do mito à ciência

12
DO MITO À CIÊNCIA Visões de mundo através da história

Upload: aldenei-barros

Post on 09-Dec-2014

8.735 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Resumo das aulas do 2º Bimestre. 2º Ano. Filosofia

TRANSCRIPT

Page 1: Do mito à ciência

DO MITO À CIÊNCIAVisões de mundo através da história

Page 2: Do mito à ciência

A partir do século VII a.C., os primeiros filósofos gregos - conhecidos como pré-socráticos - iniciaram um processo de ruptura com as explicações míticas e antropomórficas do universo. Dedicaram-se a investigar diretamente o mundo físico, a natureza (que se diz physís, em grego), e a construir uma cosmologia, ou seja, uma explicação sobre a origem, formação e principais características do cosmos. Nada - ou bem pouco - de deuses ou histórias familiares. A nova tendência era buscar argumentos baseados na observação do mundo natural e no uso da razão para formar um sistema coerente de concepções.

Primeiras cosmologias

Page 3: Do mito à ciência

No século IV a.C., período clássico da filosofia grega, Platão procurou explicar a realidade concebendo a existência de dois mundos separados: o mundo sensível (correspondente à matéria), que é temporário e ilusório, e o mundo inteligível (correspondente às ideias), que é eterno e verdadeiro. Uma terceira realidade, no entanto, teria operado na formação do universo: o demiurgo, uma espécie de "grande construtor", que buscou as ideias eternas, situadas no mundo inteligível, para darforma à matéria, que estava ainda indeterminada.Aristóteles, por sua vez, afirmou que em todas as coisas haveria dois princípios inseparáveis: a matéria (princípio indeterminado, mas determinável pela forma) e aforma (princípio determinado e determinante em relação à matéria). Com relação à origem do universo, o filósofo entendia que o mundo é eterno, mas que um primeiro motor o colocou em movimento, por sua força de atração. 

Metafísicas gregas clássicas

Page 4: Do mito à ciência

Aristóteles também concebeu um modelo de universo extremamente organizado e racional (cosmos, como vimos antes) no qual a Terra tinha um lugar privilegiado, o centro (geocentrismo), embora fosse também o de menor perfeição (concepção platônica, o mundo corruptível da matéria).De acordo com esse modelo, o universo seria finito espacialmente e composto de diversas esferas concêntricas. A menor seria a da Terra; a maior, a das estrelasfixas. A esfera correspondente à Lua dividiria o espaço em duas regiões, com qualidades totalmente distintas: a região terrestre (mundo sublunar), mutável e imperfeita, e a região celeste (mundo supralunar), imutável e perfeita, onde habitariam os deuses.

Noção de cosmos

Page 5: Do mito à ciência

Sistema geocêntrico desenhado por Claudio Ptolomeu (c. séculos I - II d.C.), astrônomo e matemático grego, seguindo o modelo de universo descrito por Aristóteles. A Terra estaria imóvel ao centro, enquanto os outros astros girariam ao seu redor. O geocentrismo predominou na astronomia da Grécia antiga e da Europa medieval, embora já existissem vozes discordantes que defendessem a tese heliocêntrica desde a Antiguidade.

Page 6: Do mito à ciência

Cosmologia Cristã

Page 7: Do mito à ciência
Page 8: Do mito à ciência
Page 9: Do mito à ciência

A partir do século XV iniciou-se uma série de transformações nas sociedades europeias (políticas, econômicas, sociais), comumente relacionadas com a construção de uma nova mentalidade, isto é, uma nova maneira de entender as coisas. No plano cultural, o movimento que acompanhou, expressou e sustentou essas mudanças ficou conhecido como Renascimento (séculos XV e XVI). Foi também nesse contexto que se assentaram os fundamentos da chamada ciência moderna.Filósofos e cientistas de então construíram novas teorias que não apenas modificaram sistemas antigos de explicação da natureza e do real, como também destruíram um mundo, substituindo-o por outro. Essas teorias forçaram, progressivamente, uma reforma na estrutura do pensamento, uma mudança na maneira de entender as coisas, da qual somos herdeiros. Foi, enfim, uma verdadeira "revolução espiritual" (cf. KOYRÉ, Estudos de história do pensamento científico, p. 154-155).

Dissolução do cosmos.

Page 10: Do mito à ciência

Matematização da natureza.Paralelamente, os pensadores modernos desenvolveram uma visão da natureza baseada na geometrização do espaço e na matematização dos fenômenos naturais. Essa expressão deve-se ao fato de que os cientistas foram abandonando a abordagem tradicional, fundada no estudo das qualidades dos corpos e de suas causas (orientação aristotélica), e passaram a observar mais atentamente as regularidades entre as propriedades dos corpos ou fenômenos, adotando o viés quantitativo. O espaço passou a ser homogêneo. Por exemplo, o movimento começou a ser pensado em termos das relações espaço-tempo (velocidade) e impulso-duração (aceleração), expressas em linguagem geométrica ou matemática.

Page 11: Do mito à ciência

Mecanicismo.Com Isaac Newton (1642-1727) floresceu plenamente a revolução do pensamento no campo da investigação da natureza, aliando-se de maneira definitiva a matematização da natureza à experimentação. O mundo passou a ser visto como uma grande máquina cujas partes poderiam ser conhecidas por meio da observação, da elaboração de hipóteses e da realização de experiências para confirmá-las.

Page 12: Do mito à ciência

Monismo - doutrina que considera que tudo o que existe pode ser reduzido (convertido, simplificado) a um princípio único ou realidade fundamental (a palavra monismo deriva do grego monos, que significa "único, isolado"). Por exemplo: a matéria (monismo materialista), mente ou o espírito (monismo idealista ou espiritualista) ou qualquer outra entidade. As explicações monistas tendem a compor grandes sistemas, em que todas as esferas da existência estariam interligadas pelo princípio fundamental;Dualismo - doutrina que defende a existência de dois princípios primeiros (ou substâncias fundamentais) no universo, irredutíveis entre si (isto é, um não pode ser convertido ou fundamentado no outro). Existem vários tipos de dualismo, conforme veremos adiante, mas geralmente o termo refere-se à contraposição mente-corpo, espírito-matéria;Pluralismo - doutrina que concebe o universo composto de uma multiplicidade de entidades ou substâncias individuais e independentes, opondo-se principalmente à ideia de realidade fundamental única do monismo. As explicações pluralistas tendem a compor cenários mais abertos, incompletos ou indeterminados da realidade.

Resumo