do passado ao futuro - repensar o ensinar e o aprender
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Do passado
ao futuro – repensar
o ensinar e o aprender
23 de Outubro de 2015 Conferência Online de Informática Educacional
As eras da educação e da aprendizagem
Redescobrir a educação
Reinventar a pedagogia
Em que mundo vivemos?
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
5. CONCLUSÕES
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
5. CONCLUSÕES
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
após a escrita
era industrial
era social
antes da escrita
QUATRO ERAS BALIZADAS PELAS TECNOLOGIAS
antes da escrita
após a escrita
era industrial
era social
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ANTES DA ESCRITA
Aprendia-se individualmente, fazendo
e socialmente, fazendo e recorrendo ao exemplo e à socialização
Também se aprendia projetivamente, pela imaginação
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ANTES DA ESCRITA
Aprendia-se pelas histórias e narrativas dos mais velhos, mais viajados ou mais experientes
pelas canções propagadas por trovadores itinerantes
e também pelos provérbios populares
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ANTES DA ESCRITA
Aprendia-se e ensinava-se em contexto, com quem soubesse
Só as famílias ricas recorriam a tutores e educadores que ensinavam os jovens,
futuros militares, governantes ou políticos
O modelo de educação por excelência era o do mestre/aprendiz que tanta importância teve nas corporações medievais
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ANTES DA ESCRITA
Sócrates consolidou, também, o modelo maiêutico, da
aprendizagem pelo diálogo
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ANTES DA ESCRITA
aprendizagem pela prática, individual e social
aprendizagem pela pertença (a grupos sociais)
aprendizagem pela imaginação (artística)
aprendizagem pelo diálogo e pela argumentação
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
PREDOMÍNIO DO CONTEXTUAL E DO SOCIAL
ANTES DA ESCRITA
após a escrita
era industrial
era social
antes da escrita
A escrita permitiu criar uma memória colectiva exterior à mente humana e, assim, transportar o saber no espaço e no tempo
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ERA DA ESCRITA
A imprensa reforçou imensamente esse potencial
Permitiu tornar explícitos e organizados os saberes que cada um detinha, por
vezes de forma desorganizada e volátil
Permitiu generalizar estes benefícios a toda a população
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ERA DA ESCRITA
O modelo educatico passou a basear-se no recurso ao livro, quer lido individualmente, quer lido e comentado para uma audiência
O professor tinha a função de ler e explicar o que vinha nos livros
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
O modelo magistral ganhou forte consolidação
ERA DA ESCRITA
Henricus de Alemannia con i suoi studen1, Bologna, 1233
aprendizagem pela leitura
aprendizagem individualizada aprendizagem pela audição
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
GRANDE DIFUSÃO DO SABER MAS PREDOMÍNIO DO INDIVIDUAL
ERA DA ESCRITA
era industrial
era social
era da oralidade
era da escrita
A revolução industrial criou o fascínio pela máquina e pelos processos humanos que imitassem a repetibilidade e rigor da máquina
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ERA INDUSTRIAL
O modelo de educação, com a generalização das escolas públicas, passou as imitar
as linhas de montagem industriais
Filas de carteiras, campainhas, disciplinas artificialmente separadas, aprendizagem fora de contexto, instrução de ouvir e responder, isolamento e competição escolar, curricula nacionais rígidos
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ERA INDUSTRIAL
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ERA INDUSTRIAL
Grande negação das
práticas consolidadas
antes da escrita
aprendizagem compartimentada e especializada
aprendizagem como transferência de conhecimento (conteúdos)
visão mecânica e industrial da aprendizagem
predominância da autoridade e da hierarquia
elogio da uniformidade
primado da quantidade
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
PREDOMÍNIO DA UNIFORMIDADE E DA INDIVIDUALIZAÇÃO
ERA INDUSTRIAL
era da escrita
era industrial
era social
era da oralidade
As novas formas de socialização proporcionadas pelas redes de comunicação (Internet, telemóveis) fizeram emergir uma infinidade de
novas oportunidades e modalidades aprendizagem
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ERA SOCIAL
As tecnologias permitem agora construir sínteses virtuosas das melhores formas de aprendizagem das várias eras
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
ERA SOCIAL
aprendizagem muti-, trans- e metadisciplinar
aprendizagem como transformação
visão orgânica e social da aprendizagem
predominância da liderança e da colaboração
elogio da diferença
qualidade com quantidade
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
RECONCILIAÇÃO COM O SOCIAL, O ORGÂNICO E O
MULTIDISCIPLINAR
ERA SOCIAL
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
5. CONCLUSÕES
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
Mundo global, de mudança, sem fronteiras, centrado no conhecimento,
onde todos competem com todos
A capacidade para produzir valor tornou-se factor de sobrevivência
Os menos competentes estão a ser substituídos pelos que, em outras partes
do mundo, oferecem melhor resposta
As economias locais estão a perder expressão
Grandes desafios do mundo de hoje:
Deslocalização. Todo o trabalho que puder ser deslocalizado será deslocalizado
Automação. Todo o trabalho que puder ser automatizado será automatizado
Degradação dos valores. Predomínio da lógica do mercado sobre lógica da cidadania está a degradar os valores morais
Precarização do emprego. Emprego estável está a ser substituído por emprego precário: freelancing, etc.
Abundância. Para competir, não basta preço e qualidade. Tem de haver diferença
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
AMEAÇA
Escolas distantes desta realidade, cumprindo a missão tradicional
de produzir bons funcionários
OPORTUNIDADE
Escolas que criem cidadãos capazes de exercer autonomamente a sua
capacidade para criar valor e empreender
QUE ESCOLAS PARA ESSE MUNDO?
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
visão industrial e uniformizadora da aprendizagem
aprendizagem como transferência de conhecimento predominância da autoridade,
hierarquia e dependência
visão orgânica, social e diferenciadora da aprendizagem aprendizagem como construção e transformação predominância da colaboração, autonomia e interdependência
era industrial era social
elogio da uniformidade e da docilidade
elogio da diferença, autonomia e criatividade
aprendizagem disciplinar aprendizagem multidisciplinar
primado da quantidade qualidade com quantidade
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
5. CONCLUSÕES
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
Um marciano visita a Terra,
estuda os progressos dos terráqueos e
tenta perceber como é que eles educam as novas
gerações para esse mundo prodigioso
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
Porque será que nesse mundo, que necessita tanto de diferença e de complementaridade,
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
os sistemas educativos insistem em construir industrialmente a uniformidade?
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
h-p://leading-‐learning.blogspot.com/
MAS O MUNDO ESTÁ AÍ !
SAI DA JANELA! PREPARA-TE
PARA O MUNDO!
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
Porque será que os sistemas educativos insistem em adestrar os alunos para serem:
• ouvintes, em vez de concretizadores? • seguidores em vez de líderes?
• conservadores em vez de inovadores?
• imitadores em vez de criadores?
• analistas em vez de projetistas? • dependentes em vez de autónomos?
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
Os estudiosos da realidade social dos nossos dias
criticam a insistência exclusiva na hipótese cognitiva
e acentuam a importância vital das competências não
cognitivas (“soft skills”)
para o sucesso de um cidadão nos nossos dias
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
• capacidade de auto-regulação (impulsos, distrações, emoções,
ansiedade, stress, disciplina) • empatia
• persistência • curiosidade
• autoconfiança, autoestima • abertura a novas experiências
• tolerância à incerteza • capacidade para gerir o insucesso
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
Porque será que, conhecida esta realidade, os sistemas
educativos insistem quase em exclusivo na preparação
científica e técnica?
?
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
• divergente • intuitivo • holístico • sintético • subjetivo
hemisfério direito
• convergente • racional • atomístico • analítico • objetivo
hemisfério esquerdo
Porque será que, sendo o ser humano neuronalmente equilibrado,
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
• divergente • intuitivo • holístico • sintético • subjetivo
hemisfério direito • convergente • racional • atomístico • analítico • objetivo
hemisfério esquerdo
os sistemas educativos insistem que seja distorcido?
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
Porque será que se insiste em que ensinar é, basicamente, explicar!?
Porque será que se insiste em que aprender é, basicamente, mostrar que se percebeu!?
Não será verdade, como exorta Freire, que ensinar é criar cidadãos autónomos,
capazes de assumirem individual e coletivamente os seus destinos?
e aprender é construir essa autonomia no seio de uma cultura cidadã e democrática?
?
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
Estes exemplos são motivos de esperança de
que se esteja finalmente a
REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO Cabe-nos contribuir
para essa redescoberta
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
5. CONCLUSÕES
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
ALGUNS DESAFIOS
3. AUTONOMIA
5. CONTROLO
4. AVALIAÇÃO
2. EMOÇÃO 1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
6. DISCURSO PEDAGÓGICO
Em matéria de referenciais teóricos estruturantes, o estado da arte
parece ter parado há trinta anos
Fazem-se também “remixes” dos conceitos de há trinta anos
Os grandes autores, teorias e conceitos hoje citados são, em larga medida, os que eram citados há trinta anos
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
Não estou a desvalorizar o imenso capital de conhecimento
que se acumulou sobre educação até há trinta anos!
Pelo contrário!
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
Mas dizia Fernando Pessoa:
Para Jacques Derrida, a desconstrução contém o
embrião do futuro:
na ausência de reflexão crítica sobre as ideias dominantes, o
futuro será igual ao passado
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
(...) Isso exige um estudo profundo, uma aprendizagem de desaprender”
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
Os avanços dos últimos trinta anos em domínios chave:
• neurociências • psicologia
• ciências sociais • ciências da redes
• teorias da complexidade
têm sido, na sua maior parte, ignorados!
• teorias da gestão da qualidade
1. REFERENCIAIS TEÓRICOS
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
2. EMOÇÃO
"a frieza das altas tecnologias impõe uma contrapartida
indispensável de calor humano: quanto mais tecnológica é
uma sociedade, mais necessita de compensações ao nível dos valores
humanos e da afetividade
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
É aqui que se situa, a meu ver, a função chave de
uma escola reinventada: https://www.researchgate.net/publication/281863901
2. EMOÇÃO dar estrutura a um mundo
de diversidade,
fornecer os contextos e saberes de base para uma autonomia de sucesso nesse mundo, e
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
fornecer as respostas humanas compensatórias de que a
escola dos nossos dias se está a distanciar tão perigosamente"
3. AUTONOMIA A dependência dos alunos
relativamente a ensinamentos enlatados e pré-mastigados
e a sua falta de autonomia e iniciativa
atingiu os limites do insustentável
É preciso quebrar o circulo vicioso da dependência e da falta de autonomia
“Espero que sejam todos independentes, inovadores e críticos, mas que façam exatamente como eu digo”.
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
As tecnologias têm dado contribuições importantes para gerar autonomia:
• aprendizagem mista • aprendizagem invertida
Já há sistemas escolares a formar professores para a utilização
corrente destas abordagens
3. AUTONOMIA
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
As tecnologias têm permitido, também, integrar atividades indutoras de autonomia:
• projetos • blogs
Reconhece-se a importância de avaliar trabalhos perante audiências genuínas
• simulações • jogos
3. AUTONOMIA
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
Começa-se a compreender, também, a necessidade de instrumentar a autonomia:
• objetos mediadores • redes de conceitos
• várias ferramentas tecnológicas
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
3. AUTONOMIA
Conseguida alguma margem de autonomia, torna-se possível começar
a desenvolvê-la sistematicamente
• co-avaliação • colaboração
e tirar partido dela ao nível da avaliação:
• co-evolução • co-aprendizagem
4. AVALIAÇÃO
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
Torna-se então indispensável instrumentar a avaliação autónoma
• rúbricas • contratos de aprendizagem
• portfólios • outros instrumentos
mediadores
4. AVALIAÇÃO
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
Com alunos mais autónomos e capazes de coparticipar na avaliação
surgem condições para transferir para os alunos o lugar de controlo
e assegurar que eles passam a intervir no próprio desenvolvimento do curso
Ter-se-á conseguido, finalmente, a genuína aprendizagem centrada no aluno
5. CONTROLO
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
Discurso pedagógico continua decalcado do modelo social
da aula magistral medieval Os discursos
• scripto • audio • video
e os relacionamentos entre eles têm de ser reinventados
6. DISCURSO PEDAGÓGICO
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
3. REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
5. CONCLUSÕES
4. REINVENTAR A PEDAGOGIA
2. EM QUE MUNDO VIVEMOS?
1. AS ERAS DA APRENDIZAGEM E DA EDUCAÇÃO
Num mundo cada vez mais transformado pelas tecnologias
as próprias tecnologias nos estimulam a que nos unamos para
5. CONCLUSÕES
REDESCOBRIR A EDUCAÇÃO
REINVENTAR A PEDAGOGIA
e