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LOGÍSTICA REVERSA
Orientador: Cardoso, Alexandre
Alunos: Sousa, Nathanny Mayara Ferreira
Silva, Poliana Freitas
Santos, Rejane Ribeiro
RESUMO
Hoje, a Logística Reversa ocupa um espaço importante na operação logística das empresas, quer pelo seu potencial econômico, quer pela sua importância para a preservação de recursos e do meio ambiente. Cada vez mais rigorosas quanto ao descarte de embalagens e inservíveis, as leis fazem com que as empresas tenham de desenvolver estratégias reversas que dêem destinação adequada para embalagens, insumos e até mesmo parte de seus produtos, como baterias, pilhas e outros.
ABSTRACT
PALAVRAS CHAVE: Logística reversa, Canais de Distribuição Reversos e
Sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
A Logística Reversa e o estudo dos canais de distribuição reversos é uma
nova área da logística empresarial, ainda mais recente, concentram-se
principalmente no exame dos fluxos reversos, ou seja, naqueles que fluem no
sentido inverso ao da cadeia direta, a partir dos produtos descartados como pós –
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consumo ou dos produtos de pós- venda, visando agregar-lhes valor de diversas
naturezas, por meio da reintegração deles e de seus componentes ou materiais
constituintes ao ciclo produtivo e de negócios.
A idéia central, portanto, é apresentar e sistematizar os principais conceitos
de logística reversa envolvidos no retorno e na revalorização desses diversos tipos
de bens, examinarem a organização empresarial dos canais de distribuição reversos
e as diferentes etapas que caracterizam o retorno dos bens de pós – consumo e de
pós – venda, evidenciando a importância da economia reversa atual e seu potencial.
Dessa maneira, analisam-se os principais fatores que influem nessa organização
reversa: econômicos e, mais recentemente, ecológicos e legislativos, bem como o
importante impacto dos fatores tecnológicos e logísticos nessas organizações, por
meio da exploração da revalorização desses bens sob diferentes perspectivas e
suas interações. Procura-se demonstrar que a inclusão da logística reversa na
reflexão estratégica das organizações constitui-se em uma nova e diferenciada visão
de operação empresarial, resultando em melhoria de competitividade, apreciáveis
retornos financeiros e consolidação de sua imagem corporativa.
CONCEITO DE LOGÍSTICA
Logística, de acordo com a Associação Brasileira de Logística, é definida como:
“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente”.
O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA
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A palavra logística é de origem francesa. O conceito existe desde a década
de 40, quando foi utilizada pela primeira vez, pelas Forças Armadas norte-
americana, durante a segunda Guerra Mundial para o processo de fornecimento e
aquisição de materiais.
No período que antecede a década de 50, as empresas dividiam as atividades
chaves da logística entre diversas áreas. Neste contexto o transporte ficava sob o
comando de gerencia de produção, os estoques sob o comando de marketing e com
isso eram causados diversos conflitos de objetivos e responsabilidades.
Em meados de 1945, algumas empresas definiram que o transporte e
armazenagem de produtos acabados, ficariam sob as responsabilidades de um
departamento especifico. Mas foi especificamente entre a década de 50 e 70, que
houve a explosão da teoria e prática da logística nas empresas.
Com o desenvolvimento da área de marketing, as empresas mudaram seu
foco de produção para o consumidor. Após 1950 ocorreram várias mudanças como:
gosto do consumidor e maiores variedades de mercadorias. Ainda neste período as
empresas percebem que não há vantagem em manter estoque, visto que o custo é
bastante alto, então resolve transferir a responsabilidade para o seu fornecedor,
fazendo com que haja entregas freqüentes.
Na década de 70, a logística já se propagou e várias empresas passaram a
adotá-las, porém algumas ainda preocupando-se com os lucros e esquecendo os
custos. Em virtude das diversas crises ocorridas no período, as empresas passaram
a se preocupar com a gestão de suprimentos. A partir de 1980, surge logística
integrada, que evoluiu bastante nos 15 anos seguinte, devido à revolução da
tecnologia da informação. Após 1990, a logística é entendida como junção da
administração de materiais e distribuição física.
LOGÍSTICA REVERSA
A Logística Reversa é uma área relativamente nova para as empresas e
sociedades no Brasil e no mundo. Com relação ao meio ambiente, a grande
preocupação é que as empresas têm a obrigação de fazer programas que reduzem
os materiais para que não venham a ter uma degradação.
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Em CLM (1993: 323): “Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduos de produtos e embalagens...”
Em Stock (1998: 20): “Logística reversa em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura...”
Logística Reversa engloba todos os processos de modo inverso ao da logística
direta. Para Rogers e Tibben-Lembke (1999) Logística Reversa é:
“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o propósito de recuperação de valor ou descarte apropriado para coleta e tratamento de lixo”.
As empresas que inserirem o processo reverso em suas operações tendem a
se destacar no mercado, visto que as mesmas oferecem serviço diferenciado aos
seus clientes. Quando uma empresa investe em logística reversa, ela está
investindo em benefícios para ela, a sociedade, o meio ambiente e as gerações
futuras. Além dos benefícios econômicos e competitivos, a logística reversa
proporciona benefícios com relação à imagem institucional.
Além das possíveis oportunidades oriundas desses “reaproveitamentos”, “reprocessamentos”, “reciclagens” etc., a questão preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua imagem corporativa e seus negócios, enquanto a sociedade se defenderá por meio de legislações e regulamentação especifica. (LEITE 2003, p. 21).
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O processo de logística gera matérias reaproveitadas que retornam ao
processo tradicional de suprimentos, produção e distribuição.
Logística reversa corresponde ao caminho inverso da logística, ou seja, inicia-se no ponto de consumo dos produtos sendo finalizada no ponto inicial da cadeia de suprimentos, tendo como principal objetivo o reaproveitamento e reciclagem de produtos e materiais, com a reutilização destes na cadeia de valor. (Pinheiro Filho, 2007, pag 56).
De forma simplificada, na logística tradicional, parte-se de um fabricante e
define-se o caminho ate o consumidor final. Na Logística Reversa de pós - consumo
o caminho é inverso, o produto tem como fonte de partida os inúmeros
consumidores e como destino, em geral o fabricante. Assim sendo, pode se verificar
uma característica importante no processo: o desafio de reunir produtos
disseminados entre milhares de clientes para retornarem, após sua vida útil, em
geral, a um mesmo fabricante
Os seis erres (R) da logística reversa identificam as principais oportunidades e
responsabilidades dos processos de logística reversa:
1. Reutilização;
2. Revenda;
3. Reparo;
4. Re-manufatura;
5. Reciclagem;
6. Redesign (reprojeto);
O mundo será obrigado a se desenvolver de forma sustentável, ou seja, que
preserve o meio ambiente, e as empresas deverão fazer o mesmo, por iniciativa
própria ou por exigência legal (SHRIVASTAVA e HART, 1998).
Observa-se que o fluxo reverso de pós-consumo, apresenta-se como o grande
desafio a serem equacionados tanto pelas empresas, governos, e pela própria
sociedade. Do ponto de vista das empresas a utilização destes fluxos, do eco-design
(FIKSEL, 1996), pode ser utilizada como uma vantagem competitiva através da
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agregação de valor ao cliente, economia de energia e melhoria na imagem de
marca; do ponto de vista dos governos a necessidade de controle ambiental e do
ponto de vista da sociedade a educação e compreensão dos conceitos de auto -
sustentabilidade.
LACERDA (2002) lista como fatores críticos de sucesso nos casos de logística
reversa os seguintes elementos:
Bons controles de entrada: consiste na identificação do estado dos
materiais a serem retornados e a decisão se o material pode ou não ser re-
utilizado;
Processos padronizados e mapeados: a mudança do foco na logística
reversa, onde deixa de ser um processo esporádico e de contingência,
passando a ser considerado um processo regular, que requer documentação
adequada através do mapeamento de processos e formalização de
procedimentos. Assim, podem-se estabelecer controles e oportunidades de
melhorias;
Tempo de ciclo reduzido: é o tempo considerado entre a identificação da
necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e o seu efetivo
processamento;
Sistemas de informação: o processo de logística reversa necessita do
suporte da tecnologia da informação (TI), a fim de viabilizar o atendimento de
requerimentos necessários para a operação. Entre as funcionalidades
requeridas pode-se listar: Informação centralizada e confiável, rastreabilidade,
avaliação de avarias, etc.
Rede logística planejada: consiste na infra-estrutura logística adequada
para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de
materiais processados. Envolvem instalações, sistemas, recursos
(financeiros, humanos e máquinas), entre outros;
Relações colaborativas entre clientes e fornecedores: como há uma série
de agentes envolvidos no processo, surgem questões relacionadas ao nível
de confiança entre as partes envolvidas. Informações tais como, nível de
estoques, previsão de vendas e tempo de reposição dos materiais, devem ser
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trocadas entre os membros da cadeia para que o sistema funcione de
maneira eficiente.
De acordo KIM, 2001, a gestão de retorno de produtos é mais do que decidir o
que fazer com ele, envolve a captura de informações que permitam entender os
motivos do seu retorno e com isto atuar sobre as causas da insatisfação dos clientes
contribuindo para reduzir os retornos futuros, alem de que um processo rápido e
eficiente para os clientes aumenta a credibilidade.
Estas informações podem ajudar tanto na fabricação, na embalagem e nas ações
de marketing (promoções com produtos de retorno em determinados mercados, e
melhoria do produto/serviço).
Para aproveitar o retorno de produtos do mercado de forma sincronizada e fazer
ações de promoções especificas em certos mercados é necessário disponibilizar e
sincronizar as informações para o marketing, isto pode ser feito através de um
adequado gerenciamento do Gerenciamento da Cadeia Reversa (RSCM), de modo
que seja feito no menor tempo possível, reduzindo a perda de valor do produto por
conta da depreciação de mercado e pelo aumento da eficiência.
“As ações de pós-venda constituem-se em um elemento de fidelização, podem até mesmo vir a se transformar em oportunidades de alavancar novos negócios, através da prestação de outros serviços não restritos à assistência técnica, propiciando o surgimento de uma nova unidade de negócios na organização (FIGUEIREDO, 2002)”.
De acordo KIM, 2001, a gestão de retorno de produtos é mais do que decidir o
que fazer com ele, envolve a captura de informações que permitam entender os
motivos do seu retorno e com isto atuar sobre as causas da insatisfação dos clientes
contribuindo para reduzir os retornos futuros, alem de que um processo rápido e
eficiente para os clientes aumenta a credibilidade.
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Estas informações podem ajudar tanto na fabricação, na embalagem e nas ações
de marketing (promoções com produtos de retorno em determinados mercados, e
melhoria do produto/serviço).
Para aproveitar o retorno de produtos do mercado de forma sincronizada e fazer
ações de promoções especificas em certos mercados é necessário disponibilizar e
sincronizar as informações para o marketing, isto pode ser feito através de um
adequado gerenciamento do Gerenciamento da Cadeia Reversa (RSCM), de modo
que seja feito no menor tempo possível, reduzindo a perda de valor do produto por
conta da depreciação de mercado e pelo aumento da eficiência.
“As ações de pós-venda constituem-se em um elemento de fidelização, podem até mesmo vir a se transformar em oportunidades de alavancar novos negócios, através da prestação de outros serviços não restritos à assistência técnica, propiciando o surgimento de uma nova unidade de negócios na organização (FIGUEIREDO, 2002)”.
Principais razões que levam as empresas a atuarem em Logística Reversa
Segundo (ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, 1999 e MULLER, 2005), abaixo esta
situada as principais razões que levam as empresas a atuarem na Logística
Reversa:
1. Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e
cuidar do tratamento necessário;
2. Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de
produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo;
3. A crescente conscientização ambiental dos consumidores;
4. Razões competitivas – Diferenciação por serviço;
5. Limpeza do canal de distribuição;
6. Proteção de Margem de Lucro;
7. Recaptura de valor e recuperação de ativos.
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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS
A importância econômica da distribuição, ou seja, sob o aspecto conceitual
mercadológico ou sob o aspecto concreto operacional da distribuição física, revela
se cada vez mais determinante para as empresas, tendo em vista os crescentes
volumes transacionados, decorrentes da globalização dos produtos e das fusões de
empresas, necessidade de se ter o produto certo, no local certo, atendendo a
padrões de níveis de serviços diferenciados ao cliente e garantindo seu
posicionamento competitivo no mercado.
Os Canais de Distribuição diretos, ou simplesmente canais de distribuição,
como são conhecidos, são constituídos pelas diversas etapas pelas quais os bens
produzidos são comercializados até chegar ao consumidor final, seja uma empresa
ou uma pessoa física. A distribuição física dos bens é a atividade que realiza a
movimentação e disponibiliza esses produtos ao consumidor final. (Kotler, 1996).
O canal de distribuição reverso tem sido muito pouco estudado até o
momento, seja do ponto de vista da pesquisa acadêmica ou da literatura em geral,
existindo poucas informações sobre eles na literatura especializada e ocorrendo
uma incipiente sistematização de conceitos nesse campo.
Os canais de distribuição reversos de pós - consumo são constituídos pelo
fluxo reverso de uma parcela de produtos e de materiais constituintes originados no
descarte dos produtos após finalizada sua utilidade original e que retornam ao ciclo
produtivo de alguma maneira. Distinguem dois subsistemas reversos: os canais
reversos de reciclagem e os canais reversos de recuo.
Os canais de distribuição reversos de pós – vendas são constituídas pelas
diferentes formas e possibilidades de retorno de uma parcela de produtos, com
pouco ou nenhum uso, que fluem no sentido inverso, do consumidor ao varejista ou
ao fabricante, do varejista ao fabricante, entre as empresas, retornando ao ciclo de
negócios de alguma maneira.
LOGISTICA REVERSA NA SUSTENTABILIDADE
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A Logística reversa torna-se sustentável segundo Barbieri e Dias (2002) e
pode ser vista como um novo paradigma na cadeia produtiva de diversos setores
econômicos, pelo fato de reduzir a exploração de recursos naturais na medida em
que recupera materiais para serem retornados aos ciclos produtivos e também por
reduzirem o volume de poluição constituída por materiais descartados no meio
ambiente.
O termo Logística reversa tornou-se mais comum pelos esforços das
empresas em reduzir os impacto ambiental da cadeia de suprimentos, pois
atividades como a redução do uso de materiais-primas virgens e a substituição de
materiais tóxicos tem um significativo impacto ecológico. Como Carter e Ellram
(1998) quando define a logística reversa como processo por meio do qual as
empresas podem se tornar ecologicamente mais eficientes por meio de reciclagem
reuso e redução da quantidade de materiais usados. Entretanto, existe uma
polêmica sobre o tema, porque algumas vezes são utilizadas terminologias como
logística reversa, logística verde, logística ambiental e logística ecológica.
Para Rogers e Tibben-Lembke (2001), os esforços para medir e minimizar o
impacto ecológico das atividades logísticas deve ser rotulado de logística verde ou
logística ecológica. Enquanto, o termo logística reversa deve ser reservada ao
tratamento do fluxo de produtos e materiais que seguem na direção contrária em
uma via de mão única e é semelhante à visão de Resende (2004).
A implantação de logística reversa é uma grande oportunidade de se
desenvolver a sistematização dos fluxos de resíduos, bens e produtos destacados,
seja por intermédio do fim de sua vida útil, seja por obsolescência tecnológica, e o
seu reaproveitamento, dentro ou fora da cadeia produtiva que o originou, contribui
para a redução do uso de recursos naturais e dos demais impactos ambientais. A
logística reversa consiste em uma ferramenta com o objetivo de viabilizar técnica e
economicamente as cadeias reversas de forma a contribuir para a promoção da
sustentabilidade de uma cadeia produtiva.
REVALORIZAÇÃO ECOLÓGICA DOS PRODUTOS DE PÓS - CONSUMO
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É entendida com uma maneira da empresa recapturar valor, por meio da
logística reversa, reduzindo impacto dos seus produtos no meio ambiente.
Ela revela responsabilidade empresarial relativa ao meio ambiente pela expressão extended product responsability, pelo qual a empresa continua responsável pelo seu produto, estendendo o ciclo de vida dos produtos alem da entrega ao mercado de consumo. (LEITE, Logística Reversa meio ambiente e competitividade, p. 141).
Pode-se interferir no custo dos impactos ao meio ambiente causados pelos
produtos pela analise do ciclo de vida. Essa técnica é de grande valia e tem sido
cada vez mais utilizadas por empresas para dirimir dúvidas e escolher alternativas
de modificações e também por órgãos oficiais para rotulagem de produtos
ambientalmente corretos.
Algumas atitudes caracterizam empresas na fase de agregar valor ao produto
e o serviço: avaliação dos produtos e processos por meio da analise de ciclo de vida
ambiental; concepção dos produtos visando reduzir impactos no meio ambiente e
facilitando o ciclo reverso do pós consumo; criação de vantagem competitiva por
meio da logística reversa e pela extensão dos conceitos de responsabilidade
ambiental.
A DIFERENÇA ENTRE O FLUXO DIRETO E O FLUXO REVERSO DA CADEIA
LOGISTICA
De acordo com Krikke (1998, p.154) e MULLER (2005), há diferenças
fundamentais entre o fluxo direto e reverso da Cadeia Logística, dentre as quais
estão:
Na Cadeia Logística convencional os produtos são puxados pelo sistema,
enquanto que na Logística Reversa existe uma combinação entre puxar e
empurrar os produtos pela cadeia de suprimentos. Isto acontece, pois há, em
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muitos casos, uma legislação que aumenta a responsabilidade do produtor.
Quantidades de descarte já são limitadas em muitos países.
Os Fluxos Logísticos Reversos não se dispõem de forma divergente, como os
fluxos convencionais, mas sim podendo ser divergentes e convergentes ao
mesmo tempo.
O processo produtivo ultrapassa os limites das unidades de produção no
sistema de Logística Reversa. Os fluxos de retorno seguem um diagrama de
processamento pré-definido, no qual os produtos (descartados) são
transformados em produtos secundários, componentes e materiais. Os
processos de produção aparecem incorporados à rede de distribuição.
Ao contrario do processo convencional, o processo reverso possui um nível
de incerteza bastante alto. Questões como qualidade e demanda torna-se
difíceis de controlar.
Para KIM, 2001, as empresas tradicionais focam na melhoria da eficiência de sua
cadeia direta (insumos para entrega dos produtos aos clientes), já a cadeia reversa
é um processo bem diferente, pois envolve: Retornos de credito; Substituição de
garantia; Trocas; Reparos; Perdas que podem ocorrer. A utilização de sistemas
tradicionais de supply chain tem se mostrado ineficientes para lidar com estas novas
condições, e para avaliar o valor do retorno. Historicamente, perda na cadeia
reversa tem sido absorvida ou simplesmente aceita como uma perda da operação.
REDUÇÃO DE CUSTOS
As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis
retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis
ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido ganhos que
estimulam cada vez mais novas iniciativas.
Além disto, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de
logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os
investimentos realizados.
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Além dos custos de compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem
e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão
relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Do ponto de vista
ambiental, esta é uma forma de avaliar qual o impacto que um produto sobre o meio
ambiente durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é fundamental para
planejar a utilização dos recursos logísticos de forma contemplar todas as etapas do
ciclo de vida dos produtos.
Os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver acordos neste
sentido. Podem ser revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de
comercialização. Podem ser recondicionados, desde que haja justificativa
econômica. Podem ser reciclados se não houver possibilidade de recuperação.
Todas estas alternativas geram materiais reaproveitados, que entram de novo no
sistema logístico direto (figura 1). Em último caso, o destino pode ser o seu descarte
final (figura 2).
Figura 1: Representação Esquemática dos processos logísticos Diretos e Reversos.
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Figura 2: Atividades Típicas do Processo Logístico Reverso.
FATORES CRÍTICOS QUE INFLUENCIAM A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE
LOGÍSTICA REVERSA.
Dependendo de como o processo de logística reversa é planejado e
controlado, este terá uma maior ou menor eficiência. Alguns dos fatores
identificados como sendo críticos e que contribuem positivamente para o
desempenho do sistema de logística reversa são:
Bons Controles de Entrada: No início do processo de logística reversa é
preciso identificar corretamente o estado dos materiais que retornam para que
estes possam seguir o fluxo reverso correto ou mesmo impedir que materiais
que não devam entrar no fluxo o façam. Por exemplo, identificando produtos
que poderão ser revendidos, produto que poderão ser recondicionados ou
que terão que ser totalmente reciclados.
Sistema de logística reversa que não possuem bom controle de entrada
dificulta todo o processo subsequente, gerando retrabalho. Podem também ser fonte
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de atritos entre fornecedores e clientes pela falta de confiança sobre as causas dos
retornos. Treinamento de pessoal é questão chave para obtenção de bons controles
de entrada.
Processos Padronizados e Mapeados: Uma das maiores dificuldades na
logística reversa é que ela é tratada como um processo esporádico,
contingencial e não como um processo regular. Ter processos corretamente
mapeados e procedimentos formalizados é condição fundamental para se
obter controle e conseguir melhorias.
Templo de Ciclos Reduzidos: Tempo de ciclo se refere ao tempo entre a
identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de
produtos e seu efetivo processamento. Tempos de ciclos longos adicionam
custos desnecessários porque atrasam a geração de caixa (pela venda de
sucata, por exemplo) e ocupam espaço, dentre outras aspectos. Fatores que
levam a altos tempos de ciclo são controles de entrada ineficiente, falta de
estrutura (equipamentos, pessoas) dedicada ao fluxo reverso e falta de
procedimentos claros para tratar as "exceções" que são, na verdade, bastante
freqüentes.
Sistemas de Informação: A capacidade de rastreamento de retornos,
medição dos tempos de ciclo, medição do desempenho de fornecedores
(avarias nos produtos, por exemplo) permite obter informação crucial para
negociação, melhoria de desempenho e identificação de abusos dos
consumidores no retorno de produtos. Construir ou mesmo adquirir estes
sistemas de informação é um grande desafio. Praticamente inexistem no
mercado sistemas capazes de lidar com o nível de variações e flexibilidade
exigida pelo processo de logística reversa.
Rede Logística Planejada: Da mesma forma que no processo logístico
direto, a implementação de processos logísticos reversos requer a definição
de uma infraestrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada
de materiais usados e fluxos de saída de materiais processados. Instalações
de processamento e armazenagem e sistemas de transporte devem
desenvolvidos para ligar de forma eficiente os pontos de consumo onde os
materiais usados devem ser coletados até as instalações onde serão
utilizados no futuro.
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Relações Colaborativas entre Clientes e Fornecedores
No contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e indústrias,
onde ocorrem devoluções causadas por produtos danificados, surgem questões
relacionadas ao nível de confiança entre as partes envolvidas. São comuns conflitos
relacionados à interpretação de quem é a responsabilidade sobre os danos
causados aos produtos.
Os varejistas tendem a considerar que os danos são causados por problemas
no transporte ou mesmo por defeitos de fabricação. Os fornecedores podem
suspeitar que esteja havendo abuso por parte do varejista ou que isto é
conseqüência de um mau planejamento. Em situações extremas, isto pode gerar
disfunções como a recusa para aceitar devoluções, o atraso para creditar as
devoluções e a adoção de medidas de controle dispendiosas.
CONCLUSÃO
Com o crescente volume de negócios em escala mundial e a imensa quantidade de
produtos transportados diariamente, aumenta também a quantidade de lixo gerado e de
materiais que precisam ser mandados de volta à sua origem. Esse tráfego de produtos no
sentido contrário da cadeia de produção normal (dos clientes em direção às indústrias) precisa
ser tratado adequadamente, para evitar trabalho e custos extras. Diante da preocupação com a
preservação de nosso planeta, a questão da reciclagem é vital. Ou seja, os produtos que já
estão obsoletos, sem condição de uso, devem ser transformados para que não precisemos
utilizar recursos da natureza e, conseqüentemente, deixar o nosso planeta sustentável.
A logística reversa vem se destacando e atraindo a atenção das empresas nos últimos
anos, devido a pressões externas como um maior rigor da legislação ambiental, a necessidade
de reduzir custos e a necessidade de oferecer mais serviço através de políticas de devolução
mais liberais.
A implantação da Logística Reversa vem atender ao público cada vez mais consciente
e sensível quanto à prevenção do meio ambiente, tanto que se tornou uma das mais
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importantes decisões estratégicas face ao crescente ambiente de competitividade presente nas
empresas modernas, que vivem em constante busca por soluções que agreguem valor
perceptível aos seus consumidores finais. Frente a estes novos paradigmas empresariais da
logística moderna, a alta velocidade de reação garantida por sistemas de manufatura flexíveis
e de informatização logística, como também ao alto nível de relacionamento com os clientes e
consumidores finais criando ligações duradouras, são ações que estão sendo adotadas na
maior parte destas empresas.
Quando todas as empresas constatarem os benefícios da implementação da Logística
Reversa em sua organização, seus principais objetivos passarão a ser de responsabilidade
pelos seus produtos e embalagens, desde o projeto até a sua disposição final, desenvolvendo
assim entre a empresa e seus clientes, relacionamentos colaborativos dentro e além dos limites
da sua própria organização, proporcionando a preservação da natureza e conseqüentemente
colaborando com a melhoria na qualidade de vida da sociedade em geral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.youtube.com/watch?v=nlae1svllaA
http://www.youtube.com/watch?v=EJaHf3cK-hY&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=WOZqAUzscK0&feature=related
http://arquivos.unama.br/professores/iuvb/7semestre/LD/aula04.pdf
http://www.clrb.com.br/ns/conselho.asp (conselho de logística reversa)
http://www.revistaportuaria.com.br/site/?home=artigos&n=zTq&t=logistica-reversa-reversa-logistica
http://www.logisticadescomplicada.com/
LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao coletivo, extrapatrimonial. 2.ed. rev. e atual. e ampl. São Paulo: RT, 2003. p.21.
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa meio ambiente e competitividade. Ed. Pearson Prentice Hall. São Paulo: 2008. p. 141.