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. { o{ /c'" ~ JANEIRO - 1~35 261 . DO . TRATAMENTO .. E . ELIMINAÇÃO DOS. DEJECTOS NO 'RIO DE .JANEIRO Conferencia pronunciada .no Club de Engenharia em 20 de ~aio de .1933 pelo enge- nheiro AdolphoJ. C. Dei Vecchio ' , ' , ~ 1 Dentre os problemas que pedem uma solução urgente' e dos quie mais carecem de um constante ap- pelo ás qualidades humanitarias e patrioticas de nossos dirigentes, oc- cupa lagar de destaque o problema dos esgôtas da Ria oe JaneirO', par interessar directamente aO' indice de hygiene da Capital da Republica, o que em ultima analyse se refle::te na juizo feito no estrangeira da gráu oe salubridade de 'tada a paiz. E' par issO' que a natavel hygie- nista brasileiro Saturnina de Brito, synthetizanda a finalidade da pra- blema, praclamau que uma naçãO' é tanta mais dvilisada, quanto maior é a seu gráa de adiantamentO' material nas obras que realisa pela canser- ,'açãa ,e aperfeiçaamenta da saude publica. - Talhada a nassa Capital pelas suas bellezas 'I1aluraes para uma grande cidade de turismO', 'canspi- ram entretanto cantra eUa as servi- ças de um precaria abasteéimenta (}'agua patavel, oe um defeituasa serviçO' de esgôtas - sanitarias e de aguas pluviaes, de um' criticavel serviçO' de- lixa, e finalmente das incanvenientes das aguas estagnantes, lagôas e pantanas que a cercam. -Remave l-as de üma só 'vez 'cam abras de vultO', quandO' as candições financeiras da paiz nãO' - campartam sinãa despesas reduzidas, tem sidO' infelizmente aenganadara mira-gem da bÔa vantade administrativa, que melhar avisada andaria, resalvenda estes ~randes prablemas par etapas criterlOsas, e de confarmidade cam as recursas disponiveis e a premen- cia reclamada. - Esquecel-as, parém. é o que nãO' se deve fazer, porque elles affectam aos interesses itaes de uma papulaçãa. ~,n Muito se tem dita so-bre a nasso an- tiquada e inefficiente serviçO' de es- gôtas sanitarias e s~ nãO' fasse a pon-. ta de vista em -que nos callacamas, nenhum 'cantingentepaderia trazer-, vas para a maiar apura das canclu- sões que cam tada a acata irei sub- mettel-as aO' vasso elevada criteria e . julgamentO'. ' Dentro da restricta circula de acçãa a' que nas limitamas, "e cam a maderaçãa a qUe nas ,julgamas far- çadas pela desempenha -,de ,nossas encargas, as nassas -'áffirmativas se- rãO' dacumentadas e maldadas em ta- lha 'simples, de mado a pracurar in- teressar tambem aquel1es que nãO' senda especialista ou technicos e que entretantO' se dignaram a auvir-nas, passam se ajuizar embara em largas traças, da situaçãO' da prablema da II..I.uu,,"ulu " d""I~uu' r;u...l de uu""..." aguas de esgôtas. ~b..~ ';-- -O 'assumpta campóí:Ú longas ::an- siderações thearicas, que entretantO' pracuraremas afastal-as para nãO' pre- judicar de tada a levesa e a caracter Infarmativo, oe quem sómente deseja interessar vivamente a ilIustre audi- taria em assumpta, que' estandO' sem- pre em -fóca em tada ,a, mundO' civi- lizada, afCecta tãO' de perta a renome da nassa paiz. ' III Estavam ainda muita insipientes as estudas e as prablemas desta caplexa Qspecialidade lb engenharia sanita- r!a, aO'tempO' em que ~','.soverna impe~c rIal se abngau a langa prazO' par um' cantracta', a canceder a explaracãa- das servicas de esgôtas da :Ria de Ja- neirO' á Campanhia que ainda haje a expiara. ' ," .J.J , Obrigada a expandir'~ as abras de esgôta cansaante aO' crescente desen- ,valvimenta da cidade, em 1862 a Campanhia Citv esgatava 14.600 pre- dias camprehendidas na área que se estendia desde parte da Cattete até a pante da Aterrada na Canal da :\Ian- gue. Pauca tempO' depais, já entãO' cans- truidas algumas 'casas de machinas au Estações de tratamentO' de aguas fécaes, que de passagem diremas, ainda sãO' as mesmas de haje, a des- peitO' de ter subida a numera de casas esgatadas de 1'4,600 para per- ta de 90 mil; cagitau-se"de extender a rede, a que pOl'ém só fai posto em pratica maiS tarde, carrespandente aO' periado decarrida de 1873 a 1875, quando entãO' faram esgatadas as bairras deCatumby, Laranjeiras, Ba- tara~a e SãO' Christavàa. De 1882 a 1884 faram esgotadas a CajÚ, Fabri- ca das Chitas, Villa Isabel, Andarahv e Riachuela. . ~ - .'.. . . Só' em 1890, em virtude de nava contracta foram esgatadas as bairras de Jardim Batanica, Tada:; as Santas e EngenhO' de De-ntra. '- NãO' fai si nãO' em 1906 e 1910 a 1912 que se ,benificiau cam serviçO' de esgôtas respectivamente: Capaca- bana,-- onde nãO' existindO' estaçãO' de- puradara ás aguas sãO' lancadas em jnatura;Ilh:J, de iPaquetá onde a pra- , cessa de _depuração differe do das demais estações por ser a bialagica, e finalmente a zana da Cães do Porta. A estatistica mastra que ainda es- tãO' por esgatar cerca de 60 % dos predios da cidade, campreendidos na zona extra contractual. A nossa rêde de' esgôtas cujos cal- lectores ficaram dispastas radialmen- te, abedece de alguma fórma aO' sys- rema separadar mixto, não abstante ser adaptada o systema separador absolulO. Ao eu."",, de """"lU (.(,Ue" ctadas apenas as aguas residuaes da- miciliarias canjuntamente cam as aguas industriaes em canalisações dif- ferentes das de aguas pluviaes, tal coma exigiria este ultima s"stema, amuem tambem para a réde as aguas de chuva que cahem sabre os telha- das e áreas calçadas. ' O prafessor Carlas Sampaia em um interessante 'estuda critico so- bre o assumpta, classifica este sys- tema de "hybrida" par nãO' se pau- tar exactamente nem pela systema "tout oà l'égaut" nem pela "separador a'bsoluto" nem tãO' pauco pelo "mix- to", e finalisa a sua luminasa critica, mastrando a' anarchia que reina nes- te serviço, por caber a jurisdicção de sua rêde, parte a !Prefeitura, parte a Campanhia Git" e ,finalmente parte a -Inspectadia aI' Aguas e Esgotos a quem deveria exclu:;ivamente estar affecta. Digamas, aue é apportuna, que de eanfarmidaae cam as princi- pias de hygiene maderna, se a feiçaa da que se faz em :\Ianchester e Bue- nas Aires, dispusessemas a nassa rêde de esgôtos a recnber apenas 'cama cantribuição extranha, a tributaçãO' das primeiras aguas de chuva, sem- pre impuras e nocivas, para terem a mesma depuraçãO' au destina das aguas residuarias; cabendO' entãO' a rêde de aguas pluviaes a destina de escôar a excesso das pridj>itações meteoricas menas nacivas da que aquellas, que além da mais, bvam tadas as immundicies das ruas e das calcadas. Assim tambem se externau a sáudasa EngenheirO' Del-Yecchia em estudos qUe fez sabre a assl11upta. Cabe desde P dizer que, por des-- respeita as leis e disposItivos em vi- gar, grande éa numera de ligações clandestinas encaminhando as a~uas plu\'iaes para as galerias e collecto- rt's de esgôtos sanitarios. A revisãO' das installaçõrs que morasamente se

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Page 1: DO TRATAMENTO .. E ELIMINAÇÃO DOS. DEJECTOS NO 'RIO … · DEJECTOS NO 'RIO DE.JANEIRO ... tanta mais dvilisada, quanto maior é aseu gráa de adiantamentO' material nas obras que

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~JANEIRO - 1~35 261

. DO . TRATAMENTO.. E . ELIMINAÇÃO DOS. DEJECTOS NO

'RIO DE.JANEIRO

Conferencia pronunciada.no Club de Engenharia em 20 de ~aio de .1933 pelo enge-nheiro AdolphoJ. C. Dei Vecchio ' , '

, ~

1

Dentre os problemas que pedemuma solução urgente' e dos quiemais carecem de um constante ap-pelo ás qualidades humanitarias epatrioticas de nossos dirigentes, oc-cupa lagar de destaque o problemados esgôtas da Ria oe JaneirO', parinteressar directamente aO' indice dehygiene da Capital da Republica, oque em ultima analyse se refle::te najuizo feito no estrangeira da gráu oesalubridade de 'tada a paiz.

E' par issO' que a natavel hygie-nista brasileiro Saturnina de Brito,synthetizanda a finalidade da pra-blema, praclamau que uma naçãO' étanta mais dvilisada, quanto maioré a seu gráa de adiantamentO' materialnas obras que realisa pela canser-,'açãa ,e aperfeiçaamenta da saudepublica. -

Talhada a nassa Capital pelassuas bellezas 'I1aluraes para umagrande cidade de turismO', 'canspi-ram entretanto cantra eUa as servi-ças de um precaria abasteéimenta(}'agua patavel, oe um defeituasaserviçO' de esgôtas - sanitarias e deaguas pluviaes, de um' criticavelserviçO' de- lixa, e finalmente dasincanvenientes das aguas estagnantes,lagôas e pantanas que a cercam.

-Remave l-as de üma só 'vez 'camabras de vultO', quandO' as candiçõesfinanceiras da paiz nãO' - campartamsinãa despesas reduzidas, tem sidO'infelizmente aenganadara mira-gemda bÔa vantade administrativa, quemelhar avisada andaria, resalvendaestes ~randes prablemas par etapascriterlOsas, e de confarmidade camas recursas disponiveis e a premen-cia reclamada.- Esquecel-as, parém. é o que nãO' se

deve fazer, porque elles affectam aosinteresses itaes de uma papulaçãa.

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Muito se tem dita so-bre a nasso an-tiquada e inefficiente serviçO' de es-gôtas sanitarias e s~ nãO' fasse a pon-.ta de vista em -que nos callacamas,nenhum 'cantingentepaderia trazer-,vas para a maiar apura das canclu-sões que cam tada a acata irei sub-mettel-as aO' vasso elevada criteria e

. julgamentO'. '

Dentro da restricta circula deacçãa a' que nas limitamas, "e cam amaderaçãa a qUe nas ,julgamas far-çadas pela desempenha -,de ,nossasencargas, as nassas -'áffirmativas se-rãO' dacumentadas e maldadas em ta-lha 'simples, de mado a pracurar in-teressar tambem aquel1es que nãO'senda especialista ou technicos e queentretantO' se dignaram a auvir-nas,passam se ajuizar embara em largastraças, da situaçãO' da prablema daII..I.uu,,"ulu " d""I~uu' r;u...l de uu""..."aguas de esgôtas. ~b..~ ';--

-O 'assumpta campóí:Ú longas ::an-siderações thearicas, que entretantO'pracuraremas afastal-as para nãO' pre-judicar de tada a levesa e a caracterInfarmativo, oe quem sómente desejainteressar vivamente a ilIustre audi-taria em assumpta, que' estandO' sem-pre em -fóca em tada ,a, mundO' civi-lizada, afCecta tãO' de perta a renomeda nassa paiz. '

III

Estavam ainda muita insipientes asestudas e as prablemas desta caplexaQspecialidade lb engenharia sanita-r!a, aO'tempO' em que ~','.soverna impe~crIal se abngau a langa prazO' par um'cantracta', a canceder a explaracãa-das servicas de esgôtas da :Ria de Ja-neirO' á Campanhia que ainda haje aexpiara. ' ,"

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Obrigada a expandir'~ as abras deesgôta cansaante aO' crescente desen-

,valvimenta da cidade, já em 1862 aCampanhia Citv esgatava 14.600 pre-dias camprehendidas na área que seestendia desde parte da Cattete até apante da Aterrada na Canal da :\Ian-gue.

Pauca tempO' depais, já entãO' cans-truidas algumas 'casas de machinasau Estações de tratamentO' de aguasfécaes, que de passagem diremas,ainda sãO' as mesmas de haje, a des-peitO' de ter subida a numera decasas esgatadas de 1'4,600 para per-ta de 90 mil; cagitau-se"de extendera rede, a que pOl'ém só fai posto empratica maiS tarde, carrespandenteaO' periado decarrida de 1873 a 1875,quando entãO' faram esgatadas asbairras deCatumby, Laranjeiras, Ba-tara~a e SãO' Christavàa. De 1882 a1884 faram esgotadas a CajÚ, Fabri-

ca das Chitas, Villa Isabel, Andarahve Riachuela. . ~ - .'.. .

. Só' em 1890, em virtude de navacontracta foram esgatadas as bairrasde Jardim Batanica, Tada:; as Santase EngenhO' de De-ntra. ' -

NãO' fai si nãO' em 1906 e 1910 a1912 que se ,benificiau cam serviçO'de esgôtas respectivamente: Capaca-bana,-- onde nãO' existindO' estaçãO' de-puradara ás aguas sãO' lancadas em

jnatura;Ilh:J, de iPaquetá onde a pra-, cessa de _depuração differe do das

demais estações por ser a bialagica,e finalmente a zana da Cães do Porta.

A estatistica mastra que ainda es-tãO' por esgatar cerca de 60 % dospredios da cidade, campreendidos nazona extra contractual.

A nossa rêde de' esgôtas cujos cal-lectores ficaram dispastas radialmen-te, abedece de alguma fórma aO' sys-rema separadar mixto, não abstanteser adaptada o systema separadorabsolulO. Ao eu."",, de """"lU (.(,Ue"ctadas apenas as aguas residuaes da-miciliarias canjuntamente cam asaguas industriaes em canalisações dif-ferentes das de aguas pluviaes, talcoma exigiria este ultima s"stema,amuem tambem para a réde as aguasde chuva que cahem sabre os telha-das e áreas calçadas. '

O prafessor Carlas Sampaia emum interessante 'estuda critico so-bre o assumpta, classifica este sys-tema de "hybrida" par nãO' se pau-tar exactamente nem pela systema"tout oà l'égaut" nem pela "separadora'bsoluto" nem tãO' pauco pelo "mix-to", e finalisa a sua luminasa critica,mastrando a' anarchia que reina nes-te serviço, por caber a jurisdicção desua rêde, parte a !Prefeitura, parte aCampanhia Git" e ,finalmente partea -Inspectadia aI' Aguas e Esgotos aquem deveria exclu:;ivamente estaraffecta.

Digamas, já aue é apportuna, quede eanfarmidaae cam as princi-pias de hygiene maderna, se a feiçaada que se faz em :\Ianchester e Bue-nas Aires, dispusessemas a nassa rêdede esgôtos a recnber apenas 'camacantribuição extranha, a tributaçãO'das primeiras aguas de chuva, sem-pre impuras e nocivas, para terem amesma depuraçãO' au destina dasaguas residuarias; cabendO' entãO' arêde de aguas pluviaes a destina deescôar a excesso das pridj>itaçõesmeteoricas menas nacivas da queaquellas, que além da mais, bvamtadas as immundicies das ruas e dascalcadas. Assim tambem se externaua sáudasa EngenheirO' Del-Yecchia emestudos qUe fez sabre a assl11upta.

Cabe desde P dizer que, por des--respeita as leis e disposItivos em vi-gar, grande é a numera de ligaçõesclandestinas encaminhando as a~uasplu\'iaes para as galerias e collecto-rt's de esgôtos sanitarios. A revisãO'das installaçõrs que morasamente se

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vem fazendo, não só isso corrobora,como tambem mostra a necessidadede um regulam~nto contra estas in-fracções,

Esta pratica condemnavel que tan-to clama por um 'correctivo, além deoutros inconvenientes, acarreta umregimen inadequando ~ muito varia-vel para a rêde a que impropriamen-te serve, quando não vem sO'brecar-regar a capacidade das installaçõesjá por si exhausta, dando opportuni-dade aos encarregados dos serviços,de appelarem para o direito contra-ctual que têm 'e de que fazem - usofrequentemente, lançando as aguasfecáes in-natura no interior de nossabahia, SoIDa allegação da impossibi-lidade material de 'dar-lhes outro des-tino, ' ' , ,

<Desproporcionadas eomo se achamas instalIações 'por l1ão terem tido' aexpansão eompaHvel -ao imprevistodesenvolvimento da cidade, para isto'appelam como justificativa da prati-ca nociva do "lançamento das aguasresiduaes em estado cru, - logo quecahem as chuvas mesmo relativa-men'te pequenas, -Admittida uma mé-dia muito ,fraca de 250 horas -dechuva por anno ea descarga médiade 6.858 m,3 de aguas fedes porhora, póde se estimar qUe são lança-das por anno na formosa GuaIiabara1,714.500 metros cubicos dessas aguasespêças, immundas, e sem a menordepuração! I ,

Se antecipad,amente annunciarmosantes da r~spectiva critica, que me-nos carregadas, porém excessivamen-te nocivas, são tambem todas as aguasresiduaes lançadas no interior da ba-hia depois do inefficiente tratamen-to chimico contractual nas Estaçõesdc depuração, podemos orçar este vo-lume total de al{!!as imllntl!1~ :tU eR-tolllada~ em maIS de 60.000 de m.apor anno, exclusive a' contribuiçãodas chuvas 111

Ao conjuncto das aguas de abaste-cimento da população depois de ha-verem sido usadas, fizemos compre-ender sob a denominação de Aguasresiduaes,.a que nos vimos referin-do. Além das aguas das chuvas, cabetambem considerar a natureza dasagua's seryidasde uso domestico in-dustrial e publico, para se poderajuizar da sua nocividade e do seuelevado gráu de poluição.

Diz Francisco !Bicalho: - "que apoluição das aguas de uso dom~sticomdustrial e publico é tal, que a taxade impuresa dos liquidos de esgôtosnão se eleva sensivelmente pelo fac-to d~ receberem elIes, conjuntamen-te com aquellas aguas, tambem a ma-teria fecal." " .

'Consideradas separadamente, asaguas residuacs e industriaes, dizRazou: - "A experiencia feita infe-lizmente nas regiões invadidas nocorrer dos annos de occupação, du-rante os quaes todas as usinas esti-veram fechadas, mostrou de maneiraindiscutivel que a regeição das aguasresiduaes industriaes éra o factorprincipal da população dos rios".

Reconhecido pois, ser..' um factortão grande de poluição de qUe nosdevemos acautelar, caibe-nos pres-tar aqui as devidas homenagens ácapacidade e a clarividencia do Pro-fessor João Felippe P.ereira, mestrede todos nós, pois não mereciam ain-da as aguas industriaes os cuidadosespeciaesque a sciencia de hoje paraelIa reclama, e no emtanto ha muitosannos passados já havia elIe lançadoas 'bases de uma legislação technicasobre a sua recepção na rêde geral.

Esta iniciativa, teve em ,vista exigirum tratamento prévio destas aguas

antes de se insinuarem para os col-lectores geraes, aIliviando-as de sub-stancias que poderiam preju<!.icar oulterior tratamento nas estaçoes, dedepuração. "

Assim pois, parte das aguas de nos-sos esgôtos soffrem não só aquelIe be-neficiamento, mas tambem são ali i-viadas das graxas retidas TIas caixasde gorduras' ,para não prejudicaremo tratamento final nem o funcciona-mento da rêde, '

. Os residuos far:tamente gordurosos,que são retirados' das caixas de gor-dura e postos fóra, representam um

, disperdicio, de mais de 30 mil k.ilos'diarios que poderiam se'r industrial-mente utilizados' depois de benefi-ciados convenientemente.

Não seria de extranhar que os pro-duetos oriundos destas graxas tives-sem a principio o injusto repudio dos;preconceitos, 'que naturalmente des-appareciam, desde 'que a sua 'infeliz

-origem fosse 'esquecida, a sombra deum titulo suggestivo ou pela misturacom 'essencias aromaticas.

,O tratamento e destino das aguas,residuarias, é pois'assumpto .da maiscapital importancia 'na Hygiene e naEngenharia sanitaria tendo em vistaos males que.decorrem da contaíni-nação dos rios e das praias, e do seuvofume sempre crescente' não só emconsequeneia da, generalisacão do pro-cesso da regeição (dos residuos peloarrasto das aguas... como ,tambem dacontinua expansão' da rêde., Dotadas deumâ composição mui-to ,variavel, 'eheia.1,de germens pato-genicos ~ carregada de substanciasorganicas e mineraes, quer em sus-pensão quer em "diSsolução, são estasaguas 'muito 'pútre~iveis e extrel11~-p'",nte' RgeÍ\A..': ,"'i'lJrnaI-as Innocuastanto quanto possivel é a tarefa quecabe ,aos {>rocessos de depuração,

'Para aUmgir a essa finalidade, napratica da depuração se procura' deum modo geral, separar preliminar-mente as materias organicas em sus-pensão, e converter o carbono e Oazoto que ficam nas aguas, em materiaorganica ou mineral.

E' por isso que o primeiro cuidadoqu,: se t?rna .na purificação das aguasreslduarIas e fazer ,a separação damaior quantidade possivel de mate-rias em suspensão {>elo meio o maiseconomico que esteja ao nosso al-cance.

"A definição de ullla agua depura-da está ainda ,por fazer-se porque, ,~itheoricamente ~não' se deve admittirsob este nome sinão uma agua tendoa composição das 'aguas dos rios não

, polui dos, praticamente não se pódeter tal exigencia' que arrastaria auma despesa fóra, das proporções comos resultados 'a' óbter. "

quando Se examina o resultado deuma analyse d'agua de esgoto depu-rada, ca'be (apenas) investigar: 1°- si a depuração é effectiva, qual éa sua importancia, quer dizer, deter-minar o grau de depuracão; 20 - sia agua depurada tem sulficientemen-te as qualIdades para que ella possaser regeitada sem perigo.

Assim qualquer que seja o proces-so de tratamento empregado para adepuração das aguas de esgôtos, deveracionalmente ser precedido, comose sabe, do tratamento physico pre-liminar que recorre a 2 methodos:

a) - a decantação em que pormeio de tanq'ues ou reservatorios seconsegue o deposito por sedimenta-ção das particulas solidas, para dahiserem eliminadas continua ou inter-.mittentemente, (esta sedimentação po-

-

REVISTA DO CLFB DE ENG&"HAJtbIA

dendo ser obtida mais rapidamentepela precipitação mediante o empre-go de reagentes chimi-cos);, i'tl it

b) - O peneiramento mecanicoque consiste em reter as particulas""solidas por meio de dispositivos tlo~. "litados de crivos ou télas interceptan:' ,Ido a corrente de agua de esgôtos. A,l1,

Para que se possa antecipar unf '1ftjuizo sobre os resultados a que con-'!, !~',.duzem estes methodos, tomamos um" Jexemplo em que se considera uma. ~f.agua de esgôto commum, contendo~~,para um milh~o de partes em média', "~~

, 700 partes sohdas, das quaes 250,es.~."tão em suspensão, sendo que 50 dessas~, ' I

partes são irrecuperaveis, pelos m

!~thodos ordinarios de tratamento, dad'a sua grande divisão quando nãoencontram mesIrio'-cm -ê'5taao'coloi;daI, , ,",

Admiitindo:.s'e que se -lida'eom 'r~~".servatori~s -bem pro,porcion'adós""

"

,

,~ ',

\\em condIçoes. no!,maes de funcciO:- ';~namento, o prImeIrO methodo, per.?"""mitte recuperar em ,uma agua de e's~gôto commum, 85 % de solidos em'suspensão e 30, % da materia orga~1n~ca !otaI; !l° .passo que com a preci~~pItaçao c!IlmIca obt.em-se 80 ,%:, de ~r~cupe~açao dos solId.os~m s.uspen~,~

. sao e :>0 % da materIa orgamca to,.'" '"tal. Quanto ao peneiràmeÍ1ti>mécâ~!inico este consegue apenas recupera~"20 % da ,materia em suspensão. "..'

A clarificação das aguas de 'esgô~to pela simples decantação, sendo ex'~trémámente dirficil de obter-se, pro-;..curou-se o auxilio da precipitaçãÓJ/J'c~imica para o processo de dep~r:;t:l'f;çao. -",," '"~

Ao tratamento das aguas de esgôtoJJ~por este processo, áUribuiu-se a rin:'fJa~1

. . '" ceeI' e u~entes imputreciveis e de proporcio-

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,nar residuos ou lamas de qualidadesapreciaveis para a lavoura; a prati-:ca veio, entretanto, em breve esmae:,~cer as esperanças, ~!>str~ndo q~e, SI"'~

I:

por um lado a clarIfICaCao podIa ser---~:satisfa.:toria, o eOuente" continu'avã'::todavia putreci\'el, e as lamas depo:,r. \'.sitadas TIOStanques de dirficil utiIi-\.~sação e transporte pelo seu estado d~" '.~fluizede, não offereciam ao commer.;).':,cio um producto cujo preço cobris:;;.',se o custo do tratamento. ~;, ~,:tj

'Para se avaliar summariamente a~ :~más qualidades destas aguas, bastará

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"citar 'que,' a excepção feita do efiuS',"e!1te da estação de t!,ata!l1ento biol?-~.,gICO da Ilha de ,Paaueta, as demms

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Estações de tratamen!o ~himico, for-,';~necem um efluente tao lllstavel, que ...,em um periodo de pouco menos de.,!~uma -hora, ~ntra em franca put~~ ,~facçao, ' '~ :~

Este processo que está inteiramen;:ljj,

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'te fóra de moda, é ainda assim acon!' ''f

- selhado por certas autoridades sani-.,

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~"tarias, auando se trata de depurar.~,;:

aguas de ~sgõto coptendo em mIst1.!-'IH~~ra grande proporçao de aguas resI-,:ti~Hduarias industriaes, o qUe preeisa~~

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mente n~nca foi, nem é o caso do Ri~d/de JaneIro. "" .'

Entretanto, é este o processo que ~ .-

parecia ser o melhor ao tempo 'em !;II'l,que o Governo Imperial resolveu~ 'jadoptal-o no R.io de Janeiro! no int1!i-::-:,to de consegUIr uma sedImentaçao,~ ~mais' rapida das materias em suspen~~ ~são, mediante o emprego d~ reagen-.1,tes chimicos: cal, alumen e carvão.'

, ,,--Para que possamos proseguir em - fí,'

:nossa critica' convenientemente as-"

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clarecidos e assim podermos com-" "

parar os máus resultados que são '~.obtidos hoje em dia em nossas es" :titações de depuração chimica, <;bm"aquelles que normalmente devel'lam

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JANEIRO - 1935

ser conseguidos, convem consultaras tabeIlas referentes ao assumpto.Por eIlas se conclue que em nossasestações o periodo .de .retenção éescasso, a velocidade de escoa-mento é excessiva e a recuperaçãode solidos em' suspensão e em disso-lução é por demais reduzido poisnão' excede em média respectivamen-te a 35 % e 27 %.

Os inconvenientes que mais' se evi-denciam ao publico em nosso syste-ma deesgôtos, são os máus odôresque Se desprendem das Estações detratamento e a poluição das praias,poluição esta .capaz de produzir 'con-taminações prejudiciaes a saude pu-blica. .

Emquanto que' este ultimo indiceé mais remoto e de consequenciasmais difficilmente especificaveis, oprimeiro é mais proximo, mais' em-polgante e o .que prende mais a 'at-tenção, si .bem que menos prejudicialdo q'ue aqueIle. .

E' sempre assim II As' multidõessempre se deixaram ~impressionarpelas imagens mais empolgantes emenos remotas. - . ,. -.

E' sabido que '0 svstema 'de trata-mento chimico 'que ãdoptamos, e decuja critica nos estamos occupando,dá logar a grande formação de la-mas. .

E.' pois uma necessidade imperiosaa frequencia da limpesa dos tanques,removendo-se por processo efficien-'te os lôdos ou lamas neIles deposita-dos, para serem aproveitados ou re-geitados antes de 'fermentarem ou dese putrefazerem.

. Entretanto, si se recorre a impro.pria e morosa intervenção da braça-<1prn romo "prorpc;c;o tfp rprnoróio noêntulho, quanto maior fôr a demoradas lamas dos tanques, menos fluidasserão eIlas, e mais facil e melhorrendimento terá o serviço, muito em-bora Se importune os desafortunadosmoradores das visinhanças com osterriveis odóres de podridão que sãoforçados a respirar, por tempo rara-mente inferior a uma semana! Todosos presentes talvez conheçam de ex-periencia propria, os máus odôresqUe se defundem no ar nos arredoresdas estações de depuração, da Glo-ria, Botafogo e Arsenual de IMarinha,durante o periodo de remoção de la-mas. íPodem porém ficar certos quecom a bôa vontade da Companhia ecom as providencias combinadascom a Fiscalização, a situação den-tro em breve melhorará considera-velmente. .1

A permariencia das lamas nus tan-q'ues de precipitação por um periodoas vezes sUPerior a 3 mezes, tal comoentre nós se procedia, passou por em-quanto a ser apenas de um mez, nãoobstante ter-se empenhado a fiscali-zação do IGoverno para que o perio-do de retensão não excedesse a 4dias, e isso baseada numa eXI>erien-cia qUe teve logar na estação âe SãoChristovão, aliás, corôada dos me-lhores resultados.

Todavia, a difficuldade de se con-seguir pessoal para este repugnantee abnegado serviço, e bem assim ostrans,portes de embarcações apro-priadas para o recebimento e lança-mento das lamas fóra da barra oupara local adequado, serviu de justi-iicação para não ser desde logo pos-ta em pratica a medida solicitada. Osresponsaveis por estes serviços jáprovidenciaram para remover" esteinconveniente, adquirindo os trans-portes que dentro em breve estarãoem acti vidade.

E' pois passivel da mais justacritica a intervenção do serviço bra-

çal em unia tarefa tão pesada e tãoánti-hygienica,qqe melhor seriaconferida ao eff.ieientee elegante tra-balho das hombas, 'poupando-se as-sim o risco que corre a saude dostrabalhadores encarregados da lim-pesa dos tanques. . .

E' digno de nota que em antago-nismo ao que devia ser, estes homensque se entregam a um serviço tãorude e ameaçador, gozam de magni-fica saude e têm a . apparencia deuma robustez invejavel. São comoque vaccinados e immunes. Entre-tanto em -contradição, podemos ci-tar entre outros, os casos dos Enge-nheiros Vianna' da Silva. e CastroFonseca que contrahiram graves en-fermidades fiscalisando estes' servi-ços. \ ,,;, .

E' auspicioso ..,-,annuriciar,' que aCompanhia 'contractante.procurandoattender as justas:,solicitações da Fis-calisação, vae melhorar os serviços

. fazendo a remoção das lamas dostanques para a embarcação medianteo trabalho de . bombas" ,Poderemospois estar certos .,Que .nos libertare-mos em grande parte do supplicio dosmáus odôres! .

A tabella que àpreséntamos mos-tra o consideravel 'vólume destas Ia.mas retiradas dositanques durante operiodo de 15 armos: consecutivos,volume este que de,,-eria ser. muitomaior, çaso a precipltâcão fosse bemfeita, e as installações:nem propor-cio nadas " r -

Em nossos acanhados tanques deprecipitacão e decantação, cuja exi-gua capacidade não permitte obteruma taxa acceitavel de recuperaçãode solidos em susl1~são nas aguasrq~i<ln"e~ '1nl,,_.., '" rnrm",."n <I~<I"""camadas 'de depositos'1>enl distin.:tasque em virtude da,. 'densidade, umafica da superficie a outra vae ter aofundo. Com o tempo, o afluxo dasaguas carregadas âe impuresas, ,'aeaugmentando a espessura destas ca-madas entre as quaes é elle obrigadoa passar laminado, accrescendo incon-venientemente a ,velocidade da cor-rente. ;....

Resulta dahi a .expliéação para ofacto de nos periodos de maior afnu-xo accusarem 'frequentemente as ana-lvses, uma maior quantidade de soli-dos em suspensão nas aguas que sa-bem, do que nas que affluem para ostanques.

'Bastará um augmento transitoriodo volume affluente, para revolver earrastar os depositos,"; formados emperiodos de menor. .affluxo, e o efflu-ente se apresenta mâis carregado desolidos em suspensão do que o af-n~ente, }sto é, as aguas "sahem mais:;uJas e Impuras do tanque' de depu-ração do que quando 'cpara eIles aI-fluem! !

.Quanto ás materias em dissoluçãonas aguas residuaes, tambem frequen-temente as analyses accusam o mes-mo -facto apparentemente paradoxald~ conterem eIlas maior quantidadede substancias organicas e mineraesdissolvidas no effluente do que no:J.ffluente.

Ahi a explicação é. outra, pois nãose trata mais de um revolvimento ouarrasto, e sim da maior solubilidadeadquirida pela agua, quando recebeao entrar" no tanque, "uma dose maiorde. cal do qllê é necessaria para sua.depuracão.

.-\ falta de uma dosagem convenien- .te dos reagentes empregados no trata-mento, aberra contm a technica cla-mando por uma providcncia, no sen-tido de ser f",ita racionalmente e porprocesso automatico, controlado por

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uma' fiscalisação incomparavelmentemais efficiente do que a que nos vempermittindo fazer a escassez de re-cursos e elementos com oue lidamos.

Embora muito nos contrarie o quevimos affirmando e cuja contesta-ção não ha o -que pôr em desafio, nu-trimos ainda a esperança de vêrtransformados e normalizados estesserviços em moldes de uma me-lhor efIiciencia. Para isso já está emexperiencia a dosagem automatica dosreagentes por um processo brasileirode autoria do conferencista.

Conseguido assim um proporciona-mento criterioso do volume affluenteao dos reagentes chimicos emprega-dos, um grande passo ter-se-ha dados'em entretanto' ficar resolvido o pro-blema. De facto, não é só a variaçãodo volume affluente que deve des-pertar .a nossa attenção, mas tambem,e.principalmente, a sua' composiçãoextremamente variavel nos differen-tes periodos do dia,.e pará cadá rêdetributaria. Dir-se-hia .que para. cadaperiodo e para cada uma estaçõesterminaes de. tratamento; ha umacomposição média a considerar, dan-do como que uma physionomia pro-

,.pria 'a' agua affluente. Em communi-cação que opportunamente faremos aoClub de Engenharia sobre o comman-do -das descargas_pe)os diagrammas,-daremos .uma solução 'pratica a'o pro-blema. -

Na impossi'bilidade de recursos ma-teriaes, o que entretanto não deve per-durar, são os processos sanitarios de-feituosos . e obsoletos de que ainda selança mão e cuja notoriedade dis.pensa qualquer critica. .

Aos tanques de precipitação e de--e-tHl~ã6, de".-erA e:a~ a tarda d~servir de receptaculo das lamas queneIles se depositam, apenas pelo tem-po estrictamente necessario a forne-cer um contingente para o ulteriortrabalho da remodo inlelligentemen-te conduzido. .

Formadas estas lamas, e tendo emvista a .facilidade com que entramrapidamente-em putefracção, deverãoser eIlas removidas dos tanques, con-tinuamente ou em 'curtas intermiten-cias para se submetterem em seguidaao processo da seccagem visando nãosó a reducção de volume para o trans-porte, mas tambem a libertação dahumidade afim de ev.itar subsequen-tes fermentações. No caso de nossasestações, não ,cabe appelar para umareduccão de. volume obtido pela diges-tão dás lamas em tanque separado,tendo "em vista a escassez de espaçodi~onível"

E' po~s aconselhavel t'ntre outrosprocessos, a utilização dos centrifu-gadores para a concentração das la-mas, separadas que devem ser poruma bôa decantação as substandasleves e gordurosas que sobrenadamnos tanques. .

Em Hamburgo e em 'Franfort surMein, ficou sanccionado pelos ex-ceIlentes resultados o emprego dacentrifugação para a decantação daslamas residuaes"

Depois de dessecadas pela centrifu-gação são as lamas queimadas junta-mente com as 'varreduras da cidade.

Em .()ldham acha-se instaIlada umauzina para o aproveitamento indus-trial dos lodos ou lamas, extrahindo-se as suas graxas 'pelo methodo deGrossm.an. '. Para isso, depois de dessecados os

sedimentos, são elles tratados peloacido sulphurico para pôr em liber-dade os acidos graxos, e aquecidos emretortas de distilação emquanto . queUlll jacto de vapor super-aquecido ar-

Page 4: DO TRATAMENTO .. E ELIMINAÇÃO DOS. DEJECTOS NO 'RIO … · DEJECTOS NO 'RIO DE.JANEIRO ... tanta mais dvilisada, quanto maior é aseu gráa de adiantamentO' material nas obras que

.. 264

,'1

rasta a materia graxa dos sedimentospara depois condensal-a pelo resfr~a- '

mento., 'Em iBradford tambem são' aprovei-

das industrialmente as gorduras dasaguas re,siduaes, co:nseguindo-seex-trahir 7 % de graxas. '

De qualquer fórma, o que porémnão deve continuar, é o processo ado-ptado de ainda reter as lamas nostanques por um periodo médio detrinta 'dias findo o qual são ellas ne-cessariamente removidas, já entãosuperceptisadas, diffundindo no ar osterriveis odores a que são forçados arespirar os moradores da circumvisi-nhança das ,casas de rilachinas, du-rante os longos dias qúe a morosida-de de um inefficiente 'processo. re-quer, para a limpesa dos tanques.

.Na .Inglaterra onde o clima é' -frioe menos propicio a facilitar as fer-mentações, em caso algum perduramas lamas :nos tanques ,por' peri,odo su-perior 'a '15 dias, periodo este' que éainda muito mais reduzido no verão.

Q que não ha duvida, porém; é queos progressos por nós empregados,proporcionam gràndes volumes de la-mas que constituem um estorvo paraa remoção. E' por isso que na maio-.ria' das instalIações congeneres essagrande massa de residuos, é reduzidade volume e seccada em cylindroscompressores moVidos a vaporcujabateria, note-se bem, faz parte eSsen-cial das installações de depuração.Em muitãs Estações depuradorasquando não encontram no mercadode adubos coIlocação para estes resi-duos, delIes se libertam regeitarido-osem alto mar. . ,

,E' assim que o' preconceitouma vez destróe' impiedos<~uma '~4Ut:Là, que entregue ao sóloexhausto de' .fertilisantes daria emtroca os mais saborosos fructos e asmais perfumada:; flores II ,

Na França, o hectar de suas terrasmais pobres, depois de irriga das comas aguas de esgotos, teve o seu pre-ço elevado para mais de 50 vezes!

Outr'ora em nossas Estações de De-puração se procedia a seccagem e areducção do ,volume das lamas ,em-bora por meio desaconselhavel; en-tretanto, não Se proseguiu melhoran-do uma pratica tão util, complemen-to do processo empregado, e que ha-bilmente conduzida poderia prestar-se a facilitar um frequente e rapidoexpurgo dos residuos.' . ,

O facto é que iunccionando pro-priamente como ora se encontram ostanques, nem si quer !podem ser :con-siderados como máus tanques sce'pti-cos, pois além do mais não dispõesequer de co'bertura adequada paraevitar, a disseminação de gazes infe-ctos para o ambiente respiravel.,

Em Baltimore, em condições :phy-sicas muito proximas das que se ve-rificam em nossos mezes de verão, operiodo de 30 dias de retensão delamas para a digestão nos tanquesscepticos é considerado 'como perio-do optimo. ;'

, Lá como em outras cidades onde aSestações de tratamento pelo processodos tanques scepticos, ,pode ip&ejudi-car os habitantes com os gazes léti-dos que dellesse desprendem e que'tanto importunam a circumvisinhan-ça, a sua captação e subsequente uti-lização é considerada como parte es-senciall dessas instalIações.

Para isso são estes tanques, quer naInglaterra quer na Allemanha e Esta-dos Unidos, dotados de uma cober-tura fixa ou fluctuante e os gazes .ca-ptados são aproveitados para o aque-cimento dos reservatorios, afim dereduzir o tempo de digestão, quando

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não são conduzidos' :para os gazome-tros da cidade. prestando assim o seuconcurso ao abastecimento ~eral.

A -cantribuiç-ão' media diaria percapita de agiJas de esgotos .produzin-do um volúme de gaz que varia de 20a 27 litrós, em condições physicas nor-

maes, permitte attribuir aoconjunctode nossa.s estações' de tratamento, odesprendimento de um volume de gazde 230.000 m3 diStperdiçados, em de-'trimento do conforto e da saude pu-blica. E' mais muavez ,penoso ver'destruir uma riqueza em troca do des-conforto publico i . ,

Vejamos agora onde são regeitadasestas .aguas e em ,que condições é issofeito. ' ""

Depois de um ineHiciente e muitasvezes "contraproducente tratamento ~

nas 'Estações de depuração; estas aguassobrecarregados ,de immundicessãolaàçadas ao' mar,~geralmente' junto' áamurada do caes, ,e muito á flôr da-gua nas marés minimas. No local de .lanç'amento varia â' pro>fundidade es-cassa a que está mergulhado o emis-sario;' desde .pouco 'mais de 1 metro

. âté perto' de' 30 centimetros no canalldo Arsenal' de ~Iarinha, onde a disper:são ~ minima, do mesmo modo que oé tambem na praia de Botafogo e prin-ciopalmente nas aguas estagnantes dapraia do Retiro Saudoso, em que noregimen das, 'JlI,ar~s de vasantes sãopostos a descoberto extensos lodaçaes.

,Localizadas 'c'omo estão as Estaçõesde 'depuração mtino proximas do marnão haveria inconveniente em ahi fa-zer-se com dispe'isão e em profundi-dade o lançamento das aguas resi-duaes desde que' estas fossem, comorezam os est~ 'f'ln"pn~~

cantadas, ,fij~ranas e d~!iinfectadas aponto de se rorn'arem inocuas. Tal

. porém, não acontece. .O brutal contraste da diversidade

de colorações das' aguas do mar jun-to ás boccas dos canos de descargadas estações de tratamento, é infeliz-mente o esnectaculo degradante con-sequênte da' pequena imerção dosemissarios vomitando ininterrupta-mente junto'aós cáes aguas immun-das para o interior de nossa bahia.

Onde esse crime de lesa hygiene émais ostensivo aos fóros da nossa ci-vilização e as responsabilidades dafiscalização a quem parece caber odireito de exigir a regeição de umeffluente .filtrado limDido e inocuoé na enseada de Botafo-go e no canaldo Arsenal de ~Iarinba.

, De facto 'na enseada onde as aguasIpouco 'Volum'õ'sas, devidJa ás condi-ções tO;po' hydrographicas locaes es-tão apenas sujeitas as movimentaçõesperiodicas muito lentas devido ao re-gimen das marés, a regeição das im-mundkes sê"evidencia de tal .{órmaque não ,ha morador da circumvisi-nhança que não se revolte contra odestino a que foi votado um recantotão attrahente!

Conviria ao Governo para se ajui-zar dos damnos causados a este localque dentro em breve estará -comple-tamente prejudicado, mandar proce-der a uma sondagem geologica desdeaS circum visinhanças da estação daCity até ao local ,fronteiro ao Pavilhãode Regatas, e enão dea:nt~ das amos-tras do fundo e do resultado das ana-lyses se convenceria da premcncia daadopção de, uma medida decJsiva evi-tando a ,continuação de uma praticatão condemnavel. Ha perto de 2 lus-tros passados que, procedendo a estu-dos de natureza muito differcntes doque Ql'a nos occuj)amos, tivemos to-davia opportunidade de fazer mergu-lhar em differentes logares du ensea-

REVISTA DO CLUB DE E~G1ENHARI A 41'~~

,'"

da uma sonda. a pequenas profundi-

~i1

dades, e exammadas as amostrasen.:'~tão 'col~lid-as do fundo" apresentaram ti!o aspecto de uma tabatinga :pegajosa~-;Ide grão muito 'fino, de cór cinzento~'1escuro e desprendendo um odôr sul-'"fidrico bem Ipr°!1_unciado. Xão dispúj:"zemos na occaSlao dos elementos' ncessarios para proceder a uma 'tln:lyse-chimico-bacteriologica nas àmos'tras; . estàmos porém certos de qUEpr'ocessadas' as pes-:juizas, facilmente~se denunciaria a ,presença do azoto

Iorganico,' além de uma flora micro "jbianaimpro-pria .pa

,

ra ser dilui da éin ,~aguas quasi que estagnadas, nem'tã ':)pouco para atapetar o fundo da lin~.:';jda enseada. . ,.;,.:,nlr~

'A grande a,muencia de algas .que ênfli'!determinadas épocas e regimeps p.áralali convergem e se putrefazem, ,e beli:assim de briosoarios e outros animàêsque, tambem ali se encontram ,coffi!rnais frcquencfa e abundancia do qu~na praia da Saudade que lhe fica tãO' ,

proxima,- é um indice evidente de 'P

!t.

luição de suas aguas e tanto m;1is

,,

~

,,

'e

,,

-

.

'~guro quanto, observa-se a mudança 'd ,~coloração de suas aguas junto 'ao 'r 'cal -das descargas das aguas fecaes,di'fferença da natureza do fundo ricircumvisinhanças, e finalmente a 'fer;),'mentação dos lôdos que d'ahi se desjriprendem, !para 1iobrenadar., '~~..

A .proposito é digno de especiai~menção o interessante trabalho do ipr."'~

iBelmiro VaIverde, no qual se encon ;tra uma ,farta documentação basead~'\em analyses, deixando fóra de duvid~':;que se vem operando uma poluição daenseada de Botafogo, onde ha mais..de~meio seculo ~ el)torn!>tlo iRiRtert'l1l't~mente um grande volume de aguasfecaes, sem o indispensavel trat!!;mento. ,~.

Sé dirigirmos agora a nossa' atten

l- "

ção para a estação do Arsenal dê Ma"'

rinha caberá talvez' uma critica aIJi-da mais severa, tendo em vista Quedispondo o emissario de uma profun,didade no canal da ilha das Cobras

I'

variavel até 16 metros, della não,

S

,

'

,

~ '.:tira o menor proveito e 5e lanca -qua{ ,que á flór dagua em marés minimas,um grande volume de aguas imundâse .{edentinosas repletas de fragmentoilescrementicios, deixando vêr o reboj~,,]tumultuoso da descarga.'t""*

Se tambem é degradante este pr

~-}

cesso ainda é mais aggressivo aos fá ~

ros de uma cidade civilizada o que'.!.:;:;nota nos dias de chuva em que as des.~cargas sendo feitas em natura, d .xam as immediações do caes em".tado hygienico lastimavel e as agua~,do canal -fartamente semeadas de 'd~tritos fecaes, diffundindo no ar OdO,~~

"

,

res mefiticos!' . "1' Todavia abstrahindo-se dos impo--I'" ~;

tunos desprendimentos de gazes .ou ~tem a sua séde ,no proprio lo-ca'l das jestações de Botafogo, Gloria e Gam1ibôa, é digno de nota que pelo simPles

~

,

facto de estarem os extremos deste,emissarios um :pouco mais .m~rlfUlha

"

"idos do que no Arsenal. a dllmçao ,d? ?á,~fluente é mais bem feita e a terrl:veI dispersão de maus odôres só tert.i}1logar quando sobrenada na supeI'fiCl~uma massa d,~ lodos que se destaca d~i~camada em ,putrefação que atapeta ,~fundo do mar. ' '\..,'

Entretanto só a uma inobservancl~(,)se poderá attribuir a continuação <JIJIum attentado desta ordem, uma ve~,:ique se dis'ponha de meios segurospa,~ra reduzir ao minimo estes inconve~ 1nientes! ~

Em Fevereiro de 1932 o Confere.n:'),~cista propoz que o extremo do enlls,~

~:<sario fosse mergulhado de modo a que ,ia sua descarga fosse' feita em profU'p;,~

Page 5: DO TRATAMENTO .. E ELIMINAÇÃO DOS. DEJECTOS NO 'RIO … · DEJECTOS NO 'RIO DE.JANEIRO ... tanta mais dvilisada, quanto maior é aseu gráa de adiantamentO' material nas obras que

JA::-<,EIRO- 1.935 '

.

didade e subdividida em varias bac-cas sufficientemente afastadas" nasquaes o' funccianamenta de um desin-tegradar au dijifusar canvenientemen-,te 'lacalizado, ;facilitasse a desagre-gação' das detrictas, Cam esta medida,co'ncardaram as autaridad\í~S, entre-tanto' ainda estam as aguardando"appa~tunid!lde :para pôl-a em pratica

E' 'assim ,que inadvertidamente sevae pralanganda um martyriapara as.que embarcam na' Arsenal desde hamuitas annas. sem aue se -tenha can-seguida: :pôr-lhe'Í!-m termal, -Os incanvenientes que vim as a,pan-tar são' igualmente 'r.ecanhecidas "p.ar ,tadasas nassas autarIdades em hygIe-ne e enge,nharia-sanitaria, razão' pelaqual não' deve mais ser. pratelada>amadificaçãa da systema de lança-mento', principalmente na ~staçãado

i; Arsenal, até que as candições de ar-dem financeiro permittam effectuara regeiçãa da effluente fóra da barra.

,Em assumpta que affecta a salubri-" dade urbana, ainda nãacanseguimas

enxergar abices,principalmente quan-do' as iniciativas não' acarretam, senão'dl;!sp'esas redueZidas' e ,não' deixam du-vidas em seus resultadas'. A iiIicia-tiva que :prapuzemas 'é da ardem da-quéllas que' não' ,padem deixar de serecammendar pela efficíencia.: '

Assim, aUirmam ,FuNer e Clintackem sua obra "Salving Sewage 'Pra-blems" : ~'Tada effluente (Sewage)elimina-sI;! par diluição' immediata audemarada", e ainda accrescenta Hen-rique de Navaes: ,'~Oque se faz mister,f. carrigir as defeituasas candiçõesde sua gmylli:ig 'IJA m"~<!. ];'1";rI" rli-luente, iml;!rginda e multiplicando' asbaccas de descarga nas grandes pra-jectas, de maneira a ativar-se a mis-tura; ,pela reducçãa da cantribuiçãade cada uma dellas."

Não' nas cansta que algum prajectaflue ,parventura se pleiteie junta a re-farma da cantracta ara em vigar seprapanha a intraduzir melharamentasneste sentida.

Sabre a assumpta da ~ançamenta daeffluente ao' mar muita se tem ditae cantra-vertida.

Arnald declara: "O mar não' deveser tamada !para ,panta terminal dasesgatas"; Bechamam referinda-se ao'mesma assumpta affirma que as ci-dades da littaral que não' di~põem de'autra meia de evacuação', não' ,canhe-cem senão' incanvenientes que dahiF~am. . ;" ,,:e ,finalmente Rebauçasrliz: "Que a perigo' só existe quando'haja estagnação' au a cantaininaçãadas aguas,.. da sala, au das ar:es". '

Sl;!mextremismas, e tenda em vistaa cantingencia de nassas candições,estamas na numera daquelles que não'vêem incanvenie,ntes na regeiçãa daeffluente mesma na interiar da ibahiadesde ,que a lacal e pracessa de lan-çamento' assim cama as suas candi-ções physica.JJialagicas,garantam asua ,facil eliminação' au segura ina-cuidade. '--

E' lagica .que não' nas referimasaas maus eWuentes despejadas na ba-hia pelas nassas estações de depura-ção', e sim aas que resultarem de umtratamento' effidente, a panta de -não'praduzirem cantaminacões, nem de-pasitas . .

'Xa America da Narte. as esgatasque servem ha mais de1 00 milhões dehabitantes lançam as suas aguas ao'mar sem a menar incan veniente.

Razões paderasas parem callacama nassa bahia em candições singula-res que de tada repelIem a pracessade regeiçãa de aguas inllnundas, em

mistura cam as suas praprias aguastal ,cama se vêm ,fazenda 'ha mais demeia secula. Além das pequenas 've-lacidades das carrentes junta ao' 'lit-tarall, e rprofundidades reduzidas jun-ta aos !pantas de lançamento', a incli-,

'nação' das linhascathidaes mais pra-nunciada nas enchentes da 'que nasvasantes denata menar vela cidade emaiar duração' destas em', relação'á'quellas. Lago' a tendencia' natural,á ,farmaçãa de depasitas e altas fun-das, é evidente, e deve ser pais prase,cripta a recepção' de 'ijescargas palui-daras e ricas em detrictas. '

, A exigencia de samente admittir alançamento' de aguas ' depuradas até apanta ,de não' tpraduzirem nacividadesé geral. "~,"" :' '

.Diz a dir'eétó'r 'dÓ Laborafaria Mu-, nicipal 'de Pariz :';"Si é 'impassivel. 'exigir, a de.puraçãa'ábsaluta' das aguas

residuarias, cabe' e'ntretanta, "a deverde exigir a sua inacuidade quando''ellâs são' regeitadas'. E' ,precisa não''cansiderar, cama insufficientementedepurada, 'desde que seja imputreci-vel, uma aguá rt!siduaria - que, "não'.tenda s'af,frida uma "nitrificaçãó'çam-pleta, encerra ainda uma pequena"pra-,parçãa de azata 'na estada de ama-niaca au de nitrita." 1<, . '

O, canselho sup'ériar de Hygie.ne Pu-blica de França julga inutil exigir a,depuração' bacterialógÍC'a das aguas re-siduaes, tenda"em "visfií"-que não' se,trata de trans-farmaJ;-:as em aguas pa-taveis', mas simplesmente em aguasincapazes de ,praduzirem nacividadesaas lacaes em qUe~íia despejadas.

Par -essa razão', e' 'ria impassibilida-de technica' de precisar-se a natureza

da HHll", ~a VIP(dni~~J<illl -dis:!Ohi~ãa.satisfaz-se a 'CanseUi ' de Hygiene em'admittir pravisariamêlllte<" certas re-quisitas ,para uma depuração' satisfa-taria as quaes são' 1jJar demais canhe-cidas. ., " ,

Assim cama Haustan, nós pensamasque a desinfecção' das' effluentes deesgatas é sempre desejavel, e que não'ha, nenhum argumenta. cantra esta,pratica senão' as des.pesas quando' não'- estão' ,em praparçãa cam a fim a serattingida" .

- Subentende-se ahi par desinfecção',a aperaçãa que reduz a numera de ba-cterias a uma taxa relativamente bai-xa em camparaçãa cam a taxa ini-cial; emquanta que a esterilização'cansegue a suppressãa tatal das mi-

, crobias . ., As analvses bacterialagicas de nas-, sas aguas de esgata d'êinonstraram que

não' se a;perava cam a depuraçãachi-mica Inenhuma reducção aiPreciavelna taxa de micra arganismas .pais faicalassal a numera de bacterias patha-genicas encantradas,t:).nta nas aguas.brutas quanta nas agúás ti das par ,de-

, puradas. '

, Não' nas sabeja a tempo' para maia-'res divagações senão' mastrariamas'a interessante serie de estudas ari-

ginaes feitas entre nós sabre a esta-, bilidade e depuração' de nassas aguasde esgatas pela distinct.. chimica ana-lysta Senharita Jandyra Lima e aes-tudiasa academica de medicina Luizde Navaes, acampanhadas pela DI'.Gabriel Hamas e TeiXeira da Casta,' ebem assim a gra~de numera de me-didas beneficas que a Departamento'de Fiscalização' da Gaverna par in-termedia de' suas autaridades e fis-caes tem canseguida e ainda maiscanseguirá. certa da bôa vantade quevem encantranda da :parte da Campa-nhia 'Citv.

Cabe tleixar bem saliente a interessee a apaia .prestada pela Illustre En-

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genheirõ DI'. Nelsan Leal a tadas asiniciativas tendentes a melharar asserviças de 'esgata da Cidade,

Nada é pais mais justa da que acan-selharmas que, as ef>fluentes altamen-te nacivas de nassas estaçõe<; sejamdesinfectadas ;pela chIara antes de se-rem regeitadas na mar, 'quando' a 10'-'cal de des,pejas passa interessar aucantribuir para a paluiçãa de uma

- praia de banha. Em qualquer casa pa-rém, é 'indispensavel a garantia deuma decantação' bem feita de mada ase canseguir um determinada grau deestabilidade da effluente.: O escaamenta das aguas de esgatano mar parece áprimeira vista dara maxima de garantias. A adducçãa'de um tão' pequena valume, a massascansideraveis, ,póde '.fazer- ,acreditar,em uma disperçãa rapida tarnandaauasi 'immediata a auto' depuração';Entretanto', numerasas exemplas de

infecção' das praias, cantaminaçãa dascanchas etc., , mastram que não' é sem-pre assim. 'Máo grada a agitação' de-vida ás marés, a mistura intima de 2liquidas ,de - densidades muita diffe-r,entes, não" se faz lago'. Num recenteéstuda, Lyner Percy recanheceu queas aguas de esgata traçam a 'princi-pia na mar uma especie de canal, de-pais se espalham --na.superficie, ande -,'a agitação' das vagas Oipera a misturae a disperçãa. De autra parte, a auto'dcoDuraçãa se ,praduz de uma maneiradif.ferente da das rias parque a aguada mar é menas rica .;::maxigenia dis-salvida ,perla de 20 % da que nasa/.!Uas daces, mas em êamDensaçãaella se reareja mais rapidamente.Além disso' a praparçãa cansideravel

e saes cantlllas na agua da mal, pl ('-judica muita as accões bialagicas quecancarrem para á 'auto' depuração'.

Os estudas de A. 'Deney, Letts. Pur-vis etc., mastraram Que a materia ar-ganica ahi se decampõe' muita lenta-mente e que a nitrificacãa é nuna aupela 'menas tarnada não apparentepela acçãa de disnitrificaçãa. De au-tra parte, as saes facilitam a precipi-tação' das materias solidas que têmpar' canseguinte um:! tendencia a sedepasitar 'Perta da desembacar, e aformar hancas de lama que. quando'elles são' descobertas, desprendem

mãas adôres. Isso' se praduz sabre-tudo' quando' a desembacadura se achaem um lacal de aguas estagnantes.

A lentidão' da auto' depuração' e anecessidade de cantar antes cam a di-luição'; canduz a pracurar um 'Pantade escaamenta tal que aS aguas de es-gata sejam arrastadas em plena mare não' sejam transpartadas !para asmargens Delas marés au carrentes dalittaral. !E' so'bretuda essa ultima can-sideraçãa 'que deve ser retida, parqueLyner IPercy canstatau que, quando'as aguas de esgata bem decantadassão' regeitadas fóra das carrentes dalittaral, não' ha cantaminaçãa sensiveldas aguas Que banham as praias.

, ..

,Cam eHeita, deve se recanhecer que.pela menas lacalmente, a auto' depu-ração' é muitas vezes insufficiente eque é necessaria Jacilital-a par um tra-tamento' prévia canvenientemente es-calhida.

A ex.periencia parém pravau que a15 kilametros da casta não' se denun-ciam mais daquI' 20 a 30 germens parcentimetra cubica ao' passa que naprafundeza da aceana ainda se en-cantra 24 a 30.000 germens nos lõ-das. Dentre as germens pathagenicascuja vitalidade neste habitat fai maisestudada salientam-se a bacilIo da fc-

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.266

")

bre typhoide que é destruido em 24horas e o spirilum do 'cholera' queconserva a sua actividade além de 35ili~, . . , "

Sem mesmo querer considerar a for-ma de resistencia que estes micro ,or-ganismo podem aUectar, já temos far-tos argumentos que nos induzem aacautelarmos contra uma regeição deaguas de esgotos impropriamentefeita, ,

fEstas considerações qU2 até ahi fi-cam ex:pendidas já devem bastar pàrafortalecer a nossa opinião' de que to-dos os nossos emissarios devem serprolongados e mergulhados até a pro-fundidade conveniente onde'o effluen-te :deverá ser regeitadoCom 'disper-são e em certos casos depois de tlesin-

. fectados pelo chlQro '.

. .Farto é o numero de exemplos emque apenas Iparte' das medidas queprQPomos a, titulo de,melhoramentos,são 'empregadas em caracter defini-tivo, e coroadas dos melhores suces-sos , ".. ." -: .' .

-Nestas .~ondições,' ~ sempre prefe-.rivel, adoptal-as. desde. já, auferindoo seu resultado indiscutivelmente be-ne(ico, .do que continl,lar, na attitudede expectativa em que estamos, aguar-dando o advento da adopçãode um

, novo ,projecto que resolva definitiva-mente o problema, quando as condi-ções .financeiras do paii :puderemcomportar as vultuosas despesas doseu custo, .

Vejamos o 'que se passa no estran-#(eiro : .' . -. Na cidade de' Providence, o -des-

pejo das aguas de esgoto cruas,' emprofundidade e no canal, foi conside-Fada Jncolu}Ja,..., .,lu":uL,, 1l1"UOS no~civa, do que o seu lançamento juntoas praias, depois de haverem sido tra-tadas, -. . . . ..

Em Toronto os despejos são feitosem .profundidade no lago Ontarioemmuito boas con,dições,

'Em Boston o effluente era lancadona bahia pouco abaixo do nivei damaré minima, .reconheceu-se quantoisto era nocivo, e para remover o mal,prolongou-se o emissario até o canaln'uma extensão de 56 metros, abrin-do-se nelIe varias boccas de descargaa profundidade variaveis de '10 até1í meLros, Esta providencia foi co-roada dos melhores successos, e aemulsão do effluente na agua salgadase fez de um modo tão satisfactorio,que na distancia de 100 metros nãose reconheceu mais a ~I!,~,presen~a:. .

A estação de 'Passáic.. Ve1ley queserve a umalpopulação proximamen-te igual a do Rio de, Janeiro, desde1924 faz o lançamento do effluente nointerior da ibahia de New York me-diante 150 dif,fusores verticaes dispos-tos "de modo a dar um movimentodispersivo ao liquido, que deixa as-sim aperipheria do orifício em dami-na delgada.

A diluição do effluente na massa li-quida da bahia é ;praticamente com-pleta". . .' .

() Go,;erno d.ispõe annualmente, deum credito de 10,000 libras garantidopela clausula 13 do contracto de Es-gotos par:) serem empregados em me-lhoramentos nas Estações de trata-mento, e do qual se 1P0ded lançarmão 'para realisar estas beneficas mc-didas.

A proposito, ouvimos dizer que pre-sentemente, em obediencias ás demar-ches da reforma de um contrato, secogita em fazer a descarga conjuntados effluentes das Estações do Arse-nal, Gloria e Botafogo na Ponta doYigia e durante o periodo da maré va-

sante, Para isso' ter-se~hia propostoa retenção em 'um Aanque, durante 6horas, do grande. volume de aguascloacaesque 'af,fIuissemno decursodo periodo da maré 'enchente, A terde se a'pprovar uma proposta destanatureza, serias abjecções deverão serfeitas, Accóde immediatamente ap;pel-lar para o inconveniente !Je um lan-çamento conti~o ao littoral, que emcaso algum. deveria ser feito sem um

'afastamento ;da bocca do emissariopelo menos.a Ulpadistancia de 200metros do ponto mais avançado. As-sim se diminufria o risco das corren-tes locaes 'encaminharem as immun-diceis .para as': pr'aias, contiguas e pa-ra o interior danossabahia, quandopor um disçuido, '() periodo do aança-mento não '~9~r.esPQndesse. convenien-temente ao penodo' 'da' baixa-mar. c

Em Londres' OJiíle. p lançamento' 'éfeito a 22 ;kilome!ros 'de distancia dacidade em maré vasante, procurou-seabandonar ..:este systema porque. du-rante a enchente .as lamas eram pelacorrenteza transportadas. Ipara niuitoalém do local de ,entornamento, che-gando mesmo ,até 'a cidade, onde asmargens' do .;,Mersey se tornavam por;isso inhabitaveis em certas occasiões:. Accresce aigda que durante o perio-do de 6 horás de retenção do erfiuen-te, resultaria a sua etereogenidadeconsequente ,a natural decantação quese 'operaria. ~Q:ç:éasi6narido #{rande vo-lume de Iam às. accumuladas, que te-

. riam' de ser,'. regeitadas tim um dadoperiodo. da, descarga do reservatorio,contiguas ao littoral, dH;ficuItando' adiluição." facilitando depo'sitos, arras-tos inconvenientés e poluições pro'va-veis .,... ','

.' " ~~~ .qualquer nYI.P°Ule-se, sempre adopt.ár-se a descarga pro-funda.e.distante !lo littoral, e o penei-ramento. mechariico, empregando-sequando necessario, a ,fermentação dosresidios em tanques fechados E' dignode nota, e a nosso v~r corre por contada falta dos recursos apontados, o máucheiro que já se vem aocentuandojunto ao ponto de descarga do emis-sario na Avenida Niemeyer, não obs-tante ali se dispor de um mar cons-tantemente agitado quebrando as suasvagas a.Jterosas de encontro aos ro-chedos da encosta.

Entretanto mostrou Henrique deNovaes, que uma installação modernade tratamento mechanico reduzida aoque é essencial para a d'efesa. daspraias, é tão compacta que se pode-ria localisar~na ,estreita faixa grani-tica e .íngreme entre a Avenida Nie-meyer e o maj;.'!"" . -, '

A adopção pois de uma installaçãodesta ordem, a serviço de um lança-mento intelligentemente feito, seriauma garanti~:_s~~r_a em qual9.u~r .c~- -so, contra a polUlçao das ,praias VIZI-nhas e contra os 'demais inconvenien-tes .previsiveis, , .

Já é tempo de nos !precavermos con-tra as persiguições dos maus odorese infecções causadas pelo nosso an-tiquado e máu systema de esgottossanitarios 'que tanto deprime o indicehygienico da cidade. Proseguir emuma !pratica' arriscada que 'Pode con-duzir a estes inconvenientes que tan-to conspiram contra o nosso gráu decultura e progresso é obra anti-patrio-tica e deshumanitaria. Devemos terbem presente.,o. aphorismo do velhoPlauto: Urbs qui nul'la olIet benneolIet. A cidade qu~ a nada cheira,cheira -bem.

E' flagrante o natural pendor quese nota entre os especialistas no as-sumpto para acceitar qualquer inicia-tiva ou projecto que vise a regeiçãodas aguas cloacaes em pleno oceano,

REVISTA DO CLUB DE E~GE.

em local conveniente. e sujeitas qua~~"do muito a um simples peneirameri'e dis.persão quando necessario. "

O fundamento da generalisação de~te modo ,de p~n,s~r que bem conduzid'iresolvera defllllhvamente o problem.~mas que nem sempre 1P0derá ser iii.imediatamente 'Posto em pratica principalmente pelo seu elevado cJlsto~em parte el}'~ontrado no, "~eceio -iitiltemos de nao s~re~ suf.flclentement1depurados os lIqUldos dos e~gottd~,não tant? ,~or defeito do proces!\o, ni~por desldla dos operadores" e porfalta de uma liscalisação e.fficienteS'

.De facto, é sempre dispendiosa a"puração; o serviço é penoso' ei',caros os reagentes a ponto de .ná,dever abandonar a hypothese ~e'iipossa accudir a pessoas incoflscites a ideia de poupar no emprt:go ~dreactivos. . - .~,~

l\Iesmo a ignorancia dos oper~doidominada pela imagem de uj1lmtão grande, em que é entornádo iUJefflu,:nte de esg_ottos tão peq.uel1o"

,

;~,

,~~

lhes ImpeIle, nao lhes convida atl~pensar os necessarios cuidados'eàliú,ros a um serviço que além 'do)IJai~é tão exhaustivo, ingrato e mal recOmpensado, Ainda mesmo que se lan'ê1mão dos 'processos automaticos.pa"Ç:o emprego de ,rea..gentes nem assiniislpoderá acautelar seguramente coii]as possi veis fraudes na, ausencia "'~Ciscaes, . '1\

:E as fiscalisações são muitas ve:tão 'precarias, tão desprestigiadas'~1baldas de recursos, que se comprehende perfeitamente porque é. que~technico que .põe em !primeiro plà"m

a cfficiencia SiraUca de' um projec,

'

~de esgattas, tffidllliente se indipara outra solução que não propo':'ri.a regeição do effluente fóra da bii'e mesmo sem tratamento previa :~:

Todavia insistimos em dizer "que',ta regeição não deve sempre sersíiliplesmente um entornamento das a'giJ.áimmundas róra da barra e junto, ailittoral, nem tão pouco junto ao 'cMe quasi que a flor d'agua quandojlançado no interior da bahia; co~acontece entre nós. .~~'

Infelizmente somos victimas da' 'i!!iJ!contestavel prova do que afCirma~os,com o exemplo de nossas velhas:E~tações de depuracão. vertendo comtantemente aguas immundas par:'interior de nossa 'bahia e im:pestao ar da circumvisinhança: e bem:;sim fóra da barra nas proximidaiJda ponta do Vidigal na Avenida ~j~

. meyer, onde dentro de pouco. tem.~, o mau 'cheiro crescente muito il11lP'

~

tunará a moradia naquelle lo~cal,pittoresco .:.

'Acabanios ainda ha pouco dereferirmos aos processos biologicabe-qos ,pois dirigir-lhes algumas,lavras., j~

E' sempre sabia a orientação qlse baseia na simplicidade e efficaçdos processos naturaes. Nada é iplmais racional do que valer-se o te<nico destes processos para a deipUrção das aguas d'esgotto ou então iJ!f!t~l-os quando assim for melhor '1dlcado .,

Os micro organismos tem comosabe, para funcção fundamental a dt~uição °!l a decomposição da ma,na orgalllca, :

Dizia o grande Pasteur que se tal.seres desapparecessem do planeta, ,el!!ficaria atulhado de materias organlC~imortas e de cada\'eres a custa das p~1,

priedades comburentes do oxygenl~e a vida si tornaria impossivel. .' ,

~Iesmo tratando de aguas potave]cujo grau de pureza ou qualidade '~i,

variavel em SUa apreciação diz o gra~

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JANEIRO - 1'935

de microbiologista Luclaux aprecian-do a depuração que se processa pelosmicrD-brganismos:

",Estes microbios sãos os' maioresinimigos dos microbios, e não ha pre-cipitaQão chimica nem ,iilItração po-rosa, por mais ,perfeita que eIla sejaque valha uma bôa invasão de' ger-mens e uma impuresa !passageira.Uma agua simplesmente IPuri'ficada,por ,filtração ou por colIagem,conser-va, a maior parte senão a totalidade'da materia organica e estará constan-temente eXiposta a receber e a nutrirgermens que poderão ser nocivos; aopasso que uma vez purÍ'ficadas por es-pecies banaes, eIla se tornará um meioresistente ou improprio a toda a im-plantação nova". ", .. '

"Estas variaçÕes no numero das ba-cterias, e sobretudo o seu ~esap.pare-cimento ,podem se ex.plicar !pela: iCon- ,sequencia de um phenonieno, analogoáquelle, observado entre sêres vivos.

As bacterias secretam !productos so-luveis ,que a um 'certo gráo são pro-prian~ente tY'Pico~ ',d'ahi.o seu desa'P~pareclmento; e SI nesta mesma aguajuntamos novamente as filesnIas 'es-pecies, estas desapparecem rapida-mente; a agua torna~se imunisada'~omoum animallvaccinado. .. '

.Cabe appellarpara uni interessan-te estudo d'este assumpto feito pelodistincto Engenheiro Saturnino deBrito Filho no ultimo 'numero da Re-vista de Engenharia. '

, Nas aguas impuras, n'aquelIas quenutriram varias geraçÕes de organis-mos diJiferentes, as bacterias secreta-ram durante sua existencia :venenosdiastasicoS' que se oppÕe á multiplica- ,ção das especies pathogenicas, quan-.d.!>.~:itíl:i.diq~tases nãp as matam pmi-damente". ,',

Não ha quem desconheça a acçãodepuradora da terra nem tão pouco ophenomeno da auto d~puração dasaguas dos rios. '

,Para exemplo da applicação destesprocessos temos respectivamente oscampos de Genivillier na França ondesão depurados os expurgos da -cidade,e os innumeros casos de tomadas deagua dos rios .para o abastecimento,tendo a montante o ponto de entor-namento das aguas de esgotto. Parase ajuizar da quantidade dos residosregeitados nos rios Ibasta :citar que naAIJemaniba o rio Mosela contem di-luida uma ;parte de ,agua de esgottopara 8 :partes de suas vroprias aguas,e em Londres o iDr. Franckland de-monstrou que em cada copa d'aguado Tamisa 'fornecido pela 'CompanhiaChelsea se contem uma colher de cháde aguas dos esgotos da cidade.

A medida que se vae afastando dolocal de lançamento dos esgottos, asaguas do rio devido em iParte a agi-tação e consequente oxygenação, vãoprogressivamente melhorando de qua-lidade, variando o numero de hacte-rias e se despojando de outras maisimpure~as que traziam.

Esta depuração, ,que nada mais édo que a transformação da' materiaorganica em mineral inoffensiva, tempara factor além do oxygenio, os mi-ero-organismos, muito abundantes nasterras, e sobretudo nas aguas impurasdos esgottos.

"E' assombrosa e quasi incrivel ,acapacidade de desenvolvimento, e aquantidade de trabalho que podemrealisar estes sêres infinitamente pe-qUenos. .Em Suton durante cerca ,deUm mez e meio, ,fizeram eIJes desap-Parecer pelas transformaçÕes que ope-raram. 443 toneiladas de lamas resi-dl1aes' de esgottos sem deIlas deixaro mais leye vestigio no recinto emqUe tão vasta eliminação teve Ioga r".

..

.~

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o processo de de;puração pelo sólocuja efficiencia é incontestavel masque nem semp're IPode ser arpplicado,encontra o seu fundamento principalnestes micro organismos a ;que vimosde alIudir. ' ' , " '

Todavia quando 'não se ',possa fazera depuração das' agtÍas de esgotto porestes processos natufaes,' é ainda naefficacia dos prücessos biologicos que

,vamos encontrar a solução maisraciona,1 e satisfadtoria, pONfUe se-guem o mesmo systema 'de que se ser-ve a naturesa para o saneamento dasaguas ,que constituem "ás 'fontes. '

"A ,filtração interIiIittentee os lei-tos bacterianos são, os processos comosquaes se, procurà . intensificar os,phenomenosbiochimicos 'que se !pro-duzem nos s9'los; 'com o ,proc,esso daslamas activadasse"wrôcura como se

, sabe exaltar o podér de áuto ,depura-ção de ordem chimica que tambem semanifesta ,nos' rio's:," " :,,', ..

Estes dois methodos se ap'proximamporque nos dois casos um papel im-portante é representado pelos chama-das" Supiportes 'microbianos" areiase diversos materiaes,' de uma parte,lamas de outra parte, que fixam asmateriascolloidaes organicas nasquaes polIulam aS .organismos queconcorrem para a destruição da ma-teria organica. ; , ' '

Esta destruição devendo finalmenteser effectuada por oxydá'ção, tentou-se muitas vezes obtt:h"a, pela aeraçãointensiva. Durante muitoJempo os ex-perimentadores não ,:conseguiram re-sultados IPraticos at~', que em '1911-1912 Clarck e Adams:-naEstação deLawrence, mostraram,"que prolongan--do o arejam~efl.S~o4Hi-se-

.. clarificar a agua de' fé'sgotto 'e ,reduzirtambem em grandes'proporções a su-perficie dos fi-Itros de areia é dos lei-tos bacterianos para' 'realisar a depu-ração. ,'..c

G. Fowler ,que reconheceu a im-portancia desses resultados, retomouos ensaios e com os seus ,coIlaborado-res descobriu o pa:pel,importante daslamas.' , " "": " " '

Não satisfeito de o'bter a clarifica-ção das aguas de 'esgottos e por con-seguinte um augmento de estabilidade,prolongou ainda a aeração com ofim de chegar a depuração comple-ta. 'ElIe notou que no fim de algumas'semanas o ammoniaco desarp.pareciabruscamente com a ,producção de ni-trato. t', . "

Fowler decantau então "o Uquidoclaro e o suibstituiu lpe<là'rngua de es-goto bruta" fresca, que submetteu denovo a aeração até a nitrificação com-pleta do ammoniaco. '

Esta operação foi renovada um cer-to numero de vezes deixa'ti,do sempreno tanque as mate rias depositadas.EIle constatau que, a medida que odeposito das materias solidas au-gmentava, o tempo necessario paracada oxydação successiva diminuiaaté que foi possivel obter a depuraçãoda agua de esgotto fresca, em algu-mas horas.

A lama assim accumulada haviapois ad'querido uma :propriedade no-va, e se lhe deu 'como se sabe o nomede "lamas activadas"., '

Estaprapriedade é possuida em umgl.áo menor que se exalta facilmente,

-- ,pelas lamasanaIogas ao humos quese depositam dos etlfIuentes dos leitosbacterianos. EUa não é eSluecial aslamas das aguas de esgottos ê F. iDie-ne!'t mostrou que se podia formal-ascom outras, mate rias suf.ficientl.'menteleves ,taes coma as terras, a vasa, a

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argilla, a pouzolana, o carvão de ma-deira, o negro animal, o giz, o bio-xydo de manganez etc. "semeando"estas materias com uma lama ante-riormente activada."

Esboçada como fica o 'Principio doprocesso das lamas activadas em suaslinhas as mais geraes, cabe-nos dizerque a despeito de sua eUiciencia com-'provada, a instalIação é relativamentecustosa e requer um espaço de quenão dispomos onde se encontram ins-taUadas as nossas estaçÕes.

Por estas e outras razÕes uma ins-talIação desta especie terá muitoca-Qimento na depuração das aguas deuma nova rêde de esgottos como seráa dos suburbios que ainda estão poresgottar.

""""""""'", ' -.. .'....

: Procuremos agora focalisar um pou-co mais de perto a inefficiencia dos

,processos que adoptamos. '

Debaixo' do ponta de vista em quenos 'collocamos para proceder ao bre-ve estudo critico de nosso actual sys-tema de tratamento de 'aguas resi-duaes, foi bastante ,como se verá ape-nas consideral-o em seus ,largos tra-ças, salientando atravez de seu 'Pas- .sado mais alguns ':pontos de notavelrelevancia 'que irão. evidenciar a suaincompleta e definitiva condemnação.

Nada de novo ter-se-á dito, decla-rando que o systema de esgotos sa-nitados tal coma é praticado no Riode Janeiro, representa em -nossos diasum archaismo injustificavel. E' umprocesso que urge ser abandonado

~ta4o-,--quo.acertadamente foi taxado pedos IlIus-tres Professores ,Domingos Cunha,Edson Passos, André tAzevedo e maisoutros distinctos hYl{ienistas, de'" an-tiquada e inefficiente", mas tambempela inobservancia te-chnica ao des-envolvimento progressivo das ins-talIacÕes consoante ao desenvolvimén-to da cidade. Por isso, hoje aindasoffre a população do Rio de Janeiroos 'martvrios 'dos maus odôres e asameaças' das infecçÕes das praias debanho, a despeito dos cuidados re-quintados das FiscalizaçÕes do Go-verno.

Um ligeiro golpe de vista retrospe-ctivo porá em evidencia a necessi-dade de se tomar sem tardança novasprovidencias ;abandonando-se de vezo actual svstema ou modificando-o seisto não fór possivel, dada a sua inef-ficiencia tornada progressivamentecrescente, não só !por vi cios de ori-gem, mas 'por causas varias.

-- .senão vejamos:Por decreto do Governo olmrperial

1929 de 26 de Abril de 1857, de accôr-do com a autorização legislativa con-ferida desde 1853 foi approvado ocontrato para a limpeza das casas daCidade do ,Rio de Janeiro e de es-gottos das aguas pluviaes. '

Em 1862, depois experimentado emum Districto e de accórdo com os re-sultados julgados satisfactorios, o sys-tema ;foi extendido' aos demais Dis-trictos.

Consistia éste systema em condu-zir as aguas residuães pel' simples gra-vidade até o ,poço das EstaçÕes dedepuração e dahi eleval-as ,pela acçãode bombas até os tanques de precipi-tação, depois de ,hayerem recebido aacção da cal, carvão e sulfato de alu-minium, empregados como reagen teschimicos para aperarem a desinfec-ção', clarificação e desodorisação e em

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,~1

seguida filtradas para serem final-mente regeitadas na bahia de Guana-bara. .. As lamas reco.lhidas no.s tanques deprecipitação. eram então. submettidasao. pro.cesso. da seccagem' para em se-guida serem transpo.rtadas diariamen-te até a ilha de Sapucaya. .

- O ;parecer emittido. pelo. 'Club deEngenharia e subscripto. ,pelo.s Enge-nheiro.s 'Van Erven, DeI Vecchio. eA,lmirante Jo.sé ICarlo.s de Carvalho.mo.stra que o. 'pro.cesso.nas 'co.ndiçõesem que era ado.plado. n'aquelletempo.tinha efficiencia apreciav.el velo. me-no.s na Estação. de Bo.tafo.go.,'Po.is o.effluente era transparente, daro. e ino.-do.ro..E' 'preciso.. no.tar qUe o. numero.de casas esgo.tadas era pequeno."e queo.s tanques guardavam então. as devi-das, pro.po.rções co.m o. vo.lume afflu-ente. . ., '. .

A efficiencia deste systema teve no.Rio. de Janeiro. uma duração. e<pIhe-hmera,po.is ery. 1866 já eram registra-das as primeiras redamações.

.Em 1876 uma -co.mmissao. sanitarÜio.rganizada pelo. Governo., referindo.-se a estes .serviço.s, depo.is de haver de-clarado. fo.rrpalmente que. o. resultado.co.lhido. peló Rio. de Janeiro. co.m o. seu

systema de esgo.to.s era .máu, co.ncluiuneHe existir vicio.s que deviam serquanto. antes co.rrigido.s. Assim sepro.nunciando.. aIludia a Co.mmissão. ainco.nvenienda da pro.jecção. na ba-'hia, das aguas fecaes depo.is de uma,desinfecção. inco.mpleta.

Em 1886 o.s Erigenheiro.s Paula Frei-tas e Revv,. cada um a seu tempo.;aqueIle na- tribuna '<io..Instituto. iPo.ly-technico. 'e este investido. das funcçõesde chefe de uma ,Co.mmissão. de sa.neamento. aa Llaade (10. Riu de .Ja-neiro., reco.nhecendo. ser o. tratamento.das aguas fecaes ,pelo. vro.cesso. ado.-ptado., assaz defoficiente, reclamarampela necessidade de seu lançamento.em lo.cal situado. !óra da barra, o.pi-nião. esta que em 1887 é co.rro.bo.radapelo. respeitavel ~linistro. do. Imverio.DI'. Anto.nio. Ferreira Vianna.

Em 1896 uma Co.mmissão. de sanea-mento. no.meada pelo. então. Prefeito.DI'. Furquim "'erneck, ,fo.i acco.rde emo.pinar que, para evitar a insalubri-dade o.riunda da descarga das immun-dicies de esgo.to. no. interio.r da .ba-hia, deveria ser ella feita fóra da bar-ra, sem o. meno.r receio. da incursão.na bahia, do.s detricto.s o.rganico.s 1'1'-geitado. pelo. 'canal emissario. de ummo.do. co.ntinuo.. ,

Em 1899 ao. tempo. do. Go.verno. do.DI'. Campo.s SaIles, o. termo. de revi-são. do. co.ntracto. de 'esgo.to.s o.brigavaa apresentar. dentro.. d,Q;prazo. de umanno. o.s estudo.s, o.rçamento.s e plano.sdas o.bras para o. lançamento. fóra dabarra, do.s dejecto.s co.nduzido.s pelarêde de es~o.to.s da cidade do. lRio. deJaneiro.. .

Em 1906 no. Go.verno. Ro.drigues AI-ves, a Co.mmissão. incumbida de estu-dos sanitario.1!, af.firmava que o. cla-mo.r era geral co.ntra o. systema deesgo.to.s ado.ptado..

Durante o. Go.verno. do. MarechalHermes, uma C.o.mmissão. no.meada em1912 ,para estudo.s de revisão. do. sys-tema de !Esgo.to.s, pelo. illustre Minis-tre. \Dr. Barbosa Go.nçalves, co.ndem-no.u de um mo.do. catego.rico. o. sys-tema tal co.mo era empregado., ;pro.-clamando. ser um. systema de de-sinfecção. inco.mpleta, que n.permittiulançar na' bahia 50 % de materia so.-lida do.s despejo.s.

Em 1905 a auto.ridade de Saturnino.de BI'ito., declara que: o.tratamento. uo."sewage" no. Rio. de Janeiro. é ue va-

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10.1' ins'ignificante do. po.nto. de vista'~anitario. e. que a co.ntaminação. no.spo.nto.s de descarga, durante cerca demeio. seculo., é um facto., e se tem da-[uado. po.r um '-co.rretivo., quer m.elho.-

orando. o. tratamento. de "sewage", querlevando. to.da a massa para a descarga~'in ,natura" .

cEm 1906 o. Pro.fesso.r emerito. DI'.Sampaio. Co.rrêa, declarava que o. pro.-cesso. ado.ptado. velo. co.ntracto. care-cia de ef,ficiencia.. Em 1911 dizia Andrade So.brinho.:'. ''<0. que, .entr~tanto.,não. póde co.n-tinuar é o. systema actuahnente 'ado.-ptado., apezar de cumprir a Co.mpa~nhia o. seu, côntracto., quanto. ao. mo.do.de tratamento., par isso. que as incan-venientes e imperfeições residem naprapria systemade tratamento. chi-mica, não. sp aqui cama em tadas.. as'cidades da mundo.' ande esse systemafai au é ainda' adQptada" .

Em 1920, o DI'. Lacerda Coutinho,engenheiro. .Flscal destes serviços, comuma ,fidelidade e acerto digno de men-ção, assim se exprimiu: .

. "As 'abservações que tenha canse-guida durante a .exercício. de minhastuncções, inspiraram-me a peiar ideiada pracessa de tratamento. de aguasfecaes. ,.-

Em 1924 o Illustre DI'. ~Io.nteiro deBarros disse: '..As obras existentes carecem de re-visão sobretudo na parte referente ao.Iançamento. do eJifmente, ho.je feito.mediante tratamento chimico. obso.le-to. e inadequado., como prova o. maucheiro. que se laz sentir rias immedia-ções das es.tações".

'Em 1929 assim se pronunciou o Il-lustre Pro.fesso.r 'BeIfort Roxo:

"Esse tratamento. é ~ouco mais queano.dyno, co.lU.OJa fOI 110, e da do.gã'fa grandes "qumttidades de lamas, cujaretirada do.s tanques, de decantação.determina máu cheiro., em certos pon-to.s centraes da Cidade, o.ccasio.nando.justas reclamações que esta Inspecto.-ria só em 'parte logra attender, pro.-curando reduzir o tempo empregado.na remo.ção e promovendo mais am-plo emprego de agentes desinfectan-tes, ou, melhor digamos, deso.do.ran-tes . "

Em 1931, o.ccu;pando-se do "Pra-blema de esgatas na Ria de JWleira,o Professor Domingos Cunha em umabeIlissima conferencia, assim se ex-prime com relação ao mesmo assum-pto': "Temo.s actualmente adoptado. oprocesso ohimico. antiquado. e ineffi-dente, o. .qual representa uma soluçãointeiramente repudiada por todos o.smo.dernos hygienistas". Xas instaUa-ções, as aguas de esgo.to são imperfei-tamente tratadas e depois lançadas nanosSa bahla co.ntribuindo assim para a

. co.ntaminação. de suas aguas, e para anotavel po.luição das praias do FIa-mengo e de Botafogo, utilisadas' parabanhos. De qualquer fórma passandoao Go.verno o encargo de todo.s os me-lhoramento.s nas casas de tratamento,co.m o escoar do tempo, nada se fezpara, .pelo. menos .propo.rcio.nar osapparelho.s de tratamento aO vo.lumedas aguas tratadas: tanto mais o queseria necessario Ipara acompanhar opro.gresso do. processo. de depuração.de aguas residuarias..."

Se -não. ófosse fastidio.so continuarnessa o.rdem de citações, ainda iria-mos achar a condemnação do syste-ma chimico ado.ptado, na o.pinião., po.rassim dizer unanime, de todas as au-to.ridadesque fiscalizaram o.u que seo.ccuparam desta ou daqueUa {órma!l0 systema aI' esgotos do Rio. de Ja-neiro..

O que é de notar, é que com o au-gmento de po.pulação o systema ado-

REVISTA DO OLHB DE E~GE~~ptado vem n'um decreclmo de eff~ctencia verdadeir41mente assustadó'~:'clamando por uma' .pro.videncia, ai~da .mesmo' que ,para melhorar ;pro.vi~sonamente. ' ",..~. Exposto como ,fica o caso., atra~da opinião de tantas auto.ridades"

~o

"bre _o.assumpto e dos estudo.s e o.!bser"vac;~es do Departamento de .Fis'eaJi;laçao. do Governo, cabe. em resÚniô .perguntar: que juizo deve-sefazer:a -umsystema de tratamento. de és~ .

tos, "que se !propõe e que não co.n'gue filltrar as suas aguas residuaénem tão. pouco decantal-as tal có'exige a technica, e isso. devido pricipalmente á exigua capacidade'/suas, instaUações? Que apreço"merecer um systema que além dODno.rmalmente regeita ao mar

~Ief.fluente fortemente carregado. de"t~rias ~rganica~ ;putreciyei~ !.! ~~ct

,

~nas pathogemcas preJudl'claes :4á!praias de banho? Como. é po.ssive

~~"~sistir .napratica deumprocess,depuração,que admitte o. lançam

I}o interior da b~hia, de aguas. feca~tn .natura, desde ..que se mamfestéIl'as primeiras chuvas? .. <~.

E' Io.gico e o bo.m senso -indica, irllital systema, uma vez .que não. éefflciente, deve ser quanto. antes votail.jao. abando.no, para dar lo.gar a oúl~que. melho.r satisfaça o.s seus ,fins, "'~

De facto.,-a..pequena éflicienCia-rciulo. processo adoptado. po.derá tirar ;des~,tas instaIlações, éde tal fórma .diiüi- ,-nuta que não. satisfaz as mais tolerãri~;tes exigenéias de uma clarificaçãO'desordo.risação. ' e desinfecção.. ,';.1

Situadas co.mo estão as Estações ~tratamento. encravadas em locaes .qtI,e'não permittem mais a expansão"aà!instaUações, nada ha que fazer senã6

~tar um s\'slema 111:11s.ef~adequado., em 'substituição ao actl1àlque deverá ser abando.nado. quant~antes.. "

Parece naturalmen te indicado ~

I"~

lancamento dos' ernuentes de todas 1

as Estações. fóra da barra em esta~o~:cru' ou sujeito apenas a um tratamen ~to muito. preliminar. ~~;

Entretanto., co.mo. é de esperar,. sei'

o financiamento. integral desse systli-'jma não 'puder desde já, pelo seu ele- .\vado 'custo, interessar ao. Governô,.uma parte pelo meno.s deIle devemser posta em pratica. Assim as Esta~~ções de Botafogo e Glo.ria voderão se

ir

,

' i1,

Jalcançadas pOI' uma vrimeira et!lpà "ml'nC!s custosa, lançando. o. effluenl

,

e ,jpeneirado. o.n decantado nas profun1didades da Po.nta do Vigia. As .Esta- ~cões que não puderem então. ser co.n ,templauas por eIle, !po.derão. ter os S

,

eu~.,

'~

effluentes tratado.s pelo. processo. el~.~~trolitico para chloragão. directap~"indirecta, e se possivel o bi.ologiC0141

!

,

conforme a area de que se dls.ponh~'para installações '"~" :,. A co.nsideração dessas alternati!l.l~

é justi:ficada principalmente ,por emer~lgencias de ordem econo.mica- Nesta~

condições, é aconselhavel para as ES:;.j7i"ações de mo.ria e Arsenal ter em seu~'íeffluentes chlo.rado.s mediante a 'ele;" jctro.lise directa ou indirecta, e rejei

dta1~do.s co.m dispersão. em .pro.fundida,' ~~\'

,

:'

,

'

e distantes do caes, medi,ante. o. slm~lpIes pro.lo.ngamento. do. enllssano. e <?U~.t

1

'

tras Dequenas mo.dificações, conv\l~:;.rdo op"erar-se a seecagem das lamas porjcentrifugação. e trans'portal-as ,parao\'jfornos cre:uato.rios d(. modo a tran.s.~..;fo.rmar as suas calorias em ener~la~1electrica pro.ducto.ra uo. chloro ~e-..!sinfectante. ;,4'>j~

IFinalmente, a Estação.ue Alegrl~i1que de"ido aos aterros da baixada PJ-" Jderá ter uma grande expansão. ",e jmo.do a recl'ber tambem o aHluent~:"1da Estação. de São Christovão e Gam"A~

"'<fi1..

Page 9: DO TRATAMENTO .. E ELIMINAÇÃO DOS. DEJECTOS NO 'RIO … · DEJECTOS NO 'RIO DE.JANEIRO ... tanta mais dvilisada, quanto maior é aseu gráa de adiantamentO' material nas obras que

JANEIRO - 1935

bôa, adoptará O processo ,biologicodos filtros Ipercolladores e tanques hy-droliticos a semelhança' do Ique se fazem Paquetá, uma vez que se tornemilito dispendiosa a instalIação' delamas activadas, que deverá então serreservada para os subur,bios ainda poresgotar. Do mesmo modo dever-se-haadoptar tanques ou poços hydroliti-cos para certos nucleos. não esgota-dos taescomo Urca, Grajahú, Ipane-ma e Leblon situados fóra dos limitesda area contractual esgotada pela rê-de da -Companhiaconcessionaria.

A technica sanitaria.. tem hoje emdia a seu 31cãiiee poços decantadoresdo typo Imraff e melhores ainda osda Otto Moor's System ' conhecidospela abreviação "O M S" que obede-cendo os principios de Travis forne-cem' um 'effluente' 'Com qualidades

. ,apreciaveis, a .ponto de não se tornar.inconvf!.niente, em casos de emergen-

cia, o seu encaminhamento para a ga-leria de aguas pluviaes.

Assim se resolveria ra<pida e eco-nomicamente o rpróblema do esgota-mento regular deeertos nucleos en-cravados na área previlegiada pelocontracto da Companhia City, e quetodavia eSC3'pam as suas obrigaçõesmantidaspara com o Governo:

E' tambem digno de meditação aconjugação do problema do lixo aoproblema da Depuração das aguas deEsgotos; disso nos occuparemos emoutra conferencia' como contribuiçãoaO estudo desta espedalidade.

Em 'qualquer caso porém, urge em.pregar quanto antes, medidas geraesque melhorem as ,condições actuaesde tratamento e eXlpurgo de nossasaguas residuaes, habilitando as Esta.ções de depuração a decantaJ-as fil-traI-as e desinfeclal-as rpelo chlorapara então fazer ,o lançamento em pro-

DESCAJRGA M(AXllIl\1)A :&'\1: m3 iPOiR SEGUINDO:

Alegria: . '"",.. ..'. . ; . . .: , . . . . . . . . . . . " . . . . . ... . . , . . .S. Christovão, :Mangue . 'o. . '. .. . . .. ',00. H . .. .. . H .. . .Arsenal. , .',. , . . ..: """ . ..

. Botafogo, ..., - . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .g::;~a: "'::'.:-::::::::::::::: :::::::::::::::::::::::

0,4810,6;9O,2J.C20,31090,3;8.0,452"

.,.

VElLOOIlDAiDE ,iM11lDIA DO ElSCOA.MJ&'ITO MAXIMO EMMETROS iPOR SEGUNDO:

.

{

nos tanques primarios .,. ...,Gambõa .'...".

nos, tanques secundarios ,.

v =0,0306

v =0,0300

rnos tanques primarios .. . . . . . .. v =0,0135Arsenal. . . . , : , . ~

Lnos tanques secundarios v =0,O13~

f

'"

. ,{

nos tanques primarios...........Glona ,';...

. nos tanques secundarios.........

rnos tanques primarios...........Botafogo ...,.. ~

l nos tanques secundarios.........

~~)

. rnos põças ,.AlegrIa. . . . . . . . ~

Lnos tanq ues ,.......

. - rnos tanques primarios...........s. Chnstovao... ~

.t ~os tanques secundarios.........~

~

PEJRIODO DE REmE~ÇÃO NOS TA~Qu1ES IDI HORA:

Gambôar.IlO

. ,.. . . ., ~ 'Lno

rno'HH"'~., l no segundo grupo...............

primeiro grlJiPo...............

segundo grUpo ',-""""1:

primeiro grupo...............Arsenal

. ,r no primeiro grupo...............Gloria. . . . . . . . . ~

L no segundo grupo. H .. H H .. . H .

rno primarios ...................Botafogo ~

l no secundarios . . . . . . . . . . . . . . . .total o....

rno prima rios """"""""'"

Alegria. . . . . . . . ~, l no secundarios """""""'"

total o

- rno prima rios o..."""""","

So Christovão... ~l no secundarios o o . . . o . o . . . . . . . . .

total o.' . o.. o......

Rio de Janeiro, 24/ Junhol1932.

0.461

v 0.029

v =0,028

v =O'(H;

v =0,029

v =0,0214

v = O,{)42;

IV= O,01i2

\' = 0,047

t = Ob.401

t = Ob,44-I

t = lb,031

269

fundidade co'm dispersão e distantedo caes, cuidando-se ao mesmo tempode operar a 'concentração das lamas

" por 'centrifugação, :quando não se 'pre..fira processar a dIgestão em tanque

sc>parado.'Collocando -na 'primeira etapa da

construcção os melhoramentos poucodispendiosos 'que propomos, immedia-lamente entraremos em gozo de seusbenefico~ resultados.

Está 'pois esboçada em suas linhasessenciaes, um plan() que nos pareceu'economico eHiciente e criterioso pa-ra os nossos esgotos e que se har-monizará pef'feitamente com um pIa-no definHivo executado 'Por etapas.

Entregal-o a criUca a mais severa éo que ora fazemos com o maior acato.

Assim, de tudo o que ficou expostose evidencia que ó nbsso fito não foisomente criticar e destruir, ma!; vrin.cipalmente melhorar e construir.

. RECUPERAÇÃO MÉDIA DE SOLIDOS

: ,

i.""~,o .

N.' de observações

35 %

43 %

9 %

'20 %

22 %

33 %

VOLIDrE DE ú.-\JM:AJS IDI M3

1918 . "1919 . o... . .. . ' . . .. '.' .. .. . .....1920 . ........................................1nl . o 0.'"","'...0"'"1922 . o' .. ., . ... . . . .. .. . . .. .,..

," 1923 o . o' .. . . .. . . .. .. . . ... ... .. . . ....1924 . o. '" . . . ., . ... ... .. ... o. o1926 . o. . . o. . . . . . . . . . . . . . . .1926 . .......................................192; . ... o' .. .. .. ... . .. . . o" .J.928 . o.............................1929 o , ".. o. .. o""","1930 . .......................................1931 . o., .,.. .. .. .. . ... .. ... o' o1932 . ... o... .. .. . oo o. .. . .. . . . . .. . .,....

9

5

6

6

5

6

1<'3605160iO:1.96251853;183;0188;618;03iJ.i284196012054518024200111877i22496322~~

t = lb,013

.-' "...DESC.A!RGA.9 ~DIAS A:DOPTADOSEM lJITROS'POR SEGUIRA.'I'iDO

Est~ções. ' I em ~uspensão I em dissolução

I I

Botafogo .....\ 31 %

I

".

,.

Ale

,

ia 00

1

2; %., .,,'-'""'. h. .

, :.. S: .Christovão.. 15 % I

::'

Gloria H" H "I ,35 %

I

.- Arsenal. oo'" .1

16 %;"

.~,_~,~mbõa . . . . . ./M

t = Ob,41i

t = Ob,464

t =Ob,596

t = Ob,14;

0.;43

t = Ob,196

t =Ob.298

0,494

t =Ob,282

t = Oh.1i9

Gamlbôa.. ... ',""""""""'" "'0"""""

. Gloria o.............. 't .',I: .

Alegria. o o. . . . . . . . . . . . .

S. Christovão .. o.. o. . . . . . . . . . . o. . . . . . . . . o

Arsenal. ....................................

Botafogo . ...................................

457

29S

296

,426

200

232

DEF'ICI'ENCIA DE CAPACIDADE DOS TA~QUES

ADaPTADA A RETE~ÇÃO D!E 8b.

,"~o

Botafogo . o. . . . .

Gloria. ..........................'" -"" ,'C'",:;'";.-;

Arsenal. '" """"""'........

Gambôa . ... o. . . . , . . . . . . . . . . . . . . . .

S. Christovão '..., , oIl Alegria. .........................

6 vezes menor

10,2 » »

6.1 » »

12.3 » »

8,6 » »

9,3 » »