo

reaproveitamento.

A sociedade civil, como cidadão e consumidor, tem papel de

destaque no descarte de resíduos e na fiscalização de áreas contaminadas.

Ela deve exercer seu papel pressionando os órgãos fiscalizadores para

autuarem e punirem os poluidores de forma categórica, e o órgão por sua vez

necessita de mecanismos que auxiliem sua fiscalização.

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Sem educação ambiental não se pode obter o engajamento da

maioria da população na luta por cidades sustentáveis. É preciso que existam

incentivos governamentais, para que possam ser colocadas em prática as iniciativas

de logística reversa por parte dos setores públicos e privados, mas a continuidade

das políticas também depende da conscientização da população, da cobrança e

participação ativa do povo. É preciso aprender a fortalecer os mecanismos de

participação e controle social.

Figura 6: Educação Ambiental

Disponível em: http://ineam.com.br/tags/escola Acesso em 04/01/2016.

Já é possível notar um aumento de consciência ecológica nos

consumidores do século 21, e muitos já esperam que as empresas reduzam os

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impactos negativos de seus negócios no meio ambiente. Essa conscientização dos

cidadãos tem gerado ações por parte de algumas empresas que vem trabalhando

em prol de comunicar ao público-alvo uma imagem institucional “ecologicamente

correta”.

Dentre as diversas definições de cidades sustentáveis que

encontramos no decorrer da nossa pesquisa, o vídeo da Luciana Burlamaqui

(2012)1 nos mostra que sustentabilidade é sinônimo de planejamento, boa

gestão, consciência política, participação, economia responsável, compromisso

com os valores humanos, cuidado com a natureza e com as pessoas, ação

local e visão global.

A consciência ambiental e o interesse da sociedade em participar

ativamente de movimentos que busquem minimizar os impactos ruins no meio

ambiente são fundamentais para o desenvolvimento sustentável do nosso

planeta.

Como afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano

do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Guimarães: “Temos que nos tornar

cidadãos. Cidadãos conscientes, protagonistas, participativos. Cada um fazer

sua parte que lhe cabe. Antes de reciclarmos podemos diminuir o uso,

podemos diminuir o lixo. Trabalharmos para construir uma cidade mais

solidária, mais democrática, mais participativa. Meio ambiente não é só uma

coisa que está lá longe. Ele está perto de nós. Por isso que meio ambiente, diz

respeito a políticas públicas que levam a uma cidade saudável, que tenha

planejamento, gestão, investimento na educação, na saúde e no bem-estar da

nossa população. Crescer, incluir e proteger a natureza. O homem e a mulher

que são os filhos desse planeta terra”. (Guimarães, 2012)

Se há falta de planejamento e de responsabilidade ambiental nos

municípios consequentemente haverá um crescimento desordenado dos

1 Vídeo realizado em parceria por: Rede Nossa São Paulo, Rede Social Brasileira por cidades justas e sustentáveis e pelo Instituto Ethos e transmitido no programa Cenas do Brasil em 05 jul. 2012.

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mesmos, o que acabará gerando desigualdade social e desperdício de

recursos.

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CONCLUSÃO

Como observamos o Brasil já se faz presente no movimento global

de cidades sustentáveis, porém ainda está dando os primeiros passos de forma

envergonhada e discreta. As cidades sustentáveis se fazem mais presentes no

exterior, em países europeus e norte-americanos. Porém, também seria bom

se o número de cidades sustentáveis pelo mundo fosse maior.

O planejamento e a responsabilidade socioambiental são duas das

principais características das gestões municipais que, quando de fato

realizadas, além de garantir o comprometimento, também tornam a cidade apta

a iniciar o trabalho de sustentabilidade. Entretanto, no que diz respeito ao

planejamento de uma cidade sustentável, não se pode concentrar todas as

forças em apenas uma ou duas de suas áreas. Quando se trata de cidades

sustentáveis o envolvimento do governo deve ser com a cidade como um todo.

Porém, podemos perceber que não há muitas políticas de incentivo

governamental que compensem para as empresas privadas os custos de

mudança de processos organizacionais ou que incentivem as organizações a

adotarem métodos produtivos de baixo impacto socioambiental.

Essa realidade descrita acima acaba dificultando o processo de

construção de cidades sustentáveis aliadas a prática de logística reversa no

setor empresarial. Além, do fato, de ainda haver uma falta de entendimento

sobre o tema, apesar do mesmo estar em destaque atualmente e estar cada

vez mais presente do dia a dia dos cidadãos.

A urgência para que os planos saiam dos papéis e idealizações e

sejam, de fato, colocados em prática para que, efetivamente, os resultados

sejam alcançados é altamente perceptível devido aos problemas enfrentados

na reutilização, na reciclagem e no reaproveitamento de recursos pela

população e pelas empresas.

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As participações ativas e o entendimento da corresponsabilização

do governo e do setor empresarial são pontos fundamentais para se ter um

ambiente saudável em harmonia com o meio e o povo, ou seja, centros

urbanos sustentáveis.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I Logística reversa e a gestão sustentável nos centros urbanos 12 1.1. Logística reversa 13 CAPÍTULO II Corresponsabilização – governo e o setor empresarial 18 2.1. Cidades sustentáveis 22 2.2. Governo e a sustentabilidade nas cidades 24 2.3. Setor empresarial e a sustentabilidade nas cidades 25 2.4. Corresponsabilização em prol de centros urbanos sustentáveis 26 CAPÍTULO III A busca por cidades sustentáveis 30 3.1 Breve histórico do gerenciamento dos resíduos sólidos na Cidade do Rio de Janeiro 32 3.2 Educação Ambiental 33 CONCLUSÃO 37 BIBLIOGRAFIA 39 WEBGRAFIA 41 ÍNDICE 42 ÍNDICE DE FIGURAS 43 ANEXO 01 44

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Representação esquemática dos processos logísticos, direto e

reverso 15

Figura 2 – Hierarquia de Gestão da PNRS 21

Figura 3 – Estações-tubo na Praça Rui Barbosa - Curitiba 22

Figura 4 – O mundo é uma balança. A sustentabilidade é o equilíbrio. 27

Figura 5 – Logística Reversa: o que vai, volta! 31

Figura 6 – Educação ambiental 34

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ANEXO 01

Siglas

COMLURB – Companhia de Limpeza Urbana

DLU – Diretoria de Limpeza Urbana

FST – Fórum social temático

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

UFF – Universidade Federal Fluminense

UnB – Universidade de Brasília