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LOGÍSTICA REVERSA Orientador: Cardoso, Alexandre Alunos: Sousa, Nathanny Mayara Ferreira Silva, Poliana Freitas Santos, Rejane Ribeiro RESUMO Hoje, a Logística Reversa ocupa um espaço importante na operação logística das empresas, quer pelo seu potencial econômico, quer pela sua importância para a preservação de recursos e do meio ambiente. Cada vez mais rigorosas quanto ao descarte de embalagens e inservíveis, as leis fazem com que as empresas tenham de desenvolver estratégias reversas que dêem destinação adequada para embalagens, insumos e até mesmo parte de seus produtos, como baterias, pilhas e outros. ABSTRACT PALAVRAS CHAVE: Logística reversa, Canais de Distribuição Reversos e Sustentabilidade. INTRODUÇÃO

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Page 1: Artigo - LOGISTICA REVERSA

LOGÍSTICA REVERSA

Orientador: Cardoso, Alexandre

Alunos: Sousa, Nathanny Mayara Ferreira

Silva, Poliana Freitas

Santos, Rejane Ribeiro

RESUMO

Hoje, a Logística Reversa ocupa um espaço importante na operação logística das empresas, quer pelo seu potencial econômico, quer pela sua importância para a preservação de recursos e do meio ambiente. Cada vez mais rigorosas quanto ao descarte de embalagens e inservíveis, as leis fazem com que as empresas tenham de desenvolver estratégias reversas que dêem destinação adequada para embalagens, insumos e até mesmo parte de seus produtos, como baterias, pilhas e outros.

ABSTRACT

PALAVRAS CHAVE: Logística reversa, Canais de Distribuição Reversos e

Sustentabilidade.

INTRODUÇÃO

A Logística Reversa e o estudo dos canais de distribuição reversos é uma

nova área da logística empresarial, ainda mais recente, concentram-se

principalmente no exame dos fluxos reversos, ou seja, naqueles que fluem no

sentido inverso ao da cadeia direta, a partir dos produtos descartados como pós –

Page 2: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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consumo ou dos produtos de pós- venda, visando agregar-lhes valor de diversas

naturezas, por meio da reintegração deles e de seus componentes ou materiais

constituintes ao ciclo produtivo e de negócios.

A idéia central, portanto, é apresentar e sistematizar os principais conceitos

de logística reversa envolvidos no retorno e na revalorização desses diversos tipos

de bens, examinarem a organização empresarial dos canais de distribuição reversos

e as diferentes etapas que caracterizam o retorno dos bens de pós – consumo e de

pós – venda, evidenciando a importância da economia reversa atual e seu potencial.

Dessa maneira, analisam-se os principais fatores que influem nessa organização

reversa: econômicos e, mais recentemente, ecológicos e legislativos, bem como o

importante impacto dos fatores tecnológicos e logísticos nessas organizações, por

meio da exploração da revalorização desses bens sob diferentes perspectivas e

suas interações. Procura-se demonstrar que a inclusão da logística reversa na

reflexão estratégica das organizações constitui-se em uma nova e diferenciada visão

de operação empresarial, resultando em melhoria de competitividade, apreciáveis

retornos financeiros e consolidação de sua imagem corporativa.

CONCEITO DE LOGÍSTICA

Logística, de acordo com a Associação Brasileira de Logística, é definida como:

“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente”.

O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA

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A palavra logística é de origem francesa. O conceito existe desde a década

de 40, quando foi utilizada pela primeira vez, pelas Forças Armadas norte-

americana, durante a segunda Guerra Mundial para o processo de fornecimento e

aquisição de materiais.

No período que antecede a década de 50, as empresas dividiam as atividades

chaves da logística entre diversas áreas. Neste contexto o transporte ficava sob o

comando de gerencia de produção, os estoques sob o comando de marketing e com

isso eram causados diversos conflitos de objetivos e responsabilidades.

Em meados de 1945, algumas empresas definiram que o transporte e

armazenagem de produtos acabados, ficariam sob as responsabilidades de um

departamento especifico. Mas foi especificamente entre a década de 50 e 70, que

houve a explosão da teoria e prática da logística nas empresas.

Com o desenvolvimento da área de marketing, as empresas mudaram seu

foco de produção para o consumidor. Após 1950 ocorreram várias mudanças como:

gosto do consumidor e maiores variedades de mercadorias. Ainda neste período as

empresas percebem que não há vantagem em manter estoque, visto que o custo é

bastante alto, então resolve transferir a responsabilidade para o seu fornecedor,

fazendo com que haja entregas freqüentes.

Na década de 70, a logística já se propagou e várias empresas passaram a

adotá-las, porém algumas ainda preocupando-se com os lucros e esquecendo os

custos. Em virtude das diversas crises ocorridas no período, as empresas passaram

a se preocupar com a gestão de suprimentos. A partir de 1980, surge logística

integrada, que evoluiu bastante nos 15 anos seguinte, devido à revolução da

tecnologia da informação. Após 1990, a logística é entendida como junção da

administração de materiais e distribuição física.

LOGÍSTICA REVERSA

A Logística Reversa é uma área relativamente nova para as empresas e

sociedades no Brasil e no mundo. Com relação ao meio ambiente, a grande

preocupação é que as empresas têm a obrigação de fazer programas que reduzem

os materiais para que não venham a ter uma degradação.

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Em CLM (1993: 323): “Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e disposição de resíduos de produtos e embalagens...”

Em Stock (1998: 20): “Logística reversa em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura...”

Logística Reversa engloba todos os processos de modo inverso ao da logística

direta. Para Rogers e Tibben-Lembke (1999) Logística Reversa é:

“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e de baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o propósito de recuperação de valor ou descarte apropriado para coleta e tratamento de lixo”.

As empresas que inserirem o processo reverso em suas operações tendem a

se destacar no mercado, visto que as mesmas oferecem serviço diferenciado aos

seus clientes. Quando uma empresa investe em logística reversa, ela está

investindo em benefícios para ela, a sociedade, o meio ambiente e as gerações

futuras. Além dos benefícios econômicos e competitivos, a logística reversa

proporciona benefícios com relação à imagem institucional.

Além das possíveis oportunidades oriundas desses “reaproveitamentos”, “reprocessamentos”, “reciclagens” etc., a questão preservação ecológica dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua imagem corporativa e seus negócios, enquanto a sociedade se defenderá por meio de legislações e regulamentação especifica. (LEITE 2003, p. 21).

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O processo de logística gera matérias reaproveitadas que retornam ao

processo tradicional de suprimentos, produção e distribuição.

Logística reversa corresponde ao caminho inverso da logística, ou seja, inicia-se no ponto de consumo dos produtos sendo finalizada no ponto inicial da cadeia de suprimentos, tendo como principal objetivo o reaproveitamento e reciclagem de produtos e materiais, com a reutilização destes na cadeia de valor. (Pinheiro Filho, 2007, pag 56).

De forma simplificada, na logística tradicional, parte-se de um fabricante e

define-se o caminho ate o consumidor final. Na Logística Reversa de pós - consumo

o caminho é inverso, o produto tem como fonte de partida os inúmeros

consumidores e como destino, em geral o fabricante. Assim sendo, pode se verificar

uma característica importante no processo: o desafio de reunir produtos

disseminados entre milhares de clientes para retornarem, após sua vida útil, em

geral, a um mesmo fabricante

Os seis erres (R) da logística reversa identificam as principais oportunidades e

responsabilidades dos processos de logística reversa:

1. Reutilização;

2. Revenda;

3. Reparo;

4. Re-manufatura;

5. Reciclagem;

6. Redesign (reprojeto);

O mundo será obrigado a se desenvolver de forma sustentável, ou seja, que

preserve o meio ambiente, e as empresas deverão fazer o mesmo, por iniciativa

própria ou por exigência legal (SHRIVASTAVA e HART, 1998).

Observa-se que o fluxo reverso de pós-consumo, apresenta-se como o grande

desafio a serem equacionados tanto pelas empresas, governos, e pela própria

sociedade. Do ponto de vista das empresas a utilização destes fluxos, do eco-design

(FIKSEL, 1996), pode ser utilizada como uma vantagem competitiva através da

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agregação de valor ao cliente, economia de energia e melhoria na imagem de

marca; do ponto de vista dos governos a necessidade de controle ambiental e do

ponto de vista da sociedade a educação e compreensão dos conceitos de auto -

sustentabilidade.

LACERDA (2002) lista como fatores críticos de sucesso nos casos de logística

reversa os seguintes elementos:

Bons controles de entrada: consiste na identificação do estado dos

materiais a serem retornados e a decisão se o material pode ou não ser re-

utilizado;

Processos padronizados e mapeados: a mudança do foco na logística

reversa, onde deixa de ser um processo esporádico e de contingência,

passando a ser considerado um processo regular, que requer documentação

adequada através do mapeamento de processos e formalização de

procedimentos. Assim, podem-se estabelecer controles e oportunidades de

melhorias;

Tempo de ciclo reduzido: é o tempo considerado entre a identificação da

necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de produtos e o seu efetivo

processamento;

Sistemas de informação: o processo de logística reversa necessita do

suporte da tecnologia da informação (TI), a fim de viabilizar o atendimento de

requerimentos necessários para a operação. Entre as funcionalidades

requeridas pode-se listar: Informação centralizada e confiável, rastreabilidade,

avaliação de avarias, etc.

Rede logística planejada: consiste na infra-estrutura logística adequada

para lidar com os fluxos de entrada de materiais usados e fluxos de saída de

materiais processados. Envolvem instalações, sistemas, recursos

(financeiros, humanos e máquinas), entre outros;

Relações colaborativas entre clientes e fornecedores: como há uma série

de agentes envolvidos no processo, surgem questões relacionadas ao nível

de confiança entre as partes envolvidas. Informações tais como, nível de

estoques, previsão de vendas e tempo de reposição dos materiais, devem ser

Page 7: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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trocadas entre os membros da cadeia para que o sistema funcione de

maneira eficiente.

De acordo KIM, 2001, a gestão de retorno de produtos é mais do que decidir o

que fazer com ele, envolve a captura de informações que permitam entender os

motivos do seu retorno e com isto atuar sobre as causas da insatisfação dos clientes

contribuindo para reduzir os retornos futuros, alem de que um processo rápido e

eficiente para os clientes aumenta a credibilidade.

Estas informações podem ajudar tanto na fabricação, na embalagem e nas ações

de marketing (promoções com produtos de retorno em determinados mercados, e

melhoria do produto/serviço).

Para aproveitar o retorno de produtos do mercado de forma sincronizada e fazer

ações de promoções especificas em certos mercados é necessário disponibilizar e

sincronizar as informações para o marketing, isto pode ser feito através de um

adequado gerenciamento do Gerenciamento da Cadeia Reversa (RSCM), de modo

que seja feito no menor tempo possível, reduzindo a perda de valor do produto por

conta da depreciação de mercado e pelo aumento da eficiência.

“As ações de pós-venda constituem-se em um elemento de fidelização, podem até mesmo vir a se transformar em oportunidades de alavancar novos negócios, através da prestação de outros serviços não restritos à assistência técnica, propiciando o surgimento de uma nova unidade de negócios na organização (FIGUEIREDO, 2002)”.

De acordo KIM, 2001, a gestão de retorno de produtos é mais do que decidir o

que fazer com ele, envolve a captura de informações que permitam entender os

motivos do seu retorno e com isto atuar sobre as causas da insatisfação dos clientes

contribuindo para reduzir os retornos futuros, alem de que um processo rápido e

eficiente para os clientes aumenta a credibilidade.

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Estas informações podem ajudar tanto na fabricação, na embalagem e nas ações

de marketing (promoções com produtos de retorno em determinados mercados, e

melhoria do produto/serviço).

Para aproveitar o retorno de produtos do mercado de forma sincronizada e fazer

ações de promoções especificas em certos mercados é necessário disponibilizar e

sincronizar as informações para o marketing, isto pode ser feito através de um

adequado gerenciamento do Gerenciamento da Cadeia Reversa (RSCM), de modo

que seja feito no menor tempo possível, reduzindo a perda de valor do produto por

conta da depreciação de mercado e pelo aumento da eficiência.

“As ações de pós-venda constituem-se em um elemento de fidelização, podem até mesmo vir a se transformar em oportunidades de alavancar novos negócios, através da prestação de outros serviços não restritos à assistência técnica, propiciando o surgimento de uma nova unidade de negócios na organização (FIGUEIREDO, 2002)”.

Principais razões que levam as empresas a atuarem em Logística Reversa

Segundo (ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, 1999 e MULLER, 2005), abaixo esta

situada as principais razões que levam as empresas a atuarem na Logística

Reversa:

1. Legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e

cuidar do tratamento necessário;

2. Benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de

produção, ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo;

3. A crescente conscientização ambiental dos consumidores;

4. Razões competitivas – Diferenciação por serviço;

5. Limpeza do canal de distribuição;

6. Proteção de Margem de Lucro;

7. Recaptura de valor e recuperação de ativos.

Page 9: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO REVERSOS

A importância econômica da distribuição, ou seja, sob o aspecto conceitual

mercadológico ou sob o aspecto concreto operacional da distribuição física, revela

se cada vez mais determinante para as empresas, tendo em vista os crescentes

volumes transacionados, decorrentes da globalização dos produtos e das fusões de

empresas, necessidade de se ter o produto certo, no local certo, atendendo a

padrões de níveis de serviços diferenciados ao cliente e garantindo seu

posicionamento competitivo no mercado.

Os Canais de Distribuição diretos, ou simplesmente canais de distribuição,

como são conhecidos, são constituídos pelas diversas etapas pelas quais os bens

produzidos são comercializados até chegar ao consumidor final, seja uma empresa

ou uma pessoa física. A distribuição física dos bens é a atividade que realiza a

movimentação e disponibiliza esses produtos ao consumidor final. (Kotler, 1996).

O canal de distribuição reverso tem sido muito pouco estudado até o

momento, seja do ponto de vista da pesquisa acadêmica ou da literatura em geral,

existindo poucas informações sobre eles na literatura especializada e ocorrendo

uma incipiente sistematização de conceitos nesse campo.

Os canais de distribuição reversos de pós - consumo são constituídos pelo

fluxo reverso de uma parcela de produtos e de materiais constituintes originados no

descarte dos produtos após finalizada sua utilidade original e que retornam ao ciclo

produtivo de alguma maneira. Distinguem dois subsistemas reversos: os canais

reversos de reciclagem e os canais reversos de recuo.

Os canais de distribuição reversos de pós – vendas são constituídas pelas

diferentes formas e possibilidades de retorno de uma parcela de produtos, com

pouco ou nenhum uso, que fluem no sentido inverso, do consumidor ao varejista ou

ao fabricante, do varejista ao fabricante, entre as empresas, retornando ao ciclo de

negócios de alguma maneira.

LOGISTICA REVERSA NA SUSTENTABILIDADE

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A Logística reversa torna-se sustentável segundo Barbieri e Dias (2002) e

pode ser vista como um novo paradigma na cadeia produtiva de diversos setores

econômicos, pelo fato de reduzir a exploração de recursos naturais na medida em

que recupera materiais para serem retornados aos ciclos produtivos e também por

reduzirem o volume de poluição constituída por materiais descartados no meio

ambiente.

O termo Logística reversa tornou-se mais comum pelos esforços das

empresas em reduzir os impacto ambiental da cadeia de suprimentos, pois

atividades como a redução do uso de materiais-primas virgens e a substituição de

materiais tóxicos tem um significativo impacto ecológico. Como Carter e Ellram

(1998) quando define a logística reversa como processo por meio do qual as

empresas podem se tornar ecologicamente mais eficientes por meio de reciclagem

reuso e redução da quantidade de materiais usados. Entretanto, existe uma

polêmica sobre o tema, porque algumas vezes são utilizadas terminologias como

logística reversa, logística verde, logística ambiental e logística ecológica.

Para Rogers e Tibben-Lembke (2001), os esforços para medir e minimizar o

impacto ecológico das atividades logísticas deve ser rotulado de logística verde ou

logística ecológica. Enquanto, o termo logística reversa deve ser reservada ao

tratamento do fluxo de produtos e materiais que seguem na direção contrária em

uma via de mão única e é semelhante à visão de Resende (2004).

A implantação de logística reversa é uma grande oportunidade de se

desenvolver a sistematização dos fluxos de resíduos, bens e produtos destacados,

seja por intermédio do fim de sua vida útil, seja por obsolescência tecnológica, e o

seu reaproveitamento, dentro ou fora da cadeia produtiva que o originou, contribui

para a redução do uso de recursos naturais e dos demais impactos ambientais. A

logística reversa consiste em uma ferramenta com o objetivo de viabilizar técnica e

economicamente as cadeias reversas de forma a contribuir para a promoção da

sustentabilidade de uma cadeia produtiva.

REVALORIZAÇÃO ECOLÓGICA DOS PRODUTOS DE PÓS - CONSUMO

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É entendida com uma maneira da empresa recapturar valor, por meio da

logística reversa, reduzindo impacto dos seus produtos no meio ambiente.

Ela revela responsabilidade empresarial relativa ao meio ambiente pela expressão extended product responsability, pelo qual a empresa continua responsável pelo seu produto, estendendo o ciclo de vida dos produtos alem da entrega ao mercado de consumo. (LEITE, Logística Reversa meio ambiente e competitividade, p. 141).

Pode-se interferir no custo dos impactos ao meio ambiente causados pelos

produtos pela analise do ciclo de vida. Essa técnica é de grande valia e tem sido

cada vez mais utilizadas por empresas para dirimir dúvidas e escolher alternativas

de modificações e também por órgãos oficiais para rotulagem de produtos

ambientalmente corretos.

Algumas atitudes caracterizam empresas na fase de agregar valor ao produto

e o serviço: avaliação dos produtos e processos por meio da analise de ciclo de vida

ambiental; concepção dos produtos visando reduzir impactos no meio ambiente e

facilitando o ciclo reverso do pós consumo; criação de vantagem competitiva por

meio da logística reversa e pela extensão dos conceitos de responsabilidade

ambiental.

A DIFERENÇA ENTRE O FLUXO DIRETO E O FLUXO REVERSO DA CADEIA

LOGISTICA

De acordo com Krikke (1998, p.154) e MULLER (2005), há diferenças

fundamentais entre o fluxo direto e reverso da Cadeia Logística, dentre as quais

estão:

Na Cadeia Logística convencional os produtos são puxados pelo sistema,

enquanto que na Logística Reversa existe uma combinação entre puxar e

empurrar os produtos pela cadeia de suprimentos. Isto acontece, pois há, em

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muitos casos, uma legislação que aumenta a responsabilidade do produtor.

Quantidades de descarte já são limitadas em muitos países.

Os Fluxos Logísticos Reversos não se dispõem de forma divergente, como os

fluxos convencionais, mas sim podendo ser divergentes e convergentes ao

mesmo tempo.

O processo produtivo ultrapassa os limites das unidades de produção no

sistema de Logística Reversa. Os fluxos de retorno seguem um diagrama de

processamento pré-definido, no qual os produtos (descartados) são

transformados em produtos secundários, componentes e materiais. Os

processos de produção aparecem incorporados à rede de distribuição.

Ao contrario do processo convencional, o processo reverso possui um nível

de incerteza bastante alto. Questões como qualidade e demanda torna-se

difíceis de controlar.

Para KIM, 2001, as empresas tradicionais focam na melhoria da eficiência de sua

cadeia direta (insumos para entrega dos produtos aos clientes), já a cadeia reversa

é um processo bem diferente, pois envolve: Retornos de credito; Substituição de

garantia; Trocas; Reparos; Perdas que podem ocorrer. A utilização de sistemas

tradicionais de supply chain tem se mostrado ineficientes para lidar com estas novas

condições, e para avaliar o valor do retorno. Historicamente, perda na cadeia

reversa tem sido absorvida ou simplesmente aceita como uma perda da operação.

REDUÇÃO DE CUSTOS

As iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis

retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis

ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido ganhos que

estimulam cada vez mais novas iniciativas.

Além disto, os esforços em desenvolvimento e melhorias nos processos de

logística reversa podem produzir também retornos consideráveis, que justificam os

investimentos realizados.

Page 13: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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Além dos custos de compra de matéria-prima, de produção, de armazenagem

e estocagem, o ciclo de vida de um produto inclui também outros custos que estão

relacionados a todo o gerenciamento do seu fluxo reverso. Do ponto de vista

ambiental, esta é uma forma de avaliar qual o impacto que um produto sobre o meio

ambiente durante toda a sua vida. Esta abordagem sistêmica é fundamental para

planejar a utilização dos recursos logísticos de forma contemplar todas as etapas do

ciclo de vida dos produtos.

Os materiais podem retornar ao fornecedor quando houver acordos neste

sentido. Podem ser revendidos se ainda estiverem em condições adequadas de

comercialização. Podem ser recondicionados, desde que haja justificativa

econômica. Podem ser reciclados se não houver possibilidade de recuperação.

Todas estas alternativas geram materiais reaproveitados, que entram de novo no

sistema logístico direto (figura 1). Em último caso, o destino pode ser o seu descarte

final (figura 2).

Figura 1: Representação Esquemática dos processos logísticos Diretos e Reversos.

Page 14: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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Figura 2: Atividades Típicas do Processo Logístico Reverso.

FATORES CRÍTICOS QUE INFLUENCIAM A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE

LOGÍSTICA REVERSA.

Dependendo de como o processo de logística reversa é planejado e

controlado, este terá uma maior ou menor eficiência. Alguns dos fatores

identificados como sendo críticos e que contribuem positivamente para o

desempenho do sistema de logística reversa são:

Bons Controles de Entrada: No início do processo de logística reversa é

preciso identificar corretamente o estado dos materiais que retornam para que

estes possam seguir o fluxo reverso correto ou mesmo impedir que materiais

que não devam entrar no fluxo o façam. Por exemplo, identificando produtos

que poderão ser revendidos, produto que poderão ser recondicionados ou

que terão que ser totalmente reciclados.

Sistema de logística reversa que não possuem bom controle de entrada

dificulta todo o processo subsequente, gerando retrabalho. Podem também ser fonte

Page 15: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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de atritos entre fornecedores e clientes pela falta de confiança sobre as causas dos

retornos. Treinamento de pessoal é questão chave para obtenção de bons controles

de entrada.

Processos Padronizados e Mapeados: Uma das maiores dificuldades na

logística reversa é que ela é tratada como um processo esporádico,

contingencial e não como um processo regular. Ter processos corretamente

mapeados e procedimentos formalizados é condição fundamental para se

obter controle e conseguir melhorias.

Templo de Ciclos Reduzidos: Tempo de ciclo se refere ao tempo entre a

identificação da necessidade de reciclagem, disposição ou retorno de

produtos e seu efetivo processamento. Tempos de ciclos longos adicionam

custos desnecessários porque atrasam a geração de caixa (pela venda de

sucata, por exemplo) e ocupam espaço, dentre outras aspectos. Fatores que

levam a altos tempos de ciclo são controles de entrada ineficiente, falta de

estrutura (equipamentos, pessoas) dedicada ao fluxo reverso e falta de

procedimentos claros para tratar as "exceções" que são, na verdade, bastante

freqüentes.

Sistemas de Informação: A capacidade de rastreamento de retornos,

medição dos tempos de ciclo, medição do desempenho de fornecedores

(avarias nos produtos, por exemplo) permite obter informação crucial para

negociação, melhoria de desempenho e identificação de abusos dos

consumidores no retorno de produtos. Construir ou mesmo adquirir estes

sistemas de informação é um grande desafio. Praticamente inexistem no

mercado sistemas capazes de lidar com o nível de variações e flexibilidade

exigida pelo processo de logística reversa.

Rede Logística Planejada: Da mesma forma que no processo logístico

direto, a implementação de processos logísticos reversos requer a definição

de uma infraestrutura logística adequada para lidar com os fluxos de entrada

de materiais usados e fluxos de saída de materiais processados. Instalações

de processamento e armazenagem e sistemas de transporte devem

desenvolvidos para ligar de forma eficiente os pontos de consumo onde os

materiais usados devem ser coletados até as instalações onde serão

utilizados no futuro.

Page 16: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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Relações Colaborativas entre Clientes e Fornecedores

No contexto dos fluxos reversos que existem entre varejistas e indústrias,

onde ocorrem devoluções causadas por produtos danificados, surgem questões

relacionadas ao nível de confiança entre as partes envolvidas. São comuns conflitos

relacionados à interpretação de quem é a responsabilidade sobre os danos

causados aos produtos.

Os varejistas tendem a considerar que os danos são causados por problemas

no transporte ou mesmo por defeitos de fabricação. Os fornecedores podem

suspeitar que esteja havendo abuso por parte do varejista ou que isto é

conseqüência de um mau planejamento. Em situações extremas, isto pode gerar

disfunções como a recusa para aceitar devoluções, o atraso para creditar as

devoluções e a adoção de medidas de controle dispendiosas.

CONCLUSÃO

Com o crescente volume de negócios em escala mundial e a imensa quantidade de

produtos transportados diariamente, aumenta também a quantidade de lixo gerado e de

materiais que precisam ser mandados de volta à sua origem. Esse tráfego de produtos no

sentido contrário da cadeia de produção normal (dos clientes em direção às indústrias) precisa

ser tratado adequadamente, para evitar trabalho e custos extras. Diante da preocupação com a

preservação de nosso planeta, a questão da reciclagem é vital. Ou seja, os produtos que já

estão obsoletos, sem condição de uso, devem ser transformados para que não precisemos

utilizar recursos da natureza e, conseqüentemente, deixar o nosso planeta sustentável.

A logística reversa vem se destacando e atraindo a atenção das empresas nos últimos

anos, devido a pressões externas como um maior rigor da legislação ambiental, a necessidade

de reduzir custos e a necessidade de oferecer mais serviço através de políticas de devolução

mais liberais.

A implantação da Logística Reversa vem atender ao público cada vez mais consciente

e sensível quanto à prevenção do meio ambiente, tanto que se tornou uma das mais

Page 17: Artigo - LOGISTICA REVERSA

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importantes decisões estratégicas face ao crescente ambiente de competitividade presente nas

empresas modernas, que vivem em constante busca por soluções que agreguem valor

perceptível aos seus consumidores finais. Frente a estes novos paradigmas empresariais da

logística moderna, a alta velocidade de reação garantida por sistemas de manufatura flexíveis

e de informatização logística, como também ao alto nível de relacionamento com os clientes e

consumidores finais criando ligações duradouras, são ações que estão sendo adotadas na

maior parte destas empresas.

Quando todas as empresas constatarem os benefícios da implementação da Logística

Reversa em sua organização, seus principais objetivos passarão a ser de responsabilidade

pelos seus produtos e embalagens, desde o projeto até a sua disposição final, desenvolvendo

assim entre a empresa e seus clientes, relacionamentos colaborativos dentro e além dos limites

da sua própria organização, proporcionando a preservação da natureza e conseqüentemente

colaborando com a melhoria na qualidade de vida da sociedade em geral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.youtube.com/watch?v=nlae1svllaA

http://www.youtube.com/watch?v=EJaHf3cK-hY&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=WOZqAUzscK0&feature=related

http://arquivos.unama.br/professores/iuvb/7semestre/LD/aula04.pdf

http://www.clrb.com.br/ns/conselho.asp (conselho de logística reversa)

http://www.revistaportuaria.com.br/site/?home=artigos&n=zTq&t=logistica-reversa-reversa-logistica

http://www.logisticadescomplicada.com/

LEITE, José Rubens Morato. Dano ambiental: do individual ao coletivo, extrapatrimonial. 2.ed. rev. e atual. e ampl. São Paulo: RT, 2003. p.21.

LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa meio ambiente e competitividade. Ed. Pearson Prentice Hall. São Paulo: 2008. p. 141.