do reino unido ao império - seis anos decisivos

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CAPÍTULO1RESUMO HISTÓRICODE 1760 A 1816

Acima, “D. Maria II”, aos sete anos, já com título de rainha em litografia de Osterwald, o velho, 1826, Paris. Ao lado, “D. Pedro, Duque de Bragança”, após a abdicação, gravura de C. Legrand e Manuel Luís da Costa, ambas do acervo da Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa. Abaixo, anverso de moedas de 4.000 e 10.000 réis com D. Pedro II em dois momentos: menino e adolescente, com uniforme de almirante, pertencentes a acervo do Banco Itaú.

“Ksss! Pedro!... Ksss! Miguel!”, caricatura de Daumier, 1833, chez Aubert Galerie, Paris, publicada no jornal La Caricature, de 11 de julho de 1833, acervo da Biblioteca Nacional de Portugal, Lisboa. 5352

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CAPÍTULO3O NEOCLÁSSICONO MUNDO

Vista frontal da Konzerthaus, também projetada por Schinkel, na praça Gendarmenmark, Berlim.

Quatro detalhes neoclássicos da Konzerthaus: as duas estátuas de bronze que ladeiam a escadaria; estátua de mármore de Schiller, à frente da casa de espetáculos e vista de sua implantação na praça, com a Französischer Dom ao fundo. 6968

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CAPÍTULO4O NEOCLÁSSICONO BRASIL

103102 À esquerda, janela de decoração neoclássica externa do Palácio de São Cristóvão e, à direita, decoração de uma das colunas da sala de vestir de D. Pedro II, prevista ser restaurada em breve.

Fachada atual do Palácio de São Cristóvão. Abaixo, detalhe da decoração interna e vista da sala de música de D. Pedro II.

135134 Fachada do Teatro Amazonas, a mais importante construção neoclássica de Manaus. Chama a atenção na sua fachada o fato de seu frontão não ser triangular e sim curvo.

Detalhe de uma das vinte e duas máscaras gregas que decoram o térreo do Teatro Amazonas, representando Ésquilo, dramaturgo grego e considerado o pai da tragédia.

remunerando a quantidade de bolas de borracha produzidas, somado ao alto custo dos insumos nos armazéns, resultavam em um regime de trabalho próximo a escravidão.

Muitos morreram vitimados pelos males da floresta – picadas de cobras, ataques de animais, febre-amarela, malária, ou complicações respiratórias devido à exposição à defumação do látex recolhido para a confecção das bolas de borracha - e outros jamais retornaram à sua terra de origem, porém, o certo é que quase todos permaneceram vi-vendo na pobreza. Na contramão da imensa dificuldade a ser vencida diariamente pelos extrativistas, os senhores da borracha viram seus lucros aumentarem exponencialmente e um surto de prosperidade tomou as principais cidades, como Belém do Pará, Porto Velho em Rondônia e Manaus, a principal cidade da Amazônia.

De 1879 a 1912 a cidade de Manaus enriqueceu e se transfor-mou. Homens de negócios estrangeiros e alguns brasileiros instala-ram suas famílias em casas confortáveis e passaram a consumir tudo que havia de melhor: suas mulheres e filhas usavam a última moda parisiense e suas casas eram decoradas com mobiliário europeu; os rapazes, copiando seus pais, usavam ternos de tecido inglês e, assim como acontecia na região sudeste, eram mandados ao exterior para completarem seus estudos. A cidade foi urbanizada, foi construído um porto flutuante para que navios atracassem com maior facilidade, a navegação à vapor permitiu a interiorização da navegação e a socie-dade local passou a demandar por mais conforto.

Manaus foi a segunda cidade a ter luz elétrica no país e a primeira a ter canalização de água e esgoto, tendo sido urbanizada com ruas largas e praças elegantes. Então uma das cidades mais prósperas do mundo, conhecida como a “Paris dos Trópicos”, sediou uma socieda-de sofisticada que exigiu a construção de um teatro. Aprovado por lei em 1881, vários projetos concorreram ao primeiro prêmio, no valor de 250 contos de réis, vencido pelo Gabinete Português de Enge-nharia e Arquitetura, de Lisboa, coordenado pelo arquiteto italiano Celestial Sacardim.

Os lucros com a comercialização da borracha eram tamanhos que a moeda que circulava na região não era o réis do Brasil e sim a libra esterlina, da Inglaterra. Tamanha abundância de recursos pode ser medida pelo fato de que arquitetos, construtores, marceneiros, pin-tores e demais profissionais envolvidos na obra do Teatro Amazonas, o principal testemunho da belle époque manauara, foram todos tra-zidos do exterior, assim como a maioria dos materiais: os mármores

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