do trabalho tem futuro incerto, assim como a · horas e no não trabalho aos sábados. além de ser...

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Ed. n o 90 | novembro/dezembro de 2018 Jornal da Associação dos Funcionários do Grupo Santander, Cabesp e Banesprev O QUE SERÁ QUE VIRÁ? PRESTES A COMPLETAR 88 ANOS DE EXISTÊNCIA, MINISTÉRIO DO TRABALHO TEM FUTURO INCERTO, ASSIM COMO A CARTEIRA DE TRABALHO COMO É CONHECIDA HOJE

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Ed. no 90 | novembro/dezembro de 2018

Jornal da Associação dos Funcionários do Grupo Santander, Cabesp e Banesprev

O QUE SERÁQUE VIRÁ?PRESTES A COMPLETAR 88 ANOS DE EXISTÊNCIA, MINISTÉRIO DO TRABALHO TEM FUTURO INCERTO, ASSIM COMO A CARTEIRA DE TRABALHO COMO É CONHECIDA HOJE

AFUBESP | NOVEMBRO DE 2018

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AFUBESP

Publicação da Associação dos Funcionários do Grupo Santander e Cabesp. Rua Direita, 32, 2º andar, São Paulo, SP, CEP 01002-000. Telefone: 11 3292-1744. Fax: 11 3107-9268. Presidente: Camilo Fernandes. Diretor de Divulgação: Marcelo

Sá. Redação: Érika Soares, Letícia Cruz e Mariana Valadares. Edição: Érika Soares. Colaboração: Junior Silva. Projeto Gráfico: Thiago Balbi. Diagramação: Thiago Balbi/Publisher Brasil. Capa: Reprodução. Tiragem: 25 mil exemplares. Impressão e CtP: Bangraf.

SOMOS ATIVISTAS EM FAVOR DOS SEUS DIREITOS

Ao contrário do que pode correr por aí, nas redes sociais e na boca miúda, o ativis-mo já trouxe e ainda traz muitos benefícios para a sociedade, nos mais variados setores, seja ele ambiental, da causa animal, na de-

núncia de abusos no comércio, do descaso com os menos favorecidos. Traz à tona questões das mi-norias e busca por direitos iguais para todos.

Foi fruto do ativismo, por exemplo, a redução da jornada de trabalho em vários países do mun-do. O mais emblemático deles foi o protesto de Chicago: em 1º de maio de 1886, operários que entraram em greve pela redução de 13 horas para 8 horas por dia de trabalho foram brutal-mente reprimidos. Oito dos líderes do movimento foram presos, cinco deles (os “mártires de Chi-cago”) foram condenados à morte, dois tiveram pena de prisão perpétua e um foi condenado a 15 anos de reclusão. A data deu origem ao Dia Mun-dial do Trabalhador.

Vale destacar também que os bancários usu-fruem de muitas conquistas do ativismo. A orga-nização da categoria em sindicatos, responsável por mobilizar os trabalhadores em protestos e greves, resultou em uma Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que é válida em todo o país; em aumentos reais consecutivos; na jornada de seis horas e no não trabalho aos sábados. Além de

ser a primeira categoria a conquistar o direito de receber parte do lucro das empresas, a PLR.

A Afubesp é ativista e se levanta em defesa dos direitos dos trabalhadores como um todo, em especial dos funcionários da ativa e dos apo-sentados do Santander. Foi o seu ativismo que fez a luta contra privatização do Banespa – que agora em novembro completa 18 anos – se es-tender e colaborar para que milhares de banes-pianos se aposentassem (veja matéria na página 9). Sem contar que o ativismo garantiu que Ba-nesprev e Cabesp permanecessem vivos e sau-dáveis até hoje, muito tempo além do previsto no edital de privatização.

E, exatamente por lutar por seus direitos, é que a Afubesp traz na matéria de capa desta edição a importância do Ministério do Trabalho. A reporta-gem relembra a criação da pasta, em novembro de 1930, que nunca deixou de existir desde então e acumula benefícios aos trabalhadores, principal-mente por ser o canal de comunicação do movi-mento sindical com o governo, além de fiscalizar e coibir a prática de irregularidades trabalhistas.

A edição está recheada ainda de mais informa-ções sobre jurídico, planos de saúde, Qualidade de Vida e convênios. Folheie sem pressa.

Diretoria da Afubesp

Uma luta que jamais será esquecida! Pela mobilização, engajamento e união dos banespianos, a Afubesp sempre saúda os que não mediram esforços para manter o Banespa como banco público. O melhor exemplo de resistência de todos!

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JURÍDICO

CONCEDIDA LIMINAR FAVORÁVEL A AÇÃO COLETIVA DO PLANO II Com a decisão provisória, colegas podem novamente abater pagamentos com contribuições extraordinárias do Imposto de Renda

A Justiça concedeu liminar garantindo a dedutibili-dade do Imposto de Ren-da (IR) das contribuições extraordinárias relativas

ao Plano II do Banesprev. A decisão é do juiz José Carlos Francisco da 4ª Vara Cível Fe-deral de São Paulo. Para isso, suspendeu a Solução de Con-sulta (Cosit) nº 354/2017 que alterou o posicionamento de que apenas as contribuições normais às entidades fechadas de previdência complementar podem ser abatidas do IR.

“Resta claro que a quantia paga ao Plano II do Banesprev a título de contribuição extraor-dinária não configura acréscimo patrimonial, e, tal como se dá em relação às contribuições re-gulares feitas pelos participan-tes, esses pagamentos excep-cionais podem ser deduzidos da base de cálculo do imposto de renda, observando-se os mes-mos limites das contribuições ordinárias ou regulares”, diz o despacho do juiz.

A ação coletiva foi ingressa-da pela Afubesp depois de ser aprovada em assembleia em março deste ano. O Jurídico da associação orienta os partici-

pantes a reservarem o dinhei-ro que seria pago ao IR, pois trata-se de decisão provisória e pode ser cassada a qualquer momento. Ou seja, em caso de revogação da tutela, o dinheiro será cobrado imediatamente.

RelembreOs valores pagos por conta

do equacionamento de déficit operacional podiam ser dedu-zidos normalmente na decla-ração do Imposto de Renda até dezembro do ano passado.

Porém, tudo mudou quando em julho de 2017, a Coorde-

nação Geral de Tributação da Receita Federal emitiu a So-lução de Consulta nº 354, que alterou o posicionamento an-terior de que apenas as contri-buições normais às entidades fechadas de previdência com-plementar poderiam ser abati-das do IR.

A determinação entrou em vigor em janeiro deste ano, ra-zão pela qual a Afubesp decidiu ingressar com a ação. No en-tanto, o mandado de segurança coletivo só produz efeito a partir da decisão, o que ocorreu no fi-nal do mês de outubro.

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MINISTÉRIO DO TRABALHO

Vai-vém sobre o que será da pasta que concentra políticas públicas, fundos e benefícios ao trabalhador é criticada por especialistas

INCERTEZAS E INSEGURANÇAS

As capas de jornais e por-tais de notícias têm es-tampado nas últimas semanas a indecisão do novo Governo eleito, a

ser empossado em 2019, so-bre o futuro do Ministério do Trabalho. Passará ou não a ser uma secretaria debaixo de ou-tra pasta? Ficará como minis-tério exclusivo sobre o assunto ou agregará outras demandas? Até o fechamento desta edição, o assunto permanecia incerto.

O primeiro movimento foi o de extingui-lo, o que gerou mui-tas críticas do Ministério Públi-co do Trabalho (MPT), do Sin-dicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT), de servidores e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anama-tra) e centrais sindicais como um todo. Procuradores, juízes e advogados chegaram a dizer que sua extinção é retorno ao Brasil de 1920.

Com isso, o presidente elei-to voltou atrás, mas não dei-xou claro o destino da pasta. Segundo ele, pouco importa o status, pois “a legislação traba-lhista estará preservada”. Tanto faz se fica com o Ministério da

Produção ou se integrará o da Cidadania, por exemplo.

Mas os especialistas discor-dam desta afirmação. Princi-palmente no que diz respeito a uma de suas principais atribui-

ções: a fiscalização das condi-ções de trabalho.

Para o advogado da Afu-besp, Anselmo Silva, sem ele se intensificarão “os quadros de acidentes de trabalho – com

Imprensa registra a

indecisão do novo governo

sobre o Ministério do

Trabalho

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muitas mortes e invalidez per-manente; exploração do traba-lho infantil e trabalho escravo; falta de registro em carteira; não pagamento de salário; não concessão de férias; excessos na jornada de trabalho; não re-colhimento do FGTS, entre ou-tras irregularidades. Assim, tal ato só interessa às empresas em detrimento aos direitos dos trabalhadores”, explica.

Segundo o presidente da Ana-matra, o juiz Guilherme Felicia-no, qualquer desmembramento que venha acontecer será pés-simo para manutenção e con-tinuidade de políticas públicas voltadas para o setor.

A Associação diz, inclusive, que a interferência na fiscaliza-ção pode fazer aumentar o nú-mero de ações trabalhistas ajui-zadas. Já as centrais sindicais acreditam que sem Ministério do Trabalho, não haverá diálogo dos sindicatos para debater va-lorização do salário mínimo, a manutenção de aposentadoria, do fundo de garantia e de ou-tros direitos trabalhistas.

Uma história longa e importante O Ministério do Trabalho foi

criado em 26 de novembro de 1930, como uma das primeiras iniciativas do governo Getúlio Vargas, também abrangendo Indústria e Comércio. O projeto naquele momento era interfe-rir sistematicamente no confli-to entre capital e trabalho. Até ali, as questões relativas a este universo eram tratadas pelo Ministério da Agricultura.

Desde então, todos os que comandaram o país – até mes-mo durante a ditadura militar – mantiveram o Ministério do Trabalho. Já são 88 anos de existência e muitas atribuições.

Ele, por exemplo, esteve no eixo de centralidade das políticas públicas, como a geração de emprego e renda e a política salarial. Além de produzir pes-quisas e informações sobre o mercado, ser responsável por mediar a relação entre empre-gadores nacionais e trabalha-dores estrangeiros, presidir o conselho do FGTS e gerir o Fun-do de Amparo ao Trabalhador. Além disso, viabiliza o acesso a serviços e benefícios, como o registro profissional, o seguro--desemprego e abono salarial.

Carteira de Trabalho Atualmente, o ministério é

responsável ainda pela emis-são da Carteira de Trabalho, a de cor azul, que regula as rela-ções trabalhistas de cerca de 32 milhões de brasileiros sob as regras definidas na CLT (Con-solidação das Leis do Trabalho), que acaba de completar um ano de reformada.

No entanto, uma nova car-teira pode ser implementada.

Pelo menos, essa é uma das promessas de campanha do presidente eleito. De cor verde e amarela, ela deverá propor um regime mais flexível, em que o trabalhador aceita menos direitos em troca de maior re-muneração, onde o contrato in-dividual prevalece sobre a CLT, mantendo apenas os direitos constitucionais.

A adesão poderá ser fei-ta pelo jovem que ingressar no mercado de trabalho. De-pois de escolhida a de sua pre-ferência, provavelmente deve seguir com ela durante a car-reira, até mesmo porque não contribuirá para o atual siste-ma de Previdência.

A iniciativa pode esvaziar a CLT a longo prazo, além de não conseguir cumprir seu objetivo que é gerar empregos. É o que considera o chefe do Ministério Público do Trabalho, Ronaldo Fleury. “(Mais flexibilização) não vai aumentar a empregabilida-de, não vai diminuir a informali-dade. Só vai tirar direitos”.

Carteira azul, que segue a CLT, pode estar com os dias contados

RAFAEL NED

DERM

EYER / FOTOS PÚBLICAS

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SAÚDEFREEPIK

PLANO QUE NÃO CABE NA CONTACoparticipação do plano SulAmérica deixa trabalhador que precisa de atendimento praticamente sem salário

Várias reclamações le-vadas ao Sindicato dos Bancários de São Paulo apontam a condição cada vez mais difícil de pagar

os custos da coparticipação da SulAmérica. Uma bancária conta que teve de levar seu filho com urgência ao pronto socor-ro e foi cobrado cerca de R$ 80 por esse atendimento. Segundo a trabalhadora, que está afas-tada, todos os exames e con-sultas realizados pelo convênio passaram a ser cobrados. “O que me admira é que antes não havia tal cobrança dessa copar-ticipação. Lembro que no início foi dito que iriam cobrar a co-participação referente ao uso de psicoterapia, nutricionis-ta, ou RPG, mas agora tudo é cobrado. É realmente um absurdo”, protesta.

Segundo a bancária, no mês de setembro ela recebeu uma cobran-ça de mais de R$ 500 de coparticipação, além do valor da assistên-cia médica, que é de R$ 136,56. “Estou afastada, então o banco esta debi-tando esse valor absurdo na complementação de aci-dente de trabalho, que é de pouco mais de R$ 1.000. Recebi

de salário esse mês menos de R$ 300, não tenho como arcar com tal cobrança.”

E não é de hoje que o San-tander castiga o bolso do fun-cionário com saúde: desde 2013, o banco vem sistemati-camente quebrando regras do contrato de trabalho transfe-rindo para os trabalhadores a maior parte dos custos com o plano de saúde. Em novem-

bro daquele ano, o banco apli-cou reajuste de cerca 30% na mensalidade e implementou a cobrança por faixa etária. O au-mento foi impedido graças ao movimento sindical através de uma ação trabalhista.

Em novembro de 2014, o banco aplicou novo reajuste de cerca de 20% e reduziu de 24 para 21 anos a permanência do filho no plano de saúde como dependente. O filho com ida-de entre 21 e 24 anos passou a permanecer coberto pelo con-vênio, mas como agregado, pa-gando o preço de mercado. Nos meses de novembro dos dois

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Quem hoje arca com 100% do valor da assistência médica na Cabesp pode estar passando por uma imensa dor de cabeça. Isso porque, quando fizeram sua escolha, não contavam que haveria a mudança do status de associado para beneficiário e, com isso, perda de direitos. Estes usuários não são convocados para assembleias (por consequência também não podem votar), não têm a prerrogativa de se candidatar aos pleitos da Caixa Beneficente, têm restrição na movimentação de seus dependentes e outros tratamentos desiguais.Há relatos de pessoas que fizeram consultas à Cabesp até mesmo por e-mail e receberam em resposta que, optando por tal modo de custeio, o status de associado não seria alterado. Sentindo-se lesadas, algumas delas entraram com ações individuais na justiça e obtiveram êxito.“As pessoas fizeram suas escolhas baseadas numa desinformação”, lembra o presidente da Afubesp, Camilo Fernandes, que participou de reunião com o Santander e Cabesp no dia 16 de novembro. A

anos seguintes, o banco aplicou novamente reajustes muito aci-ma da inflação.

Em 2017, o Santander res-cindiu contrato com a Bradesco Saúde sem consultar os sin-dicatos e passou a oferecer o serviço da SulAmérica, o que aumentou a coparticipação de 20% para 25% nas consultas, exames e terapias. E a partir da sexta consulta, a coparticipação passa para 30%.

Desde que tomou conheci-mento das mudanças unilate-rais realizadas pelo Santander, o Sindicato dos Bancários de

São Paulo cobrou do banco re-visão da forma de cobrança de coparticipação, pois é inviável economicamente para os tra-balhadores.

“Esse modelo é perverso, pois o trabalhador descobre que não consegue pagar a co-participação justamente no momento que está doente e precisa fazer vários exames, ficar internado ou ser aten-dido no pronto socorro”, diz a dirigente Vera Marchioni. “Os trabalhadores portadores de doença crônica também estão endividados, pois precisam de

acompanhamento médico e re-alizar exames regularmente e ficam refém da coparticipação que consome grande parte do salário”, acrescenta Vera.

É reivindicado um teto para o desconto mensal da copartici-pação somado a mensalidade. “É inadmissível que um banco tão lucrativo como o Santander deixe o seu trabalhador, que está doente, praticamente sem salário por causa do alto custo da assistência médica”, conclui Vera Marchioni.

(Com informações do SP Bancários)

MUDANÇA DE STATUS PARA BENEFICIÁRIO PREJUDICA ASSOCIADOS DA CABESP

reivindicação da Afubesp é que os usuários sejam restabelecidos na condição de associados. Como resultado da discussão, o banco ficou de responder sobre o assunto em uma reunião futura no início de 2019.Apesar de uma solução para o problema já estar em negociação, associados que se sentirem lesados e não quiserem aguardar o desenrolar dos debates podem procurar a diretoria da Afubesp e conversar com o departamento jurídico para a devida orientação.

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DIRETASM

ARIANA VALADARES

BANESPREV CONVOCA ELEIÇÕES ESTATUTÁRIAS O Banesprev publicou edital, no dia 30 de outubro, que convoca associados a participarem das eleições para integrar os comitês gestores dos Planos administrados pela entidade I, III e IV, II, V, DAB, DCA e CACIBAN (caixinhas do Meridional), Sanprev I, II e III e para o Conselho Administrativo do Plano Pré-75. As inscrições de candidatos poderão ser feitas de 28 de novembro a 7 de dezembro. Confira o edital no site www.afubesp.org.br.

“NÃO NOS CONVIDARAM PARA ESTA FESTA POBRE...” Mesmo com a projeção de lucro recorde para 2018 – o lucro líquido gerencial nos primeiros nove meses totalizou R$ 8,993 bilhões –, o Santander pretende economizar na festa de fim de ano e deixar de fora das comemorações milhares de trabalhadores responsáveis pelo expressivo resultado. Em comunicado, o presidente do banco Sergio Rial, afirmou que a festa terá participação de 5 mil funcionários e que adotará a meritocracia como forma de seleção dos convidados.Para Maria Rosani, diretora da Afubesp e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, é inadmissível privilegiar apenas uma minoria de funcionários na hora de dividir o bolo. “A lógica do Sérgio Rial e dos banqueiros exclui uma maioria e ilude uma minoria através de um discurso raso de meritocracia, que só colabora para o abismo social e econômico do país. Isso é injusto e antidemocrático”, critica a dirigente.

CONSCIÊNCIA NEGRA: MANTER VIVA A MEMÓRIA SOBRE QUESTÕES RACIAIS Multicultural, mas que carrega em sua história anos de desigualdade racial e racismo estrutural. Este é o Brasil, último país da América a abolir a escravidão e o segundo com a maior população negra do mundo. Para manter viva a memória da luta dos negros por liberdade e igualdade, o 20 de novembro celebra a Consciência Negra. Estabelecido pela Lei n.º 12.519/11, o dia marca a morte do principal líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi.Embora não haja lei estadual, cerca de 100 cidades paulistas, incluindo a capital, aderiram a data em seus calendários oficiais decretando feriado. “É importante reconhecer a história e a contribuição da população negra para o nosso país. São muitos anos de resistência contra o ódio e a intolerância”, frisa Ana Marta Lima, Coordenadora do Coletivo de Combate ao Racismo do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Leia mais em www.afubesp.org.br

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FOTOS: JAMIL ISM

AIL

18 ANOS DE PRIVATIZAÇÃO NÃO APAGAM A NOSSA HISTÓRIA!

No dia 20 de novembro de 2000, ocorria na Bolsa de Valores carioca, o leilão que fica-ria marcado na vida dos banespianos – a privatização do Banespa pelo banco es-panhol Santander. A data também reme-

mora a história de lutas da Afubesp, sindicatos e bancários, que, além de retardar por seis anos o processo de uma das maiores vendas do país, conseguiram a manutenção da rede de agências, do Banesprev e da Cabesp.

“Fizemos uma das lutas mais bonitas do mo-vimento sindical, combatendo a privatização. Uma resistência, onde todos os trabalhadores se envolveram,” recorda Camilo Fernandes, presi-dente da Afubesp.

Banco lucrativo - Segundo ele, São Paulo tem uma estrutura sólida principalmente por conta do Banespa. “O banco fomentava a agricultura, financiava o transporte, a educação, a saúde. Para justificar a privatização, o governo passava a ideia que a empresa pública era o problema do Estado, quando, na verdade, era o Estado que fa-zia a má gestão”, explica.

É Banespão! – Não bastou para o banco es-panhol adquirir o Banespa. Agora tenta apagar a memória e o que ele representa para os paulis-tas. Desde o dia 25 de janeiro deste ano, um dos maiores símbolos do centro da capital, o edifício Altino Arantes, o famoso Banespão, passou a se chamar Farol Santander.

O Santander tenta de todas as maneiras apagar a nossa história, ressalta o presidente da Afubesp. “Tirou a marca, as fachadas das agências, acabou

com a nossa integração. O relacionamento com o cliente, o diferencial do Banespa, a empresa es-panhola fez questão de cortar. A ideia de tornar o agora Farol Santander em museu é boa, estimula a cultura, mas é inadmissível apagar a nossa his-tória, a história do nosso Estado.”

A luta continua – Fernandes salienta a re-presentatividade da Afubesp e o compromisso com os mais de 16 mil associados. “Não conheço nenhuma empresa que tenha passado pelo pro-cesso de privatização e garantido tantos direitos. Representamos um grupo bastante grande pré-75 e aposentados pós-75. Mais de 12 mil pessoas se aposentaram depois do ano 2000. Fizemos a diferença para 12 mil famílias.”

Um dos destaques da luta da Afubesp é o acordo coletivo aditivo, que garante a manu-tenção de patrocínio do Banesprev e Cabesp. “Temos outras atribuições enquanto associa-ção, como apoio jurídico, convênios de lazer, mas a principal é a nossa luta em defesa dos direitos dos trabalhadores ativos e aposenta-dos”, finaliza.

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QUALIDADE DE VIDA

Copan, a mais conhecida obra do arquiteto na capital, e o Edifício

Triângulo fizeram parte do roteiro

JOIAS ESCONDIDAS

Caminhada pelo centro revela obras de Oscar Niemeyer em São Paulo

Em outubro, a hora marca-da com o Qualidade de Vida teve como objetivo desbra-var as ruas da região cen-tral de São Paulo para bus-

car as gemas arquitetônicas do arquiteto Oscar Niemeyer, famo-so por projetar grandes e conhe-cidas obras. Logo pela manhã ensolarada, os colegas toparam a missão e foram guiados pelo monitor Laércio Cardoso de Carvalho, profundo conhecedor de cada cantinho da cidade.

A caminhada começou logo ao lado da sede da Afubesp,

onde fica o Edifício Triângulo. O prédio, projetado por Niemeyer e inaugurado em 1955, é todo espelhado e possui 18 pisos de uso comercial. Uma curiosidade é que na entrada do local há um grande painel de pastilhas feito por Di Cavalcanti – que, infeliz-mente, hoje encontra-se dete-

riorado. Na época de sua cons-trução, era grande a tendência da união entre as artes e a ar-quitetura. A obra é tombada por seu valor cultural.

Percorrendo as ruas da San-ta Ifigênia, o grupo chegou à esquina da avenida Ipiranga e Cásper Líbero para contemplar

FOTOS: AMAN

DA FLOR

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Já à tarde, o grupo subiu

até o terraço do Edifício

Copan. Lugar é oasis de

silêncio em meio ao centro

movimentado

A fachada do Edifício Montreal é recoberta por brises, uma das assinaturas de Niemeyer

Durante a parada para o almoço, os

colegas fizeram surpresa para

comemorar o aniversário da associada

Marisa

Foi contada também a história de obras de outros profissionais, como o Palacete Tereza Toledo Lara. O local já foi a sede das transmissões da Rádio Record

O passeio também

serviu para os associados

registrarem a paisagem

da cidade lá de cima

o residencial Edifício Montreal – a primeira obra de Oscar Nie-meyer com o uso da brise hori-zontal (as marquises), uma das marcas do Copan. Foi inaugura-do em 1954, contando também com mosaicos de Di Cavalcanti na parte interior da entrada.

Mais adiante, na Barão de Itapetininga – antigo endereço nobre do centro -, está a Gale-ria Califórnia. Projetada em es-tilo modernista por Niemeyer e Carlos Lemos, a galeria tem sustentação em V e dez anda-res recuados. Quem entrar no saguão do prédio se depara com um painel mosaico de 250 me-tros quadrados assinado pelo artista Cândido Portinari.

Outro edifício misto comer-cial e residencial, o Edifício Ei-ffel (situado na esquina da Praça da República e Rua Araújo), tem formato de livro e foi um dos pri-meiros prédios duplex da cidade.

E, por último, o grupo mer-gulhou a fundo na história do edifício cartão-postal de São Paulo, o Edifício Copan. Pro-jetado em 1951 e inaugurado oficialmente em 1966, o prédio quebra a lógica de linhas re-tas dos edifícios ao redor com linhas sinuosas. Suas propor-ções são dignas de livro de re-cordes: composto de lojas co-merciais no piso térreo (como restaurantes, lojas de roupas, salões e afins) e cinco blocos com diferentes metragens, o prédio une moradores mais pobres e ricos. A fachada tem 45 mil metros quadrados e, do topo dos 32 andares, os colegas avistaram do terraço a paisa-gem abrangente dos arredores.

Um simples passeio pela ci-dade pode revelar histórias que muitos ainda não conhecem. Que tal tentar se aventurar no próximo final de semana?

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VIAGEM

A Afubesp tem convênio com o Cheque-teatro, que faz um ingresso sair a R$ 3 e seu acompanhante tem 50% de desconto na peça escolhida. Consulte a programação no site http://chequeteatro.com.br/ e saiba detalhes de como usar seu ticket.

MAGIC CITY – SUZANOO complexo de lazer tem atrações para

todas as idades, com parques aquáticos

e de diversões, esportes de aventura e

hospedagem. Destaque para o tobogã e a

tirolesade mais de 130m, que passa por cima

do Parque Aquático. Associado paga ingressos

com desconto de 10% (até 4). Compras devem

ser feitas pelo telefone (11) 4746-5803.

BARRETOS COUNTRY ACQUAPARKSão mais de 20 atrações temáticas do universo country com piscinas para crianças e adultos, em anexo ao Resort. O passaporte inclui passeios a cavalo, no trole, montaria no boi, mini zoo e fazendinha, conforme programação. As entradas são vendidas com 20% de desconto para os associados e seus dependentes.

HOT PARK – RIO QUENTEInstalado ao lado do Rio Quente Resorts e

cercado cerrado goiano, o parque de águas

quentes abriga a Praia do Cerrado e muitas

atrações radicais ou para relaxar. Associado

tem 37% de desconto nos bilhetes de acesso ao

parque se adquiridos pelo site do grupo, válido

para o conveniado e mais cinco dependentes.

Não quer saber de água? Então recorra ao teatro!

THERMAS DOS LARANJAIS – OLÍMPIASão mais de 50 atrações e águas quentes, algumas exclusivas caso da piscina de surf 180º, passando por praias com ondas e rio lento com algumas corredeiras. Associado tem direito a desconto em ingressos para o Thermas dos Laranjais. Agendando com três dias de antecedência junto ao parque, os abatimentos variam entre 20% a 24%.

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PRA REFRESCAR E SE DIVERTIR